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O PSOL de Pernambuco elegeu,  nesse domingo (12), o novo presidente do partido. Com 60% dos votos, o recifense do bairro do Alto José do Pinho, estudante de economia e militante do movimento negro, Tiago Paraíba, 33 anos, foi escolhido para liderar a organização.

De acordo com a assessoria do partido, a trajetória de Paraíba é permeada por uma extensa experiência nos movimentos sociais, em adição a grande capacidade política na formulação e diálogo. Às vésperas do processo eleitoral de 2022, o congresso discutiu ainda os desafios do partido diante da conjuntura política e as estratégias para derrotar o bolsonarismo nas urnas, além de uma alternativa à esquerda do PSB no âmbito estadual.

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"É determinante a unidade de todas as forças de esquerdas e populares para derrotarmos este projeto fascista e ultraliberal. O povo brasileiro sofre com o aumento do gás de cozinha, da comida, da inflação, entre outros. A fome e o desemprego voltaram a assombrar a população. O PSOL tem maturidade política e base social para contribuir nessa luta pela superação do bolsonarismo que despreza o nosso povo", declarou Tiago Paraíba, ao final do evento.

Mulheres nas portas dos quartéis impediam a saída de viaturas. Os policiais se mantinham nas casernas, e políticos - a maioria deles reunidos em torno da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência - espalhavam notícias sobre crimes nas redes sociais. Assim foi o motim da PM capixaba, em 2017, que durou 21 dias e se tornou um marco da ação do bolsonarismo nos quartéis, estimulando motins contra os governadores.

Especialistas ouvidos pelo Estadão contam como uma parte considerável dos PMs se tornou um público fiel a Bolsonaro. Inclusive com a adesão de coronéis para os atos de 7 de Setembro em São Paulo e em Brasília. Um deles - o coronel da PM paulista Aleksander Lacerda - acabou afastado de seu comando no interior após convocar em rede social os "amigos" para o ato.

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"Fui o primeiro governador que enfrentou um motim da PM que combinava uma articulação paroquial de políticos locais com uma articulação nacional", conta o então governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. A investigação de mensagens de redes sociais mostrou envolvimento da bancada da bala na greve. "Isso não é bom nem para o País nem para os brasileiros, que pagam a conta, nem para a instituição Polícia Militar nem para os policiais. Todos perdem", diz.

Desde então, os políticos vinculados ao presidente justificam o apoio aos movimentos dos PMs repetindo o que o então deputado Bolsonaro disse em 8 de fevereiro de 2012, no plenário da Câmara: "O chefe do Executivo não pode se prevalecer da disciplina do militar para subjugá-lo". Bolsonaro tratava da greve dos PMs na Bahia, Estado então governado pelo hoje senador Jaques Wagner (PT).

"Qualquer membro de qualquer corporação sempre vai procurar melhorias salariais e de condições de trabalho. É natural. O que não é natural é que alguém armado se insurja contra a sociedade que o armou", afirma Wagner. O senador diz que a manutenção da disciplina não implica falta de diálogo com a corporação. A greve na Bahia em 2012 durou 12 dias. A exemplo do Espírito Santo, lá também tropas do Exército foram usadas para garantir a ordem.

Entre 1997 e 2021, as Forças Armadas foram mobilizadas 26 vezes para lidar com greves de PMs. A maior delas atingiu a PM de Minas e foi causada pela decisão do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) de conceder reajustes salariais de até 20% só para os oficiais. Seis dias após o anúncio, a greve estourou entre os praças. No fim, o governador deu aumento de 48% aos praças.

Sensível

Para coronéis entrevistados pelo Estadão, o que aconteceu em Minas seria o símbolo da "insensibilidade" de governadores com as condições de vida dos PMs. Seguiu-se uma onda de motins pelo Brasil, acompanhados pela presença de políticos que tentavam explorar um novo eleitorado: os cabos e soldados, que só passaram a ter o direito ao voto com a Constituição de 1988.

Para o tenente-coronel da reserva da PM paulista Paulo Ribeiro, os governos assistiram passivamente a PM "perdendo a esperança em razão de uma condição salarial desumana". Esse ponto seria explorado por Bolsonaro. "Esse desespero suscita a vontade de ser resgatado por um ‘messias’. Apareceu um com discurso raso, sem lastro, que, nada fazendo pelos policiais militares, consegue seduzi-los por meio de palavras de onipotência."

Para o cientista político Leandro Piquet, policiais que querem ser candidatos estão aproveitando o clima atual no País. "Houve erros das lideranças políticas, como as inovações malsucedidas feitas pela esquerda no Rio Grande do Sul." Segundo ele, Bolsonaro encontrou esse filão de insatisfação e o está explorando. Para Piquet, apesar disso, o risco de ruptura envolvendo as PMs seria inexistente.

Representante da bancada da bala paulista, o deputado estadual Coronel Telhada (PP), afirma que os atos do 7/9 devem ser pacíficos: "Estarei lá com minha família". Para ele, "o pessoal da ativa não vai comparecer, pois vai obedecer o comando". "Sou opositor do Doria, mas jamais usarei a imagem da tropa para fazer oposição. Quem está fazendo isso será candidato no ano que vem."

Em São Paulo, o histórico de como a PM lidou com movimentos grevistas ajuda a conter a tropa. A última greve da PM paulista foi em 1989. E resultou em 157 PMs demitidos. "Eu estava no Regimento (de Cavalaria), que agiu rapidamente e salvou o comando", lembra o coronel Rui César Melo, que depois comandaria a PM. Ao contrário de outros Estados, nenhum PM foi anistiado. Para Hartung, as anistias são um estímulo a novos motins. Em 2011, a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou lei que anistiou PMs de 13 Estados e do Distrito Federal que se rebelaram entre 1997 e 2011. Entre os beneficiados estavam policiais de Minas e da Bahia.

Zeca Baleiro fez uma composição aparentemente endereçada aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Mirando naqueles que costumam criticar cantores, atores e outros profissionais da cultura nas redes sociais, o músico lançou em seu perfil do Instagram a canção ‘Rei da Mamata’, na qual responde a esse tipo de comentário além de alfinetar o atual chefe de Estado brasileiro. 

Salientando não ter tido qualquer tipo de “patrocínio” para a produção, Baleiro mostrou o resultado da composição com a publicação de um vídeo simples, no qual aparece tocando violão e cantando. Na legenda do post, ele endereçou a novidade aos "desocupados que gostam de entrar nas redes sociais de artistas para escreverem bobagens como 'o choro é livre' e 'a mamata acabou'". E chamou, ainda, a música de "homenagem". 

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Na letra da canção, o cantor chama de "hipócritas" aqueles que ficam “lambendo a sandália de gente rica, inculta”. E ainda fez menção ao presidente Jair Bolsonaro  usando como referência o escândalo da compra de vacinas pelo governo brasileiro. “Eu podia estar ganhando até um dólar por vacina, mas eu sigo trabalhando e compondo e cantando”. 

Nova pesquisa do Instituto Ipec, divulgada nesta segunda-feira (28), revela dados comparativos sobre eleitores de 2018 e suas preferências de voto para as presidenciais de 2022. Segundo os resultados, um terço (34%) dos eleitores de Jair Bolsonaro nas últimas eleições está arrependido e afirma que não votará nele de jeito nenhum no ano que vem. Outros 18% dizem que poderão vir a fazê-lo.

Em contrapartida, o antipetismo entre bolsonaristas apresentou queda e esse declínio também tem refletido na escolha: um em cada quatro (25%) dos eleitores de Bolsonaro em 2018 afirma agora que “com certeza” votará em Lula, enquanto 13% admitem a possibilidade de fazê-lo. Ou seja, 38% dos que votaram em Bolsonaro veem agora o seu principal rival com alguma simpatia.

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Entre os que optaram pelo PT em 2018, o número de arrependidos dispostos a aderir ao bolsonarismo é de 4%. Essa parcela de eleitores do petista Fernando Haddad agora diz que votaria com certeza ou poderia votar em Bolsonaro. Para 93% deles, não há nenhuma chance de apoiar a reeleição do atual presidente. Em resumo, os números mostram que, do lado do PT, o antibolsonarismo continua acirrado. Mas, entre os bolsonaristas de 2018, o antipetismo já não é um tema unificador.

Ainda entre bolsonaristas, 59% dizem que não votariam em Lula de jeito nenhum. Outros políticos têm níveis de rejeição similares. É o caso do tucano João Doria, também com 59%, e de Ciro Gomes, do PDT, com 57%.

Já no lado que optou por Haddad, a rejeição está bem mais concentrada em Bolsonaro. Apenas 41% desses eleitores afirmam que não votariam em Ciro Gomes de jeito nenhum, por exemplo. A taxa de recusa a Ciro é 52 pontos percentuais menor que a de Bolsonaro.

Não apenas entre os eleitores de Bolsonaro há arrependidos. No contingente que votou nulo ou em branco no segundo turno de 2018, metade agora afirma que “com certeza” votará em Lula, e apenas 6% dizem que seguramente optarão por Bolsonaro.

Nos números gerais, divulgados na sexta-feira, 25, a pesquisa Ipec mostrou Lula com 49% das intenções de voto, e Bolsonaro com 23%. Ciro teve 7%, Doria, 5%, e Henrique Mandetta, do DEM, 3%.

Seguindo protocolos de segurança contra o coronavírus, o Ipec entrevistou, presencialmente, 2.002 eleitores em 141 municípios brasileiros. A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 21 de junho de 2021. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O Ipec foi criado por ex-executivos do Ibope e segue a mesma metodologia do antigo instituto.

O resultado das eleições municipais deste ano fortaleceram os partidos que compõem o Centrão, que a partir de 2021 vai comandar 2,4 mil cidades do país, o que corresponde a 45% dos municípios brasileiros. Mesmo sendo o sustentáculo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, esse resultado não se dá por conta de apoios ou trabalhos políticos por parte do chefe do Executivo, que viu seus apadrinhados perderem as eleições nos municípios, muitos já no primeiro turno.

A cientista política Priscila Lapa aponta que o presidente Bolsonaro pode ter aprendido algumas questões em relação a eleição municipal, como por exemplo a falta que uma estrutura partidária faz. Priscila diz que a partir de agora, o presidente pode ter um custo político maior para atrair aliados para a sua base.

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“Ele poderia ter angariado algumas alianças na eleição que facilitassem esse caminho em direção a reeleição dele em 2022. Quem sofre uma derrota são as eleições para os extremos de discurso radical, a ideologia fazendo toda a modelagem”, explica. 

O cientista político e professor da Faculdade Damas, Elton Gomes, explica que Bolsonaro, assim como o ex-presidente Lula, principal líder da esquerda brasileira, enfrentam uma rejeição no país e foram maus cabos eleitorais desse processo político eleitoral de 2020. 

O Centrão, que fez uma grande quantidade de prefeituras e que elegeu a maior parte dos legisladores municipais, que são os vereadores, tornou-se mais importante e hoje, Bolsonaro que se elegeu criticando o Centrão, é cada vez mais dependente dele para sobreviver no cargo, aprovar legislação do interesse do Executivo e para executar a reeleição em 2022. 

O cientista aponta que, muito embora exista uma rejeição ao bolsonarismo verificado nas principais praças do Brasil, isso precisa ser contextualizado. 

“Inicialmente, a gente pode dizer que o presidente da República se prejudicou enormemente pelo fato de não possuir uma legenda, que é algo inédito na história política brasileira. Muito mal assessorado e extremamente inabilidoso do ponto de vista da arena política mais complexa, porque ele vinha de um setor do baixo clero, de um nicho de deputados que lhe permitiu sucessivas eleições, mas nunca fez parte do grande acordo nacional, nunca fez parte do sistema de barganhas e trocas que caracteriza para valer o sistema de presidencialismo de coalizão brasileiro”, diz Elton.

“O outro ponto é que o antipetismo continua com uma força muito expressiva no Brasil. O PT não elegeu nenhum prefeito nas capitais”, complementa.

No entanto, o professor acentua que a rejeição é um dos fenômenos mais importantes das democracias contemporâneas que passam por essa crise de representatividade. “Tome por exemplo o que aconteceu recentemente nos Estados Unidos. A vitória de Joe Biden se deveu, em grande medida, a enorme rejeição a figura polêmica do presidente Donald Trump, que permitiu uma aliança entre todas as forças de esquerda dos EUA. Você tem aqui no Brasil a rejeição sendo um determinante para você saber quem é que vai ser eleito, principalmente em cargos majoritários”, aponta. 

Elton reforça que as redes sociais são um canal para poder compartilhar o ódio e poder manifestar as insatisfações, neste caso do universo político, e isso potencializa o fenômeno da rejeição no Brasil e no mundo.

“Em geral, têm sido eleito no Brasil e no mundo o candidato menos rejeitado, aquele que consegue fazer da sua campanha um instrumento para poder aumentar a rejeição contra o seu adversário e para poder atenuar a rejeição contra si. Isso aconteceu aqui em Recife, com a candidatura de João Campos instrumentalizando a rejeição ao lulopetismo para poder impedir a virada de Marília, que já vinha acontecendo, no segundo turno”, pontua.

Nitidamente fragmentada em Pernambuco, a esquerda conseguiu eleger o prefeito do Recife, João Campos (PSB), neste domingo (29), mas sofrerá as consequências da disputa. O resultado definiu o racha ideológico, já exposto durante a campanha. Antes aliado, o PT perdeu seu protagonismo em todos os recortes, o que lhe impôs o papel de oposição à atual gestão.

Embora as pesquisas dividissem as intenções de voto em 50%, a cientista política Priscila Lapa entende que o resultado no Recife não surpreendeu, visto que o PT acumulou derrotas nas capitais do país. "Isso não foi surpresa, sabe? Ele já vinha nesse movimento de perda de estrutura política e de capital eleitoral desde 2016, passou pela derrota em 2018 e agora ele sequer conseguiu ter candidatos competitivos nos grandes centros urbanos", afirmou, ao apontar que a legenda impôs concorrência apenas em Pernambuco e no Espírito Santo.  

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Na visão da especialista, o enfraquecimento ainda é reflexo dos desgastantes casos de corrupção e da tentativa de se reafirmar sem coligações. Tal condição permitiu que partidos "menos radicais" da ala ideológica, como o PDT, PDB e PSOL, adotassem o discurso antipetista. "O PT perdeu uma conexão com a agenda da sociedade e o voto da classe C. Ele trabalhou políticas de inclusão no processo produtivo, nas universidades e achou que para sempre haveria uma fidelidade desse eleitor", analisou.

Para o cientista político Arthur Leandro, "a campanha de 2020 no Recife pode ter gerado sequelas que inviabilizam a renovação da chapa PT/PSB, que reelegeu Paulo Câmara em 2018". Dessa forma, a 'oficialização' do racha foi evidenciada, por isso ele espera que o PT entregue os cargos dentro do Governo do Estado, visto que a própria candidata Marília Arraes indicou uma nova oposição em Pernambuco.

Considerado o principal reduto da esquerda no Nordeste, a vitória no Recife representa uma sobrevida ao candidato vencedor. "O PSB dependia totalmente da eleição de João Campos no Recife para tentar não ser rebaixado à 'terceira divisão da política nacional'. Digamos que era o jogo do rebaixamento para o PSB", comparou o especialista.

Implodido no cenário local e nacional, o PT catalisou o sentimento de revolta e cansaço do eleitorado. Neste cenário, as urnas favoreceram aos candidatos do Centrão, composto por partidos sem grande inclinação ideológica, "indicando que a tradicional divisão em esquerda e direita tem se mostrado insuficiente para explicar a dinâmica eleitoral do Brasil", assegurou o cientista político.

Frente ao sucesso da aliança PDT/PSB /PCdoB, Leandro indica que possivelmente haverá mais de uma candidatura da esquerda nas eleições presidenciais de 2022. Ele aponta que, embora derrotado, Guilherme Boulos (PSOL) conseguiu mobilizar o eleitorado de São Paulo e ganhou visibilidade como porta-voz contra o bolsonarismo. Por isso, "existe a possibilidade do PSOL ser uma alternativa competitiva nas eleições", complementou.

Indiciado pela Polícia Civil do Rio por supostamente divulgar material impróprio para menores, o youtuber Felipe Neto afirmou que, em 2022, pretende ir "para a luta como nunca antes na vida". O objetivo, disse, é impedir uma reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, o "Brasil precisa derrotar o bolsonarismo como os Estados Unidos derrotaram o trumpismo", após a vitória do democrata Joe Biden.

O youtuber atribuiu seu indiciamento por corrupção de menores a "pressões" que, segundo ele, passou a sofrer após se declarar como opositor do governo federal. "Vou apoiar qualquer coisa que chegue ao segundo turno contra o Bolsonaro", declarou Neto ao Estadão. "Seja (Luciano) Huck, (Fernando) Haddad, Lula, Marina (Silva), Ciro (Gomes), (João) Doria ou Tiririca."

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Aos 32 anos, Neto tem 40 milhões de assinantes em seu canal no YouTube e 11 milhões de seguidores no Twitter. Fez um editorial e um vídeo para o New York Times no qual critica Bolsonaro e entrou na lista da revista Time como uma das personalidades do ano (juntamente com o presidente brasileiro) em 2019.

O sr. é considerado a principal voz da oposição ao presidente Jair Bolsonaro no mundo digital. Por isso, tem sido alvo de ataques de grupos bolsonaristas. Acha que seu indiciamento é parte desse processo de pressão?

 

Sem sombra de dúvidas. Todo jurista que analisou tecnicamente o indiciamento ficou em estado de choque. Juízes, advogados criminais, procuradores. É só qualquer um procurar pela internet para ver a reação. Eu fui acusado de "corromper menores" por um delegado que não mostrou qualquer menor corrompido como prova de sua investigação. O caso do indiciamento é uma tentativa nefasta de silenciamento por parte de fundamentalistas da extrema-direita. Eles só querem que as pessoas espalhem que fui indiciado, mesmo sabendo que não dará em nada na Justiça.

O Ministério Público do Rio devolveu o procedimento, com o indiciamento, à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática para "diligências".

 

Recebi essa informação com enorme satisfação, pois o promotor não aderiu à precipitação do delegado, ao contrário, determinou que fizesse as investigações que não fez, e inclusive, em sua manifestação, chamou a atenção para o fato de que ainda irá apurar para analisar se há crime ou não. Estou absolutamente tranquilo e confiante que o Ministério Publico vá compreender que esse indiciamento é um absurdo.

Teme ser vítima de algum tipo de violência?

 

Tenho um forte sistema de segurança implementado para mim e minha família.

Como avalia as fake news a seu respeito?

 

Todas as pautas de pseudomoralidade são cortinas de fumaça. A extrema-direita está sempre levantando teorias da conspiração e elegendo inimigos que vão contra a "moral e os bons costumes". Sem isso, eles não conseguem formar base. Na época da Hillary (Clinton, candidata democrata à Casa Branca, derrotada por Donald Trump em 2016), do que a acusaram? Pedofilia. Nas eleições do Biden, do que o acusaram? Pedofilia. Do que me acusaram? Pedofilia. É sempre a mesma ladainha, as mesmas teorias conspiratórias contra os opositores, transformando-nos em demônios para pessoas influenciáveis.

Uma articulação está sendo costurada pelo apresentador Luciano Huck, o ex-ministro Sérgio Moro, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o governador João Doria, entre outros, como um caminho para derrotar Jair Bolsonaro em 2022. Apoiaria esse movimento?

 

Não. Porém, vou apoiar qualquer coisa que chegue ao segundo turno contra Bolsonaro. Seja Huck, Haddad, Lula, Marina, Ciro, Doria, Tiririca.

A esquerda é sempre acusada de não se unir. Foi apontada, inclusive, como parte da ascensão do bolsonarismo. Concorda com essa análise?

Temos que colocar o PT e o PDT em um cercadinho e falar: "Vocês só saem daí quando acordarem para a realidade". A desunião da esquerda não foi a grande causa da ascensão do bolsonarismo, mas sem dúvida contribuiu significativamente. Basta olharmos o que aconteceu no Rio de Janeiro (nas eleições municipais) para entendermos o quanto a situação está problemática. PT, PDT e PSOL lançaram candidaturas próprias. Conclusão? (O atual prefeito Marcelo) Crivella foi para o segundo turno com 21% dos votos (contra Eduardo Paes, que teve 37%) e ninguém chegou nem a ameaçar o pastor bolsonarista.

Como avalia os resultados das eleições municipais?

 

Foi uma derrota contundente do bolsonarismo. As eleições serviram como termômetro da insatisfação do povo brasileiro com essa extrema-direita doentia e autoritária.

Qual será o seu papel e o impacto da sua posição política nas eleições presidenciais de 2022?

 

Não consigo dimensionar, mas eu vou para a luta como nunca antes na minha vida. O Brasil precisa derrotar o bolsonarismo como os Estados Unidos derrotaram o trumpismo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A influência exercida pelo "guru" do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, não é mais a mesma. O astrólogo da Virginia (EUA) comprou briga com governistas, perdeu espaço no Ministério da Educação, fez críticas ao presidente e, nos últimos meses, também passou a viver um ocaso financeiro. Ele é o principal alvo da nova etapa de campanha do Sleeping Giants, movimento que pressiona empresas a retirarem patrocínios de páginas com conteúdos que classifica como de ódio e desinformação. O grupo já conseguiu levar mais de 250 companhias a desassociarem suas marcas de conteúdos produzidos por Olavo.

O escritor, referência da extrema-direita brasileira, chegou a perder cerca de 30% dos alunos que pagavam para receber aulas de seu "seminário de filosofia" via PayPal, uma das companhias que o baniu. Agora, o Sleeping Giants direciona seus esforços para secar uma das principais fontes remanescentes de receita do escritor.

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O movimento orienta seus quase 400 mil seguidores os caminhos para que bombardeiem com reclamações as caixas de mensagem de executivos da CPP Investments. A firma canadense é acionista da PagSeguro, empresa brasileira que não cedeu à pressão e mantém a conta pela qual Olavo arrecada com a venda de cursos. Até o início da semana passada, 10 mil pessoas haviam enviado mensagens, de acordo com o movimento.

A versão brasileira do Sleeping Giants se apresenta como um coletivo e não revela a identidade das pessoas que o conduzem. Ao Estadão, o grupo ressaltou que Olavo de Carvalho é, para eles, a figura que mais contribui para a radicalização da sociedade por conta do "conteúdo odioso" que propaga.

Olavo de Carvalho já usou seus canais e cursos para negar a existência do novo coronavírus, recomendar que as pessoas não vacinem seus filhos porque elas "matam ou endoidam", atacar religiões, minimizar caso de estupro, defender prisão "sem direito de falar" para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e até recomendar que jornalistas sejam tratados "a ponta pé, como um cachorro".

Diante da ofensiva do Sleeping Giants, o escritor sentiu a pressão e pediu ajuda aos súditos. No fim de outubro, fez uma série de publicações com queixas contra as ações do site. Pediu para que seus alunos, leitores e amigos escrevam ao PayPal em protesto contra o bloqueio que lhe foi imposto e ao PagSeguro, com pedido para que a empresa não tome a mesma decisão.

Sobrou até para o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. "General Heleno, a sua querida Abin (Agência Brasileira de Inteligência) vai investigar as operações de boicote financeiro e intimidação realizadas por organizações comunoglobalistas contra aliados do governo? Vai nada".

Processo

A intensificação da campanha contra as receitas de Olavo coincide com a cobrança de uma dívida robusta. O "guru" foi processado pelo cantor Caetano Veloso, em 2017, por publicações que acusavam o artista de pedofilia. No mesmo ano, a Justiça do Rio determinou a remoção dos posts, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Olavo descumpriu a determinação e o valor alcançou, neste mês, R$ 2,9 milhões.

A decisão que o intimou a pagar a dívida é de 10 de outubro. O prazo vence nos próximos dias. Enquanto isso, ele aguarda o julgamento de recurso ao Tribunal de Justiça do Rio para rediscutir o valor. Caso perca a apelação e não faça o pagamento, poderá ter bens penhorados.

Paralelamente, empresários liderados por Luciano Hang, aliado do bolsonarismo, preparam uma "vaquinha" para socorrer o escritor. A oferta de amparo surgiu no contexto de um vídeo, de junho, no qual Olavo esbravejou contra o suposto desinteresse do presidente Jair Bolsonaro em defendê-lo. "Bolsonaro, o que ele fez para me defender? Bosta nenhuma! Chega lá, me dá uma condecoraçãozinha… enfia essa condecoração no seu c...", disse. "Essas multas que esses caras estão cobrando de mim vão me arruinar totalmente."

Desde a gestão de Ricardo Vélez na Educação, Olavo exercia forte influência na pasta. Após Milton Ribeiro assumir a função no lugar do também olavista Abraham Weintraub, duas pessoas que gozavam da plena simpatia do escritor foram demitidas: a secretária da educação básica, Ilona Becskeházy, e o assessor especial Sérgio Sant'Ana. A última demonstração de insatisfação de Olavo com o presidente foi no fim de setembro, quando ele usou as redes sociais para referir-se a Bolsonaro como "ingrato". O distanciamento entre ambos coincide com a consolidação da aliança do presidente com o bloco dos partidos do Centrão e setores que antes criticava.

A reportagem procurou Olavo de Carvalho mas não teve resposta. A canadense CPP Investments também não se manifestou, assim como a PagSeguro. 

A indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF) causou insatisfação, segundo mensagens publicadas em grupos bolsonaristas do WhatsApp, e quebrou o silêncio habitual diante das polêmicas envolvendo o presidente Jair Bolsonaro. A conclusão é do pesquisador David Nemer, da Universidade da Virgínia, nos EUA, que monitora a atuação de bolsonaristas no aplicativo de troca de mensagens desde 2017. Segundo Nemer, foi possível identificar uma série de críticas nos grupos, principalmente após a publicação de notícias sobre inconsistências no currículo de Marques.

O pesquisador notou que foram compartilhadas, nos últimos dias, notícias sobre suspeitas de cursos não realizados por Marques e sobre a dissertação de mestrado que tem trechos idênticos a passagens de artigos de outro advogado. Como o Estadão mostrou, a Universidade de La Coruña, na Espanha, negou a existência de um "Postgrado en Contratación Pública", informado pelo magistrado em seu currículo entregue ao Tribunal Regional Federal da 1ª. Região (TRF-1), onde atua desde 2011. Em resposta, o desembargador disse que houve um erro de tradução na hora de montar o currículo. Além disso, cerca de 13% da dissertação que Marques entregou à Universidade Autónoma de Lisboa, em Portugal, é igual a trechos de artigos publicados, antes, pelo advogado Saul Tourinho Leal, sem qualquer referência. Tanto Marques quanto Leal negam o plágio e alegam que, embora haja "coincidências" entre os textos, as conclusões são diferentes.

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De acordo com Nemer, o link de um site que citou reportagem do Estadão sobre o currículo circulou em pelo menos 12 grupos. Também houve reproduções de um texto intitulado "País de falsários? Kassio Nunes mentiu sobre curso e plagiou dissertação", publicado por um site conservador. Além disso, um texto do site bolsonarista Brasil Sem Medo exibia um questionamento: "como pode alguém que conseguiu o doutorado há apenas 10 dias já ter no currículo dois pós-doutorados?".

"Em um espaço em que Bolsonaro é intocável, o presidente começa a receber críticas como antes não se via. Isso abre espaço para que ele possa ser ainda mais questionado. Uma vez que você se acostuma a um posicionamento crítico, ele pode voltar mais forte na próxima vez. Antes eles ficavam em silêncio", afirmou o pesquisador.

Em um grupo denominado "Bolsonaro Eleito", um integrante chamou a escolha de Marques de "o pior erro de Bolsonaro". No mesmo grupo, outra postagem dizia que um site que o autor da mensagem considera "progressista" (Diário do Centro do Mundo) estava defendendo Marques e que isso era "preocupante".

Os apoiadores, no entanto, afirmaram em diversas postagens que o presidente mostrou ter razão em outros momentos em que foi questionado. Os exemplos foram a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República, em setembro do ano passado, e a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, em abril. Também alegaram que Bolsonaro não poderia indicar um conservador radical, pois o Senado não aprovaria. Desde 1894, os senadores aprovaram todos os indicados para o Supremo.

Um vídeo do YouTube, checado pela reportagem, denota a preocupação dos bolsonaristas com o estrago em potencial da polêmica do currículo. "Sabe essas pessoas que estão falando que a escolha do presidente foi equivocada, que estão decepcionadas? São tantas falácias e mentiras que saem na imprensa que acabam realmente interferindo. O Kassio Nunes acabou de explicar mais uma mentira que foi contada contra ele, que ele mentiu em seu currículo", diz o autor do vídeo.

Questionamentos

Antes mesmo da polêmica do currículo, porém, já havia questionamentos a Marques, por parte de bolsonaristas que esperavam um ministro "terrivelmente evangélico" no STF, ou simplesmente conservador. Outra parte se incomodou com notícias sobre ligações de Marques com o Centrão e com a esquerda.

Segundo Nemer, foram os evangélicos e os blogueiros da ala mais radical bolsonarista que impulsionaram as críticas a Marques. O professor havia feito um levantamento em 75 grupos no dia 5, três dias após Bolsonaro indicar Marques ao STF. Ele identificou 132 mensagens críticas à escolha - como a de que Nunes seria esquerdista, teria votado contra a extradição de Cesare Battisti e liberou a compra de lagostas para os eventos de ministros da corte. Outras 151 criticavam a escolha por não ser Nunes "terrivelmente evangélico". Nemer identificou até mensagens de integrantes que demonstram mais simpatia a Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça, do que ao nome indicado por Bolsonaro ao STF. "Pelo menos não é comunista", disse um usuário.

Espaço aberto para críticas

Em entrevista ao Estadão, o pesquisador David Nemer falou sobre as reações de bolsonaristas aos temas envolvendo a indicação de Kassio Marques.

Como foi a reação nos grupos quando surgiram as suspeitas sobre o currículo do desembargador Kassio Marques?

Os questionamentos que vieram no dia da indicação já tinham diminuído. O discurso era de 'vamos ter paciência e acreditar no presidente'. Mas, com o tema do currículo e suspeita de plágio na imprensa, os sites bolsonaristas começaram a copiar essas matérias e compartilhar nesses grupos. E isso reacendeu as discussões. Aí, já não era mais a reclamação de que ele seria comunista e permitiu lagosta para o Supremo, mas que ele pode ter cometido plágio, e isso é inaceitável. Foi assim que voltou a crítica ao indicado.

Bolsonaro não entrou na polêmica e mantém apoio ao desembargador. Isso causa impacto nos grupos?

O WhatsApp bolsonarista não fica muito preso a uma coisa só, principalmente se Bolsonaro não focar nessa coisa. O Bolsonaro não está querendo discutir o Kassio Marques porque ele sabe que é polêmico. Essa questão é quase inédita. Por isso que, quando eu falei que houve um ressentimento em relação ao (Sergio) Moro, com pessoas perguntando se ele de repente não seria melhor, isso não é um movimento dentro do WhatsApp bolsonarista, é uma coisa que antes não existia. Então, por mais que não seja representativo de um movimento, é um sinal de que se abre um espaço para críticas a Bolsonaro.

Mesmo já sendo antigo no mundo político partidário, exercendo o seu quarto mandato como deputado estadual, o pré-candidato à Prefeitura do Recife, Alberto Feitosa, tenta se colocar como uma espécie de ‘outsider’, trazendo para o fronte a sua carreira de tenente-coronel da reserva da Polícia Militar de Pernambuco. Reforçar que é um militar da reserva pode ajudar o deputado estadual, bolsonarista declarado, a angariar votos dos eleitores mais voltados à direita, como fez o atual presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

Uma semelhança do pré-candidato com o líder do Executivo é que, na capital pernambucana, ele deve contar, também, com a população evangélica. Em abril deste ano, após ser expulso do Solidariedade, Feitosa filiou-se ao PSC, partido comandado pela família Ferreira, que tem bastante força dos grupos evangélicos no Estado, já tendo eleito Anderson Ferreira para a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes (que deve concorrer à reeleição), André Ferreira como deputado federal, o patriarca da família, Manoel Ferreira, como deputado estadual, e Fred Ferreira para vereador do Recife. Todos eles estão exercendo o mandato atualmente.

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“O Recife não enxergava essa possibilidade de marchar com uma candidatura mais à direita e mais conservadora. Quando foi mostrado um candidato (à presidência da República) com essa postulação, o recifense reagiu da forma como reagiu (dando uma expressiva votação a Bolsonaro). Além do mais, o combate à corrupção é uma das pautas evidentes de desejo dos recifense”, explica o pré-candidato.

Alberto Feitosa aponta que o governo Bolsonaro está, até agora, sem nenhum escândalo de corrupção, e diferente disso, a Prefeitura da Cidade do Recife e a sua Secretaria de Saúde estão envolvidas em um escândalo por conta de possíveis atos de corrupção com os recursos para combater a Covid-19 no município. 

“Na Prefeitura do Recife teve cinco vezes a visita da Polícia Federal, num momento mais caótico que é pandemia. A gente viu a prefeitura se comportar de uma maneira totalmente indevida”, ressalta Feitosa.

Em entrevista ao LeiaJá, o deputado estadual aproveitou para criticar os também pré-candidatos à Prefeitura do Recife, João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), que figuram bem nas pesquisas de intenção de voto na capital pernambucana e devem disputar com partidos de esquerda que já comandaram a PCR.

“As classes C e D demonstram uma rejeição total a esse tipo de comportamento (corrupto), bem como ao candidato João Campos. A outra não tem nada de diferente de João Campos, Marília é mais do mesmo. Ele é o príncipe e ela é a princesa. Ela é neta da família e não traz nenhuma pauta nova, muito pelo contrário, traz por trás dela o ‘lulopetismo'”, avalia Alberto. 

O Pré-candidato do PSC diz que a esquerda que comandou a Prefeitura da Cidade do Recife nos últimos 20 anos, não fez nada pela cidade. “Você anda pelo Recife e não vê uma pessoa satisfeita. As ruas estão esburacadas, fio pendurado, na pandemia os índices de contaminação por aqui são uns dos maiores do país. Eu não tenho nenhuma dificuldade de defender o governo federal que, mesmo durante a pandemia, está batendo recordes na bolsa de valores e melhorando o nível de avaliação do Brasil”, salienta.

Sem apoio declarado de Bolsonaro

Jair Bolsonaro já falou, em diversas ocasiões, que não vai apoiar nenhuma candidatura no Brasil nesta eleição municipal. Mesmo assim, Alberto Feitosa acredita que isso não vai ser empecilho para atrair os bolsonaristas declarados como ele. “A minha história se confunde com a história do presidente e ela fica bem evidente quando a gente ver as pautas comuns que nós defendemos. Há certos sinais que são tão evidentes quanto a própria declaração”, pontua.

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O Diretório Municipal do PSOL definiu de vez que não vai lançar candidatura própria e vai apoiar a candidatura de Marília Arraes (PT) "para combater os retrocessos que temos visto em nosso país", declara o partido.

Neste último sábado (8), o Diretório Nacional do PSOL rejeitou, por 35 votos contrários e 28 a favor, o recurso apresentado por filiados do PSOL Recife que solicitava a realização de prévias para a disputa eleitoral majoritária na capital pernambucana em 2020.

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Com o pedido rejeitado, o Diretório Municipal intensifica a decisão de formar uma frente de oposição ao governo municipal e ao Bolsonarismo em Pernambuco. 

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Bolsonaristas que se afastaram do PSL para acompanhar o presidente Jair Bolsonaro na criação do Aliança Pelo Brasil tentam se reaproximar da legenda. O movimento acontece diante da possibilidade cada vez menor de que o novo partido saia do papel.

A expectativa de dirigentes do PSL, comandado pelo deputado Luciano Bivar (PE), é de uma reunificação já nas próximas semanas. A cúpula da legenda, que tem 53 deputados, tem adotado o discurso de que não quer briga com ninguém e que deseja neutralizar o radicalismo das alas antagônicas.

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A senha para a reconciliação foi dada há duas semanas em uma ligação de Bolsonaro, que deixou o PSL em novembro de 2019, para o presidente da legenda. No telefonema descrito como cordial e protocolar por interlocutores de ambos, o presidente pediu uma avaliação de Bivar para a crise política.

Segundo o Estadão apurou, não houve um pedido explícito de apoio por parte de Bolsonaro, mas a ligação foi encarada no PSL como um gesto claro de tentativa de reaproximação. Pressionado por dezenas de pedidos de impeachment, o presidente tenta construir uma base no Congresso.

Pessoas próximas a Bivar, no entanto, afirmam que a conversa não significa que a legenda está de volta ao governo, mas admitem que o tempo definirá os termos da relação. "Bivar foi extremamente injustiçado assim como todos os outros deputados. Nunca é tarde para reconhecer erros", disse o deputado Julian Lemos (PSL-PB). 

Em outubro de 2018, a dentista Sônia Regina Schindler, de 58 anos, foi à cabine de votação sem dúvidas. Incomodada com os governos petistas, apertou 17 e ajudou a eleger Jair Bolsonaro presidente. Um ano e meio depois, se arrepende da escolha. "Acordei com a crise da saúde", afirmou a eleitora de Brusque, Santa Catarina.

A falta de empatia do presidente com os doentes e a tese de que a Covid-19 seria uma "gripezinha" foram apontadas como motivo para a desconfiança de apoiadores de Bolsonaro em pesquisa qualitativa conduzida por professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) durante a pandemia.

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"Estou formada há 35 anos, trabalho no SUS desde sempre, não posso compactuar com governo que abandona a saúde", disse Sônia.

O levantamento da Unifesp identificou três perfis de bolsonaristas: os "fiéis", que mantêm um apoio constante ao presidente; os "apoiadores críticos" e os "arrependidos", que se decepcionaram com o presidente e desejam que ele saia do cargo.

Os arrependidos apontam três razões para se sentirem assim: episódios de desdém por parte do presidente em relação aos mortos; o estilo agressivo de governar, que criou instabilidade sobretudo com governadores; e a conduta de Bolsonaro em relação aos filhos Flávio, Eduardo e Carlos.

A professora aposentada de Curitiba Maria Christina Cardoso, de 61 anos, e sua filha, a representante farmacêutica Deborah Cardoso, de 30, também estão no grupo dos arrependidos.

"Me envolvi muito com o movimento da Lava Jato e quando ele (Bolsonaro) surfou nessa onda, infelizmente, acreditei. Me arrependi quando ele começou a se indispor com (o ex-ministro da Justiça Sérgio) Moro", disse Maria Christina. "Vi que o combate à corrupção não era seu compromisso." O ex-juiz da Lava Jato deixou o governo em abril acusando o presidente de interferência na Polícia Federal.

Deborah afirmou que votou em Bolsonaro principalmente por alternância de poder. A pandemia trouxe o arrependimento. "Com tudo que está acontecendo, sinto vergonha de falar que votei nele e me sinto responsável pelo que está acontecendo", disse. "Além de incoerente com sua campanha eleitoral, a minha opinião é que é um governo fascista."

Apesar de desiludidos e frustrados, porém, alguns desses "arrependidos" dizem que mesmo assim poderiam votar em Bolsonaro de novo em 2022, mostrou a pesquisa da Unifesp. Desta vez, não por esperança ou desejo de mudança, como afirmaram ter feito em 2018, mas por não enxergar nenhuma alternativa política ou eleitoral.

Outro levantamento, este da FGV com mais de 7 mil entrevistados, explorou a relação entre os impactos do coronavírus e a preferência eleitoral das pessoas. Os resultados apontaram que a proximidade com alguém que veio a falecer pela covid-19 reduz em torno de 20% as chances do eleitor de direita e centro direita votar em Bolsonaro.

Retórica

"O bolsonarismo fiel não tem uma fidelidade absoluta e total ao projeto bolsonarista. Mesmo os mais radicais avaliaram negativamente a gestão de Bolsonaro na pandemia e a tese da 'gripezinha'", disse a pesquisadora Esther Solano, que conduziu o levantamento da Unifesp. "É uma rachadura e uma quebra de confiança até no bolsonarismo fiel. Os 30% de apoio da base do presidente não são absolutamente coesos e não têm fidelidade total a longo prazo."

A pesquisa da Unifesp foi conduzida por meio de entrevistas em profundidade com 27 pessoas que disseram ter votado em Bolsonaro, compõem as classes C e D e moram na região metropolitana de São Paulo.

Para o cientista político Carlos Melo, os dados possibilitam deixar mais claras as divisões dentro do bolsonarismo. "O bolsonarismo é mais crítico na postura do presidente na covid-19, a economia é relativizada, e os filhos aparecem como um grande problema para o presidente, um calcanhar de Aquiles, mesmo para o grupo que votou nele."

Uma "vitória" de Bolsonaro é a retórica da dicotomia saúde versus economia. Os entrevistados têm medo da covid-19, mas têm igualmente medo do desemprego.

As pessoas gostariam de manter o isolamento, mas pensam que este é inviável para quem é pobre. "Se essa narrativa tiver mais reverberação, a base bolsonarista pode se manter estável e talvez consiga reverter a tendência de queda", disse Esther.

O auxiliar de almoxarifado Jidijá Tyaki Marques, de 27 anos, mantém o apoio ao presidente, mas "não como antes". Ele critica o episódio da "gripezinha" - foi assim que Bolsonaro se referiu à covid-19 em um pronunciamento em março. "(O governo é) Bom, mas ainda tem bastante coisa pra melhorar", afirmou.

Quem também não se arrepende do voto em Bolsonaro é Sueli Salvestro, professora de 63 anos. "Ele está se esforçando", disse a moradora de Sorocaba (SP). "Avalio que ele não tem culpa (sobre o coronavírus), que ele avisou a respeito do carnaval. Ele alertou." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mal assumiu o comando da Secretaria Especial de Cultura e Regina Duarte já adquiriu um desafeto. O arrependido da vez é do escritor Olavo de Carvalho. Ele disse nas redes sociais, na madrugada desta quarta-feira (4), que ter apoiado a indicação da atriz "parece ter sido uma cagada dele".

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A declaração de Olavo foi divulgada após rumores de que Regina Duarte teria exonerado profissionais apoiadores do guro de Bolsonaro. As confirmações das exonerações por uma suposta "divergência ideológica" foi criticada por Olavo. Ele chegou a sugerir que se Regina tem a intenção de se "livrar" dos seguidores dele, a primeira pessoa que deveria sair pasta seria ela mesma. 

“Se a Regina Duarte quer mesmo se livrar de indicados do Olavo de Carvalho, a pessoa principal que ela teria de botar para fora do ministério seria ela mesma”, escreveu. 

De fato, as demissões dos funcionários foram realizadas e publicadas no Diário Oficial da União. Entre eles, Ricardo Freire Vasconcelos, diretor do Departamento do Sistema Nacional de Cultura e Dante Mantovani, presidente da Funarte. Mantovani havia sido nomeado no ano passado. Ele chamou a atenção depois de ter expressado críticas e teorias conspiratórias a respeito do gênero musical 'rock'.

No último dia 4 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viajou a São Paulo para selar sua aliança com o empresário Paulo Skaf (MDB), presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). A agenda previa um encontro da dupla com o apresentador José Luiz Datena, nome preferido dos bolsonaristas para a Prefeitura de São Paulo, mas ele não apareceu e quem acabou se encontrando com o presidente foi o outro pré-candidato: o ex-vereador Andrea Matarazzo (PSD).

A imagem dos três conversando foi registrada pela câmera de celular e enviada a Matarazzo, que imediatamente publicou a foto em suas redes sociais. A cena foi classificada como "emblemática" no entorno do presidente da Fiesp, que vai assumir o diretório paulista do Aliança pelo Brasil tão logo a legenda bolsonarista seja registrada na Justiça Eleitoral.

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Enquanto Datena dá sinais de que não vai disputar a Prefeitura e surpreendeu ao dizer que não se considera um porta bandeira do Planalto, Matarazzo afinou o discurso com Bolsonaro e sinaliza que pode ser o único defensor do presidente nos debates eleitorais da capital.

Embora Bolsonaro diga que não pretende se envolver nas eleições municipais caso seu partido não saia do papel a tempo de entrar na campanha, seus seguidores avaliam que é preciso buscar um nome para defender o bolsonarismo e evitar que um aliado do governador João Doria (PSDB), potencial adversário nas eleições de 2022, vença a disputa no maior colégio eleitoral do Brasil.

Filiado ao PSDB por 25 anos - entre 1991 e 2016, ano que entrou no PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab. Matarazzo foi um quadro da chamada velha guarda tucana. Amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, ele hoje apresenta um discurso que destoa dos antigos companheiros.

"Não sinto nenhuma das minhas liberdades cerceadas em nada. Não tenho porque sair criticando o Bolsonaro", disse Matarazzo ao jornal O Estado de S. Paulo, na sede do PSD em São Paulo, localizado no Edifício Joelma, no centro. Embora diga que não se considera um "bolsonarista", mas um "brasileiro que tem torcido muito para o Brasil", o ex-vereador não poupa elogios ao governo federal. "Em termos de desenvolvimento econômico, eu, como industrial, tenho sentido os reflexos (da atuação do governo). A atividade econômica está voltando. Os juros para a indústria nunca estiveram tão baixos em termos nominais, fora a Selic. As reformas estão caminhando."

Quando questionado se sua estratégia é dar uma guinada à direita, Matarazzo desconversa. "Acho até interessante ver alguns personagens que a gente via de direita virarem progressistas e outros progressistas que agora fazem o discurso da violência. Sempre fui no PSDB muito discriminado por partes do partido que hoje estão na minha extrema-direita no discurso", afirmou.

Conversas

Enquanto o PT busca um nome para disputar a Prefeitura e os bolsonaristas lutam contra o relógio para criar o novo partido, Matarazzo já está montando o time de campanha enquanto conversa com potenciais parceiros de chapa. O marqueteiro Paulo Vasconcelos, que fez a campanha presidencial de Aécio Neves em 2014, vai coordenar sua comunicação ao lado do jornalista Otávio Cabral, que também trabalhou na campanha tucana daquele ano. O ex-ministro Kassab, presidente nacional do PSD, garantiu a ele que a campanha na capital receberá uma fatia generosa de recursos do Fundo Eleitoral.

Matarazzo tem dialogado com todos os nomes que se apresentam pela direita na disputa em São Paulo. Por intermédio da deputada estadual Janaína Pascoal (PSL), se reuniu com o deputado estadual Arthur do Val, um dos líderes do MBL e pré-candidato do Patriotas. Como nenhum dos dois aceitou ser vice, a articulação não avançou. "Ele tem muita experiência. É um excelente quadro para a gestão. Se os bolsonaristas votarão nele, só os bolsonaristas podem dizer", disse Janaína. Matarazzo também conversou Datena, Joice Hasselman e recebeu o deputado bolsonarista Gil Diniz (PSL) em seu programa na Rádio Capital. "Matarazzo é um dos nomes mais preparados, mas ele veio da social-democracia. Ele pode conseguir atrair uma parcela dos bolsonaristas, mas não todos", disse Diniz.

A falar sobre uma eventual polarização entre esquerda e direita na eleição da capital, o ex-vereador deixa clara sua estratégia: atacar o prefeito, Bruno Covas (PSDB), que vai disputar a reeleição, e tentar colar nele o selo de esquerdista.

"Não dá para discutir esquerda e direita na eleição de São Paulo. Quem está fazendo isso agora é essa gestão que loteou a Prefeitura para dar o tom da esquerda, enquanto a cidade está inteira esburacada. Buraco não é de esquerda ou direita", disse. Nesse ponto, Matarazzo é questionado sobre como seria criticar tão frontalmente um adversário que trava uma luta pública contra o câncer e faz uma revelação.

"Eu tive câncer há um ano e meio atrás. Fiz 30 aplicações de radioterapia e quimioterapia. O comandante quando senta no avião, ele sabe que vai entregar os passageiros do outro lado. Não vem com essa. Sou solidário. Sei o que significa isso, mas você não vai obrigado para uma campanha".

Inimigo comum

O deputado federal bolsonarista Luiz Philippe de Orleans e Bragança destaca que seu grupo ainda não tem um nome para disputar a prefeitura. "A militância que está constituindo o Aliança pelo Brasil não tem candidato escolhido", afirma. Orleans e Bragança no entanto avalia que é essencial derrotar o candidato do PT - quem quer que seja - e o candidato que receber o apoio do governador Doria, seja o prefeito Covas ou a deputada Joice.

Quando for oficializada, a candidatura de Matarazzo vai ser apoiada por ao menos um dos grupos de renovação política: o Livres. O perfil do empresário destoa do de recém-chegados à política, já que ele tem 63 anos, mais de 20 deles dedicados à vida pública. Para Matarazzo, a união ao Livres é uma via de duas mãos. "São liberais mas não são dogmáticos. Sabem que não adianta distribuir vale-creche em bairros onde a iniciativa privada não vai construir creches."

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) usou o Twitter, nesta quinta-feira (26), para comentar sobre o atentado contra a sede da produtora do canal Porta dos Fundos, na última terça (24). Para o psolista, o ataque está ligado ao fanatismo bolsonarista que tem circulado no país, alimentando a violência de grupos da extrema-direita. 

“Os discursos precedem os atos de ódio. O fanatismo bolsonarista está alimentando a violência de grupos de extrema-direita pelo país, como aconteceu no atentado terrorista contra o Porta dos Fundos”, escreveu Freixo. 

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Ainda na ótica do parlamentar, “ao não condenar esse crime, o governo compactua com um ataque grave à democracia”.

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A sede da produtora do Porta dos Fundos foi alvo de bombas de coquetel molotov na véspera da Natal. Integrantes do grupo que se autodenomina Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira reivindicaram o ataque.

O atentado ocorre após o grupo humorístico divulgar um especial, A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. Na produção Jesus aparece representado por um gay, interpretado por Gregório Duvivier, e com um namorado.

Representação revoltou religiosos, que propuseram um boicote ao serviço de streaming.  

Desde a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último dia 8, a escancarada polarização política ganhou um novo fôlego no país. Ataques feitos pelo líder petista ao que classifica como 'lado podre', em frente a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, repeliram ainda mais as alas opostas e instigou manifestações de bolsonaristas pelo Brasil, no último fim de semana.

Ao passo que a esperança da esquerda foi renovada - percebida na multidão que esteve Festival Lula Livre, ocorrido no Recife, no último domingo (17) -, a liberdade do ex-presidente também efervesceu a insatisfação dos grupos antipetistas. "Você traz um cenário de turbilhão político que só aquece a polarização. O fato de Lula estar livre, traz esperança a uma série de lulistas, mas ao mesmo tempo traz o desgosto a uma série de antipetistas", destacou o cientista político Caio Souza.

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O estudioso classifica o bolsonarismo como "um movimento de oposição a esquerda que acaba sendo fragilizado pela própria figura do presidente", e acredita que a ala não sai derrotada com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou na soltura de Lula; visto que, o benefício da prisão após o esgotamento de todos os recursos estende-se a todos, inclusive, a aliados deles.

Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

O mau do lulismo

Mesmo inelegível para 2022, sem dúvidas, o retorno de Lula fortalece as intenções da esquerda, à princípio para a retomada de prefeituras. Contudo, o destaque exacerbado da sua imagem atrapalha o processo de construção de novas lideranças. "A exaltação da figura dele, personificando a esquerda em uma pessoa é prejudicial para a própria concepção de esquerda", explicou o especialista; que continuou: "querendo ou não, o Lulismo tem esse mau. Ele causa a dependência de uma figura e uma orfandade de outros nomes que podiam se destacar na esquerda".  

Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Possível êxito de Bolsonaro

Após o atrito com os 'amigos' do PSL, o presidente Jair Bolsonaro decidiu abandonar a sigla e estrear seu próprio partido, batizado de Aliança pelo Brasil. Tal movimentação poderia enfraquecer a força do Governo no Congresso, no entanto, ele foi eleito por ser considerado uma solução contra a corrupção do PT.

Na visão do cientista, mesmo com o microfone aberto para falar "atrocidades", Bolsonaro só será enfraquecido caso os indicadores da economia não avancem. "Assim como Lula tem uma série acusações nas costas e muitas pessoas ainda o aplaudem pelos êxitos sociais que teve. Bolsonaro, por mais que as pessoas não gostem, vão aplaudi-lo se ele tiver êxito econômico", ressaltou.

Agora, resta aguardar os próximos passos dos dois líderes, Jair Bolsonaro e Lula, para observar até que ponto esse aquecimento da polarização seguirá no país e como impactará a política.

O Brasil entra no circuito mundial da direita com a realização da CPAC ("Conservative Political Action Conference"), o maior evento conservador dos EUA, pela primeira vez no País, nesta sexta-feira, 11, e sábado, 12, em São Paulo. Diferente da matriz norte-americana, que costuma abrir espaço para diversos setores da direita, a versão brasileira será circunscrita ao bolsonarismo com protagonismo da chamada "ala ideológica" ligada ao escritor Olavo de Carvalho.

Possíveis adversários do presidente Jair Bolsonaro no campo conservador, como os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), não vão participar. A pessoas próximas, Doria chegou a demonstrar interesse, mas não foi convidado. Witzel, segundo a organização do evento, alegou dificuldades de agenda. Ambos são vistos pelo Planalto como possíveis adversários de Bolsonaro na eleição de 2022. O presidente é esperado na abertura do evento. Assessores dizem que ele deve usar a conferência para dialogar com seu eleitorado mais fiel e pode radicalizar o discurso. O presidente do PSL, Luciano Bivar, teve o nome excluído da lista de participantes na quarta-feira, 9, em meio à disputa com Bolsonaro pelo controle do partido.

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Dos quatro ministros que vão participar das mesas, apenas Onyx Lozenzoni (Casa Civil) não foi indicado por Olavo. Os outros são Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Abraham Weintraub (Educação).

A realização da conferência no Brasil é parte de uma tentativa de expansão global da ação política conservadora. Antes restrita aos EUA, onde é feita desde 1973, este ano a CPAC terá versões também na Austrália, Coreia do Sul, Japão e Irlanda.

Ao todo a conferência terá 27 palestrantes, nove deles estrangeiros. Os destaques são Matt Schalpp, presidente da American Conservative Union (ACU, União Conservadora Americana em inglês); e o senador republicano Mike Lee, que já foi chamado de "o senador mais conservador dos EUA".

Cofres públicos

A expectativa dos organizadores brasileiros, liderados por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), é reunir cerca de 1.200 pessoas nos dois dias de evento. No Brasil a participação é gratuita, ao contrário dos EUA, onde os ingressos custam de US$ 55 (R$ 226) a US$ 5.750 (R$ 23,6 mil).

A organização é da ACU e da fundação Instituto de Inovação e Governança (Indigo). Vinculado ao PSL, o instituto vai arcar com todos os custos, sem patrocinadores. O Indigo é financiado com verbas do Fundo Partidário, ou seja, dos cofres públicos. No ano passado recebeu cerca de R$ 1,8 milhão. Este ano, com o crescimento do PSL, a expectativa é que o Indigo receba R$ 16 milhões. O presidente do instituto é Sergio Bivar, filho de Luciano. Segundo a assessoria da CPAC Brasil, ele não participa da organização. Sergio foi procurado mas não respondeu. A organização não divulgou o custo do evento mas informou que "haverá transparência total tão logo finalizadas todas as despesas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta segunda-feira (3) tem início a XIII Semana de Economia (SEMECO) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O evento será realizado até o dia 5 de dezembro, na instituição de ensino, bairro de Dois Irmãos, e contará com palestras, minicursos e ecogincanas realizadas na Sala de Seminários do Centro de Ensino e Graduação Obra-Escola (CEGOE).

A programação de todos os dias tem início às 18h com credenciamento e terminará às 21h30 com Coffee Break. O valor para participar de todos os dias do evento é de R$ 20 e o pagamento pode ser feito no local do evento a comissão organizadora. Para mais informações sobre o evento, os interessdos podem acessar o site da SEMECO. 

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De acordo com a coordenadora do Departamento de Economia da UFRPE, professora Chiara Araújo, a Semeco chega ao 13º ano de realização com o objetivo de discutir temas atuais no que se refere à política econômica nacional. Ela acrescenta que o evento é aberto ao público, mas tem foco em contemplar economistas e estudantes de economia. “Uma das palestras vai tratar sobre uma trajetória do lulismo ao bolsonarismo, levando em consideração o atual cenário político e da economia brasileira”, destacou a pesquisadora.

O evento foi criado em 2005 por iniciativa de um grupo de alunos do Curso de Economia, com o apoio das Professores, coordenadores e vice-coordenadores do curso no período.

Confira a programação completa do evento:

03/12 - Segunda-feira

18h - Credenciamento

19h - Abertura

19h15 - Apresentação cultural – Coral UFPRE

19h30 - Palestra com Professor Dr. e Cientista Político: Adriano Oliveira (Comentarista da CBN) - “Do lulismo ao bolsonarismo: o que esperar do futuro do Brasil?”

21h - Coffee Break

04/12

17h – Minicurso – Introdução a criptomoedas

18h - EcoGincana

19h40 - Mesa redonda com: Professor Dr. Guerino Edésio da Silva Filho (UFRPE) e Professor Dr. Luiz Flavio Arreguy Maia Filho (UFRPE) - “Uma análise da nossa atual Crise Econômica por aspectos Institucionais e Comportamentais.”

05/12

17h – Minicurso – Introdução a criptomoedas

18h - EcoGincana

19h40 - Palestra com a Professora Dra. Tânia Bacelar (Ceplan) - “Um olhar a partir do Nordeste.”

21h - Encerramento e Coffee Break (Apresentação cultural – Voz e Sanfona (Acústico)

Serviço

XIII Semana de Economia da UFRPE

De 3 a 5 de dezembro

18 às 21h30 | R$ 20

Sala de Seminários, Cegoe - Dois Irmãos, UFRPE

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