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Trezentos e sessenta e cinco dias. É este o tempo exato que falta para as eleições gerais de 2018, quando os eleitores de todo o país vão às urnas para escolher, entre outros, quem ocupará os cargos de presidente e governador. Em Pernambuco, a disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas está começando a ser desenhada com as tratativas para endossar a candidatura à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB) e as articulações de uma frente que quer desbancar o PSB da hegemonia de 12 anos à frente da gestão estadual.

Este grupo é liderado pelos senadores Fernando Bezerra Coelho (PMDB) e Armando Monteiro (PTB), além dos ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM); das Cidades, Bruno Araújo (PSDB) e de Minas e Energia, Fernando Filho (ainda no PSB). Eles intensificaram as conversas depois do ingresso de FBC no PMDB que, apesar de ser atual aliado de primeira hora do PSB, pode passar a integrar a base de oposição com a pretensão de protagonizar a disputa pelo o comando do governo. 

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A postulação, entretanto, vai ter que enfrentar o diretório estadual do PMDB que é contrário a dissolução da aliança com os pessebistas e, nos últimos dias, conseguiu duas decisões judiciais que impedem o andamento de um processo interno na legenda peemedebista solicitando a dissolução da direção do partido no estado. 

Apesar de a frente ser composta por políticos de peso, ainda não há uma definição de quem será o candidato. Há rumores de que a chapa seja capitaneada por Fernando Filho, que deve deixar o PSB e migrar para o DEM. Por outro lado também tem Armando Monteiro, considerado candidato natural ao governo. O petebista foi derrotado em 2014 por Paulo Câmara, mas ainda é uma incógnita no campo articulado por Fernando Bezerra. 

Na conjuntura atual também se vê a afirmação do PT de que disputará o cargo, mesmo nas últimas eleições tendo apresentado quadros de derrota. Nos bastidores já existe um consenso em torno do nome da vereadora do Recife Marília Arraes. A direção estadual alega, no entanto, que o momento não é ainda para discutir nomes e não confirma a participação da parlamentar. Porém também há a expectativa de que o PT se alinhe ao PSB e suba no palanque de Paulo Câmara

Já entre os partidos menores, o PSOL anunciou que vai concorrer ao comando do Palácio, mas ainda não definiu nomes. O foco principal da legenda é ampliar as vagas na Assembleia Legislativa de Pernambuco e na Câmara Federal. 

Um cenário ainda indefinido

Diante do quadro eleitoral pernambucano, a doutora em ciência política Priscila Lapa acredita que a disputa não vai ser fácil para Paulo Câmara, nem para os demais governadores do país que desejam concorrer à reeleição, uma vez que a crise econômica vai predominar o debate. 

“Os governadores estão mal avaliados e assumindo um papel de coadjuvante no dia a dia. A insatisfação com economia, o medo de ficar desempregado e não honrar com os compromissos, mesmo que haja uma sinalização de melhora, é o que predomina para o eleitor. O eleitor tende a avaliar de forma negativa quem está no poder. Não vai ser fácil a reeleição nem para Paulo nem para outros governadores”, ponderou, lembrando que em 2016 não se chegou nem a 50% de reeleições no país. 

Indagada se o apelo pelo voto oriundo do chamado eduardismo pode reverter tal dificuldade, a estudiosa argumentou que sim. “Temos uma herança forte do legado de Eduardo em Pernambuco. A figura dele era muito forte e isso pesa negativamente para Paulo, ele não tem o perfil de liderança, de encabeçar as ações como Eduardo. Mas por outro lado, Paulo também tem coisas para mostrar e o argumento de que ‘não parou’”, disse. 

“Tem o legado do partido, ninguém fica 12 anos sem nada para mostrar. Talvez o discurso do governador caminhe na linha de que é melhor apostar nos partidos que já mostraram que trabalham, com a lembrança também do eduardismo, do que apostar numa mudança, em um grupo político que ainda não tem o que mostrar. No cenário de instabilidade econômica é mais fácil o eleitor confiar em algo que já conhece do que na mudança”, complementou. 

Já sobre a oposição, Priscila Lapa ponderou que falta um alinhamento. “Será uma oposição mais ligada ao governo federal, dessa agenda de reformas, mais para o centro-direita ou se a gente vai ter uma oposição tradicional, mais popular, voltada a esquerda?”, indagou, citando as articulações do senador Fernando Bezerra Coelho. Na análise dela, apesar dos nomes que surgem como lideranças nacionais, em Pernambuco eles são pouco conhecidos.

“Depois de Eduardo tivemos dificuldade de projeção de lideranças. Na oposição temos pessoas que acabam assumindo um protagonismo nacional, mas não revertem isso no  estado. Os eleitores não acreditam que essas pessoas conseguem assumir a liderança de uma chapa. São lideranças que ainda não se estabeleceram em Pernambuco. Fernando Bezerra Coelho construiu tudo, menos consenso. Eles estão tendo dificuldades e quanto mais a oposição se fragmenta mais beneficia Paulo Câmara”, observou.

Quanto a participação do PT, a doutora em ciência política disse que não acredita em uma candidatura própria. “A oposição do PT é enfraquecida. Temos um partido que está recuperando um pouco a credibilidade, mas teve um desempenho eleitoral ruim em 2016 e perde o poder de barganhar alianças. A tendência para o PT é não ter candidato próprio e se aliar ou ao governo ao a oposição”, sentenciou.

O pensamento foi corroborado pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cientista político Adriano Oliveira. Segundo ele, em Pernambuco haverá dois palanques em 2018: o de Lula e o de Temer.  

“A eleição tende a ser nacionalizada, de um lado o candidato apoiado pelo lulismo e ancorado no eduardismo e do outro o candidato apoiado pelo Temer. Se o Temer recuperar a economia e esse candidato terá chances reais e Paulo vai buscar pelo lulismo e eduardismo. Vejo que o PT deve caminhar nacionalmente com o PSB e em virtude disso provocará a aliança estadual”, observou. 

Oliveira aposta que o candidato da oposição será Fernando Bezerra Coelho. “A oposição não decidiu ainda se vai ter candidato, embora eu acredite que deve ser Fernando Bezerra Coelho, a vida da oposição é fácil de resolver, pois existem vários cargos a ser distribuídos com as demais lideranças”, salientou o estudioso. 

As cobiçadas vagas para o Senado

Além do Executivo, Pernambuco também tem duas vagas em aberto no Senado para a disputa e alguns nomes começam a ganhar fôlego ou a despontar de forma solo. O deputado federal Silvio Costa (Avante) é um dos que pretende participar da corrida. Defensor ferrenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele vem se apresentado como o “senador de Lula” e firmando alianças pelo estado para endossar sua eventual candidatura.

Da base eleitoral, entre os nomes que despontam está o do deputado estadual André Ferreira (PSC). Ele foi um dos deputados estaduais mais bem votados em 2014 e já recebeu, inclusive, o apoio de prefeitos como o do Cabo de Santo Agostinho, da Região Metropolitana do Recife (RMR), Lula Cabral (PSB). O deputado e presidente do PSD em Pernambuco, André de Paula, está entre a lista dos cogitados para uma das vagas. Ele, porém, nega que esteja trabalhando com a intenção de compor a majoritária e alega ter como foco à reeleição para a Câmara Federal. 

Quem também pretende voltar a disputar um assento na Casa Alta é o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB). A incógnita, entretanto, é  se isto se dará pela Frente Popular de Pernambuco ou a oposição. No campo oposicionista ainda existem especulações de que o ministro Mendonça Filho (DEM) alce voos eleitorais mais altos e deixe a Câmara para concorrer ao Senado. 

Há ainda o advogado Antônio Campos que confirmou recentemente ter recebido o aval da direção nacional do Podemos para articular e lançar uma candidatura solo ao Senado em 2018, garantindo um palanque em Pernambuco para o senador Álvaro Dias, pré-candidato à presidência pela legenda.

Com as indefinições,  a expectativa no meio político é de que as definições das composições de chapas que disputarão em Pernambuco sejam efetuadas entre fevereiro e maio, quando também já terá ocorrido a janela partidária. Seguindo o calendário eleitoral de 2016, os candidatos serão anunciados oficialmente a partir de 20 de julho de 2018, quando acontecem as convenções partidárias. 

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou, na noite dessa sexta-feira (29), que Pernambuco "vive tempos desafiadores" e "precisa de mais protagonismo". A colocação foi feita durante a cerimônia em que ele recebeu o Título de Cidadão de Igarassu, na Câmara dos Vereadores da cidade. A proposição da homenagem ao líder petebista foi do vereador Izaque Leite (PTB). 

"Nós temos que, a partir da história de Igarassu, entender a dimensão dos desafios de Pernambuco. Nosso Estado vive tempos desafiadores. Pernambuco, que deu exemplos ao país, construiu as mais belas páginas da história do Brasil e foi berço de movimentos libertários. Mas Pernambuco precisa ter mais protagonismo. Estamos todos desafiados, a partir dessa história de Igarassu, a buscar inspiração para que Pernambuco possa ser conduzido a um novo patamar de crescimento e desenvolvimento”, assinalou Monteiro. 

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O senador destacou ainda que Pernambuco está desafiado a dar respostas a problemas que hoje inquietam toda a população, como na questão da segurança pública.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), presente no evento, concordou que o Estado necessita de maior protagonismo nacional. “Fico contente de ver nas palavras do senador Armando Monteiro que nós nos encontramos no mesmo caminho com a compreensão das necessidades dos pernambucanos. Dois são os pontos mais importantes para forjar a nossa vida: um, a segurança de nossas vidas. E outro, devolver a Pernambuco o seu tamanho, a sua história, a sua economia e o respeito na política nacional”, frisou.

Na solenidade, conduzida pelo presidente da Câmara de Vereadores, Elvis Henrique (PSDB), além do ministro Bruno Araújo e do prefeito Mário Ricardo, estiveram presentes os deputados federais Jorge Côrte Real (PTB) e Silvio Costa (Avante) e os deputados estaduais José Humberto Cavalcanti (PTB), Silvio Costa Filho (PRB), Bispo Ossésio (PRB), Antônio Moraes (PSDB) - agraciado com título de cidadão -, Guilherme Uchoa (PDT) - homenageado com medalha -, Priscila Krause (DEM) e Socorro Pimentel (PSL), bem como prefeitos, vereadores e lideranças do Litoral Norte.

O imbróglio gerado pela filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao PMDB de Pernambuco deve gerar um efeito mais negativo para a base governista, segundo o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). Nesta segunda-feira (25), o tucano disse acreditar que mesmo com o racha interno gerado na legenda peemedebista e a divisão diante da tese de que o partido deve disputar o governo contra seu principal aliado no estado, o governador Paulo Câmara (PSB), o impacto maior será na Frente Popular. 

"Essa é uma questão interna a ser tratada pelo PMDB. Mas eu acho que é o inverso. Um eventual impacto é maior no campo da ala governista, que contava como absolutamente certo o tempo de televisão do PMDB. Significa que há dúvidas em relação a isso agora, que vai levar um tempo para se ter clareza de como vai se chegar a uma posição a termo dessa questão. Mas no momento, independente do impacto que possa causar na eleição estadual, seja uma eventual candidatura de oposição ou na ala do governo, é uma questão interna que nós temos que respeitar. Ser discutida no próprio fórum do PMDB”, afirmou. 

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Bruno é uma das lideranças que articula a criação da frente de oposição para tentar desbancar o PSB do comando estadual. Ele participou nesta segunda da abertura do Fórum do Nordeste 2017, no Recife. Além dele, os ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM), e de Minas e Energia, Fernando Filho (ainda no PSB), também estavam no local. Eles optaram por não se posicionar sobre o assunto. Mendonça disse que “o PMDB resolverá suas as discussões”.  O mesmo foi corroborado por Fernando Filho.

Indagado sobre a avaliação de Bruno Araújo, na saída do evento, Paulo Câmara se resumiu a dizer que era “solidário a Jarbas Vasconcelos e Raul Henry” e ponderou que Pernambuco teria a perder com lideranças como eles no campo de oposição. Com o desembarque de Fernando Bezerra Coelho do PSB e o ingresso no PMDB, Raul que é presidente da legenda no estado e vice-governador virou alvo de um processo interno que pode resultar na dissolução da direção estadual. Nos bastidores, a expectativa é de que até a próxima semana a definição sobre o assunto seja tomada e já é dada como certa a intervenção, o que tiraria o PMDB da Frente Popular. 

A pouco mais de um ano da disputa eleitoral, o cenário aponta que os partidos em Pernambuco terão o desafio de aparar as arestas abertas, realinhar as alianças e amenizar a pulverização dos nomes que aparecem como opções para a disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas. Na conjuntura atual, que já começa a desenhar o perfil da disputa em 2018, rachas internos têm marcado as grandes agremiações partidárias estaduais.

O PSB, por exemplo, que tem a gerência do governo com Paulo Câmara e é o maior partido da Frente Popular de Pernambuco vem sofrendo uma baixa de aliados desde a morte do ex-governador Eduardo Campos e o início da atual gestão. A última estremecida do partido aconteceu com o desembarque o senador Fernando Bezerra Coelho para o PMDB, partido que até o momento é aliado de primeira hora da legenda pessebista e também vive um racha interno. Bezerra tem a intenção de colocar o PMDB para disputar contra Câmara e com a saída dele outras lideranças, como o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho e o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, também devem deixar as fileiras socialistas.

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A partir da desfiliação do senador, segundo o deputado federal Danilo Cabral, o PSB de Pernambuco passou a ter noção de quem dentro da legenda age como aliado ou adversário. “O que tínhamos como ponto de interrogação em Pernambuco era a permanência de Fernando Bezerra Coelho ou não no partido. No ponto de vista interno, defendíamos a decisão da saída dele e a partir disso já sabemos quem são aliados e adversários dentro do partido”, salientou em conversa com o LeiaJá

Para o parlamentar, o que ainda tem prejudicado o PSB não apenas em Pernambuco, mas também no âmbito nacional, é a “ausência de uma definição clara na linha de atuação” desde a morte de Campos. “O partido ficou fraturado, essa fratura se manifestou em vários momentos, desde a ida para o governo Temer, não apoiada internamente pela direção nacional, até o recente debate contra a privatização da Chesf. Isso tudo é fruto de uma ausência de uma posição mais clara. A expectativa é que cheguemos em 2018 com isso definido”, argumentou. 

A definição ressaltada por Cabral diz respeito ao realinhamento das ideologias partidárias junto ao campo de esquerda, o que faz a legenda se reaproximar do PT, outra discussão em voga em Pernambuco. “Tivemos um ponto fora da curva, mas nos realinhamos. A esquerda é o nosso campo histórico. O PSB é anterior ao PT e tantos outros partidos de esquerda”, disse o deputado.  

A recondução ideológica, no entanto, não quer dizer que seja reflexo de uma aliança com o campo petista, mesmo com a abertura de diálogo entre Paulo Câmara, que lidera a Frente Popular, e nomes como o do ex-presidente Lula, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e outras figuras petistas.  

“Paulo é mais reservado, mas ele pratica este diálogo para que mesmo em um ambiente diferente haja uma convergência. Isso vai levar a uma aliança? Não dá para dizer. A manifestação da direção do PT é contra. Tem gente que questiona também no PSB. Vocês vão ter muitas águas rolando até 2018”, disse Danilo.  

Mais uma tentativa de eleição com unidade no PT

Se o PT irá marchar junto com o PSB em 2018 ou não, depois das conversas travadas entre as lideranças das duas legendas, ainda não sabemos, porém os petistas já se articulam para  um movimento contrário com a defesa da candidatura da vereadora Marília Arraes para o governo. A participação na corrida eleitoral com a disputa majoritária, segundo o presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, já é consenso.

“É uma decisão que uniu todo o partido. Temos uma unanimidade no diretório estadual. Apresentar uma candidatura própria não é só uma candidatura, a esquerda tem uma missão de propor ao povo pernambucano uma saída para este retrocesso que essas forças que impuseram ao estado”, salientou, em crítica direta a Paulo Câmara. Para Bruno, a reaproximação com o PSB não passa de especulação.   

“Nós continuamos com a mesma posição de oposição ao governo do PSB. Há muitas distâncias tanto nas posições gerais que o PSB assumiu nos últimos anos ao se afastar de Dilma, ao votar em Aécio, ao voltar no impeachment e em questões locais, que a gente tem discordâncias. Há vários aspectos da gestão, segurança, educação, saúde, enfim, as distâncias são grandes”, garantiu em entrevista recente.

Para o senador Humberto Costa (PT), entretanto, não há como dizer que as portas para o PSB estão fechadas, entretanto, no momento ele não vê “como se construir” uma reaproximação com os socialistas. “Agora, obviamente que nós não fechamos nenhuma porta. Politicamente, sempre tivemos nos últimos anos muito mais aproximação com Armando Monteiro [senador do PTB], mas também no momento em que estamos vivendo hoje, essa aproximação deixou de existir nos termos que existia anteriormente. Então, tudo é incerteza. Mas, eu acho difícil. Se as eleições fossem hoje, o PT necessariamente teria um candidato”, declarou.

A reação do PT diante de Armando diz respeito a aproximação dele com o campo ligado a Fernando Bezerra Coelho, que luta para comandar o PMDB em Pernambuco e montar um campo de oposição que barre a reeleição de Paulo Câmara. Além de Armando, os ministros das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), e da Educação, Mendonça Filho (DEM), também alicerçam o debate liderado por Coelho. 

PMDB: da manutenção da aliança com Paulo ao desejo de FBC de disputar o governo

Caso a investida de Fernando Bezerra vingue, a direção estadual do PMDB, comandada pelo vice-governador Raul Henry, e o poder de condução política do deputado Jarbas Vasconcelos serão diluídos. Se por um lado, a cúpula pernambucana peemedebista é contrária às articulações do senador, por outro ele já conseguiu o apoio do presidente nacional, senador Romero Jucá (RR) e vem, no estado, angariando lideranças de outros campos de oposição para montar uma frente contra Paulo Câmara

Acusado de traição por Jarbas, Fernando Bezerra nutre o desejo de disputar o governo desde 2014, quando ainda era do PSB e foi preterido na disputa por Eduardo Campos. Para o senador, a “ficha” dos novos correligionários “vai cair”. “É verdade, temos um projeto para Pernambuco, mas não será de uma pessoa, um grupo ou partido. É o projeto de uma frente política. Certo que caberá ao PMDB um papel de destaque”, declarou recentemente o político petrolinense. 

Nos bastidores do PMDB, há quem já pregue a vitória de Fernando Bezerra e diante disso, Jarbas Vasconcelos já pontuou que não pretende deixar a legenda. No entanto, também tem lideranças, como o deputado federal Kaio Maniçoba que descarta o cenário. “A entrada de Fernando Bezerra está gerando este incômodo. Se ele quiser se manter filiado, que fique, mas estamos trabalhando para manter a aliança com o governador e a Frente Popular de Pernambuco. Se a tese dele vier a acontecer vai gerar um mal estar grande, mas não trabalhamos com esta hipótese. Em momento algum imaginamos ter que sair do partido ou que o comando do partido", frisou. O processo que pode impulsionar a atuação do senador no campo peemedebista está sob análise do Conselho de Ética do partido e ainda não tem data para ser finalizado.

PSDB: disputar ou firmar aliança?

Não distante dos rachas partidários, o PSDB também está na berlinda com a indefinição se vai concorrer majoritariamente ou firmando alianças. O ministro Bruno Araújo já vinha sendo cogitado para o governo, mas com as investidas de Fernando Bezerra ele vem sendo ventilado como opção para o senado, a partir de um acordo político com o PMDB. Recentemente, Araújo disse ao LeiaJá que estava à disposição do partido, mas a discussão em torno do nome dele perdeu fôlego. A postura do ministro e da direção estadual tucana, instigou o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, a oficializar a pré-candidatura ao governo pelo partido em forma de protesto, expondo a divisão de teses. 

Nesta sexta-feira (22), Gomes criticou a falta de diálogo interno para o pleito que se aproxima e ponderou a necessidade do partido “assumir  a sua maioridade” no estado, deixando de ser “coadjuvante e força auxiliar”. 

“Como um grande partido nacional que já governou o país e tem candidato a presidente, o PSDB deve assumir a sua maioridade em Pernambuco. Deixando de lado este papel de coadjuvante e de força auxiliar. Isso aconteceu na aliança para eleger Eduardo, Paulo e agora, sem discussão alguma, lideranças isoladas do partido fazem questão de negociar espaço numa chapa liderada por Armando [Monteiro] ou Fernando [Bezerra Coelho]”, salientou.  Gomes disse que “como cidadão sente uma decepção grande de como a política no estado vem sendo conduzida” e argumentou que poderia ser candidato a deputado estadual, federal, senador, mas “pela indignação e decepção” quer concorrer ao Governo.

O LeiaJá não conseguiu contato com o presidente estadual do PSDB, deputado Antônio Moraes, até o fechamento desta matéria. Em novembro, o PSDB tem um Congresso Estadual onde deve definir a postura política para 2018. 

Encontrar modelos transexuais ainda não é tão comum no mundo da moda. Para combater o preconceito e ajudar a dar uma maior visibilidade aos transgêneros, a modelo tailandesa e transexual Peche Di, 27 anos, teve a ideia de criar a ‘Transmodels’, primeira agência de modelos trans em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

A agência atualmente trabalha com 19 modelos, alguns homens, mas principalmente mulheres e pessoas que não se reconhecem como homem nem como mulher.

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Entre as modelos está Dusty Rose, que nasceu homem no estado rural do Alabama, e pulou de alegria ao descobrir através das redes sociais a `Transmodels’, após muita rejeição e discriminação. Dusty sonha em um dia ser uma ‘angel’ da Victoria's Secret, as modelos da célebre marca de lingerie. Confira mais dessa história e da trajetória da ‘Transmodels’ a seguir:

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O alinhamento dos partidos contrários à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB) tem se intensificado nos últimos dias. Para reforçar a postura, o grupo composto por lideranças como os senadores Armando Monteiro (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PMDB), além dos ministros Bruno Araújo (PSDB - Cidades) e Fernando Filho (PSB - Minas e Energia), participou da Missa do Vaqueiro de Canhotinho, no Agreste pernambucano, nesse domingo (10). 

As lideranças foram recebidas pelo prefeito Felipe Porto (PSD) e o deputado estadual Álvaro Porto (PSD). Também estiveram presentes os deputados estaduais Silvio Costa Filho (PRB) e Priscila Krause (DEM). Durante a passagem deles pela cidade, não faltaram críticas a Paulo Câmara. 

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Diante da afirmação de Álvaro Porto de que embora a missa esteja no calendário oficial de eventos de Pernambuco, o governo “Paulo Câmara não destinou nem um centavo à festa”. “A festa vai ser maior ainda daqui a dois anos, quando não estiver governando esse Estado esse governador inoperante que aí está. A Missa do Vaqueiro é a voz de Pernambuco que clama por mudança e nós vamos mudar”, disparou o senador Armando Monteiro, classificando como um “quadro de mediocridade” a “vida política” de Pernambuco.

Novas forças até outubro e nomes em fevereiro

A expectativa do senador Fernando Bezerra Coelho é de que a frente opositora a Paulo Câmara seja composta por PMDB, PSDB, DEM e PTB. Já a definição de quem serão os candidatos deve ficar para fevereiro. “A frente deve ser definida até final de outubro. A partir daí iremos apresentar para a reflexão dos pernambucanos uma espécie de proposta”, salientou o senador. 

Caso Armando confirme a convergência, outros três partidos podem ser aglutinados ao grupo: PRB, Podemos e Avante. O senador petebista é considerado candidato natural ao cargo de governador e já disse que descarta disputar na vaga de vice. 

Presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro acredita que os senadores Fernando Bezerra Coelho (PMDB) e Armando Monteiro (PTB), além dos ministros Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Fernando Filho (ainda no PSB), estão organizando um “arranjo eleitoral” e “fingindo” fazer oposição ao governador Paulo Câmara (PSB). Sob a ótica do petista, os cinco políticos compõem um palanque “em torno de uma mesma ideia” já pregada pelos pessebistas. 

“As forças em Pernambuco que articularam o golpe agora estão divididas. Estão se realinhando. Há uma nova direita que se agrupa com Fernando Bezerra, Bruno Araújo, Mendonça e Armando Monteiro. São os que representam este modelo de país que Temer e o PSDB impuseram com o golpe parlamentar de um lado e o PSB que também apoiou a fraude do impeachment do outro”, frisou, ao comentar o anúncio do PMDB de que vai concorrer ao Palácio do Campo das Princesas em 2018.

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“Na verdade são arranjos eleitoreiros, acomodações para disputar o poder em torno de uma mesma ideia. Todos eles representam o Brasil de Temer, que eles forçaram e impuseram ao povo brasileiro… Essas pessoas estão no mesmo arranjo eleitoral e fingindo que estão na oposição”, acrescentou o dirigente. 

Bruno Ribeiro afirmou que o PT segue firme na articulação pela candidatura própria. “É uma decisão que uniu todo o partido. Temos uma unanimidade no diretório estadual. Apresentar uma candidatura própria não é só uma candidatura, a esquerda tem uma missão de propor ao povo pernambucano uma saída para este retrocesso que essas forças que impuseram ao estado”, salientou. 

O dirigente, entretanto, desconversou ao ser indagado sobre se a vereadora do Recife Marília Arraes seria realmente a candidata. “É um dos grandes nomes que temos no PT, um quadro querido, mas ainda não estamos na fase de discutir nomes. Marília é uma das possibilidade, temos outras”, disse. Nos bastidores, Marília vem sendo apontada como única opção mais viável da legenda. 

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O Ministério das Cidades anunciou investimento de R$ 1,03 bilhão para obras de saneamento básico e de infraestrutura em áreas de morro. O ministro Bruno Araújo assinou a entrega dos recursos em evento na manhã desta quinta-feira (24).

Um total de R$ 900 milhões será direcionado para obras de saneamento em cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), além de Goiana, na Mata Norte do estado. O recurso foi liberado em convênio entre o Ministério das Cidades e a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e serão executados através de parceria público-privada. Desse valor, R$ 406 milhões serão investidos construção de redes de coleta e tratamento sanitário do Recife.

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O ministro alegou que o modelo de parceria foi escolhido devido à celeridade. “Se nós fossemos aguardar as intervenções somente com recursos públicos, levaríamos décadas e décadas para a universalização do saneamento na Região Metropolitana do Recife. A previsão é que isso seja realizado nos próximos quatro anos”, disse Bruno Araújo.

Já os R$ 125 milhões restantes vão para construção de muros de arrimo, instalação de tela com argamassa, rampas e escadarias de acesso, drenagem e pavimentação na capital. Para o uso desse recurso foi firmada uma parceria entre o Ministério das Cidades e a Prefeitura do Recife.

De acordo com a Prefeitura do Recife, com o valor será possível a eliminação definitiva de 1787 pontos de risco, com ações em 77 localidades, beneficiando mais de seis mil pessoas. “A previsão é que em 90 dias, após todo o processo de licitação, as obras já possam ser iniciadas e algumas delas serem concluídas durante o verão deste ano”, afirmou o prefeito Geraldo Julio.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), anuncia, na manhã desta segunda-feira (14), a liberação de R$ 5,25 milhões de recursos para a retomada de obras do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) em Água Preta, na Mata Sul de Pernambuco.  Os recursos serão destinados para recuperação 252 unidades habitacionais de 3 módulos contíguos do Projeto Água Preta, que sofreram avarias após invasões. O empreendimento é integrante da Operação Reconstrução, realizada em 2010, para atender aos desabrigados das enxurradas ocorridas naquele ano.

Ainda em Pernambuco, às 15h, o ministro vai autorizar a contratação da 2ª etapa do Plano de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Pernambuco, durante uma cerimônia em Jaboatão dos Guararapes.

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A 2ª fase do Plano de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Pernambuco é um convênio com o Ministério das Cidades, inserido no PAC 2, e terá a elaboração de projetos básico e executivo das unidades demandadas e da remediação de lixões, com base nos pré-projetos. Os municípios que serão objetos de licitação são: Paulista, Abreu e Lima, Itapissuma, Itamaracá, Araçoiaba, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Moreno e Recife.

Depois de partidos do Centrão aumentarem a pressão para o Palácio do Planalto redistribuir cargos e ministérios de partidos "infiéis", Bruno Araújo, tucano que comanda a pasta de Cidades, disse nesta quinta-feira, 10, que sua eventual saída "não tira um segundo de sono" da sigla e dele.

A bancada do PSDB ficou dividida na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, em 2 de agosto. Com quatro ministérios, o partido teve 22 parlamentares votando com o governo e 21 contra - quatro se ausentaram.

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"O PSDB, quando foi para o governo, foi para ajudar a fazer uma mudança que acreditava ser necessária para o País. Não foi por cargos. Foi para emprestar sua credibilidade, sua história, e é assim que o PSDB se mantém", disse Araújo, em São Paulo. "Isso (sua eventual saída) não tira um segundo de sono do partido e muito menos meu", afirmou Araújo.

Obras

As declarações foram dadas em um evento na Prefeitura de São Paulo na manhã desta quinta-feira, em que o ministro anunciou a liberação de R$ 750,5 milhões para a gestão João Doria (PSDB) tocar obras de proteção a encostas, drenagem urbana e construção de unidades habitacionais.

O anúncio ocorre dois dias após o presidente Michel Temer, em visita à capital, elogiar a "visão nacional" do prefeito Doria e acirrar as especulações acerca de sua candidatura à presidência.

Os recursos chegam após a Prefeitura anunciar um corte de investimentos em obras de R$ 4,5 bilhões neste ano.

Araújo afirmou que os recursos foram liberados após uma revisão nos contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) assinados por sua Pasta com Estados e municípios.

Prefeito de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, Luciano Duque (PT) afirmou que não tem do que reclamar do governo do presidente Michel Temer. Apesar de comporem campos políticos opostos, o petista pontuou que a captação de verbas federais para o município continuou no mesmo ritmo de quando o país era administrado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

“Não vejo diferença com relação a liberação de recursos. Continuo captando recursos. Não tenho tido dificuldade, a relação é extremamente republicana com os ministros, principalmente Bruno [Araújo - Cidades] e Mendonça [Filho - Educação]. Não tenho do que reclamar”, pontuou em entrevista ao LeiaJá. “Agora tudo o que estamos fazendo hoje é fruto de um planejamento e de captações de lá atrás”, acrescentou.

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Salientando que as verbas de hoje são de recursos antigos, Luciano Duque disse que os novos prefeitos, com mandatos iniciados em janeiro deste ano, vão ter mais dificuldades. “Os prefeitos que assumiram agora estão com uma dificuldade enorme, não estão conseguindo captar recursos e realizar obras”, cravou. 

Já no âmbito estadual, fazendo referência ao Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM), Duque disse que o governador Paulo Câmara (PSB) prometeu concluir o repasses aos municípios, mas segundo ele alguns estão travados. “Sei que o Estado está passando por um momento difícil, mas os municípios ficam com obras paralisadas. Por exemplo, tenho um terminal de transporte alternativa está lá quase pronto, mas a construtora não concluiu ainda porque falta o pagamento de uma parcela”, ressaltou, dizendo que não era uma reclamação direta à gestão estadual.

Questionado sobre como estava a situação financeira de Serra Talhada, o prefeito destacou que “desde 2016 vem passando por um momento de redução de receitas”, mas a expectativa é que 2017 dê bons resultados. “A crise federal repercute muito nos municípios. A economia travou. A cidade estava em crescimento, mas em função da crise o setor de construção civil, que era o que mais empregava, houve uma redução”, explicou. 

“Alguns setores estão animados e outros não. O setor de agricultura, por exemplo, retomamos agora depois de 6 anos de perdas com a seca. Sempre procuramos não desanimar. Desde 2013 fizemos um planejamento estratégico naquilo que o governo oferecia de recursos e captamos diversos deles. Quando a economia está parando nós estamos tentando investir”, acrescentou o petista.

Luciano Duque cumpre o segundo mandato à frente da gestão de Serra Talhada e disse que não pretende disputar um cargo de deputado estadual em 2018, como especula-se nos bastidores. Além disso, ele também negou que esteja de saída do PT.

A postura dos deputados federais do PSDB diante da votação que abriria ou não um processo contra o presidente Michel Temer (PMDB), por corrupção passiva, trouxe à tona um racha na legenda. A fissura já vinha sendo exposta desde que a denúncia foi feita e se iniciou um dilema sobre o desembarque ou não da legenda do governo, mas na votação, quando 21 dos 47 parlamentares [sendo que quatro estiveram ausentes] se colocaram contra o arquivamento, a divisão do colegiado ficou mais latente. 

O cenário, sob a ótica do deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), é reflexo da “falta de diálogo” e do “esgotamento” interno. “Acredito que esta falta de discussão interna nos levou para este caminho. Para entrar no governo não houve discussão profunda, o que houve foi movimento de alguns setores que aceitaram os cargos e depois levou a decisão para o partido. Agora quando vem esta denúncia, grave contra o presidente, que nós queiramos que fosse esclarecida, esta fratura ficou exposta, digamos. Falta uma discussão mais profunda sobre as decisões e há um esgotamento interno”, observou.

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Sobre a eventual influência desse esgotamento para as eleições de 2018, o deputado frisou que ainda dá tempo de corrigir. “Vai ter algum tipo de interferência se não houver um discussão mais aberta, mas tem tempo para poder sanar isso”, pontuou.

Betinho Gomes é um dos que defende que o PSDB entregue os cargos ocupados no Governo Federal. Entretanto, ele deixou claro que isso não quer dizer que o partido passe a ser oposição. “O PSDB deveria entregar os ministérios e continuar apoiando o que for bom para o país, sem precisar assumir os custos e desgastes de qualquer tipo de posicionamento. É bom fazer essa distinção. Nosso adversário é o PT. Ele fez muito mal ao país. Aliás, é bom dizer também que o próprio PMDB deu sustentação ao PT e sabia que estava fazendo coisas erradas na economia”, destacou. 

Quanto à postura dos deputados federais da bancada tucana, Betinho admitiu o desgaste. “Há um racha. Uma divisão muito clara que precisa ser enfrentada. Acho que o PSDB deixou-se levar pela posição de compreender que para ajudar o país precisa ter ministérios e cargos,  mas outra parte acha que não”, disse. Indagado se ele, Daniel Coelho e Bruno Araújo, que compõem a bancada do PSDB estadual chegaram a alinhar alguma vez o voto, ele negou. 

“Nós não nos reunimos para discutir o voto de cada um, isso foi feito na esfera maior, a nacional. Bruno cumpriu o papel dele, se ele quisesse fazer diferente tinha que deixar o ministério”, declarou. “Já eu, como justifiquei ontem, usei a mesma métrica de Dilma [Rousseff], [Eduardo] Cunha e agora Temer, não pode ter dois pesos e duas medidas”, acrescentou.

Após a vitória na Câmara, o presidente Michel Temer já se prepara para enfrentar uma nova batalha política: a demanda dos deputados do centrão por mais espaço ministerial. Eles cobram do governo os cargos ocupados pelo PSDB. Os tucanos têm quatro ministérios. Como a bancada do PSDB orientou voto contra Temer, deputados do centrão defendem que o presidente diminua o tamanho do PSDB no governo, em retaliação.

Auxiliares do presidente admitem que Temer terá de discutir um redesenho do governo, mas que nada ainda foi decidido. Deputados do centrão argumentam terem sido os principais apoiadores do presidente na votação da denúncia por corrupção passiva contra Temer. A principal demanda deles é o ministério das Cidades. Hoje, a pasta é comandada pelo tucano Bruno Araújo.

Uma das bancadas que está de olho na pasta é o PSD. O partido tem o Ministério da Ciência e Tecnologia, ocupada por Gilberto Kassab. Mas deputados do PSD disseram ao blog que preferem Cidades, que atende aos municípios com liberação de recursos- crucial para os deputados às vésperas da eleição de 2018. Os prefeitos são cabos eleitorais importantes de deputados.

O problema, segundo os relatos, é que Kassab estaria resistindo a reassumir Cidades. Ele já ocupou o posto quando foi ministro do governo Dilma Rousseff. O ministro Bruno Araújo disse que a discussão sobre Ministério quem faz é o partido. "Não é o ministro com o presidente. É o PSDB com o presidente. A prioridade agora é reconstruir pontes dentro do partido entre os diferentes grupos".

Outra disputa, embora velada, será pelo protagonismo na retomada da agenda econômica, com foco na reforma da previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quer liderar o processo, demonstrando ter força no Legislativo, junto aos deputados, para aprovar a reforma da previdência.

Maia diz a aliados ter capital político para conduzir o processo, e seus aliados apostam no desgaste do governo junto à Câmara após a derrubada da denúncia. Mas o presidente da Câmara vai enfrentar o plano do governo: Temer tem dito não ter apego ao cargo - mas o que pode fazer no cargo em relação à economia.

Ele tem argumentado a aliados que, passada a denúncia, daria prosseguimento às reformas. Temer diz que quer passar para a História como o presidente que "transformou", que tirou o Brasil da crise econômica.

COM A EQUIPE – O presidente Michel Temer reuniu ministros e assessores no Palácio do Planalto para assistir à sessão da Câmara destinada à votação da denúncia por corrupção passiva contra ele. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), responsável por consolidar os mapas da votação elaborados por deputados da base, Moreira Franco (Secretaria-Geral), Henrique Meirelles (Fazenda), Sergio Etchegoyen (GSI), Torquato Jardim (Justiça) e Raul Jungmann (Defesa) acompanharam a sessão ao lado do presidente, assim como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Blairo Maggi (Agricultura) também passou pelo gabinete de Temer.

A versão de Sebastião – Único secretário estadual a se licenciar do cargo para votar na sessão destinada a votar o pedido de investigação do presidente Temer, Sebastião Oliveira, dos Transportes, disse ao blog que o governador Paulo Câmara, cujo partido, o PSB, fechou questão contra o Governo, entendeu a sua situação. “Reassumi a pedido do meu partido”, afirmou Sebastião, referindo-se ao PR, que, ao contrário do PSB, votou fechado com o Governo.

Relator misterioso - O relator da Lava Jato no STF, ministro Luiz Edson Fachin afirmou, ontem, que assim que a Câmara dos Deputados tomar uma decisão sobre o prosseguimento ou não denúncia contra o presidente Michel Temer vai se manifestar sobre os próximos passos do inquérito. Indagado por repórteres, Fachin não quis explicar quais são as regras e o que poderia ocorrer na hipótese de a denúncia ser arquivada pelos deputados federais. "Assim que a Câmara tomar lá uma decisão, eu vou ordenar o processo em seguida. Mas não vai demorar muito, tá bom?", limitou-se a dizer.

Erro da oposição – Antes mesmo de iniciar a votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara, deputados da oposição admitiam que o cenário era amplamente favorável ao presidente. A primeira derrota dos oposicionistas foi não conseguir impedir o governo de alcançar o quórum de 342 deputados para dar início à votação, o que aconteceu por volta das 12h30. "Perdemos", afirmou o deputado Sílvio Costa (PTdoB). Segundo ele, a oposição errou ao se inscrever para fazer discursos e, assim, contribuir com o quórum. Ele também afirmou que o governo foi bem-sucedido em convencer deputados dissidentes da base, como do PSDB, a marcar presença mesmo que votassem contra Temer.

Imposto Único – De volta à Câmara dos Deputados no lugar de Kaio Maniçoba (PMDB), que assumiu a Secretaria estadual de Habitação, o deputado Luciano Bivar (PSL) disse, ontem, ao blog, que uma das suas principais iniciativas no mandato será restaurar o projeto de sua autoria criando o chamado Imposto Único. “Seria a melhor saída para reduzir a carga tributária no País”, diz. Na votação de ontem, Bivar votou contra a investigação do presidente Temer.

CURTAS

ARTISTAS – Caetano Veloso e Paula Lavigne lideram desde o mês passado um movimento de artistas e profissionais da TV e da música que se manifestam pelo "Fora, Temer", pedindo que a Câmara dos Deputados aceite a denúncia contra Michel Temer. As postagens do grupo se tornaram mais frequentes.

TUCANOS – Os dois deputados da bancada do PSDB de Pernambuco na Câmara dos Deputados – Daniel Coelho e Betinho Gomes – votaram pela investigação do presidente Temer. Já o deputado Jorge Corte Real, do PTB, votou a favor de Temer. Jarbas Vasconcelos manteve a palavra e quando chamado a votar disse apenas um seco “não” à aprovação do relatório.

Perguntar não ofende: Temer começa a nova fase do seu Governo com uma minirreforma ministerial?

Os ministros que estão licenciados dos cargos de deputados federais devem deixar os postos para voltar a Câmara dos Deputados na próxima semana, quando ocorrerá a votação da admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), por corrupção passiva. Segundo o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), os parlamentares estão firmando um acordo diante da possibilidade do peemedebista ser investigado. 

"Haverá uma decisão coletiva. E um saindo, sairão todos. E é possível que todos os ministros que têm mandato na Câmara dos Deputados saiam, retornem ao Congresso Nacional para votar semana que vem. É factível, é possível", declarou o tucano.

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Argumentando pela estabilidade do país, Bruno Araújo afirmou que existe uma visão distorcida sobre a votação, quando se acredita que ela determinará ou não a abertura do processo. “Essa é uma visão distorcida. Votar contra não significa o processo ser arquivado. Votar contra significa o processo começar no dia 1º de janeiro de 2019 [quando acaba o mandato de Temer] e permitir que o país respire e ajude a sair dessa grave crise", defendeu. 

Em resposta às provocações do deputado Silvio Costa (PTdoB), que chegou a dizer que gostaria de ver se os deputados favoráveis ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) seriam contrários a abertura do processo contra Temer, Bruno Araújo foi taxativo e disse que a população foi quem destituiu a petista. 

“Quem tirou a Dilma não foram os votos da Câmara dos Deputados, foram as milhões de pessoas que foram às ruas pedir para ela sair e não estão fazendo o mesmo em relação a Temer. Não porque queiram ou não queiram  Temer, mas por uma concepção madura de que o país está muito ferido e precisa chegar em 2018, nas eleições presidenciais. Todo mundo sabe que a Dilma caiu porque além de processos claros de corrupção que avançam, ela meteu a mão na economia brasileira”, bradou. 

Sem anunciar novidades, o governador Paulo Câmara (PSB) aproveitou a abertura do IV Congresso Pernambucano de Municípios, nesta terça-feira (25), para fazer um balanço das ações da gestão estadual, reforçar a tese de que mesmo com a crise financeira nacional os investimentos estaduais continuam acontecendo e pontuar que “os cortes precisam ocorrer, mas os serviços básicos não podem parar”. 

“Não está fácil para ninguém, diante de um cenário econômico tão adverso. Nunca passamos tanto tempo em recessão, a receita parou no tempo e isso fez com que a gente tivesse que trabalhar de maneira muito responsável e determinada. Pela parada de investimentos públicos, que não foram continuados, Pernambuco atingiu a marca de 151 mil postos de empregos desativados”, observou o governador diante de uma plateia repleta de prefeitos. 

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Ao contrário das últimas três edições do Congresso, quando foi sempre anunciado o início de uma nova etapa do Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM), Paulo Câmara usou o discurso para salientar que o “cenário é desafiador”, mas ele “sempre procura ver o que é possível fazer chegar na ponta”, ou seja, nas cidades. De acordo com o governador, por exemplo, quando ele anunciou o aumento de impostos como o ICMS e o IPVA “foi com um olhar federativo”.

“No momento que estamos passando de uma crise econômica, política e federativa é fundamental discutir o futuro, afinal moramos nas cidades. Todos os encaminhamentos para as cidades passam pela unidade, por sentar à mesa. Passam por gestão, mas principalmente pela política e Pernambuco tem a tradição e faz política com p maiúsculo”, argumentou, ressaltando que 2015 foi um ano duro e 2016 pior do que ele.

“Não podemos deixar nossos estados e municípios se desequilibrarem. Os cortes precisam ocorrer, mas os serviços básicos precisam acontecer. Falo isso porque em nenhum momento deixamos de investir em educação, sempre 26%, e saúde, sempre 15%. Isso vale também para área de segurança, nosso grande desafio. Ou seja, comprometimento com saúde, educação e segurança comprometem mais de 50% do nosso orçamento”, acrescentou o governador. 

Paulo Câmara ainda destrinchou sobre os investimentos que a gestão vem fazendo no estado, citando as obras da Adutora de Serro Azul, a continuidade do FEM 3, para os municípios que concluírem a etapa anterior; a finalização dos corredores de transporte leste/oeste e norte/sul, além das ações de segurança pública. 

“Isso vale para o Pacto Pela Vida, nosso maior desafio. A segurança tem sido olhada todos os dias, com o máximo de atenção. Vamos investir mais de R$ 4 bilhões com segurança e a partir de 2018 vamos ter concurso todo ano para Polícia Militar com pelo menos 500 vagas. Nosso estado é maior do que qualquer crise. Quero governar com o apoio de vocês e o Pernambuco em Ação vai dar a garantia de que os investimentos não podem faltar. Quando encerrarmos o programa vamos ter anunciado mais de R$ 1 bilhão de investimentos nas cidades de todas as regiões”, observou. 

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Cobrança por mais

Após a abertura do evento, que durou mais de duas horas, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), disse que compreende o discurso de balanço do governador e do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), também presente na solenidade, mas afirmou que "é preciso mais". Patriota também pontuou a necessidade de deixar as "brigas miúdas de lado por Pernambuco".

"Como o município não tem autonomia financeira fica sempre esperando que chegue socorro e mais recursos. Sabemos que o aperto fiscal é de todo mundo, compreendemos o aperto fiscal que a União e o Estado estão passando, mas sempre queremos mais. Esta cobrança não é partidária, ela é a partir da necessidade do povo que está perto do prefeito. É natural que se tenha esta aparente tensão de necessidades. Todos os serviços do município não podem ser interrompidos", declarou. "Precisamos de equilíbrio e serenidade para encarar este momento que estamos passando, não é nada fácil", completou Patriota.

Congresso Pernambucano dos Municípios

O evento segue até a próxima quinta-feira (27) e tem como tema principal: “A cidade que queremos”. De acordo com a Amupe, durante os três dias serão realizados 28 painéis sobre temas diversificados, como saúde pública, transparência e controle social, iluminação, desenvolvimento sustentável e financiamento da educação.

Em paralelo aos painéis outros eventos também vão acontecer, como o Encontro Regional de Consórcios Públicos, apresentação de boas práticas de gestão municipal, lançamento do plano safra 2017-2018 e Fórum Internacional Implementando Cidades Sustentáveis. 

Os municípios de estados que decretaram calamidade por conta de enchentes - como os de Pernambuco, Santa Catarina, Alagoas e Rio Grande do Sul - terão prioridade no programa Cartão Reforma, do Ministério das Cidades. O anúncio foi feito pelo ministro Bruno Araújo (PSDB), nesta terça-feira (25), durante um evento no Recife. Apesar de serem os primeiros beneficiados, os municípios em estado de emergência, vão ter que aguardar o lançamento oficial do cartão, já adiado diversas vezes e ainda sem data prevista para acontecer.

"O Cartão Reforma será lançado em Caruaru e na vamos abrir imediatamente o sistema do ministério para um atendimento emergencial aos estados que foram atingidos pelas chuvas, que estão em calamidade.  Serão 25 milhões para Pernambuco. E na semana seguinte, abriremos para o restante do Brasil. Nós estamos esperando só Caruaru", declarou, durante a abertura do Congresso Pernambucano de Municípios. 

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A nova data para o evento em Caruaru será marcada, de acordo com o ministro, apenas após a votação da admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), por corrupção passiva, na Câmara dos Deputados. A apreciação está prevista para o dia 2 de agosto, quando encerra o recesso parlamentar.  

Durante a fala para uma plateia de prefeitos pernambucanos, o auxiliar do presidente também aproveitou para fazer um balanço das atividades da pasta em Pernambuco e pontuar que o país está se recuperando da crise econômica. 

“Há um ano e três meses tínhamos um cenário de absoluta inadimplência no Ministério das Cidades. Neste período são R$ 1,2 bilhões repassados aos municípios de Pernambuco de maneira direta e indireta. Pela primeira vez temos todas as emendas pagas aos deputados federais independente de posicionamento político e partidário. Temos certeza que vamos virar a página desta grave crise e voltar a gerar emprego e renda”, destacou o tucano.

A agenda do presidente Michel Temer (PMDB) em Pernambuco, prevista para esta quarta-feira (19), foi adiada. O peemedebista iria participar da entrega do primeiro Cartão Reforma em Caruaru, no Agreste do estado, mas o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), alegou que não houve tempo hábil de logística para a organização da cerimônia e, por isso, foi remarcada para a próxima terça-feira (25). 

Em nota encaminhada à imprensa, o Ministério das Cidades disse que “em virtude da confirmação de participação do Excelentíssimo Sr. Presidente da República, Michel Temer, no evento de entrega do primeiro Cartão Reforma, em Caruaru (PE), informamos o reagendamento para a próxima terça-feira (25), às 10h, atendendo às orientações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República para viabilização de logística e protocolo de deslocamento da Comitiva Presidencial”.

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Esta não é a primeira vez que a entrega do Cartão Reforma é adiada. O evento estava inicialmente previsto para acontecer em maio, mas com a expectativa de que a crise política seria amenizada e o presidente pudesse participar com tranquilidade do lançamento efetivo do programa, visto como um dos carros chefes da gestão, ela foi sendo postergada. 

O Cartão Reforma servirá para, entre outras iniciativas, a construção de novos cômodos, a finalização das casas (como pintura e reboco) e instalações elétricas. Podem se inscrever famílias que tenham a renda de até 3 salários mínimos, ao menos um celular e que a residência seja fixa, além disso não haverá consultas ao SPC e Serasa. 

De acordo com a gestão, o valor do benefício é de no máximo R$ 9 mil, com valor médio de R$ 5 mil. A mão de obra é responsabilidade das famílias, que contarão com assistência técnica paga pelo governo federal e gerida por estados e municípios para o planejamento das reformas.

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O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), entrega, nesta quarta-feira (19), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o primeiro Cartão Reforma. O evento acontece após ser adiado por algumas vezes, com a expectativa de que a crise política seria amenizada e o presidente Michel Temer (PMDB) pudesse participar do lançamento efetivo do programa, visto como um dos carros chefes da gestão. No entanto, o cenário só se agravou e até o momento não há a confirmação da presença do peemedebista. Em abril, quando esteve reunido com prefeitos pernambucanos, o ministro previu que a entrega aconteceria. 

O Cartão Reforma servirá para, entre outras iniciativas, a construção de novos cômodos, a finalização das casas (como pintura e reboco) e instalações elétricas. Podem se inscrever famílias que tenham a renda de até 3 salários mínimos, ao menos um celular e que a residência seja fixa, além disso não haverá consultas ao SPC e Serasa. 

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De acordo com a gestão, o valor do benefício é de no máximo R$ 9 mil, com valor médio de R$ 5 mil. A mão de obra é responsabilidade das famílias, que contarão com assistência técnica paga pelo governo federal e gerida por estados e municípios para o planejamento das reformas.

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Avaliando o clima de instabilidade política vivenciado no país, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (26), que o partido está fazendo um monitoramento “instante a instante” do agravamento da crise que envolve o presidente Michel Temer (PMDB) e ponderou que mesmo diante de 13 pedidos de impeachment contra o peemedebista, o processo ainda é “muito inicial”.  

Mesmo tendo ensaiado que deixaria o governo na semana passada, o PSDB decidiu esperar o julgamento do processo da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Indagado se concordava com a postura, Bruno Araújo disse que três ministros tucanos conversaram com Michel Temer e concordam com a postura. Além disso, ele ponderou que o monitoramento do cenário será feito pelo presidente Tasso Jereissati (CE), um dos tucanos cotados para uma eventual eleição indireta. 

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“Tomamos a decisão de delegar ao presidente, Tasso Jereissati, para fazer todo o acompanhamento deste momento da vida nacional. Nosso compromisso, maior do que com qualquer governo, é com o Brasil. O monitoramento de todo este momento vai ser feito instante a instante pelo Tasso Jereissati”, observou Araújo, após participar da abertura do Feirão da Caixa Econômica, no estacionamento do Shopping Rio Mar. 

Já sobre as articulações no PSDB para uma eventual substituição do peemedebista, o ministro negou que já haja conversas neste sentido. “Não, o momento no partido é de avaliação de cada momento que estamos vivendo, das notícias e como tudo se consolida. Estamos confiantes que o presidente Tasso, com as informações que são trocadas com os integrantes do partido ao longo de todo este processo, vai nos permitir ter alguém credenciado para conduzir esse processo”, declarou. 

Quanto às especulações de que o senador Armando Monteiro (PTB) poderia ser um dos nomes, ele frisou que “como ministro não vou fazer qualquer especulação de algo que não seja o caminho do governo do qual hoje faço parte”.

Impeachment ‘é muito inicial’

Indagado se acreditava na contundência dos 13 pedidos de impeachments impetrados na Câmara contra o presidente, o tucano disse que o quadro ainda era “muito inicial” e lembrou da responsabilidade do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na abertura de um eventual processo. 

“Nós temos que lembrar que a crise que levou à mudança da presidente Dilma [Rousseff] se deu desde o final da eleição de 2014 e se arrastou até 2016. Foram dois anos. O processo de impeachment, para se dar, depende exclusivamente de um movimento monocrático do presidente da Câmara. Então, tudo isso está contido nesse momento sobre a autoridade do presidente da Câmara, que é quem tem os elementos para decidir", frisou.

"O que o País não pode é, depois de ter saído de um ciclo, encerrado um ciclo da sua crise econômica mais grave da história, deixar de perder esse momento para devolver a quem mais interessa a possibilidade de voltar a melhorar sua qualidade de vida e renda. São 200 milhões de brasileiros", acrescentou. 

O Governo Temer entra para a história como o que mais abriu espaços para Pernambuco. O Estado tem quatro ocupantes de cadeiras na Esplanada dos Ministérios: Educação, com Mendonça Filho; Defesa, entregue a Raul Jungmann; Minas e Energia, ao deputado Fernando Bezerra Coelho Filho; e, por fim, Cidades, comandado pelo tucano Bruno Araújo. Atuando hoje na política de São Paulo, Roberto Freire, que abandonou a Cultura na explosão da crise, poderia ser o quinto.

Como se comportam diante da maior crise da República dos últimos 30 anos? Embora já com sotaque e DNA paulista, Roberto Freire teve uma recaída de esquerdista e foi o primeiro a cair fora. Entregou o Ministério da Cultura antes mesmo de saber que diabos havia nos áudios gravados pelo moleque e pilantra do frigorífico JBS. O PPS de Roberto Freire sofre dificuldades de crescer porque não é imune a chiliques moralistas.

Antes de Roberto Freire jogar a toalha, o tucano Bruno Araújo se precipitou, não ouviu o PSDB e revelou que estava saindo no dia seguinte ao estouro da boiada. Voltou atrás, diferentemente de Freire. O que se diz em Brasília, entretanto, é que Araújo resolveu abandonar Temer, a quem vivia elogiando e servindo como ministro, porque é acusado pelo Ministério Público Federal. Seu inquérito, dentro da operação Lava-Jato, de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, já foi aceito.

Dois delatores da Odebrecht deixaram claro que lhe repassaram dinheiro de caixa dois, mas que não houve contrapartida. “Bruno deveria ser mais cuidadoso e menos ligeiro nessas matérias. Se pensa em abandonar o Governo contribui para a sua reputação, está cometendo um erro adicional. Isso vale, aliás, para o conjunto dos tucanos”, escreveu em seu blog o jornalista Reinaldo Azevedo.

Fernando Filho não se manifestou até o momento. Como está em Minas e Energia por indicação da corrente minoritária do PSB, liderada pelo seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, não depende da manifestação da executiva do seu partido, que em reunião, sábado passado, em Brasília, rompeu com o Governo. Na verdade, isso nem pode ser considerado um rompimento, porque 16 dos 30 deputados socialistas já vinham votando contra as reformas de Temer.

Por fim, restam Raul Jungmann e Mendonça Filho, que ocupam áreas poderosas e estratégicas do Governo. O primeiro, numa decisão corajosa e louvável, enfrentou o próprio partido, o PPS, mantendo-se no Governo. Deixar à deriva os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, num momento em que se especula até a possibilidade de um golpe militar, seria uma tremenda covardia.

Mendonça Filho, por sua vez, se manteve no Governo, mas calado. Até que saia a manifestação pública do seu partido, o DEM, que estava com encontro agendado ontem em Brasília, não abriu o bico. Foi visto despachando normalmente no seu gabinete e há noticias de que agiu com absoluta firmeza e lealdade a Temer, diferentemente de Freire e Bruno Araújo.

ORDEM É VOTAR – Em reunião, ontem, no Palácio da Alvorada com os principais aliados, presidentes de partidos e líderes, o presidente Temer pediu que o Congresso retome, amanhã, a votação das medidas econômicas que estão pendentes, antes do julgamento de quarta-feira no Supremo Tribunal Federal que vai analisar a perícia nos áudios da JBS. A ideia de Temer é dar uma resposta nas votações para mostrar que seu trunfo ainda existe em meio à crise política: fazer o Congresso andar. Temer pediu a Maia que vote o PLC da convalidação dos incentivos fiscais e as MPs do Refis e do INSS. Em outra ponta, Temer avalia como retaliar a JBS economicamente. O presidente discutiu o assunto com auxiliares.

Temer continua– Do marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, ontem, em artigo neste blog: “A saída de Collor tinha uma grande articulação para Itamar. A de Dilma também para Temer. E, agora, para quem ser Presidente? Falar em Carmem Lúcia ou Gilmar é a prova da ausência de quadros políticos para a sucessão e ainda assim, um grande desconhecimento da Constituição. Eles não podem ser candidatos. Falar em diretas remete a mesma questão: e a Constituição? Trabalhei na campanha das "Diretas Já", num palanque cheio de lideranças, artistas e a imprensa presente contra a ditadura, as ruas cheias de entusiasmo. Diversos nomes de peso para a disputa da Presidência: Ulisses, Brizola, Covas e não passou no Congresso. Imagine agora, com que liderança? Temer continuará na Presidência da República, aprovará as reformas. Os Tribunais tanto o eleitoral como o da justiça preservarão o Brasil”.

TSE seria a saída – Aliados já avaliam que a solução de julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral pode ser a mais rápida para a crise política instalada no País diante dos sinais de resistência do presidente Michel Temer em renunciar, depois da divulgação do conteúdo da delação premiada dos donos da JBS. A percepção entre lideranças de partidos que dão sustentação ao governo é que, depois do pronunciamento de sábado, Temer transmitiu todos os sinais de que pretende resistir no cargo. Mas há o reconhecimento de que a fala do presidente não estancou a sangria.

OAB surpreende – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse, ontem, que a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de protocolar na Câmara pedido de impeachment do presidente Michel Temer, diante da gravidade das delações da JBS, surpreendeu o Governo. “É algo que surpreende porque a OAB, tradicionalmente, é uma entidade que tem sido sustentáculo da institucionalidade e da legalidade no exercício do poder no Brasil”, afirmou. Na busca de um contraponto, o Palácio do Planalto também tenta arregimentar a adesão de outras entidades favoráveis à permanência do presidente. “Temos recebido muitos telefonemas de apoio de várias organizações da sociedade civil, especialmente empresariais”, acrescentou.

Em ação no Agreste– O mundo não acabou e a vida continua. Pensando assim, o deputado federal Zeca Cavalcanti (PTB) passou o fim de semana em articulações em suas bases políticas. Em Arcoverde, teve uma reunião com vereadores e agricultores sobre o perímetro irrigado de Itaparica, contando também com a participação da presidente da Codevasf, Kênia Marcelino, e o superintendente da 3ª Regional, Aurivalter Cordeiro. Em Garanhuns, esteve com a ex-candidata a prefeita de Terezinha, Nadir Ferro, e seu grupo político, quando acertou uma visita em breve ao município para uma reunião sobre as demandas mais urgentes do município.

CURTAS

EM PAULISTA– Enquanto o País atravessa uma profunda crise política, ética e financeira, em Paulista o prefeito Júnior Matuto (PSB) segue trabalhando normalmente e até entregando obras. Sábado passado, entregou as chaves de 196 apartamentos no Conjunto Habitacional Nossa Prata, em Maranguape II. “O País está parado, mas Paulista anda”, disse, em discurso para os familiares contemplados pelas habitações.

BRAGA SÁ– O procurador Braga Sá, embaixador de Caruaru no Recife, recebe mais uma justa homenagem: a medalha Eduardo Campos, em reconhecimento ao elevado espírito público prestado, através de apoios às causas da Defensoria Pública de Pernambuco. A solenidade está marcada para a próxima quinta-feira, às 19h30m, no Teatro Santa Isabel.

Perguntar não ofende: Teremos a semana mais quente de Brasília dos últimos anos?

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