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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ameaçou nesta terça-feira, 31, retirar o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) do plenário após o parlamentar questioná-lo sobre sua intenção de pautar a privatização da Petrobras. A confusão começou porque Glauber chamou Lira de ditador e perguntou se ele não tinha vergonha de dar entrevistas afirmando que iria pautar projetos para privatizar a estatal.

Durante o bate-boca, Lira cortou o áudio do microfone do colega e além de ameaçar retirá-lo à força do plenário, o presidente da Câmara também disse que iria processar Glauber no Conselho de Ética. "A diversidade de pensamentos nesta Casa é permitida, só não é aceita nesta Casa falta de respeito", completou.

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Após a discussão, Lira deu a palavra para que Glauber Braga falasse na tribuna da Casa, em nome do partido. O deputado do PSOL, então, voltou a criticar o presidente da Casa pelas falas recentes a favor da privatização da Petrobras.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou nesta terça-feira, 31, que, se for eleito, pretende retomar o controle da Eletrobras para a União caso a privatização em curso da empresa se consolide ainda neste ano. Para o ex-ministro, a capitalização da estatal seria um "crime". Ele também defendeu recuperar ações da Petrobras até o Estado possuir 60% da empresa.

"Essa expansão (da Eletrobras) entrega para o acionista privado o controle da companhia. Vamos ter que negociar problemas de água e de tarifa lá em Xangai, provavelmente com uma estatal chinesa", afirmou em sabatina realizada pelo jornal Correio Braziliense. "Se privatizar eu tomo de volta, com as devidas indenizações naturalmente", completou.

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Como mostrou o Estadão, a Eletrobras oficializou sua oferta de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última sexta-feira, 27, com um pedido de oferta pública de ações ordinárias (com direito a voto). Para Ciro, o movimento acarreta na transferência do regime de águas do País ao capital internacional. Questionado, ele não esclareceu sobre como faria a retomada da empresa.

Petrobrás

Durante a sabatina, o pré-candidato também alegou que sua primeira ação como presidente eleito seria a mudança na estrutura de preços da Petrobras e que compraria os ativos dos acionistas que não quiserem mais investir na empresa após as alterações que propõe na política.

Ciro sustentou que quer publicar dois editais no primeiro dia de um possível governo do PDT. O primeiro, convocando o Conselho de Administração da Petrobras para alterar a política de Paridade de Preço Internacional (PPI), que calcula o custo do combustível a partir das variações do mercado internacional, lastreado, por exemplo, no dólar. Para Ciro, o cálculo deveria ser feito a partir do "custo Petrobras" somado a um lucro em linha, sem a paridade cm a importação.

Como a mudança nos preços poderia levar a uma queda no preço das ações da empresa, o pré-candidato alegou, ainda, que publicaria um segundo edital, em que se compromete a comprar fatias da Petrobras até retomar o controle de 60% dos ativos e transformar a estatal em uma companhia líder na produção de energia limpa.

"Eu vou publicar um edital ao lado do governo dizendo que o governo entrará comprando tantas ações quantas se queiram vender até o limite de integralizar novamente 60% do capital", completou.

Na entrevista, Ciro voltou a atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse ter histórico de conversas com PSD, União Brasil e PSB, que faz base com o PT nesta disputa eleitoral, para consolidar alianças em um possível governo.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou em entrevista ao apresentador Ratinho, na Massa FM, que tem a ideia de "fatiar a Petrobras". "A privatização da Petrobras leva no mínimo quatro anos. Tenho uma ideia de fatiar a Petrobras. Realmente não está dando certo atualmente", declarou.

Preocupado com o impacto do preço dos combustíveis na popularidade do governo em ano eleitoral, Bolsonaro voltou a chamar a companhia de "Petrobras Futebol Clube", por um suposto interesse apenas no lucro em detrimento do aumento do custo de vida para a população.

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"Apesar de estar na Constituição seu caráter social, ela não aplica. Tem um lucro fenomenal, não se compara porcentualmente com outras petrolíferas no mundo todo", disse o presidente na entrevista.

O chefe do Executivo ainda voltou a afirmar que a empresa pode "quebrar o Brasil" se continuar subindo o preço dos combustíveis".

"Combustível é a correia da inflação. Somos obrigados a comprar gasolina e diesel fora do Brasil, o que ajuda a encarecer o preço", observou Bolsonaro.

A assembleia do Sindicatos dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) lançou oficialmente o Fórum Permanente em Defesa do Metrô e suspendeu o estado de greve, nessa quinta-feira (26). Com apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE) e mais de 20 entidades, o núcleo vai discutir sobre meios para evitar a privatização do metrô do Recife.

A mesa de debate permanente foi apresentada durante reunião no Auditório do Edifício Sede Administrativo da Superintendência de Trens Urbanos do Recife (STUREC). Uma comissão de 11 pessoas já havia indicado a criação do fórum, no último dia 13.

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Entre a pauta contra a abertura do serviço à administração privada, o fórum vai avaliar as condições de uma futura paralisação. Os profissionais pedem mais investimento federal para manutenção e melhoria do transporte, além da tarifa social de R$ 2, que contribua com a economia dos usuários.

"O metrô é o transporte público mais seguro, rápido e ecológico que temos no Recife. Por isso, é essencial que ele continue sendo público e atendendo a população de maneira ampla, com os investimentos necessários sendo aplicados e para isso, o Governo Federal precisa mandar os valores solicitados pela CBTU para que as manutenções e reparos sejam feitas, melhorando o serviço do metrô", reforçou o sindicato.

As entidades que integram o Fórum:

Sindicato dos Metroviários de Pernambuco Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco;



Conselho de Arquitetura e Urbanismo Federação Nacional dos Metroferroviários; Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Pernambuco (Sintepe); União Nacional dos Estudantes (UNE);



União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES);



União dos Estudantes de Pernambuco (UEP);



Clube de Engenharia Sindicato dos Engenheiros e Arquitetos de Pernambuco;



Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco;



Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste;



Associação dos Engenheiros Ferroviários do Nordeste;



Sindicato dos Ferroviários do Nordeste;



Sindicato dos trabalhadores em empresas Ferroviárias da Paraíba - SINTEFEP; Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Rio grande do Norte - SINTEFRN;



Sindicato dos trabalhadores Ferroviários do Nordeste - SINDFER/NE;



Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários de Alagoas - SINFEAL;



CUT;



CTB;



FENAMETRO;



Sinpro;



Sindmetro-BH;



Sindupe;



Sindicato dos Papeleiros;



UNACOMOPE;



Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo;



Sindicato dos Bancários de Pernambuco;



Simpere;



Sindicato dos Metalúrgicos.

O deputado federal Danilo Cabral e colegas da oposição protocolaram um documento junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a suspensão do processo de privatização da Eletrobras até que a análise dos questionamentos levados à Corte de Contas sobre o assunto seja concluída. O governo federal tem atuado para agilizar a venda da empresa ainda neste ano. O plenário do TCU deve retomar o julgamento da privatização nesta quarta-feira (18). 

"O processo de venda da Eletrobras apresenta irregularidades flagrantes. Ainda em 2019, entrei com um pedido de auditoria para analisar esses aspectos da privatização. Há subavaliação do preço da outorga da empresa e faltam estudos atualizados sobre os valores das garantias físicas das usinas e o impacto tarifário por conta do processo de descotização. Além disso, não devemos nos desfazer de um patrimônio nacional como a estatal em ano eleitoral", destacou Danilo. 

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Os parlamentares também pedem ao Tribunal de Contas que seja concedida uma medida cautelar para determinar que o Ministério das Minas e Energia se abstenham de qualquer medida para a privatização da empresa até que duas propostas de fiscalização e controle sejam concluídas pela Câmara dos Deputados com suporte do tribunal. Para o grupo oposicionista, há irregularidades em relação à metodologia e estudos utilizados para a elaboração de uma portaria e resolução ao longo do processo de privatização. 

No pedido, os deputados avaliam que a oferta pública de ações só pode ocorrer após manifestação da Comissão de Valores Monetários (CVM) em relação aos eventuais impactos da oferta. E completam dizendo que a segregação da Eletronuclear da Eletrobras traz uma série de riscos, irregularidades e inconstitucionalidades. 

 

 

O Tribunal de Contas da União formou maioria nesta quarta-feira, 18, para aprovar a continuidade do processo da privatização da Eletrobras. Os votos foram sinalizados pelos ministros ao longo da discussão do mérito do processo, mas ainda haverá uma votação formal ao fim da sessão.

Dos oito ministros votantes - a presidente do Tribunal, Ana Arraes, só vota em caso de desempate -, seis deles sinalizaram que acompanharão o relator, Aroldo Cedraz, que se posicionou de forma favorável à privatização. Ainda que em alguns casos, como o do ministro Jorge Oliveira, tenham afirmado que indicarão ajustes necessários.

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Apenas o ministro Vital do Rêgo apresentou voto divergente contra a privatização. Em seu parecer, ele alega que os dados da privatização e modelo têm uma série de inconsistências. O ministro, no entanto, não conseguiu apoio dos demais integrantes do colegiado para prevalecer seu entendimento.

Após a maioria dos ministros declararem apoio ao posicionamento do relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, Vital do Rêgo afirmou que respeita a decisão. "Aceito a decisão da maioria, mesmo não entendendo o posicionamento dela. Aceito, mas não entendo, mas respeito acima de tudo."

O plenário do Tribunal de Contas da União retomou no período da tarde desta quarta-feira a análise da segunda etapa do processo de privatização da Eletrobras. O ministro Vital do Rêgo, que pediu vistas do processo em 20 de abril, vai apresentar sua proposta de voto.

Nesta etapa, o TCU discute principalmente os valores das ações da empresa que serão emitidas.

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Em fevereiro, o órgão já havia aprovado a primeira etapa da privatização, que tratava do "bônus de outorga" e outros valores envolvidos na privatização.

A privatização é prioridade para o governo. Nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, se reuniu com seis ministros do TCU para defender a venda da estatal e sanar possíveis dúvidas restantes sobre o tema.

Com o aval, a intenção é realizar a operação o mais rápido possível.

Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, têm reunião fechada nesta terça-feira, 17, às 11h, sobre a Eletrobras. O encontro será na pasta da Economia e contará com os presidentes da empresa, Rodrigo Limp, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, além da equipe da Economia que trata de privatizações, incluindo os secretários de Desestatização, Diogo Marc Cord, e do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Bruno Westin.

Amanhã, o Tribunal de Contas da União (TCU) terá sessão em que julgará o processo de privatização da companhia. O tribunal analisará a segunda etapa do processo, o que deveria ter ocorrido ainda em abril, mas um pedido de vista do ministro Vital do Rêgo adiou o julgamento. A expectativa do governo é que a Corte autorize a operação, que precisa sair até agosto para não ser afetada pelos prazos eleitorais.

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Petrobras

Embora o objeto da reunião de hoje seja a Eletrobras, os dois ministros podem aproveitar a presença da equipe que lida com o assunto privatização para tratar também de uma eventual venda da Petrobras. Sachsida começou sua gestão à frente da pasta de Minas e Energia anunciando estudos para as privatizações da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA). Os dois pedidos foram entregues a Guedes e o processo dos estudos da PPSA já avançou dentro do Conselho do PPI.

No último domingo, o presidente Jair Bolsonaro disse que Sachsida tem carta branca para decidir sobre Petrobras. Ao ser questionado sobre eventual troca no comando da empresa, Bolsonaro respondeu: "Pergunta para o Adolfo Sachsida".

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, está sob pressão e passa por uma fritura no governo, apenas um mês depois de assumir o cargo. Na última quarta-feira, Bolsonaro resolveu demitir o almirante Bento Albuquerque do comando do Ministério de Minas e Energia, após ter reclamado nas redes sociais do preço do diesel, colocando Sachsida no lugar. Albuquerque foi quem bancou o nome de Coelho para a estatal.

O aumento do preço dos combustíveis tem preocupado o comitê de campanha de Bolsonaro à reeleição e a situação já fez Bolsonaro demitir dois presidentes da petroleira.

"Deixo bem claro: todos os meus ministros, sem exceção, têm carta branca para fazer valer aquilo que acharem melhor para o seu ministério, para melhor atender a população", disse Bolsonaro, após andar de moto e ir a feiras em Brasília no domingo.

Participantes de audiência na Câmara dos Deputados criticaram pressa, falta de transparência e os valores envolvidos na privatização da Eletrobras. Representante do governo afirmou que o processo está maduro e que se trata de capitalização para retomar capacidade de investimentos da empresa.

  As mudanças na Eletrobras (Lei 14.182/21) foram aprovadas pela Câmara e pelo Senado no ano passado, mas ainda estão em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que deve retomar o julgamento nesta quarta-feira (18). O tema foi debatido em audiência pública nesta segunda-feira (16) pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara. 

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Segundo Ikaro Chaves, representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários, a privatização deve significar aumento na conta de luz para o consumidor. “Nós estamos falando aqui de uma empresa que valeria hoje no mínimo R$ 400 bilhões, para se construir uma Eletrobras, e o que se quer é entregar essa empresa por R$ 67 bilhões, pouco mais de 10% do seu valor. Valor muito além de monetário financeiro, empresa portadora de futuro e de presente. Famílias escolhem entre comer e pagar a conta de luz. O que nós estamos vendo aqui é um projeto de privatização que não vai ter outro efeito que não aumentar ainda mais a conta de luz para as famílias brasileiras”, disse. 

Chaves apontou o que ele considera uma série de fraudes no processo de privatização da companhia. Por exemplo, para se chegar ao valor de R$ 67 bilhões, segundo o eletricitário, foi utilizado o custo marginal da expansão (CME) levando-se em conta apenas o parâmetro energia, quando o custo total deveria levar em conta os parâmetros energia e potência, o que já elevaria o valor de 67 para R$ 113 bilhões, uma diferença de R$ 46 bilhões. 

Presidente da Comissão de Legislação Participativa e autor do requerimento para a realização da audiência, o deputado Pedro Uczai (PT-SC) defendeu uma mobilização para pressionar o TCU na análise do caso. 

“Que esse processo mobilizador possa se transformar, no dia 18, em um momento de grande mobilização presencial em Brasília por ocasião da pauta colocada junto ao Tribunal de Contas da União. Esperamos que o tribunal, com lucidez, com responsabilidade e com profundo comprometimento com a soberania nacional e energética possa novamente dar tempo para que a sociedade compreenda o que está acontecendo com a privatização, se ocorrer”, observou o deputado. 

Capacidade de investir

Já o diretor de programa da Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia, Anderson Marcio de Oliveira, disse que o processo de capitalização da Eletrobras está maduro, pois debates nesse sentido ocorrem desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).  Ele também afirmou que o processo é necessário para garantir a capacidade de investimentos da empresa. 

“Tanto o setor elétrico hoje é maduro para ter uma Eletrobras privada quanto, na verdade, é necessário que a Eletrobras seja privada, porque a Eletrobras hoje necessita de elevados investimentos para manter tanto o seu market share, sua capacidade de atuação no mercado que tem hoje, como a necessidade de expandir. E, de fato, por questões orçamentárias e definições de qual deve ser o papel do Estado e onde deve aplicar seus recursos escassos", afirmou. 

Falta de debate

A advogada Elisa Oliveira Alves, da Advocacia Garcez, que também representa o Coletivo dos Eletricitários, disse que a privatização foi votada pelo Congresso sem qualquer debate público, uma vez que o tema foi analisado durante a pandemia, e quando as comissões das duas casas legislativas não estavam funcionando. Ela também afirmou que há sigilo de dados em informações que deveriam ter transparência, como por exemplo o impacto tarifário da privatização.  Segundo Alves, a justificativa de que a privatização é necessária para garantir investimentos foi “plantada”. 

“Na verdade, essa perda de capacidade de investimento é uma perda plantada porque isso foi determinado pela União como acionista majoritário, foi aprovado em uma política de desinvestimento no conselho de administração e na assembleia de acionistas da Eletrobras e, neste momento, essa perda de capacidade é plantada e serve como justificativa que está ali forjada para colocar a Eletrobras como empresa deficitária, sendo que ela não é”, observou a advogada.  Elisa Alves lamentou a ausência de representante da Eletrobras na audiência. Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta, diretora financeira e de relações com investidores da Eletrobras, foi convidada para o evento, mas justificou a ausência. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O Tribunal de Contas da União (TCU) retoma na próxima quarta-feira, 18, a análise da privatização da Eletrobras. O processo foi incluído na pauta da sessão plenária, divulgada nesta sexta-feira, 13. O resultado do julgamento é aguardado pelo governo, que vê a possibilidade de realizar a operação até agosto deste ano.

A análise da segunda etapa da privatização no órgão fiscalizador começou em 20 de abril, com a apresentação do voto do relator, ministro Aroldo Cedraz. A discussão, no entanto, foi adiada após o ministro Vital do Rêgo apresentar um pedido de vistas, por 20 dias.

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Na última quarta-feira, 11, Vital do Rêgo determinou a abertura de um processo para avaliar procedimentos contábeis de provisionamentos relativos a litígios judiciais referentes a empréstimos compulsórios de energia na Eletrobras. No início do mês, o ministro já havia encaminhado solicitação de informações e documentos para a estatal.

O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro) convocou uma Assembleia Geral Extraordinária, nesta quarta-feira (11), para discutir sobre o futuro dos profissionais com a concessão do ramal à iniciativa privada. A categoria vai avaliar a possibilidade de greve para se manifestar contra a estadualização do Metrorec.

LeiaJá também: Metrô do Recife será administrado pela iniciativa privada

A reunião está marcada para as 18h desta quarta-feira (11), na 'Praça da Greve', na Estação Central do Recife. A pauta oficial aborda temas como a avaliação das atuais condições de trabalho e os investimentos no sistema prometidos pelo governo federal através da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

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Em visita à Índia, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse, nesta sexta-feira (22), que o governo continua planejando capitalizar a Eletrobras neste ano. Em derrota sofrida pelo governo nesta semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu por 20 dias o julgamento da segunda etapa da privatização da estatal, após pedido de vista apresentado pelo ministro Vital do Rêgo.

Com a decisão, o processo só deve voltar à pauta no dia 11 de maio, o que inviabiliza os planos do governo de emitir as ações de venda até 13 de maio.

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"Acredito que a decisão do TCU sobre Eletrobras foi avanço no processo, porque o relator apresentou seu voto e os demais ministros debateram. O cronograma para capitalizar a Eletrobras era até o fim de abril, mas esse atraso de 20 dias levará a um ajuste", afirmou Albuquerque, em entrevista coletiva virtual.

O ministro adiantou ainda que, com a mudança de data, a modelagem da oferta de ações da empresa terá que considerar também os resultados da Eletrobras no primeiro trimestre deste ano. Até então o processo incluía apenas os números até o fim de 2021.

"Com o trabalho do TCU, faremos oferta de ações da Eletrobras ainda no primeiro semestre ou no começo do segundo semestre, em julho", completou o ministro.

O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com ação popular contra a venda da Eletrobras na Justiça Federal de Brasília. A ação se baseia na subavaliação da descotização das hidrelétricas da estatal, o que foi reconhecido pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo. Segundo o ministro, a Eletrobras deveria ser vendida pelo dobro do que está sendo avaliada.

Assinada por nomes de destaque no Partido dos Trabalhadores, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, o ex-ministro e deputado Patrus Ananias, senador Jean-Paul Prates, entre outros, a ação pede a "nulidade das medidas CME (Custo Marginal de Expansão) empregadas no cálculo do valor adicionado aos novos contratos de geração de energia da Eletrobras em razão do desprezo do CME - Potência na medida do CME, ocasionando uma subavaliação de R$ 46 bilhões no valor de privatização".

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Esta é mais uma tentativa do partido de travar a privatização da Eletrobras, que de acordo com o candidato líder das pesquisas à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, terá sua venda revertida no caso da sua vitória.

Na quarta (20), a previsão é de que o TCU avalie a segunda etapa da privatização da companhia, mas a expectativa é de que o ministro Vital do Rêgo peça vista do processo, o que pode atrasar a operação pretendida pelo governo Bolsonaro.

"Desprezar o importante ativo financeiro que é a reserva de potência das hidrelétricas é o mesmo que desprezar todo patrimônio financeiro que as hidrelétricas podem gerar ao longo dos 30 anos dos novos contratos de geração de energia", argumenta o PT na ação.

A descotização consiste em desfazer os atuais contratos de fornecimento de energia elétrica, atualmente firmados entre as usinas hidrelétricas e as distribuidoras de energia, operantes em regime de cotas, para que as hidrelétricas passem a dispor da energia como produtor independente de energia.

A ausência de uma liderança do governo no Senado e o domínio das eleições na pauta do Congresso ajudam a sepultar o projeto de lei (PL) que permite a venda dos Correios. A proposta está parada desde o ano passado, após passar em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

Integrantes da equipe econômica, antes esperançosos com o aval para a privatização da empresa que tem o monopólio postal, já admitem que há pouca perspectiva para o andamento do assunto no Senado. Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), um parlamentar ligado ao governo classificou o assunto como temporariamente engavetado.

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O Ministério das Comunicações afirmou à reportagem que tem apoiado análises do Congresso que permitam pautar o assunto no plenário do Senado.

A mudança de cenário dependeria de um esforço grande de interlocução política da gestão Bolsonaro, observam fontes, o que é visto como difícil, uma vez que o Executivo não conta nem com um líder na Casa.

O cargo está vago no Senado desde dezembro do ano passado, quando Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deixou a posição. A decisão foi anunciada um dia após o parlamentar perder a eleição para a escolha do indicado do Senado ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Outro fator que pesou contra o projeto foi a devolução da relatoria pelo senador Márcio Bittar (União Brasil-AC), que não integra mais a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde a proposta para a venda dos Correios está atualmente.

Ao lado dos governistas, Bittar ficou praticamente isolado na defesa da pauta durante o ano passado. Em outubro, o senador chegou a apresentar um relatório favorável à aprovação do texto sem mudanças na versão chancelada pela Câmara.

Diante da resistência dos colegas, mudou a estratégia e divulgou um novo parecer, com ajustes, em novembro. O movimento não foi suficiente para destravar a votação na CAE e, até agora, o presidente da comissão, Otto Alencar (PSD-BA), não escolheu um novo relator.

Enquanto isso, a área técnica do governo ainda tenta encaminhar o assunto externamente, mas há limitações no que pode ser feito antes de um eventual aval do Congresso. No final de fevereiro, por exemplo, o Ministério das Comunicações abriu a consulta pública sobre o formato de venda da estatal, etapa necessária nos processos de privatização tocados pelo Executivo.

Técnicos afirmam que a modelagem é muito mais simples que a da Eletrobras, empresa com enfoque em geração e transmissão de energia, o que facilitaria a elaboração do projeto de privatização.

A ideia é vender 100% da empresa e firmar um contrato de concessão para repassar os serviços públicos desempenhados pelos Correios. Por outro lado, assim como no caso da capitalização da estatal de energia, a venda dos Correios precisaria passar pelo TCU, etapa que foge igualmente do controle do Executivo.

Os prazos para o governo Bolsonaro conseguir vender os Correios estão sendo postergados desde o ano passado. Após a aprovação do projeto de lei na Câmara, o Ministério da Economia apontou que o Senado precisaria chancelar a proposta até o início de setembro de 2021 para o leilão ser realizado entre março e abril deste ano.

Passados sete meses, o texto não teve o aval de nem ao menos uma comissão no Senado. Dessa forma, as previsões vão empurrando o plano de venda para o segundo semestre, período visto como extremamente difícil para a agenda de privatizações, em razão das eleições.

Para justificar a venda dos Correios, o governo alega que há uma incerteza quanto à autossuficiência e capacidade de investimentos futuros da companhia. Na avaliação do Executivo, isso reforça a necessidade da venda para evitar que os cofres públicos sejam responsáveis por investimentos da ordem de R$ 2 bilhões ao ano.

No último mês, quando anunciou o lucro recorrente recorde da estatal alcançado em 2021, de R$ 3,7 bilhões, o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, afirmou que, embora a saúde financeira da empresa esteja em melhor situação que a verificada há três anos, os Correios ainda não atingiram o patamar necessário para garantir a perenidade dos negócios.

Questionado pela reportagem sobre a falta de perspectiva para a pauta no Senado, o Ministério das Comunicações afirmou que todos os estudos técnicos para embasar a discussão do projeto de concessão do Serviço Postal foram encaminhados. Segundo a pasta, no momento, há um apoio às análises do Congresso Nacional que permitam pautar o assunto no plenário do Senado. "A pasta se colocou à disposição para prestar quaisquer eventuais esclarecimentos, caso necessário", disse.

E completou: "Enquanto aguarda andamento do projeto no Senado, onde tramita após aprovação na Câmara dos Deputados, o Governo Federal tem avançado no projeto de modernização do setor postal, dentro de suas atribuições constitucionais. Realizou, no dia 24/3, audiência pública para receber contribuições e dirimir dúvidas da população e avança nos estudos com o BNDES. Também está aberta consulta pública eletrônica sobre a minuta do contrato de concessão."

A reportagem também procurou os ministérios da Economia, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), a Presidência da República e a Secretaria de Governo da Presidência, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) entrou com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra eventuais atos lesivos ao patrimônio da Eletrobras e seus acionistas, por um erro no balanço da empresa Santo Antônio Energia, controlada por Furnas, uma das subsidiárias da Eletrobras.

Segundo o deputado, a empresa não teria provisionado no balanço, referente a 2021, o resultado de uma arbitragem que foi concluída no início deste ano. Com o resultado da arbitragem, a Santo Antônio Energia foi derrotada e o valor da dívida foi estimado após esse processo em R$ 18 bilhões. De acordo com a denúncia, deveriam ter sido provisionados os juros relativos a essa dívida, no valor de R$ 2 bilhões.

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O deputado se baseia na decisão da consultoria independente Deloitte de recomendar à Santo Antônio Energia que ajuste o seu balanço de 2021, já publicado, para que sejam reportadas perdas no processo de arbitragem em que a empresa foi derrotada. Furnas detém mais de 43% do capital da empresa, tendo como sócias a Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig), Odebrecht Energia, Andrade Gutierrez e Amazônia Energia.

As obras de construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio foram iniciadas em 2008, porém ocorreram inúmeros atrasos devido a greves e problemas no licenciamento ambiental, mas a empresa já havia vendido energia no mercado, que não conseguiu entregar. Teve então que comprar energia no mercado livre e de outras usinas para entregar aos clientes.

"Com a disparada no valor da eletricidade em 2014 devido à falta de chuvas, o cumprimento dessa determinação provocou um prejuízo bilionário à empresa. Na ocasião, a direção da Santo Antônio Energia responsabilizou o Consórcio Construtor pelo atraso, e para definir as responsabilidades pela dívida, instalou-se um procedimento arbitral", explica a denúncia.

Com a decisão da arbitragem desfavorável, a dívida deverá ser paga pela Santo Antônio Energia, e não pelo Consórcio Construtor.

Em fato relevante publicado em 9 de fevereiro, a Santo Antônio Energia informou que "em face da complexidade e volume da sentença arbitral, há pontos que pendem de esclarecimento e possibilidade de eventual ajuste, a fim de que se possa avaliar a real extensão dos seus efeitos, conforme permitido pelo Regulamento da Câmara de Comércio Internacional e pela Lei Brasileira de Arbitragem."

Já o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) acusa a Eletrobras de não querer mexer no balanço da Santo Antônio Energia para poder divulgar o resultado da Eletrobras referente ao 4o trimestre do ano passado na próxima segunda-feira, 14, e assim viabilizar a privatização da empresa este ano.

"Nas regras do jogo, dentro da legalidade, a missão é praticamente impossível, mas para correr com o processo (de privatização) começam a aparecer escândalos, fraudes contábeis grosseiras e um cenário tenebroso para os envolvidos", afirma o CNE.

Por seis votos a um, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a primeira etapa da privatização da Eletrobras, referente à modelagem econômico-financeira da venda da estatal. Em julgamento ocorrido nesta terça-feira, 15, seguiram o ministro-relator, Aroldo Cedraz, os ministros Raimundo Carreiro, Benjamin Zymler, Walton Alencar Rodrigues, Augusto Nardes e Jorge Oliveira.

O ministro Vital do Rêgo ficou vencido após ter apresentado um voto duro com uma série de ressalvas contra a privatização, conforme antecipado pelo Broadcast na última semana.

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Apesar de o Tribunal ser composto por nove ministros, somente sete estão aptos a votar no julgamento ocorrido nesta terça-feira, 15. Bruno Dantas presidiu a sessão e não votou. Já a presidente Ana Arraes está de férias.

O principal ponto de polêmica apresentado por Vital foi uma possível atuação futura da Eletrobras no mercado de potência. De acordo com o ministro, a modelagem apresentada pelo Executivo ignora que a empresa atuará neste mercado no futuro. Assim, segundo ele, o valor final da venda Eletrobras está subestimado. Este ponto, entretanto, não foi seguido pelos demais ministros do TCU.

A segunda parte da desestatização da Eletrobras, sobre modelagem, deve ser concluída pela área técnica entre o fim deste mês e o início de março. O relator desta etapa também é o ministro Aroldo Cedraz.

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) levantou nesta terça-feira, 1º, a possibilidade de privatizar a Petrobras e "todas as estatais". Durante visita ao interior paulista, em São José do Rio Preto, o presidenciável classificou a petroleira como "atrasada" no setor de energia e defendeu a criação de um "ambiente favorável" para os negócios no País.

Moro argumentou que o resto do mundo caminha para priorizar a geração de energia limpa, como a solar, em detrimento da fóssil, vinda da exploração de petróleo.

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"A Petrobras teve papel importante para o País, mas é uma empresa atrasada, que ainda vive da exploração do petróleo, um combustível que o resto do mundo já não está mais usando", disse, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Em entrevista ao Estadão em novembro, o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, responsável por elaborar o plano econômico no projeto de governo de Moro, afirmou considerar necessária a criação de condições para abrir a economia brasileira ao setor externo, mas fez uma ponderação sobre a quantidade de estatais que deveriam ser privatizadas. "É importante que se dê uma correta dimensão de qual é o tamanho do Estado na economia", disse.

De forma semelhante a Moro, outros presidenciáveis da 'terceira via' levantam o argumento da sustentabilidade ao se referirem ao "core-business" da Petrobras. O pré-candidato do Novo, Felipe d'Avila, afirmou recentemente que falta "visão de futuro" a quem propõe manter a petroleira sob domínio do Estado. "O mercado mundial caminha em direção a uma economia de baixo carbono. A escolha certa para o longo prazo é a privatização", disse d'Avila nas redes sociais.

A declaração foi uma resposta ao pré-candidato Ciro Gomes (PDT), que pretende "reestatizar" a companhia e transferir 60% de seu capital de volta para a União. Felipe d'Avila rebateu e chamou a proposta de populista. "O populismo sempre oferece uma solução que não funciona, e de quebra ainda concentra poder", afirmou o pré-candidato do Novo.

O postulante do PSDB ao Planalto, João Doria, também já revelou que pretende colocar a Petrobras à venda caso seja eleito. Em live com ex-presidentes no último domingo, 30, o tucano defendeu que a companhia seja desmembrada em "três ou quatro" empresas para torná-la mais competitiva.

O pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), voltou a convidar o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), também presidenciável, para um debate acerca dos temas mais latentes da política nacional e que devem ser demandas urgentes para quem assumir o Planalto no próximo ano. O convite foi feito através do Twitter oficial de Ciro, nesta quarta-feira (12). 

Gomes diz ter um interesse maior em discutir a privatização da Petrobras, o que ele chama de um “crime” que nem a gestão bolsonarista cometeu. O pedetista e seu adversário têm trocado farpas através das redes sociais e da imprensa desde dezembro.  

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“Ainda não recebi nenhuma resposta de Moro. Mas um tema que gostaria de debater com ele é a sua intenção absurda de privatizar a Petrobras, crime que nem a dupla Guedes-Bolsonaro cometeu”, escreveu o entusiasta da “terceira via”. 

E continuou: “Quero ver se Moro propõe tamanho absurdo por pura ignorância ou se faz parte da estratégia entreguista, de destruição do patrimônio nacional, que ele começou com a Lava Jato”, junto à hashtag “#DebateCiroeMoro”. 

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Ontem (11), Sergio Moro rebateu as provocações de Ciro Gomes. Em entrevista para a Rádio Metrópole, da Bahia, Moro disse estar disposto a debater com qualquer um. "Vem dizer que ser corajoso é ficar ofendendo as pessoas, falando palavrão? Isso é destempero, descontrole. Vem com essas bobagens porque sabe que perde no argumento. Debato com qualquer um", ressaltou. 

Desempenho nas pesquisas 

Na nova pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12), Ciro aparece em quarto lugar, com 5% das intenções de voto e atrás de Sérgio Moro, que foi o terceiro lugar, com 9%. Se as eleições fossem hoje, o ex-presidente Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva (PT) venceria no primeiro turno, com 45% dos votos. Jair Bolsonaro (PL) surge em seguida, com 23%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), obteve 3%, e a senadora Simone Tebet (MDB), com 1%.  

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e Luiz Felipe D'Ávila (Novo) não pontuaram. Brancos e nulos são 8% e indecisos somam 4%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.  

 

O Orçamento de 2022 foi aprovado sem levar em conta a arrecadação para os cofres federais da privatização da Eletrobras, prevista para ocorrer no primeiro semestre do ano que vem. Um sinal de que os parlamentares, na prática, não apostam na venda da estatal com foco em geração e transmissão de energia em ano de eleições.

A falta de previsão dessas receitas na lei orçamentária é uma das razões do aumento do rombo nas contas do governo no Orçamento que consta na lei aprovada na semana passada, segundo explicou o Tesouro Nacional. A lei orçamentária para o último ano do governo Bolsonaro passou com um déficit de R$ 79,3 bilhões em 2022. Já o projeto de lei encaminhado pelo governo previa um resultado negativo menor, de R$ 49,6 bilhões.

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Ao Estadão, o subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Rebelo Athayde, explicou que o Orçamento foi aprovado com cerca de R$ 30 bilhões a menos de estimativa de arrecadação. Desse total, R$ 23,5 bilhões eram recursos do chamado bônus de outorga da operação em que serão emitidas novas ações da empresa e a União deve reduzir sua fatia na companhia de cerca de 60% para 45%.

Segundo Athayde, o restante da diferença da arrecadação menor está espalhado em outras áreas. A secretária adjunta do Tesouro, Janete Duarte Mol, acrescentou que o Congresso não tem obrigação de incorporar as estimativas da equipe econômica.

Apesar das dificuldades políticas de fazer a privatização da Eletrobras em ano de eleições, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe seguem apostando na sua realização em 2022. Se concretizada, vai ser a primeira privatização de uma "empresa-mãe" do governo Bolsonaro, que foi eleito com discurso liberal, mas não conseguiu avançar nas vendas das estatais - pelo contrário, até criou mais duas.

A aposta do Ministério da Economia é de que os novos marcos legais e as concessões vão movimentar o mercado em 2022: saneamento, aeroportos, rodovias, ferrovias e gás.

ATRASOS

O processo de venda tem sofrido atrasos constantes e enfrenta entraves no Tribunal de Contas da União (TCU), onde há resistências entre ministros, como mostrou o Estadão. A expectativa da estatal é de que a privatização ocorra até 14 de maio. Essa é a data-limite para utilizar o balanço do quarto trimestre de 2021 como referência para a operação de venda das ações.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reagendou a audiência pública marcada para discutir o processo de privatização da Eletrobras para 5 de janeiro. A audiência prevista para dezembro não ocorreu. 

A votação do veto que trata da privatização da Eletrobras (VET 36/2021) será concluída em fevereiro. Foi o que informou nesta sexta-feira (17) o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Ele disse que a decisão ocorreu após acordo entre as lideranças partidárias. Mais cedo, os deputados federais derrubaram parte desse veto, com 431 votos contra 22. O Senado votará a matéria em fevereiro, podendo confirmar ou não essa derrubada. 

Os deputados federais votaram pelo cancelamento do veto a dois dispositivos. Um deles dá prioridade, no programa Casa Verde e Amarela, para a “realocação de unidades residenciais que estejam localizadas na faixa de servidão de linhas de transmissão com tensão igual ou superior a 230 kV (duzentos e trinta quilovolts) em região metropolitana das capitais dos estados”. O outro dispositivo determina que a Eletrobras deverá realocar toda população que esteja nessa situação em até cinco anos após a privatização. 

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Outros pontos desse veto, como a autorização da compra de ações remanescentes da União por empregados e ex-empregados da Eletrobras e o aproveitamento de ex-empregados da empresa e de suas subsidiárias pelo Poder Executivo também tiveram sua análise adiada para 2022, pois não foram votados. 

*Da Agência Senado

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