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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que fará revogações de portarias e notas técnicas que “ofendem a ciência, os direitos humanos, os direitos sexuais reprodutivos”. A fala foi proferida pela ministra no discurso de posse, nesta segunda-feira (2). Na ocasião, ela defendeu o conhecimento científico e o combate ao negacionismo.

A primeira mulher a assumir o ministério, destacou a relevância de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e do aumento da cobertura vacinal no Brasil, que vem apresentando queda nos indicadores dos últimos anos e elevando o risco de surto de doenças. “A pandemia mostrou a nossa vulnerabilidade. O rei está nu. Precisamos afirmar, sem nenhuma tergiversação, e superar essa condição. O governo que se encerrou nos trouxe um período de obscurantismo, de negação da ciência e da cultura”, afirmou. 

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O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais e ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff (PT), Alexandre Padilha, gritou que “o Brasil voltou a respirar”, após Nísia tomar posse do cargo. 

Nísia divulgou, ainda, os nomes dos secretários e secretárias que vão compor o primeiro escalão do Ministério da Saúde, são eles: Swedenberger Barbosa: Secretaria Executiva; Nésio Fernandes: Secretaria de Atenção Primária; Helvécio Magalhães: Secretaria de Atenção Especializada; Ana Estela Haddad: Secretaria de Informação e Saúde Digital; Ethel Maciel: Secretaria de Vigilância de Saúde e Ambiente; Ricardo Weibe Tapeba: Secretaria de Saúde Indígena; Carlos Gadelha: Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégico; e Isabela Cardoso: Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde. 

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) irá analisar o protocolo sanitário aplicado pela Arena Castelão e que permitiu a presença da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) na partida entre Fortaleza e Sousa (PB), no último domingo (30), sem a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19, conforme prevê decreto estadual. 

A parlamentar é conhecida por ter posicionamentos negacionistas e antivacina, e afirma não estar apta à vacinação, assim, não tomou qualquer dose de imunizante contra o coronavírus. No Ceará, o Protocolo de Convivência com a Covid-19 exige passaporte vacinal em estádios. O MPCE disse, em nota, que "está analisando o caso e irá se pronunciar oportunamente". 

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Com a repercussão após a partida, a Secretaria do Esporte e Juventude (Sejuv) emitiu, ainda no dia 30, uma nota, afirmando que  iria apurar a situação. No entanto, a pasta salientou que a operação no estádio em dia de jogos é de responsabilidade do clube mandante, de modo que cabe a ele a responsabilidade de cobrar o esquema vacinal completo dos participantes, assim como o cumprimento de outras regras como a utilização de máscaras e cumprimento do distanciamento social. 

Zambelli, que é paulista, foi ao estádio a convite de Eduardo de Salles, secretário do Conselho Deliberativo do Fortaleza e assessor da deputada na Câmara, em Brasília. Na semana passada, Zambelli já havia visitado as instalações do Fortaleza, no Pici. 

Deputada alega ter dispensa médica 

Carla Zambelli publicou na segunda-feira (31), em sua conta pessoal no Twitter, um documento que apresenta como atestado médico a dispensando de tomar o imunizante. A justificativa é de que a parlamentar possui condições clínicas crônicas que podem impor riscos à sua saúde, caso receba a administração de algum imunobiológico contra a Covid-19. No atestado, no entanto, não consta a assinatura ou o registro do médico que forneceu o documento. A deputada afirma, ainda, possuir reagentes naturais à doença.

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Também nas redes sociais, o assessor da deputada, Eduardo de Salles, se pronunciou sobre o caso. “A deputada Carla Zambelli não compareceu ao estádio a convite do órgão do clube, nem esteve em nenhum camarote oficial. Em relação às condições de acesso, foram atendidos os requisitos do decreto estadual, conforme art. 11. §8”, afirmou. 

 

O senador Fabiano Contarato (PT) entrou com uma representação no Ministério Público Federal pedindo investigação de Hélio Angotti Neto, Secretário do Ministério da Saúde, pela prática de improbidade administrativa e prevaricação.

"Autor de nota técnica negacionista que ignora evidências científicas e ataca a vacina contra a Covid-19, Angotti rejeitou as recomendações de grupo técnico contra o uso de medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada para tratar a Covid-19. É preciso investigação exemplar", declarou o senador por meio de sua conta no Twitter.

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Angotti é secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação em Estratégias Estratégicas do Ministério da Saúde e, por meio de uma nota técnica divulgada no último sábado (22), classificou a hidroxicloroquina como um tratamento seguro e eficaz para o tratamento de pacientes com a Covid-19.

No entanto, o secretário pontua que as vacinas contra o novo coronavírus seriam medidas que não possuem as mesmas características de eficácia comprovada.

A nota técnica caiu como uma bomba nas entidades médicas e gerou revoltas. Por conta disso, segundo divulgado pelo Valor Econômico, a nota deve ser alterada nos próximos dias. A nova versão deve atenuar as avaliações sobre a cloroquina e a vacina - na tentativa de suavizar os pontos mais polêmicos.

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Diretores e servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltaram a sofrer ameaças após a agência dar aval, nesta semana, à aplicação da Coronavac em crianças e adolescentes para combate à covid-19. Até então, a única vacina aprovada no Brasil para a população pediátrica era o imunizante da Pfizer, que já começou a ser aplicado em crianças de 5 a 12 anos.

Na última quinta-feira, 20, em uma reunião que durou mais de três horas, técnicos da Anvisa apresentaram dados da Coronavac enviados pelo Instituto Butantan. Os estudos demonstraram a segurança e efetividade da aplicação de duas doses da Coronavac, com intervalo de 28 dias, na população entre 6 e 17 anos.

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Logo após a aprovação, o órgão começou a receber os primeiros e-mails com as ameaças. Em uma das mensagens, encaminhada à diretoria dois da Anvisa, na qual é feita a análise técnica das vacinas, o agressor afirma que "o preço que vc (sic) vai pagar será altíssimo".

Já a quinta diretoria, onde ocorre o monitoramento de efeitos adversos, recebeu uma ameaça na qual é dito que "o preço a ser pago será terrível não quero estar na sua pele (sic)". Outras mensagens com teor de ameaça também foram recebidas, de acordo com o órgão, mas não foram divulgadas.

Essa não é a primeira vez que servidores e diretores da agência sofrem ameaças em decorrência da aprovação de vacinas. Em dezembro, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, defender a divulgação do nome dos técnicos que autorizar a aplicação da Pfizer em crianças, membros do órgão passaram a sofrer as primeiras ameaças de morte, que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.

Na ocasião, a Anvisa reagiu de forma dura às declarações de Bolsonaro e disse "repudiar com veemência" ameaças feitas contra funcionário do corpo técnico do órgão. A Anvisa afirmou naquela oportunidade, em nota assinada por toda a diretoria e pelo presidente Antonio Barra Torres, que "seu ambiente de trabalho é isento de pressões internas e avesso a pressões externas".

À época, o procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ao presidente da Anvisa também ter determinado a "adoção de providências" para "assegurar a proteção" dos diretores do órgão.

A Anvisa ainda não se posicionou oficialmente sobre as últimas ameaças recebidas e só deve se pronunciar na segunda-feira, dia 24.

Os presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de outras entidades criaram uma frente em prol da vacinação de crianças contra a covid-19 no País. O grupo, que assina um texto chamado "Pacto pela Vida e Pelo Brasil", criticou o que classifica como "circo da insensatez" as tentativas de desacreditar a imunização de crianças.

"Não nos enganemos: a sociedade brasileira não vive dentro da bolha do negacionismo. Ela conhece muito bem a dura realidade, sente na pele os desafios, escuta o que diz a ciência e assim defenderá o direito à vacina infantil, contra o SARS-CoV-2", diz o texto divulgado na sexta-feira.

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As entidades argumentam que não se pode aceitar a "campanha de sabotagem" em torno da vacinação pediátrica, "desprezando o direito à vida e à saúde de uma faixa etária com cerca de 69 milhões de brasileiros". "É disso que se trata, em flagrante desrespeito à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)", destaca o grupo.

'LUCIDEZ'

As entidades criticam ainda "declarações enganosas" de autoridades do governo, na "contramão" do que tem sido feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pedem que os brasileiros formem um "cinturão de lucidez" do combate à pandemia - uma nota técnica do Ministério da Saúde afirma que "kit covid" é eficaz contra a doença, e vacina não.

A vacinação para crianças estimulou uma onda de ativismo de bolsonaristas contra o imunizante, como mostrou o Estadão em dezembro. Uma campanha de desinformação contra a vacina ganhou força após a Anvisa da aval à aplicação em crianças de 5 a 11 anos. Neste sábado, o presidente Jair Bolsonaro voltou a pôr em dúvida, sem apresentar provas, a imunização de crianças.

No documento, as entidades afirmam que o Brasil é reconhecido internacionalmente por seu programa de imunização, destacando que "gerações cresceram atendendo às convocações para vacinações diversas e assim foi possível controlar doenças que assombraram a população infantil e tantas famílias - entre elas, o sarampo e a poliomielite".

O texto é assinado por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, da CNBB, Felipe Santa Cruz, da OAB, José Carlos Dias, da Comissão Arns, Luiz Davidovich, da Academia Brasileira de Ciências, Paulo Jeronimo de Sousa, da Associação Brasileira de Imprensa; e Renato Janine Ribeiro, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

ELDORADO

Neste sábado, em Eldorado, Bolsonaro disse que diz ter conversado com o pai da criança de Lençóis Paulista que teve uma parada cardíaca cerca de 12 horas após receber a vacina da Pfizer na terça-feira. "O que ele falou para gente é preocupante", disse. "Foi a vacina ou não foi?", perguntou. O governo de São Paulo, porém, afirmou que a parada cardiorrespiratória foi causada por uma doença cardíaca rara que a família desconhecia e não teve relação com o imunizante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em mais uma declaração negacionista na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira, 19, que a melhor vacina que pode haver contra a covid-19 é a própria contaminação. "Para que eu vou tomar vacina se já peguei covid?", respondeu o presidente, ao ser questionado se mantém a decisão de não se imunizar contra o coronavírus.

"A liberdade acima de tudo. Ela é mais valiosa que a nossa própria vida. Isso que nós sempre defendemos: liberdade. Quem quer tomar vacina, toma; quem não quiser, não toma", afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan.

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O presidente voltou a dizer que não é contra as vacinas porque o governo federal comprou os imunizantes. O Executivo, contudo, demorou para fechar o contrato com a farmacêutica Pfizer, e o próprio Bolsonaro colocou em dúvida a eficácia do primeiro imunizante contra o coronavírus usado no País, a Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan, do governo de São Paulo.

Depois de sugerir que a variante Ômicron é "bem-vinda", Bolsonaro voltou ao assunto hoje e disse que os efeitos da cepa são "bastante atenuados" e que ela poderia sinalizar o fim da pandemia.

Dados apontam que a nova cepa do coronavírus tem causado menos mortes do que em outras ondas da crise sanitária, diante do cenário de vacinação mais alta, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que ainda é cedo para tratar a covid como uma doença endêmica. No Brasil, a Ômicron tem gerado uma explosão de casos de covid-19 e um aumento da busca por testes.

Documentos vazados ao Congresso dos Estados Unidos em outubro do ano passado mostram a negligência do Facebook com os discursos negacionistas sobre as mudanças climáticas que ocorrem na plataforma.

Segundo a Agência Pública, que teve acesso aos documentos, desde 2019 que funcionários, que tiveram os seus nomes omitidos por questão de segurança, tentam levantar o debate sobre a necessidade do Facebook desenvolver políticas para combater o negacionismo climático e, consequentemente, a desinformação. 

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Ainda no mesmo ano, um dos funcionários registrou que quem buscava por "climate change" (mudança drástica) na rede social, recebia como sugestões frases negacionistas como "climate change debunked" (mudança climática desmascarada) ou "climate change is a hoax (a mudança climática é uma farsa).

O funcionário ressaltou que "os algoritmos de sugestão de buscas parecem ser um alvo importante para pessoas que tentam manipular a opinião pública, então devemos ter proteções em vigor".

Ainda no entendimento do colaborador da plataforma, o aquecimento global é uma ameaça direta à missão da empresa. “Nossa missão no Facebook é construir comunidades. Hoje, no entanto, a taxa de aquecimento global e o colapso ecológico estão ameaçando comunidades em todo o mundo. Há mais refugiados do clima a cada ano, muitos dos quais nas áreas de crescimento do Facebook”, declara.

Segundo A Pública, o autor do post salienta que, além de combater a desinformação, o Facebook deveria reduzir sua pegada de carbono e exercer um papel na proteção das comunidades mais vulneráveis, que são atingidas, também, pelo desmatamento.

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado no documento. “A Amazônia está severamente machucada e o Brasil está queimando”, diz o funcionário referindo-se aos quilômetros de desmatamento, queimadas e destruição que ocorrem na Amazônia. 

Em resposta ao site A Pública, o Facebook - que agora se chama Meta -, afirmou que algumas interpretações dos funcionários são falsas e não representam as intenções da empresa. 

“A Meta tem o compromisso de colaborar para o enfrentamento da mudança climática e tem feito mudanças de produto para combater a desinformação climática, incluindo rótulos informativos a resultados de buscas e a posts no Facebook sobre mudança climática. Esses rótulos direcionam as pessoas para nossa Central de Informações sobre o Clima, que está disponível em português e possui recursos como informações oficiais das principais organizações de mudança climática do mundo e uma seção apresentando fatos que desmentem mitos climáticos comuns”.

Um vigilante do Terminal Rodoviário de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, foi agredido com socos no domingo (16) após orientar um passageiro sobre as medidas de prevenção contra a Covid-19. De acordo com o G1 SP, a vítima sinalizou no boletim de ocorrência que o agressor tossia e cuspia sem fazer uso da proteção, estando mais suscetível a contrair ou transmitir o coronavírus. 

Ainda de acordo com o registro policial, seguranças do terminal ajudaram a vítima e retiraram o agressor do local. Em seguida, ele entrou em um dos ônibus do transporte coletivo. O trabalhador, de 61 anos, havia feito um alerta geral aos pedestres sobre a necessidade das medidas no local. 

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Apesar das flexibilizações em muitas cidades brasileiras, o uso de máscara ainda é recomendado por autoridades de saúde, como o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Infectologia e o Conselho Federal de Medicina. 

“O uso de máscara facial, incluindo as de tecido, é fortemente recomendado para toda a população em ambientes coletivos, em especial no transporte público e em eventos e reuniões, como forma de proteção individual, reduzindo o risco potencial de exposição do vírus especialmente de indivíduos assintomáticos”, explica a pasta ministerial. 

Após o Twitter remover 11 publicações do pastor Silas Malafaia por fake news sobre a vacinação infantil, o YouTube tomou uma medida similar e tirou do ar um vídeo do empresário pelo mesmo conteúdo. A punição foi administrada nesta quinta-feira (13), por ferimento à política de uso da plataforma, que inclui regras específicas para informações sobre o coronavírus e a vacinação. Ao acessar o link do vídeo, o usuário se depara com a mensagem “Este vídeo foi removido por violar as diretrizes da comunidade do YouTube”. 

Ontem (12), o canal oficial de suporte do YouTube no Twitter, TeamYouTube, respondeu a um internauta entre os milhares de usuários que estavam denunciando as publicações de Malafaia em tempo real. A hashtag “#DerrubaMalafaia” está nos tópicos em alta do Twitter há três dias. “Olá, obrigado pela informação. Estamos averiguando esta questão e levaremos isso adiante a partir daqui”, escreveu a equipe. 

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O vídeo banido e as postagens excluídas estavam associadas, pois os tuítes levavam à “explicação” no YouTube, na qual o presidente de Assembleia de Deus Vitória em Cristo falsamente afirmava que a vacinação infantil é “infanticídio”.  

Captura de tela. Foto: Reprodução/YouTube

Além da comprovação da Anvisa, órgãos fiscalizadores de outros países, como Alemanha, Estados Unidos e Dinamarca, já liberaram o uso de imunizantes contra a covid-19 em crianças. Alguns estados brasileiros já devem começar a vacinar esse público entre os dias 17 e 19 deste mês. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em nota, reforçou que mais de 300 crianças já morreram por Covid-19 no Brasil e que o número de infectados aumenta diariamente, reforçando a necessidade da vacinação.  

 

Uma publicação em que o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, chamava a vacinação de crianças contra a covid-19 de "infanticídio", foi removida pelo Twitter nessa segunda-feira (10). Além dela, outras 10 publicações em tom negacionista foram removidas pela rede.  

Ao entrar no perfil do "conselheiro" bolsonarista, é possível ver uma sequência de publicações sinalizadas por irem contra a política de uso do Twitter. A punição foi considerada branda por muitos usuários, que subiram a hashtag "#DerrubaMalafaia", pedindo o banimento da conta do pastor. 

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A postagem de Malafaia alegava não haver motivo para vacinar crianças contra a covid. "Vacinar crianças é um verdadeiro infanticídio. Os números provam que não há necessidade de fazer isso", escreveu o pastor. No último dia 16, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação do imunizante da Pfizer para a faixa etária entre cinco e 11 anos. Desde então, o pastor, que é alinhado com o presidente Jair Bolsonaro (PL), também é contra a vacinação infantil, adotou o discurso antivax.

Captura de tela do tuíte feito por Malafaia, agora deletado. Foto: Reprodução/Twitter

Além da comprovação da Anvisa, órgãos fiscalizadores de outros países, como Alemanha, Estados Unidos e Dinamarca, já liberaram o uso de imunizantes contra a covid-19 em crianças. Alguns estados brasileiros já devem começar a vacinar esse público entre os dias 17 e 19 deste mês. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em nota, reforçou que mais de 300 crianças já morreram por Covid-19 no Brasil e que o número de infectados aumenta diariamente, reforçando a necessidade da vacinação. 

 

O líder bolsonarista na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), acredita ter se imunizado contra a Covid-19 após contrair a doença e por esta razão, desacredita na necessidade de se vacinar. A perspectiva negacionista só foi deixada de lado recentemente, quando o deputado federal se viu na obrigação de se vacinar para conseguir viajar, segundo relatou em entrevista ao Globo veiculada nesta segunda-feira (20).

A tese da “imunidade natural”, que é mencionada pelo parlamentar, já foi descartada pela maior parte da comunidade científica global, que classifica a vacinação como forma mais eficaz de salvar vidas e diminuir a resistência do vírus. O mesmo é válido para a imunidade de rebanho, que seria a hipótese da imunidade natural em larga escala.

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"Eu fui vacinado, porque eu tinha necessidade de viajar e precisava do comprovante", afirmou Barros em entrevista ao jornal O Globo. O passaporte vacinal é um documento que comprova que a pessoa tomou, pelo menos, uma dose da vacina e é cobrado para acesso em locais fechados e para a entrada em outros países, por exemplo. Questionado se tomaria o imunizante caso não precisasse viajar, o deputado federal disse: "Acho que não".

“Eu peguei Covid-19 e eu tenho no meu exame a prova da minha imunidade. As pessoas que pegam Covid-19 têm anticorpos contra a doença”, continuou. O governista repete as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que se posicionou contra a vacinação e que, segundo o líder, não irá mudar de opinião sobre a vacina.

“[Ser contra a vacinação não vai atrapalhar a eleição 2022] porque todas as vacinas foram pagas pelo governo federal. O presidente tem sua opinião e não vai mudar. Este eventual desgaste não vai refletir positivamente nem negativamente, porque o assunto vacina estará superado na eleição. Nós compramos todas as vacinas que foram aplicadas no Brasil. O governo Bolsonaro teve uma postura, e o presidente Bolsonaro teve outra postura. Ele teve serenidade de não impor a sua posição ao governo”, disse.

Em junho, uma nota técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão do governo federal, desmentiu a alegação repetida por Bolsonaro e aliados de que, quem já teve a doença  têm mais anticorpos do que quem tomou a vacina. Na nota técnica 33/2021, a Anvisa alertou que "ainda não há embasamento científico que correlacione a presença de anticorpos contra o SARS-Cov-2 [vírus da covid] com a proteção à reinfecção".

Na prática, a queda de casos graves e mortes no Brasil ocorreu devido à vacinação— indicando que a resposta imune estimulada pela vacinação funciona e não depende apenas de anticorpos. O CDC, órgão sanitário dos Estados Unidos, divulgou um estudo que atesta maior proteção conferida pela vacina do que por infecção do vírus. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) alerta que o risco de morrer na tentativa de se obter a imunidade pelo contágio é muito maior do que para quem se imunizou por meio da vacina.

A hashtag '#SomosTodosNãoVacinados' amanheceu nos Trend Topics do Twitter neste sábado (11). O tópico já estava trendando há mais de 15 horas, tendo sido iniciado na noite de ontem (10). No entanto, a mensagem negacionista de interesse dos perfis, majoritariamente, de direita, logo virou alvo de piadas na rede social e perfis favoráveis à vacinação tomaram a tag, uma prática conhecida como "cleansing" (limpeza, do inglês), cujo objetivo é limpar a barra de pesquisa do conteúdo antivax.

Foram cerca de 10 mil tuítes nas últimas horas. Apesar da mensagem ir contra a política de uso da rede social, especialmente dentro do protocolo sobre a Covid-19, a hashtag não foi barrada pelo Twitter. Veja alguns dos memes mais reproduzidos do tópico:

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Vacinas contra a Covid-19

As vacinas atualmente aprovadas para uso contra a Covid-19 são eficazes e o principal meio de combate ao vírus. Ao redor do mundo, foi através desses imunizantes que as taxas de morte puderam ser reduzidas ou até mesmo controladas. Todas as vacinas têm certificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e apresentam 100% de eficácia em casos leves. Em casos graves, onde há complicações respiratórias (SRAG), os índices de eficácia giram em torno dos 90% e são considerados muito satisfatórios por especialistas. Saiba quais imunizantes são utilizados até agora: 

- Pfizer e BioNTech (Comirnaty, BNT162): a vacina apresentou 95% de eficácia contra infecção e 100% contra casos graves da doença; 

- Moderna (mRNA-1273): a vacina apresentou 94,1% de eficácia contra infecção e 95% contra casos graves da doença; 

- Instituto de Pesquisa Gamaleya (Sputnik V): a vacina russa apresentou 91,6% de eficácia contra a COVID-19; 

- AstraZeneca e Universidade de Oxford (AZD1222): a vacina demonstrou eficácia de 70,4% contra a infecção e 100% contra casos graves da infecção; 

- Sinovac (Coronavac): demonstrou uma taxa de eficácia de 78% para casos leves e de 100% para infecções moderadas e graves; 

- Johnson & Johnson (JNJ-78436735): apresentou taxa de eficácia de 66 a 85%, sendo que essa taxa variou de acordo com o país onde foi aplicada. Apresenta ainda 100% de eficácia contra casos graves de COVID-19. 

Outras vacinas como a NVX-CoV2373, da Novavax, a Ad5-nCoV, da CanSino ou a Covaxin, da Bharat Biotech, também estão sendo utilizadas, especialmente na China e na Índia. 

Ômicron

Na última terça-feira (7), a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que as vacinas são eficazes contra a nova variante Ômicron do coronavírus, detectada na Europa e na África do Sul, ao proteger os infectados que desenvolvem doença grave. 

"Não há razão para duvidar" de que as vacinas atuais protegem os doentes infectados com Ômicron contra formas graves de covid-19, afirmou o responsável pela resposta de emergência em saúde pública da OMS, Michael Ryan, em entrevista.  

"Temos vacinas muito eficazes que se mostram potentes contra todas as variantes até agora, em termos de gravidade da doença e hospitalização, e não há razão para acreditar que não seja o caso" com a Ômicron, disse Ryan, acrescentando que estão no início estudos da variante, detectada apenas em 24 de novembro e que já foi registrada em cerca de 40 países. 

 

A lenda do UFC Diego Sanchez, que nega a eficácia (comprovada) das vacinas contra a Covid-19 e ainda não se vacinou, está internado com pneumonia e outras complicações causadas pelo vírus. Nas redes sociais, o lutador disse que a Covid-19 ‘não é brincadeira’.

O integrante do Hall da Fama e primeiro campeão do reality The Ultimate Fighter contraiu o vírus na última semana. Sem dizer exatamente o que, contou que tomou o coquetel de anticorpos monoclonais da Regeneron para tratar a doença. Mas o caso acabou piorando e o obrigou a uma internação.

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Já internado, ele confirmou que foi diagnosticado com pneumonia e também com coágulos sanguíneos nas duas pernas. E apesar de admitir que a Covid não era uma brincadeira, ele ainda demonstrou que não definiu se vai se vacinar ou não, em resposta a um fã.

Desde abril deste ano, Diego Sanchez não faz mais parte do plantel do UFC, onde lutou por 15 anos.

Na data de hoje (24), é celebrado o Dia Mundial da Ciência, que visa destacar a principal contribuição dos estudos e avanços científicos na vida humana. Embora possua papel fundamental no desenvolvimento do mundo, os que atuam na área da ciência são constantemente desafiados por aqueles que a negam, além de não possuírem o incentivo adequado para continuar com seus trabalhos.

A bióloga, doutora em biociências, coordenadora e professora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Guarulhos (UNG), Letícia Ruiz Sueiro, pontua que os maiores desafios para atuar como cientista no Brasil estão ligados ao baixo financiamento e incentivos que poderiam fomentar a ciência e formar novos profissionais.

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De acordo com Sueiro, a realização de uma pesquisa requer investimento a longo prazo, mas muitos governos optam por bancar projetos a curto prazo. “Na visão limitada deles, o ‘retorno é mais garantido’”, lamenta.

Além da falta de investimento, Sueiro lembra que a degradação do ensino público também se torna um atraso para a ciência. “Temos menos possibilidades de recursos humanos engajados na ciência, que continuam as pesquisas tão importantes para o nosso desenvolvimento e qualidade de vida”, frisa.

Outro grande desafio é lidar com o negacionismo científico, que segundo Sueiro, ocorre por conta de diversos contextos, como redes organizadas para produção e proliferação de notícias falsas (Fake News), além de interesses políticos ligados a grandes indústrias, que temem sofrer prejuízos, em função de novas descobertas e inovações científicas.

A bióloga ressalta que o negacionismo científico também está ligado à educação básica desestruturada, desigualdades sociais e sensacionalismos midiáticos. “Entre outros fatores que embasam o negacionismo e deixam marcas profundas em toda sociedade, como é visto nos movimentos antivacina e nos negacionistas das mudanças climáticas”, exemplifica Sueiro.

 Os caminhos para ingressar na área científica

Para os que desejam atuar na área, Sueiro lembra que primeiro o estudante não deve se deslumbrar com a ciência, pois ela por si só não resolverá os problemas da humanidade. “Segundo, se engajar a partir de estudos, leituras, interações em grupos de pesquisa, além de buscar informações com outros pesquisadores e cientistas da área nas quais deseja se envolver”, orienta.

Sueiro também recomenda a realização de um estágio, pois com ele, será possível compreender como funciona o método científico, o processo de experimentos, protocolos e o dia-a-dia em um laboratório de pesquisas “Enfim, acessar a ciência em andamento a partir de professores em instituições e empresas que oferecem bolsas para projetos de iniciação científica é a melhor forma de se envolver com a prática”, finaliza.

A Alemanha se vê afetada por uma "pandemia dos não vacinados", alertou o ministro da Saúde, Jens Spahn, nesta quarta-feira (3), que também pediu o reforço das medidas para frear o aumento de casos de covid-19 no país.

A "quarta onda" da pandemia está nos atingindo "com força", disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, em coletiva de imprensa, enquanto a maior economia da Europa vê os casos de covid-19 dispararem nas últimas semanas.

Nesta quarta-feira, o instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch (RKI) informou mais de 20.000 novos casos em 24 horas e de 194 mortes, uma incidência próxima aos níveis de maio.

Segundo o ministro, as pessoas relutantes a se vacinar têm grande parte da responsabilidade por essa situação.

"Atualmente, estamos vivendo uma pandemia essencialmente dos não vacinados, e é grande", afirmou o ministro conservador.

"A quarta onda da pandemia avança, como temíamos, porque o número de pessoas vacinadas não é suficiente", corroborou Lothar Wieler, presidente do RKI.

O ressurgimento das infecções chega em um momento politicamente delicado para a Alemanha, quando os social-democratas, vencedores das eleições de 26 de setembro, negociam a formação de um governo com os Verdes e os liberais para tentar alcançar um acordo em dezembro.

Até então, o governo conservador de Angela Merkel, que abandonará o poder após 16 anos de mandato, segue à frente do Executivo.

A chanceler disse neste fim de semana estar "muito preocupada" com a evolução da pandemia e que lamenta o número elevado de pessoas maiores de 60 anos não vacinadas.

No entanto, reiterou que não considera necessário introduzir a obrigação de se vacinar.

As restrições de acesso a lugares públicos, restaurantes e teatros nem sempre são cumpridas, segundo Wieler.

"Se a situação continuar se agravando nos hospitais a nível regional, é possível que novas restrições sejam impostas somente aos não vacinados", alertou o porta-voz do governo, Steffen Seibert.

Segundo a Associação de Hospitais alemã, os atendimentos hospitalares de pacientes de covid aumentaram 40% em uma semana. Nas unidades de terapia intensiva (UTI), o aumento foi de 15%.

De acordo com os últimos dados do RKI, 55,6 milhões de pessoas receberam duas doses da vacina - 66,8% da população.

"Os não vacinados têm um alto risco de se infectarem nos próximos meses e alguns deles podem adoecer gravemente", alertou Wieler.

Mas convencê-los não é tarefa fácil.

Uma pesquisa da Forsa encomendada pelo ministério da Saúde revelou recentemente que 65% dos entrevistados que não estão vacinados não querem "absolutamente" receber a vacina.

O presidente Jair Bolsonaro, que está passando o feriado de Nossa Senhora Aparecida no Guarujá, litoral paulista, refutou hoje a peça de "negacionista" e voltou a defender o chamado tratamento precoce, com medicamentos como a cloroquina e a ivermectina, que não tem comprovação científica contra a covid-19.

Em conversa com jornalistas, depois de deixar o Hotel de Trânsito para dar uma volta de moto na cidade, ele voltou a criticar a vacina Coronavac e a vacinação de jovens. E disse que sua gestão liberou em dezembro R$ 20 bilhões para a compra de vacinas. "Não me chamem de negacionista porque só em dezembro a medida provisória foi um checão de R$ 20 bilhões para comprar vacina", destacou.

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Aos jornalistas, Bolsonaro questionou a razão de não se divulgar o número de mortes de pessoas já vacinadas. "Não divulgam. Muita gente que tomou a segunda dose está morrendo. Por que muitos governadores e prefeitos vacinaram jovens de 12 a 17 anos? Baseados em quê? Recomendação da Anvisa? Estamos mexendo com vidas. Na molecada abaixo de 20 anos, a chance de não ter nada é de 99,9%. Compensa o custo benefício da vacina?", disse, citando a liberação dos recursos para a compra de vacina. "Que nenhum prefeito reclame. São Paulo fechou tudo, a previsão de queda de arrecadação é de 20%. Tiveram superávit comigo. Quem deu trabalho fui eu evitando a diminuição de empregos."

Bolsonaro disse que amanhã, dia 12, deverá ir à cidade de Aparecida, no Vale do Paraíba, para as celebrações do dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. E no dia seguinte, quarta-feira, doa 13, irá para Miracatu, interior de São Paulo, para a entrega de títulos da reforma agrária.

Lula

Na conversa com jornalistas, o presidente da República, que a despeito de estar ainda sem partido é candidato à reeleição no ano que vem, criticou um de seus maiores adversários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas recentes pesquisas de intenção de voto. "Quero parabenizar o Lula e a Dilma (ex-presidente Dilma Rousseff/PT) não deixaram nenhuma obra sem concluir no exterior, parabéns", disse, citando a conclusão do metrô de Caracas, "com dinheiro nosso". E emendou: "Parabéns ao PT que trabalhou muito forte fora do Brasil, com dinheiro nosso. Pergunta para quem está pagando a conta aí."

O empresário Luciano Hang reforçou nesta quarta-feira uma postura negacionista ao depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, defendendo teses combatidas por especialistas e autoridades sanitárias. Hang afirmou que não se vacinou contra a covid-19 porque supostamente teria imunidade natural.

"Eu não tomei vacina porque eu tenho índice de anticorpos altíssimo", disse o empresário ao ser questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). "Eu tenho neutralizante natural", afirmou Hang, mostrando um papel com exame médico.

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O mesmo argumento foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro, que também não se vacinou.

Luciano Hang disse que acredita na vacina, apesar de não ter se imunizado. O empresário confirmou ter tomado medicamentos antes mesmo de contrair covid e se submetido a um tratamento precoce quando foi diagnosticado com a doença.

Hang comparou a ação de remédios sem eficácia contra a covid com a vacina, ao afirmar que pessoas vacinadas também podem contrair a doença e que os medicamentos, por sua vez, "fortalecem a célula".

Ao ser questionado, Hang admitiu ainda que incentivou o tratamento precoce e financiou a compra de medicamentos para hospitais.

Durante o depoimento, senadores exibiram vídeos e declarações de Luciano Hang promovendo aglomerações dentro da própria loja e criticando medidas de isolamento social adotadas por Estados e municípios.

Ao responder os parlamentares, o empresário confirmou as posturas que adotou, mas negou que tenha cometido crimes e disse que a CPI estava criando uma narrativa.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o empresário será processado por crimes previstos no Código Penal, como a exposição de outras pessoas a risco e descumprimento de medidas preventivas.

Costa classificou o empresário como "sócio" das mortes por covid. "Ele é um investigado confesso. Ele confessou tudo, confirmou tudo."

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), por sua vez, sugeriu que o Ministério Público e os pacientes que tomaram medicamentos sem eficácia e tiveram efeitos colaterais acionem a Justiça para pedir pagamento de indenização a Luciano Hang.

A edição do Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Pernambuco, desta sexta-feira (24), traz a publicação da Lei nº 17.404, de autoria da deputada estadual Priscila Krause (DEM), que proíbe o ensino ou abordagens negacionistas ou revisionistas sobre o Holocausto.

De acordo com a publicação, a norma é direcionada ao Sistema Estadual de Educação Básica, ou seja, vale para instituições públicas, municipais e estaduais, e privadas de Pernambuco dos ensinos infantis, fundamental e médio. Além disso, o ensino ou abordagem acerca do Holocausto "deverá ter por objetivo informar e refletir com os discentes sobre os crimes de lesa-humanidade perpetrados no Estado Alemão Nazista durante a Segunda Guerra Mundial contra os judeus e outros grupos também discriminados, bem como sobre as razões geopolíticas e sociais". 

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A lei foi promulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Eriberto Medeiros (PP) e já está em vigor. Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria de Educação de Pernambuco enviou uma nota, por meio da assessoria, sobre a Lei. "A Secretaria de Educação e Esportes (SEE) informa que vai analisar todos os detalhes da Lei para avaliar os projetos que serão desenvolvidos para atender a demanda".

Na manhã desta terça-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fixou ao mundo seu discurso negacionista referente à pandemia na abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Dos 19 chefes de Estado do G20, o brasileiro foi o único que afirma, e se orgulha, de não ter sido vacinado.

“Desde o início da pandemia apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce. Seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina”, disse. Na sequência, usou o seu próprio exemplo para ratificar a informação: “Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off label”.

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O chamado uso “off label”, citado por Bolsonaro, é aquele que acontece sem necessidade de seguir a bula. Com relação à hidroxicloroquina, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a publicar recomendações indicando a ineficácia do tratamento. Além disso, o uso indiscriminado da droga pode trazer efeitos colaterais graves.

"Não entendemos porque muitos países se colocaram contra o tratamento inicial. A História e a Ciência saberão responsabilizar a todos", disparou o líder do Planalto, que voltou a criticar as medidas restritivas adotadas pelos Estados para controlar a transmissão do vírus e apontou que o impacto da inflação no preço dos alimentos é resultado de políticas sanitárias.

No decorrer da fala negacionista, que teve início com os já tradicionais ataques à mídia, Bolsonaro declarou não entender o porquê de “alguns países, juntamente com grande parte da mídia” se posicionarem contra o que chamou de “tratamento inicial”. Segundo ele, “a ciência e a história saberão responsabilizar a todos”.

Mortes pela Covid-19

Embora tenha feito chacota com às vítimas da Covid-19 e tenha brincado que não era coveiro, no plenário internacional, Bolsonaro lamentou as mortes decorrentes da infecção e assegurou que até novembro, "todos que escolherem ser vacinados serão atendidos".

Ainda em defesa do uso de substâncias comprovadamente ineficazes, coberta pelo que entende como autonomia médica, Bolsonaro desconsiderou que já aterrorizou a população sobre os efeitos da vacina e até pontuou a ameaça de um imunizado virar jacaré, ele adotou tom mais brando. "Apoiamos a vacinação, contudo, nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário e restrições", discorreu o presidente, que não recebeu nenhuma das duas doses do imunizante. Na sequência, enfatizou o posicionamento contrário ao “passaporte sanitário” - mecanismo que visa retomar viagens internacionais entre pessoas imunizadas - e também a “qualquer obrigação relacionada à vacina”.

Considerado incentivador reverso das medidas preconizadas por órgãos sanitários brasileiros e internacionais, o chefe do Executivo foi obrigado a usar máscara para entrar na sede da ONU. Ainda na fala, reiterou sua estratégia de ataques à Imprensa pelo desgaste da sua gestão e voltou a apontar uma infundada ameaça comunista. O presidente, inclusive, criticou o sistema político que já gerou desavenças com a China, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, e seus embaixadores.

Sem citar o envolvimento de familiares em casos de rachadinha - que repercutiu em troca de comandos na Polícia Federal -, a compra superfaturada de doses da Covaxin evidenciadas pela CPI da Covid, e os motivos que demitiu seus ex-ministros do Turismo e do Meio Ambiente, Marcelo Álvaro e Ricardo Salles, Bolsonaro afirmou que "diferente do publicado em jornais e visto em televisões”, seu governo não tem casos concretos de corrupção até o momento. 

Ao fim do breve discurso, pediu bênçãos aos presentes e convidou os demais chefes de Estado a investir no Brasil, especialmente ao anunciar a abertura do leilão da conexão 5G.

Com Kauana Portugal

Diversas frases e símbolos ligados ao movimento antivacina "No Vax" foram pintados com tinta spray vermelha no Palavaccini, em Moncalieri, área do antigo fórum da cidade italiana, nos arredores de Turim, onde foi instalado um centro de vacinação contra a Covid-19.

O prefeito local, Paolo Montagna, que participou da fiscalização junto à polícia municipal, denunciou o ato em sua página no Facebook. "A vacina contra a Covid está aí, é segura, salva vidas. A contra a ignorância, infelizmente, ainda não foi descoberta", escreveu.

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Uma investigação foi aberta para apurar o caso. Os carabineiros estão trabalhando para identificar os responsáveis, também por meio da análise das imagens das câmeras de segurança próximas ao local.

Da Ansa

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