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O ministro Benedito Gonçalves, corregedor Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rejeitou nesta quinta-feira (9) duas ações de investigação judicial eleitoral (Aije) que tinham o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo. Em ambos os casos, o magistrado entendeu não haver argumentos suficientes para prosseguir com os processos.

O candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições do ano passado, Braga Netto, também foi livrado das acusações.

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Uma das ações havia sido aberta pelo PDT, partido do ex-candidato à Presidência Ciro Gomes. A legenda apontava o suposto abuso de poder econômico por Bolsonaro, que teria camuflado gastos de campanha por meio de materiais gráficos distribuídos por um grupo chamado Casa da Pátria, no Paraná.

Gonçalves entendeu não ter sido apresentado nenhum elemento capaz de demonstrar a ligação entre o grupo e a campanha de Bolsonaro. “De se notar que os candidatos investigados, no caso em tela, foram apontados como beneficiários, sem que se descrevesse de que forma teriam atuado para coordenar, direta ou indiretamente, o suposto esquema de financiamento ilícito de campanha”, argumentou.

A outra ação havia sido aberta pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acusou Bolsonaro de envolvimento com disparos de mensagens em massa dias antes do primeiro turno das eleições do ano passado, provenientes de um número da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar).

Nesse caso, Gonçalves frisou que o envio das mensagens foi feito por meio de acessos externos à plataforma de SMS da empresa pública paranaense, “sem participação do Governo do Paraná ou da Celepar, o que aponta no sentido de que os investigados não tiveram nenhuma participação nos fatos".

Bolsonaro e Braga Netto já foram condenados à inelegibilidade por 8 anos em outros processos julgados pelo TSE. Eles se encontram impedidos de disputar cargos até 2030. Contudo, ambos ainda respondem a outras ações que seguem em tramitação.

As decisões de Gonçalves foram os últimos atos do ministro como corregedor-geral Eleitoral. Ele encerra sua passagem de 2 anos pelo TSE nesta quinta-feira, sendo substituído na corregedoria pelo ministro Raul Araújo. Ambos têm origem no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Corregedor-geral da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC) afirmou em entrevista à Rádio Eldorado nesta quinta-feira, 5, que dará celeridade ao processo envolvendo denúncia de racismo praticada por Camilo Cristófaro (sem partido). A expectativa é que a admissibilidade do pedido de cassação do mandato possa ser levada a Plenário no dia 19. Depois, Cristófaro terá até 90 dias para se defender, o que deve estender o caso para o segundo semestre.

O parlamentar foi gravado pelo sistema da Casa usando a expressão "é coisa de preto" durante uma sessão da CPI dos Aplicativos na terça, 3. Ele é alvo de outras nove representações por quebra de decoro parlamentar desde 2017 - duas delas também por racismo. Ele diz que a expressão foi "infeliz" e nega ser racista.

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Segundo Nascimento Jr., a representação inicial feita pela vereadora Luana Alves (PSOL) contra Cristófaro deve incorporar outras denúncias semelhantes feitas por colegas da Casa e mesmo cidadãos paulistanos que procurarem a Corregedoria. Após apensar todos os documentos em um processo único, o corregedor vai escolher um relator para o caso: dois representantes do órgão são negros e podem liderar a acusação interna: Eliane do Quilombo (PSOL) e André Santos (Republicanos).

Regras mais claras

Ao responder sobre a demora na resposta a denúncias de quebra de decoro parlamentar na Câmara Municipal - dados oficiais mostram que há processos em tramitação desde 2012 -, Gilberto Nascimento Jr. afirmou que o grupo que lidera está elaborando uma proposta de reforma do trecho do regimento interno que define o que ou não passível de punição e qual a mais adequada.

Com regras mais claras, segundo o vereador, será mais rápido e também mais transparente processar parlamentares envolvidos em quebra de decoro na Casa. Também no dia 19 deve ser votado na Corregedoria o caso envolvendo Arnaldo Faria de Sá (PP), representado por mais uma denúncia de racismo. Ele usou a expressão "negro de alma branca" ao se referir ao ex-prefeito Celso Pitta durante um discurso feito por ele em julho de 2021.

Assim como no caso de Camilo Cristófaro, Luana Alves pediu a cassação do parlamentar, mas o relator Aurélio Nomura (PSDB) sugeriu uma pena mais branda: "advertência verbal". É esse o relatório que pode ser votado dia 19. Na atual legislatura, iniciada em 2020, são dez os processos em andamento por quebra de decoro.

O presidente Jair Bolsonaro conversou por cerca de duas horas, nessa sexta-feira (20), com o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), desembargador Bernardo Moreira Garcez Neto. O magistrado é integrante do Órgão Especial do tribunal, o mesmo que vai decidir se aceita ou não a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos). O filho "Zero Um" do presidente é acusado de comandar um esquema de "rachadinha" em seu gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual.

O desembargador deixou o Palácio do Planalto por voltas das 16h e não respondeu às perguntas da imprensa. Na saída da sede do governo, Garcez chegou a se esconder atrás de uma pilastra para não ser abordado por jornalistas. Em nota divulgada por volta das 18h20, o Tribunal de Justiça informou que "não foram tratados assuntos relacionados a processos judiciais."

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Oficialmente, o motivo do encontro foi o convite da Presidência, por meio da Secretaria Especial de Modernização do Estado (SEME), para que a Corregedoria do TJ-RJ participe do Comitê de Modernização de Ambiente e Negócios, que tem o objetivo de melhorar os indicadores do Brasil para atrair investimentos. Na versão oficial, Garcez foi chamado ao Planalto para para participar de discussões sobre "registros de propriedades".

O tribunal acrescentou que no encontro também foi discutida a "importância da Declaração de Nascimento e Declaração de Óbito Eletrônicas (e-DNV/ e-DO) para impedir fraudes". "O Corregedor e o Presidente trataram ainda de assuntos gerais de interesse da Administração Pública, como os desafios enfrentados pela Primeira Instância do Judiciário durante o período da pandemia. Não foram tratados assuntos relacionados a processos judiciais", informou a nota.

O relator do caso das "rachadinhas" é o desembargador Milton Fernandes de Souza, responsável por analisar a denúncia para que o tribunal, formado por 25 magistrados, decida se abre ou não o processo contra Flávio. O mandato de Bernardo Garcez como corregedor termina no fim deste ano.

O filho mais velho do presidente foi denunciado no dia 4 de novembro pelo Ministério Público por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além dele, também foram denunciados o ex-assessor Fabrício Queiroz e outras 15 pessoas acusadas de participarem do esquema.

Na peça de 290 páginas apresentada ao relator do caso, a Procuradoria aponta que a organização criminosa comandada por Flávio Bolsonaro desviou R$ 6.100.091,52 dos cofres da Assembleia Legislativa do Rio, mediante desvio de pagamentos em favor de doze "funcionários fantasmas".

Dos valores desviados, ainda segundo o MP-RJ, R$ 2.079.149,52 foram "comprovadamente repassados" para a conta bancária de Fabrício Queiroz, o faz-tudo da família Bolsonaro e apontado como operador financeiro do esquema das "rachadinhas’. Já R$ 2.154.413,45 foram disponibilizados à organização criminosa mediante saques elevados de dinheiro em espécie "na boca do caixa".

O senador nega as acusações do MP e diz que a denúncia não se sustenta. Segundo a defesa de Flávio, não há qualquer prova que confirme os crimes imputados ao parlamentar.

Prática comum

Em 25 de agosto, Bolsonaro também recebeu advogados do filho Flávio no Planalto. Sem registro na agenda oficial, o encontro teve a participação do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e do diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. Em nota, o GSI afirmou que o objetivo da reunião foi debater supostas "irregularidades das informações constantes de Relatórios de Investigação Fiscal" produzidas por órgãos federais contra o filho.

À época, o procurador-geral da República Augusto Aras enviou petição ao Supremo Tribunal Federal, afirmando que havia sido instaurada uma notícia de fato para apuração preliminar, ‘em tese, na esfera penal’, sobre a reunião. Segundo o chefe do Ministério Público, se houvesse "indícios razoáveis de possível(is) prática(s) delitiva(s)" pediria abertura de inquérito.

O documento foi elaborado em resposta ao pedido do ministro do STF Ricardo Lewandowski para que a PGR se manifestasse sobre a notícia-crime apresentada pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN). A petista pedia que fosse aberto um inquérito para apurar supostos crimes de advocacia administrativa e tráfico de influência relacionados à reunião.

Bolsonaro já é alvo de um inquérito no Supremo que apura acusação do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que ele teria interferido na Polícia Federal para proteger parentes e amigos. "Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura", disse o presidente em reunião ministerial de 22 de abril. Bolsonaro nega a acusação apresentada por Moro, que provocou a abertura de inquérito.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, arquivou o pedido de providências instaurado para que a juíza federal Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, prestasse informações sobre o repasse de R$ 508 milhões obtidos pela Lava Jato que seriam destinados ao combate do novo coronavírus. O ministro entendeu que 'não parece ser possível falar em ocorrência de irregularidade ou falta funcional', uma vez que a atuação da magistrada se deu 'dos limites da autonomia jurisdicional', em decisão que buscou cumprir recomendação do próprio Conselho Nacional de Justiça.

Na decisão dada nessa quinta (6), Humberto Martins considerou os fatos apresentados por Gabriela e entendeu que não havia elementos que indiquem a ocorrência de irregularidades, mas recomendou que a magistrada mantenha a suspensão da destinação de valores fora das hipóteses expressamente previstas em lei até que haja decisão sobre a questão pelo Supremo Tribunal Federal.

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O pedido de providências foi instaurado no CNJ sob o argumento da necessidade de 'se verificar a adequação dos procedimentos adotados às normas aplicáveis'.

Hardt autorizou repasse proposto pela força-tarefa da Lava Jato em junho deste ano, apontando que os valores depositados em juízo poderiam chegar a R$ 508 milhões. A juíza aprovou o repasse com base em recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que prevê a priorização das verbas para aquisição de materiais médicos necessários no combate à covid-19.

Após aceitar a verba, a União se manifestou perante o STF para pedir a autonomia para decidir sobre a destinação dos valores. O governo argumentou que não cabe ao Judiciário, provocado pelo Ministério Público Federal, fixar a aplicação das verbas sem participação dos órgãos para a execução orçamentária.

A petição da Advocacia-Geral da União foi apresentada em ação movida pelo PDT e PT, que questionam, desde antes da pandemia, os repasses efetuados pela Lava Jato.

No fim do mês passado, Gabriela suspendeu o repasse até o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre ação apresentada pelo governo federal, que questiona os critérios de direcionamento dos recursos. A magistrada chegou a classificar o entrave judicial como 'celeuma'.

Ao CNJ, a juíza informou que foi instaurado processo em 2016 para que fosse viabilizada a destinação de valores depositados em contas vinculadas aos diversos processos de colaboração premiada e acordos de leniência homologados na 13ª Vara Federal de Curitiba - onde correm as ações ligadas à Lava Jato do Paraná - ressaltando que o processo é público e indicando a chave de acesso que permite a análise e o questionamento por parte de qualquer cidadão.

Quanto à destinação de valores para o enfrentamento da pandemia, Gabriela frisou que o pedido do Ministério Público Federal, que motivou sua decisão, teve como base recomendação do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça. Além disso, apontou que a Petrobras e a Advocacia-Geral da União foram intimadas para acompanhar todo o procedimento.

Judicialização

Além de considerar que 'falar-se na ocorrência de irregularidade ou falta funcional' do caso envolvendo a decisão de Gabriela Hardt, mesmo que existam discussões quanto à possibilidade de destinação dos valores decorrentes de acordos de leniência e de colaboração premiada, Humberto Martins destacou que diante da judicialização no Supremo Tribunal Federal, 'tampouco cabe à corregedoria nacional apreciar a questão para efeito de propor ações tendentes à melhoria da eficiência e eficácia do Poder Judiciário'.

"Ainda que seja possível suscitar algumas objeções à forma como foi determinada a destinação dos valores, força é reconhecer que, diante do quadro normativo vigente, não é possível afirmar-se ter havido falta funcional a atrair atuação desta Corregedoria Nacional de Justiça, já que a destinação dos recursos não foi efetuada, tendo sido ainda garantida a participação da Petrobrás e da AGU no procedimento, o que, ressalta-se, inclusive possibilitou a propositura, pela União, da petição nos autos da ADPF 569, solicitando a definição pela Suprema Corte das questões relativas à destinação de valores decorrentes de acordo de leniência ou de colaboração premiada", afirmou o corregedor nacional.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou a instauração de reclamação disciplinar contra o desembargador Paulo Sérgio Rangel do Nascimento, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por suposta prática de infração disciplinar. O magistrado é investigado por negócio jurídico firmado entre ele e o empresário Leandro Braga de Souza, preso em 14/5/2020, durante a Operação Favorito.

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--> Conheça o desembargador que deu decisão pró-Flávio

A operação da Polícia Federal investiga supostos desvios de R$ 3,95 milhões da saúde do estado do Rio de Janeiro e pagamentos superfaturados feitos pelo Instituto Data Rio que administra Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s). A participação do desembargador na Empresa LPS Corretora de Seguros, que realizava a intermediação de planos e seguros voltado à assistência de saúde e é de propriedade de Leandro Souza, foi denunciada pela revista digital Crusoé.

Em sua decisão, Humberto Martins afirmou que, após a apresentação das informações prestadas por Paulo Sérgio Rangel, devem ser aprofundada as apurações quanto à suposta existência de infração disciplinar na conduta do magistrado.

“Verifica-se que, apesar de o magistrado ter apresentado informações neste expediente, diante da complexidade da matéria, que envolve a mudança de controle societário e, simultaneamente, a admissão do magistrado representado no quadro de sócios, tenho que as investigações devem ser aprofundadas, para que não haja dúvida sobre a integridade ética da sua conduta perante à sociedade”, disse o corregedor nacional.

Dessa forma, o ministro Humberto Martins determinou a expedição de Carta de Ordem ao presidente do TJRJ, desembargador Claudio de Mello Tavares, para que faça a intimação pessoal do desembargador Paulo Sérgio Rangel do Nascimento, a fim de que, querendo, apresente defesa prévia no prazo de 15 dias.

Por fim, o ministro Humberto Martins decretou segredo de justiça ao procedimento, a partir desta fase, nos termos do artigo 54 da Loman.

Da Corregedoria Nacional de Justiça

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, disse nesta quinta-feira, 23, ao Estadão/Broadcast que a suspensão por tempo indeterminado do juiz de garantias não vai afetar o cronograma do grupo de trabalho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criado para sugerir uma regulamentação do tema.

Nesta quarta-feira, 22, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, decidiu derrubar uma decisão do presidente da Corte e do CNJ, Dias Toffoli, e suspendeu por tempo indefinido a vigência da medida, prevista na lei anticrime sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.

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Na semana passada, Toffoli havia decidido prorrogar por seis meses a implantação do juiz de garantias e até fixou uma regra de transição para os processos em andamento no País.

Na condição de presidente do CNJ, Toffoli também prorrogou as atividades do grupo de trabalho que está estudando o tema e vai propor uma regulamentação.

De acordo com o corregedor, a liminar de Fux, mesmo suspendendo por tempo indeterminado a criação da figura do juiz de garantias, não compromete as atividades do grupo.

"Todas as providências serão adotadas e no prazo determinado pelo presidente do CNJ ministro Toffoli, 29 de fevereiro, será entregue o ato normativo. A decisão do ministro Fux, liminarmente, no exercício da presidência do Supremo, não afeta o cronograma de trabalho, pois a decisão de mérito do juiz das garantias e da constitucionalidade da lei 13.964/2019, será apreciada e julgada pelo pleno do Supremo", disse Martins à reportagem.

"A normatização da lei 13.964/2019, junto aos órgãos do poder judiciário brasileiro é da competência do CNJ, sem qualquer interpretação da sua constitucionalidade, repito, de competência exclusiva do STF", observou o corregedor.

O corregedor nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis Lima, determinou o arquivamento de seis das 23 reclamações disciplinares apresentadas ao Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador da República, Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. Cinco despachos foram assinados digitalmente por Lima em menos de 20 minutos, entre 18h51 e 19h07, no último dia de trabalho de 2019, em 19 de dezembro. Um deles foi assinado às 14h12 do mesmo dia.

As reclamações foram apresentadas por um grupo de deputados, pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), além de entidades de classe, como a Associação Nacional dos Desembargadores (Andes), e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

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Dallagnol era acusado de receber R$ 33 mil para realizar palestra e gravar vídeo promocional para a Neoway Tecnologia - investigada na Lava Jato. O grupo de deputados também afirmava que o procurador realizou encontro secreto organizado pela XP Investimentos, além de apontar "descaso" de Deltan "com os compromissos do Ministério Público para finalidades extralegais e idiossincráticas." Em sua defesa, Deltan alegou que não foi pago para dar a palestra, e que foi "movido por interesse institucional de promover o combate à corrupção e foram abordadas apenas informações públicas, o que estaria alinhado aos objetivos institucionais de promover o tema de combate à corrupção".

O corregedor nacional do MP apontou que não é vedado aos membros da Procuradoria realizar palestras. "O Conselho Nacional do Ministério Público tem tratado de forma indistinta o conteúdo da atividade docente (jurídico ou não jurídico), desde que se correlacione com a transmissão de conhecimentos em qualquer forma, até mesmo atuando o membro como instrutor."

Mensagens

A maioria das reclamações arquivadas tomavam como base supostas trocas de mensagens entre procuradores da Lava Jato reveladas pelo site The Intercept Brasil. O corregedor considerou que as mensagens, obtidas após ação de hackers em telefones de autoridades, é prova ilícita. "A jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal veda a utilização de provas ilícitas e delas decorrentes", afirmou. Para ele, é vedado o uso de provas obtidas por meio de violação de garantias fundamentais dos cidadãos. "De todos os ângulos, restam inexistentes outras provas ou elementos de informação para corroborar a percepção, mesmo que indiciária, de possíveis ilícitos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Corregedor Nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis Lima, determinou o arquivamento de uma reclamação disciplinar movida contra o procurador da República Deltan Dallagnol, por causa de palestra que o chefe da Lava Jato em Curitiba fez para a empresa Neoway, investigada pela força-tarefa. Lima considerou que as informações da reclamação se baseavam somente em supostas mensagens atribuídas aos integrantes da Procuradoria e destacou a impossibilidade de uso de tais diálogos "por ilicitude manifesta".

A representação contra Deltan foi encaminhada pelo Deputado Federal Luiz Paulo Teixeira Ferreira e tinha como base os diálogos atribuídos aos membros da Lava Jato que foram publicados pelo site The Intercept.

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Em sua defesa, Deltan ressaltou ao CNMP a "ilicitude na obtenção dos diálogos".

O procurador reconheceu a realização da palestra e indicou que no dia em que fez a exposição, a Neoway não era investigada pela Lava Jato. Além disso, o chefe da força-tarefa em Curitiba afirmou que, quando tomou conhecimento da homologação da delação premiada que mencionava a empresa, se declarou suspeito "por motivo de foro íntimo, expondo voluntariamente as razões à Corregedoria-Geral para fins de transparência".

Em sua decisão, Lima registrou que a Corregedoria Nacional do Ministério Público já havia se manifestado sobre a "impossibilidade de utilização" dos diálogos atribuídos aos integrantes da Lava Jato, uma vez que "independentemente da veracidade das mensagens, sua obtenção se deu de forma ilícita, pois se deu à revelia de qualquer autorização judicial e com infração do direito à intimidade dos interlocutores".

"Assim, se os únicos elementos de informação existentes são os veiculados na matéria jornalística, é patente a sua imprestabilidade para qualquer fim de apuração disciplinar", escreveu o corregedor.

Em outro trecho da decisão, Lima também sinalizou que a realização de cursos e palestras remuneradas, ainda que não associada ao ensino jurídico tradicional, não é uma conduta vedada aos Membros do Ministério Público.

"Fica evidente que temáticas diversas e práticas pedagógicas que promovem o ensino e a aprendizagem, embora não enumeradas na resolução, são elementos integrados à prática do magistério por parte dos Membros do Ministério Público", apontou.

'Panelinha'

No último dia 26, o CNMP decidiu, por 8 a 3, punir Deltan pela primeira vez. O "Conselhão" aplicou advertência contra o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba por afirmar, em entrevista à rádio CBN, que três ministros do Supremo formavam "uma panelinha" e passam para a sociedade uma mensagem de "leniência com a corrupção".

Se Deltan for punido com advertência nos outros 23 casos que ainda tramitam no CNMP, isso pode levar a uma punição maior no futuro - a censura. A reincidência na censura, por sua vez, pode acabar em suspensão de até 45 dias.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, entendeu ser "incabível" o pedido de providências formulado pelo PDT contra o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, determinando, dessa forma, o seu arquivamento.

Martins reconheceu que a exoneração solicitada pelo ex-juiz federal "tem disciplina diversa da aposentadoria voluntária" e que, nesse caso, "a instauração de um procedimento administrativo-disciplinar contra o magistrado já exonerado não teria nenhuma utilidade".

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Na representação, o PDT alegou que reportagem divulgada pelo site The Intercept Brazil revelou a existência de supostos diálogos travados por meio do aplicativo Telegram entre procuradores do Ministério Público Federal, integrantes da força-tarefa da Lava Jato, e Moro, à época ainda juiz federal responsável pelos processos da operação.

Moro e os procuradores teriam combinado fases da Lava Jato no Paraná.

O partido afirmou que tais diálogos "levantam dúvidas sobre a probidade da conduta do então julgador, em vista de comportamentos claramente incompatíveis com o papel constitucional do magistrado".

Ainda, segundo a legenda, "os fatos tornam evidente a ausência de imparcialidade e ética do sr. Moro na função de magistrado julgador dos processos da Operação Lava Jato, sendo a mais recente revelação dos diálogos a confundir o Estado-Juiz com o órgão do Ministério Público, titular da persecução penal, a comprovação cabal de atos inconstitucionais e ilegais ocorridos ao arrepio do Estado de Direito e da República".

Aplicação de penalidade

Segundo Humberto Martins, o Conselho Nacional de Justiça já pacificou entendimento de que é possível a manutenção de um procedimento disciplinar contra quem deixou de ser juiz em razão da aposentadoria, seja ela voluntária ou compulsória em razão da idade, hipóteses nas quais ainda subsiste um vínculo institucional entre o magistrado (aposentado) e o Poder Judiciário, "de modo que sempre haverá interesse público no prosseguimento dos procedimentos administrativos, que, no limite, podem levar até mesmo à cassação da aposentadoria".

Mas, aponta o corregedor, em caso de pedido de exoneração - caso de Moro -, "a situação é substancialmente diversa, já que o magistrado voluntariamente solicita o rompimento completo e total do vínculo havido entre ele e o Poder Judiciário".

"A adoção da tese de que seria possível se aplicar penalidade a juiz exonerado criaria uma situação no mínimo inusitada: o juiz pediria exoneração, cortando seu vínculo com a administração, e a instância administrativa instauraria um procedimento que, se ao final concluísse pela aplicação da penalidade, anularia a exoneração e aplicaria ao juiz a aposentadoria compulsória com proventos proporcionais", afirmou o corregedor nacional.

O ministro entendeu que, diante da exoneração de Moro do cargo de juiz federal, constante no Diário Oficial da União, do dia 19 de novembro de 2018, "não é possível receber-se procedimentos de natureza administrativa contra ele, ainda que referente a atos supostamente praticados enquanto ainda era juiz".

Produção de provas

Humberto Martins ressaltou que, no caso, "nem sequer cabe argumentar que o interesse processual residiria na possibilidade de produzir provas que eventualmente poderiam ser utilizadas pelo Ministério Público em procedimentos cíveis ou criminais, ou mesmo que a Ordem dos Advogados do Brasil ou a Justiça Eleitoral poderiam se valer das conclusões de eventual processo disciplinar".

Segundo o ministro, "a utilização por outros órgãos de elementos produzidos em procedimentos instaurados pelo Conselho Nacional de Justiça, apesar de ser relevante, configura efeito meramente acidental da atuação deste Conselho, mas não pode servir de fundamento único para sua atuação".

"Assim, uma vez que o presente pedido de providências configura procedimento de natureza disciplinar proposto quando o representado já não é mais juiz, por haver se exonerado, a hipótese é de falta de interesse processual, por inexistir utilidade/necessidade/adequação na pretensão deduzida, que, portanto, não pode ter seguimento", concluiu o corregedor nacional.

O corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, decidiu nesta segunda-feira, 10, abrir um procedimento disciplinar contra o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. Para o corregedor, Deltan fez "campanha política" pelo voto aberto na disputa pela Presidência do Senado e tentou "descredenciar" perante a opinião pública a então candidatura do senador Renan Calheiros (MDB-AL) ao comando da Casa.

A decisão do corregedor foi tomada um dia após o site The Intercept Brasil publicar o conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas por Dallagnol e pelo então juiz federal Sergio Moro. As conversas supostamente mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material.

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Na avaliação do corregedor, Deltan buscou, fora de suas atribuições legais, interferir na eleição para a Presidência do Senado Federal, ocorrida em fevereiro.

Em sua conta pessoal no microblog Twitter, Deltan disse no início deste ano que o voto aberto para a presidência do Senado (que prejudicou a candidatura de Renan) é "um grito da sociedade pelo direito de acompanhar a posição de seus representantes nessa escolha que pode ser tão importante quanto a eleição de um presidente da República". O procurador também publicou reportagem que se afirma que a manutenção do voto secreto é vista como um trunfo de Renan e postou link de abaixo assinado pela campanha do voto aberto.

"Assim agindo, (Deltan) denigre e menospreza a atribuição constitucional do Ministério Público de defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do artigo 127, caput, todos da Constituição Federal, sendo instituição regida pela unidade e indivisibilidade", observou o corregedor.

Para o corregedor, as postagens de Deltan nas redes sociais "revelam-se indevidas no âmbito disciplinar, já que violam a dignidade do cargo e o decoro que deve guardar o membro em atenção ao prestígio do Ministério Público e da Justiça".

"Referidas publicações, embora mascaradas através do alegado exercício da liberdade de expressão, indevidamente fazem campanha política contra a candidatura do excelentíssimo reclamante (Renan Calheiros) à Presidência do Senado Federal, descredenciando-o perante a opinião pública, o que restou demonstrado diante de diversas publicações acostadas à inicial, realizadas em um mesmo contexto fático e de tempo", avaliou o corregedor.

"A violação à dignidade do cargo e ao decoro é evidente, já que o Excelentíssimo Membro Reclamado (Deltan Dallagnol) não está autorizado a fazer campanha política para eleição de cargo de outro Poder da República contra determinado candidato, em matéria alheia à sua atribuição, tampouco falar em nome de todos os Membros do Ministério Público do Brasil", completou.

Defesa

Procurada, a assessoria de Deltan não havia se manifestado até a publicação deste texto.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, ratificou decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e mandou arquivar pedido para investigar o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, quando ele era juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O procedimento foi aberto após o recebimento de denúncia anônima pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontando suposta agressão institucional do ex-magistrado, que teria inviabilizado a defesa de Lula e o condenado sem provas. Para o TRF-4, a denúncia trouxe apenas alegações genéricas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se reuniram na tarde desta quinta-feira, 30, com o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins. O encontro no Palácio do Planalto foi informado na agenda oficial do presidente.

Segundo a assessoria do corregedor, a audiência serviu para a entrega de convite para o Fórum Nacional das Corregedorias (Fonacor), que ocorre nos dias 26 e 27 de junho em Brasília. Martins integra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão encarregado de investigar juízes e aplicar sanções contra magistrados.

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Procurado na noite desta quinta-feira, o Planalto não respondeu o motivo de Flávio acompanhar a agenda do presidente com o corregedor. A assessoria de Flávio também não retornou aos contatos.

A defesa do senador Flávio Bolsonaro tenta suspender na Justiça as quebras de sigilos bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas investigadas no inquérito que apura supostas irregularidades cometidas no seu gabinete quando ele era deputado na Assembleia Legislativa do Rio, entre 2007 e 2018.

Na semana passada os advogados do senador protocolaram um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pedindo a suspensão da quebra de sigilos determinada pelo juiz de primeira instância Flávio Itabaiana, da 26ª Vara Criminal.

A corregedoria da Polícia Militar está investigando em que circunstância uma mulher posou nua em frente ao carro da Polícia Militar da Paraíba, na praia de Tambaba, no litoral sul do estado. Os registros, que estão circulando nas redes sociais, teriam sido feitos no dia 26 de setembro. No entanto, a PM iniciou as investigações nesta quarta-feira (11) após terem conhecimento das fotos.

De acordo com informações do G1Paraíba, o corregedor da Polícia Civil da Paraíba, Coronel Severino Gerônimo informou que "o CIOP[Centro Integrado de Operações Policiais] recebeu um chamando na praia naturista, pois havia dois suspeitos abordando e assaltando banhistas.

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"Ao chegar ao local, a equipe estacionou o carro e começou uma incursão a pé. Foi nesse momento que, infelizmente, a senhora se posicionou na frente da viatura e alguém tirou suas fotos", disse o coronel. "Acreditamos na versão da guarnição porque sabemos que ali [próximo à praia de Tambaba] é uma área com muito bandido mesmo", relatou.

Nesta sexta-feira (13) uma sindicância vai ser aberta para identificar a mulher que aparece nas fotos e também para averiguar se houve conduta imprópria dos policiais. O coronel Severino Gerônimo ainda disse que "Ao concluir o relatório, vamos enviar para o Ministério Público dar continuidade ao processo. Mas não sabemos ainda se vamos conseguir identificá-la."

O lojista Navid Rasolifard, de 47 anos, vai prestar depoimento na tarde desta quinta-feira (18) na Corregedoria da Polícia Civil, sobre o espancamento que sofreu por parte do investigador José Camilo Leonel, de 51. As agressões foram gravadas pelas câmeras de segurança da loja da vítima, nos Jardins.

A advogada do comerciante, Maria José da Costa Ferreira, encaminhou uma representação contra o policial na Corregedoria e também no Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), do Poder Judiciário, para que ele seja investigado criminalmente.

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O motivo das agressões foi uma questão comercial. Em dezembro, a estudante Iolanda Delce dos Santos, de 29 anos, comprou um tapete persa na loja e deu cinco cheques de R$ 5 mil. No começo de janeiro, ela voltou alegando que devolveria o tapete, porque sua arquiteta não gostou, e pediu o dinheiro de volta. Rasolifard alegou que não poderia fazer isso, mas ofereceu um vale compras, que não foi aceito. Ela retornou à loja depois e deixou o tapete, mas não houve acordo.

No dia 21 de janeiro, depois de nova discussão, ela saiu dizendo que chamaria a polícia. Nas imagens, Iolanda aparece na calçada da loja falando ao celular. Leonel está na viatura parado um pouco distante, mas dá um sinal de luz e estaciona. Na sequência, o policial começa a discutir com o comerciante e exige que ele devolva o dinheiro de Iolanda. Leonel dá socos, chutes e aponta uma arma na cabeça da vítima, que não reage em nenhum momento.

Rasolifard é levado à força para fora e é espancado mais uma vez, por se recusar a entrar na viatura algemado. Leonel aciona o Grupo de Operações Especiais (GOE), grupo de elite da Polícia Civil, que logo chega na loja para dar apoio ao investigador. O comerciante é algemado e hostilizado por Leonel, que toma o fuzil de um colega do GOE e mostra para a vítima. O que chamou a atenção dos advogados do comerciante é que o policial estava de férias.

Antes de registrar o caso na Corregedoria, o investigador foi até a Delegacia de Crimes Contra o Consumidor, que não registra o caso. Na Corregedoria, o delegado Filipe Martins da Silva, a pedido de Leonel, registra o caso como desobediência e recusa de dados sobre a própria identidade. O investigador disse que passava pelo local e atendeu ao "apelo" de Iolanda. Disse também que foi obrigado a usar força física, porque o comerciante se recusou a acompanhá-lo até a delegacia e não quis mostrar o documento de identidade.

O delegado ouviu as declarações do comerciante, dos funcionários e clientes da loja que relataram as agressões, mas não tomou nenhuma providência contra Leonel. Ainda escreveu no boletim de ocorrência que é "imperioso consignar que a parte Navid não apresentava hematomas decorrentes da alegada "agressão".

No domingo, a Secretaria de Segurança Pública informou que a Corregedoria da Polícia Civil apuraria a conduta do investigador e também se eventuais crimes contra o consumidor foram praticados pelo comerciante. Mas, depois que as imagens do espancamento foram exibidas no Fantástico, da TV Globo, a pasta encaminhou outra nota e afirmou que vai investigar o policial pelas agressões, por abuso de autoridade e uso da viatura durante as férias. Disse ainda que as imagens demonstram "claramente a atitude criminosa do investigador". Ainda de acordo com a pasta, também será instaurado inquérito contra Iolanda por incitação a crime.

Procurada, Iolanda disse que não vai se pronunciar sobre o caso.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou nesta quarta-feira (17) que "foram incluídos no registro do BO os depoimentos do comerciante e do investigador, que eram conflitantes, para que as providências posteriores fossem adotadas".

Disse ainda que foi solicitado exame de corpo de delito para o proprietário da loja de tapetes e que a estudante e o policial continuam alegando que não se conheciam. "As imagens que mostram o interior da loja estão sendo analisadas", disse ainda a nota da SSP.

Destacado na Corregedoria da Polícia Civil para fiscalizar e investigar crimes praticados por integrantes da corporação, o investigador José Camilo Leonel, de 51 anos, foi flagrado por câmeras de uma loja de tapetes nos Jardins, zona sul da capital, espancando o proprietário e apontando uma arma contra ele.

O caso foi mostrado neste domingo (14) no Fantástico, da TV Globo. As agressões aconteceram na Trabiz Tapetes, que fica na Avenida Brasil. No dia 21 de janeiro, a estudante Iolanda Delce dos Santos, de 29 anos, foi até a loja exigir que fosse devolvido o valor pago por um tapete persa comprado em dezembro. Ela decidiu devolver o objeto.

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O dono da loja, Navid Rasolifard Saysan, propôs dar um vale-compras. Como os dois não chegaram a um acordo, Iolanda saiu dizendo que iria chamar a polícia. O investigador Leonel apareceu minutos depois e exigiu que o comerciante atendesse ao pedido. Houve discussão, seguida pelas agressões.

O proprietário, os funcionários e a cliente foram levados até a Corregedoria para registrar a ocorrência. Lá, Leonel disse que estava passando pela avenida quando atendeu ao "apelo" de Iolanda. Ele entrou armado porque pensou que um assalto estaria em curso no local, mas eram Iolanda e Saysan discutindo. O investigador afirmou que sugeriu apresentar o caso na delegacia, mas, como o comerciante recusou, foi "obrigado a usar a força física".

A advogada do comerciante, Maria José da Costa Ferreira, informou que fez uma representação na Corregedoria e no Poder Judiciário contra o investigador. Iolanda não quis comentar o ocorrido. A Secretaria da Segurança Pública disse que vai investigar o caso, pois as imagens demonstram "claramente a atitude criminosa do investigador" e que hoje ele terá de entregar arma e distintivo. Também será instaurado inquérito contra Iolanda por incitação a crime.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de dois meses após aprovar o "Pacote ético" a Câmara do Recife está começando a extrair do papel os projetos, antes intitulados como urgentes. O presidente da Casa José Mariano, Vicente André Gomes (PSB), nomeou os vereadores Eurico Freire (PV) e Eriberto Rafael (PTC) para assumirem a Corregedoria e a Ouvidoria do legislativo, respectivamente. “Queremos fazer desta Casa o melhor parlamento do Brasil e essa escolha foi feita por todos os membros da Comissão Executiva e obedeceu a um consenso de uma casa política”, destacou Gomes durante a sessão plenária dessa segunda-feira (23).

O corregedor deverá promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina na Câmara Municipal, dar cumprimento às determinações da Comissão Executiva referentes à segurança interna e externa da Casa e fazer sindicância sobre denúncia de ilícitos envolvendo vereadores, servidores e empregados à disposição da casa. Já o ouvidor vai receber, analisar, encaminhar e acompanhar as manifestações da população dirigidas à Câmara Municipal, organizando os canais de acesso do cidadão ao legislativo, fornecendo informações, materiais educativos e orientando os cidadãos quando as manifestações não forem de sua competência. Além de auxiliar a Casa na tomada de medidas necessárias à regularidade dos trabalhos ou sanar violações, ilegalidades e abusos constatados, entre outras atribuições.

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Para o presidente da Comissão Especial de Reforma e  líder da oposição, Raul Jungmann (PPS), os dois órgãos são fundamentais elementos de controle que elevam a Câmara do Recife. “Quero destacar a minha felicidade e alegria de ver no cargo Eurico Freire, com essa perspectiva serena e firme de encarar as questões, e Eriberto Rafael, um talento jovem com capacidade e informação, tudo o que precisa ter alguém para fazer a relação da Casa com a opinião pública e com a comunidade. São dois novatos que assumem responsabilidade institucional e que apontam para o papel da renovação. Eles estão talhados e preparados para exercer esses papéis na plenitude e da melhor forma possível”, frisou. 

Eurico Freire agradeceu o apoio dos colegas e ressaltou gratidão à Câmara. “Sei da minha responsabilidade e quero externar a minha gratidão a essa missão confiada. Vou contar com o apoio e a experiência dos mais velhos e também com o entusiasmo dos mais jovens”, assegurou.

O que falta - Das propostas aprovadas no pacote ainda não tem previsão para a instalação da Tribuna Popular, do Portal de Transparência e a realização do Concurso Público.  

O plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira, 17, o nome do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) no cargo de corregedor da Casa. Ele recebeu 59 votos favoráveis e apenas dois contrários para ocupar o cargo. Nos dois últimos anos, Vital - atualmente presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa - já ocupou o posto, apesar de recentemente ele estar vago.

Entre as funções do corregedor, segundo o regimento interno, está o de manter o decoro, a ordem e a disciplina da Casa.

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