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Com quase 40 anos de vida pública, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) tem consolidado seu protagonismo político e ampliado o espaço do clã dos Coelhos em Pernambuco ao longo dos anos. O sucesso é inegável com o senador ocupando a liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Senado e seus três filhos com mandatos eletivos: Fernando Filho (DEM) é deputado federal, Antônio Coelho (DEM) deputado estadual e Miguel Coelho (sem partido) prefeito de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Mas a custo de que isso se deu?

FBC, como é chamado, foi um ator político volátil nos últimos anos. Seu perfil articulista e pragmático, segundo avaliações de estudiosos da ciência política, possibilitaram a ele, no âmbito federal, a estar sempre do lado governista - exceto durante o hiato de 2014 a meados de 2016, quando se colocou em oposição à então presidente Dilma Rousseff (PT), de quem, inclusive, chegou a ser ministro.

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Sim, Bezerra Coelho esteve ao lado dos últimos dois presidentes: Dilma Rousseff e Michel Temer. Com Dilma, ele foi ministro da Integração Nacional de 2011 a 2013, quando o PSB, seu partido à época, resolveu concorrer à Presidência da República com o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos - que faleceu durante a campanha eleitoral de 2014. Na oposição a petista, ele votou favorável ao impeachment  da sua ex-chefe, argumentando na ocasião que “o governo se isolou, abandonou o caminho da concórdia, preferiu o caminho do enfrentamento e perdeu o apoio que precisava”.

Já após o impeachment, no governo Temer ele também chegou a exercer o papel de líder e vice-líder governista no Senado e teve Fernando Filho ocupando o cargo de ministro de Minas e Energia. A defesa ferrenha que passou a fazer do agora ex-presidente, a partir de meados de 2016, foi um dos motivos que fez Fernando Bezerra deixar o PSB, que se declarou opositor a Temer, em setembro de 2017 e voltar ao MDB, partido que já foi filiado na época na Assembleia Constituinte.

Com papéis estratégicos seja ao lado de Dilma, Temer ou Bolsonaro uma coisa é certa, durante diversas visitas presidenciais ao Estado desde 2011 os pernambucanos viram Fernando Bezerra Coelho em todos os palanques, elogiando ou arrancando elogios. A mais recente passagem presidencial por Pernambuco, inclusive, partiu de uma articulação dele. No último dia 24, Jair Bolsonaro cumpriu sua primeira agenda na região Nordeste desde que assumiu o comando do país após um apelo do seu líder no Senado, a quem o presidente já chamou de “cabra da peste” - expressão popular nordestina usada para classificar pessoas valentes e corajosas.

“Fernando Bezerra Coelho tem esse perfil articulador que explica muito dessa participação dele em diferentes governos e momentos da história do país. Ele tem o perfil de ser esse político que tem essa visão de articulação, de construção de grupo político; inevitavelmente foi alguém que soube ter a visão estratégica de antever o que estava se avizinhando, em termos de mudança de comportamento eleitoral do Brasil”, considerou a cientista política Priscila Lapa ao analisar a postura do senador nos últimos anos.

De acordo com Lapa, FBC “conseguiu se conectar com esse sentimento de mudança e fez as articulações necessárias, pulando do barco do PT na hora correta, na hora que ele achou que o barco estava naufragando e automaticamente participando da construção desse grupo político que hoje está aí como a grande força política do país”.

Liderança x confiabilidade

A volatilidade e o pragmatismo de Fernando Bezerra Coelho são notórios. Nos bastidores da política ele já chegou a ser visto, por antigos pares, como alguém que “nasceu para ser governista”. Sua postura, contudo, pode ser de sucesso agora, mas na ótica da cientista política não há garantias de que isso se perdurará.

“Do ponto de vista de olhar a política como estratégia e possibilidade de negociação entre atores a postura dele é comum, mas quando a gente traz para a discussão outros elementos, sobre como o cidadão vê isso, as pessoas veem esse tipo de postura não como o normal da política, elas veem como traição a princípios e valores, um esvaziamento ideológico que sem dúvida existe”, argumentou Lapa.

“Se por um lado fortalece ele, que tem a facilidade de navegar nos diversos partidos e caminhos exatamente por essa isenção de uma agenda mais ideológica, por outro lado isso o fragiliza, o coloca em uma condição de ‘Maria vai com a as outras’, de que não tem fidelidade aos seus princípios políticos. Então para o momento atual representa uma fortaleza, mas isso lá na frente pode representar justamente a fraqueza. Ele acaba se tornando uma liderança reconhecida, mas pouco confiável”, acrescentou a estudiosa.

Impacto eleitoral

Apesar da incerteza futura - pulando do leque de alianças do PT, migrando para o MDB e agora defendendo Jair Bolsonaro - Fernando Bezerra Coelho tem pavimentado ainda mais o caminho para as disputas eleitorais de 2020 e 2022. Como líder do governo, ele tem facilitado o aporte de recursos federais em Petrolina, seu reduto eleitoral, e há uma expectativa positiva para a recondução do seu filho, Miguel, no comando da prefeitura da cidade sertaneja em 2020.

Já para 2022, se o governo Bolsonaro tiver sucesso, ele cacifa seu nome para finalmente concorrer ao Governo de Pernambuco, desejo que vem reprimindo desde 2014.

“Ele já desenhou isso para as eleições de 2018 aqui no âmbito do Estado, de ser um grupo alternativo, ele puxou o cordão de oposição ao PSB e do poder central em Pernambuco”, ponderou Priscila Lapa, ressaltando ainda que de todas as lideranças pernambucanas que ascenderam nos últimos anos no âmbito federal, Fernando Bezerra foi quem conseguiu se manter firme e com protagonismo.

A dúvida, entretanto, é se Fernando Bezerra Coelho, estando no MDB, vai conseguir levar para o campo de oposição ao PSB em Pernambuco nomes como os do senador Jarbas Vasconcelos e do deputado federal Raul Henry, caciques emedebistas no Estado e aliados de primeira hora do governador Paulo Câmara (PSB).

A alta do dólar ante o real nessa terça-feira, 21, praticamente ignorou a tendência internacional, uma vez que a moeda americana mostrou enfraquecimento em relação à maioria das divisas emergentes. Foi mesmo o cenário interno que mais pesou na disparada da moeda, que chegou a R$ 4,04. Segundo analistas, o que se viu na terça-feira é uma amostra do que o mercado vai enfrentar até as eleições de outubro. Os próximos meses, eles dizem, serão de volatilidade.

Apesar de distante do cenário de oscilações de 2002, às vésperas da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a perspectiva de um segundo turno entre o PT e Jair Bolsonaro deve afastar o dólar do patamar de R$ 3. Os resultados das últimas pesquisas eleitorais concentram as atenções nos mercados desde a última segunda-feira, 20. Um cenário de segundo turno entre o candidato do PT e o deputado Jair Bolsonaro (PSL) desagrada aos investidores.

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Existia uma preferência por parte do mercado que o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, mais alinhado às reformas iniciadas pelo governo Temer, estivesse à frente nas intenções de voto, após ter fechado uma aliança com partidos do centrão, mas isso não está dado nas pesquisas divulgadas até agora, diz o economista da LCA Consultores, Fábio Romão.

Ele analisa que o programa petista e o histórico de posições intervencionistas de Bolsonaro são um balde de água fria nas expectativas do mercado. "O mercado imagina que um eventual segundo turno entre o ex-prefeito Fernando Haddad, que substituiria Lula na cabeça da chapa do PT, e Bolsonaro poderia poluir o atual cenário, de uma economia ainda frágil."

Ação e reação

Na visão do economista-chefe da Spinelli, André Perfeito, essa pressão sobre o dólar já existia antes, mas o Banco Central estava "jogando o problema para baixo do tapete, por meio dos swaps. Na verdade, sem a intervenção do Banco Central, já era para o dólar ter passado dos R$ 4".

O economista diz acreditar que o dólar nos próximos meses, apesar de poder oscilar para baixo ou para cima, deve ficar mais no patamar dos R$ 4 durante o período eleitoral. "Acho que não deve chegar a R$ 5, mas não há segurança suficiente no cenário atual, para que volte ao patamar de antes."

Na avaliação de Martin Castellano, chefe do departamento de pesquisa para a América Latina do Instituto de Finança Internacional, IIF, o câmbio poderá depreciar mais se ficar claro que Haddad e Bolsonaro vão para o segundo turno.

O ex-diretor da área internacional do Banco Central Alexandre Schwartsman pondera, no entanto que o mercado de câmbio, apesar de influenciado pelas eleições, está muito distante da volatilidade que se observou em 2002, às vésperas da eleição do ex-presidente Lula.

"Ao contrário de 2002, temos um balanço de pagamentos em boa forma e o mundo, apesar de todos os problemas, é mais favorável ao Brasil", diz Schwartsman. Ele ressalta, porém, que a situação confortável das contas externas não resolve todos os problemas do País.

O quadro fiscal, lembra, piorou em relação a 2002, quando, ao contrário dos rombos atuais, o governo central apresentava superávits primários expressivos. Sem resolver a crise fiscal, uma tarefa que demanda reformas, a perda de valor da moeda virá na forma de inflação. "A tarefa de quem for eleito será mais difícil do que em 2002", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em novo dia de agenda esvaziada no mercado doméstico, o dólar oscilou durante o dia influenciado por notícias do mercado externo, mas acabou encerrando a sessão estável, em R$ 3,8445 (-0,01%). O dólar subiu ante o peso argentino, a lira turca e o rand sul-africano. Apesar da leve queda e do comportamento relativamente tranquilo nos últimos dias, os especialistas em câmbio ressaltam que o tom no mercado é de cautela, principalmente com as eleições, e que a volatilidade pode crescer novamente. Nas próximas semanas serão definidos os candidatos e eventuais coligações dos partidos nas convenções nacionais.

A quarta-feira foi outro dia de volume mais fraco no câmbio, influenciado pela falta de eventos importantes e pelas férias no hemisfério norte. O dólar operou em alta pela manhã e atingiu a máxima a R$ 3,8635, mas virou no começo da tarde, após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que pode costurar acordos comerciais individuais com o México e o Canadá. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, voltou ao Congresso e repetiu a mensagem de gradualismo na alta de juros, o que também ajudou a manter os mercados tranquilos. Na mínima, o dólar chegou a cair a R$ 3,81 no começo da tarde, mas perto do fechamento reduziu o ritmo de queda e chegou a engatar alta pontual com o desmonte de operações feitas por tesourarias.

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O diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan, ressalta que fluxo de recursos e operações de Tesouraria de bancos ajudaram o dólar a cair hoje na parte da tarde, mas o tom segue de cautela. Para ele, as atenções das mesas de operação vão crescentemente se voltar para as eleições na medida em que os partidos começam a fazer suas convenções nacionais. O PDT faz a sua já nesta sexta-feira, 20. Dependendo dos nomes que se despontarem como favoritos, o dólar pode superar os R$ 4,00.

Para o operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto, o cenário eleitoral ainda indefinido continua no radar, principalmente com a dificuldade do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em encontrar um nome para a vice-presidência em sua chapa na corrida ao Palácio do Planalto. A avaliação de Machado Neto é de que, se esse revés implicar perda de espaço de Bolsonaro nas pesquisas e impulsionar a candidatura de Ciro Gomes (PDT), isso pode ampliar as incertezas. "O mercado está de olho no Ciro, como um risco", disse o operador.

Pesquisa do Bank of America Merrill Lynch divulgada hoje mostra que, apesar da relativa calmaria vista no mercado de câmbio nos últimos dias, a percepção de gestores e investidores é que a moeda brasileira pode perder ainda mais valor ante o dólar nos meses antes da eleição. Dos entrevistados no levantamento, 49% veem a divisa norte-americana terminando o ano acima de R$ 3,80, ante 34% da pesquisa feita em junho e de apenas 3% em maio. Além disso, 17% veem a moeda acima de R$ 4,00, ante zero da pesquisa de maio.

Depois de ter subido mais de 2,5% nas duas sessões anteriores, o dólar à vista encontrou espaço para uma pequena correção e terminou esta terça-feira, 6, em leve baixa. O nervosismo que tomou conta dos mercados globais na véspera perdeu parte da força e favoreceu a recuperação das moedas emergentes, incluindo o real. Internamente, contribuiu o leilão de US$ 475 milhões em contratos de swap cambial, em operação de rolagem anunciada pelo Banco Central pela manhã. A reforma da Previdência ficou em segundo plano.

A volatilidade ainda se fez presente nos negócios, principalmente no período da manhã, evidenciando o forte sentimento de incerteza quanto aos efeitos de um possível superaquecimento da economia dos Estados Unidos. O dólar abriu em alta e alternou sinais positivos e negativos até o período da tarde, quando firmou-se em leve baixa. No fechamento, a divisa foi cotada a R$ 3,2428, com recuo de 0,23%. Na máxima intraday, atingiu R$ 3,2787 (+0,87%). Na mínima, foi cotada a R$ 3,2376 (-0,39%).

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Profissionais do mercado observaram ingresso de recursos externos ao Brasil, boa parte direcionado ao mercado de ações. O Índice Bovespa, que chegou a cair no início do dia, inverteu o sinal no início da tarde e consolidou expressiva alta até o encerramento do pregão. Já as bolsas de Nova York tiveram intensa volatilidade, conservando a cautela do investidor.

"Aparentemente o mercado se ajustou ao movimento de segunda-feira, favorecido pela melhora das bolsas americanas e o leilão de swap, que mostrou um Banco Central preocupado com a tensão", disse Durval Corrêa, operador da corretora Multimoney. Mas o profissional pondera que ainda há diversas dúvidas quanto ao caminho que os mercados americanos tomarão, o que mantém o clima de incerteza no ar. "Hoje foi um dia de correção, levando em conta que câmbio e bolsa foram bastante castigados", afirmou.

No mercado futuro, o dólar para liquidação em março fechou cotado a R$ 3,2435, em baixa de 0,86%. Os negócios do futuro foram robustos e somaram US$ 29 bilhões, ante US$ 20 bilhões na véspera. No câmbio à vista, o volume de negócios somou US$ 1,423 bilhão, segundo dados da B3.

O bitcoin apagou 25% de seu valor em cerca de 24 horas, à medida que uma onda de vendas atingiu o mercado de criptomoedas antes do feriado de Natal.

Recentemente, o bitcoin operava em torno de US$ 12.500, segundo a CoinDesk. A moeda virtual, que é notoriamente volátil, começou o mês de dezembro valendo cerca de US$ 10.000 e chegou a se aproximar de US$ 20.000 na última semana, mas tem mostrado tendência de desvalorização desde então.

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Em relação a seu pico mais recente, o bitcoin perdeu em torno de US$ 121 bilhões em valor de mercado em menos de uma semana, o equivalente a mais que o dobro da capitalização de mercado da fabricante americana de veículos elétricos Tesla, por exemplo.

Outras moedas alternativas ao bitcoin também sofreram com o movimento de liquidação. Entre 31 moedas digitais com valor de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão, 29 tiveram perdas recentes, de acordo com o provedor de dados CoinMarketCap.

A ether, segunda maior moeda virtual em valor de mercado, despencou 26% nas últimas 24 horas. Já a chamada litecoin sofreu um tombo de 32%. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Ibovespa está instável no início de sessão desta sexta-feira (18). A Bovespa marcou queda logo após o leilão de abertura. Em seguida, exibiu sinal positivo e passou a alternar altas e baixas. A volatilidade é influência do mercado de petróleo - onde os preços caíam mais cedo, passaram a subir e, depois, desaceleraram a alta - e também do dólar.

A reversão no mercado de petróleo aconteceu depois de declarações do ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, de que nove países que integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros dois de fora do grupo tiveram um diálogo "positivo" em relação ao esforço em andamento para estabilizar os preços do petróleo, de acordo com a agência de notícias Interfax.

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Depois de bater recordes de alta perante algumas moedas, a divisa dos EUA passou a cair ante o iene e também perante o euro. Movimento semelhante acontece no mercado cambial brasileiro, que teve a venda integral do lote de US$ 500 milhões em contratos novos de swap tradicional, equivalente a uma injeção de liquidez no mercado futuro, pelo Banco Central (BC).

Voltando à Bovespa, a maioria das blue chips está em alta. As ações da Vale recuam perto de 2%. Nesta sexta, o minério de ferro com pureza de 62% cotado no porto de Tianjin, na China, fechou com queda de 0,1%, indo a US$ 72,6 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index. Já o insumo negociado no porto de Qingdao com teor de concentração de 62% de ferro e de 2% de alumínio recuou 0,1% a US$ 72,9 a tonelada.

Às 10h23, o Ibovespa subia 0,02% aos 59.783,33 pontos. A PN da Petrobras avançava 0,63%. A ON da Vale caia 2,43%.

O dólar se mostra instável nesta manhã, tendo começado o dia em alta e caindo logo depois, ficando perto da estabilidade, após ser divulgado nos Estados Unidos que os pedidos de auxílio-desemprego subiram para 266 mil na semana passada, acima da previsão de 260 mil.

Às 9h36 desta quinta-feira (28) o dólar à vista no balcão anotava queda de 0,04%, a R$ 3,2659. O dólar para agosto subia 0,06%, a R$ 3,2685.

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Ainda no exterior, o petróleo tinha sinais divergentes nos dois principais mercados - estava em alta na Nymex e operava estável na ICE. Os futuros de Nova York estavam em baixa no mesmo horário e nas bolsas europeias, só Paris subia.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou na noite de ontem para mais volatilidade e incertezas nos mercados se as autoridades europeias não fornecerem rapidamente aos investidores certezas e direcionamento sobre o novo estado de seu relacionamento com o Reino Unido, após o país decidir por sair da União Europeia (UE).

A extensão do impacto econômico e de mercado "vai depender do nível de certeza ou incerteza" que as autoridades podem negociar no setor político, comércio e relações econômicas. Lagarde disse que ela tem encorajado autoridades "para prosseguirem da forma mais eficiente e produtiva, a fim de reduzir a incerteza".

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Na sexta-feira, os mercados globais enfrentaram uma forte onda vendedora depois da decisão de o Reino Unido deixar a UE ter surpreendido os investidores. A decisão abre a porta para a primeira saída de um país da UE na sua história. As bolsas mundiais continuam amargando perdas nesta segunda-feira. Lagarde disse que provavelmente haverá mais volatilidade do mercado e turbulência econômica à frente.

"A onda de vendas, em particular na libra, foi o movimento mais brutal imediato, maciço e violento, mas não houve pânico", disse Lagarde. Isso foi em parte devido à forma como os os bancos centrais responderam, disse ela. Esta onda de vendas do mercado não é como uma crise financeira, acrescentou.

"Os bancos centrais fizeram o seu trabalho e colocaram um monte de liquidez no mercado", disse a chefe do FMI. Fonte: Dow Jones Newswires.

Enquanto o mercado reagia com euforia, desta sexta-feira (4), ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Polícia Federal, alguns dos principais empresários e executivos do País demonstraram preocupação com o agravamento da crise política, que tem refletido diretamente no, já complicado, cenário econômico brasileiro.

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, "o que piora a situação das empresas é a falta de previsibilidade". Na opinião dele, "a volta da confiança de investidores e consumidores não pode ficar ao sabor do chamado mercado", já que a reação da Bolsa e do dólar podem ser apenas especulação. Só ontem, o dólar recuou 1,12%, para R$ 3,7675, e o Ibovespa teve alta de 4,01%.

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O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirma que ainda é muito prematuro falar em mudança de tendência na economia real por causa da alta da Bolsa e da queda do dólar registrada nos últimos dias. "Trata-se de um evento por um dia, não sabemos se isso vai continuar", diz ele. Castro ressalta que até agora não houve um fato de ordem econômica que sustente esse movimento.

De toda forma, o presidente da AEB observa que a alta da bolsa indica uma maior confiança dos investidores na economia real e a queda do câmbio cria insegurança no setor externo. "Os exportadores consideravam que o piso do câmbio seria R$ 4 e o recuo para R$ 3,70 gera insegurança no setor exportador de produtos manufaturados."

O discurso é muito parecido com o do presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish. Segundo ele, a atual turbulência política pela qual o Brasil passa não vai afetar os investimentos da operadora no Brasil. "Seguimos confiantes no País e vamos manter nossos planos de expansão para os próximos anos."

Mais cautelosa, a empresária Luiza Trajano, agora presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, segunda maior rede varejista do País, preferiu ficar de fora da polêmica que envolveu ontem o depoimento do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à Polícia Federal. "Temos que respeitar a democracia. Vivemos uma democracia", disse, sem fazer juízo de valor sobre o caso. O varejo de eletromóveis, segmento no qual Luiza atua, é um dos mais prejudicados pela crise econômica brasileira.

Declaradamente um defensor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Flávio Rocha, o principal executivo da varejista Riachuelo encarou o episódio de ontem com Lula como indiferente para os rumos do País e da economia. "A questão não é o que fazem com o Lula, mas sim encerrar este triste capítulo da economia e começar um outro", disse. "O Lula estava sem discurso nenhum. Agora, ele se colocou na posição de vítima e quase me convenceu."

O agravamento da crise política, na avaliação de um dos maiores empresários do programa Minha Casa, Minha Vida traz à tona um outro problema: a falta de lideranças. "Estamos acéfalos", diz Rubens Menin, fundador da incorporadora MRV. "Não temos líderes para conduzir um pacto nacional e levar o País para um porto seguro. Isso é o que mais preocupa." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A volatilidade permeou os negócios no mercado de juros nesta terça-feira (29), tendo influências de diferentes naturezas. Fatores técnicos, políticos e econômicos influenciaram o mercado ao longo de todo o dia, mas as taxas acabaram por fechar em baixa, acompanhando a tendência do dólar.

Depois de uma manhã de alta, as taxas inverteram a tendência no início da tarde e se consolidaram em baixa após a divulgação dos dados do Governo Central em agosto, que indicaram déficit de R$ 5,08 bilhões em agosto. O dado veio melhor que o esperado, uma vez que as estimativas variavam entre déficit de R$ 6,5 bilhões e de R$ 19 bilhões. A notícia levou o dólar às mínimas, com influência direta sobre as taxas.

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O cenário político também trouxe influência positiva aos negócios, com a notícia de que a presidente Dilma Rousseff ofereceu sete ministérios ao PMDB na reforma política, alimentando as expectativas de recomposição da base de apoio do governo. No entanto, a presidente só deve fazer qualquer anúncio após a sessão conjunta do Congresso que apreciará os seis vetos presidenciais ainda não analisados, inclusive o que barra o reajuste salarial de servidores do Judiciário. A estratégia busca evitar que parlamentares da base eventualmente descontentes com a reforma ministerial votem contra o governo na sessão de apreciação dos vetos.

Nos negócios na BM&F, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2016 fechou a 14,795%, contra 14,91% do ajuste da segunda-feira. O vencimento de janeiro de 2017, o mais negociado, terminou o dia com taxa de 15,90%, de 16,15% do ajuste anterior. O DI de janeiro de 2019 ficou em 16,25%, de 16,61%. Na curva mais longa da curva, o vencimento de janeiro de 2021 teve a taxa reduzida de 16,42% para 16,10%.

A volatilidade deu o tom dos negócios no mercado de câmbio nesta terça-feira, 29, influenciados por fatores técnicos, políticos e econômicos ao longo de todo o dia. Depois de oscilar entre a máxima de R$ 4,15 (+1,72%) e a mínima de R$ 4,012 (-1,67%), o dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, cotado a R$ 4,063.

A moeda norte-americana dava sinais de que teria mais um dia de valorização frente ao real no período da manhã, uma vez que a alta prevalecia mesmo diante das intervenções do Banco Central. O BC ofertou US$ 3 bilhões ao mercado no início do dia, por meio de um leilão de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) e dois leilões de linha (venda de moeda com compromisso de recompra).

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Um dos motivos para a pressão sobre o dólar foi a disputa dos investidores pela ptax do dia (média das cotações de quatro coletas da primeira parte da sessão). Investidores comprados em dólar futuro puxaram as cotações para cima pela manhã, em um movimento que deverá ser retomado amanhã, quando será definida a ptax de referência para a liquidação dos derivativos cambiais de outubro. Com a ptax de hoje definida, a moeda ficou mais livre para oscilar e passou a cair após as 13 horas, também em sintonia com a tendência de desvalorização no exterior.

A divulgação dos dados do Governo Central em agosto acabou por surpreender positivamente o mercado, com números menos piores que o esperado. Os dados indicaram déficit de R$ 5,08 bilhões no mês passado, contra estimativas que variavam entre déficit de R$ 6,5 bilhões e de R$ 19 bilhões. A notícia, que já pegou dólar e juros em baixa, ajudou a consolidar a tendência nos negócios da tarde.

O cenário político, como há bastante tempo não se via, também trouxe influência positiva aos negócios. A notícia de que a presidente Dilma Rousseff ofereceu sete ministérios ao PMDB na reforma política alimenta as expectativas de recomposição da base de apoio do governo, restaurando a governabilidade da presidente.

No entanto, a presidente só deve fazer qualquer anúncio após a sessão conjunta do Congresso que apreciará os seis vetos presidenciais ainda não analisados, inclusive o que barra o reajuste salarial de servidores do Judiciário. A estratégia busca evitar que parlamentares da base eventualmente descontentes com a reforma ministerial votem contra o governo na sessão de apreciação dos vetos.

Segundo profissionais do mercado de câmbio, a menor pressão sobre o dólar no período da tarde acabou por deflagrar operações de stop loss (interrupção de perdas) da parte de investidores vendidos no mercado futuro, o que levou o dólar de outubro à mínima de R$ 4,015 e a divisa à vista a R$ 4,012.

No tradicional leilão de rolagem de swaps cambiais feito diariamente pelo BC, foram vendidos hoje apenas 5.900 contratos, contra os 9.450 ofertados. O BC anunciou que os 3.550 contratos remanescentes serão ofertados novamente amanhã.

Autoridades financeiras do G-7 minimizaram a volatilidade dos mercados de títulos da dívida pública verificada recentemente. "A visão geral é de que estamos assistindo a uma correção que não chega a ser surpresa, dada a forte queda nos rendimentos anteriormente, como no caso dos títulos da dívida da Alemanha", explicou um membro da delegação alemã.

Os ministros das Finanças e líderes dos bancos centrais do G-7 estão reunidos em Dresden para discutir estratégias de crescimento econômico sustentável e potenciais riscos decorrentes de políticas monetárias muito frouxas.

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No mês passado, o estável mercado de títulos do governo alemão viveu alguns de seus piores dias em mais de uma década e esteve à frente de uma corrida global de venda de títulos em meio ao programa de compra de bônus em larga escala realizado pelo Banco Central Europeu (BCE). Autoridades financeiras disseram que os altos níveis de endividamento, privado ou público, podem ser um entrave para o crescimento.

Segundo a fonte alemã, o momento seria oportuno para implementar reformas estruturais consideradas indispensáveis por membros do G-7 para a manutenção do crescimento potencial de seus países. "O crescimento financiado por dívidas não pode ser um substituto para as reformas estruturais", disse o oficial. Fonte: Dow Jones Newswires.

O dólar recuou nesta terça-feira (24) pela terceira sessão seguida, após uma negociação volátil, à medida que os investidores digeriam comentários do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O dólar abriu a sessão em queda, tanto no mercado futuro quanto no segmento à vista, reagindo à manutenção do grau de investimento do Brasil, anunciada ontem pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. No entanto, a moeda passou a oscilar, à medida que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dava início a sua audiência no Senado. Os sinais mistos do dólar ante outras divisas internacionais, após indicadores econômicos dos EUA desencadearem leituras divergentes, também contribuíram para a volatilidade da moeda norte-americana no Brasil.

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Durante sua fala, o presidente do BC ressaltou a importância do dólar mais forte para ajustes das transações correntes do País e afirmou que o programa de swap tem atingido plenamente seu objetivo. Ele afirmou também que o BC pode manter posição dos swaps ante reservas por 10 ou 20 anos, mas ressaltou que "não quer dizer que vamos fazer isso". Segundo Tombini, os leilões não tinham a finalidade de segurar câmbio em nenhum nível, mas sim para que empresas não quebrem ao primeiro "soluço" do mercado.

As declarações do presidente do BC alimentaram as dúvidas sobre a continuidade do programa de leilões de swaps cambiais, a partir de abril, uma vez que provocaram interpretações variadas dos participantes do mercado. Parte deles avaliou que, ao reforçar a importância dos leilões, Tombini indicou que a instituição poderá continuar a realizá-los, enquanto alguns agentes afirmaram o contrário, dizendo que Tombini não deu sinal nenhum sobre como ficará o programa mais para frente.

Mesmo com as dúvidas em torno dos leilões, o dólar à vista terminou com baixa de 0,83%, aos R$ 3,1250. O volume de negócios totalizava US$ 617 milhões por volta das 16h50. No mercado de câmbio futuro, o dólar para abril cedia 0,43%, aos R$ 3,1320. A queda maior do dólar à vista é justificada por um ajuste ao fechamento do dólar futuro ontem, que acentuou o declínio com a decisão da S&P de manter o rating soberano do Brasil. Como o anúncio veio depois do fechamento do balcão, o dólar à vista não teve tempo de reagir à notícia na segunda-feira.

A Bovespa fechou a sessão com leve alta, após registrar forte volatilidade durante à tarde, devido à oscilação das ações da Petrobras e à ausência de notícias sobre o anúncio da equipe econômica. No fim do pregão, o Ibovespa subiu 0,28%, para 55.560,81 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 8,690 bilhões. Na máxima do dia, a Bolsa atingiu 56.387 pontos (+1,77%) e na mínima, 55.204 pontos (-0,37%). O Ibovespa acumula altas de 7,87% no ano e de 1,71% em novembro.

A Bovespa abriu o pregão desta terça-feira (25), em alta, recuperando o patamar dos 56 mil pontos perdidos na segunda-feira, 24, ajudada pelo sinal positivo vindo das bolsas internacionais, após os números sobre o Produto Interno Bruto (PIB) na Alemanha no terceiro trimestre deste ano. Embora os índices acionários tenham acelerado a alta mais tarde com os dados do PIB dos EUA, que vieram melhores que o esperado, a Bovespa manteve os ganhos já observados antes dos números.

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De acordo com a segunda estimativa do Departamento do Comércio, o PIB dos EUA registrou uma expansão a uma taxa anual ajustada sazonalmente de 3,9% entre julho e setembro, puxado principalmente pela revisão nos números de gastos com consumo. O resultado ficou acima do cálculo inicial de expansão de 3,5% e da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam aumento menor, de 3,3%.

Durante a tarde, a oscilação das ações de Petrobras, Vale e bancos, e a expectativa dos investidores pela oficialização do nome do ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda provocaram forte volatilidade Bolsa.

O movimento coincidiu com a oscilação das bolsas de Nova York, que reduziram a alta após dados mostrarem piora da confiança do consumidor nos EUA. O índice de confiança do consumidor norte-americano, medido pelo Conference Board, caiu para 88,7 em novembro, de 94,5 em outubro, contrariando as expectativas dos economistas consultados pela Dow Jones, que previam alta a 96,5. Perto das 17h30, o índice Dow Jones (+0,11%), O Nasdaq (+0,18%) e o S&P 500 (+0,04%).

No setor corporativo local, as ações da Petrobras terminaram em queda de 1,12% (ON) e de 0,42% (PN). A estatal confirmou que recebeu na última sexta-feira, 21, uma notificação do regulador mobiliário norte-americano, a SEC, requerendo documentos relativos à investigação sobre as denúncias de corrupção envolvendo a empresa. A informação tende a afastar ainda mais o investidor estrangeiro dos papéis da companhia, assustado com os escândalos, e o maior receio é de que a Bolsa de Nova York (NYSE) suspenda a negociação com os recibos de depósito de ações (ADRs).

Já os papéis da Vale se recuperam na reta final da sessão e fecharam em alta: ON (1,10%) e PNA (+0,88%). Entre as siderúrgicas, a Gerdau fechou com alta de 0,09%, após passar a sessão toda em terreno negativo. o diretor-presidente da companhia, André B. Gerdau Johannpeter, disse em reunião com analistas e investidores (Apimec), em São Paulo, que se os preços do minério de ferro voltarem a patamares atrativos, a empresa pode exportar a produção. Ele também disse que a alavancagem da Gerdau, medida pela relação dívida líquida e Ebitda, deve voltar ao patamar de 2,4 vezes no quarto trimestre deste ano.

As dúvidas sobre quem formará a equipe econômica e sobre as diretrizes no segundo governo Dilma Rousseff voltaram a elevar a volatilidade no mercado de câmbio. Após a relativa "lua de mel" na primeira semana depois da eleição, quando houve certa acomodação das taxas, o dólar já está em níveis mais altos que os vistos antes da votação e a volatilidade está crescendo novamente.

A incerteza do mercado financeiro quanto ao futuro do dólar, um dos fatores levados em conta para a precificação de opções da moeda americana, vem aumentando desde 31 de outubro. O índice de volatilidade FXvol - calculado pela BM&FBovespa e que mede a incerteza da taxa de câmbio que está embutida na negociação das opções de dólar - subiu de 16,415% ao ano naquela data para 18,177% ao ano na última quinta-feira, 6 de novembro, conforme os números mais recentes da BM&FBovespa. Na prática, quanto maior o indicador, maiores as dúvidas sobre para onde vai a cotação do dólar.

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No último dia útil antes da eleição, em 24 de outubro, o indicador havia marcado 23,372% ao ano. Na segunda-feira seguinte, 27 de outubro, com Dilma já reeleita, o FXvol despencou para 15,541% ao ano, em meio à expectativa de analistas e investidores de que a presidente pudesse anunciar nomes de confiança do mercado para sua equipe. Passadas duas semanas, isso não aconteceu.

"O mercado respeita também. Ele deu um tempo para a Dilma definir quem ocuparia o Ministério da Fazenda, para indicar as diretrizes. Só que depois viu o (ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio) Mercadante falando sobre economia. Então foi atrás do dólar", comentou um profissional da área de câmbio, referindo-se a comentários feitos pelo ministro na última quinta-feira, dia 6.

Entre outras coisas, Mercadante descartou cortes bruscos nos gastos públicos e defendeu a flexibilização da meta de superávit primário. Como o mercado financeiro tem suas preferências para a nomeação do novo ministro da Fazenda - entre os favoritos, está o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles -, os comentários de Mercadante foram mal recebidos.

O problema é que, por conta das indefinições, os negócios no câmbio ficam bastante voláteis, em meio às dificuldades dos players para projetar o dólar para o futuro próximo. Hoje, por exemplo, o dólar recua ante o real no Brasil, em sintonia com a baixa da moeda americana ante outras divisas no exterior. Mas o movimento de queda por aqui é mais intenso do que o visto lá fora.

Swaps

Com a volatilidade alta, profissionais do mercado questionam o motivo para que o Banco Central sinalize a rolagem apenas parcial dos contratos de swap que estão para vencer em dezembro. Para o profissional ouvido pela reportagem, o BC "deveria fazer tudo, não só pelo fato de rolar todos os vencimentos em si, mas para sinalizar que o programa de swaps não vai acabar". Isso, segundo ele, diminuiria a volatilidade.

Se mantiver o ritmo diário de 9 mil contratos para rolagem, o BC atuará por 17 dias úteis - excluindo-se o dia 20, feriado da Consciência Negra em São Paulo, e o dia 28, quando ocorre determinação da ptax. Seriam rolados 153.000 contratos (US$ 7,650 bilhões) dos 196.620 contratos (US$ 9,831 bilhões) programados para vencer. Com isso, seriam recolhidos do sistema o equivalente a 43.620 contratos (US$ 2,181 bilhões).

Porém, para João Medeiros, diretor da corretora Pioneer, não existe "asfixia no mercado por falta de moeda". "Houve um ingresso grande de moeda (na semana após a eleição). E também não vejo uma procura absurda por hedge por empresas ou outros players", comentou, ao justificar a tendência de rolagem parcial dos swaps.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, afirmou nesta quinta-feira (25) que o mês de setembro foi marcado por volatilidade "um pouco maior" na taxa de retorno dos títulos. Neste mês, segundo ele, ocorreu uma venda menor de NTN-F, que é o título mais demandado pelos investidores estrangeiros.

Garrido afirmou que o mercado entende que alguns investidores estrangeiros optaram por realizar o lucro, ou seja, vender títulos mais longos. "Agora, com subida das taxas, já foi verificada onda de retorno para títulos mais longos", disse. "Em setembro, não temos relato de movimentos expressivos (de estrangeiros) nem de saída nem de entrada". Garrido exemplificou que a LTN 2018 foi vendida a uma taxa de 11,92% ao ano no leilão de 1º de agosto. No leilão realizado nesta quinta, essa taxa já foi de 12,04% ao ano.

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Ao apresentar os dados de participação dos estrangeiros na Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), Garrido afirmou que há continuidade do crescimento da participação dos estrangeiros no estoque da dívida. "Acreditamos que vamos continuar observando crescimento gradual da participação dos não residentes na dívida pública", disse.

Os estrangeiros aumentaram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em agosto. A participação dos investidores estrangeiros no estoque da DPMFi subiu de 18,52% em julho para 18,80% em agosto, somando R$ 390,16 bilhões, segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Em julho, o estoque estava em R$ 385,67 bilhões.

PAF

Ainda de acordo com Garrido, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) está "na banda inferior do PAF". O estoque, que ficou em R$ 2,169 trilhões, está abaixo da banda do Plano Anual de Financiamento (PAF), que vai de R$ 2,170 trilhões até R$ 2,320 trilhões. "A expectativa é que todos os indicadores do PAF sejam cumpridos até dezembro", disse.

Em relação às metas para a composição do estoque, Garrido afirmou que todas estão muito próximas das bandas previstas para o fim do ano e reforçou que as projeções serão cumpridas em dezembro. A parcela de títulos atrelados à Selic na DPF foi a única categoria que ficou fora das bandas do PAF em agosto, com participação de 20,21%. A meta é que esses papeis encerrem o ano entre 14% e 19%.

A participação de títulos prefixados subiu de 39,03% em julho para 40,74% em agosto, dentro da banda do PAF, que vai de 40% até 44%. Os títulos remunerados pela inflação caíram para 34,81% do estoque da DPF em agosto, ante 37,01% em julho. O resultado fez com que a categoria voltasse para a banda do PAF, que vai de 33% a 37%.

Os papéis cambiais elevaram a participação na DPF de 4,10% em julho para 4,24% em agosto.

Título global 2045

O Tesouro Nacional informou ainda que, em agosto, a emissão de título global 2045 teve impacto no programa de recompras. Entre julho e agosto, foram recomprados, em valor de face, R$ 3,74 bilhões em títulos da Dívida Pública Externa. Com esse programa de recompras e a troca de títulos com taxas maiores por papéis com taxas menores, diminuiu o fluxo de pagamento de juros da Dívida Pública Mobiliária Federal externa até 2041.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou neste sábado (29) que o processo de recuperação da economia global traz de volta as condições monetárias à normalidade e é fundamental que as autoridades tenham cautela, inclusive para fazer ajustes quando necessário.

Ele afirmou ainda que a normalização das condições monetárias gera realinhamento dos ativos financeiros, como o câmbio. Mas o aumento da volatilidade dos mercados financeiros internacionais é reflexo dessa normalização e o processo de ajuste não deve ser confundido com vulnerabilidade. "A volatilidade é do jogo".

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O discurso do presidente do Banco Central foi feito para uma plateia de investidores e banqueiros no encerramento do Fórum Econômico sobre a América Latina do Institute of International Finance (IIF), na Bahia. Tombini participou também de reuniões fechadas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na Costa do Sauípe. O BC está em "período de silêncio" que antecede a reunião do Copom da próxima quarta-feira.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou na noite deste sábado (31) que o "Brasil está preparado para enfrentar a volatilidade" que ocorre atualmente no mercado financeiro internacional. "O sistema financeiro está sólido, com elevados níveis de capital, liquidez e provisões", destacou. "O Banco Central adotará providências necessárias para assegurar a estabilidade do sistema financeiro", comentou. "E também a estabilidade da economia e o bom funcionamento dos mercados".

Tombini lembrou que a economia brasileira está sólida e disse que observou-se a "recomposição da natureza dos ingressos de recursos estrangeiros" no País. "Houve aumento do capital externo de mais longo prazo e a moderação dos de curto prazo", disse.

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De acordo com o presidente do BC, a recomposição do capital externo tem sido importante nesta conjuntura de maior volatilidade. "Observamos fluxo positivo tanto de investimento direto quanto de portfólio", disse. "Não obstante, é importante ressaltar que eventuais saídas pontuais são naturais", destacou.

Ele fez os comentários durante palestra de encerramento do 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais da BMF& Bovespa.

Conforme esperado por operadores, a volatilidade dita o tom do pregão da Bovespa nesta quarta-feira, 14, por causa do vencimento de índice futuro e de opções sobre índice. Entre as pontuações máxima e mínima da sessão, a oscilação do Ibovespa foi de aproximadamente 0,85%, sempre acima dos 50 mil pontos. O sinal negativo que prevalece em Nova York, contudo, tende a pesar nos negócios locais.

Às 11 horas, o Ibovespa subia 0,37%, aos 50.789,70 pontos, depois de cair 0,37%, aos 50.414 pontos, no nível mais baixo do dia, verificado logo cedo, e de subir 0,49%, aos 50.849 pontos, no maior patamar da sessão, até este horário. O volume financeiro somava aproximadamente R$ 1 bilhão, projetando giro de mais de R$ 8 bilhões ao final da sessão. No mesmo horário, em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 cediam 0,25% e 0,05%, respectivamente.

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O dólar voltou a subir frente às principais moedas, em um dia marcado por volatilidade no mercado. Operadores disseram que a falta de um movimento forte das cotações em qualquer direção resultou do acionamento de ordens automáticas e de alguma realização de lucros, depois das quedas fortes sofridas pelo euro nas últimas duas semanas.

"Ao longo do próximo mês, ninguém sabe como as coisas vão se desenrolar na Grécia. No curto prazo, as manchetes do noticiário vão pesar no mercado", disse o estrategista Aroop Chatterjee, do Barclays.

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Ao longo do dia, informes de que o Banco Central Europeu (BCE) havia suspendido o financiamento a alguns bancos gregos fizeram o euro cair a US$ 1,2681, nível mais baixo desde 17 de janeiro; a moeda europeia recuperou terreno depois de esclarecimentos de que os bancos gregos continuam a receber crédito do próprio fundo de estabilização financeira da Grécia.

Frente ao iene, o dólar reduziu seu ganho depois da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, que sinalizou que a instituição mantém a porta aberta para novas medidas de estímulo, caso a recuperação da economia dos Estados Unidos mostre sinais de enfraquecimento.

No fim da tarde, em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,2716, frente a US$ 1,2730 na véspera; o iene estava cotado a 80,34 por dólar, contra 80,18 por dólar na terça-feira; a libra estava cotada a US$ 1,5910, diante de US$ 1,5994 do fechamento anterior; o franco suíço estava cotado a 0,9445 por dólar, em comparação a 0,9435 por dólar na terça. As informações são da Dow Jones.

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