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O ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), respondeu ao ex-ministro de Bolsonaro, Osmar Terra, que havia o ironizado sobre pesquisa da Quaest em que o pré-candidato à Presidência, Lula (PT), estava à frente de Bolsonaro (PL).

Osmar Terra compartilhou a pesquisa com uma foto de Boulos e de Manuela D'ávila juntos na campanha de 2018. "Para quem não conhece, este é Felipe Nunes, o diretor da Quaest, que fez pesquisa eleitoral para presidente", disse o ex-ministro. 

Na pesquisa da Quaest divulgada nesta quinta-feira (12), pelo Estadão, Lula lidera a corrida presidencial em São Paulo e aparece com 39% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 28%.

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Em resposta, Boulos brincou e chamou o ex-ministro de 'Osmar Terra Plana', que "deve estar sofrendo com sequelas tardias da cloroquina". 

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Depois de cancelar a agenda desta segunda-feira e passar o dia no Palácio do Planalto sem compromissos oficiais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a apoiadores que se reuniu nesta terça-feira, 24, com o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). O encontro não consta da agenda oficial.

Médico, Terra foi ministro da Cidadania de Bolsonaro e um dos principais integrantes do chamado "gabinete paralelo" que assessora o governo na pandemia do novo coronavírus. Na contramão das evidências científicas, o parlamentar é defensor do uso de cloroquina e ivermectina no tratamento da covid-19.

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"Estive com ele agora há pouco", disse Bolsonaro sobre Osmar Terra a um apoiador que disse "ter vindo da terra" do ex-ministro. O deputado federal é de Porto Alegre.

Bolsonaro chegou ao Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, por volta das 18 horas e teve um rápido encontro com simpatizantes no chamado "cercadinho", tal como fez pela manhã, antes de ir trabalhar.

O chefe do Executivo, no entanto, não explicou o porquê cancelou a agenda do dia e sua participação no Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul), que acontecerá na quinta-feira, 26, em Cartagena das Índias, Colômbia.

Questionada pela reportagem, a Secretaria Especial de Comunicação do governo (Secom) também não informou o motivo das mudanças de planos.

Atualizada com o informe "Sem compromisso oficial", a agenda oficial de Bolsonaro antes previa participação às 16h30, de cerimônia de lançamento do Programa Nacional de Prestação de Serviço Civil Voluntário, no Palácio do Planalto. O evento ficou para sexta-feira, às 9h30.

Além disso, Bolsonaro se reuniria hoje com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, com o subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral, Pedro Cesar Sousa, e com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.

Após mais de oito horas de depoimento, o deputado federal e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) finalizou sua participação na CPI da Covid. Na fala reforçou dados distorcidos sobre a pandemia do novo coronavírus e criticou a adoção do isolamento social para combater a doença, apesar da orientação contrária da ciência.

Convidado a falar à CPI por ser apontado como integrante do suposto "gabinete paralelo" que orientou o presidente na condução da pandemia, Terra voltou a dizer que o fim da pandemia se dará com a imunidade de rebanho, e que a tese não seria uma "estratégia", mas um resultado da doença. Depois de fazer várias declarações públicas minimizando a vacinação, disse à comissão que defende a vacina contra a covid-19, mas que a imunização "natural", quando a pessoa contrai a doença, também seria importante para pôr fim ao estado pandêmico.

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Terra afirmou durante o depoimento por várias vezes que Bolsonaro não teve poder de decidir nada sobre a crise. Ele disse que isso foi resultado da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a competência de Estados de decidir sobre ações de combate à pandemia. A Corte, no entanto, não limitou o poder da União, como costumam dizer os aliados de Bolsonaro, mas assegurou a Estados e municípios a autonomia para tomar medidas contra a propagação da doença.

"Genocida? Nosso presidente não teve poder de decidir nada, não teve a caneta na mão", disse o deputado, rebatido por integrantes da CPI sobre o real significado da decisão do STF.

Ao falar na CPI da Covid sobre a crise entre Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Terra defendeu que o então titular da Pasta pudesse ter ficado no cargo se tivesse se adaptado às ideias do presidente. "Sempre achei que o mais importante não era trocar o ministro, era manter o ministro, e ganhar o ministro, discutir com ministro ideias que tivessem de acordo com o presidente. Quem tem a responsabilidade de conduzir, se der errado, é o presidente", afirmou o ex-ministro.

O deputado Osmar Terra (MDB-RS), apontado como um dos principais influenciadores do presidente Jair Bolsonaro na pandemia de Covid-19, reafirmou que, mesmo hoje, faria o uso de medicamentos, como a cloroquina, sem a eficácia comprovada para tratar a doença. "Eu tomei, tomaria de novo se precisasse, se tivesse a doença, porque não tinha nada para fazer a não ser ficar esperando e tomar dipirona", declarou ele nesta terça-feira a senadores da CPI da Covid.

O deputado, que voltou a defender o uso dos medicamentos, argumentou que diversos fármacos têm bulas que preveem efeitos colaterais com "tragédias enormes". Contudo, os medicamentos defendidos pelo parlamentar para o tratamento da covid não são indicados contra doença. Com relação a isso, Osmar voltou a defender o uso "off-label", fora da bula, do medicamento, sob o argumento de que o médico deve ter autonomia para prescrever tratamentos.

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O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), senador Omar Aziz (PSD-AM), rebateu a defesa de Terra aos fármacos, afirmando que eles não haviam lhe ajudado. Aziz apontou que o parlamentar precisou ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em decorrência da doença. "A cloroquina não lhe ajudou muito não, o que lhe ajudou foi o bom hospital que o senhor tinha e os bons médicos que estavam te atendendo", declarou Aziz.

O ex-ministro da Cidadania do governo Bolsonaro presta, nesta terça-feira, seu depoimento à CPI. Osmar Terra é um dos membros do governo que tem patrocinado, nas redes sociais, projeções que diminuem o impacto do novo coronavírus e fomentado, entre apoiadores do presidente, teorias sem comprovação científica que estimulam o contágio.

Pausa

Após as inquisições do senador Humberto Costa (PT-CE), o senador Aziz anunciou que a oitiva seria suspendida por 30 minutos para que os membros do colegiado, e o depoente, pudessem almoçar.

Na manhã desta terça-feira (22), durante a oitiva do ex-ministro da Cidadania Osmar Terra (MDB-RS), na CPI da Covid-19, um pequeno globo terrestre na mesa do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) chamou a atenção da web. A situação, que foi apontada como engraçada e “debochada” por inúmeros perfis no Twitter, teria relação com a suposta ideologia do ex-ministro que, de acordo com internautas, é adepto do chamado “terraplanismo”, ou seja, a crença de que o planeta Terra é uma superfície plana.

Apontado como um dos principais membros do “gabinete paralelo”, grupo acusado de aconselhar inadequadamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Osmar Terra tem um histórico permeado por declarações negacionistas. Em seus perfis nas redes sociais, o parlamentar gaúcho, que é médico, colocou em xeque várias vezes os efeitos do isolamento social, e defendeu a hidroxicloroquina mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter encerrado os estudos com o medicamento, dada a ineficácia em reduzir a mortalidade de pacientes infectados com o novo coronavírus.

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Em uma de suas afirmações mais marcantes, em abril do ano passado, Terra afirmou que os óbitos por Covid-19 no Brasil não ultrapassaram o número de mortes registradas por gripe suína (H1N1) na epidemia que atingiu o país entre os anos de 2009 e 2010, e deixou 2.098 mortos. Até esta segunda-feira (21), o Brasil registrou mais de 500 mil mortos.

Acompanhe os destaques do Twitter:

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A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid apontou contradições no depoimento do deputado Osmar Terra (MDB-RS), nesta terça-feira (22). Ele foi acusado de ter disseminado informações falsas durante a sessão do colegiado. O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), chamou Terra de "líder do negacionismo".

No depoimento, Osmar Terra afirmou que o lockdown decretado por prefeitos e governadores provocou a morte de pessoas em função de infecções de famílias dentro de casa. Além disso, disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) limitou o poder de Bolsonaro de interferir nas decisões e conduzir a resposta à pandemia. O STF, porém, garantiu autonomia de Estados e municípios, mas atribuindo à União a mesma responsabilidade, o que é chamado de "competência concorrente". Além disso, o distanciamento social é apontado por cientistas como medida eficaz para controlar a doença antes da vacinação ampla da população.

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"Não tem mentira maior de dizer que o STF tirou poder do presidente. Isso é a maior mentira que existe", disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou ainda que o deputado caiu em contradição porque está comprovado que o lockdown não piora os índices de contaminação, mas, ao contrário, impede o avanço da doença.

Renan Calheiros destacou que Osmar Terra errou ao apresentar dados sobre imunidade de rebanho em Manaus e ao declarar que a taxa de reinfecção é pequena. Análise conduzida por cientistas do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) sugere que até 31% dos indivíduos que tiveram Covid-19 em Manaus após janeiro de 2021 - quando a cidade foi atingida pela segunda onda da doença - correspondem a casos de reinfecção pela nova variante P.1 do coronavírus.

A situação da pandemia na Suécia, citada por Osmar Terra como exemplo para defender a imunidade de rebanho, também foi contestada na CPI. O Parlamento da Suécia afastou o primeiro-ministro do país, Stefan Lofven, em uma decisão na segunda-feira (21). "Se no Brasil tivesse um parlamentarismo, Bolsonaro estava retirado do poder há muito tempo", afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA).

'Gabinete paralelo'

Um pouco antes, o deputado Osmar Terra voltou a negar a existência de um "gabinete paralelo" para assessorar o presidente Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19. Ele admitiu que conversa com o chefe do Planalto, em média a cada duas semanas, mas declarou que os posicionamentos de Bolsonaro são pessoais. "É da cabeça dele."

A CPI já reuniu provas da existência de um "gabinete paralelo", com a participação de Osmar Terra, para subsidiar Bolsonaro em posturas na contramão da ciência, como incentivo ao uso de medicamentos sem eficácia para Covid-19 e a defesa da imunidade de rebanho como estratégia para controlar a doença no País. O deputado é chamado por senadores como "ministro paralelo" e negou que tenha recebido convite ou buscado ocupar a chefia do Ministério da Saúde.

Uma reunião em setembro do ano passado, com a presença de Terra, articulou a formação de um "gabinete das sombras" para subsidiar as decisões do presidente. O vídeo do encontro foi exibido pelo relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL). O deputado se sentou ao lado de Bolsonaro na ocasião.

Terra afirmou que não tem relações profundas de articulação com os participantes da reunião, como os médicos Paolo Zanotto e Nise Yamaguchi. O parlamentar alegou ainda ter tido reuniões pontuais com o ex-ministro Eduardo Pazuello e com o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, mas negou ter conhecimento ou interferência nas políticas adotadas pelo ministério.

Osmar Terra negou que seja líder de um "gabinete paralelo!. "Eu sei que o senhor (relator) está tentando encontrar a verdade nisso, mas não existe esse gabinete. Esse gabinete é uma ficção", disse o deputado a Renan, afirmando que as teses defendidas na reunião são opiniões pessoais. "O presidente julga as coisas do jeito que ele quer. Ele não é teleguiado por ninguém. Ele vê, aceita uma informação, se ele acha que está certo."

Durante o depoimento na CPI, Osmar Terra culpou o lockdown pelas mortes da Covid-19, afirmando que, com as medidas de restrição e a contaminação de pessoas "trancadas em casa", o quadro de óbitos "era inevitável". A frequência de reuniões entre Osmar Terra e Bolsonaro é comparada ao ritmo de agendas do chefe do Planalto com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na CPI, Pazuello citou que se reunia uma vez a cada duas semanas com Bolsonaro e afirmou que as audiências ocorriam "menos do que ele gostaria."

Questionado sobre a defesa da imunidade de rebanho, com a infecção de pessoas, como medida mais eficaz que a vacinação para o fim da pandemia, Osmar Terra argumentou que "um vírus vivo procura mais anticorpos do que um vírus inativado (vacinas)". A declaração foi contestada por senadores. "A vacinação é uma contaminação em dose segura, o que não é o caso da infecção natural. Não dá para comparar com vacina, pelo amor de Deus", disse Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

A CPI da Covid ouve nesta terça-feira, na condição de convidado, (22) o deputado Osmar Terra (MDB-RS), médico e ex-ministro da Cidadania, apontado como integrante do suposto “gabinete paralelo” que teria orientado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O tal gabinete, cuja existência é negada por Terra, supostamente compartilhou medidas anticientíficas e que tiveram impacto negativo no controle do vírus no Brasil.

Durante seu depoimento, o ex-ministro voltou a defender a imunidade de rebanho, mesmo após negar tê-la defendido, e também criticou o isolamento social. Osmar é médico especialista em medicina perinatal, não em virologia, infectologia ou áreas correlatas.

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Na comissão, foram exibidas cerca de três compilações diferentes, contendo diversos vídeos, datados entre 2020 e 2021, nos quais Terra aparece defendendo, ferrenhamente, a imunidade de rebanho. O conceito controverso e majoritariamente descartado pelos profissionais de saúde se tratando da Covid-19, insinua que a alta contaminação da população pode gerar anticorpos naturais, assim, a doença teria capacidade de se controlar sozinha.

O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou ao deputado federal se o número alto de mortos na busca pela imunidade de rebanho seria defensável. O parlamentar reafirmou que nunca defendeu imunidade de rebanho como estratégia para o enfrentamento à pandemia. Osmar Terra também disse não acreditar que sua visão sobre imunidade de rebanho tenha influenciado diretamente a gestão federal. Segundo ele, Bolsonaro ouve diversos especialistas, e que os dois coincidem apenas sobre “condenar” o lockdown. A medida restritiva é rejeitada pelos políticos.

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Para dar força ao argumento, o ex-chefe da Cidadania mencionou a Suécia como um exemplo de sucesso no controle da pandemia, ressaltando que o país não optou pelo lockdown e manteve medidas de proteção básicas, sem fechar escolas e ambientes de trabalho. A informação não é verdadeira. Sem isolamento, Suécia sofria já no final de 2020 com Covid-19 fora de controle, UTIs lotadas e escassez de profissionais de saúde.

“Se o isolamento funcionasse, não morria ninguém em asilo. Os asilos foram o lugar com maior número de mortos em 2020; 46% das mortes nos Estados Unidos foram em asilos em 2020, 80% das mortes no Canadá. 70% das mortes da Suécia que não fechou nada, só orientou lavar as mãos e manter distância. O que a Suécia, Japão e Coreia fizeram foi o que sempre se fez em pandemias, as pessoas guardam distância, tem protocolos de segurança no trabalho e nas escolas”, testemunhou Terra.

O deputado também citou que a imunidade de rebanho poderia ser alcançada no Brasil quando 60% a 70% da população contrair a doença. Esse porcentual significaria a infecção de mais de 120 milhões de pessoas no país. Atualmente, cerca de 19 milhões de casos foram confirmados oficialmente, com 502.817 mortes.

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A CPI da Covid aprovou, nesta quarta-feira (9), uma série de novas convocações, entre elas do ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra. Ele é apontado por membros da CPI como um dos integrantes do suposto "gabinete paralelo" do governo Bolsonaro, um grupo extraoficial que aconselharia ações a serem tomadas no combate à Covid-19. Os senadores também aprovaram a convocação do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) que teria produzido um documento sobre mortes na pandemia do novo coronavírus, Alexandre Figueiredo Costa e Silva.

Terra estava presente no encontro com presidente Jair Bolsonaro que reuniu defensores do tratamento precoce para a Covid-19, em que o virologista Paulo Zanotto sugere a formação de um "shadow cabinet", com integrantes que não fossem expostos publicamente, para aconselhar o governo sobre vacinas contra o coronavírus.

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Durante a pandemia, Terra recorreu diversas vezes às redes sociais para divulgar informações imprecisas sobre a pandemia do novo coronavírus. Ele também é apontado como um dos aliados do presidente que teria o influenciado sobre a tese da "imunidade de rebanho".

O requerimento para convocar o auditor do TCU foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). "Para que seja possível esclarecer os detalhes de sua participação na elaboração de 'estudo paralelo' apontando que metade das mortes no País pelo coronavírus não teriam ocorrido, tratando-se de expediente de Governadores para obterem mais recursos do Executivo Federal, faz-se necessária a convocação do Sr. Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União", disse o senador.

O documento que teria sido elaborado por Alexandre Silva foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro como forma de comprovar sua tese de que cerca de metade das mortes registradas como Covid-19 não seriam causadas pela doença.

Entre os demais convocados estão o ex-secretário de saúde do Distrito Federal Francisco de Araújo Filho, o desenvolvedor do aplicativo TrateCOV, o Secretário de Comunicação Institucional, Felipe Cruz Pedri, o empresário José Alves Filho, e o presidente da Apsen Farmacêutica, Renato Spallicci.

Sigilo

Os senadores governistas resistiram à votação de vários requerimentos, e fizeram um apelo para que ao menos parte das solicitações fossem analisadas nesta quinta-feira (10) pelo colegiado. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a ler os requerimentos de quebras de sigilo telefônico e telemático de seis pessoas, entre elas o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o auditor do TCU. A votação foi adiada para amanhã.

Os pedidos de transferências de sigilo também atingem o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como "Capitã Cloroquina", o tenente-médico Luciano Dias Azevedo, que teria sugerido um decreto sobre distribuição de cloroquina nas unidades de saúde para pacientes com Covid-19, e o ex-assessor especial de Pazuello Zoser Plata Bondim.

O senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE) voltou a pedir que a CPI votasse o requerimento de convocação do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. A solicitação foi apresentada por Girão no contexto de esforço de aliados do governo para que a CPI direcione seu foco às suspeitas de desvios de recursos públicos em Estados e municípios. No entanto, os colegas do senador voltaram a questionar a legalidade em se convocar o diretor da PF e negaram o requerimento.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), pediu destaque sobre o pedido, para que ele não fosse votado em bloco com os demais requerimentos. Com isso, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), colheu os votos de cada senador da comissão separadamente, e a convocação de Maiurino foi rejeitada por oito votos a um.

A suspeita da existência de um Ministério da Saúde informal no combate à pandemia no Brasil foi reforçada por uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com integrantes do grupo pernambucano Médicos pela Vida. Pleiteado pelos próprios profissionais, o grupo negacionista cobrou autonomia para receitar substâncias ineficazes contra o vírus, no encontro transmitido ao vivo pelo Facebook em setembro do ano passado. A informação é do site Marco Zero.

Sem máscara, três pernambucanos participaram do evento e pousaram para fotos ao lado de três dos principais propagadores de informações falsas sobre a pandemia no Brasil: o presidente Bolsonaro, a oncologista Yamaguchi - refutada diversas vezes na CPI da Covid-19 - e o deputado Osmar Terra (MDB-RS), que errou em suas previsões contra a doença.

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Estiveram presentes o oftalmologista e líder do Médicos pela Vida, Antônio Jordão, o pneumologista e coordenador, Blancard Torres, e a pediatra Tilma Belfort. Ao todo, o movimento conta com sete médicos, desses cinco são pernambucanos.

Em determinado momento, Blancard reclamou de uma advertência que teria recebido do Hospital Português por indicar tratamento precoce e criticou as medidas restritivas determinadas pelo governador Paulo Câmara (PSB) para evitar a piora da pandemia.

“Porque eu falei (em um vídeo) que os genocidas eram os governadores, como Paulo Câmara, e os prefeitos, (como) Geraldo Júlio. Eles negam essas medicações”, sugere sem provas.

O grupo negacionista também reclamou da postura do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), que é contra o tratamento precoce, apesar de defender a autonomia profissional, e pediu que Bolsonaro proteja os médicos que receitam os medicamentos sem eficácia comprovada.

"Como eu posso fazer vídeo instruindo o povo se eu não tenho o presidente dizendo que não pode me atacar? porque se me atacar, ataca o senhor. Eu sou o seu soldado, você é meu capitão. O senhor tem que estar ao meu lado", afirmou Blancard.

Gabinete das sombras

O presidente respondeu que os conselhos deveriam pedir ação preventiva para os médicos receitarem o tratamento com tranquilidade. Em determinado momento, o virologista Paolo Zannoto solicitou a criação de um "shadow cabinet" - gabinete das sombras - para lidar com a pandemia longe dos holofotes.

Embora as ações da CPI da Covid apontem para a elucidação de desvios de recursos federais e comportamentos controversos de políticos e profissionais da saúde, antes do início dos depoimentos, o grupo publicou um abaixo-assinado em que nega as vacinas e as medidas de prevenção. Em contrapartida, pedem que a inalação de hidroxicloroquina seja indicada como alternativa ao tratamento.

Após o vexame do depoimento de Nise Yamaguchi na Comissão, o Médicos pela Vida emitiram nota em repúdio às “posturas inaceitáveis de políticos”. Um dia depois, o Conselho Federal de Medicina se posicionou “para manifestar sua insatisfação com a postura de membros da CPI".

Após a repercussão da movimentação paralela, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitou a convocação de Osmar Terra (MDB-RS) e do médico Paolo Zanotto na CPI da Covid.

O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou requerimentos de convocação para que o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e o médico Paolo Zanotto se expliquem à comissão. A motivação para os requerimentos foi o vídeo divulgado pela imprensa que mostraria reunião de um suposto "gabinete paralelo" ao Ministério da Saúde, cujo objetivo seria aconselhar o presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia. Segundo Randolfe, o vídeo seria “a prova definitiva da existência do gabinete paralelo”.

No vídeo divulgado pelo site de notícias Metrópoles aparecem o virologista Paolo Zanotto, a médica Nise Yamaguchi, o deputado federal Osmar Terra (ex-ministro da Cidadania no governo Bolsonaro) e o próprio Jair Bolsonaro. Osmar Terra é chamado pelo presidente de “padrinho” e “assessor”. No vídeo, há falas de ressalva ao uso da vacina e de defesa da hidroxicloroquina. Os participantes da reunião não usavam máscaras.

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Vários senadores utilizaram o Twitter para reagir à publicação do vídeo. Para o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), o vídeo confirmaria a tese do gabinete paralelo e explicaria por que o ex-ministro Eduardo Pazuello dizia que a vacinação “iniciaria no dia D, na hora H”. Segundo Omar Aziz registrou em sua conta no Twitter, Pazuello esperava “as determinações do ‘shadow cabinet’ [expressão citada por Paulo Zanotto no vídeo]”.

Na opinião do relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a existência do gabinete paralelo é “inegável”. Ele lembra que a reunião exibida no vídeo ocorreu em setembro do ano passado, quando a primeira oferta de vacinas da Pfizer já tinha ocorrido. E acrescenta que “no dia 12 de setembro a Pfizer oferta vacinas diretamente a Bolsonaro, que despreza o imunizante até março de 2021. Apenas no dia 18 de agosto foram ignoradas 130 milhões de doses”. Para Renan, o vídeo mostra “o ministério da doença em ação”.

O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) também comentou o vídeo em sua conta no Twitter. Ele afirmou que o gabinete paralelo estaria “orientando Bolsonaro contra as vacinas”. Os senadores petistas Rogério Carvalho (SE), Jean Paul Prates (RN) e Humberto Costa (PE) também usaram suas redes sociais para destacar a divulgação do vídeo e criticar a atuação do governo federal.

Humberto afirmou que “o desgoverno Bolsonaro é tão delinquente que não teve nenhum receio de registrar em vídeo a prova [do] seu crime”. Segundo o senador, “enquanto deixava sem resposta ofertas de vacina, o presidente participava de reuniões do gabinete paralelo, onde negava a ciência e defendia medicamentos sem eficácia”.

*Da Agência Senado

Diagnosticado com covid-19 em 20 de outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, livrou-se do vírus no último dia 4, mas, um mês após começar o tratamento, ainda sente os efeitos da doença. Mesmo assim, retomou a rotina de trabalho e, ao longo desta sexta-feira, 27, participou de mais de sete reuniões.

Pazuello reclama de cansaço, dores no corpo e inchaço. Nas conversas com amigos, ele se queixa de dificuldades para realizar atividades cotidianas, como subir escadas. Apesar de o governo defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para combater o coronavírus, como a hidroxicloroquina, o ministro também recorreu a antibiótico, corticoide e anticoagulante, além de soro para hidratação.

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Ao participar da primeira cerimônia após voltar ao trabalho, no último dia 11, Pazuello admitiu a gravidade da doença. "Não estou completamente recuperado, é claro. É uma doença complicada. É difícil você voltar ao normal, mas a gente já consegue trabalhar um pouquinho. É o primeiro dia de atividade no trabalho", disse o ministro, que é general do Exército, em cerimônia na Saúde.

No dia anterior, o presidente Jair Bolsonaro havia minimizado a pandemia. Afirmara que o Brasil precisava deixar de ser "um País de maricas" e enfrentar a doença. "Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô! Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um País de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa, para a urubuzada que está ali atrás", protestou Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto, apontando para o local reservado aos jornalistas.

Dois dias após o diagnóstico, o próprio Pazuello chegou a falar que estava "zero bala", depois de tomar o "kit completo" contra a covid-19, que inclui medicamentos sem eficácia comprovada para a doença, como a hidroxicloroquina. A declaração foi dada em transmissão ao vivo nas redes sociais, ao lado de Bolsonaro. No vídeo, o presidente afirmou que Pazuello era "mais um caso concreto" de que o uso destes medicamentos "deu certo".

Embora tenha indicado que estava recuperado, Pazuello foi internado em 30 de outubro, no DF Star, um dos mais conceituados hospitais de Brasília, com quadro de desidratação. No dia 1º de novembro, passou a se tratar no Hospital das Forças Armadas (HFA). Recebeu alta no dia 3 e, logo em seguida, sua equipe informou que o vírus não estava mais ativo. Procurado novamente ontem, o Ministério não se pronunciou sobre a saúde de Pazuello. Até agora, 13 ministros de Bolsonaro já contraíram covid-19.

Osmar Terra continua internado

Já o ex-ministro da Cidadania e atual deputado federal, Osmar Terra (MDB-RS) foi internado no domingo, 22, no Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul (HSL-PUCRS), em Porto Alegre. Terra é negacionista e sempre minimizou a gravidade da pandemia e as consequências positivas do isolamento social.

Nas redes sociais, o deputado disse que faria "exames de avaliação e fisioterapia complementar no tratamento da covid". O objetivo da internação, segundo ele, era "acelerar volta ao trabalho o mais breve possível". Nove dias antes, Terra havia anunciado a infecção por coronavírus, afirmando que tomou hidroxicloroquina e ivermectina, medicamentos sem eficácia comprovada, mas indicados pelo governo Bolsonaro.

Boletim hospitalar da manhã desta sexta-feira, 27, informa que Terra continua internado, "apresenta boa melhora no quadro geral, encontra-se estável e com bom padrão respiratório."

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) foi internado com Covid-19, nesse domingo (22), no Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul (HSL-PUCRS), em Porto Alegre. Pelas redes sociais, o parlamentar disse que está "fazendo exames de avaliação e fisioterapia complementar no tratamento da Covid".

Segundo publicou Terra no Twitter, o objetivo da internação é "acelerar volta ao trabalho o mais breve possível". Procurada, sua assessoria não informou previsão de alta e disse "aguardar o boletim de hoje". Quando Terra foi internado, o hospital divulgou que "o paciente seguirá em observação durante os próximos dias".

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Osmar Terra, que já minimizou a Covid-19 em diversas oportunidades, anunciou ter contraído a doença há nove dias. Na ocasião, o parlamentar escreveu no Twitter que estava "bem e sem sintomas", e que havia iniciado "tratamento precoce com hidroxicloroquina e ivermectina".

Segundo informou sua assessoria, o deputado tomou ivermectina e hidroxicloroquina apenas pelo "período mínimo recomendado, que foi de cinco dias". Não há, no entanto, pesquisas conclusivas que apontem para a eficácia desses medicamentos no tratamento da Covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já destacou que não há eficácia comprovada da hidroxicloroquina contra a Covid-19 e alertou para a gravidade de seus efeitos colaterais.

A conclusão de um estudo feito pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) indica que, além de ineficaz no tratamento da Covid-19, a hidroxicloroquina pode causar efeitos colaterais significativos no corpo humano, comparados a medicamentos usados na quimioterapia.

Quanto à ivermectina, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou em julho que o medicamento não é recomendado para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus.

Ex-ministro da Cidadania, Terra foi um dos principais críticos do distanciamento social e defensor do isolamento vertical, no qual a quarentena é feita apenas por idosos e pessoas do grupo de risco. O discurso também foi adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, que argumenta que "tão importante quanto preservar vidas, é preservar a economia". No dia em que Terra anunciou ter sido infectado pela doença, por exemplo, o presidente se referiu à segunda onda doença como "conversinha".

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), conhecido pelas atitudes negacionistas e pelas diversas previsões erradas sobre o coronavírus, testou positivo para a doença. O anúncio foi feito pelo parlamentar em seu perfil no Twitter nesta sexta-feira, 13. No início da pandemia, Terra foi alçado ao posto do guru do bolsonarismo na área da saúde e subestimou o número de mortos. O País já tem 5,7 milhões de casos confirmados e supera 164 mil óbitos.

"Estou bem e sem sintomas. Já iniciei tratamento precoce com hidroxicloroquina e ivermectina. Comecei o isolamento em casa e cumprirei minha agenda de forma remota nos próximos dias seguindo instruções médicas", publicou na rede social.

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Ex-ministro da Cidadania, Terra foi um dos principais críticos do distanciamento social e defensor do isolamento vertical, no qual a quarenta é feita apenas por idosos e pessoas do grupo de risco. O discurso também foi adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, que argumenta que "tão importante quanto preservar vidas, é preservar a economia".

Nesta sexta-feira, 13, por exemplo, o presidente se referiu a segunda onda doença como "conversinha". No dia 18 de março, Terra disse que o coronavírus mataria menos que o H1N1, que vitimou 2.098 pessoas em 2009. Em 7 de abril, ele fez outra falsa previsão e disse que a covid-19 mataria menos que a gripe sazonal no Rio Grande do Sul, mencionando 950 mortos. O número foi alcançado três dias depois. Dois dias depois, em conversa com o atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o deputado tentou acertar outra vez e chutou "entre 3 e 4 mil mortos".

Com o nome ventilado para assumir o Ministério da Saúde em pleno avanço da covid-19, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) negou, nesta terça-feira (7), ter recebido convite do presidente Jair Bolsonaro para ocupar o lugar de Luiz Henrique Mandetta. Terra disse que apenas foi chamado ontem por Bolsonaro para almoço no Palácio do Planalto para tratar do uso da hidroxicloroquina.

"É melhor que o ministro Mandetta se afine com o presidente. Acho que não precisa trocar ministro. Não sou candidato. Pode ser qualquer um, se tivesse que trocar. Tem muita gente competente aí, mais competente do que eu", disse Terra em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.

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Ex-ministro da Cidadania, o deputado concorda com Bolsonaro em relação ao relaxamento de medidas restritivas e defende "experimentar" cloroquina para pacientes com sintomas iniciais da covid-19. Os dois temas - a quarentena e o medicamento - são controvérsias entre Bolsonaro e Mandetta.

"O que tenho afirmado é que essa quarentena não tem sentido. Está sacrificando a população, quebrando o País e não diminui o número de casos", disse Terra.

"O vírus é uma força da natureza. Só vai diminuir o contágio quanto tiver metade da população contaminada. E só vai diminuir a epidemia quando chegar a 70%, 80% da população contaminada. Tem de proteger idosos e doentes. Juntar as pessoas em casa aumenta o contágio", afirmou o deputado, que é médico, mas contraria visões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde sobre o isolamento social.

A crise aberta entre Bolsonaro e Mandetta cresceu durante a segunda-feira, um dia depois do presidente dizer que iria "chegar a hora" de pessoas que estavam "se achando" no seu governo. À noite, após ser recebido sob aplausos por técnicos do Ministério da Saúde, Mandetta anunciou que permanece no cargo. O ministro pediu "paz" para chefiar a pasta e, sem citar diretamente Bolsonaro, reclamou de críticas que, em sua visão, criam dificuldades para o seu trabalho.

Quatro funcionários destituídos da equipe de Tecnologia da Informação do Ministério da Cidadania, por causa de suspeitas de fraudes em contratos da área de computação, continuam ocupando cargos no governo do presidente Jair Bolsonaro, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Os funcionários questionaram a versão apresentada pelo então ministro Osmar Terra para a saída da pasta e alegaram que não foram avisados sobre o motivo da realocação. Ontem, Bolsonaro anunciou a saída de Terra do ministério.

Como revelou o Estado, a pasta ignorou alertas de fraude e contratou por R$ 7 milhões a Business to Technology (B2T), empresa que virou alvo da Polícia Federal na Operação Gaveteiro sob suspeita de ser usada como laranja para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos entre 2016 e 2018, na gestão de Michel Temer. Terra informou ter encaminhado pedido de apuração à PF, o que a instituição nega.

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A investigação diz respeito a um contrato firmado com o extinto Ministério do Trabalho. Em 2019, a pasta sob a gestão de Terra foi comunicada sobre irregularidades envolvendo o contrato anterior por duas empresas e pela Controladoria-Geral da União (CGU) e, ainda assim, fechou contrato com a B2T.

Aliado de Terra, Paulo Roberto de Mendonça e Paula, que assinou o contrato com a B2T, ganhou um cargo de subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves. Ele responde diretamente à secretaria executiva, segundo cargo mais importante da pasta.

Mendonça chegou a afirmar, na última sexta-feira, por telefone, que não tinha mais qualquer vínculo com o governo. No Portal da Transparência, no entanto, o salário dele no novo cargo continua o mesmo: R$ 13 mil.

Outras duas funcionárias que atuavam na equipe do ministro estão, agora, no Ministério da Economia, onde ocupam funções de carreira. Um quarto empregado foi realocado no próprio Ministério da Cidadania, em uma outra função. O Estado ouviu anteontem profissionais exonerados por Terra em janeiro. Nenhum deles disse ter sido avisado sobre suspeita de irregularidade em contratos de TI e afirmaram não ser alvo de qualquer sindicância pela pasta.

Em nota divulgada também anteontem, Terra disse que "todos - mas todos - os funcionários da linha de decisão e que estão envolvidos na contratação desta empresa (B2T) foram afastados num processo de aperfeiçoamento dos controles". "As demissões iniciaram em agosto de 2019 e terminaram em janeiro deste ano com a demissão de toda a equipe da área de TI", afirma a nota. Terra se manifestou pela primeira vez sobre o caso na ocasião após ter sido cobrado por Bolsonaro.

Apesar de o então ministro ter usado o termo "demissão", servidores de carreira só podem ser desligados do emprego após processos administrativos. No caso das servidoras da Economia, elas foram realocadas em outros cargos.

A nota de Terra traz também uma informação diferente da primeira resposta dada à reportagem. Na última sexta-feira, a assessoria do ministério disse que as exonerações ocorreram em 15 e 30 de janeiro, sem mencionar a demissão de agosto.

Motivos

Dois dos funcionários que atuavam na área de tecnologia do Ministério da Cidadania e foram realocados no governo contestaram a versão de Terra para as exonerações. Júlio César Japiassu Lyra, que ocupava o cargo de subsecretário de TI da pasta, foi exonerado em 13 de janeiro. Ele disse que não foi informado sobre o motivo da sua saída. "Eu estava sabendo que ia sair do ministério desde outubro, mas não por conta do contrato (com a B2T). Sabia que ia sair por causa do ciclo de governo. Em nenhum momento fui alertado que tinha problema no contrato", afirmou ele ao Estado.

Ex-coordenador-geral de Sustentação e Segurança, o servidor Eduardo Hallison Martins é funcionário de carreira do próprio ministério e estava com férias marcadas pouco antes de se saber da exoneração. "Não me justificaram o motivo. Houve uma exoneração em massa, dos coordenadores gerais como um todo", disse Martins, que continuará a trabalhar na pasta quando retornar ao serviço.

O Estado tentou contato com a B2T, mas ninguém da empresa foi localizado. No endereço informado pela firma, ela não funciona. 

A nomeação do general Walter Souza Braga Netto, como ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, no lugar de Onyx Lorenzoni, é publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14). A publicação oficial traz também a nomeação de Lorenzoni, que substitui Osmar Terra, no Ministério da Cidadania. Terra reassume o seu mandato de deputado federal.

Nessa quinta-feira (13) o presidente Jair Bolsonaro, em uma postagem no Twitter, comentou as mudanças nos dois ministérios. "Nós fizemos uma pequena reforma ministerial, nenhum ministro saindo por qualquer problema". O presidente elogiou o trabalho de Osmar Terra e disse que ele cumprirá "uma missão" no Congresso Nacional.

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Durante sua live semanal, transmitida no Facebook, Bolsonaro falou sobre a presença de Braga Netto na Casa Civil, dizendo que a principal tarefa dele será a de coordenar a atividade dos demais ministérios. O presidente lembrou também do trabalho executado pelo general, quando esteve à frente da segurança pública no estado do Rio de Janeiro.

"O general Braga Netto tornou-se uma pessoa conhecida por ocasião da sua intervenção no Rio de Janeiro, na questão de segurança pública. Foi interventor na segurança pública do Rio de Janeiro, fez um excepcional trabalho, conseguiu recursos para aparelhar as forças de segurança lá no Rio de Janeiro e, de certa forma, baixou a temperatura da criminalidade. (...) Então, bem-vindo Braga Netto, muito obrigado por você ter aceito esse convite. E, para você também, não deixa de ser mais um desafio, você sai da parte bélica e vai para a burocracia”, disse o presidente.

A cerimônia de posse de Braga Netto e Onyx Lorenzoni está marcada para a próxima terça-feira (18), às 15h, no Palácio do Planalto.

Interlocutores do Palácio do Planalto negam que o governo tenha corrido para apresentar propostas na área social em reação aos movimentos de políticos da esquerda e do centro. Observam que o primeiro passo do presidente Jair Bolsonaro para o reforço da política social ocorreu antes das ações dos adversários, quando garantiu o 13º salário a beneficiários do Bolsa Família - programa do governo Lula que tanto Bolsonaro como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) querem turbinar.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que Bolsonaro tenta reforçar a política de combate à pobreza e reduzir as críticas à área social da sua gestão. Mesmo em um cenário de restrição fiscal, o Planalto mobilizou a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, para ampliar benefícios às famílias de baixa renda.

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Além de transformar o 13º salário numa ação permanente, em sua proposta de reforma tributária, o governo vai lançar o programa de restituição dos tributos da cesta básica aos beneficiários dos programas sociais. A informação foi antecipada ao Estado pelo secretário da Receita Federal, José Tostes. "Não aceitamos que digam que não fizemos nada. Criar o 13º é um avanço", disse o ministro da Cidadania, Osmar Terra. Ele não reconhece índices de redução da pobreza nos governos petistas.

Trinca

Associado ao legado petista no setor social, Ricardo Paes de Barros já havia se reunido em outubro com Osmar Terra para avaliar o Bolsa Família. A contribuição informal do economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper no governo Bolsonaro forma uma trinca familiar no poder.

Ele é irmão do presidente da Infraero, brigadeiro Hélio Paes de Barros Júnior, e do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima de Albuquerque Júnior. Bento Albuquerque é filho da segunda esposa do pai dos irmãos Paes de Barros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) anunciou, neste sábado (5), que pretende articular a convocação do ministro da Cidadania, Osmar Terra, para prestar esclarecimentos sobre o que chamou de "desmonte" promovido no Bolsa Família. O senador afirmou que, apenas entre maio e setembro deste ano, 800 mil famílias foram descredenciadas da política sem qualquer argumentação por parte da pasta.

“Osmar Terra é muito preocupado em combater o uso medicinal da maconha, é muito empenhado em internar em comunidades terapêuticas usuários de drogas, mas não parece ter qualquer preocupação com as famílias que estão vivendo à míngua pela falência do programa que hoje ele comanda”, declarou o parlamentar.

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Para Humberto, o Bolsa Família vem sendo "minado pelo governo Bolsonaro". "E isso ocorre justamente em um período em que a pobreza e a desigualdade social estão aumentando. Essa é uma política criminosa de Estado de estrangulamento dos mais pobres em várias frentes. É na retirada de direitos trabalhistas, é na Reforma da Previdência, é na destruição em larga escala de programas sociais. Tudo nesse governo nefasto é voltado a dizimar a população mais necessitada da nossa sociedade”, sublinhou. 

O senador ressaltou ainda que a própria Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), “para a qual Bolsonaro vive se rastejando aos pés de Donald Trump pelo ingresso do Brasil”, recomendou que o país invista mais no Bolsa Família e ajuste o limite de renda para que mais pessoas em situação de risco se enquadrem no programa.

 “Estamos diante de um presidente que tem declarada aversão aos pobres e fez sucessivos cortes no orçamento do programa. Hoje, a espera de uma família para entrar no Bolsa Família já supera os 45 dias, como se a fome pudesse aguardar a burocracia do governo" criticou o parlamentar.

Com aval do Planalto, o ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB), exerce uma crescente influência na condução de políticas que tradicionalmente são atribuições da pasta da Saúde. O ministro Luiz Henrique Mandetta, um dos três representantes do DEM no primeiro escalão, assiste de longe a movimentação.

A interferência de Terra nos domínios de Mandetta segue um roteiro traçado pela família Bolsonaro e seria reflexo não apenas de um descontentamento com o perfil mais discreto do ministro da Saúde.

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A estratégia serviria também para restringir os poderes do partido de Mandetta, o DEM, que flerta com potenciais adversários de Bolsonaro em 2022. Nessa lista está o governador tucano de São Paulo, João Doria. O apoio explícito a Terra representaria um sinal silencioso sobre o risco de o DEM perder o espaço que atualmente detém.

A movimentação começou ainda em maio, quando Terra entrou em cena - e tomou todo o espaço - para defender um projeto de sua autoria que alterava a política de drogas no País. Embora o tema lhe fosse caro, chamou a atenção na ocasião a pouca participação de integrantes do Ministério da Saúde no debate que era travado no Congresso Nacional. O ministro da Cidadania saiu vitorioso e agora conduz outra empreitada, a de impedir a regulamentação pela Anvisa do plantio de maconha no País para produção de medicamentos e pesquisas sobre a planta.

Terra e Mandetta têm estilos opostos. O ministro da Saúde é mais contido e procura se afastar de temas considerados polêmicos, encampados pelo governo. No início do ano, quando Jair Bolsonaro anunciou a retirada da caderneta de saúde para adolescentes e criticou o conteúdo do material, que mostrava imagens do aparelho sexual feminino, o ministro afirmou que o problema poderia estar relacionado à faixa etária a que a caderneta se destinava.

Terra, por sua vez, assume cada vez mais o estilo, o discurso e as bandeiras de seu chefe. Para garantir a contundência nas declarações, às vezes se afasta do que a ciência e os indicadores mostram.

Com o passar dos meses, Mandetta ocupa menos espaço público. Terra vive trajetória inversa. Suas críticas se tornam mais enfáticas e sua presença nos eventos públicos, mais frequente. Ele procura, por exemplo, marcar presença em cerimônias que contam com a participação da primeira dama, Michelle Bolsonaro.

Na semana passada, ele esteve ao lado dela durante a entrega de cadeira de rodas, no Hospital da Criança de Brasília. Mandetta cancelou a participação no evento, enviando como representante seu secretário executivo, João Gabbardo dos Reis, muito próximo de Terra.

Médico e deputado federal, Terra sempre foi conhecido pela sua predileção pela gestão na área de Saúde. Seu nome já foi cogitado algumas vezes em listas de candidatos para liderar a pasta. Quando da composição da equipe de Bolsonaro, o nome de Mandetta foi apontado por um grupo de parlamentares ligados à Seguridade Social. Terra era um dos integrantes do grupo.

Congresso. A ideia do governo era escolher um nome próximo do Congresso. E o ministro da Cidadania garantiu o seu quinhão. Ele foi o responsável pela indicação de Gabbardo para a secretaria executiva. E uma das áreas mais relevantes da pasta, a de Atenção Primária à Saúde, foi reservada para Erno Harzheim, por indicação de Gabbardo.

Há pouco mais de um mês, Terra centrou seu poder de fogo na regulamentação da plantação de maconha para uso medicinal discutida na Anvisa. Mandetta já havia se posicionado sobre o assunto, mas de forma bastante sutil. Ele argumentava que o tema deveria ser norteado por avaliações científicas. Terra foi responsável pela mudança do tom. Disse que a regulamentação poderia ser o primeiro passo para a liberação do uso recreativo da maconha e fez duras críticas à Anvisa.

Bolsonaro seguiu o tom do ministro da Cidadania e, mais tarde, Onyx Lorenzoni também se manifestou sobre o tema. Diante dessa movimentação, o ministro da Saúde acabou se adaptando ao discurso e também se posicionou contrariamente à medida.

Além de aumentar o tom das críticas, o ministro da Cidadania ficou encarregado de traçar estratégias para uma eventual reação do governo caso seja aprovada na Anvisa a permissão da plantação de maconha para fins de pesquisa ou uso medicinal.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Mandetta disse não se incomodar com a postura de Terra. Ele lembrou que o ministro da Cidadania tem um longo histórico de luta contra drogas, sendo natural, com essa trajetória, a manifestação sobre a regulamentação da Anvisa.

Dentre seus pares, no entanto, as críticas têm sido consideradas excessivas. Um dos colegas de Terra no MDB afirma que ele não poderia traçar tamanha batalha contra os compostos existentes na maconha, sobretudo o canabidiol, já usado para medicamentos. A reportagem procurou o ministro da Cidadania, mas não obteve retorno.

Como artífice das bandeiras do Planalto, Terra dedica-se à agenda de costumes. Na semana passada, diante das críticas de Bolsonaro, ele suspendeu um edital que havia selecionado séries sobre diversidade de gênero e sexualidade. A medida foi classificada como censura pelo secretário especial de Cultura, Henrique Pires, que, em protesto, pediu demissão. Ele também encampou um discurso do presidente, repetindo, um mês depois, que brasileiro não passava fome.

Para emedebistas, o comportamento de Terra mira apenas benefício próprio, o que tem gerado descontentamentos. Um dos colegas do ministro afirma que ele agora partiu para "voo solo", sem se preocupar com seus colegas de partido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após Jair Bolsonaro criticar produções audiovisuais com temática LGBT pré-selecionadas para receberem financiamento público, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, decidiu suspender o edital lançado em 2018. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta (21). 

A portaria que suspende o processo seletivo estabelece a suspensão do edital por 180 dias, sendo esse prazo prorrogável por igual período. Ainda segundo o ato, a suspensão decorre da "necessidade de recompor os membros do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual - CGFSA). Além disso, "após a recomposição do CGFSA, fica determinada a revisão de critérios e diretrizes para a aplicação dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), bem como que sejam avaliados os critérios de apresentação de propostas de projetos, os parâmetros de julgamento e os limites de valor para cada linha de ação". 

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As obras que foram pré-selecionadas pelo edital seriam custeadas pelo FSA, gerido pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). O edital havia sido aberto em março de 2018, com uma previsão de R$ 70 milhões a serem divididos entre as regiões do país.  Dentre as categorias de produções que receberiam apoio do edital suspenso, estavam diversidade de gênero, sexualidade, raça e religião, sociedade e meio ambiente e qualidade de vida, entre outras. 

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