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Cinco municípios brasileiros elegeram nesse domingo (12) novos prefeitos em eleições suplementares. Além de Silva Jardim e Santa Maria Madalena, no Rio de Janeiro, foram realizadas novas eleições para o executivo municipal em Campo Grande (AL), Pedra do Anta (MG) e Gado Bravo (PB).

Em Silva Jardim, foram constatadas irregularidades em um dos partidos integrantes da chapa vencedora na eleição municipal de 2020. Nos demais municípios, os vencedores em 2020 tiveram suas candidaturas indeferidas.

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Em Santa Maria Madalena, Nilson José (DEM) foi eleito com 3.527 votos (50,82% dos votos válidos). Já em Silva Jardim, Maira de Jaime (PROS) venceu a disputa com 5.273 votos (37,99%).

Na cidade mineira de Pedra do Anta, Eduardo José Viana (PL) elegeu-se com 1.849 votos (72,23%). Em Gado Bravo, o eleito foi Marcelo Jorge (PL), com 3.613 votos (62,58%). Já na alagoana Campo Grande, Teo Higino (Republicanos) conquistou 3.270 votos (49,83%) e foi eleito prefeito.

Os prefeitos eleitos ontem exercerão seus mandatos até 31 de dezembro de 2024. 

Eleitores de cinco municípios foram às urnas neste domingo (13) para eleger novos prefeitos e vice-prefeitos. As novas eleições ocorreram em Sidrolândia (MS), Nova Prata do Iguaçu (PR), Petrolândia (SC), Campestre (MG) e Espera Feliz (MG). O novo pleito foi marcado porque os prefeitos eleitos em 2020 tiveram registro indeferido.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a legislação determina que sejam realizadas novas eleições quando o candidato mais votado em uma eleição para uma prefeitura tiver o seu registro de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral de forma definitiva.

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Em Petrolândia (SC), foi eleito o candidato Irone Duarte, do Partido Progressista (PP), que obteve 2.195 votos (47,98% do total de votos válidos). O vice eleito na chapa é Egoni, também do PP.

No município de Espera Feliz (MG), foi eleito Oziel Gomes, do Partido Social Democrata (PSD), com 5.484 votos (45,43%). O vice-prefeito eleito é o Sr. Edinho, do PSD.

Em Nova Prata do Iguaçu, Serginho Faust, do Partido Liberal (PL), foi eleito com 3.455 votos, que representam 51,09% dos válidos. Faust é servidor público municipal e tem 53 anos. O vice-prefeito eleito é Odair Pez, também filiado ao PL.  

O candidato Marquinho Turquinho, do Democratas (DEM), foi eleito neste domingo para prefeito de Campestre (MG). Ele obteve 5.790 votos, o que representa 50,7% dos votos válidos. Seu vice na chapa é Dr. Zenun, também do DEM.

Já em Sidrolândia (MS), a candidata Vanda Camilo do PP, ficou em primeiro lugar para a prefeitura, com 10.768 votos (52,4% dos votos válidos). A vice-prefeita eleita na mesma coligação é Rose Fiuza, do PP. 

Os eleitores de cinco municípios irão às urnas neste domingo (13) para eleger seus prefeitos. Em Sidrolândia (MS), Nova Pata do Iguaçu (PR), Petrolândia (SC), Campestre (MG) e Espera Feliz (MG), os prefeitos eleitos em 2020 tiveram o registro de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral de forma definitiva. Com isso, a legislação determina novas eleições.

De acordo com portaria publicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para a definição da data das eleições suplementares, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) responsável pelo município levará em conta as condições sanitárias locais. E deverá, se for o caso, providenciar a observância das regras do Plano de Segurança Sanitária aprovado pelo TSE para a prevenção ao contágio pela covid-19.

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Candidatos

Em Campestre (MG) concorrem ao cargo de prefeito Marco Antonio Franco (DEM) e Rafael dos Santos (PV). Já em Espera Feliz (MG), disputam o comando municipal os candidatos Adrian Oliveira Silva (PDT), Bartholomeu Miranda (PSB) e Oziel Gomes da Silva (PSD).

Na cidade paranaense de Nova Prata do Iguaçu, os candidatos ao cargo de prefeito são Edilsom José Grassi (PSDB), Sandro Oltramari (PSB) e Sérgio Faust (PL). Por sua vez, em Sidrolândia (MS) os eleitores deverão escolher entre duas candidaturas: Vanda Camilo (PP) e Enelvo Felini (PSDB).

No município de Petrolândia (SC), os nomes que disputam a preferência do eleitorado são os seguintes: Ângela da Mota (MDB), Edson Padilha (Pode) e Irone Duarte (PP).

 

A CPI da Covid postergou a convocação de prefeitos e ex-prefeitos, prevista para esta quarta-feira (26), na qual estava cotado também o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB), atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. A gestão do peessebista é alvo de operação da Polícia Federal por suspeitas de desvio de recursos da Saúde durante a pandemia, associada a um desfalque de quase R$ 11,5 milhões. Segundo o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), os requerimentos pendentes serão avaliados na próxima terça-feira (1º).

O ex-gestor da capital pernambucana é uma das presenças mais aguardadas na comissão, à luz do escândalo da compra dos 500 respiradores, ainda em 2020, no começo da pandemia. Geraldo Julio deixou o cargo em dezembro do ano passado, mas deve comparecer à CPI para prestar esclarecimentos.

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A compra dos tubos endotraqueais, utilizados em pacientes em estado grave da Covid-19 e sob necessidade de ventilação mecânica, foi investigada através do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO), que solicitou auditoria especial para analisar três contatos da Prefeitura do Recife com a empresa Juvanete Barreto Freire em 23 de maio de 2020. Cada contrato foi voltado a uma leva de respiradores, primeiro foram 200 aparelhos, então 100 e por último, mais 200 unidades. O desembolso total seria de R$ 22 milhões, segundo o MPCO.

O caso agora circula em esfera federal e apesar de não mencionar diretamente o nome de Geraldo Julio, os acontecimentos sondados aconteceram no período do seu segundo mandato. Na última segunda-feira (24), o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu à Justiça Federal uma denúncia contra o ex-secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, e mais cinco ex-servidores a partir da Operação Apneia, que leva a investigação. Jailson Correia é acusado da prática dos crimes de dispensa indevida de licitação, peculato e crime contra a ordem tributária.

Além do ex-chefe da pasta, também são sondados pela operação o ex-diretor Executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde do Recife, Felipe Soares Bittencourt e a ex-gerente de Conservação de Rede da Secretaria de Saúde do Recife, Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo, bem como os empresários Juarez Freire da Silva, Juvanete Barreto Freire e Adriano César de Lima Cabral.

No documento, assinado pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, o crime de dispensa indevida de licitação foi atribuído a todos os envolvidos. O de peculato, ao ex-secretário, ao ex-diretor, à ex-gerente e aos empresários. Já a acusação de crime contra a ordem tributária, somente aos empresários. O MPF solicitou à Justiça que seja decretada perda de eventual cargo público exercido pelos denunciados, bem como o pagamento de indenização para reparação dos danos morais e/ou patrimoniais causados.

Convocações desta quarta-feira

A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (26) a convocação de nove governadores, um ex-governador e uma vice-governadora para prestarem depoimento na comissão. A Comissão também aprovou nesta quarta-feira (26) a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, do ex-chefe da pasta, Eduardo Pazuello.

Foram convocados os seguintes governadores:

- Wilson Lima, do Amazonas

- Ibaneis Rocha, do Distrito Federal

- Waldez Góes, do Amapá

- Helder Barbalho, do Pará

- Marcos Rocha, de Rondônia

- Antônio Denarium, de Roraima

- Carlos Moisés, de Santa Catarina

- Mauro Carlesse, de Tocantins

- Wellington Dias, do Piauí

A vice-governadora chamada foi Daniela Reinehr, de Santa Catarina. O ex-governador convocado foi Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, que sofreu impeachment neste ano.

Em menor número na CPI da Covid, os senadores governistas têm trabalhado para tentar respaldar ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na gestão pandemia e desviar a responsabilidade por possíveis omissões no enfrentamento da crise sanitária. Uma das empreitadas foi a disparada de ofícios aos Tribunais de Contas dos Estados, dos Municípios e da União solicitando dados sobre investigações de gastos relacionados ao enfrentamento do coronavírus.

De autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o requerimento foi aprovado no final de abril. Na justificativa, ele afirma que as informações prestadas vão ajudar a acelerar o processo investigativo. "Evitará que sejam duplicados esforços no sentido de se iniciarem investigações que já estão em curso, favorecendo, assim, a eficiência, tanto das Cortes de Contas quanto da própria CPI", escreveu.

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O ofício pede a cópia integral de todas as investigações, em qualquer fase, bem como de todos os relatórios de auditorias e inspeções sobre recursos federais repassados aos Estados, Distrito Federal e municípios de até 200 mil habitantes para o combate da covid-19, além dos bancos de dados criados eventualmente criados pelos por órgãos policiais.

Segundo o Estadão apurou, alguns tribunais precisaram pedir mais prazo para levantar todas as informações. Os requerimentos às Cortes de Contas fazem parte de um movimento mais amplo para apurar o uso feito por gestores locais dos recursos federais na pandemia, tirando o foco do Planalto. Governadores e prefeitos também foram cobrados a apresentar todas as notas fiscais e de empenho e extratos e ordens bancárias relacionadas a compras e contratações para enfrentamento da crise sanitária, com ou sem licitação.

Em outra frente, as Diretorias Gerias das Polícias Civil e Federal, as Procuradorias Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) foram acionadas para que compartilhem toda a documentação de inquéritos ou investigações, em qualquer fase, sobre a aplicação dos recursos federais.

A CPI da Pandemia pode votar a partir da próxima semana a convocação de três ministros de Estado, quatro governadores, quatro prefeitos, 13 secretários estaduais e municipais de saúde e até um integrante do Supremo Tribunal Federal (STF). Dos 209 requerimentos que ainda aguardam deliberação do colegiado, 134 são pedidos de convocação. Outros 73 são de convite e apenas dois de informações.

Os parlamentares sugerem a convocação dos ministros Paulo Guedes (Economia), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). Há ainda requerimentos para a convocação dos ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Walter Braga Netto (Casa Civil). O ministro Wagner Rosário, da Controladoria Geral da União (CGU), é chamado a depor em um pedido de convite.

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A CPI da Pandemia pode votar ainda a convocação dos governadores João Doria (São Paulo), Wilson Lima (Amazonas), Rui Costa (Bahia) e Hélder Barbalho (Pará). Wellington Dias (Piauí) é convidado como representante do Fórum de Governadores.

O prefeito de Manaus (AM), David Almeida, é alvo de três requerimentos. Além dele, há pedidos para a convocação dos gestores de Chapecó (SC), João Rodrigues; Ilha Bela (RJ), Toninho Colucci; e São Lourenço (MG), Walter Lessa. Outro requerimento pede a convocação do ex-prefeito de Fortaleza (CE), Roberto Cláudio.

A CPI da Pandemia pode votar ainda a convocação dos secretários estaduais de Saúde de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte. Além deles, podem ser convocadas a depor as gestoras municipais de Saúde de Manaus e de Porto Seguro (BA). Há ainda requerimentos para a convocação de ex-secretários do Amazonas, do Distrito Federal e de Fortaleza.

"Gabinete do ódio"

De todos os requerimentos que aguardam apreciação, apenas quatro têm data confirmada de votação. Eles se referem à convocação de Fabio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República. Em entrevista à revista Veja, Wajngarten afirmou que houve “incompetência” e “ineficiência” de gestores do Ministério da Saúde para negociar a compra de vacinas. Os quatro pedidos devem ser votados na próxima terça-feira (4).

Os senadores podem apreciar ainda a convocação do chamado “gabinete do ódio”: um grupo de servidores que atua nas redes sociais da Presidência da República e é suspeito de promover uma campanha de desinformação durante a pandemia. Podem ser chamados a depor os assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Gomes e Mateus Matos Diniz, além do secretário de Comunicação da Presidência, Flávio Rocha.

Os parlamentares apresentaram ainda requerimentos para a convocação do ex-comandante do Exército, general Edson Pujol. Durante a gestão dele, o Laboratório do Exército intensificou a produção de cloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Quem também aparece entre os requerimentos de convocação é o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em março do ano passado, ele decidiu que governadores e prefeitos podem adotar medidas para o enfrentamento do coronavírus — assim como o presidente da República.

Os senadores sugerem ainda a convocação do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. Também podem ser chamados a depor o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier, e o ex-secretário do Tesouro Nacional e atual secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal.

Convite e informações

Dos 73 requerimentos de convite, 16 se referem à realização de audiências públicas. Eles sugerem a participação de representantes de universidades, entidades médicas, organismos multilaterais de saúde, governos estaduais, prefeituras, hospitais públicos e privados, santas casas, especialistas em relações internacionais, órgãos de controle e institutos de pesquisa. Um requerimento também sugere a presença de infectologistas para “prestar informações sobre as evidências cientificas que comprovam a eficácia do tratamento precoce contra a Covid-19”.

Os senadores apresentam ainda requerimentos para ouvir representantes de laboratórios que desenvolvem ou já produzem vacinas contra o coronavírus. São eles: Instituto Butantan, Sinovac, Fundação Oswaldo Cruz, AstraZeneca, União Química, Instituto Gamaleya, Instituto do Soro da Índia e Janssen.

Os dois requerimentos de informação pendentes de votação solicitam dados à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e ao Ministério da Saúde. O primeiro se refere a propagandas, campanhas ou inserções midiáticas realizadas pelo governo federal em temas relacionados à pandemia. O segundo pede informações sobre a compra de exames para a detecção da Covid-19.

*Da Agência Senado

Cabo Frio (RJ) já não tinha mais leitos de UTI disponíveis quando o prefeito José Bonifácio (PDT) decidiu viajar 132 quilômetros em busca de ajuda. O destino era o município de Maricá (RJ), governado pelo petista Fabiano Horta, que naquele momento vivia uma situação bem diferente, com taxa de ocupação em 40,8%. Além dos leitos, o município da Região dos Lagos sofria com a falta de insumos importantes para o tratamento de casos de Covid-19, e foi a colaboração do vizinho que ajudou a desafogar o sistema de saúde naquele momento.

A falta de medicamentos, insumos e outros itens importantes para o tratamento de casos graves de coronavírus é realidade em todo o País. E, para evitar o colapso e poupar vidas, a solução encontrada por prefeitos tem sido buscar apoio em municípios próximos, por ser mais rápido e sem burocracias.

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A ajuda tem ocorrido de maneira informal e apartidária - apesar do momento de polarização no País. Os secretários de Saúde da Grande São Paulo, por exemplo, mantêm um grupo de WhatsApp para trocar informações em tempo real sobre a situação de cada lugar. O combinado para aqueles que recebem algum item emprestado é devolver assim que possível, para que não haja desabastecimento.

No caso de Cabo Frio, a cidade de Maricá cedeu uma ambulância e alguns insumos que estavam em falta, relatou a secretária de Saúde do município, Simone Costa e Silva. "Assinamos ainda um convênio para disponibilizar leitos de UTI em Maricá para os pacientes cabofrienses", afirmou.

Bonifácio disse que a UTI é um "problema sério" na região. Sobre a ausência de medicamentos, ele afirmou que a cidade fez licitação no ano passado, mas os laboratórios vencedores se recusaram a entregar o pedido pelo preço combinado. Como ficar sem medicamento não é uma opção, Bonifácio tem recorrido à ajuda da cidade vizinha. "É quase como se fosse um almoxarifado da nossa própria Secretaria Municipal de Saúde", brincou o prefeito.

Na Grande São Paulo não tem sido diferente. A prefeitura de Santo André afirma ter ajudado nove cidades da região, entre elas Diadema, Guarulhos e Rio Grande da Serra. A lista daquilo que foi emprestado é quase toda de itens essenciais, alguns inclusive do chamado "kit intubação", hoje em escassez no País.

Um deles é o bloqueador neuromuscular, usado para paralisar o paciente intubado e permitir que ele fique em estado de relaxamento enquanto o respirador trabalha. Sedativos e medicamentos que controlam a pressão e reduzem o risco de formação de coágulo também estão na lista. Há ainda materiais básicos, como sabonete, lidocaína gel (anestésico tópico para aplicar em mucosa), máscaras, luva, compressa de gaze e até dipirona.

"Há uma rede de reposição entre as cidades para que não falte insumo para ninguém. Foi um formato que criamos para evitar o colapso", disse o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). A cidade não corre o risco de desabastecimento, e por isso, tem sido uma das que mais ajudam na região. Serra afirmou sentir falta de uma "articulação" em âmbitos institucionais superiores - os governos federal e do Estado.

Governança

A rivalidade entre PSDB e PT foi deixada de lado para ajudar a vizinha Diadema, comandada pelo prefeito José de Filippi (PT). "Eu sempre acreditei na governança coletiva, de troca e cooperação entre as cidades", disse o petista. Filippi relatou que, quando assumiu a prefeitura, no começo do ano, todos os contratos de fornecimento de medicamentos tinham se encerrado em dezembro. "Nos primeiros 30, 40 dias de governo, esse apoio de Santo André foi fundamental para salvar vidas."

Hoje, o município consegue até ajudar outras cidades, como Rio Grande da Serra, do prefeito Claudinho da Geladeira (Podemos). "A questão partidária é importante para cada um. Mas agora, nesse ambiente de guerra, precisamos estar de mãos dadas", afirmou Filippi.

Na região de Campinas, o intercâmbio sempre existiu, segundo o diretor técnico do Hospital Mário Gatti, Carlos Arca, mas, na pandemia, isso se tornou mais frequente e mais urgente.

"Já pedimos emprestado e também emprestamos, por exemplo, para cidades como Paulínia." Segundo ele, o processo tradicional de ter que pedir medicamentos é mais "moroso", pois depende de canais competentes e de toda uma documentação. "Existem situações de vida ou morte. Se um hospital precisa de um item imediatamente, por que não vou emprestar?", questiona. "Pela conversa informal é bem mais rápido."

"Nossa posição continua sendo a de que nenhum brasileiro, Estado ou Município é melhor do que outro. O pacto federativo não pode ser quebrado, e ele não admite privilégios”, afirmou o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi. Ele participou de audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19, ocorrida na manhã desta segunda-feira, 12 de abril, mediada pelo presidente do colegiado, senador Confúcio Moura (MDB-RO).

O debate propôs discutir as dificuldades dos gestores locais no enfrentamento da pandemia, o cumprimento do plano de vacinação e a capacidade de atendimento e condições de abastecimento dos sistemas de saúde municipais. Durante sua fala, Aroldi disse que o ideal é que todas as vacinas sejam disponibilizadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) para não prejudicar as regiões mais vulneráveis.

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"A vacinação é o caminho de médio prazo para preservar a saúde dos brasileiros e a retomada econômica e social do país", disse. Contudo, com base nas ações da entidade de monitoramento dos fornecedores de vacinas no mundo, o líder municipalista sinalizou que a compra individualizada é uma ilusão, pois não existe esta oferta no mercado. Ele defende o destino da compra privada, integralmente, ao PNI para a vacinação dos grupos prioritários. 

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Na contramão

No início de sua apresentação, o presidente da Confederação contou que as entidades municipalistas têm atuado diuturnamente para orientar os gestores locais, mas as indefinições, as idas e vindas das decisões e a instabilidade dos regramentos trazem preocupações e dificultam as ações. "Observamos que as medidas de distanciamento adotadas, sem nenhuma coordenação e planejamento, muito ao contrário, com a posição adversa do governo federal, põe em xeque a importância das ações restritivas".

Segundo Aroldi, os resultados que poderiam ser promissores, repercutem tardiamente, levando os sistemas de saúde ao caos. "Falta também um mapeamento nacional da propagação das novas variantes, que combinado com uma baixa testagem da população, resultam em um cenário: estamos apenas enxugando gelo", desabafou. "Lá na ponta, o gestor não está conseguindo fazer frente às medidas necessárias para sairmos deste pico da pandemia", completou.

Coordenação

Para o presidente da CNM, os gestores municipais precisam do Congresso Nacional para implementar ações, sob a coordenação do governo, para minimizar o atual descontrole. Ao comparar a situação atual a um cenário de guerra, em que faz-de necessário tomar as rédeas com coordenação, Aroldi garantiu: "não existe estoque de vacinas nos Municípios e as vacinas estão sendo administradas de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, o qual orientou a reserva do imunizante para a aplicação da 2º dose".

"É preciso deixar claro que a diferença nos números de doses entregues e aplicadas não corresponde à realidade", afirmou. Há problemas entre a saída dos imunizantes e a chegada na ponta, além do registro no sistema ser efetuado com algum delay. "São várias as reclamações de Municípios com problemas de carregamento das informações pelo sistema do Ministério da Saúde, que apresenta grande instabilidade, o que atrasa ainda mais o registro das doses já aplicadas", contou o presidente da CNM.

Capacidade

Os Municípios, segundo confirma Aroldi, possuem capacidade de aplicar 1,5 milhões de doses/dia e podem ampliar essa meta rapidamente. Os resultados das pesquisas semanais da entidade também ganharam espaço na apresentação. Dentre os problemas identificados está a rápida saturação da Rede de Atenção Especializada levou também ao aumento explosivo de atendimentos na Atenção Primária, válvula de escape para os pacientes que não encontram leitos nos hospitais.

Ao reconhecer que a guerra do Brasil contra a pandemia é travada nos Municípios, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) apresentou algumas perguntas dos demais colegas, assim como vice-presidente do colegiado, o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), e outros integrantes da comissão e demais senadores também fizeram o uso da palavra. Em resposta às colocações, o presidente da CNM reafirmou: "O ritmo da vacinação no Brasil depende da disponibilização de doses, mas não existem vacinas suficientes nos postos de saúde dos Municípios".

Conflito federativo

Ainda em resposta aos participantes, Aroldi destacou que não se pode criar um conflito federativo e nem tão pouco fragilizar o Sistema Único de Saúde (SUS), que foi construído, a duras penas, aos longos dos anos. "Precisamos valorizar essas estruturas, porque, agora, reduziu a necessidade de leitos de UTI? E ainda temos mais de mil Municípios com essa necessidade, com pacientes em estado grave, sem conseguir leitos de UTI? Esse número era maior, por que diminuiu?" questionou o presidente da entidade.

Ele disse: "pelas medidas adotadas pelos gestores municipais e estaduais. Essas medidas foram prejudicadas e mal compreendidas pela população pelas manifestações do líder maior, que vem atrapalhando o processo". "As medidas estão sendo tomadas, em cada Município do Brasil, conforme a necessidade e o prefeito, com muita responsabilidade, dialogando com a sociedade organizada", completou. Aroldi mencionou alguns exemplos de como os gestores e as equipes de saúde têm vencido desafios para promover a vacinação nas mais remotas localidades do país.

Apoio Financeiro

Sobre a queda da arrecadação e o impacto nos cofres municipais, o líder municipalista confirmou a necessidade de um apoio financeiro por parte da União para que seja possível continuar tendo as condições mínimas de atender a população. Já em relação ao reflexo no empobrecimento da população, o Projeto Município Parto Cheio foi citado como boa prática. Ao ser questionado sobre o tratamento precoce, defendeu a ciência e o tratamento de eficácia comprovada.

Por fim, Aroldi enalteceu as ações e os esforços de cada prefeito e citou a necessidade de reformulação do Pacto Federativo. "A nossa participação no bolo tributário é muita pequena e nossas atribuições são muitas. O recurso não comporta mais atender todas as atribuições repassadas, especialmente pelo governo federal, ao longo dos anos. Isso precisa ser corrigido", disse ao defender também uma ampla reforma tributária, que garanta segurança jurídica ao empresariado e uma melhor definição de competências e de recursos.

*Do site da Confederação Nacional de Municípios

Um vídeo produzido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e divulgado nesta segunda-feira, 29, faz um apelo para que haja ajuda internacional ao Brasil no combate à pandemia de coronavírus. Com três minutos e 22 segundos de duração, a peça conta com declarações de oito mandatários, além do presidente da FNP, Jonas Donizette.

Seis dos prefeitos que aparecem no vídeo comandam capitais. São eles: Eduardo Paes (DEM), do Rio; Bruno Reis (DEM), de Salvador; Edmilson Rodrigues (PSOL), de Belém; José Sarto (PDT), de Fortaleza; Edvaldo Nogueira (PDT), de Aracaju; e Gean Loureiro (DEM), de Florianópolis. Há ainda a pernambucana Raquel Lyra (PSDB), prefeita de Caruaru, e a gaúcha Paula Mascarenhas (PSDB), de Pelotas.

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"O que estamos vivendo no Brasil hoje impede assistência adequada aos pacientes. As melhores práticas internacionais e as medidas sanitárias de prevenção enfrentam fortes barreiras para proteger de forma efetiva os brasileiros. Novas variantes surgem, cada vez mais transmissíveis e já prevalentes em todo o País", diz trecho do vídeo, que conta com leitura do mesmo texto de forma intercalada pelos participantes.

Os mandatários explicam que a ajuda internacional poderia proporcionar materiais de controle da doença e, principalmente, a aquisição de mais vacinas. "Acreditamos que, com a ajuda de outras nações, podemos disponibilizar leitos, medicamentos, testagem gratuita, vacinas, oxigênio, auxílios às populações mais vulneráveis. Acreditamos na ciência e precisamos de mais vacinas", afirmam.

Na tentativa de tomar atitudes próprias em meio às críticas ao governo federal, os prefeitos também criaram o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), que começou a ser formado em fevereiro, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que estados e municípios se envolvessem na negociação de vacinas.

Segundo a FNP, a ação já tem mais de 2,6 mil cidades interessadas. Com suas respectivas populações somadas, 156 milhões de brasileiros seriam alcançados pelo consórcio.

O vídeo divulgado hoje foi produzido em parceria com a Vital Strategies, que também se juntou à Frente na campanha "Cidades contra a covid-19". Ela se baseia em informações científicas para produzir materiais de prevenção e disponibilizá-los de modo gratuito aos municípios interessados.

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A ausência de representantes dos municípios na reunião desta quarta-feira, 24, que definiu a criação de um comitê nacional para coordenar o enfrentamento à pandemia do coronavírus, foi motivo de críticas das duas principais entidades que representam prefeitos no País. O anúncio ocorreu após um encontro do presidente Jair Bolsonaro com os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado, do Supremo Tribunal Federal (STF), alguns governadores e ministros.

O motivo do desconforto, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), é que as prefeituras são responsáveis pela aplicação das vacinas contra a covid-19 e por boa parte do atendimento básico de saúde aos infectados pelo novo coronavírus. Na véspera da reunião, na noite de terça, 23, a CNM havia publicado uma carta aberta na qual conclamou Bolsonaro a assumir a coordenação nacional do enfrentamento à pandemia "de uma vez por todas" e se empenhar em uma campanha de comunicação a favor da vacinação, do distanciamento social e do uso de máscaras e álcool em gel.

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Segundo o consultor da CNM para estudos técnicos, Eduardo Stranz, o anúncio do comitê foi recebido com cautela, pois ainda não se sabe se será de fato eficaz. A CNM reclamava da falta de um interlocutor federal para coordenar as demandas dos municípios em meio à crise sanitária - responsabilidade que, segundo a entidade, não foi assumida pelo Ministério da Saúde.

"Houve demora e, ao mesmo tempo, se perdeu a oportunidade de contar com mais um ente federado (na reunião), que é o principal desse trio entre a União, Estados e municípios", disse Stranz, porta-voz da confederação. "Ter uma instância, mesmo que seja um comitê, à qual se possa direcionar nossos pleitos e questionar as alternativas, é salutar. Se vai funcionar, só o tempo dirá. São pontos de vista diferentes na mesma mesa, é preciso ter uma capacidade de diálogo."

Para Stranz, até agora houve apenas interlocução entre prefeitos e governos estaduais. O diálogo de Estados e municípios com o governo federal, ele diz, foi marcado por "uma disputa desnecessária que nos levou ao ponto que estamos agora, na fase mais aguda da pandemia".

Já a FNP divulgou uma nota em que classifica a ausência de prefeitos na reunião como "federalismo de conveniência". A federação também criticou o pronunciamento de Bolsonaro em cadeia de rádio e TV nesta terça, 23.

"O presidente da República reuniu alguns governadores, os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal para tratar da pandemia e não convidou prefeitas e prefeitos, que são os responsáveis pela aplicação das vacinas. Essa parece ser uma ideia de federalismo de conveniência", disse a FNP. A entidade afirma que "o Brasil e os brasileiros estão abandonados pelo governo federal".

A frente considerou "atrasada" a declaração em solidariedade às vítimas da pandemia, que se aproximam do total de 300 mil nesta quarta, e que o discurso é "vazio e não expressa confiança". Além disso, apontou omissões do presidente em temas como lockdown, isolamento social, escassez de medicamentos e de oxigênio para manter pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI).

As duas entidades têm defendido medidas como restrições na circulação de pessoas, uso de máscara e álcool gel para enfrentar a pandemia, além de cobrar uma coordenação mais efetiva do Ministério da Saúde e do presidente para a distribuição de remédios e recursos que mantenham o atendimento de saúde funcionando.

Com o receio de que o Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal não seja suficiente para suprir a demanda por vacinas, a FNP lançou, neste mês, um consórcio municipal para comprar imunizantes. O objetivo do consórcio é complementar o programa federal, através de doses extras adquiridas diretamente com as fabricantes. A intenção é que a iniciativa também sirva para a compra de medicamentos. Cerca de 2,6 mil municípios já aderiram ao consórcio.

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro e ao Ministério da Saúde pedindo providências imediatas para suprir a escassez de oxigênio envasado e medicamentos para sedação de pacientes entubados que já se registra, segundo a entidade, do Norte ao Sul do País.

"A União poderá reforçar a aquisição dos medicamentos e também tem prerrogativa de determinar redirecionamento de insumos e produtos. Isso poderia ser feito com a indústria metalúrgica, que também utiliza oxigênio com o mesmo grau de pureza do hospitalar, por exemplo", sustenta a Frente, que reúne as 412 cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes.

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Em audiência pública nesta quinta-feira, 18, na comissão temporária do Senado que acompanha medidas de enfrentamento à pandemia, empresas distribuidoras de oxigênio defenderam que a falta de previsibilidade é o principal empecilho para lidar com a escassez do insumo neste momento e afirmaram que o fornecimento de dados sobre casos e internações pode sinalizar o cenário nacional da pandemia.

Na última segunda-feira, 15, o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a questionar, em entrevista coletiva anterior à indicação do cardiologista Marcelo Queiroga para substituí-lo, o que a pasta federal "tem a ver" com produção, transporte e logística de oxigênio. Na mesma ocasião, contudo, anunciou que o Ministério havia planejado ação coordenada com o Ministério da Defesa para suprir a quantidade de oxigênio líquido necessária para o Acre e Rondônia, onde se registraram ocorrências de falta do insumo.

Agora, a FNP aponta que o aumento sem precedentes no número de contaminados com o novo coronavírus e da demanda por atendimento hospitalar prenuncia um cenário de falta de oxigênio e de medicamentos para sedação de paciente entubados em todo o País. No ofício a Bolsonaro e ao ministério, a Frente reivindica que o governo federal adote medidas cabíveis para que as cenas "trágicas e cruéis" de Manaus (AM), onde houve colapso completo do fornecimento de oxigênio, não se repitam em outras cidades brasileiras.

"Não é razoável que pessoas, cidadãos brasileiros, sejam levados à desesperadora morte por 'afogamento' no seco, ou que sejam amarrados e mantenham a consciência durante o delicado e doloroso processo de intubação e depois na sua longa permanência", escreve a FNP.

Na segunda-feira (1), o prefeito João Campos (PSB) formalizou seu interesse em participar da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) em articulação para aquisição de vacinas contra a covid-19. Nesta terça, em uma publicação em suas redes sociais, o gestor informou que a prefeitura já definiu que serão solicitadas pelo menos 200 mil doses.

“Com isso, vamos conseguir aumentar a velocidade da vacinação dos idosos e conseguir fazer a vacinação dos trabalhadores da educação. Só na rede própria, são mais de dez mil trabalhadores que queremos vacinar da maneira mais rápida possível”, comentou o prefeito.

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Com mais de 100 mil prefeitos associados, o consórcio deve realizar uma visita ao laboratório responsável pela produção da vacina russa Sputnik V, que ainda não possui o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A FNP foi criada para realizar a compra dos imunizantes contra o novo coronavírus, diante da lentidão do Plano Nacional de Imunização (PNI).

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Em reunião, nesta segunda-feira (1º), mais de 300 prefeitos se reuniram para discutir a criação de um consórcio público para compra de vacinas contra a Covid-19. De acordo com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o consórcio seja instalado até 22 de março e dará suporte aos municípios caso o Plano Nacional de Imunização (PNI), do governo federal, não consiga suprir a demanda nacional.

O prefeito Miguel Coelho, que é um dos vice-presidentes da FNP, participou da reunião de formalização do consórcio. De acordo com o gestor, o passo seguinte será a criação de uma diretoria para o grupo de trabalho, nos próximos dias. Ainda este mês, a Prefeitura de Petrolina enviará também um projeto de lei para a Câmara de Vereadores a fim de garantir a participação do município na compra das vacinas via consórcio.

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Miguel acredita que a criação desse bloco de lideranças terá papel estratégico no plano de imunização das cidades-polo do Brasil. "Estamos muito esperançosos. Ao mesmo tempo que seguiremos com a vacinação com as doses enviadas pelo Ministério da Saúde, criaremos esse consórcio para compra direta para os municípios que possuem maiores concentrações populacionais e são fundamentais para a rede de saúde. Dessa forma, teremos mais vacinas disponíveis e poderemos agilizar a imunização nas regiões onde há mais circulação do vírus", explicou o gestor após a reunião da Frente Nacional dos Prefeitos.

Quem também decidiu participar do grupo foi o prefeito do Recife João Campos. “Infelizmente, o Brasil vive um dos momentos mais desafiadores desde o início da pandemia. Nós temos assistido Brasil afora o crescimento do número de casos leves e graves da covid-19, infelizmente, não tem sido diferente aqui no Recife. Desde o início, o Recife escolheu salvar vidas. Agora a ação mais efetiva que nós podemos fazer é uma vacinação com segurança e com velocidade para todos os recifenses. Por isso, aqui hoje eu anuncio que nós firmamos a parceria com a FNP, a Frente Nacional dos Prefeitos, para fazer parte do consórcio que poderá adquirir vacinas para as cidades brasileiras”, comunicou João Campos. 

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O presidente da FPN, Jonas Donizette, explica que o consórcio não é para comprar imediatamente, mas para termos segurança jurídica no caso de o Plano Nacional de Vacinação (PNI) não dar conta de suprir toda a população. “Nesse caso, os prefeitos já teriam alternativa para isso”, esclareceu o presidente da FNP”.

Donizette reforçou também que a primeira tentativa será para que os municípios não precisem desembolsar nada para aquisição das vacinas. “Caso isso ocorra, a ideia é reembolsá-los. Não seria adequado os municípios terem esse gasto diante do PNI, pois já estão afogados em dívidas por conta do momento”, disse.

Sobre o consórcio

Para participar, o município deve aderir à iniciativa, sem custo nenhum, até o dia 5 de março (sexta-feira) em formulário específico, disponível no site da FNP. A FNP reúne as 412 cidades com mais de 80 mil habitantes, mas os municípios que estão fora desse escopo também poderão participar. Até o momento, mais de 100 municípios já indicaram intenção de participar.

A ideia de constituir um consórcio público para aquisição de vacinas, medicamentos, insumos e equipamentos está fundamentada na Lei nº. 11.107/2005. De acordo com o PNI, a obrigação de adquirir imunizantes para a população é do governo federal. No entanto, diante da situação de extrema urgência em vacinar brasileiros e brasileiras para a retomada segura das atividades e da economia, o consórcio público, amparado na segurança jurídica oferecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), torna-se uma possibilidade de acelerar esse processo.

Os recursos para compra de vacinas poderão ser disponibilizados de três formas: por meio dos municípios consorciados, de aporte de recursos federais e de eventuais doações nacionais e internacionais.

*Com informações das assessorias

 

Pressionado pelo ritmo lento de vacinação para Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a prefeitos, nesta sexta-feira (19), que não será mais preciso reter metade dos lotes disponíveis até a aplicação da segunda dose do imunizante. A nova orientação passaria a valer a partir do dia 23 deste mês, quando o governo federal espera receber mais 4,7 milhões de vacinas.

A mudança não significa que a segunda dose deixará de ser aplicada. No começo da campanha, o ministério pediu para que metade das doses fossem retidas pelo risco de não haver reposição dos estoques a tempo da segunda dose. Pazuello disse aos prefeitos que há segurança agora para usar todos o estoque para a primeira dose e receber novas vacinas dentro do prazo para a segunda aplicação.

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O ministro também prometeu antecipar a vacinação de professores. Pazuello está reunido com representantes da Frente Nacional dos Prefeitos. Na terça-feira (16), a entidade se posicionou sobre a escassez de vacinas no País. Cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis já anunciaram ter parado ou reduzido o ritmo da campanha de vacinação. "Agora, o problema da escassez quem tem de resolver é o Ministério da Saúde", disse a entidade em nota.

A FNP anunciou pelo Twitter a nova estratégia de vacinação: "Agora, a partir do dia 23, com a chegada de 4,7 milhões de novas vacinas, a imunização será em 4,7 milhões de brasileiros, não a metade, como estava acontecendo até então. A justificativa é que a pasta tem garantia de produção das doses."

O número de pessoas vacinadas contra a Covid-19 no Brasil chegou, na quinta-feira (18), a 5.614.633, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de saúde. 25 Estados informaram dados atualizados e 211.720 pessoas receberam a primeira dose nas 24 horas anteriores.

Pazuello está sob forte pressão pelo ritmo lento na vacinação contra a Covid-19. Além disso, o general da ativa é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão para evitar o colapso de saúde no Amazonas.

Cobrado por um cronograma de entrega de vacinas, Pazuello disse a governadores, na quarta-feira (17), que toda a população "vacinável" (menores de 18 anos, por exemplo, não estão recebendo as doses) será imunizada neste ano. Ele ainda prometeu a entrega de cerca de 455 milhões de doses de vacinas em 2021, mas considerou a vinda de imunizantes que ainda nem sequer entregaram todos os dados de segurança e eficácia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a Covaxin e a Sputnik V.

O ministro também ignorou atraso na entrega de insumos farmacêuticos para o envase ou fabricação de vacinas no Instituto Butantan e Fiocruz.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, no ritmo em que a vacinação contra a Covid-19 é conduzida no Brasil, o País levaria mais de quatro anos para ter toda a sua população imunizada.

O cálculo é do microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida. Ele lembrou que, durante a campanha de vacinação contra a gripe em março do ano passado, já em plena pandemia do novo coronavírus, os brasileiros vacinavam até um milhão de pessoas por dia.

Atualmente, a média de imunizações diárias é de um quinto disso, cerca de 200 mil pessoas.

Visando as eleições de 2022, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) defende a unidade da oposição em Pernambuco e cita os nomes de Raquel Lyra (PSDB), Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (MDB), prefeitos de Caruaru, Jaboatão e Petronina, respectivamente, como viáveis para ocupar o lugar do governador Paulo Câmara (PSB).

Priscila critica a falta de ações e diretrizes do Governo de Pernambuco para a retomada econômica em 2021. 

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"É um ano muito desafiador, vai precisar de ousadia, criatividade e competência. E o que a gente tem aqui em Pernambuco é governador acanhado, não é ousado e usa caminhos tradicionais: aumento de impostos e inchaço da máquina. Então, infelizmente, eu deslumbro um ano difícil”, complementou.

Prefeitura do Recife

Além disso, a deputada - que disputou a vaga de vice-prefeita na chapa de Mendonça Filho (DEM), na última corrida eleitoral, aponta que a gestão de João Campos (PSB) manteve nos postos administrativos da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) os mesmos servidores da gestão de Geraldo Júlio (PSB).

A Sesau foi alvo de investigações da Polícia Federal por indícios de irregularidades em compras e contratações para o enfrentamento à pandemia. "De fato, é uma gestão de continuidade: continua a mesma equipe que provocou sete operações da Polícia Federal”, pontua.

O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, e mais de 100 prefeitos têm encontro marcado com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta quinta-feira, às 10h30. Donizette estará presencialmente em Brasília, segundo a assessoria da FNP, e os prefeitos vão participar do encontro virtualmente para tratar de pontos emergenciais relativos à vacinação contra a covid-19 nos municípios.

De acordo com a FNP, a pauta da reunião inclui calendário de imunização, planejamento, organização e logística de aquisição e distribuição de insumos.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fará reunião de diretoria colegiada no domingo, 17, para decidir sobre pedidos de uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford/AstraZeneca. O início da vacinação no País depende do aval do órgão regulador.

Segundo o Estadão/Broadcast apurou e noticiou mais cedo, o Ministério da Saúde planeja realizar um evento para marcar o começo da vacinação contra o novo coronavírus na próxima terça, 19, data em que governadores de Estado devem estar em Brasília para participar de reunião com o ministro Pazuello. Apesar de não ter batido o martelo sobre uma data para o início da vacinação no País, o ministro da Saúde tem dito que, na melhor hipótese, começa em 20 de janeiro.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a criticar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e disse que ele está fazendo "barbaridades" na condução da capital mineira na pandemia da Covid-19. "Eu pedi votos para o candidato a prefeito de 'beagá'. Perdi. É natural. O cara lá agora tá fazendo barbaridades, fechando tudo, e já tinha fechado tudo anteriormente", disse o presidente a apoiadores no Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira (13).

O deputado estadual Bruno Engler (PRTB), apoiado pelo presidente, recebeu 9,95% dos votos durante a eleição municipal do último ano e ficou em segundo lugar na disputa.

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Kalil foi reeleito no primeiro turno com 63,36% dos votos.

Nesta semana, em uma nova tentativa de conter o avanço do novo coronavírus na cidade, a prefeitura da capital mineira publicou novo decreto que determina o fechamento de todo o comércio não essencial de Belo Horizonte.

Após cenas de aglomeração no Litoral de Pernambuco durante o fim de semana do Réveillon, o governador Paulo Câmara (PSB) convocou prefeitos dos municípios da costa estaudal para uma reunião nesta quarta-feira (6). Com a chegada do verão e do período de férias, o objetivo do encontro é traçar medidas para reforçar a fiscalização contra a Covid-19 em bares e barracas de praia.

Na primeira reunião do ano com o Gabinete de Enfrentamento da Covid-19, realizada nessa segunda-feira (4), o governador prevê a continuidade dos episódios de desrespeito às normas do Plano de Convivência e pede apoio dos gestores municipais para controlar os índices de contaminação. "Os números da pandemia permanecem preocupantes, e temos pela frente um período de férias, com muita atividade social, sobretudo nas praias. Os estabelecimentos nesses locais precisam também cumprir os protocolos", alertou.

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Câmara também pede que a população se sensibilize e intensifique os cuidados com a doença. "Todas essas medidas só vão surtir o efeito esperado se pudermos contar com a compreensão de todos. Uso de máscara, atenção para higienização das mãos e evitar aglomerações. Cada um de nós pode contribuir observando essas atitudes simples. Só assim vamos conseguir reduzir os índices atuais de contaminação", indicou.

Sem fornecer números, ele ainda informou que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) está reativando leitos de terapia intensiva e que um milhão de máscaras serão distribuídas aos pernambucanos.

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Em mais de 5,5 mil municípios brasileiros, prefeitos iniciam novos mandatos com a responsabilidade de organizar a vacinação contra o coronavírus - um processo que ainda não tem data certa para ter início. As prefeituras serão encarregadas de tarefas como a aplicação das doses, o atendimento ao público e parte da logística do transporte e armazenamento, mas dependem dos governos federal e estaduais para o fornecimento das doses no prazo e em quantidade suficiente. Especialistas e gestores públicos têm debatido o risco de haver desigualdade na distribuição entre regiões ricas e pobres.

Com a demora do Ministério da Saúde para definir a compra dos imunizantes, algumas cidades têm tomado a iniciativa por conta própria. Capitais como Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro já têm acordos para a compra da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantã e pelo laboratório chinês Sinovac.

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Enquanto isso, Recife e Salvador negociam com o Butantã e o governo João Doria (PSDB) para garantir o fornecimento. "Já adquirimos seringas e agulhas. Temos um plano de imunização pronto para garantir o público prioritário. Não vamos ficar só na dependência do governo federal", diz o novo prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM). Além do Butantã a cidade conversa com outros laboratórios. "Reservamos R$ 80 milhões para compra de vacina. Não há nada mais importante nesse momento. É lamentável que o País não tenha iniciado a imunização ainda."

Municípios pequenos, porém, não têm dinheiro para compra de insumos básicos e dependem do repasse da vacina pelo governo federal. A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que representa 406 cidades com mais de 80 mil habitantes e cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, também assinou um termo de cooperação com o Butantã. Uma das cláusulas dá a prerrogativa de compra para o Ministério da Saúde mas, ao mesmo tempo, o termo garante o repasse do imunizante para os municípios filiados caso a aquisição pelo ministério não ocorra. "Todas essas vacinas que estão lá no Butantã, se o governo federal disser ‘vou comprar’, ele compra tudo", diz o presidente da FNP, Jonas Donizette, que deixa a prefeitura de Campinas hoje. "Se não fizer, aí as pessoas (prefeitos) que assinaram o protocolo terão prerrogativa, como a Frente."

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, a desigualdade na distribuição das vacinas é um tema que preocupa secretários e prefeitos. "Não dá para cada Estado, cada município da federação, adquirir e imunizar de forma isolada."

Uma reunião entre a confederação e o Ministério da Saúde está prevista para a segunda semana de janeiro. Os prefeitos querem orientações sobre a distribuição das vacinas, equipamentos necessários para transporte e armazenagem, e clareza sobre a data de início da campanha.

Mesmo municípios mais pobres tentam não depender do governo federal. Na Grande São Paulo, o novo prefeito de Itaquaquecetuba, Eduardo Boigues, começou a se organizar com o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê. Ele diz que, se a vacina chegasse hoje, a cidade não teria como aplicá-la, pois faltam insumos. "A partir do consórcio, estamos viabilizando a infraestrutura para que no dia 25 de janeiro nós tenhamos capacidade de vacinar a população." Um dos planos é que cidades com insumos sobrando forneçam materiais para as que não têm o suficiente.

Desafios

Para um sistema de Saúde acostumado com grandes campanhas, como a da gripe, a novidade será atender grupos de risco com segurança, além de obter insumos suficientes e locais de armazenamento. "O primeiro desafio é ter a vacina. Depois, seringas e agulhas", diz Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. Para ele, é difícil preparar um plano com tanta indefinição sobre qual vacina o País vai comprar. Já os insumos não devem ser um problema a curto prazo, mas podem faltar se não houver reposição. "As primeiras vacinas serão aplicadas provavelmente em uma situação pior de covid-19 do que temos hoje. Será preciso evitar juntar grupos de risco."

Airton Stein, professor de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, também alerta para as aglomerações em postos de vacinação. Para evitá-las, cita a vacinação por drive-thru, usada na campanha da gripe, ou a domicílio. "As cidades que têm infraestrutura bem organizada vão desempenhar a tarefa com sucesso. As que não têm boa infraestrutura terão problemas."

Covas deve decidir sobre aulas e auxílio

Com a legitimidade das urnas, o tucano Bruno Covas assume seu segundo mandato à frente da Prefeitura de São Paulo em busca de uma marca para chamar de sua. Se a primeira gestão teve como destaque a saída precoce de João Doria (PSDB) e a pandemia do novo coronavírus - além da luta de Covas contra um câncer -, o desafio agora é fazer valer o plano de governo aprovado pelos paulistanos. Nos próximos quatro anos, o prefeito terá pela frente ao menos 79 promessas a cumprir.

Parte dos compromissos assumidos durante a campanha são urgentes e dizem respeito à covid-19. Oferecer a vacina em todas as regiões da cidade é meta a tirar do papel ainda em janeiro, caso o imunizante produzido pelo Instituto Butantan ou qualquer outro a ser comprado pelo Ministério da Saúde seja entregue ao município no primeiro mês do ano.

Do mesmo modo, é esperada para os primeiros dias do governo a apresentação de um plano de volta às aulas presenciais, e com recuperação do aprendizado - entre as promessas oficializadas em seu programa está a inclusão de um professor extra nas salas para auxiliar alunos com mais dificuldades.

A evolução dos dados relativos a contágio, internações e mortes por covid-19 na capital ainda definirá se o estado de calamidade pública se estenderá e quais medidas deverão ser adotadas por Covas neste segundo ano de pandemia. Há expectativa especialmente sobre a possibilidade de pagar uma nova rodada de auxílio emergencial aos mais carentes. Em 2020, cerca de 1,2 milhão de moradores receberam uma parcela de R$ 300, ao custo de R$ 417 milhões.

Com o secretariado renovado para esse segundo mandato - e mais diverso, com a presença de mulheres e negros, conforme promessa -, Covas pretende se "aventurar" em um plano de obras estimado em R$ 18 bilhões. Só os prometidos 95 quilômetros de ônibus devem exigir recursos da ordem de R$ 2 bilhões a 4 bilhões, a depender do modelo escolhido e da necessidade de promover desapropriações para viabilizá-los.

Em seu primeiro mandato, a única obra que o tucano tirou do papel por decisão própria foi a revitalização do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. Mas, após sofrer muitas críticas, a reforma foi escondida na campanha eleitoral e nem sequer chegou a ser oficialmente inaugurada.

Outro projeto assumido por Covas sem sucesso ao longo dos mais de dois anos e meio de mandato foi a transformação de Minhocão em um parque, que agora consta oficialmente do plano de governo aprovado nas urnas. Se vingar, o prefeito espera que a proposta se transforme em uma de suas marcas de gestão, ao lado da implantação do Parque Augusta, também na região central da capital paulista. Ambas as medidas são reivindicações de uma parte do eleitorado que apoiou Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno.

Social

Se a promessa de governar para todos assumida no discurso da vitória valer a partir deste primeiro dia do ano, Covas ainda terá de colocar em prática compromissos importantes e necessários na área da assistência social, como triplicar o número de vagas para moradores de rua em repúblicas, no modelo de autogestão, e implantar de forma progressiva e permanente o "cartão alimentação", em substituição ao "Cidade Solidária", que faz distribuição de cestas básicas à população mais carente.

A cientista política Vera Chaia, da PUC-SP, considera o enfrentamento da miséria na cidade como um dos principais desafios de Covas, que passou a campanha dizendo que deseja ser conhecido como um prefeito que se dedicou a reduzir as desigualdades sociais de São Paulo.

"O prefeito deverá aumentar sua atuação na área periférica, cuidando do saneamento básico, incrementando políticas habitacionais e, principalmente, incorporando e adotando ações voltadas aos moradores de rua, que aumentaram significativamente com a pandemia. Isso sem falar na questão do desemprego e na Cracolândia, problema que persiste há várias gestões e que foi agravada neste período", ressalta.

Se os problemas são conhecidos, o que muda neste ano é a força da oposição que Covas terá de enfrentar na Câmara Municipal, e não apenas à esquerda, mas também à direita.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os novos prefeitos de 5.472 municípios brasileiros tomam posse nesta sexta-feira (1º) para um mandato de quatros anos, após terem sido eleitos com a maioria dos votos válidos nas eleições de novembro.

Em 96 municípios, contudo, os prefeitos eleitos ainda não tiveram seu registro de candidatura deferido e seguem impedidos de tomar posse, segundo os dados mais atualizados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Nesses locais, o presidente da Câmara Legislativa deverá assumir a prefeitura interinamente. Há casos em que o TSE já negou o registro do candidato eleito e determinou nova eleição. A previsão é que os novos pleitos ocorrem somente a partir de março, e nenhuma data de votação foi marcada até o momento.

Em outras situações, o prefeito eleito possui recurso pendente no TSE e é possível que ainda consiga tomar posse em algum momento do ano que vem. Entre estes, há ainda aqueles cujo destino depende de uma definição do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da Lei da Ficha Limpa.

Em ao menos quatro cidades - Angélica (MS), Bom Jesus de Goiás, Pinhalzinho (SP) e Pesqueira (PE) – os prefeitos eleitos tiveram seus recursos eleitorais paralisados devido a uma liminar (decisão provisória) do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reduziu o alcance da Lei da Ficha Limpa.

A controvérsia gira em torno de saber quando começa a contar os oito anos de inelegibilidade  previstos na Lei da Ficha Limpa, se a partir da condenação em órgão colegiado (segunda instância ou tribunal superior, por exemplo) ou a partir do fim do cumprimento da pena.

Isso porque Marques suspendeu monocraticamente (de modo individual), a expressão “após o cumprimento da pena” do artigo da Lei da Ficha Limpa que trata da contagem do prazo de oito anos de inelegibilidade em caso de condenação por órgão colegiado (segunda instância, por exemplo). A decisão, na prática, reduz o alcance da punição.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, decidiu paralisar os processos dos prefeitos eleitos que apresentaram recurso com base na decisão de Marques. Nesses casos, a definição se eles tomarão posse ou não só será alcançada após o plenário do Supremo pacificar a controvérsia sobre a Ficha Limpa.

Empossados

Em decorrência de medidas de distanciamento contra a disseminação de covid-19, a posse de muitos candidatos deverá ser por meio de videoconferência. A medida foi autorizada, por exemplo, pelo legislativo de Goiânia, cidade em que o prefeito eleito, Maguito Vilela (MDB), encontra-se há meses internado com a doença na UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Há casos ainda de prefeitos eleitos que morreram vitimados pela doença antes de tomarem posse. Foi o que aconteceu com Izalda Maria Barros Bocaccio, que faleceu em 3 de dezembro, aos 72 anos, por complicações da covid-19. Ela havia sido eleita para assumir o executivo de Santo Antônio das Missões (RS). Com o falecimento, toma posse o vice, Betinho (PP).

É o que vai acontecer também em Tapiraí (SP), onde o vice Vanderlei Cassiano de Resende (Avante) toma posse depois que o prefeito eleito, Ronaldo Cardoso (DEM), morreu em um acidente de carro em 18 de dezembro, um dia após ter sido diplomado pela Justiça Eleitoral.

Já em Muriaé (MG), o prefeito mais velho a ser eleito no Brasil, o empresário José Braz (PP), de 95 anos, toma posse nesta sexta-feira (31) “com muita saúde”, conforme ele próprio declarou a jornalistas após vencer a eleição com 42,8% dos votos válidos.

Outro que assume o cargo sem nenhum problema aparente de saúde é o prefeito eleito de Conchas (SP), Julio Tomazela Neto (PSDB), que com 21 anos e uma margem de apenas sete votos se tornou o prefeito mais jovem a ser eleito.

Nas capitais, o mais jovem a tomar posse nesta sexta é João Campos (PSB), que assume a prefeitura do Recife com apenas 27 anos, enquanto Dr. Pessoa (MDB), empossado em Teresina, é o mais velho, com 74 anos.

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