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O que a ave soldadinho-do-araripe, o peixe cambeva-minhoca-do-ribeira, o papa-vento da chapada, o aruá-do-mato e o sapinho do itambé têm em comum?

Esses cinco animais da fauna brasileira integram a lista de 364 espécies nacionais classificadas como "criticamente em perigo" de extinção, segundo plataforma online lançada nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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A plataforma, chamada Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), pode ser acessada pelo site e reúne informações sobre quase 15 mil espécies da fauna brasileira, classificadas inclusive quanto ao risco de extinção - segundo os parâmetros da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.

Um dos principais objetivos é facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar essas informações mais acessíveis, contribuindo para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.

"Nosso objetivo não é simplesmente fornecer a informação, mas usá-la como instrumento de política pública, inclusive nas empresas, para evitar que haja espécies ameaçadas e principalmente espécies já extintas. Essa é a grande finalidade do qual esse trabalho aqui faz parte", disse o presidente do ICMBio, Mauro Pires.

Do total de espécies avaliadas, 5.513 têm ficha já publicada e 1.253 estão em alguma categoria de ameaça. Por meio do mecanismo de busca, é possível inserir a espécie pretendida (pelo nome comum ou pelo nome científico) e obter informações como grupo, categoria, última atualização da avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural e população.

A plataforma começou a ser feita em 2016, em um trabalho conjunto liderado pelo ICMBio e com apoio do Projeto Pró-Espécies, financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e WWF-Brasil.

Segundo o coordenador da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (Cofau) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, a plataforma vai contribuir para a conservação das espécies ameaçadas. "O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna", disse.

A fauna brasileira é formada por mais de 100 mil espécies de animais, entre vertebrados e invertebrados. Todas as mais de 9.000 espécies conhecidas de vertebrados foram avaliadas.

Quanto aos invertebrados, que respondem pela grande maioria da fauna, há critérios para seleção das espécies que passam pelas avaliações. Além de subsidiar a elaboração de políticas públicas de preservação, a plataforma também consegue passar um panorama geral sobre a situação de cada bioma.

O Corpo de Bombeiros precisou evacuar o prédio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na manhã desta quarta-feira (26), após ameaça de bomba. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, é o responsável pela pasta.

De acordo com a assessoria, uma bolsa foi deixada em uma garagem do prédio. Por essa razão, o prédio foi evacuado para a segurança dos funcionários. O material está sendo analisado por esquadrões antibomba da Polícia Militar e da Polícia Federal enquanto os servidores aguardam do lado de fora.

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A Polícia Federal foi acionada para verificar uma “possível ameaça de bomba” em uma aeronave da empresa Jet Smart que decolaria, na noite desse domingo (11), do Aeroporto Internacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu (PR), com destino a Santiago, no Chile.

De acordo com a PF, por volta das 21h, um dos passageiros informou à comissária de bordo que estava portando uma bomba. “Imediatamente, equipes da PF foram acionadas para iniciar os protocolos de segurança e de gerenciamento de crise”, informou, em nota, a PF.

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O aeroporto foi então fechado para pouso e decolagem e a aeronave foi evacuada e direcionada para um local afastado e seguro, onde foi analisado por uma equipe técnica.

“Foi constatado que o passageiro trabalha no ramo da hotelaria e estaria viajando a serviço, tendo sido detido, retirado da aeronave e levado para o posto da PF”, detalhou a PF. Após a verificação de que ele não havia artefato explosivo, o aeroporto foi reaberto e os passageiros foram liberados para embarcar.

O passageiro que disse ter a bomba foi preso em flagrante “por expor a perigo a aviação” e encaminhado para a Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu, para a lavratura de sua prisão. Se condenado, poderá pegar até 5 anos de reclusão.

O projeto de lei que torna necessária a ocupação de uma terra indígena até 5 de outubro de 1988 para que ela possa ser demarcada tem outros pontos polêmicos no texto que dividem o Congresso. Embora a chamada tese do "marco temporal" seja o principal item do PL 490/2007, o PL do Marco Temporal altera políticas indigenistas adotadas há décadas no País. Uma delas reacende a possibilidade de contato com povos que vivem em isolamento voluntário, prática que marcou a relação da ditadura militar com indígenas.

A Câmara aprovou o projeto de lei 490/2007, o chamado PL do Marco Temporal, na terça-feira, 30, por 283 votos a 155, em uma derrota ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de governistas terem tentado adiar a votação, a proposta contou também com votos de parlamentares de partidos da base. O principal ponto do projeto é estabelecer em lei que somente territórios ocupados por indígenas na data da promulgação da Constituição 1988 podem ser demarcados como terras indígenas.

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O texto, que seguirá ainda ao Senado, era uma demanda dos ruralistas e foi votado sob protesto de parlamentares de esquerda e movimentos indigenistas. A frente agropecuária sustenta que o projeto dará segurança jurídica ao setor. Segundo os ruralistas, sem um marco temporal para servir de parâmetro para demarcação de terras, há risco de grupo autodeclarados indígenas possam reivindicar terrar hoje sob a posse de produtores rurais.

Além do marco temporal, a proposta implementa também a possibilidade de contato com indígenas que vivem em isolamento voluntário para ações de "utilidade pública", inclusive por meio de "entidades particulares, nacionais ou internacionais", contratadas pelo Estado.

O texto não especifica quais seriam as atividades de utilidade pública admitidas. Por se tratar de expressão genérica, parlamentares e movimentos contrários ao projeto temem que o dispositivo permita o contato forçado sob a justificativa de realização de obras e até de missões religiosas em localidades habitadas por povos sem contato com a chamada sociedade envolvente.

A política de não contato com povos isolados predomina no Brasil desde o fim dos anos 1980. Com condições biológicas específicas, grupamentos indígenas podem ser exterminados por doenças como a gripe e o sarampo. A Constituição de 1988 reconhece "organização social, costumes, línguas, crenças e tradições" dos indígenas, e o Brasil é signatário de normativas internacionais que reconhecem a chamada autodeterminação dos povos indígenas.

Na ditadura militar, indígenas morreram aos milhares como consequência da estratégia de atração e contato adotada para viabilizar estradas e hidrelétricas. Entre os casos mais simbólicos, o contato com os panará para a construção da rodovia Cuiabá-Santarém, em meados dos anos 1970, e com os waimiri atroari, na obra da rodovia Manaus-Boa Vista. Estima-se que morreram mais de dois terços desses grupos. A mortalidade também marcou a história dos grupos awá, no Maranhão, durante a construção da ferrovia Carajás, nas décadas de 1970 e 1980.

Criador do departamento de índios isolados da Funai em 1987, o indigenista Sydney Possuelo formatou a política do não contato e é reconhecido internacionalmente como a maior referência no tema dos isolados. Primeiro, ele liderou missões de contato para o regime militar. Mais tarde, entendeu que a estratégia era equivocada.

"Quando se fazia contato, morriam muitos índios. Mas havia o dilema: se não fizer o contato, a comunidade indígena também morre com a abertura de estradas e fazendas. Então, trabalhamos com vários presidentes para definir uma política específica para esses povos isolados, sem contato com a sociedade nacional", disse, em uma entrevista ao Estadão.

No Brasil, há pelo menos 114 povos indígenas isolados. Deles, pouco se sabe sobre organização, população e costumes. A maior concentração de povos isolados está na Terra Indígena Vale do Javari, no extremo oeste do estado do Amazonas.

A região, do tamanho de Portugal, é alvo da cobiça de pescadores ilegais e garimpeiros. Também é rota do tráfico de drogas e de armas. Segundo entidades indigenistas, a exploração de bens naturais por invasores ameaça a existência dos nativos porque há mudanças na oferta de alimentos e demais itens necessários à subsistência.

Estradas

Para além do marco temporal e da possibilidade de contato com isolados em casos de "utilidade pública", o projeto de lei permite a instalação de empreendimentos dentro de terras indígenas.

O texto cita instalação de "equipamentos, redes de comunicação, estradas e vias de transporte, além das construções necessárias à prestação de serviços públicos". Entidades e deputados contrários à proposta classificam o trecho como problemático.

"Não se olvida da necessidade de estruturas físicas para a prestação de serviços de saúde e educação nas terras indígenas. Todavia, o artigo é genérico e permite a implantação de estradas e outras estruturas impactantes para qualquer finalidade", destaca relatório técnico do Instituto Socioambiental (ISA).

Um homem de 22 anos foi preso por estuprar a enteada, de oito anos, em Blumenau, em Santa Catarina. O crime foi filmado pelo acusado. 

A mãe da criança e companheira do suspeito descobriu o caso e acionou a Polícia. Ela relatou que também sofria violência psicológica e era ameaçada para não terminar o relacionamento. 

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O padrasto foi capturado na sexta-feira (26), mas o caso só foi divulgado nessa terça (30).  Os registros criminais apontam que ele tem passagem por latrocínio na Bahia.  

O homem segue preso de forma preventiva e agentes da Polícia Civil apreenderam seu celular. O aparelho foi encaminhado à perícia. 

Um casal denuncia uma ameaça vinda de um policial militar durante a espera em uma fila de drive-thru de uma rede de fast food. Segundo os relatos das vítimas, o PM usou uma arma de fogo para fazer a ameaça, após se irritar com a demora no atendimento.    

O casal em depoimento à Polícia Militar de Goiás, contou que o PM estava aguardando o atendimento, porém começou a se irritar com a demora na fila. Após isso, desembarcou do seu carro, e perguntou às vítimas se demorariam muito tempo. Com isso, iniciou-se uma discussão e uma das vítimas perguntou: “você vai me atropelar?”. Foi neste momento, que o agente sacou uma arma de fogo e os ameaçou de morte.

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Assustadas, as vítimas saíram correndo para dentro do estabelecimento. Aos agentes, eles afirmam que o militar saiu correndo atrás deles, reafirmando as ameaças. O casal diz que o PM só foi embora depois que eles informaram que chamariam a polícia para se protegerem.

Quando a equipe da PM chegou, o policial suspeito de ameaçar os clientes já havia ido embora do local. Com isso, a equipe apenas orientou o casal e finalizou o atendimento no próprio restaurante. 

Veja a nota da PM de Goiás na íntegra: 

“NOTA À IMPRENSA A propósito da solicitação de nota sobre fato ocorrido envolvendo um policial militar em um drive-thru, em Goiânia, a Polícia Militar de Goiás informa: A Polícia Militar de Goiás já determinou a instauração de um Procedimento Administrativo para análise da conduta do policial militar, que se encontrava em horário de folga. A Instituição reitera que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta. Goiânia, 17/05/2023”.

Um homem foi preso na Mata Norte de Pernambuco após uma adolescente de 17 anos denunciar que era perseguida no Facebook. O suspeito, morador de Carpina, ameaçava a jovem de morte caso ela não enviasse vídeos e fotos nua. 

O crime é definido como 'stalking', que prevê penas de 6 meses a 2 anos. A jovem mora na mesma região, na cidade de Buenos Aires, e procurou a delegacia do município.  

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Ela não teve a identidade revelada pelas garantias do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas teria desenvolvido transtornos psicológicos. O homem foi preso nessa quarta-feira (26) e encaminhado à delegacia de Buenos Aires, onde ficou à disposição da Justiça. 

Nesta terça-feira (11), imagens que circulam nas redes sociais mostram mensagens de um possível atentado na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), localizada na área central do Recife. No entanto, ao LeiaJá, a instituição confirmou que apenas uma é de um espaço da universidade. 

Em um cartaz, fixado no banheiro da Unicap, há informação de que o suposto ataque está previsto para o dia 20 de abril. "Atentado. Dia 20/04", diz a mensagem. À reportagem, a universidade, através de nota, ressalta que tem "acompanhado o amplo monitoramento realizado no âmbito federal, estadual e municipal" sobre os atentados ocorridos em entidades educacionais nas últimas semanas.

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Além disso, a Unicap salienta o compromisso com "a paz" e recomenda que não sejam compartilhados conteúdos falsos ou "notícias falsas que incluam informações ou motivações relacionadas a atos extremos de violência, a fim de não repercutir qualquer valorização do terror". 

Sobre a ameaça, a universidade afirma que identificou as pessoas que podem ser as responsáveis pela propagação dos conteúdos e solicitou às autoridades a adoção de medidas, "sem prejuízo do que compete a esta IES adotar". No comunicado, a Unicap também pede que seja comunicado às instâncias administrativas e de gestão qualquer situação de risco para evitar a disseminação do medo.

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As investigações sobre uma denúncia de agressão agravada contra o jogador do Cincinnati Bengals, Joe Mixon, foram reabertas após novos indícios serem apontados nesta sexta-feira (7) pelo departamento de Polícia de Cincinnati.

O jogador da NFL é acusado de ameaçar uma mulher com uma arma. O crime teria acontecido no fim de janeiro, mas acabou arquivado semanas depois. Agora, o caso foi reaberto. 

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“Chegamos a essa decisão após descobrirmos novas evidências durante o processo investigativo. Para manter um processo judicial justo e imparcial para todas as partes, nenhum detalhe ou evidência será dita fora da corte judicial”, disse o Departamento de Polícia de Cincinnati”, informou a polícia em nota.

O jogador chegou a ter um pedido de prisão expedido, mas um dia depois as investigações foram arquivadas.

O juiz da 5ª Vara Cível de Guarulhos, Valmir Murici Junior, acusado de espancar e ameaçar a própria esposa, está sendo investigado por tirar fotos íntimas de outras mulheres sem autorização. A denúncia foi feita pela companheira, com apresentação de imagens do celular do acusado.

No aparelho foram encontradas imagens com foco nas pernas de mulheres, e outras imagens delas dormindo. Segundo as investigações, a prática já vinha sendo feita na última década. Algumas imagens chegaram a ser compartilhadas em grupos de WhatsApp, com teor pejorativo.

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Entre outras provas apresentadas pela vítima está um áudio do juiz ameaçando e proferindo ameaças de violência. “Quer morrer? Vai, frouxa. Vira para cá. Olha pra mim! Olha pra mim agora. Vai, senão vou dar na sua cara! Olha pra mim. Olha pra mim”, ele diz. Ele também é acusado de violência psicológica.

O caso está sob acompanhamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no âmbito administrativo. Até esta quarta-feira (5) Valmir está de férias da sua função.

A mãe de um aluno ameaçou a diretora da escola com uma faca, na tarde da última segunda-feira (27), após ter comparecido para saber as razões de ter perdido um benefício social. O garoto matriculado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Antônio Carlos Rocha, na Penha, zona leste de São Paulo, teria excedido o número permitido de faltas nas aulas, fazendo com que sua família deixasse de receber um valor em dinheiro. Segundo a mãe da criança, a quantia seria usada para comprar o gás de cozinha.

Segundo a Polícia Militar, que foi acionada ao local, Gersilia de Jesus sacou uma faca e chegou a ameaçar a diretora da escola. Ela foi detida por volta das 13h e encaminhada para a delegacia. Em depoimento, ela afirmou que não tinha a intenção de machucar ninguém. A mulher também desabafou que tem dificuldades para criar os três filhos.

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Em entrevista a uma emissora de TV, Gersilia afirmou que não consegue fazer os filhos irem para a escola. Ela ainda afirmou que mesmo com as notas ruins nos boletins escolares, ela não viu apoio da escola para ajudar os filhos.

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo afirmou, por meio de nota, que acompanha o caso. "O Conselho Tutelar foi acionado em razão do ocorrido. As aulas não foram suspensas e a direção do EMEF Prof. Antônio Carlos Rocha está à disposição dos familiares de todos os alunos para quaisquer esclarecimentos", declarou.

O Brasil convive com 272 animais exóticos invasores em seus diversos ecossistemas, segundo base de dados do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. A organização não governamental monitora, desde 2005, espécies consideradas exóticas por não pertencem originalmente àquele local e invasoras porque se reproduzem e se espalham, de forma descontrolada, ameaçando a biodiversidade da área.

São animais pouco conhecidos do grande público, como o lagarto anolis-marrom (Anolis sagrei), a caranguejola (Cancer paguros) e o coral-sol (Tubastrea sp.), mas há outros mais famosos como os onipresentes cães (Canis familiaris), gatos domésticos (Felis catus) e pombos-comuns (Columba livia)

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E eles chegam por aqui, trazidos pelo homem de diversas formas, seja acidentalmente por meio de navios e plataformas de petróleo, seja propositalmente, para servir como fonte de alimentação, como estoque para pesca/caça esportiva ou como animais de estimação.

O coral-sol, por exemplo, é nativo dos oceanos Índico e Pacífico. Ele chegou ao Brasil através das plataformas de petróleo fabricadas no exterior e trazidas para a Bacia de Campos. Já o lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) chegou ao Brasil, vindo dos Estados Unidos, através do hobby de aquarismo e acabou sendo liberado em rios e lagos.

Já o achigã (Micropterus salmoides), também nativo dos EUA, foi introduzido no país inicialmente para a aquicultura, mas depois foi solto em corpos d’água do país para a pesca esportiva. A tilápia africana Oreochromis macrochir também foi inserida para servir para a pesca.

Esses animais ameaçam a biodiversidade local por causar um desequilíbrio ambiental. Afinal, eles chegam de repente em um ambiente que levou gerações para encontrar um balanço entre os diversos seres que habitam aquela área.

“Os problemas gerados dependem da espécie. Tem espécies predadoras, que se alimentam de outros animais, como é o caso do peixe-leão (Pterois volitans), bastante agressivo que se alimenta de diversas espécies de peixes. Temos outros como os javalis (Sus scrofa), que destroem a regeneração natural de plantas na floresta e degradam áreas naturais. E tem aquelas que ocupam espaço de espécies nativas, como a tartaruga tigre-d’água [americana, Trachemys scripta]. Elas acabam ocupando nichos de reprodução ou de descanso de espécies similares nativas”, explica a fundadora do Instituto Hórus, Silvia Ziller.

Impactos

O Banco de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, mantido pelo Instituto Hórus, aponta ainda outros problemas, como a transmissão de doenças do animal exótico para a fauna nativa. É o caso do lagostim-vermelho, que é vetor de um fungo que pode dizimar espécies nativas e que teve seu comércio e criação proibidos pelo governo brasileiro em 2008.

Outro exemplo é o peixe panga (Pangasianodon hypophthalmus), proveniente da Ásia e inserido pelo aquarismo e aquicultura, que é, segundo o banco de dados, suscetível a doenças parasitárias.

Há ainda o risco de transmissão de doenças para o ser humano, como é o caso do camarão-tigre-gigante (Penaeus monodon), vetor de vírus e bactérias como a salmonella, nativo dos oceanos Índico e Pacífico e introduzido pela aquicultura, ou do caramujo-gigante-africano (Lissachatina fulica), vetor do verme que causa a angiostrongilíase abdominal, inserido no Paraná como iguaria culinária.

Vale mencionar que o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, também é uma espécie invasora. Originário do nordeste da África, chegou ao Brasil de forma acidental, provavelmente através do tráfico de escravos.

Outro impacto negativo à biodiversidade é a contaminação genética das populações de espécies nativas, uma vez que animais exóticos podem acasalar com os nativos e gerar híbridos. A molinésia (Poecilia sphenops), que vive do México ao norte da América do Sul, por exemplo, se hibridiza com o nativo guaru (Poecilia vivipara).

“Bicho invasor ou planta também quando está num novo ambiente, em condições novas, às vezes ele tem potencial no material genético [para se adaptar], e aquilo explode num ambiente totalmente novo. É um erro nosso [provocar a invasão], mas cabe a gente para cuidar que isso seja cessado ou pelo menos minimizado para reduzir os problemas”, afirma Jorge Antonio Lourenço Pontes, doutor em Ecologia e Evolução e pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Conservação

Em 2018, foi criada a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras, comandada pelo Ministério do Meio Ambiente, que consiste em instrumentos como a manutenção de uma base de dados para monitorar a situação e a criação de planos específicos para lidar com espécies individuais, grupos de espécies, regiões ou vias de dispersão.

Um dos focos principais é proteger as espécies nativas ameaçadas de extinção, já que, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), as exóticas invasoras são uma das principais causas de extinções e perda de biodiversidade no mundo. Como o controle das invasoras é difícil, principalmente quando ela já se espalhou por um grande território, há uma prioridade em detectar precocemente as invasões.

“Em vez de você só investir em programas de controle, que são de longo prazo, também investir em uma abordagem mais preventiva, de detecção das espécies quando elas começam a ser um problema. Aquelas que são introduzidas mais recentemente, porque ainda têm populações menores, ainda são focos pequenos. A erradicação é mais viável do que quando já tem populações muito grande estabelecidas. O javali já está espalhado pelo Brasil, assim como o caracol-africano. A gente vai conviver com essas espécies sempre. Elas não são mais passíveis de eliminação completa. Elas são passíveis de iniciativas de controle, em áreas prioritárias”, afirma Ziller.

A pesquisadora cita como exemplo bem-sucedido de combate a espécies invasoras, a erradicação das cabras de Trindade, ilha oceânica localizada a mais de mil quilômetros da costa brasileira. Os animais, introduzidos por colonos séculos atrás, dizimaram a flora nativa. Cerca duas décadas atrás, finalmente foram eliminados com o objetivo de tentar restaurar a vegetação nativa.

Mas, apenas para comprovar como espécies invasoras são um problema de difícil solução, as tentativas de restaurar a flora nativa acabaram gerando outro problema. Em meio às mudas produzidas no continente e levadas para a ilha, viajaram lagartixas-comuns (Hemidactylus mabouia), espécies exóticas até mesmo no continente americano que passaram a povoar Trindade.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras mas não obteve resposta.

Um entregador de comida por aplicativo foi ameaçado por um cliente durante uma entrega em frente a um condomínio em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Assustado, o motoboy gravou o momento em que o morador se aproxima e diz: “Se eu descesse armado, te dava uma coronhada!”.

Robson José da Silva estava fazendo sua última entrega do dia, por volta das 23h, no último domingo (19), e avisou pelo celular que não iria subir até o apartamento para entregar o produto.

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A titular da conta ainda foi relutante e argumentou que todos os entregadores sempre sobem. Robson, no entanto, respondeu que não podia subir, e que devolveria o alimento para o estabelecimento. Em poucos minutos, um morador do apartamento chegou na portaria e começou a questionar a atitude do entregador.

“Aqui tu só morre por causa de milícia, meu parceiro”, disse o morador, identificado por Daniel, em tom de ameaça e com um ar alterado. Veja o vídeo:

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Depois de ter sido filmado, o trabalhador disse que ele continuou sendo ameaçado. “E já começou com ameaça dizendo que era miliciano. Ele falou que anotou a minha placa, falou que anotou meu nome, que ia me matar porque era da milícia”, afirmou Robson ao portal G1.

Após se retirar do local, o entregador foi à 32ª Delegacia de Polícia, em Taquara, e prestou uma queixa por injúria e ameaça.

Protesto

Na segunda-feira (20), um protesto foi feito em frente ao condomínio, onde outros entregadores se solidarizaram pelo que aconteceu com Robson.

“Já era a última entrega, finalizando para ir para casa. Tenho filho me esperando, tenho esposa. Eu me senti muito ameaçado, fiquei com medo. Tanto que sai de lá, não esperei a viatura no local porque ele falou que ia chamar os parceiros dele, os amigos dele. Eu espero justiça e que a justiça seja feita. Vou tomar as providências, já tenho o boletim de ocorrência, vou dar entrada no processo contra ele”, destacou.

Regras do aplicativo

Segundo a iFood, plataforma responsável pela entrega, nenhum entregador é obrigado a entrar em condomínio ou subir no prédio para realizar a entrega. Além de ser uma forma de prestar respeito ao trabalhador, e não atrasar as demais entregas na fila, a atitude do cliente de descer para buscar seu produto também ajuda a preservar a segurança do entregador.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou nesta sexta-feira (17) que espera reduzir este ano seu nível de alerta máximo pela Covid-19, ao estimar que a epidemia poderia representar em breve uma ameaça semelhante à da gripe sazonal.

"Chegamos a um ponto em que podemos considerar a Covid-19 da mesma forma que consideramos a gripe sazonal, ou seja, uma ameaça à saúde, um vírus que vai continuar matando, mas um vírus que não atrapalha nossa sociedade nem nossos sistemas hospitalares", disse o chefe dos programas de emergência da OMS, Michael Ryan, à imprensa.

Junto com ele, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou estar "muito satisfeito em ver que, pela primeira vez, o número semanal de mortes registrado nas últimas quatro semanas foi menor do que o registrado quando usamos a palavra 'pandemia' pela primeira vez uma vez, há três anos".

"Hoje certamente estamos em uma posição muito melhor do que em qualquer outro momento da pandemia", analisou.

Tedros está "confiante" de que a OMS pode reduzir seu nível de alerta máximo este ano.

A agência da ONU declarou uma "emergência internacional de saúde pública" devido à Covid-19 em 30 de janeiro de 2020, em um momento em que havia menos de 100 casos positivos e nenhuma morte fora da China.

Pouco depois, em março de 2020, Tedros chamou a situação de pandemia.

"Declaramos uma emergência sanitária global para estimular os países a tomarem medidas mais decisivas, mas nem todos o fizeram", lembrou ele nesta sexta-feira.

"Três anos depois, foram registradas cerca de sete milhões de mortes por covid-19, embora saibamos que esse número é muito maior", afirmou.

Padre Júlio Lancellotti, de 74 anos, referência no trabalho social com pessoas em situação de vulnerabilidade em São Paulo, foi alvo de mais um episódio de ameaças e perseguição, desta vez no bairro da Mooca, Zona Leste paulistana. O religioso publicou, nas redes sociais, um vídeo que mostra um homem alterado, gritando em direção ao padre e sua equipe. O agressor acusou Lancellotti de invadir a sua casa e ameaçou o projeto de rua da arquidiocese.

"Este morador da Mooca, hoje, invadiu a igreja, interrompeu a missa aos gritos e me insultou por causa da pastoral de rua. Jogou o celular contra nós e proferiu ameaças", escreveu padre Julio em uma rede social.

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A Pastoral do Povo de Rua pertence à Arquidiocese de São Paulo, da qual Lancellotti faz parte. O projeto cuida e reduz danos entre a população em situação de rua, com atenção prioritária às pessoas expostas a infecções sexualmente transmissíveis, usuários de drogas e mães solo. De acordo com o relato do padre, o homem já havia interrompido a missa desta sexta-feira (10), o que está registrado em vídeo, e também jogado um celular na intenção de machucar o sacerdote.

Em um outro registro, é possível ver o homem filmado chamando padre Julio e as pessoas assessoradas de "vagabundos" e insinuando que o trabalho do religioso corrobora com a violência e o uso de drogas.

Às 10h50 desta sexta-feira (10), Lancellotti, acompanhado do amigo e ativista Lucas Louback, caminhou até a Delegacia de Polícia Civil no bairro, levando o suposto agressor ao local. O momento foi transmitido ao vivo, mas interrompido no momento em que o atendimento foi iniciado. Não há informações sobre a identidade do invasor e nem se um boletim de ocorrência chegou a ser registrado.

Situação é recorrente

Ativista cristão, Padre Julio Lancellotti frequentemente precisa lidar com o discurso de ódio, especialmente por não seguir uma agenda conservadora e lidar com os mais pobres. Em outubro e dezembro, o religioso publicou capturas de tela de mensagens falando coisas como “vou passar por cima de você”, “padre vagabundo”, dentre outras ameaças de morte. 

Em 2020, ele chegou a registrar um boletim de ocorrência por ameaça após ter sido xingado por um motoqueiro enquanto fazia trabalho de atendimento a moradores de rua no Centro da cidade. À época, ele foi alvo de uma campanha de ódio alimentada pelo deputado Arthur do Val, o “Mamãefalei”.  

 

Instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), 3 de março é o Dia Mundial da Vida Selvagem. A data celebra a multiplicidade das espécies do planeta Terra, mas também chama a atenção para os perigos que ameaçam a fauna e a flora.

Queimadas, desmatamento, poluição, extinção e o tráfico animal são grandes desafios que a vida selvagem vem enfrentando desde os primórdios da humanidade. O bem-estar de todos os indivíduos e os recursos naturais estão sendo gravemente ameaçados. 

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O professor e mestre em Zoologia Natanael Charles Silva, do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), destaca a importância do Dia da Vida Selvagem. "O ser humano é a principal espécie que influencia na vida das outras. Então, é importante chamar atenção para a questão da preservação e da conservação para o desenvolvimento de ações que protejam, entendam e, principalmente, respeitem a vida selvagem", assinala.

Natanael Charles ressalta que o centro das discussões é sempre o respeito com a vida selvagem. Por isso que essas datas alusivas ao meio ambiente são de total relevância, desde a educação infantil, passando pelo ensino fundamental e médio, até chegar nas instituições de ensino superior. "Assim dá para fazer com que o ser humano, desde cedo, participe deste tipo de atividade e tenha consciência e respeito com as demais formas de vida", afirma. 

Estudo recente publicado na revista científica Plos Biology mostra que o planeta possui mais de 8 milhões e 700 mil espécies de seres vivos; porém, o total ainda é desconhecido, e tende a ser muito maior. Segundo o professor Natanael, é importante “fazer o ser humano entender que ele não é um ser superior no planeta e não é uma espécie independente das outras".

O professor ressalta que o homem está no meio de uma teia de relações interdependentes. "Nossa espécie depende muito mais das outras do que as outras dependem da nossa. Nós interferimos muito mais no meio delas do que elas interferem no nosso. Então é respeitar para depois criar estratégias sobre o que podemos fazer para a manutenção dessa vida selvagem, porque o sucesso e a continuidade da nossa espécie dependem intimamente da sobrevivência e do estado dessa vida selvagem’’, observa.

Natanael Charles assevera que a data comemorativa pode ser usada como um lembrete de que essa vida selvagem existe e nós dependemos dela. "Ressaltar a conscientização, e refletir sobre os impactos das nossas ações na natureza, é de total importância para que não sejam discutidas estratégias para amenizar os impactos na vida selvagem somente hoje, mas sim todos dias", finaliza.

Por Melbya Rolim (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

Eleito melhor jogador do mundo pela Fifa no início da semana, Lionel Messi foi alvo de uma mensagem ameaçadora em Rosário, sua cidade natal na Argentina, na madrugada desta quinta-feira. Um cartaz direcionado ao astro argentino foi colocado à porta de um supermercado pertencente à família de Antonella Roccuzzo, sua mulher, após uma série de tiros disparados contra o estabelecimento por dois homens em um uma moto, conforme informado pela polícia local.

"Messi, estamos te esperando. Javkin também é do tráfico, ele não vai te proteger", diz a mensagem. Citado no cartaz, Pablo Javkin é o prefeito de Rosário, considerada a cidade mais violenta da Argentina e onde há forte atuação de narcotraficantes. O político esteve no local após o ataque, conversou com a imprensa argentina e levantou suspeitas a respeito das forças de segurança da província de Santa Fé, da qual Rosário faz parte.

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"Eu duvido de todos, inclusive daqueles que deveriam nos proteger. E vou deixar claro, tivemos muitas reuniões com forças federais, provinciais, juízes, fiscais, nos últimos dias. Parte do que se falou tem a ver com essa zona e hoje aparece isso", afirmou o prefeito.

Iván Gonzáles, subchefe da unidade regional de polícia, disse à rádio Cadena 3 Rosário que a suspeita é de que o ato tenha sido realizado com objetivo de chamar a atenção e não como uma intimidação concreta a Messi e à família Roccuzzo.

Javkin pertence ao partido Frente Progressista e faz oposição ao governo do presidente Alberto Fernández, a quem tem responsabilizado pela violência na região. Nesta semana, Javkin e Omar Perotti, governador da província de Santa Fé, tiveram uma reunião com o Ministério da Segurança do país para discutir medidas que possam reduzir a violência em Rosário.

Segundo Javkin, o bairro onde está localizado o supermercado de Antonella esteve em pauta durante as discussões sobre a segurança da cidade nos últimos dias . "Cada vez que exigimos questões concretas, aparece isso", disse o prefeito, que também considera a ação uma estratégia dos criminosos para chamar a atenção e não uma intimidação direta a Messi. Ele também afirmou que conversou com a família Roccuzzo.

Estudo publicado nessa quarta-feira (15) na Revista Nature mostra que as áreas protegidas na Amazônia brasileira com as maiores densidades populacionais de onças-pintadas estão nos locais mais pressionados pela degradação de habitat causada pelo homem. De acordo com a pesquisa, desmatamento, expansão agrícola, incluindo pastagens para gado e terras agrícolas, e incêndios florestais são predominantes nas áreas que abrigam as maiores populações do felino.

O estudo foi feito pela organização não governamental WWF, pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), e por pesquisadores parceiros. Assinam a pesquisa os autores Juliano Bogoni, Valeria Boron, Carlos Peres, Maria Eduarda Coelho, Ronaldo Morato, e Marcelo Oliveira da Costa.

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Entre os espaços ameaçados, o estudo identificou dez áreas protegidas que demandam ações emergenciais para a conservação da onça-pintada amazônica: as terras indígenas Apyterewa, Araribóia, Cachoeira Seca, Kayapó, Marãiwatsédé, Parque do Xingu, Uru-Eu-Wau-Wau, Yanomami, a Estação Ecológica da Terra do Meio e o Parque Nacional Mapinguari. 

“As fronteiras agrícolas estão chegando mais próximas. Então, a onça sai para atacar mais lugares. Além disso, tem mais caçadores dentro dessas áreas. Tem garimpeiro dentro da terra yanomami, e esses caras caçam, e caçam a presa da onça. Eles também fazem armadilhas e matam as onças”, destaca o coautor do estudo, especialista em conservação e líder do programa de proteção de espécies ameaçadas do WWF-Brasil, Marcelo Oliveira.

A pesquisa analisou 447 terras protegidas da Amazônia brasileira, incluindo 330 reservas indígenas. As áreas analisadas correspondem a 1.755.637 km², o que representa 41,7% da Amazônia brasileira, e abrigam cerca de 26,68 mil onças-pintadas, de acordo com os modelos aplicados no estudo. 

Proteção

O pesquisador Marcelo Oliveira ressalta que o levantamento reforça o papel das terras indígenas como santuários para as onças-pintadas e a biodiversidade. “O futuro das onças-pintadas, mesmo nas regiões neotropicais mais intactas, como a Amazônia, só é seguro em áreas protegidas onde as restrições de uso do solo podem ser rigorosamente aplicadas e só se for possível resistir à pressão política incessante para reduzir o tamanho, recategorizar e extinguir as áreas protegidas. Estes espaços são centrais para a salvaguarda da biodiversidade, mas estão sob múltiplas pressões geopolíticas”.

Entre as ações emergenciais sugeridas pelos pesquisadores estão o aumento do financiamento e apoio às áreas protegidas e terras indígenas, especialmente as priorizadas pelo estudo, reforçando a participação dos povos indígenas e comunidades locais nas decisões e gestão dos seus territórios. 

Os pesquisadores propõem ainda elevação dos recursos para as agências ambientais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), e a implementação de políticas e arcabouços legais fortes que não deixem espaço para a redução, recategorização e extinção das áreas protegidas.

“Precisamos fortalecer a gestão dessas áreas. Nos últimos quatro anos, foi extremamente difícil com o enfraquecimento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e outros órgãos que promovem a fiscalização”, disse Oliveira. 

O estudo pode ser lido na íntegra em no site da revista

Metade dos juízes brasileiros afirma já ter sofrido ameaça à vida ou à integridade física. A constatação é de um estudo inédito realizado em 11 países da América Latina pelo Centro de Pesquisas Jurídicas da Associação dos Magistrados do Brasil, em pareceria com a Federação Latinoamericana de Magistrados e o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).

A pesquisa Perfil da Magistratura Latinoamericana mostra que, com esse percentual, o Brasil fica à frente apenas da Bolívia, onde 65% dos juízes reportaram ter sofrido ameaças à vida ou a integridade física em decorrência do exercício da função pública. Nos demais países, a média oscila entre 30% e 40%. As exceções ficam com Chile e Equador, onde o nível é inferior a 25%.

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O levantamento aponta ainda que, no Brasil, apenas 20% dos magistrados se sentem totalmente seguros, patamar que despenca para 3% na Bolívia e sobe para 46% no Chile. Já os que se sentem totalmente inseguros somam 15% no Brasil, 42% na Bolívia e somente 3% no Chile.

Vanessa Mateus, coordenadora da Justiça estadual da Associação dos Magistrados do Brasil, ressalta que essa insegurança reflete em toda a sociedade.

"Isso é muito preocupante, porque sem um Poder Judiciário livre e independente, um Poder Judiciário acuado, com medo, isso é um prejuízo para toda população, e não para a pessoa física do juiz".

A representante da Associação dos Magistrados do Brasil avalia que esse diagnóstico aponta para necessidade de se enxergar a magistratura como uma atividade sujeita a riscos e busca por mecanismos de segurança. "A gente precisa enxergar a magistratura como atividade que sujeita seus membros ao risco e tomar providencias para protegê-los. Uma delas são os julgamentos colegiados, é você não personalizar a decisão de condenação", disse Vanessa Mateus.

Na pesquisa, entre as providências apontadas pelos juízes brasileiros para melhorar a segurança durante o exercício profissional estão a efetivação de colegiados para análises de crimes de maior gravidade, blindagem dos veículos, escolta pessoal, alteração no horário de trabalho e mudança de localização do fórum para zonas centrais. 

O advogado do presidente Lula (PT) Cristiano Zanin, foi ameaçado por um bolsonarista em um banheiro do aeroporto de Brasília nesta quarta-feira (11). Zanin escovava os dentes no momento em que o homem se aproximou e fez ameaças. 

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De camisa laranja, o bolsonarista diz estar com “vontade de meter a mão na orelha de um cara desse”. Em seguida, ele disse que Zanin “tem que tomar um pau de todo mundo que está andando na rua”. Além disso, o chamou de “vagabundo”, “safado”, “bandido” e “currupto”. Por sua vez, Cristiano seguiu com o que estava fazendo e não devolveu as ofensas. 

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) solicitou a abertura de um inquérito para identificar o agressor e dar prosseguimento ao caso.

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