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Pela primeira vez desde julho de 2020, as taxas de ocupação de leitos de UTI para covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) aparecem fora da zona de alerta, com registros inferiores a 60%. É o que mostra o boletim Observatório Covid-19 emitido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado na tarde desta sexta-feira, 25. Ou seja, é a primeira vez que o mapa do Brasil aparece totalmente na cor verde, o que significa alerta baixo, desde que o monitoramento começou a ser feito pela entidade.

Os dados são referentes às semanas epidemiológicas 10 e 11 de 2022, que abrangem o período entre 6 e 19 de março. No entanto, embora atribuam os resultados ao avanço da vacinação com 82% da população brasileira com a primeira dose, 74% com a vacinação completa e 34% vacinada com a dose de reforço, os pesquisadores alertam que o momento ainda exige atenção nas ações de vigilância em saúde e cuidados.

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"É importante destacar que esta queda se encontra acompanhada de taxas ainda significativas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e incidência de mortalidade por covid-19", disseram, em nota.

As análises que envolvem dados sobre internações e óbitos destacam grupos extremos da pirâmide etária. Enquanto há idosos que têm a idade como um fator de risco, o que reforça a necessidade de busca ativa daqueles que ainda não tomaram a terceira e agora a quarta dose, existem muitas crianças de 5 a 11 anos que ainda não foram imunizadas.

"É importante a vacinação contra a covid-19 para crianças, assim como as demais vacinas do calendário infantil. A população em geral, também deve realizar o esquema completo de vacinação", afirmam os pesquisadores.

Diante disso, os cientistas reforçam que sob circunstâncias de intensa circulação de pessoas nas ruas, concomitante ao abandono do uso de máscaras, podem ser criadas situações que favoreçam uma maior circulação do vírus.

"Consideramos prudente a manutenção do uso de máscaras para determinados ambientes fechados, com grandes concentrações de pessoas (a exemplo dos transportes coletivos) ou abertos em que haja aglomerações", recomendam os pesquisadores.

É indicado, principalmente, que as pessoas mais vulneráveis, imunossuprimidas, idosos acima de 60 anos (principalmente com doenças crônicas) e gestantes continuem usando o equipamento de proteção facial.

Internações por covid-19

Conforme o boletim divulgado, o perfil demográfico dos pacientes internados atualmente em UTI em tratamento de covid-19 mostram que situações mais críticas envolvem homens (51%), pessoas idosas (62%), e pretos e pardos (49%).

Os sintomas que mais prevaleceram no período foram dispneia (71%), baixa saturação de oxigênio (abaixo de 95%) e desconforto respiratório (60%). Quanto às comorbidades, 70% dos pacientes possuem alguma condição crônica, sendo que as principais cardiopatia (43%), diabetes (39%) e obesidade (9%).

Casos e óbitos por covid-19

Os dados confirmam a manutenção da tendência de queda de indicadores de incidência e mortalidade por covid-19, porém em menor velocidade.

Segundo o boletim, essa redução pode apontar para um período de estabilidade da transmissão nas próximas semanas, com taxas ainda altas de incidência e mortalidade. Foi registrada uma média de 42 mil casos diários, representando um decréscimo de 32% em relação às duas semanas anteriores (20 de fevereiro a 5 de março).

"Também foi observada a redução do número de óbitos por covid-19 no período, com uma média diária de 570 óbitos, cerca de 35% abaixo dos valores das duas semanas anteriores. No entanto, é importante destacar que, na semana de 6 a 12 de março, houve um pequeno aumento no número de casos, o que pode ser resultado de festas e viagens no período de carnaval, da flexibilização do uso de máscaras e da realização de eventos de massa que têm ocorrido em algumas cidades", destacou a nota. Na semana seguinte, esses valores tornaram a cair.

A maior parte dos Estados brasileiros apresentou estabilidade dos indicadores de transmissão, com exceção de Rondônia e Acre, que tiveram redução significativa do número de casos e de óbitos, e do Amapá, Maranhão, Piauí, Paraíba, Bahia e Mato Grosso do Sul, que apresentaram uma diminuição no número de óbitos, mas manutenção do número de casos.

Além disso, as maiores taxas de incidência da covid-19 no período foram observadas em Rondônia, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás. Já as maiores taxas de mortalidade foram registradas no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Síndrome Respiratória Aguda Grave

Nas Semanas Epidemiológicas 10 e 11, as SRAG seguiram em declínio no País. Entretanto, observa-se que a redução foi menos intensa quando comparada às semanas anteriores. Atualmente, a taxa de incidência de SRAG é de 2,3 casos por 100 mil habitantes.

Mudança de pandemia para endemia

Os pesquisadores alertam que a mudança na classificação deve envolver um conjunto de indicadores, sendo um deles o de letalidade. Neste sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) é destacada como a principal referência para esta definição.

"Quando a ocorrência de formas graves que requerem internação for suficientemente pequena para gerar poucos óbitos, e não criar pressão sobre o sistema de saúde, será possível saber que se trata de uma doença para a qual se poderá assumir ações de médio e longo prazo sem precisar contar com estratégias de resposta imediata", avaliam os pesquisadores.

No trimestre terminado em janeiro, faltou trabalho para 27,758 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada com os dados do mês nesta sexta-feira (18).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 25,7% no trimestre até outubro de 2021 para 23,9% no trimestre até janeiro. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até janeiro de 2021, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 29,0%.

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A população subutilizada caiu 7,2% ante o trimestre até outubro, 2,149 milhões de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até janeiro de 2021, houve um recuo de 15,5%, menos 5,098 milhões de pessoas.

Até o momento, a rede hoteleira do município do Rio de Janeiro registra média de 78,01% dos quartos reservados para o período de 26 a 28 de fevereiro. A informação foi divulgada nessa quinta-feira (24) pelo Sindicato dos Meios de Hospedagem do Rio de Janeiro (HotéisRIO).

As regiões de Ipanema/Leblon e Barra/Recreio/São Conrado superam a média, com 86,47% e 82,47% de ocupação, respectivamente. Em terceiro lugar, aparecem Leme/Copacabana, com 74,95%, seguidos de centro (74,74%) e Flamengo/Botafogo (72,66%).

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No interior, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), a rede hoteleira tem média de 78,48% dos quartos reservados.

A liderança é assumida pelo município de Arraial do Cabo, com 95%; seguida por Paraty, com 90%. Em terceira posição, surgem, empatados, Angra dos Reis e CaboFrio, com 86,20% cada, seguidos de Armação dos Búzios (84,70%), Macaé (84%), Rio das Ostras (82%) e Vassouras (70,20%).

A oitava colocação revela também empate entre Miguel Pereira e Teresópolis, com 69,40%, cada. Valença/ Conservatória estão na nona posição, com 69,30%, seguidos por Nova Friburgo (68,60%) e Itatiaia/ Penedo (65,20%), em último lugar.

O presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes, está otimista em relação ao feriado de carnaval, porque a boa ocupação atual dos hotéis dá seguimento ao que ocorreu desde o réveillon, por conta dos turistas nacionais.

“A expectativa é de que, mesmo com o adiamento dos desfiles e a suspensão dos blocos de rua, a ocupação no feriado momesco chegue a 85%, pois ainda há muitas reservas chegando. Afinal de contas, no ano passado, quando tivemos um carnaval sem folia de rua e desfiles, o Rio de Janeiro registrou 80% de taxa ocupação hoteleira”, lembrou Lopes.

Vacinação

Lopes ressaltou que, além de belezas naturais, como praias e florestas urbanas, o avanço da vacinação contribui para o turismo na capital, junto com as ações empreendidas pelo setor hoteleiro para a segurança sanitária.

A maioria dos hóspedes é composta de turistas nacionais. A taxa de câmbio desfavorável levou os brasileiros a optar por viagens dentro do próprio país. “Além disso, muitos deram preferência a meios de transporte rodoviários. Os dois motivos, aliados à nossa proximidade com os principais destinos emissores de turistas, devem manter alta a procura por nossa cidade.”

O presidente da ABIH-RJ, Paulo Michel, as taxas de ocupação hoteleira no feriado de carnaval no interior do estado são motivo de animação. “As cidades com atrativos de praias estão na liderança, como era de se esperar no verão. Com o avanço da vacinação, os brasileiros decidiram viajar mais e em curtas distâncias, o que privilegia o interior fluminense, que tem experiências para todos os gostos. Como muitos decidem em cima da hora, acreditamos que essa ocupação aumentará ainda mais, podendo chegar, na média geral, a 85%.”

Já o secretário de Turismo do Estado, Gustavo Tutuca, acredita que o Rio de Janeiro tem condições de se consolidar como destino seguro para receber os turistas. “Depois de um Réveillon promissor, temos otimismo de que o ano de 2022 será de grandes conquistas para a hotelaria e o turismo do Rio de Janeiro", manifestou.

Temporada

Pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ) mostra que a taxa de ocupação dos imóveis de temporada na capital fluminense está em torno de 60% na semana do carnaval deste ano.

Apesar do adiamento dos desfiles das escolas de samba para abril e do cancelamento dos blocos de rua, a entidade considera o cenário positivo em relação ao mesmo período do ano passado, quando a taxa de ocupação estava em 35%. O aumento observado alcança 70%. O panorama, contudo, ainda é inferior ao do carnaval pré- pandemia, quando a ocupação média superava 80%.

O Creci-RJ estima que, até o carnaval, a taxa de ocupação média dos imóveis por temporada pode chegar a 80%, porque a pandemia trouxe uma novidade para o segmento de locação por temporada, que é o fechamento do negócio em cima da hora, ou seja, quase no início do feriado.

Turistas

A maioria dos turistas que estão alugando imóveis por temporada para o carnaval no Rio de Janeiro é constituída de brasileiros (70%), procedentes da Região Sudeste, especialmente de Minas Gerais e São Paulo. Mas, segundo o Creci-RJ, há interesse também de brasileiros do Sul, Nordeste e Norte. Os estrangeiros aparecem em número mais reduzido (30%), principalmente dos países vizinhos na América do Sul, como Chile, Uruguai, Colômbia e Argentina.

A zona sul continua na liderança entre as áreas da cidade para quem deseja passar o carnaval no Rio de Janeiro, com destaque para Copacabana, Ipanema e Leblon, principalmente pelas famílias, que buscam o lazer nas praias cariocas. Já o público mais jovem, como grupos de amigos, por exemplo, tem buscado imóveis na região do centro, Glória e Catete, atraídos pelos bares e restaurantes da Lapa. O segmento de locação por temporada destaca ainda a Barra da Tijuca, na zona oeste, pela grande oferta de opções de lazer.

Com o avanço da vacinação da população contra a covid-19 e a expectativa de redução do ritmo de contágio da doença, o Creci-RJ espera que o mercado de locação por temporada na cidade do Rio de Janeiro retome gradualmente o patamar anterior à pandemia, em razão da realização dos desfiles de escola de samba no feriado de Tiradentes, em abril próximo, e do Rock in Rio, previsto para setembro.

Valores

Em fevereiro, os valores médios de diárias de aluguel por temporada para o período do carnaval, no município do Rio de Janeiro, chegam a R$ 300 a R$ 400 o apartamento conjugado, em Copacabana; R$ 400 a R$ 550, quarto e sala; R$ 600 e R$ 750, dois quartos; e a partir de R$ 800, três quartos. Em Ipanema e Leblon, os valores médios de diárias sobem para R$ 400 a R$ 550, conjugado; R$ 400 a R$ 600, quarto e sala; R$ 680 a R$ 800, dois quartos; e a partir de R$ 900, três quartos.

Na Barra da Tijuca, as diárias estão em torno de R$ 350 a R$ 450, quarto e sala; R$ 500 a R$ 650, dois quartos; e R$ 600 a R$ 900, três ou mais quartos. Os valores caem nos bairros de Botafogo e Flamengo, cujas diárias oscilam entre R$ 250 a R$ 380, conjugado; R$ 300 a R$ 500, quarto e sala; R$ 350 a R$ 600, dois quartos; e R$ 450 a R$ 700, três quartos. No centro da cidade e nos bairros da Glória e Catete, as diárias são mais reduzidas: R$ 200 a R$ 300, quarto e sala; R$ 300 a R$ 400, dois quartos; e R$ 400 a R$ 550, três quartos.

Em meio à pandemia de informações falsas, mesmo com a queda das taxas de óbito pela Covid-19 no Brasil, as tentativas de descredibilizar a imunização repercutiram na nova alta na ocupação de leitos de UTI. Contudo, o resultado mais preocupante é a incidência de vítimas que não foram vacinadas.

No Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, 85% das mortes ocorrem por pacientes que não tinham o esquema de proteção completo. Conforme a gestão da unidade informou à Globo News, 100% dos leitos de UTI estão ocupados atualmente.

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Números do estado

Em todo o estado, o índice de ocupação de leitos de UTI é de 71,6% e das enfermarias está em 66,1%.

Com a taxa de letalidade em 3,4%, desde o início da pandemia, 159.589 pessoas não resistiram aos efeitos do vírus e 4.745.504 testaram positivo.

Conforme a Secretaria de Saúde, 80,86% da população está com o esquema vacinal completo. Ao todo, foram 95.269.575 doses aplicadas.

Pernambuco é o estado com maior taxa de ocupação de leitos de UTI no Nordeste. A circulação da variante Ômicron agravou o cenário da pandemia e provocou um novo recorde de casos diários no último sábado (29).

Até a última terça-feira (1º), 88% dos 1.006 leitos de UTI disponíveis para os pacientes da Covid-19 estavam ocupados. De acordo com o levantamento da Central Estadual de Regulação Hospitalar, a taxa de ocupação dos 996 leitos públicos de enfermaria é de 77%.

Na rede privada, a média de ocupação dos 322 leitos é de 59%. Desses, 207 são de UTI (76%) e 115 de enfermaria (28%).

Nordeste

Dados recentes das secretarias de Saúde dos estados mostram que o Piauí também está com 88% da rede de leitos de UTI ocupada. No Rio Grande do Norte, a proporção é de 87%, seguido por Ceará (81%), Bahia (72%), Sergipe (71%), Alagoas (69%), Maranhão (52%) e Paraíba (41%).

Eventos

O Governo de Pernambuco mantém a autorização para festas privadas com até três mil pessoas em ambientes abertos e mil em espaços fechados. A gestão impediu que profissionais da saúde pública tirem férias até o fim de março.

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Na madrugada deste domingo (30), grupos sociais da comunidade do Bode, no Pina, Zona Sul do Recife, ocuparam o antigo Centro Social Urbano (CSU) do bairro. A ocupação seguiu com o intuito de revitalizar o espaço, que segue sem uso e em condições precárias.

A reivindicação dos integrantes da ocupação é a criação do Centro Cultural do Bode, a fim de que o local volte a ser espaço que atenda aos interesses da comunidade. Os participantes da ação pedem alimentos e materiais de construção para dar seguimento à reforma do local.

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Foto: Cortesia

Segundo a advogada Jéssica Jansen, integrante da ocupação, policiais chegaram ao local, mas não houve conflito. “Nesta semana, teremos uma negociação com o Governo em busca desse espaço cultural que tínhamos antes e foi sucateado”, disse.

Ainda segundo Jéssica, ainda está sendo programado um cronograma para que, nesta semana, sejam desenvolvidas atividades artísticas e culturais, como oficinas, no espaço.

A ocupação é assinada pelos seguintes movimentos sociais: Coletivo Pão e Tinta, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Coletivo Novo Pina, Palaffit Aceleradora Social, Coletiva Cabras e Comissão de Advocacia Popular da OAB (CAP).

Desde o dia 27 de novembro de 2021, 230 famílias ocupam um terreno de 22 hectares às margens da BR-101, na divisa entre os bairros de Apipucos, Zona Norte do Recife, e Iputinga, na Zona Oeste. A expectativa é que o número de moradores cresça, pois há cerca de 600 famílias cadastradas. O local ainda mantém algumas estruturas do que um dia foi uma olaria. Devido à formação recente, os moradores da Ocupação Chico Lessa, uma homenagem ao advogado trabalhista e sindical falecido em 2015, ainda organizam os espaços, recolhem materiais e erguem estruturas que, em breve, irão se tornar lares.

Além de moradia, os habitantes do assentamento, vindos de diversos municípios pernambucanos e de fora do Estado, querem condições dignas e encontram apoio no Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem Teto (MUST). Ao todo, foram três meses de preparação, que envolveu reuniões e pesquisas, até que os primeiros ocupantes chegassem ao espaço. Tudo é feito em cooperação mútua.

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Até o momento, o assentamente conta com 230 famílias e cerca de 600 crianças. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

De acordo com Marilene dos Santos e Maurício Santana, lideranças do MUST, os planos para a área, além de abrigar as famílias, é ser transformada em uma cooperativa, como também, criação de uma horta. “O espaço é muito grande, como vocês podem ver. Primeiramente, teremos um espaço para as crianças, porque fazer essa divisão é importante”. Nos cálculos de Maurício, há na Chico Lessa cerca de 600 crianças. “Nos galpões [dois no total], será uma cooperativa e, no outro, uma horta”, conta.

Marilene reforça à reportagem a importância desses projetos. No entanto, aponta a necessidade de ter insumos para levar os planos adiante. “Os galpões serão preparados aos poucos. Mas a gente precisa de doações de sementes e materiais para iniciar as coisas por aqui”. Além dos itens citados, ela destaca a carência de brinquedos, roupas e objetos para suprir as demandas dos moradores. 

Estrutura da antiga olaria anda existem no local. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

“Quero ter um lar”

O desejo dos ocupantes da Chico Lessa é uníssono: moradia. Vários são os motivos que levaram as famílias até o local, mas a maioria foi impactada pela crise e má condução da pandemia de Covid-19 no Brasil. Neste período, muitos perderam o emprego e não tiveram mais condições de arcar com o aluguel de um imóvel.

Cabeleireira de profissão, Érica Shennia Lira Tavares descobriu na arte, na poesia, um meio para enfrentar o caos. Recém-chegada ao assentamento, ele deixou o local onde morava com o ex-companheiro, em Itamaracá, apenas com algumas coisas e o filho de oito anos. Érica relata ao LeiaJá que chegou a manter um bar cultural no litoral norte em 2021, mas precisou fechar a pedido da dona do imóvel, que era alugado.

Neste mesmo período, ela iniciou um relacionamento. Mas, segundo a poetisa, tornou-se uma relação abusiva. “Eu vivia com um companheiro, mas ele começou a ficar violento. No dia que deixei Itamaracá, chegou a rolar agressão mesmo”, lembra. Érica tomou conhecimento da Chico Lessa por intermédio de uma prima e resolveu ir até o local. Ela ressalta que foi bem recebida e conseguiu uma moradia cedida por uma outro ocupante. "Minha primeira casa, minha primeira casa própria", diz. 

Maria Joselma e Érica Shennia estão em busca de condições dignas para a família. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O sentimento de finalmente ter um lar é compartilhado por Maria Joselma da Silva, que é costureira. Mãe de cinco filhos, sendo o mais novo de três anos, ela comenta que a família ainda não está completa. "Comigo está o meu mais novo e uma filha, uma outra filha 'tá' construindo aqui do lado para morar com o meu netinho", destaca.

O local ainda está em fase de acabamento, segundo a costureira, ela ainda vai dividir a casa em pequenos cômodos. Em dias de chuva, segundo ela, é impossível não entrar água no espaço. “Como é tudo lona, quando chove entra água. Na última vez, precisei colocar algumas coisas para levantar o colchão da minha menina para não molhar", expõe.

Antes de chegar ao assentamento, Maria Joselma morava com a irmã. “Eu vim para cá para que meus filhos tivessem um ‘cantinho’ para morar, né? Aqui, a gente tem as nossas próprias casas. Quero ter um lar para mim e meus filhos”, reforça enquanto observa o filho mais novo dormindo.

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Disputa judicial

O terreno onde, agora, está localizada a Ocupação Chico Lessa não tinha atividadas há três décadas, conforme informações ditas à reportagem pelo MUST. No entanto, dias após o início do assentamento, o movimento foi notificado judicialmente com uma liminar de reintegração de posse. "Foi tudo muito rápido. Nunca vimos uma decisão tão rápida", observa Maurício Santana, liderança do MUST. A decisão foi revertida e o processo de reintegração está suspenso.

Ele aponta que o terreno pertence à União, mas a empresa Florestal Santa Fé LDTA entrou com um pedido de reintegração de posse. As Informações obtidas pelo LeiaJá mostram que a instituição pertence à família Brennand de Souza Leão. Durante a permanêcia da equipe no local, pode-se perceber a presença de seguranças. "Fomos recebidos com violência, foi uma coisa horrível", conta Maurício. 

O advogado que representa a Chico Lessa, além da Defensoria Pública, Bernardo Weinstein, alega à reportagem que a liminar de despejo despreza 'uma proibição de despejos, que está contida em uma ação chamada ADPF, com proposta direta no STF, proposta pelo PSOL nacional, diz que famílias que tivessem em áreas de ocupação não sofressem despejos durante o período da pandemia".

O LeiaJá entrou em contato com a assessoria jurídica da Florestal Santa Fé LDTA. Como resposta foi dito que, por ser uma ssunto tratado no âmbito jurídico, "não há nada a ser declarado a respeito da invasão ocorrida". 

 

Diante da falta dos dados que são usados para análise da evolução da pandemia, o Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu nesta sexta-feira (7) um boletim extraordinário com um único indicador: a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a adultos com Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Para os pesquisadores, o momento atual, com o crescimento rápido de casos da variante Ômicron, desenha um novo cenário epidemiológico.

Em comparação com os registros obtidos em 20 de dezembro de 2021, os dados relativos a 5 de janeiro de 2022 mostram aumento relevante no número de pacientes internados nesses leitos.

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Comparações desse indicador entre unidades federativas e por unidade federativa no decorrer do tempo mostram-se mais complexas. Entre os Estados, destacam-se Tocantins (23% para 62% de ocupação) e Piauí (47% para 52%). Nas capitais, chamam a atenção as taxas críticas observadas em Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%), e as taxas na zona de alerta intermediário em Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%). Também há um "estranhamento" diante das taxas do Estado do Rio de Janeiro e de sua capital, que se mantêm relativamente estáveis e em níveis muito inferiores àqueles observados nas demais unidades federativas.

A análise destaca ainda a necessidade de acesso, transparência e divulgação das bases de dados e informações para produção de evidências que permitam, por exemplo, indicar o isolamento de pessoas infectadas, restringir contatos e apontar tendências da pandemia, por meio de alertas precoces.

O boletim destaca que, além da nova variante Ômicron, caracterizada até o momento pela alta taxa de transmissão e baixa letalidade e que vem rapidamente se disseminando no País, o cenário atual conta com uma epidemia de influenza pelo vírus H3N2. Os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz, responsáveis pelo boletim, observam que a maior circulação de pessoas e a realização de eventos com aglomeração durante o fim de 2021 contribuem para impactar negativamente a dinâmica da pandemia e a capacidade de enfrentamento, com impactos sobre a saúde da população e o sistema de saúde.

"O enfrentamento de uma pandemia sem os dados básicos e fundamentais pode ser comparado a dirigir um carro em um nevoeiro, com pouca visibilidade e sem saber o que se pode encontrar adiante. Além disso, vai na contramão de outros países, que passaram a produzir e disponibilizar dados de modo público e transparente para melhor compreender e enfrentar a dinâmica da covid-19", ressaltam.

Fundamental em todo período da crise e colapso da saúde em 2021, a taxa ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS é o único indicador disponível até o momento para a elaboração do boletim. Os indicadores de leitos abordam uma das etapas da infecção e evolução dos casos - a última e mais grave é o óbito, informação que não se encontra em função do "apagão" de dados.

Quatro Estados encontram-se na zona de alerta intermediário e 21 Estados e o Distrito Federal encontram-se fora da zona de alerta. Entre as capitais, três estão na zona de alerta crítico: Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%). Três estão na zona de alerta intermediário: Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%). As demais, com taxas divulgadas, estão fora da zona de alerta: Porto Velho (44%), Rio Branco (10%), Manaus (34%), Macapá (40%), São Luís (30%), Natal (34%), João Pessoa (32%), Vitória (56%), Rio de Janeiro (2%), São Paulo (35%), Curitiba (46%), Florianópolis (42%), Porto Alegre (57%), Campo Grande (47%), Cuiabá (36%) e Brasília (57%).

Segundo os pesquisadores, as taxas observadas não são comparáveis àquelas verificadas no pior momento da pandemia, há quase um ano, considerando a redução no número de leitos destinados à Covid-19. Ainda é precoce, desta forma, afirmar que há uma nova pressão sobre os leitos de UTI, baseado apenas nos dados disponíveis e apresentados aqui. Entretanto, cabe manter a atenção sobre a evolução do indicador, alertam.

A cidade do Rio de Janeiro tem 92% de ocupação de sua rede hoteleira, a quatro dias do réveillon. O dado foi divulgado pelo Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (HotéisRIO).

Segundo o HotéisRIO, no réveillon deste ano a cidade receberá majoritariamente turistas domésticos, principalmente dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

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De acordo com o presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes, o fato de o Rio ter uma cobertura vacinal completa (duas doses ou dose única) que excede os 80% dá mais tranquilidade para os turistas visitarem para a cidade.

“Continuamos com as medidas restritivas, exigindo a carteira de vacinação. Isso dá segurança ao turista. Todos que vierem ao Rio irão se divertir, mas com segurança”, informou Lopes, por meio de nota à imprensa.

Ontem a Rio Visitors & Convention Bureau, que representa 50 dos principais hotéis cariocas, informou que a ocupação média de seus associados no dia 31 será de 100%. No período de 30 de dezembro a 2 de janeiro, a ocupação média será de 75%.

Na manhã desta quinta-feira (21), manifestantes bloquearam a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife, pela suspensão da ordem de despejo de cerca de 300 famílias da Ocupação 8 de Março, na Zona Sul da capital. Com faixas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o grupo atravessou a via e promete reunir mais pessoas para um ato em frente à Prefeitura do Recife.

Um dos assessores jurídicos das famílias, o advogado Rafael Lopes, explica que o terreno localizado na Rua Frei Casanova, próxima à Avenida Barão de Souza Leão, foi ocupado no início de setembro. O local pertence a uma incorporadora imobiliária, mas acumula dívidas há anos.

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"O imóvel tava há mais de 30 anos ocioso, sem cumprir destinação social alguma, que tem mais de R$ 300 mil de dívida de IPTU", descreveu.

Embora o desuso indique certo abandono, a empresa solicitou ordem de reintegração de posse um dia após a chegada dos moradores. Desde então, os ocupantes lutam para garantir o direito fundamental à moradia e pela suspensão de ordens de despejo positivada até o fim do ano pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso.

"Esse é um ato das famílias para reivindicar e chamar atenção. De outra forma eles não conseguem diálogo. O movimento conseguiu com a articulação política abrir algumas mesas de diálogo com a Prefeitura, mas não teve sucesso, simplesmente não prospera. A Prefeitura não apresentou nenhuma via de solução", comentou o advogado, que confirmou a marcha do ato até a sede na tentativa de ser recebido pelo Prefeito João Campos (PSB).

Ameaçados de serem retirados nesta sexta (22), os moradores da Ocupação 8 de Março cobram políticas de planejamento de habitação municipal.

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MSTS) compartilhou nesta segunda-feira (18), que a ocupação oito de março, localizada na Zona Sul do Recife, está ameaçada com um processo de reintegração de posse que foi pedida pelo suposto dono do terreno. 

Na próxima quinta-feira (21), o prazo concedido pela justiça se encerra e as mais de 300 famílias podem ser retiradas do local a força pelo Estado.

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"Após nosso processo de jornada de luta, três mesas de negociação e entrega de ofícios solicitando que a prefeitura de Recife se manifestasse em favor do povo, a resposta que recebemos de todos os gestores foi o silêncio", afirma o MTST.

Os moradores da ocupação que fica no prédio do Centro Cultural dos Correios promoveram uma nova manifestação, na noite desta quinta-feira (7). Segundo o movimento Frente Popular por Moradia no Centro, que comanda o ato, eles reclamam do corte de energia no local. Os manifestantes fecharam a avenida Marquês de Olinda, no bairro do Recife, e colocaram fogo em galhos de árvores e caixas de papelão.

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A polícia e os bombeiros foram acionados para dispersar o protesto, que terminou de forma pacífica e a via foi desinterditada. O grupo está no edifício desde 7 de setembro e cobra a sanção do Projeto de Lei 1010, que veda despejos durante a pandemia em Pernambuco.

"As famílias não estão ali porque querem ou porque acham bonito, mas sim porque precisam e não têm onde morar, por isso que a gente ocupa. Já que o prédio está para ser privatizado, então que seja privatizado para as famílias que estão morando nele", disse Tais Maria, coordenadora da Frente Popular por Moradia no Centro.

Com informações de Marília Parente e Jameson Ramos 

 

Na primeira transmissão ao vivo nas redes sociais desde que entrou em isolamento, o presidente Jair Bolsonaro ironizou nesta quinta-feira (23) setores do mercado, após a ocupação da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ocorrida mais cedo.

"Eu já ouvi muita gente do mercado aí contra mim, favorável à esquerda. Ah, tiveram um pequeno exemplo agora da esquerda que não voltou ao poder, como eles adoram a iniciativa privada, a propriedade privada", afirmou Bolsonaro. "Guilherme Boulos e sua turminha de gente fina invadindo a Bolsa de Valores de São Paulo", disse ainda o presidente, em uma crítica ao líder do movimento, que é do PSOL e foi candidato à prefeitura de São Paulo em 2020. No ano que vem, Boulos deve disputar o governo paulista.

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O chefe do Executivo fez a Live dessa quinta-feira sozinho. Ele está em isolamento desde quarta (22), após ter contato, na terça-feira (21), com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que testou positivo para a Covid-19 ainda em Nova York, quando participava, junto do presidente, da 76ª Assembleia-geral das Nações Unidas (ONU). Bolsonaro fará novo exame de coronavírus no final de semana. Se receber resultado negativo, deixará a quarentena.

O MTST ocupou a B3 nesta quinta-feira em um protesto contra a inflação e o desemprego. "Ô, Boulos, querer me culpar da fome no Brasil e desemprego? Você está de sacanagem, é um paspalhão, realmente", disparou Bolsonaro, voltando a jogar a crise econômica no colo de governadores e das políticas de contenção da pandemia.

Nesta quinta-feira (23), integrantes de movimentos sociais ocuparam a sede da Bolsa de Valores brasileira, localizada na cidade de São Paulo, em protesto contra a fome, o desemprego e a inflação.

Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a sede foi escolhida porque é no local "onde toda a riqueza do Brasil é negociada". "Aqui são formados os bilionários do sistema financeiro, aqueles que ficam ricos à custa da nossa pobreza", revela.

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O MTST ainda aponta que na Bolsa de Valores descobriram que existem dois brasis: "Um Brasil dos parasitas do mercado financeiro que vivem do rentismo e o outro em que os trabalhadores sobrevivem com um auxílio emergencial de 5,00 reais por dia", pontua.

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Com exceção do Espírito Santo e do Distrito Federal, onde foi observado crescimento, entre 13 e 20 de agosto, a edição extra do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, reforçou a tendência de queda no indicador de ocupação de leitos da doença para adultos.Conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), “o indicador continua apresentando sinais de queda ou estabilização no país”. Os dados obtidos em 20 de setembro, indicam que nenhum estado está na zona crítica, com taxa superior a 80%.

Embora tenha registrado crescimento de 29% para 50%, no indicador, o Amazonas permanece fora da zona de alerta. A explicação é que a variação está relacionada a uma redução no número de leitos disponíveis. Já para o Distrito Federal, que também teve alta de 55% para 66%, o motivo pode ser o gerenciamento de leitos nesta unidade federativa.

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Segundo os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo Boletim, o Espírito Santo e o Distrito Federal estão na zona de alerta intermediário, com taxas, respectivamente, de 65% e 66%, enquanto os outros estados estão fora da zona de alerta. “A redução paulatina de leitos continua sendo observada, e, na última semana, foram registradas quedas nos leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) no Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito federal”, relataram.

Capitais

A capital Boa Vista registrou melhora com a redução de 76% para 58%. Ela é a cidade que tem leitos de UTI Covid-19 no estado de Roraima. Em Curitiba, o índice passou de 64% para 58%. Esses resultados deixaram os dois municípios na zona de alerta. A cidade do Rio de Janeiro variou de 82% para 75% e saiu da zona de alerta crítico para intermediário. Vitória, no entanto, observou piora expressiva passando de 55% para 65%.

Os pesquisadores destacaram que como têm repetido, mesmo com a melhoria dos indicadores, ainda é preciso ter cautela e manter cuidados como o uso de máscaras e algumas medidas de distanciamento físico. Defenderam ainda a aceleração e a ampliação da vacinação entre adultos que não se vacinaram ou não completaram o esquema vacinal, entre idosos que requerem a terceira dose e entre adolescentes. “Neste contexto, o passaporte vacinal é uma política de proteção coletiva e estímulo à vacinação”, indicaram.

Na visão dos pesquisadores, após a fase aguda da pandemia, o país precisa se preparar para o enfrentamento da Covid-19 a médio e longo prazo. Isso inclui “considerar o passivo assistencial durante a pandemia, que é de elevada magnitude e exige que o sistema de saúde se organize para dar respostas eficientes, como também a continuidade do uso de máscaras e de certas medidas de distanciamento físico, frente à perspectiva de se conviver com a Covid-19 como uma doença endêmica por um longo período”.

Registros

Os pesquisadores do Observatório alertaram para a elevação abrupta no número de casos de Covid-19 notificados no sistema e-SUS, registrada na Semana Epidemiológica (SE) 37, entre 12 e 18 de setembro. A alta é resultado da inclusão de registros que estavam retidos, o que impactou, principalmente, os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. “Entretanto, apesar desses dados novos terem contribuído para o aumento da média nacional de casos, não podem ser considerados como uma reversão de tendência de queda na pandemia”, analisaram.

A alteração repentina contribuiu para o aumento da média nacional de infectados, mas conforme os pesquisadores, não representa uma reversão da tendência de melhora nos índices da pandemia. Esta avaliação é relativa ao período da SE 37. “Esse episódio serve como alerta para questões importantes relacionadas ao fluxo e oportunidade dos dados e suas consequências para a tomada de decisão. O atraso na inclusão dos registros relacionados às semanas anteriores contribuiu para uma subestimação dos indicadores de transmissão da doença e de casos, principalmente nesses estados, tendo como um dos resultados possíveis a flexibilização de medidas sem respaldo em dados”, avaliaram os pesquisadores.

Mesmo assim, os valores computados de outros indicadores da pandemia, empregados pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz, apontaram que os registros relacionados à transmissão se mantêm em queda, como a positividade de testes, a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a mortalidade e a ocupação de leitos de UTI.

De acordo com o estudo, “o real impacto da doença foi subestimado, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, porque o volume de casos deveria ter sido computado em semanas anteriores e medidas de flexibilização foram adotadas sem respaldo estatístico. O país perdeu a oportunidade de identificar locais e grupos de risco. A confirmação de casos suspeitos e o rastreamento de contatos foram também impactados”, observaram.

Após pouco menos de duas horas de ocupação na sede dos Correios, na Avenida Guararapes, centro do Recife, nesta quarta (22), uma comissão formada por seis lideranças da Frente Popular por Moradia no Centro, foi chamada para uma negociação com o gestor do local. A conversa, no entanto, não resultou em um acordo entre as partes e os manifestantes decidiram permanecer no local por tempo indeterminado.

O ato, iniciado na manhã desta quarta (22), no Bairro do Recife, mobilizou cerca de 150 famílias que foram despejadas, na última segunda (20), de uma ocupação instalada em uma propriedade dos Correios na Avenida Marquês de Olinda. Os manifestantes pedem a sanção do Projeto de Lei (PL) que impede despejos em Pernambuco durante a pandemia. Após uma caminhada, eles ocuparam o prédio dos Correios da Avenida Guararapes, no centro da capital pernambucana. 

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Após conversa entre as lideranças do movimento Frente Popular por Moradia no Centro e o gestor dos Correios, o grupo decidiu permanecer no local tendo em vista que as partes não chegaram a um acordo. “Os Correios não quer entrar em acordo com a gente. O que eles disseram lá dentro foi que tirasse vocês daqui pra gente poder subir. Então, as famílias não vão sair daqui e a gente vai acampar aqui mesmo. A gente vai dormir é aqui”, disse Thais Maria da Silva, uma das líderes do movimento. Por volta das 11h15, o atendimento na agência do serviço postal foi suspenso em virtude da manifestação. 

Nota

A empresa informa que está acompanhando o caso e que já acionou os órgãos de segurança pública para garantir a proteção dos empregados, clientes e do patrimônio público. Quanto à destinação do prédio do Centro Cultural Recife, cabe esclarecer que o edifício faz parte de um abrangente estudo de otimização da carteira imobiliária da estatal. Dessa forma, não há como prever qual será a ocupação futura do imóvel.

*Com informações de Paulo Uchôa

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Após o protesto que bloqueou cruzamentos do Centro do Recife nessa quarta-feira (22), por volta das 10h15 manifestantes invadiram a sede dos Correios, na Avenida Guararapes. A Polícia Militar está no local e negocia com as lideranças do movimento.

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"Os Correios tá pedindo a reintegração de posse e as famílias também não querem abrir mão pela luta que teve no prédio quando entraram", afirmou a coordenadora do movimento, Taís Maria da Silva. 

O objetivo da ação mais incisiva na sede é viabilizar um acordo com o superintendente da entidade, Ademar Morais. A representante defende a disponibilização da propriedade para moradia popular em vista de um eventual leilão. "Se ele ainda continuar pedindo a reintegração de posse, a gente vai terminar indo para o confronto", asseverou.

Às 11h20, uma comissão formada por seis lideranças foi convocada para negociar com o gestor.

De acordo com a Frente Popular por Moradia no Centro, 150 famílias estavam abrigadas no edifício de número 262 desde o último dia 7. Contudo, foram despejadas na segunda (20).

A ocupação foi instalada em uma propriedade dos Correios na Avenida Marquês de Olinda, no Recife Antigo, e a reinvidicação é pela sanção do Projeto de Lei (PL) que impede despejos em Pernambuco durante a pandemia.

A matéria foi aprovada na Câmara, mas ainda aguarda assinatura do governador Paulo Câmara (PSB) para ter validade.

Apesar da mobilização, o atendimento se manteve na sede dos Correios, mas por volta das 11h15 os serviços foram suspensos.

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Com informações de Paulo Uchôa

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Por volta das 9h30 desta quarta-feira (22), uma mobilização por moradia queimou pneus e bloqueou dois trechos da Avenida Marquês de Olinda, no Centro do Recife. A manifestação ocorre após o despejo da ocupação alocada em uma propriedade dos Correios na segunda (20).

Devido às chamas e a coluna fumaça, a passagem nos cruzamentos da Avenida com a Rua Madre de Deus e com o Cais do Apolo foi interrompida para veículos. O grupo apoiado pela Frente Popular por Moradia está no edifício desde 7 de setembro e cobra a sanção do Projeto de Lei 1010, que veda despejos durante a pandemia em Pernambuco.

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Cerca de 150 famílias vivem no local e querem que o governador Paulo Câmara (PSB) sancione o PL.

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Na noite desta segunda-feira (20), cerca de 70 pessoas da Frente Popular por Moradia no Centro realizaram um protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco. O movimento reclamava que moradores foram despejados de uma ocupação, que teve início em 7 de setembro, no prédio de número 262, na avenida Marquês de Olinda, bairro do Recife, e que é de propriedade dos Correios.

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“Estamos aqui para cobrar que PL 1010 seja aprovada”, contou Taís Maria da Silva, coordenadora da Frente Popular por Moradia no Centro. O Projeto de Lei em questão proíbe despejos na pandemia em Pernambuco e foi aprovado na Câmara, faltando apenas a sanção do governador Paulo Câmara (PSB).

“Queremos continuar lá (no prédio dos Correios), pois não tem para onde essas famílias irem, são deficientes, gestantes, crianças, idosos, desempregados”, completa Taís. Segundo o movimento, a ocupação abrigava 150 famílias. Ainda de acordo com os líderes do protesto, eles conseguiram uma reunião para amanhã pela manhã, com a Secretaria da Casa Civil para tratar do tema.

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Após mais de três horas de negociação, policiais militares e agentes do Detran, da Secretaria de Segurança Pública e de fiscalização do DF legal não conseguiram desobstruir, na noite da quarta-feira (8), a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O local está bloqueado ao trânsito e ocupado por manifestantes bolsonaristas que invadiram a área para o ato de 7 de Setembro.

O governo do Distrito Federal mobilizou mais de 40 viaturas, entre elas, máquinas pesadas e caminhões dos bombeiros.

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Assim que o comboio da PM, Detran, SSP e DF Legal se aproximou, os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, se sentaram enfileirados na pista e impediram a passagem. Eles não saíram mais do local.

"Temos que restabelecer a Esplanada", disse com coronel PMDF Jorge Eduardo Naime, responsável pela operação e negociações.

O secretário de Segurança Pública do DF, Julio Danilo Ferreira, também se deslocou ao local para tentar desmobilizar os apoiadores bolsonaristas, que pregam a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele manteve conversas com representantes do grupo e da Presidência da República.

O objetivo era retirar da pista caminhões estacionados irregularmente em duas das faixas em frente aos ministérios e remover uma cozinha que abastece com arroz carreteiro os acampamentos ao redor do Ministério da Agricultura.

Há no local costelas sendo preparadas na brasa, no fogo de chão, e dezenas de botijões de gás empilhados, além de barris de chope.

Os manifestantes querem entregar ao presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (9), uma denúncia contra ministros do Supremo. O presidente irá receber os manifestantes, segundo o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ).

"Espero que amanhã [esta quinta-feira] o presidente receba esse documento que seria entregue ao Senado e com esse compromisso cada caminhoneiro e chefe de família possa seguir sua vida", disse na quarta-feira o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que negociava em defesa dos bolsonaristas, segundo ele, cansados e desgastados.

Ele pediu bom senso aos PMs e disse que "ninguém vai sair do acampamento".

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