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O interventor federal na segurança do Distrito Federal Ricardo Cappelli disse nesta quarta-feira que "não há hipótese de se repetir na capital federal os fatos inaceitáveis que aconteceram no último dia 8", quando golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Em entrevista convocada após a detecção de novas ameaças de golpe em mensagens que anunciam uma "Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder", Cappelli afirmou que, após a identificação das ameaças, uma reunião dos comandos da segurança pública no DF foi convocada para preparar o planejamento.

"Queremos tranquilizar população", disse o interventor. "Nunca mais a capital federal verá o que aconteceu. Temos total apoio do efetivo, das corporações, dos homens de segurança do DF, que têm compromisso com a República e estado democrático de direito". Ele ainda disse que os servidores que trabalham na Esplanada dos Ministérios, que foi fechada, podem continuar trabalhando tranquilamente.

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De acordo com o interventor, as manifestações previstas para ocorrer perto do Palácio do Buriti, sede do governo distrital, e na Esplanada. Haverá um bloqueio nas regiões e, no início da Esplanada, terá operação de revista.

"Aos que pretendem repetir, o que tenho a dizer é simples: a lei será cumprida", enfatizou. "O direito à livre manifestação não se confunde com terrorismo, com atentado às instituições democráticas, não se confunde com ataque ao patrimônio público, ataque à democracia".

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) ser acionado para impedir novos atos golpistas, o ministro Alexandre de Moraes determinou que autoridades de todos os níveis federativos tomem providências para conter tentativas de bloqueio de rodovias e ocupação de prédio públicos e executem a prisão em flagrante dos envolvidos.

Com a previsão de realização de novas manifestações antidemocráticas nesta quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que autoridades de todos os níveis federativos adotem as providências necessárias para impedir tentativas de ocupação ou bloqueio de vias públicas, assim como de espaços e prédios públicos em todo o território nacional.

O ministro fixou multa de R$ 20 mil para pessoas físicas e de R$ 100 mil para pessoas jurídicas que descumprirem a proibição "por meio da participação direta nos atos antidemocráticos, pela incitação (inclusive em meios eletrônicos) ou pela prestação de apoio material (logístico e financeiro) à prática desses atos".

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Moraes ainda determinou que as autoridades locais deverão, sob pena de responsabilidade pessoal, executar a prisão em flagrante daqueles que "ocupem ou obstruam vias urbanas e rodovias, inclusive adjacências, bem como procedam à invasão de prédios públicos". Ainda de acordo com a decisão do ministro, as autoridades deverão identificar todos os veículos utilizados nos atos.

Propostas legislativas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou hoje que a Pasta deve ouvir especialistas e fazer consulta pública para formular um pacote de propostas legislativas que visam ao fortalecimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário após a invasão e depredação de suas sedes em Brasília no último domingo (8). As medidas devem ser anunciadas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no início da próxima legislatura.

"Diante do crescimento de atos terroristas no Brasil, inclusive atingindo o Distrito Federal, o Ministério da Justiça vai ouvir especialistas e fazer consulta pública sobre propostas legislativas que fortaleçam a atuação institucional dos 3 Poderes", publicou Dino em seu perfil no Twitter.

"O pacote de propostas legislativas pela democracia será apresentado aos presidentes do Senado e da Câmara no início da legislatura, como uma contribuição ao debate parlamentar sobre eventuais mudanças em leis", afirmou.

De acordo com o ministro, foram lavrados 1.261 autos de prisão e apreensão pela Polícia Federal em decorrência dos atos golpistas de domingo, e todos os presos serão apresentados ao Judiciário, que deve decidir como prosseguir.

A Polícia Militar do Distrito Federal fechou, no final da manhã desta quarta-feira (11), a Esplanada dos Ministérios para o trânsito de veículos. A ação foi tomada, de acordo com militares, porque está prevista uma manifestação de bolsonaristas na tarde de hoje.

Nesta quarta-feira, com a possível realização de novas manifestações antidemocráticas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que autoridades de todos os níveis federativos adotem as providências necessárias para impedir tentativas de ocupação ou bloqueio de vias públicas, assim como de espaços e prédios públicos em todo o território nacional.

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No último domingo (8), golpistas invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF e vandalizaram o interior desses prédios.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) detectou novas ameaças de golpe em mensagens que anunciam uma "Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder" para esta quarta-feira (11), em todo o País, e decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao ministro Alexandre de Moraes que adote medidas imediatas para impedir novos atos como os verificados no domingo, 8, em Brasília, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo, provocando depredações.

Em reunião realizada na noite desta terça-feira (10), no Palácio do Planalto, o gabinete de crise decidiu que haverá reforço da segurança em Brasília e em outras capitais onde extremistas prometem fazer mais arruaça nas ruas. Para proteger o Planalto, os batalhões da Guarda Presidencial e da Polícia do Exército, além do Regimento de Cavalaria, serão acionados e ficarão de prontidão. No domingo, todos foram chamados quando a sede do governo já havia sido destruída por vândalos.

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Ao citar uma convocação distribuída em cartões e em aplicativos de mensagens para mais uma manifestação antidemocrática a partir das 18 horas desta quarta, o advogado-geral da União, Jorge Messias, pediu providências ao Supremo.

"Vê-se, da postagem acima registrada, que o País se encontra na iminência de entrar com grave situação, novamente, após os trágicos eventos do domingo, 8, quando o mundo, estarrecido, assistiu à tentativa de completa destruição do patrimônio material e imaterial, além de todo o simbolismo que carregam as instituições democráticas", diz a petição da AGU. Segundo ele, "as instituições, novamente, são chamadas a reagir".

O pedido do governo Lula foi feito em uma ação apresentada pela AGU ainda durante o governo Michel Temer (MDB), em 2018. Na ocasião, o Brasil estava em meio à greve dos caminhoneiros que levou a bloqueios de estradas e crise de desabastecimento.

De acordo com Messias, a convocação configura "nova tentativa de ameaça ao estado democrático de direito, o qual deve ser salvaguardado e protegido, evitando-se para tanto o abuso do direito de reunião, usado como ilegal e inconstitucional invólucro para verdadeiros atos atentatórios".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, nesta segunda-feira (26), em Brasília, que o regime democrático brasileiro não comporta atos terroristas semelhantes à frustrada tentativa de um grupo que planejava explodir um caminhão carregado com óleo diesel próximo ao Aeroporto Internacional  de Brasília. 

“Não há espaço no Brasil democrático para atos análogos ao terrorismo, como a tentativa de explosão de um caminhão de combustíveis em Brasília, felizmente abortada pelas forças de segurança”, escreveu o senador, esta tarde, em sua conta pessoal no Twitter. 

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“As eleições se findaram com a escolha livre e consciente do presidente eleito que tomará posse no dia 1º de janeiro. O Brasil quer paz para seguir em frente e se tornar o país que todos desejamos”, acrescentou.

Prisão

A mensagem de Pacheco é uma resposta à prisão, na noite do último sábado (24), de George Washington de Oliveira Sousa, acusado de participar da instalação de um artefato explosivo em um caminhão-tanque estacionado próximo ao aeroporto da capital federal.

Gerente de um posto de gasolina que funciona em Xinguara (PA), o homem, de 54 anos, viajou para Brasília dias após o segundo turno das eleições gerais, realizadas em 30 de outubro. Inconformado com a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Sousa se juntou a centena de manifestantes que protestam em frente ao Quartel General do Exército, pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição e intervenção militar.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, Sousa admitiu, em depoimento, que pretendia cometer um atentado na capital federal como forma de produzir uma situação caótica que forçasse o atual governo a decretar estado de sítio, impedindo a posse de Lula.

Investigando a origem do artefato explosivo “plantado” no caminhão-tanque – que foi denunciado pelo motorista do veículo, que desconfiou do recipiente estranho – a Polícia Civil chegou a Sousa e a um apartamento do Sudoeste, bairro de classe média alta de Brasília, onde foram encontradas várias armas, incluindo um fuzil, duas espingardas, revólveres, muita munição e explosivos.

Sem autorização

Embora esteja registrado como colecionador, atirador e caçador (CAC), Sousa não tem autorização para viajar armado. Tampouco para portar explosivos. A Polícia Civil investiga se ele agiu sozinho ou se teve a colaboração de outras pessoas.

“Tão logo tenhamos ações consequenciais da operação ou mesmo a conclusão do inquérito por parte da autoridade policial que preside os fatos, informaremos a todos”, informou a corporação, em nota. 

Na tarde deste domingo (26), uma denúncia levou as forças de segurança do Distrito Federal a localizar e destruir artefatos explosivos deixados em um matagal do Gama, região administrativa a cerca de 35 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No local, também foram encontrados coletes balísticos e capas para esses coletes.

A ocorrência foi registrada na 20ª Delegacia de Polícia, que vai apurar a procedência dos explosivos e tentar identificar quem deixou o material no matagal, sem nenhum cuidado adicional. Até o momento, ninguém foi detido.

A Polícia Federal prendeu o homem que ameaçou de morte o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em vídeo publicado nas redes sociais. O homem identificado como Sarneyzinho do Maranhão foi candidato a deputado estadual em 2018. Ele foi preso na divisa entre o Maranhão e Piauí, segundo a CNN Brasil. 

“Eu quero mandar um recado aqui para o bandido do Alexandre de Moraes. Aqui quem vos fala é o Sarneyzinho do Maranhão: cuidado, meu amigo. Meus homens já estão de olho em ti, já está te rodeando em Brasília e São Paulo. A minha ordem é para te executar. Eu afirmo, eu, Sarneyzinho do Maranhão, já coloquei meus homens à disposição para te executar. Cuidado. Cuidado com a tua vida. Respeita o povo brasileiro, respeita o nosso presidente”, disse, em vídeo.

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A Corregedoria Geral do Mato Grosso apura se o delegado Bruno França vai ser punido por invadir uma casa armado e prender uma mulher sem mandado judicial. A motivação teria sido uma briga entre o filho dela e o enteado do delegado. A ação foi registrada por uma câmera de vigilância na sala do imóvel localizado em um condomínio em Cuiabá, na noite dessa segunda-feira (28).

Com uma pistola na mão, o delegado arromba a porta e entra na companhia de três policiais com armas de grosso calibre e fardamento operacional. Ele ameaça e xinga os moradores enquanto uma criança chora ao fundo.

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“Da próxima vez que ela chegar perto do meu filho, eu vou estourar a cabeça dela. Eu vou explodir a cabeça dessa filha da p***”, grita se direcionando ao marido da empresária. "Manda ela sair daí, senão vou disparar na cabeça dela”, continua

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A mulher é levada para a Central de Flagrantes sob a alegação de ter descumprido uma medida protetiva a qual ela sequer havia sido intimada. O advogado da empresária, Rodrigo Pouso, é chamado e registrou a conversa com Bruno na delegacia. 

O defensor pede explicações sobre os fatos desencadeados: a suposta medida cautelar, o mandado para entrar no domicílio e a posição em flagrante. O delegado responde com insultos e diz que não vai repassar as informações. O acesso aos autos é um direito constitucional conferido aos advogados para articular as defesas.

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“Eu estava ali na condição de padrasto e não de autoridade policial. Só que isso não justifica e eu estou pedindo desculpa publicamente nessa situação de emoção que agi pela condição da vítima que é meu enteado [...] mas eu estou aqui para pedir desculpas ao doutor Rodrigo. Foi inaceitável a minha conduta. Fui advogado por muito tempo e eu tenho respeito completo e total pelo advogado no exercício de sua função. A respeito do caso não vou me manifestar. Isso é sigiloso, está na delegacia de proteção ao menor. Agora só tomar cuidado para manter a segurança de todo mundo”, disse o delegado segundo o Fórum.

Com a repercussão do caso nas redes sociais, a Corregedoria informou que "tal ação foi de decisão exclusiva da autoridade policial". Em nota, o órgão reforça que apura os fatos e que tomará as medidas legais cabíveis. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também repudiou o episódio e destacou as prerrogativas funcionais da classe.

Elon Musk, dono do Twitter, afirmou nesta segunda-feira (28) que a Apple está ameaçando eliminar a rede social de sua loja de aplicativos para iPhone.

A Apple "ameaçou retirar o Twitter de sua App Store, mas não nos disse por quê", declarou Musk em uma série de tuítes em que acusou a gigante da tecnologia de censura.

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"A Apple deixou em grande parte de fazer publicidade no Twitter. Odeiam a liberdade de expressão nos Estados Unidos?", questionou Musk. "O que está acontecendo aqui @tim_cook?", perguntou ao CEO da Apple.

O magnata, considerado o homem mais rico do mundo, pretende relaxar a política de moderação de conteúdos em sua plataforma, que deseja que reflita sua visão absolutista da liberdade de expressão.

Essa abordagem assustou muitos anunciantes, da General Motors à Pfizer, que suspenderam a publicação de anúncios no Twitter. Cerca de 90% do faturamento da rede social depende da publicidade.

O combate a mensagens problemáticas, como aquelas contendo desinformação ou discurso de ódio, é um tema importante também para os governos e os sistemas operacionais móveis, ou seja, iOS (da Apple) e Android (do Google).

Os dois gigantes podem vetar qualquer aplicativo que não estejam de acordo com suas normas de conteúdo e as consequências são catastróficas para esse app, explicou dias atrás Yoel Roth, ex-chefe de segurança do Twitter.

"A Apple e o Google têm um enorme poder sobre as decisões que o Twitter toma", disse ele em uma coluna no jornal The New York Times.

O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB) pediu investigação à Polícia Civil da Bahia por uma ameaça e por perseguição registrados em um resort de luxo na Praia do Forte, na região metropolitana de Salvador. A Delegacia de Proteção Ambiental (DPA) apura o caso. O episódio ocorreu no dia 20 de novembro.

Maia, que estava com sua companheira, a advogada Vanessa Canado, foi abordado por um casal no café. O homem, então, passou a hostilizar o deputado, chamado de "ladrão." Como reação às ofensas, Maia fez a letra L com a mão, em uma referência ao símbolo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como reação às ofensas. O caso foi noticiado pelo jornal O Globo e confirmado pelo Estadão.

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"A representação do parlamentar é aguardada para prestar depoimento. A unidade já solicitou informações ao estabelecimento, para a identificação dos envolvidos", diz o comunicado da Delegacia de Proteção Ambiental.

O crime de perseguição foi tipificado na legislação nacional em março do ano passado, no artigo 147-A do Código Penal. A punição é adotada para quem "perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade". A pena é de seis meses a dois anos de prisão e multa.

O ex-ministro Ciro Gomes, candidato derrotado à Presidência em 2022, também foi vítima de ataques no fim de semana. Em um aeroporto para Miami, uma mulher o chamou de "traidor" por apoiar Lula no segundo turno da eleição presidencial. Ao lado da esposa, Ciro apenas ignora as ofensas. A reportagem procurou contato e não teve resposta.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou o Twitter, nesta segunda-feira (28), para repudiar a atitude de um empresário apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) que convocou atiradores para participar de protestos contra a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em vídeo que circula nas redes sociais.

"No alto de um carro de som, empresário bolsonarista convoca atiradores e caçadores pra impedir a diplomação e posse de Lula. Já foi identificado e irá responder na Justiça", disse a dirigente do partido na publicação. "Não podemos dar trégua pro terrorismo", escreveu.

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"Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília ... Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais ... Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença", afirmou o homem em trecho do material.

No vídeo, ele aparece com um microfone, em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. O episódio ocorreu no último sábado (26) e o homem se identifica como Milton Baldin, de Juruena, município do Estado de Mato Grosso.

A Procuradoria-Geral da República tomou depoimento nesta quarta-feira (16) da deputada federal Carla Zambelli no bojo da apuração sobre o episódio em ue a Parlamentar sacou uma pistola e perseguiu o jornalista Luan Araújo, em São Paulo, na véspera do segundo turno da eleição presidencial. A oitiva foi solicitada pelo próprio Ministério Público Federal e autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Aliada de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, Zambelli foi ouvida por vioconferência. Em nota, a assessoria da deputada disse que ela 'esclareceu o contexto' em que sacou sua arma, sustentando que sua conduta 'não se revestiu de nenhuma ilegalidade'. A parlamentar se diz vítima de violência política. A assessoria ainda destaca que Zambelli tem 'porte federal' e que a deputada se voluntariou para fazer exame de pólvora, com resultado negativo.

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"A defesa da deputada esclarece que não existe nenhuma ação penal em andamento, tratando-se tão somente de um procedimento de apuração preliminar, a qual acredita conduzirá ao arquivamento do caso", registra ainda a nota da equipe de Zambelli.

No despacho que determinou a oitiva da deputada, Gilmar defendeu uma investigação do caso com um "ritmo adequado" devido à relevância do episódio. O ministro citou possíveis crimes de porte ilegal e disparo de arma de fogo e "infrações penais contra a liberdade pessoal, a honra ou a vida dos envolvidos".

As trágicas inundações que castigaram o Paquistão recentemente e afetaram a cidade milenar de Mohenjo Daro são mais um exemplo das ameaças que a mudança climática representa para o Patrimônio Mundial.

A metrópole construída pelo povo do Indo, uma misteriosa civilização que floresceu na Idade do Bronze no vale do rio homônimo, surgiu por volta de 3.000 a.C., e o gênio de seus construtores provavelmente salvaram-na.

Este vasto sítio de tijolos e ruas geométricas foi equipado com tubulações antigas e um sistema de esgoto surpreendentemente funcional, que ajudou a drenar o dilúvio que caiu sobre o Paquistão.

As excepcionais chuvas de monção entre junho e setembro transformaram o sul do país em um gigantesco lago. E, em Mohenjo Daro, traduziram-se em "escoamentos bastante consideráveis", afirmou o especialista Thierry Joffroy.

As precipitações, cujo nível atingiu "entre 200 e 400 milímetros", "encheram casas" e provocaram "muitos deslizamentos", relatou esse especialista em arquitetura em terra, que visitou o local em outubro para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

No Paquistão, quase 1.600 pessoas perderam a vida neste episódio de chuvas, que afetou outras 33 milhões. De acordo com especialistas da rede World Weather Attribution, a mudança climática "provavelmente" agravou esses eventos.

- Do Peru à Austrália -

O sítio paquistanês é “uma vítima” do clima, mas teve “muita sorte”, afirma Lazare Eloundou Assamo, diretor do Patrimônio Mundial da Unesco, uma categoria criada em 1972 e que celebrará seu 50º aniversário na quinta e sexta-feiras na Grécia.

Mohenjo Daro deveria ter celebrado este ano o centenário de sua descoberta, em 1922, no entanto, a metrópole "poderia ter desaparecido junto com todos os vestígios arqueológicos" que contém, lamenta Assamo.

O Patrimônio Mundial da Humanidade reconhece 1.154 sítios: 897 são bens culturais; 218, zonas naturais; e 39, uma mistura de ambos. De acordo com especialistas ouvidos pela AFP, muitos deles se veem ameaçados pela mudança climática.

Entre as ameaças, Rohit Jigyasu, do Centro Internacional de Estudos de Conservação e Restauração de Bens Culturais (ICCROM), cita "inundações, furacões, ciclones e tufões", assim como incêndios "mais frequentes".

Os incêndios florestais, que aumentam no Mediterrâneo, chegaram às portas de Olímpia, na Grécia, em 2021. No caso de Machu Picchu, as enchentes atingiram a cidade mais próxima da joia inca, no Peru, em janeiro.

“Machu Picchu correu um risco muito alto de deslizamentos de terra e, quando as chuvas são mais intensas, ocorrem mais deslizamentos de terra. Esse é outro tipo de impacto”, explica Rohit Jigyasu.

A mudança climática tem, de fato, múltiplos efeitos. Na Austrália, o aumento da temperatura da água branqueia a Grande Barreira de Corais. Em Gana, a erosão destruiu parte do Forte Prinzenstein, que era usado para o tráfico de escravos.

- Impacto na "vida social" -

Os “fatores lentos”, “sem impacto imediato”, impõem “novos desafios na preservação dos sítios”, insiste o especialista do ICCROM, citando, por exemplo, o aparecimento de “cupins” em florestas antigas, devido ao aumento da umidade.

Os vinhedos franceses de Borgonha, Saint-Émilion e Champagne, assim como os italianos de Prosecco e Piemonte, também não escapariam de um eventual impacto.

“Não é apenas o patrimônio que se vê afetado quando se perde uma parte dele, mas toda vida social que o cerca”, explica Ann Bourgès, pesquisadora do Ministério francês da Cultura e secretária-geral da ONG Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos).

Na Mongólia, os sítios arqueológicos não apenas foram abandonados, porque "a população não tinha mais acesso à água", mas também foram "saqueados", relata Rohit Jigyasu.

Em outros lugares, a guerra pela água já está no horizonte, e é pouco provável que o patrimônio saia vencedor.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu neste domingo (6) fortalecer a capacidade naval e militar de seu país, e alertou para a "ameaça" representada por "atores emergentes que desobedecem às regras".

Kishida condenou a guerra em curso da Rússia na Ucrânia e denunciou os testes de mísseis da Coreia do Norte, um dos quais sobrevoou o Japão pela primeira vez desde 2017, provocando um raro alerta de evacuação.

"Devemos estar preparados para uma era em que atores emergentes desrespeitam as regras e usam força ou ameaças para destruir a paz e a segurança de outras nações", declarou Kishida ao passar em revista a frota internacional do Japão.

Tóquio elabora atualmente planos de segurança que podem exigir que os gastos com defesa do país dobrem em cinco anos.

A Constituição japonesa, pacifista, limita em princípio suas capacidades militares.

"Vamos acelerar discussões realistas sobre o que é necessário para defender nosso povo, com todas as opções na mesa", declarou.

"O reforço [da capacidade naval japonesa] não pode esperar", disse, mencionando "a construção de novos navios, o reforço da capacidade de defesa antimísseis e a melhoria das condições de trabalho" para os militares japoneses e "compensações" para esse setor.

Navios do Japão e de outros doze países, como Austrália, Índia e Estados Unidos, participaram do evento que aconteceu na Baía de Sagami, na região de Kanagawa, ao sul de Tóquio.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou em suas redes sociais, nesta quinta-feira (3), que entrará com uma representação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra o bolsonarista Nelson Piquet. Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, o ex-piloto de Fórmula 1 aparece em um dos recentes atos antidemocráticos promovidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), pedindo a morte do candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

"Atenção! Estou entrando com uma representação junto ao MPDFT contra o ex-piloto golpista, Nelson Piquet. Em vídeo que circula nas redes sociais, Piquet ameaça a vida do ex-presidente Lula. Não podemos normalizar o ódio e a barbárie. O bolsonarismo precisa ser expurgado do Brasil", escreveu o parlamentar em sua conta no Twitter. 

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Em vídeo ao lado de um amigo também apoiador do atual presidente, o tricampeão surge sorrindo e com o rosto pintado de cores da bandeira nacional. “Tudo em paz…vamos botar esse Lula, filho de uma p* pra fora disso”, comenta o ex-piloto. Em seguida, Piquet completa o slogan bolsonarista “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos'' com a sugestão de morte ao presidente eleito: “E Lula lá no cemitério. Filha de uma p*!”. A fala poderá ser interpretada como crime de ameaça previsto no art. 147 do Código Penal. 

Nelson Piquet, de 70 anos, é um bolsonarista convicto e financia, há anos, a publicidade de Jair Bolsonaro. Só na segunda fase da campanha deste ano, doou R$ 501 mil à equipe do atual presidente. A empresa do ex-piloto também recebeu R$ 6,6 milhões de reais em contratos com o Ministério da Agricultura durante a atual gestão. 

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Valdecir Silva de Lima Dias, policial militar que fazia a segurança da deputada federal Carla Zambelli (PL) neste sábado (29), afirmou no seu depoimento perante a 78ª Distrito Policial de São Paulo, nos Jardins (zona sul), que disparou sua arma durante perseguição ao jornalista Luan Araujo porque "seu joelho operado "falhou", vindo a falsear o passo, quase chegando a cair". De acordo com o que ele afirmou no inquérito policial, ao qual o Estadão teve acesso, Dias - que é chamado por Zambelli de "Barão" - atirou acidentalmente "em direção ao solo".

Ele foi autuado em flagrante. Pagou uma fiança de R$ 1.300 e no domingo (30) já estava liberado. "Barão" disse ao delegado responsável pelo plantão, Sebastião Mariano Cavallaro, que não continuou correndo atrás de Araujo porque "sentiu muita dor no seu joelho" e que "por diversas vezes o rapaz alto e moreno (o jornalista Luan Araujo) fez menção de pegar algo na cintura".

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O inquérito ainda continua com a delegacia que atendeu ao plantão do sábado e deve ser distribuído para outra unidade da Polícia Civil. Foram ouvidos a parlamentar, Araujo, "Barão" e dois policiais militares que atenderam a ocorrência.

A deputada e o jornalista têm versões opostas sobre quem teria começado o conflito. Zambelli afirma que estava em um restaurante na alameda Lorena, nos Jardins, "muito abalada, em estado de terror", porque "estaria recebendo mais de dez mil mensagens ameaçadoras e mais de mil ligações telefônicas de números desconhecidos". Ao sair do estabelecimento, a deputada diz que foi abordada por opositores políticos, que levou "uma cotovelada na região do braço, diversas cusparadas na face e xingamentos".

No depoimento da parlamentar ao delegado, ela diz que foi "interpelada por um indivíduo de pele negra, forte e de alta estatura, visivelmente alterado, afirmando "sua prostituta volta para a Espanha", que seria o jornalista Luan Araujo. Em seguida, Zambelli diz que avistou na multidão "uma pessoa desconhecida que trouxe a mão para a cintura, que se encontrava com um volume característico de porte de arma de fogo".

O jornalista disse em seu depoimento que cruzou com a deputada saindo do restaurante e que uma das pessoas do grupo dela gritou "aqui é Tarcísio". Ele respondeu "amanhã é Lula", o que teria dado início ao conflito. Araujo disse ao delegado que "foi agredido por algumas pessoas com chutes e socos" enquanto corria e que "teme por sua vida e de sua família".

Zambelli entregou neste sábado para a Polícia Civil a arma que utilizava. Trata-se de uma Taurus 9mm, que estava carregada com quatro munições. Já a arma utilizada por Dias, da marca Rossi, calibre 38, foi apreendida e possuía cinco munições.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), descartou em coletiva de imprensa realizada na tarde deste domingo, 30, que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) possa ser enquadrada em crime eleitoral por ter apontado arma a um homem na véspera da eleição na capital paulista.

"O ocorrido ontem não é de competência do TSE. o caso vai ao STF Supremo Tribunal Federal, uma vez que, como parlamentar, tem prerrogativa de foro", destacou Moraes.

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O TSE proíbe o porte de armas no raio de 100 metros das seções eleitorais. Também veta o transporte de armas e munições por Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), que não têm porte legal, em todo o território nacional. "Qualquer pessoa, seja parlamentar ou não, que for pega armada, será presa em flagrante", destacou Moraes.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) votou neste domingo, 30, em uma faculdade em Santana, zona norte de São Paulo. Ela não respondeu se estava armada, afirmando que temia ser vítima de algum ataque. A parlamentar chegou sozinha e estava com colete à prova de balas. Na saída, seu marido, o coronel da Força Nacional de Segurança Aginaldo de Oliveira, a acompanhou até o carro.

"Só essa noite quatro marginais me mandaram mensagem dizendo que iam me esperar aqui para me dar um tiro", disse antes de entrar no local de votação.

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Ontem, Zambelli perseguiu um homem empunhando uma pistola na região central da capital paulista.

A deputada afirmou que a ação foi planejada contra ela por pelo menos cinco pessoas e que foi empurrada por uma delas, além de ter sofrido agressões verbais.

Vídeos mostram que pessoas do grupo que estava com a deputada agrediram o jornalista Luan Araújo. Um tiro foi disparado pelo correligionário de Zambelli, e o autor foi detido ontem pela Polícia Civil, mas pagou fiança e foi liberado. Segundo Zambelli, o tiro foi acidental. A deputada também afirma que as gravações foram feitas pelo grupo de maneira que não aparecessem as agressões sofridas por ela.

A deputada afirmou que mulheres apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro estão sofrendo ataques organizados. "Eles estão atacando mulheres reiteradamente. Atacaram a Regina Duarte atriz ontem. Mas eu sou uma mulher com porte de arma. Quando atacam uma mulher armada, eles viram menininhas", disse

A Polícia Civil investiga possível ocorrência dos crimes de porte ilegal de arma, ameaça, lesão corporal e disparo de arma de fogo no episódio de sábado.

O PT pediu ao Supremo Tribunal Federal que determine a imediata apreensão de armas e munições da deputada federal Carla Zambelli, assim como a suspensão de posse ou porte de armamento pela parlamentar. Após a aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL) ser filmada empunhando uma pistola enquanto persegue um homem negro, no bairro Jardins, em São Paulo, a legenda pede a apuração de possíveis crimes de tentativa de homicídio, lesão corporal, racismo, perigo para a vida ou saúde de outrem, além de delito eleitoral.

A notícia-crime contra a bolsonarista foi protocolada no Supremo na madrugada deste domingo, 30, e foi distribuída para o gabinete do ministro Gilmar Mendes. Após o episódio registrado neste sábado, 29, o decano do Supremo chegou a publicar mensagem em seu perfil no Twitter afirmando que 'população armada é instrumento da ditadura, não da democracia'.

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Segundo o PT, Zambelli tem 'adotado posturas reiteradas de ameaças e acumula posicionamentos declarados em sentido contrário às instituições democráticas, exigindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional'. "Nesta feita, executou agressão física, pôs em risco populares e deliberadamente descumpriu limites normativos definidos para apaziguar e dar relevo ao momento de grande relevância democrática nacional, consubstanciada no processo eleitoral", sustenta a legenda.

Como mostrou o Estadão, a confusão envolvendo Zambelli ocorreu neste sábado, 29. A deputada sacou uma arma durante uma discussão e perseguiu o jornalista Luan Araújo. Em vídeos divulgados nas redes sociais em poder da Polícia Civil, é possível ouvir um tiro disparado pelo grupo do qual fazia parte a deputada. A aliada de Bolsonaro sustenta ter sido agredida. Luan Araújo compareceu ao 4.º Distrito Policial (Consolação) para prestar queixa contra a deputada.

Um segurança da deputada, identificado apenas como Daniel, foi preso em flagrante no início da madrugada deste domingo, 30, sob a acusação de disparo de arma de fogo. Ele foi liberado após o pagamento de fiança. As armas do segurança, um policial militar de 46 anos, e de Zambelli foram apreendidas e vão precisar passar por perícia. A Polícia Civil investiga possível ocorrência dos crimes de porte ilegal de arma, ameaça, lesão corporal e disparo de arma de fogo.

Na petição encaminhada ao STF, o PT diz que a conduta da parlamentar e de seus acompanhantes mereceriam apuração investigativa rigorosa por si só, mas ressalta que o episódio é 'ainda mais grave' em razão de ter ocorrido às vésperas do segundo turno das eleições, enquanto que há 'determinação judicial proibitiva de porte e/ou transporte de armas de fogo, mesmo por quem detenha autorização'. Resolução aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral no dia 29 de setembro proibiu o transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores no dia das eleições, nas 24 horas que antecedem o pleito e nas 24 horas que o sucedem.

Crises ligadas às guerras, às catástrofes climáticas e à pandemia de Covid-19 abalaram os sistemas alimentares globais e mergulharam milhões de pessoas na fome e na pobreza.

A questão estará na mesa da próxima conferência climática da ONU, a COP27, no início de novembro em Sharm el-Sheikh, Egito.

Inundações, secas e ondas de calor atingem plantações na Europa e na Ásia e ameaçam de fome o Chifre da África.

Especialistas também alertam que isso pode ser apenas o começo.

"Se não agirmos agora, é apenas uma amostra do que virá", diz Mamadou Goita, do grupo IPES-Food, que trabalha com organizações de agricultores, principalmente na África.

A produção de alimentos é uma atividade com emissões significativas de gases de efeito estufa e altamente exposta às mudanças climáticas.

Alguns desses impactos são de longo prazo, como rendimentos mais baixos das terras, aquecimento dos oceanos, mudanças sazonais entre polinizadores e plantas ou calor excessivo no trabalho agrícola.

Mas outros já devem estar incluídos entre os atuais fatores de risco.

As inundações podem causar "devastação súbita de meios de subsistência e infraestruturas", exemplifica Rachel Bezner Kerr, professora da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e principal autora deste relatório do grupo de especialistas climáticos da ONU (IPCC).

- "Frenesi" especulativo -

O ano de 2022 registra exemplos dramáticos.

A onda de calor afetou as colheitas no sul da Ásia e a seca devastou as colheitas na Europa.

As inundações afogaram os arrozais na Nigéria e na China, onde a seca atingiu a bacia do rio Yangtze, que abriga um terço das terras aráveis do país.

A crise atinge os mais vulneráveis.

Cerca de 22 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome no Quênia, Somália e Etiópia, após quatro estações chuvosas... sem chuva, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos da ONU.

No Paquistão, inundações de monções sem precedentes engoliram grandes áreas de terras agrícolas.

Os desastres climáticos podem levar a restrições de exportação, como as impostas pela Índia este ano depois que sua colheita de trigo sofreu com a onda de calor.

A especulação e a crise energética causadas pela guerra na Ucrânia só pioraram a situação, elevando os preços dos grãos.

Uma parte das soluções é monetária, principalmente para pequenos agricultores na "linha de frente" das mudanças climáticas e da insegurança alimentar, diz Claire McConnell, do think tank E3G.

Mas eles recebem apenas 2% da ajuda para as mudanças climáticas, segundo o especialista.

Outra questão importante é a redução das emissões, já que a produção de alimentos será "impossível" em determinadas regiões se o aquecimento permanecer na trajetória atual, segundo o IPCC.

Redirecionar bilhões de dólares em subsídios agrícolas que prejudicam o meio ambiente e o clima seria um excelente começo, opina o professor Bezner Kerr.

Os habitantes dos países ricos poderiam, por sua vez, reduzir o consumo de carne e, portanto, o uso de cereais como ração para o gado, com os quais a pecuária deixaria de avançar em detrimento das florestas.

E todos os países poderiam diversificar sua dieta além do arroz, milho, trigo e batata que compõem a dieta usual.

Mas essas soluções têm seus limites. Hoje não existem variedades de cereais capazes de resistir às intempéries cada vez mais frequentes e destrutivas e aos desastres que assolam o planeta.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, escalou o tom contra o Ocidente em um raro discurso público nesta quinta-feira (27). Sem citar diretamente a Ucrânia ou a guerra no discurso de abertura, Putin acusou os países ocidentais, em especial os Estados Unidos, de quererem a dominação mundial e utilizar a Rússia como a ferramenta. Segundo ele, Moscou está apenas defendendo seu "direito de existir". Ao mesmo tempo, um alto funcionário russo levantou a possibilidade de Moscou destruir satélites comerciais do Ocidente que estão sendo utilizados na guerra da Ucrânia.

"Fizeram pressão em nossas fronteiras, e para quê? O objetivo era pressionar a Rússia e transformar a Rússia em ferramenta para atingir seus objetivos de dominação", declarou Putin durante seu discurso anual no Valdai Discussion Club, instituto de pesquisa afiliado ao Kremlin, que reúne acadêmicos, diplomatas e políticos desde 2004. "Ninguém quer ser uma ferramenta. Sanções são impostas a elas [...] E no fim, se eles não tiverem sucesso, o objetivo principal é destruir. Mas isso não aconteceu com a Rússia e nunca vai acontecer".

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Várias vezes, o presidente acusou os países da Otan de quererem impor uma única cultura, poder e dominação sobre os demais países, em um aceno para outras nações como China, Irã e regiões como África e América Latina. Em suas palavras, a Rússia está oferecendo uma alternativa de sociedade que não a ocidental. "A Rússia não está desafiando, mas simplesmente defendendo seu direito de existir. A Rússia não quer ser uma nova potência, simplesmente quer um mundo multipolar."

"O Ocidente deu vários passos em direção à escalada e eles estão sempre tentando escalar. Não há nada de novo aí. Eles estão alimentando a guerra, organizando políticos em torno de Taiwan, desestabilizando os mercados mundiais de alimentos e energia", disse, colocando a Rússia como amiga de outras nações que apontou ser "as minorias" do mundo.

"Domínio do mundo é precisamente o que o Ocidente decidiu apostar neste jogo. Mas este jogo é perigoso, sujo e sangrento. Ele contesta a soberania dos povos e nações, sua identidade e singularidade e não tem qualquer consideração pelos interesses de outros países."

Expectativas

O anúncio de que Putin discursaria no evento desta quinta-feira gerou expectativa em observadores internacionais por se tratar de uma rara oportunidade de ouvir o líder russo delinear sua visão de mundo sem o uso de intermediários e avaliá-lo, principalmente em um momento em que a Rússia enfrenta dificuldades no campo de batalha e aumenta a retórica sobre o uso de uma "bomba suja" pela Ucrânia contra seu próprio território, o que o Ocidente aponta para o risco de abrir brecha para uma operação de bandeira falsa.

Putin negou que pretenda utilizar bombas nucleares ou que Moscou esteja utilizando a bomba suja como bandeira falsa para escalar a guerra. Quando questionado se utilizaria armas nucleares, Putin disse a Rússia nunca disse abertamente que utilizaria o armamento, apenas colocou na mesa que todas as opções são consideradas em caso de agressão ao Estado russo, Estado este que ele incluiu a Ucrânia, como pertencente à "uma só Rússia".

Putin se tornou o mais alto funcionário russo a fazer alegações infundadas sobre o uso de uma "bomba suja" pela Ucrânia. Durante uma reunião virtual com representantes de ex-repúblicas soviéticas, o presidente disse que o risco de conflito era alto na região e em todo o mundo. "Também se sabe sobre os planos (de Kiev) de usar a chamada bomba suja como provocação", disse ele.

Os governos ocidentais descartam as alegações russas sobre o tema, e alertam que podem ser um pretexto para a Rússia usar armas nucleares táticas contra o país vizinho.

"O único país que usou uma arma nuclear contra outro país foi os EUA. Usaram duas no Japão", afirmou Putin aos convidados de seu discurso. Ele também negou as acusações de que os soldados russos estariam ameaçando a usina nuclear de Zaporizhzhia. "Eles são loucos? Nós controlamos Zaporizhzhia". E defendeu que a AIEA inspecione as usinas para encontrar a suposta bomba suja.

O Kremlin também inflou a expectativa sobre o pronunciamento de Putin. O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, disse a repórteres na quarta-feira que o discurso de Putin no Valdai seria um evento importante. "Haverá um extenso discurso; haverá uma discussão", disse.

A sessão plenária de Valdai tradicionalmente serviu como uma das janelas mais amplas para a visão do presidente russo sobre relações exteriores e geopolítica. Muitas vezes, é um raro momento de questionamento improvisado de analistas e jornalistas independentes, incluindo aqueles do Ocidente.

Ataques a satélites ocidentais

Enquanto isso, um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse à ONU que satélites comerciais do Ocidente podem se tornar alvos legítimos da Rússia se estiverem envolvidos na guerra na Ucrânia.

Konstantin Vorontsov, vice-diretor do departamento de não proliferação e controle de armas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse ao Primeiro Comitê das Nações Unidas que os Estados Unidos e seus aliados estariam utilizando o espaço para impor sua dominação, segundo reportou a agência Reuters.

"A infraestrutura quase civil pode ser um alvo legítimo para um ataque de retaliação", disse ele. "Estamos falando do envolvimento de componentes da infraestrutura espacial civil, inclusive comercial, pelos Estados Unidos e seus aliados em conflitos armados".

Ele não citou nenhum satélite ou empresa específicos, mas recentemente o empresário Elon Musk ameaçou cortar seus satélites da Starlink, da Space X, da Ucrânia por dificuldade de financiamento. Musk chegou a enviar um carta ao Pentágono pedindo que o governo assumisse o serviço que é essencial para os soldados ucranianos se comunicarem na guerra.

A Rússia tem ampliado seus ataques a infraestruturas essenciais da Ucrânia, como energia, utilizando especialmente os chamados drones kamikaze do Irã. Os recentes ataques têm levado à Ucrânia a considerar fazer apagões programáticos para poupar energia. (Com agências internacionais).

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