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O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública que pede a paralisação emergencial das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Motivo: a construção concorre decisivamente para a poluição, com esgoto doméstico, hospitalar e comercial, do rio Xingu e do lençol freático da cidade de Altamira. Essa é a 25ª ação judicial do MPF apontando irregularidades em Belo Monte.

Segundo o MPF, a implantação de saneamento básico em Altamira, que evitaria esse impacto, até hoje não foi cumprida. Nas licenças ambientais, assim como nas propagandas da Norte Energia S.A e do governo federal, a promessa era de que a cidade teria 100% de saneamento antes de a usina ficar pronta. Até hoje, Altamira continua sem sistemas de esgoto e água potável. O MPF alerta para o risco de um colapso sanitário no município.

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O MPF faz 15 pedidos liminares (urgentes) à Justiça. Quer a suspensão da licença de operação e a paralisação imediata do barramento do rio Xingu, além de suspensão dos incentivos e benefícios fiscais da Norte Energia por descumprimento das condicionantes referentes ao saneamento básico até que sejam cumpridas as obrigações de limpar e desativar as fossas rudimentares existentes, limpar e desativar os poços de água, fornecer água potável encanada e fazer funcionar o sistema de esgotamento sanitário em todo o perímetro urbano de Altamira.

O MPF quer também a integral recuperação ambiental do lençol freático, igarapés e rios contaminados por esgoto e completa análise de poços tubulares e cisternas existentes hoje em Altamira, assim como a publicação do plano de saneamento da cidade pela prefeitura.

A ação pede ainda a implementação de Campanha de Educação Ambiental no Município e que a Norte Energia faça um “Pedido Formal de Desculpas” aos cidadãos altamirenses, por todos os transtornos causados pelo não cumprimento, até o momento, da condicionante do saneamento básico. São réus na ação, além do Ibama e da Norte Energia, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), o município de Altamira e a União.

A condicionante do saneamento básico, considerada uma das mais importantes de Belo Monte, estava prevista desde a Licença Prévia do empreendimento, concedida em 2010. Pelos prazos do licenciamento, a usina deveria ter entregado sistemas de fornecimento de água potável e esgotamento sanitário no dia 25 de julho de 2014. Ainda não entregou. Mesmo sabendo disso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) liberou a operação da usina e o barramento do rio Xingu no final do ano passado. Na Licença de Operação, emitida em novembro de 2015, o Ibama deu prazo até setembro de 2016 para que o saneamento de Altamira esteja concluído.

Para o MPF, o novo prazo do Ibama é fictício. “Para concluir as obras do saneamento, a Norte Energia deverá implementar o fornecimento de água encanada e rede de esgotamento sanitário em mais de 24.250 domicílios altamirenses, até setembro de 2016, fazendo no curto prazo de 6 meses o que não fez, em 1 domicílio, no prazo de 6 anos”, diz a ação judicial assinada pelo procurador da República Higor Rezende Pessoa.

Segundo o Ministério Público Federal, a recusa da Norte Energia em realizar parte essencial das obras do saneamento básico (ligações dos domicílios aos sistemas de água e esgoto) é ilegal. Para o MPF, a empresa “tem o dever de, segundo o PBA (Plano Básico Ambiental), fornecer água potável com maior garantia de qualidade e quantidade para todos os moradores da sede municipal”, não havendo dúvidas de que “é obrigação do empreendedor eliminar os sistemas atuais de disposição final de esgoto na cidade de Altamira, por intermédio da implantação de rede de esgotamento sanitário e estação de tratamento de esgoto, rede esta que deve ser construída por completo, o que, obviamente, envolve as ligações intradomiciliares”.

A situação em Altamira sem as ligações dos domicílios aos sistemas de água encanada e esgoto é, portanto, a mesma de 104 anos atrás, quando a cidade foi fundada. Esgoto - doméstico, comercial e hospitalar - despejado nas ruas, no solo, no rio Xingu e nos igarapés que cortam a área urbana. Consumo humano de água do lençol freático contaminada pelo esgoto lançado no solo. A ação do MPF mostra que até mesmo em frente ao escritório do Ibama na cidade corre esgoto a céu aberto.

O risco de prosseguir com o barramento do rio Xingu nessas condições é de contaminação das águas subterrâneas pela parte sólida do esgoto acumulado por décadas nas fossas rudimentares, já que o lençol freático vai subir e as fossas serão “afogadas”, causando doenças sérias que podem levar a morte, já que é do lençol freático de Altamira que a maior parte da população retira a provisão de água para consumo.

Durante as investigações sobre a situação do saneamento básico em Altamira, o MPF constatou que a Norte Energia, após construir o reassentamento urbano coletivo Jatobá, lançava esgoto diretamente em um dos igarapés da cidade. O Ibama sabe do problema e multou a empresa em R$ 2,5 milhões por lançar resíduos em desacordo com a legislação ambiental.

O MPF pede na ação que a Justiça não aceite como argumento válido a ameaça de “apagão”, levantada pelo governo federal em todos os processos que tratam das condicionantes de Belo Monte, até porque as linhas de transmissão de Belo Monte apenas estarão concluídas em abril de 2017, conforme detectado pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Segundo o MPF, o uso desse argumento pelo governo, que deveria cobrar o cumprimento das condicionantes por ele mesmo impostas, “faz nascer no empreendedor uma segurança quase inabalável quanto à continuidade da obra, mesmo diante do descumprimento reiterado do PBA [Plano Básico Ambiental] e constatação de irregularidades gravíssimas, que põem em risco a vida e a saúde das pessoas”.

Com informações da Assessoria do MPF.

 

Pré-candidato a prefeito do Recife, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) dedicou o discurso na tribuna da Câmara Federal, nesta quarta-feira (24), para criticar a ausência de ações do prefeito Geraldo Julio (PSB) na capital pernambucana. O tucano criticou a falta de saneamento na cidade e culpou o atual gestor de “nada ter feito" nesta área em mais de três anos de mandato.

“Há três anos a cidade do Recife tinha um índice muito parecido com o atual, continuamos com mais de 70% da cidade sem coleta de esgoto. Uma gestão que termina agora, seu quarto ano de governo, e não avança absolutamente nada nesse sentido”, criticou Daniel Coelho.

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O pré-candidato também foi duro ao citar o uso da verba de publicidade da Prefeitura para anunciar ações sobre a questão. “É evidente que nós não podemos aceitar isso, não cabe. Você ter uma negligência histórica, as gestões não cuidam do assunto, nós temos uma das menores taxas de saneamento básico do Brasil, um surto de microcefalia no Estado e ainda há coragem dos gestores de fazer propaganda e publicidade como se estivessem cuidando do assunto”, declarou.

Segundo Coelho, no cenário atual de casos de zika, dengue e chikungunya atingindo o país, principalmente Pernambuco, a falta de saneamento aflige ainda mais a população. “Se quiserem cuidar do assunto, vão fazer saneamento básico, vão cuidar das condições sanitárias das áreas carentes de Pernambuco e da cidade do Recife para que, aí sim, nós possamos enfrentar em definitivo esse problema que aflige a população da região”, observou.

A conta de água nos 56 municípios atendidos pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) vai ficar mais cara a partir do dia 23 deste mês. A Agência Reguladora do Serviço de Água e Esgoto do Município (Amae) autorizou o reajuste de 20% na tarifa. De acordo com a companhia, o impacto médio nas contas não deverá ser superior a R$ 4.

Segundo informações da Cosanpa, a tarifa de água não sofria reajuste desde 2008, acumulando defasagem de 168%. O presidente da companhia, Luciano Dias, disse à Agência Pará que o aumento da arrecadação proporcionará a melhoria dos serviços no Estado, com a manutenção dos sistemas de fornecimento.

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Com a revisão do valor dos serviços, informou a Cosanpa, será possível a regularização da tarifa social. Atualmente, a companhia oferece desconto de 30% nas contas para famílias de baixa renda. São cerca de 70 mil usuários beneficiados somente em Belém. No entanto, usuários da capital e municípios do interior reclamam da qualidade dos serviços prestados.

Ampliação - Desde o dia 4 deste mês, a Cosanpa incorporou os serviços do Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Belém (Saaeb), anteriormente administrado pela prefeitura da capital. Em adequação à Lei de Saneamento, a companhia passa a ser responsável pelo abastecimento e tratamento de esgoto nos distritos de Icoaraci, Outeiro, parte de Mosqueiro e Cotijuba.

O problema da destinação adequada do lixo é um dos assuntos que mais assombram Belém às vésperas do aniversário de 400 anos da cidade, no próximo dia 12. Seja na periferia ou no centro, dejetos e entulho são despejados em qualquer esquina. Somente em 2015, foram jogados nas ruas 1,1 mil metros cúbicos de resíduos, o suficiente para encher 160 piscinas olímpicas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan).

Segundo a Sesan, somente no ano passado, foram emitidos 670 avisos de retirada de despejo de lixo em locais proibidos, 96 multas e 1.115 flagrantes e apreensão de “carrinheiros” – pessoas que usam carroças adaptadas para levar o lixo aos depósitos irregulares. Eles atuam impunemente, apesar de a lei ambiental determinar pagamento de multa e até prisão para quem causar danos ou prejuízos ao meio ambiente, afetando a saúde da população.

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Uma das reclamações corriqueiras dos belenenses está na falta de espaços adequados para o despejo de lixo. A Sesan afirma que há mais de 3 mil lixeiras espalhadas na capital. No entanto, muitos dos depósitos estão danificados.

A estudante de psicologia Samia Queiroz diz que a coleta de lixo na rua onde ela mora, no bairro do Terra Firme, não é suficiente para a limpeza adequada e retirada de resíduos. “As pessoas são obrigadas a produzir lixo. Praticamente tudo o que compramos gera um resíduo e não há muitas opções de descartá-lo. Nós podemos mudar, mas essa não é uma questão de esforço pessoal”.

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Revitalização - Os projetos de revitalização por iniciativa dos próprios cidadãos ainda são as principais formas de conscientização da população para o problema do lixo. Algumas ideias de sustentabilidade ajudam e transformam o ambiente dos bairros da cidade.

Moradores da Terra Firme e servidores do Museu Paraense Emilio Goeldi se uniram para uma ação de revitalização da área externa do campus de pesquisa da instituição. O projeto consiste na reutilização de materiais que são lançados nas imediações da avenida Perimetral, como pedaços de madeira, pneus, embalagens de plástico e móveis velhos.

O objetivo é transformar o lixo em materiais úteis para o jardim comunitário criado em um trecho da avenida que antes era dominado pelos “carrinheiros”, que despejavam todo o tipo de rejeitos e até animais mortos. Os pneus velhos, por exemplo, viraram cercas e vasos.

“Hoje, nosso jardim tem limoeiros, biribazeiros, paus-pretos e várias outras árvores”, afirma Madalena Pantoja, moradora do bairro e uma das pessoas envolvidas no projeto que se dispõe a preparar o solo, plantar e regar. “Assim que uma área com lixo é desocupada, nós fazemos um cercado e plantamos em cima, para evitar a sujeira”.

Para a educadora e servidora do Museu Goeldi Helena Quadros, um dos princípios da revitalização do campus e do bairro é a reciclagem. “Queremos mostrar que qualquer coisa pode ser transformada em nova”, afirma.

O Brasil ainda tem 44,3% das crianças e adolescentes até 14 anos de idade crescendo em residências sem esgotamento sanitário ou fossa séptica. Ou seja, quase metade das crianças brasileiras nessa faixa etária vive em condição de maior exposição ao risco de doenças, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2015 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 4.

O abastecimento de água de rede não chega a 18% das crianças de 0 a 14 anos, enquanto a coleta de lixo ainda não atende a 13,6% delas. O total de crianças e adolescentes dessa idade que vivem sob as três formas de saneamento inadequado simultaneamente - sem esgoto, sem água nem coleta de lixo - é de 9,6%, segundo os dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2014.

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De acordo com o IBGE, quando as três formas de saneamento (água, esgoto e lixo) são inadequadas no domicílio, há maior exposição dos moradores ao risco de doenças, especialmente as crianças. "Ainda há uma quantidade bastante alta de crianças exportas a essas condições inadequadas no domicílio", disse Cintia Simões Agostinho, pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.

Em relação ao ano anterior, houve ligeiro avanço nas condições de saneamento no total do País. Mas alguns Estados registraram piora. No Maranhão, a proporção de crianças dessa idade em domicílios sem esgoto sanitário passou de 91,2% em 2013 para 92,3% em 2014.

Outros Estados com alta incidência de crianças vivendo sob essas condições foram Piauí (93,8%), Pará (91,3%) e Amapá (89,6%). São Paulo registrou a menor ocorrência de crianças nessas condições, mas houve aumento significativo no período de um ano: a fatia de 7,6% de crianças de 0 a 14 anos sem esgoto em 2013 subiu para 10,0% em 2014.

Segundo a pesquisa, o Brasil tinha ainda 1,8 milhão de domicílios particulares sem banheiro ou sanitário de uso exclusivo em 2014: 634 mil em áreas urbanas e 1,2 milhão em áreas rurais. Os Estados com menor proporção de residências com banheiro de uso exclusivo foram Acre (82,7%), Maranhão (83,6%) e Piauí (85,8%).

A cobertura de saneamento em Pernambuco será ampliada, chegando aos municípios de Timbaúba, na Mata Norte, e Arcoverde, no Sertão. O Governo do Estado, a Caixa Econômica Federal e a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) firmaram um Termo de Compromisso para garantir o repasse de R$ 191 milhões para a execução de obras de ampliação e implantação de sistemas nas duas cidades.

A expectativa é que esse processo seja finalizado em até quatro meses. Em Timbaúba, haverá a ampliação do SES já existente. Serão implantados 128 quilômetros de ramais de calçada, 60 quilômetros de rede coletora, 10 quilômetros de emissários, 20 estações elevatórias e uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Ao todo, deverão ser investidos R$ 99,3 milhões beneficiando 68 mil habitantes.

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Já em Arcoverde, a obra contemplará a segunda etapa do SES da cidade. Serão investidos R$ 92 milhões para atender 62 mil pessoas. As obras devem contemplar a instalação de 114 quilômetros de rede coletora, 12,5 quilômetros de emissários e cinco estações elevatórias. Também será feita uma estação elevatória de recirculação do lodo proveniente do esgoto.

Com informações da assessoria

Entre as obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), 52% enfrentam problemas, das quais 20% estão paralisadas, 17% atrasadas e 15% ainda não foram iniciadas, segundo balanço foi feito a partir da análise de 337 empreendimentos e divulgado hoje (1º) pelo Instituto Trata Brasil. O estudo mostra ainda que 29% das obras de água e esgoto foram concluídas e 15% estão com andamento normal.

Ao todo, os investimentos previstos somam R$ 21,09 bilhões, sendo R$ 10,87 bilhões para obras de esgoto e R$ 10,21 bilhões para água. A maior parte dos recursos são da Caixa Econômica Federal  (R$ 12,14 bilhões), o que representa 57,6% do total. Também participam do financiamento dos projetos o Orçamento Geral da União, com R$ 5,44 bilhões (25,8%) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com R$ 3,5 bilhões (16,6%).

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O presidente do Trata Brasil, Edison Carlos, disse que, na avaliação das duas fases do programa (PAC 1 e PAC 2), há um avanço satisfatório das obras mais antigas. “Quando a gente faz um recorte do PAC 1, ou seja, de projetos assinados entre 2007 e 2009, aí teve um avanço importante,com 45% dessas obras mais antigas concluídas”, destacou.

Os atrasos da primeira fase estão muitas vezes relacionados, de acordo com Carlos, a projetos iniciais ruins, quando as prefeituras e companhias de saneamento ainda não estavam preparadas para fazer os investimentos. “O PAC 1 sofreu muitos problemas por conta da má qualidade dos projetos que foram apresentados à época. O governo Lula colocou o PAC, mas ninguém tinha projeto novo”, ressaltou.

Em relação às obras mais recentes, os atrasos acontecem por motivos diversos, como os entraves burocráticos. “Entram outros gargalos, licenças ambientais, licença de instalação: problemas de burocracia na aprovação das várias fases em que o projeto tem que tramitar", afirmou o presidente do instituto.

Em São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que algumas obras foram postergadas devido à crise hídrica. “Devido à extrema escassez hídrica que assola a Região Sudeste e em especial o Estado de São Paulo, fez-se necessária uma revisão no plano de investimentos da Sabesp, no qual priorizamos a execução de obras de abastecimento de água”, diz uma carta enviada pelo presidente da companhia, Jerson Kelman, na qual responde questionamentos do Trata Brasil.

Uma das obras com o início adiado é a do sistema de coleta de esgoto, no centro da capital paulista, região do Anhagabau, orçada em R$ 456 milhões. Também foi adiada a ampliação da estação de tratamento de esgoto Guaraú, em Caieiras, com previsão e investimentos de R$ 100,8 milhões. Ao todo, a Sabesp postergou o início de sete projetos de saneamento sob a justificativa da crise hídrica.

Apesar do ajuste fiscal, Edison Carlos disse que o governo federal tem sinalizado que os recursos para as obras já aprovadas estão garantidos. “Teoricamente, não era para ter restrição nessas obras que já estão andando. Agora, certamente que vai ser muito mais difícil que novas obras entrem nesse processo”, afirmou.

Em comunicado, o Ministério das Cidades informou que, além da necessidade de rigorosa observância às leis, outros fatores atrasam o andamento das obras, com a falta de quadros técnicos qualificados nos municípios e problemas nos projetos. “O Ministério das Cidades acompanha regularmente as iniciativas, dando apoio na solução dos principais problemas detectados, além de promover cursos de capacitação – presenciais e à distância”.

Segundo o ministério, parte dos investimentos só foi definida recentemente. “Cerca de metade da carteira de investimentos de saneamento básico do PAC 2, sob gestão do Ministério das Cidades, por exemplo, foi selecionada em 2013, ou seja, ainda não houve tempo hábil para pleno desenvolvimento de parte significativa das obras”, diz a nota, acrescentando que as obras do PAC 1 estão com mais de 76% de execução.

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), anunciou nesta sexta-feira (26), investimentos na ordem de R$ 303,5 milhões para Pernambuco em obras de saneamento sanitário e abastecimento. Os recursos foram divulgados logo após reunião com o governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas, no Recife. Os recursos beneficiarão três cidades e cerca de 400 mil pessoas.

Os valores serão destinados à ampliação de saneamento sanitário nas cidades de Arcoverde no Sertão, Garanhuns, no Agreste e Timbaúba, na Zona da Mata Norte. O primeiro município que assinou o convênio foi o de Arcoverde. Lá, foram liberados 24,3 milhões para ampliação e adequação no sistema de água, que beneficiará 28 mil famílias. Ainda para o município, o Ministério das Cidades anunciou mais R$ 92 milhões para ampliação do esgotamento sanitário, previsto para beneficiar 18 mil famílias. 

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Para Garanhuns o ministério autorizou a contratação de R$ 87,8 milhões para ampliação do saneamento sanitário para beneficiar 35 mil e em Timbaúba, os investimentos com o mesmo fim, foram de R$ 99,3 milhões e com previsão para atender 20 mil pessoas. “Falo aqui da alegria e satisfação de está no Palácio para a assinatura de documentos tão importantes. Arcoverde está aqui hoje em agradecimento a Deus, ao Governo do Estado e ao Governo Federal”, agradeceu a prefeita de Arcoverde, Madalenas Brito, que falou em nome de todos os gestores municipais. 

Após a solenidade, Kassab ressaltou em entrevista à imprensa a parceria com o Estado. “É uma parceria fundamental para o Brasil, a parceria entre dos Estados com o Governo Federal, e hoje aqui, nada mais temos que a consolidação e o registro dos avanços desta parceria com o Estado de Pernambuco e com seus municípios”, pontuou. “Assinamos três importantes convênios com três importantes cidades do Estado que vão ter a oportunidade de encaminhar com bastante eficiência, a solução do problema sanitário para os seus municípios e atendendo com essas intervenções milhares de pessoas”, completou, adiantando ainda ter uma reunião hoje com Câmara sobre futuras parecerias e andamento de outras obras.

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Para Câmara os recursos liberados consolidam uma parceria com o Governo Federal. “O que nós acabamos de assinar aqui são questões muito importantes para Pernambuco. Estamos viabilizando uma parceria com o Governo Federal de mais de R$ 300 milhões de reais que tem dialogado com uma ação tão importante que é o saneamento básico junto também com água”, ressaltou, vendo as regiões beneficiadas como estratégicas. “Três cidades que são estratégicas, que são os pulmões de regiões”, acrescentou o governador que ainda fez questão de agradecer o apoio. “Eu só tenho a agradecer ao ministro, a presidente Dilma”, frisou.

Durante o discurso, o socialista também citou ações do ex-governador Eduardo Campos. “Eduardo teve a ousadia de fazer a maior PPP que nós em dez anos e vamos sanear toda a Região Metropolitana”, relembrou. 

Antes de se reunir com Câmara, Kassab conversou com o prefeito Geraldo Julio (PSB), em seu gabinete. “Tivermos uma importante reunião com o prefeito do Recife e com toda a sua equipe. Pudemos repassar todos os projetos que estão sendo repassados em parceria com o município”, revelou. 

A última agenda do ministro está marcada para as 20h30, em Caruaru, Agreste pernambucano. No município, além de prestigiar as festividades juninas ao lado do governador Paulo Câmara, Kassab se reunirá com o prefeito de José Queiroz (PDT), com outros 30 prefeitos de cidades adjacentes, além de vereadores locais. O encontro também será acompanhado pelo senador Humberto Costa (PT). “Nos reuniremos lá na sede da prefeitura local com 30 prefeitos da região para também fazer uma avaliação das parcerias e projetos que possamos executar nessas cidades”, confirmou. 

A partir das 8h, desta quinta-feira (21), até o dia 5 de maio, o trânsito da Zona Sul sofre alteração. As mudanças, que serão realizadas na Rua José Maria de Miranda, em Boa Viagem, ocorrem devido à implantação da Rede Coletora de Esgotos da via. Os serviços contemplam a instalação de três poços de visita e do sistema coletor em uma extensão de 57 metros. As obras estão orçadas em R$ 93 mil.

Sendo assim, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) vai realizar os desvios de tráfego necessários, no entorno da obra como as ruas José Maria de Miranda e Ana Camelo da Silva. Uma equipe de seis agentes será disponibilizada para realizar o trabalho de operação de trânsito o e orientação aos condutores.

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Durante o período da obra, o acesso dos moradores às ruas Ana Camelo e José Aderval Chaves, que atualmente formam um binário, sofrerá mudança de sentido das duas vias. Dessa forma, a Rua Ana Camelo da Silva terá a circulação invertida, no sentido Rua José Maria de Miranda, assim como a Rua José Aderval Chaves, que passa a ter a circulação no sentido Rua Ana Camelo da Silva.

Os condutores que circulam na Rua Francisco da Cunha deverão realizar o desvio na altura da Rua Aristides Muniz e acessar a Avenida Engenheiro Domingos Ferreira. Já aqueles que pretendem acessar a Rua José Maria de Miranda, deverão  realizar o desvio pela Rua Dona Benvinda de Farias, acessar a Avenida Conselheiro Aguiar e realizar o retorno pela Rua Arthur Muniz.

Por tempo indeterminado, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) suspendeu o abastecimento de água em vários bairros do Recife. As localidades afetadas foram as seguintes: Santo Amaro, Recife Antigo, Boa Vista, Espinheiro, Rosarinho, Aflitos, Soledade, Derby, Graças, Paissandu, Coelhos, Ilha do Leite, Santo Antônio, São José, Cabanga, Joana Bezerra e Coque.

De acordo com a Companhia, o serviço será está temporariamente parado devido ao conserto de uma tubulação, de 450 mm de diâmetro, na Avenida Agamenon Magalhães, no trecho da ponte que cruza as ruas Dom Bosco e Joaquim Nabuco, perto do Hospital da Restauração. Outro vazamento também foi identificado pelos técnicos na mesma avenida, em uma tubulação de 300 mm, em frente à lanchonete McDonald's, no sentido Olinda-Boa Viagem.

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As ações contam com o apoio da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) na orientação do trânsito.

Executivos do setor de saneamento preveem que as tarifas de água e esgoto em todo o País serão reajustadas em 2015, mas não por impacto da crise hídrica, mesmo diante da necessidade de investimentos adicionais. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela consultoria Pezco Microanalysis e obtida com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Segundo o levantamento feito entre dezembro de 2014 e março de 2015 com 134 profissionais do setor em todas as regiões do País, 47% dos consultados preveem reajuste real das tarifas este ano, enquanto 42% esperam correção pela inflação e somente 11% acreditam em um ajuste igual ou abaixo da inflação. Ou seja, para a maior parte dos executivos do setor, o reajuste não está ligado à crise hídrica. Somente 8,5% dos profissionais enxergam um impacto significativo desse motivo sobre as tarifas.

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No bloco majoritário, dos que não enxerga esse impacto, há duas vertentes. Quem não acredite em elevação de tarifas, mesmo que os custos aumentem, por causa da "pressão social" (46,9%), e outro que não vê tarifas maiores em função de "ganhos de eficiência operacional", que virão com mais esforços de redução de perdas e melhor uso dos recursos captados (42,3%).

"A perspectiva de um aumento real das tarifas favorece investimentos no setor", avalia o economista Frederico Turolla, que conduziu a pesquisa na Pezco. Nos segmentos de água e esgoto, a maioria dos executivos espera aumento dos investimentos - 51% e 53,1%, respectivamente.

No entanto, uma parcela deles acredita que as companhias vão investir menos este ano. Segundo a pesquisa, 14,1% preveem menos investimentos em água e 17,2%, em esgoto. De acordo com Turolla, a dificuldade de obter crédito devido à situação fiscal do País e à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, explica a possível freada de alguns investimentos.

Enquanto as companhias de saneamento em geral enfrentam a dificuldade de crédito, concessionárias públicas sentem também o peso da crise hídrica sobre as finanças. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), por exemplo, prevê queda de 26% nos investimentos em 2015, para R$ 2,4 bilhões. Além disso, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) informou na última semana que vai revisar para baixo o plano de investimentos de R$ 889 milhões para este ano, divulgado ao mercado no fim do ano passado.

Financiamento

A pesquisa conduzida pela consultoria aponta ainda que, de maneira geral, os executivos esperam um cenário mais apertado para o financiamento do setor neste ano. A maioria deles acredita que a queda principal será no financiamento público, mais do que em títulos e dívidas e multilaterais (financiamento estrangeiro).

Por outro lado, a abertura de capital e as tarifas foram os itens citados como os que representam maior expectativa de aumento de financiamento, o que indica que abrir o capital ainda é uma alternativa para algumas companhias. "A pesquisa mostra aumento da percepção de que os recursos públicos ficarão mais escassos para saneamento neste ano. Entretanto, no mercado de capitais, a percepção dos agentes sobre o financiamento não se deteriorou como em outros segmentos da infraestrutura", afirma Jorge Dietrich, consultor da Pezco.

A abertura de capital já foi almejada, por exemplo, pela CAB Ambiental, braço de saneamento do Grupo Galvão, que pediu recuperação judicial na semana passada. No entanto, a companhia cancelou sua oferta inicial de ações em 2011, após ter recebido ofertas abaixo da faixa esperada. "O valor atrativo e o cenário macroeconômico atual favorecem essa percepção de abertura de capital agora", avalia Turolla.

O relator do processo de autoria do governador Geraldo Alckmin contra a Prefeitura de Guarulhos e sua Parceria Público-Privada (PPP) para tratamento de esgoto, desembargador Evaristo dos Santos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), julgou nesta quarta-feira procedente a ação direta de inconstitucionalidade movida pelo Estado. No entanto, outros desembargadores pediram vista do processo, no sentido de avaliarem melhor a ação antes de votarem sobre o processo, que pode abrir precedentes para que o Estado legisle sobre o saneamento da região metropolitana, colocando em xeque parcerias e concessões já assinadas.

Para o Estado, Guarulhos não tem competência exclusiva para legislar sobre seu saneamento básico. "A amplitude dos interesses atingidos afasta a competência exclusiva do município para legislar a respeito de serviços de saneamento básico, ainda que no limite do seu território", diz o texto da ação. O desembargador Evaristo dos Santos concordou, avaliando que as decisões sobre saneamento devem ser "compartilhadas" na região metropolitana, com "imprescindível" atuação do governo estadual. Segundo ele, esse foi o voto mais longo da sua carreira.

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Fontes do setor ouvidas pelo Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, afirmam que Guarulhos é um teste para a questão da competência de municípios de regiões metropolitanas para legislarem sobre saneamento e que existe o temor de que isso comprometa investimentos. Advogados presentes hoje no julgamento preveem que a decisão dos 25 desembargadores do TJ será apertada e longe de ser unânime. Não só a prefeitura de Guarulhos, como também a OAS Soluções Ambientais, que venceu a licitação para a PPP de esgoto da cidade e já assinou contrato, acompanha de perto o processo, além de companhias privadas do setor que entregaram, na semana passada, propostas para adquirir o braço de saneamento da OAS.

Conforme antecipou o Broadcast no início do mês, a perda do ativo conquistado no ano passado, caso seja determinada pelo TJ-SP, pode prejudicar a venda da OAS Soluções Ambientais, que passará a valer menos. A Aegea Saneamento, uma das empresas que fizeram proposta pela companhia, já apontou que o processo não inviabiliza a compra da OAS Soluções Ambientais, "mas com certeza reduz seu valor". "Isso afeta sim o negócio, afeta o valor", afirmou recentemente o presidente da Aegea, Hamilton Amadeo, ao Broadcast.

Sabesp

Consultado mais cedo sobre o assunto, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, reiterou a posição do governo estadual e afirmou que serviços de água e esgoto em região metropolitana não são de natureza local. "Não é possível na região metropolitana um município decidir isoladamente, isso não é o que diz a Constituição, nem o que já decidiu o Supremo Tribunal Federal, que diz que esses temas têm que ser tratados juntos pelo Estado e municípios", afirmou.

Segundo ele, há, sim, interesse do Estado em apoiar PPPs e concessões de saneamento na região metropolitana se as decisões forem tomadas em conjunto e "desde que se reconheça o trabalho da Sabesp" para tratar e entregar a água a esses municípios, mesmo aqueles que têm suas próprias autarquias de saneamento, como é o caso de Guarulhos e Mauá, que compram a água da Sabesp, mas devem grandes quantias à estatal. "Esse trabalho tem que ser remunerado pelos municípios que recebem essa água, que cobram dos consumidores mas não pagam a Sabesp. É como se você vendesse pães, mas não pagasse pelo trigo", disse Kelman.

TCE

O prefeito de Mauá, na Grande São Paulo, Donisete Braga (PT) lamentou a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de suspender a licitação para uma parceria Público-Privada de água na cidade. "É um retrocesso. Essa decisão vai na contramão do que a gente precisa fazer, especialmente nesse momento de crise hídrica. Lamento muito que a gente tenha que esperar 30 a 45 dias para poder retomar a PPP", disse o prefeito ao Broadcast Político.

Braga argumenta que, com a redução da pressão de água promovida pela Sabesp desde o ano passado, a PPP para modernização da rede de distribuição de água na cidade se faz ainda mais urgente. "Com a redução da pressão, nossos canos estouram quando a água volta. Essas ocorrências aumentaram na ordem de 15% do ano passado para cá", relatou.

Apesar da reclamação, Braga disse que a prefeitura de Mauá está reunindo todos os documentos requeridos pelo TCE para demonstrar que a PPP ajudaria o município a acertar as contas com a Sabesp. "A ação vai atrasar, mas não prejudicar o processo (da PPP). O TCE requisitou as informações, nós estamos fornecendo e temos confiança de que o processo vai ser liberado e retomaremos a licitação."

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), oficializou a nomeação do deputado estadual Alberto Feitosa (PR) para o comando da Secretaria Municipal de Saneamento. O ato, que aconteceu nessa segunda-feira (9), confirma a abertura de um espaço maior para o PR na gestão municipal, a legenda já comanda uma pasta, a de Habitação. 

"Assumirei esta nova tarefa com muito entusiasmo e responsabilidade, trabalhando arduamente para que possamos trazer ainda mais benefícios à capital de todos os pernambucanos", disse Alberto Feitosa, se colocando como honrado pela escolha. 

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O republicano é ex-secretário de Turismo do Estado (2011-2013) e ex-superintendente do Aeroporto Internacional do Recife (2003-2006). Alberto Feitosa assume a pasta no lugar da ex-secretária Maria Cândida dos Santos, que retorna para a equipe da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos.

Ao assumir a pasta, Alberto Feitosa precisa de se licenciar da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), quem assumirá a vaga deixada por ele é o suplente Marcoantonio Dourado (PSB). A presença de Dourado na Casa amplia a bancada do PSB de 15 para 16 deputados. 

Em meio à crise hídrica e à atuação cada vez mais forte de empresas privadas em saneamento, a J&F Investimentos, holding do frigorífico JBS que pertence à família Batista, vai entrar no setor com a criação da Zetta Ambiental. A ideia é disputar concessões já em 2015, segundo fontes.

Ainda sem ativos, a Zetta Ambiental está sendo estruturada como um braço da Zetta Infraestrutura, empresa criada no fim do ano passado pela holding para adentrar as áreas de construção, energia e saneamento.

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O time para tocar a empresa já começou a ser recrutado no mercado. Rafael Garofano, que atuou na OAS entre 2008 e 2012, tornou-se, este mês, gerente de novos negócios da Zetta Ambiental. O executivo é membro da Comissão de Saneamento Básico do Instituto dos Advogados de São Paulo e já atuou brevemente também na área de concessões da Mendes Júnior, entre junho e dezembro do ano passado. OAS e Mendes Júnior estão entre as empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobrás.

Além do setor de saneamento, a Zetta Infraestrutura vai atuar em energia, logística, desenvolvimento urbano e iluminação pública. Somente o segmento de energia está mais evoluído e já era uma aposta da J&F antes da criação da Zetta. Em meados do ano passado, Augusto Cesar Uzêda, ex-diretor da área internacional da OAS, foi contratado pela J&F para comandar a Zetta Infraestrutura.

Sem revelar investimentos, a J&F informou ao Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, que "por enquanto não há movimentação" por parte da Zetta Ambiental para disputar os ativos. "É uma estrutura que está sendo montada e foi criada devido ao potencial do setor", disse a companhia.

Crise hídrica. A atual crise hídrica vem sendo vista como oportunidade por empresas privadas de saneamento. A Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) avalia que o ambiente estará mais favorável para investimentos privados no setor em 2015. A previsão da associação é de que a participação das empresas privadas no mercado brasileiro de saneamento passará dos atuais 10% para 30% nos próximos 15 a 20 anos.

Hoje, empresas do setor como a líder de mercado Águas do Brasil e a Nova Opersan, controlada pelo fundo P2 Brasil, do Pátria Investimentos, já relataram que têm sido procuradas por empresas interessadas em aprimorar seus sistemas de reúso de água. A água é um insumo relevante para a indústria e muitos empresários temem que ela fique mais cara diante da escassez. Nesse sentido, sistemas que geram economia de água podem ajudar a conter custos.

As empresas também se estruturam para disputar possíveis parcerias público privadas na área de saneamento este ano. O setor espera que a repercussão sobre a crise hídrica incentive mais prefeituras a fazer parcerias para aprimorar seus sistemas de abastecimento de água ou até mesmo concessões para a gestão integral do serviço por empresas privadas.

Em 2013, o segmento privado ultrapassou, pela primeira vez, o montante de R$ 1 bilhão de investimentos na área de saneamento, de acordo com dados da Abcon. No ano passado, as empresas privadas detinham a concessão em 300 municípios. Entre 2013 e 2017, o setor deve somar um total de R$ 6,5 bilhões em investimentos.

Atualmente, as cidades de Jaú, Holambra (SP), Penha (SC), Pará de Minas (MG) e Marabá (PA) estão entre os municípios que possuem concessões na área de saneamento em aberto, em diferentes estágios do processo. Além disso, Mauá e Santo André (SP) preparam PPPs na área. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Iniciando as articulações para garantir a reeleição em 2016, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), vai ampliar a participação dos partidos aliados no governo municipal. O primeiro a ganhar mais espaço será o PR, com a possibilidade de assumir mais uma secretaria: a de Saneamento. A pasta deverá passar para o comando do deputado estadual Alberto Feitosa (PR).

O partido já comanda a Secretaria de Habitação que teve um novo titular anunciado nessa quinta-feira (29). O advogado Carlos Fernando Ferreira foi nomeado para assumir a pasta, antes gerida pelo também republicano Romerito Jatobá. Ele deixa a gestão municipal para reassumir uma cadeira na Câmara dos Vereadores do Recife. 

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O novo secretário é uma indicação do presidente estadual do PT, o deputado federal Anderson Ferreira, e para abranger todas as instâncias da legenda, Geraldo fez o convite para Alberto Feitosa também integrar o Executivo Municipal. Nos bastidores, conta-se que Feitosa já teria aceitado o novo cargo, no entanto o republicano negou ter recebido o convite. 

Um protesto está interditando o viaduto da Avenida Norte, no Bairro de Santo Amaro, no fim da tarde desta terça (6). Para reclamar de questões ligadas a saneamento básico, a população fechou a via que leva ao Centro do Recife por volta das 17h30. No local, há pneus queimados no meio da pista. 

Segundo informações da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), o congestionamento no local já começou a se formar e viaturas já foram enviadas ao local. A Polícia Militar também enviou reforços para a localidade. 

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A crise hídrica que despontou em 2014 é vista como oportunidade de negócio pelas empresas privadas de saneamento e pode alterar o cenário futuro de concessões, segundo executivos do setor ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Apesar da expectativa por novas oportunidades, as companhias de saneamento preveem crédito mais difícil em 2015, considerado um ano de ajustes macroeconômicos.

Em um cenário no qual as concessões de saneamento crescem gradualmente a cada ano - ainda que em ritmo aquém do desejado pela iniciativa privada -, a crise hídrica enfrentada por diversos municípios brasileiros pode acelerar esse calendário, diante do impacto da escassez no caixa de algumas empresas públicas, como Sabesp e Copasa, cujas receitas caíram com a redução no consumo. "Enxergamos a crise hídrica como oportunidade de negócio, de nos tornarmos parceiros para ajudar empresas que sofrem com o problema, por meio também de subconcessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs)", aponta Hamilton Amadeo, presidente da concessionária Aegea, que atende 35 municípios de seis Estados.

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Em 2014, o número de clientes atendidos pela empresa cresceu 400 mil. A perspectiva para 2015 é de um aumento maior, de 500 mil clientes. A Aegea, que é a terceira maior concessionária do País, com 17% do mercado, disputa novas concessões em Buritis (RO), Ariquemes (RO), Timon (MA), Navegantes (SC) e Pará de Minas (MG).

Para o diretor do Grupo Águas do Brasil, Carlos Henrique da Cruz Lima, a crise hídrica mostrou que não houve racionamento em municípios onde a iniciativa privada atua no saneamento. No mercado desde 1997, o grupo atua em 15 municípios por meio de 13 concessionárias. Lima prevê que nos próximos 15 a 20 anos a participação das empresas privadas no mercado brasileiro de saneamento passará dos atuais 10% para 30%. A Águas do Brasil disputa com a Aegea a concessão plena de água e esgoto em Pará de Minas, cidade mineira que estava há cinco anos sem alcançar um acordo com a Copasa para o abastecimento de água e tratamento de esgoto.

As companhias privadas do setor também sentiram queda na receita com a redução no consumo dos clientes este ano. "Grandes empresas expostas à falta de água devem ter problemas de caixa em um futuro próximo. Até para nós, que não sofremos com falta de água, houve certo impacto na receita, mas muito pequeno", diz Amadeo, da Aegea, sem especificar um valor.

A Odebrecht Ambiental registrou queda de 20% na receita este ano em suas concessões paulistas de Limeira, Santa Gertrudes e Porto Ferreira. O diretor superintendente da companhia para o Estado de São Paulo, Guilherme Paschoal, afirma que houve contenção de custos e demissões pontuais na empresa em 2014, porém a queda na receita foi compensada pelos gastos menores com a produção de menos litros de água, para atender a um consumo menor. Em Limeira também houve um aumento real de 6% nas tarifas cobradas pela empresa. Ao mesmo tempo, a companhia aumentou investimentos para reduzir perdas e fraudes.

O executivo está otimista com um crescimento das concessões em um ritmo mais acelerado. Segundo ele, no cenário de escassez hídrica as prefeituras perceberam que não bastam investimentos pontuais. "É necessário planejamento, tecnologias novas, coisas que os municípios não têm capacidade técnica de fazer", afirma Paschoal. "Nossa visão é de parceria e não de substituir. Não estamos aqui para disputar mercado com empresas estaduais, com municípios", ressalta, citando PPPs de destaque na Odebrecht Ambiental, como Recife (PE) e Rio Manso (MG).

Para o presidente do conselho diretor da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Paulo Roberto de Oliveira, as perspectivas para os próximos anos são "animadoras". A Abcon, que fechou em novembro os números de 2013 do setor, apurou que o segmento privado ultrapassou no ano passado, pela primeira vez, o montante de R$ 1 bilhão de investimentos no setor. Entre 2013 e 2017, a previsão é de um total de R$ 6,5 bilhões investidos.

"Não acredito que um governador ou prefeito vai ficar sentado esperando para saber se no ano que vem haverá escassez de novo ou não. Em 2016 temos eleições. Aquele que em 2014 passou dificuldades com o sistema de água, se em 2015 isso acontecer de novo, terá reeleição comprometida em 2016", avalia Oliveira.

Em 2014, a atuação da iniciativa privada em concessões de saneamento ultrapassou a marca de 300 municípios e deve chegar mais longe em 2015. Atualmente, as cidades de Jaú, Holambra (SP), Penha (SC), Pará de Minas (MG) e Marabá (PA) estão entre os municípios que possuem concessões em aberto, em diferentes estágios do processo. Além disso, Mauá e Santo André (SP) preparam PPPs. A última concessão concluída em 2014 - a de Sumaré (SP) - foi vencida pela Odebrecht Ambiental.

Apontado por especialistas como uma das melhores alternativas para reduzir a superexploração de rios e represas, o reaproveitamento do esgoto tratado no abastecimento de água - como anunciado anteontem por Campinas - ainda é incipiente.

Segundo dados da Sabesp, a distribuição de água de reúso na Grande São Paulo corresponde a apenas 3,9% dos 15 mil litros por segundo de esgotos que são tratados.

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São 600 litros por segundo consumidos principalmente por prefeituras, concessionárias de serviços públicos, empreiteiras, indústrias de papel e celulose, têxtil e petroquímicas. O volume representa menos de 1% dos 69 mil litros por segundo produzidos pela Sabesp para abastecer os cerca de 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo.

"Assim como os romanos faziam na antiguidade, nós estamos poluindo os rios mais próximos e indo buscar água cada vez mais longe. É insustentável, precisamos mudar esse paradigma", alerta o diretor do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água, Ivanildo Hespanhol. Segundo ele, as normas brasileiras deveriam ser menos restritivas para o aproveitamento do esgoto. "Precisamos mudar a percepção pública. Nossa cultura não aceita reúso. Enquanto isso, Austrália, Cingapura, África do Sul, Estados Unidos e Namíbia aproveitam muito bem esse recurso", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após receber autorização da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), a Sabesp inicia neste sábado (1°) a vigência das novas faixas de bônus para clientes que economizarem água. Além do desconto de 30% na conta, válido desde fevereiro para quem reduz seu consumo em 20% ou mais, os imóveis que apresentarem redução de 10% a 15% no consumo terão redução do valor a pagar de 10%. Se o consumo cair entre 15% e 20%, o desconto na conta é de 20%.

Os cálculos são feitos em relação à média de consumo dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.

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A definição das duas novas faixas de bônus pelo conselho de administração da companhia de saneamento básico de São Paulo ocorreu no último dia 21 de outubro, e estava aguardando definição da data para entrada em vigor pela Arsesp, que se manifestou ontem. Estão contempladas as cidades de São Paulo e região metropolitana, além de região metropolitana de campinas e região bragantina.

Um caminhão de hidrojato e vácuo, capaz de desobstruir redes de esgoto durante períodos prolongados sem necessidade de deslocamento, começou a ser utilizado pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) com o objetivo de dar mais agilidade aos serviços de limpeza do esgoto da Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo a concessionária, a tecnologia é sustentável, capaz de economizar até 800 mil litros d’água, e já conseguiu desobstruir mais de 2,3 mil metros de redes de esgoto em um mês de utilização. 

Na última terça (14), o veículo esteve no principal coletor de esgoto de Olinda, localizado no cruzamento das ruas Maria Judith Lins com a Joaquim Elisio Maia e Silva, no bairro de Casa Caiada. Das 7h30 às 17h, o caminhão atuou de forma ininterrupta na limpeza e na desobstrução da rede. 

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“Com esta tecnologia, estamos economizando tempo, agilizando os serviços e ganhando produtividade. Já percebemos uma melhora significativa nos casos de extravasamento em bairros como Jardim Atlântico e Casa Caiada, em Olinda”, afirma o presidente da Compesa, Roberto Tavares. Até dezembro, a expectativa é desobstruir 12km da rede de esgoto das principais ruas e avenidas do grande Recife. 

O novo caminhão pode substituir até quatro veículos comuns. “Nos veículos mais antigos, é necessário realizar várias viagens para descarregar o material que é recolhido nos serviços de desobstrução. Além disso, o reservatório de água, que ajuda na limpeza das redes, precisa ser enchido periodicamente. Já no caminhão mais moderno isso praticamente não acontece, pois ele recicla os detritos e ainda reutiliza a água do próprio esgoto para fazer a limpeza”, explica Reginaldo Lopes, superintendente de operações da concessionária.  A implantação do serviço é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) com a Odebrecht Ambiental.

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