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Postulante à Secretaria de Cultura, o apresentador Mario Frias também estimulou que hospitais sejam invadidos para que a própria população fiscalize os locais de combate ao novo coronavírus. Anteriormente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia questionado os números da pandemia no Brasil e sugeriu as invasões.

"Foi só o Pres. Bolsonaro pedir ao povo para filmar que os hospitais se esvaziaram. Filma mais meu povo", instigou o apresentador ao compartilhar uma matéria referente à queda na ocupação de hospitais do Rio de Janeiro, aponta a colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo.

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Frias endossou o discurso de Bolsonaro, que pôs em dúvida a taxa de ocupação da rede de saúde e compreende que o sistema não foi sobrecarregado e, com isso, não houve mortes por falta de leitos. O presidente ainda aponta que as vítimas da Covid-19 foram aumentadas para "ganho político" contra ele mesmo.

No último domingo (14), o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que as tentativas de invasão fossem investigadas. Contudo, Aras não explicitou se a declaração de Bolsonaro também será investigada.

O sistema público de saúde do Rio Grande do Norte para atendimento a pacientes com Covid-19 está a beira do colapso, com ocupação dos leitos gerais públicos de UTI perto de 100% nas regiões mais populosas. A Secretaria de Estado da Saúde Pública corre contra o tempo para abrir novos leitos, mas esbarra na falta de respiradores e mão de obra especializada. "Estamos em uma situação extremamente crítica", disse o secretário de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia.

Nesta terça-feira, a aposentada Paula Viana de Morais, de 97 anos, teve dificuldades em encontrar um leito. Ela começou a apresentar sintomas da Covid-19 no início desta semana. A neta Maria Raíssa de Moraes acionou o Samu. "A ambulância chegou a minha casa por volta das 11 horas e ficou esperando mais de duas horas pela indicação de alguma vaga na rede pública."

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Ao ser internada, Paula foi colocada em uma sala com outras seis pessoas com sintomas de Covid-19. "Só tem um médico e muitos pacientes por todos os lados", lamentou Maria Raíssa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Como publicado nesta segunda-feira (18) pelo LeiaJá, a Ocupação Miguel Lobato nas proximidades de Maranguape II em Paulista é onde a luta de famílias faz morada para fugir da situação precária em que vivem. Sem ter onde morar, as famílias começaram a chegar a partir de outubro do ano passado e desde então têm cobrado das instituições um auxílio para sair dali. 

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--> Apelo e esperança se misturam na Ocupação Miguel Lobato

Mas o destino de todo o mundo se viu diante de um vírus mortal, que basicamente obrigou o mundo a se resguardar em quarentena. E além das dificuldades já apresentadas pela reportagem, outra barreira se colocou diante das famílias. 

Sem grandes oportunidades, muitos que vivem naquela região dependiam, até então, de trabalho na rua como venda de pipoca e água, serviços de faxinas, serviços na construção civil, entre outros. Tudo parou, mas a fome não quer saber.

"A gente vai para rua, catar reciclagem, pegar um peixe, pegar siri no mangue porque agora nesta crise não tem como trabalhar, ninguém quer dar emprego", conta a moradora Mienia Oliveira. Mas com o surgimento do covid-19, a vida se alterou.

Djane Cabral da Silva e seu esposo Roberto Bezerra da Silva vivem exatamente nessa situação. O encontro com nossa equipe foi por acaso, enquanto gravamos com a moradora Josélia, Djane e seu marido Roberto tentavam melhorar ao lado da casa da entrevistada, o barraco recém-adquirido, após terem furtado o anterior. Lá dentro, nossa equipe escutou o relato da moradora da ocupação. 

Por volta das 8h da manhã o casal começa a caminhada em direção ao mangue para mais um dia de trabalho. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Antes com a segurança das faxinas semanais e das suas vendas como pipoqueira no bairro do Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife, eram poucas as vezes que precisava ir ao mangue para completar a renda. No entanto, a pandemia da covid-19 tornou a longa caminhada em busca de caranguejos e marisco mais frequente. 

São pouco mais de 3 km entre a Ocupação e o mangue, de onde Djane e sua família tiram seu sustento. Nossa equipe seguiu com o casal para acompanhar um dia de trabalho da família. Seguimos com Djane e Roberto pelas margens da PE-022, rumo ao mangue. No longo caminho, nossa equipe ouviu deles que a relação com a lama, os caranguejos e mariscos é paternal. 

"Meu pai ensinou eu (sic) e meus irmãos dentro do mangue nunca roubar ninguém, nem traficar porque não vale a pena", conta Djane que ainda completa: "Tenho orgulho de mim". Durante a caminhada, por diversas vezes, citou sua mãe 'que estava chegando' e também seu pai já falecido. Sua maior preocupação é com sua família. Sua luta, segundo ela, é pensando nos filhos, especialmente quando fala da ocupação e da batalha pela moradia.

"Essa doença proibiu a gente de trabalhar né?", lamenta, enquanto carrega no carrinho de mão o material do seu trabalho. "A vida se tornou mais difícil e eu e minha família nos viramos aqui dentro do mangue. Isso faz passar o tempo da gente feliz. Trabalhando a gente esquece os problemas, stress".

Djane retira baldes cheios de lama e de lá vem o esperado marisco após um processo de limpeza exaustivo. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Durante 11 anos as faxinas tornaram as idas ao mangue menos frequentes. Mas a sensação é de que apesar de toda a dificuldade, o mangue sempre entregou o sustento de sua família e a relação aparente é de gratidão. Agora o ‘pão de cada dia’ é retirado “só do mangue”. Todos os dia da semana a caminhada extensa e trabalho pesado fazem parte da vida de Djane. Quando não vende o produto é consumido: “passa fome quem quer”, diz enaltecendo o mangue. 

São horas com lama até os joelhos, retirando baldes e baldes com mariscos. O marido Roberto, não tão íntimo do mangue, fica de fora separando o material que precisa ser retirado um a um, do meio dos dejetos e da lama que vem do mangue. 

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"O que eu ganho é para botar alimento dentro de casa". Agora sem as faxinas, Djane passa seus dias com água do mangue até os joelhos. "Se eu chegar aqui 9 ou 10 horas da manhã quando eu saio daqui são duas, três horas da tarde. O tempo passa, a gente até esquece, né? me sinto outra pessoa", revela. 

No decorrer do dia, chegaram o cunhado, irmãos e a mãe de Djane. Todos parecem se sentir em casa no ambiente. Cada um com sua pesca. O filho de Djane fica observando a procura pelos caranguejos. Os cachorros aproveitam enquanto a maré alta não torna tudo em um grande pântano e Djane seguia enchendo seus baldes para poder ter o que comer quando o sol fosse embora.

Roberto separa tudo que foi pescado pela esposa Djane. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Desde outubro de 2019, cerca de 350 famílias iniciaram uma luta em busca de moradia digna. Vivendo em barracos de madeira cobertos com lonas, os moradores da ocupação Miguel Lobato encontraram apoio para sua batalha no Movimento Nacional de Luta Pela Moradia, que atua há anos no Brasil. 

Através de uma comissão formada apenas por mulheres, a Ocupação Miguel Lobato, localizada no município do Paulista, às margens da PE-022, nas proximidades do bairro de Maranguape II, tomou forma. Hoje, porém, o que se vê é um cenário de descaso e abandono, que fica evidente no relato das famílias. A forma que encontraram de levar a voz daquela pequena comunidade para o 'mundo externo' foram placas na pista com os dizeres "Socorro estamos abandonados pelo Estado e pela Prefeitura".

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As casas são construidas no improviso sobre o barro, quando chove o relato é de lama e goteiras. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens

Nossa equipe vivenciou, por três dias, um pouco da dura vida enfrentada por essas pessoas. "O pior é quando chove", alerta Miênia Oliveira, que assim que notou a chegada da nossa reportagem enxergou uma oportunidade de ser ouvida: "Eu falo", afirmou sem titubear. Dentro das casas, goteiras destroem os poucos móveis, a lama gruda no pé quando chove, a água tratada não chega nas casas e três torneiras de água salobra em volta da comunidade 'abastecem' os que lá vivem. Por ironia, o terreno ocupado é da Compesa.

"O que a gente sente falta hoje é um banho de chuveiro que a gente não tem, cozinhar no fogão com gás. Sentimos falta de tudo isso que uma pessoa normal tem né", conta Miênia. 

Mienia Oliveira vivie há 7 meses em um barraco de madeira e lona na Ocupação Miguel Lobato. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O apelo é uníssono, todos querem moradia digna. O sacrifício de viver em condições sub-humanas é feito com esperança. "Essa vida como todo mundo tá vendo não é fácil para ninguém. Só está aqui quem realmente precisa. Estamos esperando o auxílio moradia", conta Damiana Gomes, outra moradora. 

O benefício no valor de R$200 é de responsabilidade da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab). As famílias reclamam que apenas 200 foram cadastradas e que outras 150 não ganharam a oportunidade. Os moradores relataram que apenas 87 receberam e tiveram que derrubar as casas e deixar a ocupação. As outras 127 já cadastrados aguardam uma resposta. As 150 famílias que não tiveram cadastro realizado pelo órgão cobram ajuda da Prefeitura de Paulista. 

Em nota enviada à reportagem, a Cehab explicou que, quando esteve na ocupação em março de 2020, moravam apenas 200 famílias e que todas foram cadastradas na ocasião. Aqueles cadastrados, que ainda não receberam o auxílio, estão com problemas com os documentos. Devido à pandemia, todo atendimento presencial foi interrompido, mas a Companhia diz que vem tentando solucionar os problemas para "efetuar o pagamento o quanto antes". Não foi dado um prazo para a liberação do benefício. 

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A luta para receber o auxílio moradia, como relatou Damiana, é cercada de choro e dor. “Todo mundo tá vivendo de doação, mas o governo não vê isso, a prefeitura não vê isso. Essas pessoas estão aqui porque precisam, se cada uma delas tivesse casa, condição financeira, ninguém estaria vivendo assim. Você acha que alguém estaria vivendo assim, no lixo?", questiona. "Entra água e não é pouco, um vizinho sai socorrendo o outro”, completa.

Sem respostas, os moradores chegaram a fazer uma barricada na Prefeitura de Paulista na tentativa de ouvir do prefeito Junior Matuto uma solução. “A gente está aqui completamente abandonado pelo prefeito”, relata Adelma Maria, uma das primeiras moradoras. "A gente fez um protesto, a gente invadiu a Prefeitura para vê se ele queria conversar com a gente, negociar com a gente e nem se sair do gabinete dele ele saiu", reclama. 

Adelma Maria afirma que foi uma das primeiras moradoras a chegar na Ocupação Miguel Lobato

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Umas das líderes da comissão que representa o Movimento Nacional De Luta Pela Moradia (Mnlm/PE) na ocupação, Irmã Sandra, como pediu para ser chamada, explica: "hoje, aqui em Paulista uma das maiores dificuldades é a habitação, porque infelizmente é um dos municípios que não tem projeto (...) quando a gente resolveu ocupar esse terreno, foi para que o governo junto com a Prefeitura viesse se sensibilizar com quem não tem condições de pagar um aluguel", conclui.

A Cehab informou que não existe previsão de que as outras 150 familias sejam cadastradas para o recebimento do auxilio moradia. Por enquanto os que lhe restam é um fio de esperança. 

Procurada pela reportagem a Prefeitura do Paulista enviou uma nota sobre o caso. Confira o comunicado na íntegra:

"A Prefeitura do Paulista atendeu esta comunidade no início de março, quando realizaram um protesto contra a Cehab em frente à sede da Prefeitura. Na ocasião, a gestão se comprometeu em marcar uma reunião com o presidente da Cehab, porém no dia marcado, o gestor comunicou que estava se afastando por apresentar sintomas de gripe e teria que seguir o protocolo sanitário de ficar em isolamento social. Quanto ao cadastro para pagamento do Auxílio Moradia, a Secretaria de Políticas Sociais do município, como combinado nesta mesma reunião, colocou uma sala com tres pessoas à disposição desta comunidade para realizar os cadastros. Dentre as 150 pessoas que alegaram a necessidade de realizar o cadastro, apenas três compareceram ao centro administrativo. Quanto à questão habitacional, o município busca parcerias com a Caixa Econômica Federal, mas até o momento não dispõe de recursos que proporcione a implantação de uma política habitacional no município."

Através dessa placa, na entrada da Ocupação. os moradores tentam chamar a atenção

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens

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Em meio à pandemia de coronavírus que exige isolamento social, a Polícia Militar de São Paulo expulsou na manhã desta quinta (7), 50 famílias que viviam desde janeiro em uma ocupação na cidade de Piracicaba.

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O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) divulgou imagens da desocupação, com policiais mascarados e tratores derrubando os casebres. A deputada estadual Professora Bebel (PT) tentou impedir a ação e acabou recebendo voz de prisão.

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 “Tudo ocorre com a anuência do governador João Doria, que tem um discurso de defesa do distanciamento social, mas na prática joga famílias inteiras na rua. Os pertences das famílias estão sendo levados para um galpão e não foi sequer oferecida uma alternativa de alojamento para as famílias, que estão indo pra rua ou para casa de parentes, se expondo aos riscos de infecção a Covid 19”, diz trecho de nota de repúdio publicada pelo Movimento Sem Terra (MST).

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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) decretou a obrigatoriedade, por parte de hospitais com sede no Estado, das redes pública e privada, a encaminharem à Central de Regulação de Leitos o registro de taxa de ocupação, número de ventiladores e de pacientes internados. Os dados devem ser encaminhados, diariamente, em dois horários (às 7h e às 19h), através do sistema regulador, ou pelo número 0800.281.3555. A Portaria com as medidas foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (1º). 

O descumprimento das obrigações estabelecidas será considerado infração sanitária e pode acarretar em cancelamento de autorização para funcionamento, cancelamento do alvará de licenciamento, além de multa, conforme a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.

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As informações deverão detalhar os leitos por faixa etária e sexo, bem como as especialidades (obstétricos e destinados a receber pacientes com Síndrome Aguda Respiratória - com suspeita ou diagnóstico de Covid-19). A SES-PE poderá realizar visitas aos estabelecimentos  e  auditorias periódicas para atestar as informações fornecidas.

“Este é um momento de muita pressão sobre os hospitais, sejam públicos, ou privados. Por isso é de extrema importância o máximo de colaboração e o trabalho coordenado. Temos realizado diversas reuniões com o Sindicato dos Hospitais Privados do Estado de Pernambuco e já realizamos uma série de contratualizações de leitos nestes serviços. O objetivo desta Portaria é a coleta das informações sobre a ocupação dos hospitais de forma célere e qualificada com o objetivo de acompanharmos pari passu o avanço da Covid-19”, destaca o secretário André Longo.

*Da assessoria de imprensa

A ocupação dos leitos de UTI para pacientes do coronavírus já é superior a 70% em ao menos seis Estados. A situação é registrada em Espírito Santo, Pará, Ceará, Amazonas, Pernambuco e Rio - nesses dois últimos, a taxa passa de 90%, considerada de saturação por especialistas. Com o avanço da doença, governos correm para levantar hospitais de campanha e ampliar o número de vagas. Médicos e gestores dizem que a pandemia ainda não teve seu pico no Brasil, o que deve elevar a pressão sobre os hospitais.

Em 40 dias, Pernambuco abriu 348 leitos de UTI para pacientes com a doença, e, segundo a gestão estadual, dez novas vagas têm sido ofertadas por dia, em média. Mesmo assim, anteontem, a taxa de ocupação dos leitos abertos para covid-19 no Estado já era de 96%.

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Secretário da Saúde de Pernambuco, André Longo atribuiu a saturação à falta de isolamento social. "Reconhecemos que a situação dos nossos serviços de saúde é muito difícil, porque as pessoas estão adoecendo ao mesmo tempo. Era um alerta que fazíamos desde o início. A falta de maior isolamento social, na casa dos 70%, tem feito pernambucanos adoecerem, procurarem os serviços de saúde ao mesmo tempo e isso tem levado à sobrecarga." Longo afirma ainda já haver fila por vaga em UTI. De acordo com ele, os "profissionais de saúde estão tendo de tomar opções sobre quem levar primeiro para terapia intensiva".

Também sobrecarregado, o Rio abriu 287 leitos de UTI específicos para pacientes suspeitos ou confirmados. E quase todos (94,8%) já estão ocupados, segundo a Secretaria da Saúde. Considerando não só os leitos específicos para coronavírus, mas sim toda a rede de saúde estadual do Rio, a taxa de ocupação dos leitos de UTI já está em 85%, e vem crescendo rapidamente. Há pouco mais de duas semanas, diz a pasta, a taxa era de 63% e há uma fila de 369 pacientes (leia mais ao lado). O Rio prevê abrir, no início de maio, um hospital de campanha com 400 leitos no Maracanã - 80 de UTI. Outros 1,4 mil devem ser abertos gradualmente.

Primeiro a ver seu sistema de saúde colapsar e cenário das centenas de enterros em valas coletivas, a Secretaria de Saúde do Amazonas informa não ter dados de leitos de UTI de toda a rede estadual - sintomático em um País que enfrenta larga subnotificação de casos. Em Manaus, 89% dos leitos para covid-19 estão em uso. O governador Wilson Lima (PSC) disse que iria endurecer as regras de isolamento social na tentativa de frear o surto.

Com 87% de ocupação, o Ceará prevê a criação gradativa de 403 novas vagas, conforme a compra de equipamentos e disponibilidade de profissionais. Na região de Fortaleza, o cenário é ainda mais grave: 97%.

Em São Paulo, epicentro da doença no País, o índice de ocupação dos leitos destinados exclusivamente a pacientes da covid-19 é de 68,7% - na região metropolitana, o quadro é pior, com 89% de preenchimento e pacientes serão levados para o interior. Nas últimas semanas, o Estado abriu 1.881 leitos de UTI exclusivos para covid-19 no SUS. Também montou três hospitais de campanha no Pacaembu, no Anhembi e no Complexo do Ibirapuera, que será inaugurado nesta sexta-feira, 1. Juntos, eles somam 2.268 leitos, sendo quase todos de baixa e média complexidade.

Dentro dos Estados, a escalada na procura por leitos também cria desafios logísticos. "Pacientes que precisam de UTI estão sendo encaminhados para municípios de referência e já tem fila de espera", diz Wilames Freire, presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. "Eles ficam em leitos clínicos semi-UTI, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) ou hospitais intermediários até sair a vaga."

Alerta

Professor de Gestão em Saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV), Walter Cintra Ferreira classifica como "preocupante" o cenário. "Uma UTI com 90% de ocupação significa que está lotada. Quem tem 90% tem fila porque, quando sai um paciente, o leito tem de ser desinfectado e há um tempo para que seja ocupado. É preciso ter seriedade do governo, principalmente o federal. Não é uma situação que se resolve apenas aumentando leitos nem esperando medicamentos milagrosos."

Um leito de UTI, afirma ele, depende de equipes especializadas e compra de equipamentos, de modo que o foco deveria ser em evitar a propagação da doença e criar alternativas de rápido atendimento dos infectados. "As doenças não são combatidas no hospital, que é o último reduto. Quando chega ao hospital, já está com a batalha meio perdida. Temos de mobilizar a sociedade como um todo para conseguir medidas de contenção da transmissão e ter uma central única de leitos de UTI, públicos ou privados, e uma fila única", afirma Cintra. O Estado mostrou semana passada que a gestão Jair Bolsonaro não tem controle sobre o número de UTIs ocupadas no País.

Em situações normais, a ocupação de 95 a 100% das UTIs faz parte da rotina de hospitais, diz Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do Estado. Mas isso deveria mudar na crise. "Trabalhar com ocupação plena dos leitos é normal, porque há rotação; é feito com programação. Na epidemia, nunca se sabe como será o momento seguinte. Estamos na fase ascendente da curva e não chegamos ao pico. Se não cair, será difícil não colapsar o sistema."

Com a demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolheu o médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich para o cargo de ministro da Saúde do Brasil. Teich nasceu no Rio de Janeiro e possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além de ter especialização em Oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), é presidente das Clínicas Oncológicas Integradas S.A e Diretor Executivo da Medinsight. Agora, o futuro ministro terá que usar a sua bagagem profissional para tentar conter os casos de coronavírus no Brasil que, a cada dia, só vem crescendo.

Nelson se reuniu nesta quinta-feira (16), com o presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto, antes da demissão de Mandetta. Em 2018, o oncologista atuou como consultor informal na campanha eleitoral do presidente. Na época, Teich chegou a ser cogitado para o cargo, mas acabou sendo 'trocado' por Mandetta.

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Segundo mostra o site Época, o futuro ministro da Saúde chegou a participar do governo Bolsonaro, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, como assessor de Denizar Vianna, que é secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

Nesse momento, Nelson Teich está sendo escolhido por Bolsonaro por ter um grande alinhamento à postura do presidente sobre o enfrentamento ao coronavírus no Brasil, incluindo que o uso da cloroquina comece a ser implementada no país e a implementação de isolamento social que não envolva toda a população.

Apresentação

Teich, em seu discurso de apresentação feito na tarde desta quinta-feira (16), ao lado de Bolsonaro, pontuou que era uma honra ajudar o país e as pessoas. Nelson também pontuou sobre uma questão tão falada por Bolsonaro: queda da economia diante das precauções para combater o novo coronavírus.

"Discutir saúde e economia é muito ruim. Na verdade, essas coisas não competem entre si - elas são completamente complementares. Quando você polariza uma coisa dessas, você começa a tratar como se fosse pessoas versos dinheiro, o bem versos o mal, empregos versos pessoas doentes, e não é nada disso", salienta Teich.

Ainda conforme o futuro ministro, é essencial o desenvolvimento econômico do país para "arrastar" as outras coisas, inclusive a saúde. "Existe uma cooperação nesse sentido. O emprego é necessário, mas quando não aprofunda esse detalhe, se você não tem emprego isso quer dizer que você não tem recurso - esse pouco recurso vai influenciar o quanto se vai investir em saúde", diz.

Agora, o futuro ministro tem que focar em como não deixar que o Sistema Único de Saúde (SUS), entre em colapso. Atualmente já são de 1.924 mortes provocadas pelo vírus, além dos 30.425 mil casos confirmados do Covid-19 - Nelson terá que encontrar uma solução para a melhoria da situação do país onde os números só crescem, e rápido.

 

 

Enquanto os hospitais de campanha anunciados pelo governo não são inaugurados, o Rio de Janeiro começa a ligar o alerta para possível colapso no sistema de Saúde. Atualmente, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 72% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes diagnosticados com a covid-19. Há dez dias, o porcentual era de 63%.

A previsão é de que os 2 mil leitos - incluindo UTI e enfermaria - dos hospitais de campanha sejam inaugurados até o dia 30 de abril. No entanto, um estudo da professora brasileira Marcia Castro, da Universidade de Harvard, prevê o colapso da rede até o dia 27 deste mês, no cenário mais otimista. No cenário mais pessimista, os leitos de UTI poderiam ser insuficientes já a partir desta sexta-feira, 17.

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A pesquisa sugere, portanto, que as unidades deveriam ser inauguradas com mais agilidade. Feito a pedido da Rede Globo, o estudo foi citado em ofício enviado nesta quarta-feira, 15, ao governador Wilson Witzel pelo deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB).

De acordo com a secretaria, 548 novos leitos já foram abertos no Estado para atender as vítimas. Ao todo, diz a pasta, "a SES vai disponibilizar na capital, Região Metropolitana e interior 3.414 leitos", incluindo os 2 mil dos hospitais de campanha.

O caso dos leitos de enfermaria também preocupa. Há dez dias, a ocupação era de 41%; hoje, o número chegou a 62%. Além da abertura de leitos, a secretaria destaca que, para evitar o colapso, a população deve "ficar em casa e seguir as recomendações de isolamento, proteção e de higiene para controle da doença."

Na noite desta quarta-feira, o próprio secretário de Saúde, Edmar Santos, confirmou que testou positivo para a covid-19, assim como o governador Witzel. Edmar, contudo, está sem sintomas. Ambos afirmaram que continuarão trabalhando de casa no combate à pandemia.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecida como mórmon, paga uma taxa anual de R$ 805 à União para usar um apartamento de 273 metros quadrados na Península, região com torres de alto padrão na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Um imóvel de metragem similar no mesmo local pode ser encontrado a partir de R$ 1,9 milhão ou alugado por, no mínimo, R$ 6 mil mensais.

Perto dali, no Jardim Oceânico, a Primeira Igreja Batista da Barra da Tijuca paga aos cofres públicos uma taxa de R$ 1,4 mil por ano pelo uso de um apartamento em uma das áreas mais valorizadas do Rio. Próxima à praia, com amplo comércio e acesso ao metrô, uma unidade ali custa pelo menos R$ 1,5 milhão ou R$ 9 mil mensais.

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Em franca expansão de suas atividades, igrejas usam imóveis pertencentes à União para atuar no País. Um levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação e registros de cartórios, revela que 663 salas comerciais, apartamentos, terrenos, galpões e residências em condomínios de luxo estão ocupados por organizações religiosas.

As entidades têm a posse da maior parte dessas propriedades federais. Pelas regras, os ocupantes pagam apenas uma taxa anual que incide sobre o valor registrado do terreno e pode ser de 0,6% ou 2%. Parte desses imóveis é usada como moradia de dirigentes das igrejas.

O patrimônio da União é formado por terrenos e imóveis residenciais e comerciais construídos em terras devolutas, indígenas, áreas à beira-mar, margens de rios e também obtidos como pagamento de dívidas.

O governo do presidente Jair Bolsonaro já autorizou a ocupação de três imóveis por igrejas evangélicas: uma sala comercial para a Igreja Universal do Reino de Deus e uma sede para a Assembleia de Deus Ministério Bethel, ambos em Vitória, no Espírito Santo, além de uma casa para a Igreja Apostólica Restauração do Povo de Deus, em Tramandaí, litoral do Rio Grande do Sul. Todas a partir de 2019.

Há também casos em que a União permitiu, ao longo dos anos, que imobiliárias fizessem condomínios e loteamentos em suas áreas. Os ocupantes são beneficiados por adquirirem a posse de casas por valores abaixo dos cobrados normalmente pelo mercado ou por morarem em apartamentos pagando apenas uma taxa irrisória.

Condomínio

Foi o caso de Tamboré 2, um condomínio de luxo em Barueri, na Grande São Paulo. Ali, o apóstolo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, mora em uma casa de alto padrão, erguida em terreno da União. A Mundial paga R$ 5,8 mil por ano ao governo. Em 2012, a igreja comprou de um antigo ocupante o direito de usufruir da residência de 925 metros quadrados por R$ 1,3 milhão.

Em imobiliárias, casas no mesmo condomínio são anunciadas por valores entre R$ 6 milhões e R$ 35 milhões. O imóvel possui acabamento externo em mármore e jardim de palmeiras exóticas. O jornal O Estado de S.Paulo entrou em contato e encaminhou questionamentos por escrito à Igreja Mundial do Poder de Deus, mas não obteve resposta.

A Igreja Universal do Reino de Deus também usufrui de imóveis da União localizados em condomínios de alto padrão na Grande São Paulo, como o Alphaville 3 e o Tamboré 1, onde moram empresários, artistas e atletas famosos.

Nos últimos meses, a organização do bispo Edir Macedo colocou à venda por R$ 790 mil o direito de uso de um lote de 532 metros quadrados na Alameda Itanhaém, no Alphaville 3, um dos mais tradicionais da área. Há sete anos, a Igreja Universal recebeu o terreno plano e com poucas árvores como doação, estimada em R$ 100 mil, embora o valor venal fosse de R$ 162 mil. O Estado apurou com corretores da região que o valor de mercado, na verdade, seria superior a R$ 1 milhão.

Já no Tamboré 1, a igreja de Edir Macedo anunciou um terreno arborizado de 1,8 mil metros quadrados, na esquina das avenidas São Paulo e Limeira na Fazenda, por R$ 919 mil. O direito de uso desse imóvel foi comprado em 1997 pela simbólica quantia de R$ 0,07, embora o valor venal fosse, à época, de R$ 45 mil. Os terrenos estão abaixo do preço porque, segundo a imobiliária responsável pela venda, a Universal paga à vista ou com parcelas altas.

À reportagem a Universal disse que usa os imóveis citados para evangelização e como apoio ao trabalho da igreja. Atualmente, as maiores detentoras de imóveis pertencentes à União são a Igreja Cristã Maranata, com 40 propriedades ao todo, e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do Recife, ligada à Igreja Católica, com 37 imóveis.

Mulheres do Movimento Sem Terra (MST) ocuparam a sede do Ministério da Agricultura, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (9). O grupo faz parte da  Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra que vem acontecendo desde domingo (8) no Distrito Federal. O protesto é contra a liberação de novos registros de agrotóxicos. 

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Nas imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver que as mulheres têm os rostos cobertos e expõem cartazes pedindo uma reforma agrária e respeito ao gênero. De acordo com o MST, mais de 3 mil pessoas participam do ato.

Antes da ocupação, as manifestantes deixaram um caixão coberto com a bandeira do Brasil na porta de entrada do ministério, juntamente com pás e frascos vazios representando os agrotóxicos.

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A sede do Ibama, em Salvador, foi ocupada na manhã desta terça-feira, 22, por um grupo de pescadores e ambientalistas. Eles acusam o governo de inércia no combate ao óleo que contamina o Nordeste brasileiro desde o dia 30 de agosto passado.

Com faixas nas mãos e cantando palavras de ordem, o grupo entrou, sem resistência, no prédio do Ibama na capital baiana. Na segunda-feira, 21, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o Ibama destinou R$ 40,5 mil a mais nos cartões corporativos de nove servidores públicos do órgão que atuam nos Estados do Nordeste, para compra de suprimentos de segurança.

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O valor irrisório deixou as pessoas indignadas frente ao prejuízo incalculável que o dano ambiental já causa em mais de 2 mil quilômetros de praias.

Na Bahia, uma das preocupações é que o óleo, que já sujou diversas praias e prejudica a pesca de milhares de pessoas, chegue também a lugares de extrema sensibilidade ambiental, como o Parque Nacional de Abrolhos.

O rapper americano Snoop Dogg é um verdadeiro apreciador de cigarros de maconha e faz questão de deixar isso bem claro. O músico leva o gosto pela erva tão a sério que contratou um funcionário apenas para preparar seus baseados, já que, segundo ele, sua agenda atribulada não lhe permite tempo para tal tarefa. O escolhido, além de viajar na equipe de Snoop e acompanhá-lo por todos os lados, ganha o equivalente a US$ 50 mil por ano. 

O salário do 'enrolador profissional de maconha', contratado por Snoop, foi revelado por ele próprio durante uma entrevista ao programa The Howard Stern Show. O rapper contou que criou esse cargo por ser algo essencial para seu bem-estar e que considera o trabalho tão importante que paga entre US$ 40 e US$ 50 mil por ano ao funcionário, o equivalente a pouco mais de 200 mil reais. 

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Além disso, o enrolador profissional acompanha o rapper nas turnês, com todas suas despesas de viagem pagas, e pode fumar quanta maconha quiser, sem ser descontado por isso. Na entrevista, Snoop Dogg sintetizou o motivo de contratar o funcionário para fazer seus baseados: "Se você é bom em alguma coisa que eu preciso, eu vou te contratar". 

A Stone, uma empresa atuante no ramo de máquinas de cartões de crédito e débito, está oferecendo diversas oportunidades de emprego em algumas cidades pernambucanas. As vagas são para a área comercial e os interessados precisam acessar o site o site da empresa. Não há pré-requisitos, mas caso os profissionais já atuem na função desejada, isto será visto como diferencial.   

Há processos seletivos disponíveis nas cidades de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista, na Região Metropolitana do Recife; Gravatá e Caruaru, no Agreste; e Carpina, na Mata Norte. Todos para o cargo de consultor comercial externo.

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A Stone não divulgou detalhes sobre as etapas de seleção, mas os aprovados recebem remuneração compatível com o mercado, além das comissões conforme cumprimentos de metas. Ainda há benefícios como vale alimentação e refeição, vale transporte, seguro saúde e odontológico, seguro de vida, entre outros.

Em agosto de 1944, sem esperar pela chegada dos aliados, Paris se rebela após quatro anos de ocupação alemã. No dia 25, após uma semana de greves, barricadas e confrontos nas ruas, a capital recebe o general De Gaulle, que proclama por fim: "Paris liberada".

"Paris estava preparada para uma grande rebelião", disse mais tarde Alexandre Parodi, delegado na França do general Charles de Gaulle.

Em 17 de agosto, os aliados liberam Chartres e Orléans. Cada vez mais parece evidente que o americano Dwight D. Eisenhower, que os lidera, decidiu cercar Paris em vez de reconquistá-la. Os franceses o obrigarão a fazer isso.

Entre as duas tendências -comunistas e gaullistas- que dividem as Forças Francesas do Interior (FFI), o desafio estava em qual seria mais rápida.

Os representantes do general de Gaulle -Jacques Chaban-Delbas e Alexandre Parodi- tentam, em um primeiro momento, sufocar a impaciência dos parisienses. Mas em 18 de agosto, o coronel comunista Henri Rol-Tanguy, líder das FFI de Île-de-France, região parisiense, proclama a mobilização geral.

No dia 19, sem esperar pela ordem do governo provisório instalado em Argel, Parodi faz um chamado à insurreição junto à resistência parisiense: "Franceses, todos a luta!". Os trens, o metrô e a polícia entram em greve. Em pequenos grupos, alguns militares de Rol-Tanguy ataca soldados e veículos alemães isolados e outros ocupam prefeituras, delagacias e agências de correios ocupadas pelo inimigo.

- A Gestapo queima seus arquivos -

É o início de uma semana enlouquecida. no lado alemão, 16.000 homens, 80 tanques e cerca de 60 canhões estão desde 7 de agosto sob o comando do general Dietrich von Choltitz, instalado no Hôtel Meurice, a rue de Rivoli.

Os confrontos nas ruas, por vezes mortais, aumentaram. Mulheres, crianças e até padres fazem barricadas improvisadas nas ruas da capital, construídas com veículos incendiados, tampas de bueiros e até mictórios públicos quebrados. Desorganizados, os alemães se vêem confinados, pouco a pouco, pelas FFI em pontos da cidade.

Na rue des Saussaies, a Gestapo, que implantou ali seu escritório central, "queima rapidamente seus arquivos, que viram pequenas pilhas fumegantes na calçada", escreveu o correspondente da AFP.

Incansável, o cônsul-geral da Suécia, Raoul Nordling, convence o general Von Choltitz de aceitar um cessar-fogo de 45 minutos na noite de 19 de agosto, reinstaurado um dia depois. Essa trégua permitirá que a resistência se organize e tome a prefeitura da capital.

- Diversão com a chegada dos tanques -

Em 22 de agosto, Eisenhower cede e o general Philippe Leclerc, que comanda a 2ª Divisão Blindada, recebe finalmente a ordem de marchar por Paris. No dia 23 essa mesma divisão vai vai em direção a Chartres e Rambouillet (sudoeste de Paris), apoiada pela 4ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos.

Na noite do dia seguinte, uma multidão exultante recebe na prefeitura de Paris um destacamento blindado comandado pelo capitão Raymond Dronne. Os tanques têm nomes de cidades espanholas e são pilotados por republicanos antifranquistas da 9ª Companhia, a "Nove", que chegou para participar da liberação da França com muitos anarquistas. Eram 146 quando desembarcaram na Normandia, mas menos de 20 no final da guerra.

Na manhã de sexta-feira, 25 de agosto, os tanques Sherman de Leclerc entram em Paris em três colunas pelo sul e oeste, acompanhados das FFI. "Chegaram os franceses! Aqui estão! Desçam pelo Boulevard des Invalides", gritam os parisienses citados pela AFP. "A multidão avança lentamente, ao longo das paredes, aproveitando cada esquina, cada portão de garagem, e segue ansiosa o desenvolvimento do ataque", diz o texto.

Ao meio-dia a bandeira francesa ondula na Torre Eiffel, substituída durante mais de 1.500 dias por uma suástica. Pouco a poco, os rumores da batalha vão se apagando. Os aterrorizados alemães saem de todos os lugares, com as mãos na cabeça, e caminham entre insultos, cuspes e golpes em direção ao cativeiro.

- Von Choltitz capitula -

No Hôtel Meurice, Von Choltitz, que recusou a ordem de Hitler de transformar Paris em "um campo em ruínas", se rende pouco depois das 14:30h. Uma hora mais tarde, assina junto a Leclerc a rendição.

O general de Gaulle, que chegou de Rambouillet, vai para a prefeitura, onde se recusa, diante do Conselho Nacional de Resistência (CNR), a proclamar uma República que, para ele, "nunca deixou de existir".

Diz: "Paris ultrajada! Paris destroçada! Paris martirizada! Mas Paris liberada!" antes de saudar a multidão que se aglomera na praça.

No total, a "Batalha de Paris" matou quase 1.000 membros das FFI, 130 soldados da 2ª Divisão Blindada e cerca de 600 civis, além de mais de 3.000 soldados alemães.

Indígenas ocuparam, na manhã desta segunda-feira (12), o prédio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, em Brasília. O ato, de acordo com a organização, é em "defesa do subsistema de saúde indígena".

As mulheres que entraram no local querem uma reunião com a secretária da pasta, Silva Waipã, para debater sobre a eventual municipalização do SUS nas aldeias. 

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De diversas etnias, as índias estão se concentrando em Brasília para a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas do país. Elas devem fazer uma passeata até o Congresso Nacional nessa terça para tentar pressionar a votação de pautas que as beneficiem.

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Docentes das escolas municipais do Recife estão, desde essa sexta-feira (7), ocupando o quarto andar do prédio da Prefeitura, como forma de reivindicar uma negociação com a gestão pública, em relação ao reajuste salarial de 4,17%. A proposta dada pela Prefeitura seria dividir o valor em quatro parcelas ou dar em setembro, sem os retroativos, fato que a categoria não aceita.

De acordo com representantes dos educadores, os professores estão sem acesso aos banheiros, sem poder subir ao andar com comida ou água e com as luzes apagadas, além de estarem sendo "vigiados" pela Guarda Municipal. Por conta das condições impostas pelos representantes da Prefeitura no local, os profissionais estão fazendo reuniões avaliativas ao longo do dia, mas o objetivo é que fiquem até a segunda-feira (10), quando devem iniciar as mesas de negociações.

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A reunião está marcada para as 11h, mas os servidores não estão satisfeito com o horário imposto pelos representantes municipais. “A proposta para gente por parte da Prefeitura era uma negociação, que eles cancelaram no dia de ontem (07) e adiaram para segunda-feira, após a assembleia que nós teremos com a nossa categoria. Essa proposta não comtempla, porque a proposta da assembleia de segunda era avaliar o que a gente teria em mesa. É uma forma de a Prefeitura de desarticular o movimento da categoria”, afirma a coordenadora geral do Sindicato dos Professores do Recife (Simpere), Marina Presbítero.

De acordo com a coordenadora do Simpere, o ideal seria que a mesa de negociações começasse das 7h às 8h, para dar tempo de os representantes da categoria levarem as decisões tomadas em conjunto para a assembleia. Eles exigem que os retroativos, vindos desde janeiro, sejam pagos em julho, mas ainda de acordo com a gestora do sindicato, as decisões sobre o tema já foram decididas sem discussão com os professores. Até o momento somente as aulas do turno da manhã estão suspensas. 

Além dos salários, a manifestação dos profissionais da educação do Recife é pela melhoria das instalações das escolas, qualidade de merenda, pela convocação de um novo concurso público e para que haja eleição para gestão escolar, já que o cargo hoje é de confiança. “Existe um problema seríssimo com as merendas. Atrasa nas escolas. A gente também está na luta por estrutura e condições de trabalho. As escolas quando chove, é criança com guarda-chuva por conta da goteira. Quando não é isso, é o calor insuportável. A rede elétrica não é adequada. Atualmente as crianças ficam pelo menos um dia na semana sem aula porque não tem o professor para substituir os professores efetivos no dia do planejamento”, denuncia Marina Presbítero.

Por meio de nota, a gestão municipal se posicionou sobre o caso: "A Prefeitura do Recife informa que uma parte da comissão de integrantes do Simpere, que foi recebida nesta sexta-feira, continua no edifício sede. A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Administração e Gestão de Pessoas, esclarece ainda que não encerrou a negociação com os professores e novas reuniões estão sendo marcadas para chegarem a um acordo. O próximo encontro com a categoria está agendado para segunda-feira (10)".

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Após uma liminar que freou as demolições do projeto do Consórcio Novo Recife, escavadeiras voltaram a derrubar os galpões do Cais José Estelita, área Central do Recife, nessa quinta-feira (28). A retomada está amparada na derrubada da liminar anterior.

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Em uma noite truculenta entre manifestantes e seguranças, o grupo Ocupe Estelita garantiu a continuidade na luta pela requalificação do espaço em prol da utilização pública.

Perguntada se a retomada das máquinas enfraquece o movimento, uma das ocupantes, Inês Maia, garantiu que esse fato “só mostra que realmente é um projeto que tende, e continua, se envolvendo em ilegalidades. Como eles conseguem colocar máquinas aqui dentro com pessoas no lugar?”, questionou.

Insatisfeitos com o “teatro midiático” envolto aos galpões, os manifestantes relataram o reinício das demolições, apontando que as máquinas funcionaram com cerca de 60 manifestantes no local, pondo em risco a integridade dos mesmos.

De acordo com os manifestantes, escombros caíram no acampamento. Eles reivindicam um diálogo linear com o Prefeito do Recife, “A noite de ontem foi extremamente tensa, com imagens muitos brutais. O prefeito Geraldo Julio garantiu um ato homicida, e a gente precisa no mínimo de uma explicação, de preferência pessoal, cara a cara com o Ocupe Estelita”, solicitou Inês.

Em relação ao diálogo horizontal com a sociedade civil, o representante da Moura Dubeux no consórcio, Eduardo Moura, declarou que “O projeto foi democraticamente discutido pela sociedade organizada. A PCR coordenou todo esse processo, o movimento foi convidado e não quis participar”. Sobre algum percalço no desenvolvimento das obras pela atuação dos manifestantes, o representante revelou estar “tranquilo”, e complementou: “O que já temos demolido é suficiente para tocar a obra. Muitas áreas que estão ocupadas serão transformadas em avenidas e um parque, na etapa final das construções”, finalizou.

Com o projeto acusado de ilegalidade, desde a venda do terreno até os processos iniciais da construção, o defensor público da União André Carneiro Leão garantiu que a defensoria acompanha extrajudicialmente todos os acontecimentos com o intuito de evitar os conflitos e assegurar a liberdade de manifestação, já que é um direito assegurado na constituição. “A liberdade deve ser respeitada em qualquer situação, desde que não haja abuso”, finalizou.

Em relação ao cronograma do Novo Recife, Eduardo Moura explicou que nesta sexta-feira (29) já está sendo feita a limpeza do terreno, verificação estrutural dos galpões que serão demolidos e alojamentos dos futuros funcionários. Ele também declarou que ao fim das demolições e sondagens geológicas, programada até o fim do ano, será dado início ao processo de fundações.

Para realização do projeto, a empreiteira já conta com 70 profissionais terceirizados e abriu vagas para compor o quadro de funcionários. Desde a terça-feira (27), desempregados já formavam fila aos arredores do cais, na intenção de conquistar uma vaga de trabalho. Até essa quinta-feira (28), 2.107 currículos foram recebidos, desses, 10 serão contratados na próxima semana, afirmou Eduardo Moura.

Confira a nota da PCR

A Prefeitura do Recife informa que recorreu, através da Procuradoria Geral do Município, da liminar que proibia o município de conceder alvarás de demolição com o objetivo de recuperar a legitimidade administrativa na regulação de obras e ordenamento urbano, que estava suspensa por liminar. A gestão municipal tem a absoluta segurança, como confirmou a Decisão do Tribunal de Justiça, de que não há impedimento legal para a concessão de alvará de demolição no caso do Cais José Estelita, que conta com anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Trata-se de um empreendimento privado, mas que após a Lei 18.138/2015 aprovada pela atual gestão, que obrigou os empreendedores a refazerem o projeto, resultará na entrega de 65% do terreno para uso público, inclusive com um parque linear onde hoje existem pistas, a reforma de 28 galpões que serão um centro cultural aberto a toda população, além de calçadas mais largas, ciclovia, seis quadras esportivas embaixo do Viaduto Capitão Temudo, novo sistema viário, ligação do Cais com a Dantas Barreto, entre outros benefícios públicos para a cidade. Os empreendedores estão obrigados a investir R$ 80 milhões nas áreas públicas.

 O segundo do ‘Ocupe a Peixaria Candeias’ acontece nesta quinta-feira (21), na Peixaria Lula Cortes, na orla de Candeias, Jaboatão dos Guararapes. A intervenção cultural cobra incentivo público e evidencia a falta de investimento na cultura local por parte da prefeitura.

Nesse ato, o músico, compositor e ativista cultural Roberto Xexéu apresenta seu novo show "SAMBURÁ tá CHEIO". No primeiro encontro, em apoio à ocupação, os músicos Allen Jerônimo e Filipe Niero se manifestaram através do projeto #baiaodelulas.

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O ‘Ocupe a Peixaria Candeias’ é aberto ao público e acontece das 17h às 20h.

Serviço

Ocupe a Peixaria Candeias

21 de março | 17h às 20h

Peixaria de Lula Côrtes (Orla de Candeias - Jaboatão dos Guararapes)

Gratuito

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terras (MST), principalmente mulheres, ocuparam, nesta quarta-feira (13), uma fazenda do médium João de Deus, em Anápolis, no interior de Goiás. Segundo texto do movimento, o território ocupado é "fruto do abuso, do estupro e da violência".

O médium João Teixeira de Farias, conhecido como João de Deus, está preso em Goiânia desde o dia 16 de dezembro de 2018. Ele é réu em duas ações penais oriundas de denúncias de casos de abuso sexual a frequentadoras da Casa Dom Inácio Loyola, em Abadiânia, onde João de Deus realizava atendimento espiritual.

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De acordo com o MST, João de Deus também é conhecido por concentrar lotes, terras improdutivas e terrenos. Para a polícia, ele teria afirmado possuir seis fazendas em Goiás. A ação do MST faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que começou na última semana.

 

 

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