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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, relativizou a ditadura militar iniciada em 1964, ao chamá-la de "movimento".

A declaração foi dada durante um seminário em São Paulo sobre os 30 anos da Constituição de 1988, organizado pela Faculdade de Direito da USP.

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"Hoje não me refiro nem mais a golpe nem a revolução. Me refiro a movimento de 1964", declarou o ministro, segundo o jornal "Folha de S. Paulo". Em seguida, Toffoli contou ter sido ensinado a tratar o golpe militar como "movimento" pelo ministro da Justiça Torquato Jardim.

Em sua visão, os militares se desgastaram com a esquerda e a direita ao preferir ficar no poder, em vez de funcionar como "moderadores".

Recentemente, o presidente do STF nomeou como assessor político o general da reserva Fernando Azevedo e Silva, que participou de um grupo para formular propostas para a campanha de Jair Bolsonaro, de acordo com a revista "Época".

Toffoli preside o Supremo desde 13 de setembro e integra a corte desde outubro de 2009, nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva.

Da Ansa

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli tomou posse hoje (13) no cargo de presidente da Corte. O ministro ficará no cargo pelos próximos dois anos. Ele irá suceder Cármen Lúcia, que voltará a integrar a Segunda Turma da Corte, responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato.

Após cumprir o protocolo no qual fez o juramento de cumprir a Constituição, Toffoli deu posse ao vice-presidente, ministro Luiz Fux. Neste momento, o novo presidente recebe o cumprimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Procuradoria-Geral da República (PGR) e demais autoridades. Em seguida, Toffoli fará o primeiro discurso como presidente. Cerca de mil pessoas foram convidadas para a cerimônia.

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Toffoli tem 50 anos e foi nomeado para o STF, em 2009, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de chegar ao Supremo, o ministro foi advogado-geral da União e advogado de campanhas eleitorais do PT.

O ministro é conhecido por evitar polêmicas e por ter um tom pacificador em suas decisões. De acordo com os colegas da Corte, o novo presidente fará um trabalho ligado à gestão administrativa do Judiciário, por meio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que também comandará.

 

A ministra Cármen Lúcia encerra hoje (13) seu mandato como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) após dois anos em que controlou de perto a pauta de julgamentos e teve que lidar, em mais de uma oportunidade, com embates entre o Judiciário e os outros poderes. Ela será substituída pelo ministro Dias Toffoli.

Cármen Lúcia deixa também o posto de presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ministra foi a segunda mulher a ocupar ambos os cargos – a primeira havia sido a ministra Ellen Gracie, já aposentada. Nessa condição, Cármen Lúcia promoveu políticas que visaram atender lacunas na prestação de atendimento às mulheres no Judiciário.

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Uma semana antes de deixar o comando do CNJ, por exemplo, apresentou e obteve aprovação de três novas resoluções que dizem respeito às mulheres, instituindo políticas de combate à violência doméstica e de incentivo à participação feminina em cargos de comando no Judiciário e regulamentando a atenção a gestantes e lactantes em unidades prisionais.

Em mais de uma oportunidade, Cármen Lúcia afirmou, fosse em plenário ou em eventos sobre o tema, que o fato de presidir o STF foi um fato “excepcional”, não refletindo uma mudança real na situação desprivilegiada da mulher brasileira. “Há enorme preconceito contra a mulher no Brasil”, afirmou na primeira sessão plenária que presidiu, em 14 de setembro de 2016, um dia depois de tomar posse.

Em maio de 2017, também em plenário, Cármen Lúcia reclamou da interrupção exacerbada dos ministros em relação a ela e a Rosa Weber, as duas únicas mulheres da Corte. “Em geral, eu e a ministra Rosa, não nos deixam falar”, disse durante um julgamento. Em uma entrevista recente, ela afirmou não ceder “diante de pressões pelo fato de ser mulher”.

Crise carcerária

Três meses após assumir, Cármen Lúcia precisou lidar com uma crise aguda na já crônica situação precária das prisões brasileiras. Em janeiro de 2017, ao menos 133 detentos foram mortos em rebeliões, alguns decapitados.

Responsável por supervisionar o sistema prisional, o Judiciário foi alvo de cobranças. Numa tentativa de desafogar o sistema, Cármen Lúcia convocou todos os tribunais do país a fazer um esforço concentrado para julgar os processos dos presos provisórios, sem condenação e que representam mais de 40% do total de detentos.

Cármen Lúcia também adotou, nessa área, uma postura em que se manteve como protagonista: ela fez visitas a 20 unidades prisionais, em 17 estados, ao longo de seu mandato.

Em outra frente, a ministra implantou o Banco Nacional de Monitoramento de Prisões 2.0, com o intuito de suprir a carência de dados fidedignos e atualizados sobre a realidade carcerária no Brasil. Ao deixar o CNJ, a ministra entrega a ferramenta com as estatísticas em tempo real de 25 das 27 unidades da Federação.

Centralização

Ao longo de dois anos, nos bastidores dos gabinetes do Supremo, o comentário mais recorrente diz respeito ao caráter centralizador da ministra. Na gestão Cármen Lúcia, a definição da pauta de julgamentos passou a ter menos influência da vontade coletiva dos ministros, ficando mais a critério da presidência da Corte.

Em momentos mais agudos, ministros chegaram a criticá-la publicamente. Foi o caso, por exemplo, do episódio envolvendo os mais antigos, como Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, que expressaram em entrevistas e no plenário contrariedade por ela não pautar alguns processos, entre eles as ações declaratórias de constitucionalidade (ADC´s) sobre execução de pena após condenação em segunda instância.

Em um sinal dessa menor sinergia entre os gabinetes, Cármen Lúcia viu subir a temperatura dos desentendimentos entre seus pares durante sua gestão. O ápice ocorreu durante um embate de ofensas diretas protagonizado, em plenário, por Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, que chegou a chamar o colega de “mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia”.

Ao assumir, Toffoli levantará a bandeira da pacificação como um dos objetivos de sua gestão.

Embates

Cármen Lúcia se deparou com embates tanto no ambiente interno quanto fora da Corte. Pouco depois de ela assumir, uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello colocou Judiciário e Legislativo em rota de colisão.

Em dezembro de 2016, Marco Aurélio Mello determinou, liminarmente, o afastamento do então presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), do comando da Casa. Ele tomou como base uma maioria de seis ministros, formada em julgamento no plenário no mês anterior, para vedar que réus ocupassem cargos na linha sucessória da Presidência da República.

Ao final, Calheiros decidiu não cumprir a liminar, causando constrangimento entre os poderes. A solução costurada internamente foi o decano do STF, ministro Celso de Mello, voltar atrás em seu voto, desfazendo a maioria anterior e dando respaldo para a permanência do senador no cargo. A imagem do Supremo saiu chamuscada do episódio.

Em setembro do ano seguinte, o Senado voltaria a desafiar uma decisão do STF, dessa vez proferida pela Primeira Turma, que ordenou o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) do cargo de senador.

Mais uma vez, Cármen Lúcia operou para contornar a situação e pautou em plenário uma ação na qual os ministros decidiram que qualquer medida cautelar contra parlamentar precisaria de aval do Congresso, o que manteve Aécio no cargo. O episódio foi lido como uma derrota do Judiciário ante as reações de parlamentares contra a Lava Jato.

Ao longo de seu mandato, a ministra teve também de administrar embates com o Executivo, como a suspensão de um indulto natalino editado pelo presidente Michel Temer concedida por Luís Roberto Barroso via liminar. Outra ocasião que levou a acusações de interferência indevida do Judiciário ocorreu quando o Supremo barrou a posse da deputada Cristiane Brasil (PDT-RJ) como ministra do Trabalho.

Foro privilegiado

Mesmo com o desconforto institucional, Cármen Lúcia levou adiante um pleito antigo de diversos ministros que passaram pelo STF nas últimas décadas: uma restrição maior do foro por prerrogativa de função, também conhecido como foro privilegiado.

Ela pautou um recurso relatado por Luís Roberto Barroso, no qual o ministro sugeriu que, no caso de congressistas, somente permanecessem no STF casos relacionados a crimes suspeitos de terem sido cometidos no exercício do cargo e em função dele.

Cinco longas sessões plenárias foram necessárias para que o tema fosse julgado. Na última, em maio, prevaleceu a tese de Barroso, por 7 votos a 4. Desde então, ao menos 230 processos envolvendo deputados e senadores foram remetidos a instâncias inferiores.

Muitos viram na restrição do foro uma resposta à reação dos políticos contra a Lava Jato, diante de projetos de lei em tramitação no Congresso que buscavam, ao menos na visão de magistrados e promotores, tolher a atuação do Judiciário. O PLS 85/2017, por exemplo, fora aprovado no Senado na semana anterior à restrição do foro, e pretendia tipificar o abuso de autoridade por parte de juízes e membros do Ministério Público, bem como restringir o uso da prisão preventiva.

A restrição do foro seria um troco do Judiciário, dado o fato de que um inquérito por corrupção leva muito mais tempo para ser julgado no STF do que na primeira instância. Desde então, o projeto sobre abuso encontra-se parado na Câmara.

Lava Jato

Foi apenas na reta final da gestão de Cármen Lúcia, três anos após a Lava Jato chegar ao Supremo, que a Corte concluiu seu primeiro julgamento de uma ação penal na operação, ao condenar o deputado Nelson Meurer (PP-PR), em maio, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Nesse meio tempo, a operação sofreu um de seus maiores revezes, com a morte do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, em um trágico acidente aéreo, em 19 de janeiro de 2017.

Coube a Cármen Lúcia apaziguar os ânimos e assegurar o andamento da operação no STF. Ela conduziu os despachos interinamente e, em tempo hábil, determinou que os processos não seriam herdados pelo substituto de Zavascki, o que levaria mais tempo, e sim distribuídos a um novo relator, solução mais célere. O sorteado foi o ministro Edson Fachin.

Por outro lado, foi no período em que a ministra comandou a Corte que os escaninhos do Supremo foram abarrotados por quase 80 pedidos de investigação contra políticos feitos pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com base na delação premiada da empresa Odebrecht.

Segunda Turma

Ao menos oito dessas investigações no Supremo foram arquivadas nos últimos meses, a mais recente delas envolvendo a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT).

O arquivamento foi determinado na Segunda Turma do STF por força dos votos de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, trinca que nos últimos meses tem deixado Edson Fachin e Celso de Mello vencidos em julgamentos da Lava Jato.

Questionada, Cármen Lúcia confirmou que ao deixar a Presidência do STF deseja ir para a Segunda Turma, onde ocupará a cadeira deixada por Toffoli. Conhecida por ser dura no julgamento de ações penais, a expectativa é de que a ministra vire o jogo nas questões relativas à Lava Jato.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi eleito na tarde desta quarta-feira, 8, o novo presidente da Corte pelos próximos dois anos, com a cerimônia de posse marcada para o dia 13 de setembro, às 17h. O ministro Luiz Fux será o vice-presidente do tribunal no período.

Atual vice-presidente do STF, Toffoli sucederá a ministra Cármen Lúcia, a quem dirigiu elogios durante a sessão em que foi eleito presidente.

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"Este é um principio republicano que esta Corte segue há décadas - o da rotatividade entre seus integrantes, que ora recai sobre os meus ombros. A responsabilidade deste encargo é enorme, os desafios são gigantescos. Por um lado temos essa dificuldade, até pela gestão tranquila, firme, que Vossa Excelência teve nesses dois anos difíceis para a nação brasileira, com tantas demandas chegando a este Supremo Tribunal Federal e ao Conselho Nacional de Justiça", disse Toffoli.

"Se o desafio é grande de substituir a Vossa Excelência nesta rotatividade, por outro lado é muito facilitado, porque tenho que dar aqui o testemunho de que nestes dois anos em que servi como vice-presidente, Vossa Excelência comigo sempre teve o maior diálogo, me colocando sempre partícipe da gestão, e os nossos gabinetes sempre tiveram uma interação muito grande", prosseguiu o ministro.

Dentro do STF, a avaliação é a de que a transição de Cármen para Toffoli será melhor que aquela ocorrida entre Cármen e Ricardo Lewandowski há dois anos. Isso porque Cármen e Toffoli se dão bem, enquanto a ministra e Lewandowski não se bicam.

A equipe de Cármen também comemora reservadamente o fato de, ao sair da presidência, a ministra herdar o gabinete de Toffoli, considerado um dos mais eficientes da Corte.

O Broadcast Político apurou que o futuro presidente do Supremo pretende tornar as sessões do tribunal mais ágeis, aumentar a interlocução com os colegas e levar mais casos para julgamento no plenário virtual da Corte, o que desafogaria o número de processos pendentes de julgamento no "plenário real" do STF.

Calmaria

Durante a sessão plenária desta quarta-feira, Cármen desejou que Toffoli e Fux enfrentem um período mais calmo pela frente.

"O ministro Dias Toffoli e o Luiz Fux são nossos colegas, os nossos pares que conduzirão esta casa nesse período. Em nome do tribunal, de todos os ministros, eu os parabenizo, desejo que seja um período profícuo, mais calmo, na medida em que o direito permite e o País propicia, que seja uma administração na qual se possa dar continuidade àquilo que é próprio do tribunal: julgar bem, de maneira eficiente", afirmou Cármen.

A presidência de Cármen foi marcada por uma série de episódios turbulentos, como a morte em acidente aéreo do ministro Teori Zavascki (então relator da Lava Jato), os desdobramentos da delação premiada de executivos do grupo J&F, o julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o afastamento de Renan Calheiros (MDB-AL) da presidência do Senado por decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, entre outros.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma defesa nesta quarta-feira (7) das posições divergentes durante julgamentos na Corte, mesmo quando resultam em discussões mais acaloradas em plenário. Para ele, as polêmicas e discordâncias são um sinal do bom funcionamento da instituição.

“Muitas vezes as pessoas não entendem por que no Supremo se debate, se discute, às vezes até tem alguns arranca-rabos, mas isso é da essência da democracia, a pluralidade, a diversidade”, disse Toffoli em uma palestra sobre direitos fundamentais durante seminário sobre os direitos humanos e os 30 anos da Constituição, no Centro de Ensino Unificado de Brasília (UniCEUB).

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O ministro, que assume a presidência do STF no dia 14 de setembro, disse ser “triste” quando se avalia que placares de 6 a 5 em algum julgamento, por exemplo, sejam um sinal de que o Supremo esteja “dividido” ou disfuncional.

“Isso é da essência da democracia. É exatamente isso que faz com que as discussões sejam legitimadas pelos embates de visões jurídicas diferenciadas”, disse. “É exatamente isso que faz com que as discussões sejam legitimadas pelas discussões, pelos embates de visões jurídicas diferenciadas”.

Recentemente, Toffoli foi protagonista de algumas discussões mais acaloradas durante julgamentos, como quando a Segunda Turma do STF concedeu um habeas corpus ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em junho. Na ocasião, ele e o ministro Edson Fachin, que votou contra a soltura do político, trocaram farpas e insinuações.

Em tom de conciliação, Toffoli disse que os debates são normais já que o STF é um órgão colegiado. “E por que é um colegiado? Exatamente para não termos a vontade de um. Senão teríamos um ministro do Supremo só. É colegiado para que as várias visões estejam presentes.”

Ao assumir a presidência do STF, Toffoli passará a ser responsável por elaborar a pauta de julgamentos da Corte. Há a expectativa de que o ministro venha a pautar temas polêmicos que tiveram placares apertados em julgamentos anteriores e que podem voltar a ser discutidos, como a prisão após condenação em segunda instância.

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, deixou de julgar nesta sexta-feira (27) dois pedidos de habeas corpus protocolados pela defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Nas duas decisões, Toffoli entendeu que não há urgência nos pedidos para justificar uma decisão durante o recesso de julho da Corte. O ministro também decidiu enviar o caso para o relator, Edson Fachin.

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Ex-deputado pelo MDB do Rio de Janeiro, Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016 pelas investigações das operações Sépsis e Lava Jato, da Polícia Federal (PF).  No pedido de liberdade, os advogados alegam que Cunha sofre “constrangimento ilegal” ao ser mantido preso por tanto tempo.

Segundo a defesa do ex-deputado, não há motivos para manutenção da prisão tanto no processo no qual Cunha teve a prisão decretada em função da delação do empresário Joesley Batista quanto na ação penal na qual foi condenado a 24 anos de prisão, em processo envolvendo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

No mês passado, Cunha foi sentenciado pela Justiça Federal em Brasília no processo que apurou pagamento de propina de empresas interessadas na liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, rejeitou hoje (25) um habeas corpus protocolado por um advogado em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido não foi feito pela defesa de Lula.

Ao analisar o habeas corpus, Toffoli entendeu que o pedido de liberdade não se enquadra nas hipóteses de urgência para ser analisado durante o plantão do recesso de julho na Corte. Além disso, o ministro enviou o pedido para relator dos processos da Operação Lava Jato no tribunal, Edson Fachin.

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“O caso não se enquadra na previsão do art. 13, inciso VIII, do Regimento Interno deste Supremo Tribunal, em especial ante a possibilidade de incidência do entendimento da Corte segundo o qual é inadmissível o habeas corpus que se volta contra decisão monocrática do relator da causa no Superior Tribunal de Justiça não submetida ao crivo do colegiado por intermédio do agravo interno, por falta de exaurimento da instância antecedente”, justificou o ministro, em sua decisão.

Toffoli está interinamente na presidência da Corte porque a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, está ocupando a Presidência da República em função da viagem do presidente Michel Temer à Africa do Sul.

Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP) e teve a pena executada pelo juiz federal Sergio Moro após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça, conforme definiu o STF. Ele está preso na superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba.

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, assumiu hoje (23) o comando da Corte interinamente. Até o final da semana, Toffoli ficará responsável por decidir questões urgentes que chegarem ao plantão do tribunal. Neste mês, o Supremo está em recesso, e os trabalhos serão retomados no dia 1º de agosto.

Em função do período de recesso, a Corte deveria estar sob o comando da presidente, Cármen Lúcia, no entanto, a ministra teve de assumir a presidência da República interinamente em função da viagem do presidente Michel Temer ao México.

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Cármen Lúcia, terceira na linha sucessória, assumiu interinamente a Presidência da República em função da legislação eleitoral. Como o cargo de vice-presidente está vago, a primeira pessoa da linha sucessória no país é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o segundo, o do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

No entanto, a legislação eleitoral impede a candidatura de ocupantes de cargos no Executivo nos seis meses que antecedem as eleições. Dessa forma, se Maia ou Eunício assumissem a Presidência, ficariam inelegíveis e não poderiam disputar as eleições de outubro.

Cármen Lúcia tem agenda de trabalho a partir das 14h, no Palácio do Planalto. Entre as autoridades que receberá estão os governadores do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori; do Piauí, Wellington Dias, e de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Em setembro, Dias Toffoli assumirá a cadeira de presidente do STF por dois anos em função do término do mandato de Cármen Lúcia, que começou em 2016.

 

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PSC), de 71 anos, morreu, hoje, no Hospital Português, na área central do Recife. O óbito ocorreu às 4h, em decorrência do agravamento do quadro de saúde do deputado, que teve edema pulmonar e parada cardíaca. O parlamentar estava internado desde domingo (1º), depois ter problemas de saúde em casa, na Região Metropolitana, e ser levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Guilherme Uchoa estava no sexto mandato parlamentar e presidia a Alepe pela sexta vez consecutiva. Juiz aposentado, ele ocupou o cargo de governador de Pernambuco em virtude de ausência dos titulares. Guilherme sempre foi fiel ao ex-governador Eduardo Campos e esteve ao lado do PSB por toda a vida política. 

 

As condolências dos políticos

É com imenso e profundo pesar, que recebo a notícia do falecimento do meu amigo pessoal, Guilherme Uchoa. Além de ser um político com uma bela trajetória, Guilherme sempre se destacou por sua firmeza nas posições em defesa do parlamento e de seus pares. Amigo dos amigos sabia ser duro e cordial ao mesmo tempo.

Sem dúvidas nenhuma, Pernambuco perde uma grande personalidade, um grande líder e um dos políticos mais importantes que o Estado já teve.  Eu, particularmente, perco um grande amigo.

Hipoteco a minha solidariedade a Dra. Eva, ao Guilherme Júnior e Giovana. Que Deus os conforte e os abençoe.

Lula Cabral

Prefeito do Cabo

Oposição

Hoje é um dia triste para todos nós que fazemos a Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Foi com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento do deputado Guilherme Uchoa, presidente da Alepe. Em seu sexto mandato e a quase 12 anos a frente da Casa, a sua atuação foi marcada principalmente pela forma como defendeu a autonomia do Legislativo. Pernambuco perde um grande quadro. Como homem público, sempre praticou a boa política, atuando com ética, seriedade e compromisso com os pernambucanos.

Segue a nota

Guilherme é um exemplo de homem público, pai e amigo. Ele pode imprimir uma gestão exitosa na Alepe, buscando a transparência do poder legislativo, melhorando a infraestrutura e ampliando o diálogo do Legislativo com todos os poderes, além de buscar ampliar os canais institucionais de participação popular, dialogando sempre com o povo de Pernambuco. Nossa solidariedade à toda família e amigos

*Bancada de Oposição de Pernambuco*

Silvio Costa Filho, líder da Oposição

Sempre ele Romero Jucá

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF), hoje, no qual informou concordar com a prorrogação de um dos inquéritos abertos para investigar o senador Romero Jucá (MDB-RR). A manifestação da PGR foi enviada após pedido da Polícia Federal, que solicitou 60 dias a mais de prazo para concluir as investigações.

Números

A suspeita é que Jucá recebeu R$ 10 milhões em propina da Odebrecht e da Andrade Gutierrez para beneficiar as empresas na licitação do Projeto Madeira (Usina Hidrelétrica de Santo Antônio). O ministro Edson Fachin é o relator do inquérito e será o responsável por decidir pela prorrogação das investigações. O STF entrou em recesso nesta segunda e só volta às atividades no dia 1º de agosto.

A chegada dos imigrantes

Cento e quinze imigrantes venezuelanos desembarcam na tarde de amanhã, no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, vindos de Boa Vista, Roraima, numa aeronave da Força Aérea Brasileira. Setenta deles seguirão, em veículos do Exército, para Igarassu, onde serão acolhidos nas Aldeias Infantis; 45 irão para João Pessoa (PB) e serão abrigados na Pastoral do Migrante naquele Estado.

Se livrou de uma bronca

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, arquivou, na última sexta-feira, o processo que investigava o deputado federal Bruno Araújo (PSDB) em que era citado no inquérito da Odebrecht. Bruno Araújo comentou a decisão do ministro Toffoli. “Aguardei com serenidade esse dia. Agradeço a todos que durante esse período trouxeram palavras de confiança”, disse.

Dias Toffoli mais que uma mãe

“O presente inquérito perdura por prazo significativo, com prorrogações sucessivas, sem que tenham aportado nos autos elementos informativos que se possa considerar elementos de corroboração às declarações dos colaboradores, ou provas outras”, afirma o ministro Toffoli no despacho de arquivamento.

Se movimentando

Durante reunião das lideranças estaduais do Solidariedade, realizada na manhã de hoje, o partido resolveu marcar para o dia 4 de agosto a convenção que decidirá o apoio da legenda às chapas que disputam o governo do estado durante as eleições deste ano. O encontro da comissão executiva e dos pré-candidatos pelo SD foi motivado por um grau elevado de insatisfação, que culminou com a forma do governador, Paulo Câmara, em, sem diálogo, retirar a secretaria de habitação do estado da indicação partidária do deputado federal Kaio Maniçoba.

 

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), é quem julgará a reclamação com a qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende retirar do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a ação penal sobre o sítio em Atibaia (SP).

A reclamação foi autuada no sistema do STF nesta quarta-feira (2), e Toffoli foi escolhido relator por prevenção, por ter sido autor do voto vencedor no julgamento da semana passada em que a Segunda Turma da Corte decidiu retirar das mãos de Moro as citações a Lula nas delações premiadas de executivos da empresa Odebrecht. O material foi enviado para a Justiça Federal de São Paulo.  

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Nos depoimentos, são mencionadas reformas no sítio em Atibaia, que o Ministério Público Federal (MPF) diz ter sido entregue a Lula a título de propina, em troca do favorecimento de determinadas empreiteiras em contratos com a Petrobras.

Após a decisão da Segunda Turma, na semana passada, a defesa de Lula pediu a Moro que não só a delação da Odebrecht como todo o processo sobre o sítio em Atibaia saísse das mãos de Moro. Entre os argumentos está o de que o ex-presidente não poderia ser julgado pelos mesmos fatos em mais de uma jurisdição.

Moro negou o pedido, afirmando que o caso do sítio possui “outras provas”, e por isso, por ora, deve permanecer em Curitiba. A decisão levou a defesa de Lula a entrar com a reclamação no Supremo, com o objetivo de garantir a transferência do processo para São Paulo, onde os supostos crimes teriam ocorrido, ou para Brasília, onde o ex-presidente atuava à época dos fatos.  

Os advogados do ex-presidente querem uma liminar (decisão provisória) para que a ação penal seja suspensa ao menos até que seja pacificada a questão sobre de quem é a competência para julgar o caso do sítio. Não há prazo para que Toffoli profira uma decisão.

Pode ir anotando essa data : 2 de maio, quarta-feira que vem. Por proposta do ministro Luiz Roberto Barroso, o Supremo Tribunal Federal limita o foro especial para deputados e senadores a problemas ocorridos durante o mandato, que tenham relação com sua atividade parlamentar. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar o julgamento sobre a restrição ao foro por prorrogativa de função, conhecido como foro privilegiado, para deputados e senadores. Sempre bom lembrar ao leitor que até o momento, há maioria de oito votos a favor do entendimento de que os parlamentares só podem responder a um processo na Corte se as infrações penais ocorreram em razão da função e cometidas durante o mandato. Caso contrário, os processos deverão ser remetidos para a primeira instância da Justiça. Registremos que o julgamento começou no dia 31 de maio de 2017 e foi interrompido por dois pedidos de vista dos ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, que será o próximo a votar. O relator, Luís Roberto Barroso, votou a favor da restrição ao foro e foi acompanhado pelos ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux e Celso de Mello. Faltam os votos de Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Resta ao cidadão comum esperar para ver o que o STF vai fazer, mas dali toda surpresa do mundo pode acontecer. Outro exemplo que vale ser dado é o de que se, no exercício do mandato, atropelar alguém, também não terá a proteção do foro especial. Sete ministros (num total de onze) já se manifestaram a favor da modificação. Em princípio, será aprovada. Provavelmente depois das eleições de outubro, para não dar a impressão de que a medida visa apenas beneficiar o ex-presidente Lula – o Supremo deve mudar a norma pela qual os condenados em segunda instância estão sujeitos à prisão. Essa norma foi aprovada por maioria mínima, 6x5; há ministros que mudaram de opinião, como Gilmar Mendes, invertendo a maioria. Vamos a uma situação hipotética: um parlamentar envolvido em crime do colarinho branco: será julgado em primeira instância, apresentará embargos infringentes e embargos de embargos, e irá até a quarta instância, o que pode levar anos. Se até hoje o Supremo não julgou ninguém acusado pela Lava Jato, os anos serão muitos, e lentos .

Prefeitura realiza credenciamento de artistas locais para o São João 2018

A Prefeitura do Paudalho por meio da Secretaria de Cultura e Turismo abriu o período de credenciamento das atrações artísticas locais para os festejos do São João 2018. Os interessados (pessoas físicas e jurídicas) deverão apresentar documentação para habilitação e proposta até o dia 09 de maio. As inscrições ocorrem na sede da Secretaria de Cultura que fica na Praça Santa Tereza, sem número, na antiga Estação Ferroviária.

Programa Água Boa da Prefeitura de Petrolina atende em caráter emergencial agricultores da zona rural

A Prefeitura de Petrolina adotou uma medida emergencial para atender às famílias prejudicadas pelo corte de água na zona rural do município. Neste sábado (28) e domingo (29) as comunidades de Uruás, Cruz de Salinas, Atalho e Caititu estarão sendo assistidas pela prefeitura, que adotou a medida após o corte no fornecimento d'água na Adutora de Caititu.

 Quem coordena?

A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Agrário, está sendo possível graças à contratação emergencial de 10 caminhões-pipa através do programa Água Boa, beneficiando assim, mais de 100 famílias.

 Prefeitura do Recife anuncia resultado final de seleção temporária de professores

A Prefeitura do Recife divulgou, no Diário Oficial do Município deste sábado (28), a listagem com o resultado final da seleção pública simplificada para contratação temporária de professores para a rede municipal de ensino. O certame visa a contratação de 342 profissionais, de nível superior para atuarem na Secretaria de Educação.

Vagas 

As vagas são voltadas para professores com habilitação em Licenciatura Plena em Pedagogia (Professor I) e nas demais licenciaturas dos diversos componentes curriculares: Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências, Inglês, Artes, Educação Física (Professor II). Os postulantes irão atuar na Educação Infantil, Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental, nos projetos e Programas Educacionais e salas regulares bilíngues em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Mais um vai entregar tudo

Seguindo as pegadas do ex-ministro petista Antônio Palocci, o operador de propinas do PT na Petrobras, Renato Duque, está na bica de fechar com a Lava Jato um acordo de delação premiada. Num entendimento prévio, o ex-diretor da estatal petrolífera já firmou um acordo com procuradores brasileiros e italianos, para delatar crimes investigados em processos que correm na Itália.

Pra vender de todo jeito

Encarregado de destravar a venda da Petrobrás o ministro Moreira Franco (Minas e Energia) reuniu a equipe no fim da semana passada para avisar que trabalharia nesta hoje dia  (30), véspera de feriado. 

Juntando dinheiro

O TSE inicia hoje segunda-feira, 30, o cadastro das empresas interessadas em realizar as chamadas “vaquinhas virtuais” para os candidatos das eleições deste ano. Somente os sites que se registrarem vão poder arrecadar recursos para as campanhas. O período de arrecadação via crowdfunding começa em 15 de maio.

Em busca de esmola

A partir desta data os pré-candidatos vão poder usar os sites de financiamento coletivo para levantar recursos para as campanhas. Caso desistam de disputar, terão que devolver o dinheiro aos doadores. (Isadora Peron)

Depois do desgaste no relacionamento com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, o presidente Michel Temer começou a se aproximar do ministro Dias Toffoli, que assumirá a Corte em setembro de 2018. As conversas entre os dois provocaram desconfianças e estocadas do outro lado da Praça dos Três Poderes.

Sob o argumento de estar preocupado com a harmonia entre o Executivo e o Judiciário, Temer perguntou a interlocutores, nos últimos dias, se achavam que ele também deveria procurar outros ministros do Supremo e foi incentivado a seguir esse caminho. Advogado constitucionalista, o presidente mantém amizade no tribunal com Gilmar Mendes - que chegou a redigir o esboço de uma proposta para instituir o semipresidencialismo no Brasil - e com Alexandre de Moraes, ex-titular da Justiça.

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O mais recente diálogo com Toffoli ocorreu em 19 de novembro, no Palácio da Alvorada. Temer já havia manifestado há tempos a intenção de chamá-lo para um café, mas preferiu esperar a "poeira baixar" depois que a Corte julgou processos delicados, como o pedido para afastar o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no caso JBS.

A reunião foi vista no Supremo como uma tentativa de Temer de estreitar laços com o futuro presidente do tribunal, mas incomodou alguns magistrados, para quem o diálogo institucional deveria ser feito com Cármen. No Alvorada, o peemedebista chegou a discorrer sobre a recuperação dos indicadores econômicos e perspectivas para 2018.

"Sempre tive uma boa relação com ele", afirmou Toffoli. "Foi um bate-papo muito cordial. Perguntei, por exemplo, como foi o encontro dele com Trump", completou o ministro, referindo-se ao jantar ocorrido em Nova York, em setembro, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na prática, Temer começou a se afastar de Cármen em maio, depois que vieram à tona as delações do empresário Joesley Batista e de outros executivos da J&F, no âmbito da Lava Jato. A portas fechadas, auxiliares do presidente dizem que, naquele momento, ficou evidente o desejo dela de ser uma espécie de "salvadora da Pátria".

‘Solução’. Na avaliação do Palácio do Planalto, Cármen atuou com o objetivo de aparecer como "solução de consenso" para a crise política. Aliados de Temer não têm dúvidas de que a magistrada fez articulações para ser indicada, em caso de eleição indireta no Congresso, como o nome que assumiria o comando do País até 2018, se ele não resistisse às denúncias de corrupção. Desde essa época, a relação entre os dois ficou estremecida e hoje é distante e protocolar.

Quando os depoimentos da JBS foram revelados, Cármen afirmou que o Brasil sobreviveria às delações e rebateu rumores de que poderia ser candidata à cadeira de Temer. Em conversas reservadas, assegurou que essas especulações não faziam o mínimo sentido.

"Estou no lugar que eu tenho a obrigação constitucional de estar e estarei com muito gosto", disse ela, na ocasião.

Não é de hoje, porém, que o Planalto carimba atitudes de Cármen como estratégia de marketing. Exemplos citados na sede do governo são justamente as visitas que ela fez a presídios, após várias rebeliões. O diagnóstico foi de que houve ali muitos holofotes para pouco resultado concreto, uma percepção também compartilhada por integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidido pela magistrada.

No ano passado, em reunião dos chefes dos três Poderes para discutir o espinhoso tema da segurança, o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, hoje no Supremo, fez um comentário que irritou Cármen. "No Brasil, a gente prende muito e prende mal", constatou Moraes. A presidente do STF discordou de forma enfática e muitos dos presentes tiveram a impressão de que ela queria todas as atenções.

Na lista de críticas que saem do Planalto em direção à Corte, pelo menos uma se refere ao voto de desempate que Cármen deu no julgamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), considerado muito confuso.

Alvo da Lava Jato, Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões para Joesley. Na sessão que conferiu ao Congresso o poder de reverter medidas cautelares impostas a deputados e senadores, a ministra foi a responsável pelo voto decisivo, abrindo caminho para o Senado devolver o mandato de Aécio.

Gestão. A nove meses do fim da gestão de Cármen à frente do STF, cresce no governo a expectativa sobre a administração de Toffoli. O magistrado possui um dos gabinetes mais ágeis da Corte, com um acervo de 2,2 mil processos. O de Marco Aurélio Mello, por exemplo, reúne 7,3 mil casos.

Toffoli acumula experiência nos três Poderes, o que pode, na visão do Planalto, ajudar a diminuir atritos em um ano eleitoral. Antes de vestir a toga, ele foi advogado do PT e do ex-ministro José Dirceu, além de assessor da liderança do partido na Câmara, quando Temer era presidente da Casa. No governo Lula, atuou como subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil e advogado-geral da União. Há tempos, porém, se distanciou do PT e faz dobradinhas com Gilmar Mendes.

O Supremo aguarda, agora, a devolução do pedido de vista de Toffoli sobre a limitação do foro privilegiado. Logo após o encontro com Temer, no Alvorada, o ministro solicitou mais tempo para analisar o assunto, que tem grande impacto sobre o mundo político.

Se o foro for reduzido, parte expressiva de processos contra parlamentares, em tramitação no STF, migrará para a primeira instância, que costuma ser mais célere. Há maioria na Corte para limitar essa prerrogativa apenas a crimes relacionados aos mandatos, e cometidos no exercício do cargo, mas o debate foi interrompido por Toffoli, que só deve liberar a ação por volta de março. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Devido ao atraso no repasse de recursos do governo do Estado do Rio de Janeiro para pagamento dos servidores da Justiça, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (3) o bloqueio de até R$ 129 milhões do Tesouro estadual.

A decisão atende parcialmente a um pedido do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que apontou o não-pagamento das parcelas de fevereiro e março de um acordo para recompor o Fundo Especial do Tribunal de Justiça. O valor total que o TJ pediu para o arresto (bloqueio) era de R$ 275 milhões, pouco mais do que o dobro do que foi autorizado pelo ministro do STF. A soma se refere aos duodécimos, como são chamados os recursos que devem ser repassados pelo Executivo aos outros Poderes.

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O argumento do governo do Rio de Janeiro de que não tinha recursos para o pagamento dentro do prazo previsto não foi o suficiente para impedir a decisão. O governo havia dito que previa concluir os repasses até o dia 6 de abril.

"Determino o arresto exclusivamente nas contas do Tesouro do Estado do Rio de Janeiro, até o valor de R$ 129.023.676,93, a fim de garantir o cumprimento do acordo firmado nestes autos relativamente ao repasse de duodécimos ao Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro no mês de março de 2017", disse o ministro Dias Toffoli na decisão.

Toffoli também estabeleceu critérios para cumprimento e acompanhamento da decisão, "devendo ser informadas, nos autos, as medidas implementadas para supervisão deste relator".

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou nesta terça-feira (21) a forma de divulgação das investigações da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF). Para Mendes, houve "uma disputa pela mídia" ao se divulgar que supostos casos de adulteração de carne vencida poderiam ter afetado produtos exportados. A critica foi feita na sessão na qual Mendes acusou a Procuradoria da República de vazar nomes de citados nas delações da Odebrecht.

"Um delegado decide fazer a maior operação já realizada no Brasil e anuncia que todos nós estaríamos comendo carne podre, e que o Brasil estava exportando para o mundo carne viciada. Por que ele fez isso? Porque no quadro de debilidade da política não há mais anteparos, perderam os freios. E não querem que se aprove lei de abuso de autoridade. Então, um mero delegado anuncia operação dessa dimensão porque ele vê o crime cometido na Procuradoria da República", disse o ministro.

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Durante a mesma sessão, o também ministro Dias Toffoli disse é preciso "evitar pirotecnias" nas operações policiais e afirmou que o Judiciário deve tomar cuidado ao manter o sigilo das diligências autorizadas. "Se todos nós comêssemos carne podre, nós não estaríamos aqui em sessão, nós estaríamos no hospital. Não teríamos servidores para fazer sessões, não poderíamos estar aqui porque estaríamos com algum tipo de infecção", disse Toffoli.

A operação Carne Fraca investiga um suposto esquema criminoso envolvendo empresários do agronegócio e fiscais agropecuários, que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo. De acordo com a PF, frigoríficos envolvidos nesse esquema criminoso "maquiavam" carnes vencidas e subornavam fiscais do Ministério da Agricultura para que autorizassem a comercialização de produtos sem a devida fiscalização.

Ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira, 20, que o sistema brasileiro "está falido" e defendeu a adoção do modelo de lista fechada como um "teste provisório", não definitivo.

"Claramente esse (atual) sistema está falido. Ele leva à possibilidade de compra de votos, ele leva a uma fragmentação política cada vez maior no sentido de um maior número de partidos sendo criados, isso leva a um governo de cooptação, e não de coalização. Então o que temos é realmente repensar e mudar esse sistema o quanto antes", disse o ministro a jornalistas, depois de participar do Seminário Internacional sobre Sistemas Eleitorais, na sede do TSE.

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Na avaliação do ministro, cabe ao Congresso Nacional discutir o melhor modelo a ser adotado no Brasil. Para Toffoli, o sistema de lista fechada pode ser uma opção, mas não definitiva. "Ela (a lista fechada) pode ser uma saída, um teste provisório para ver como é que funciona. Não definitivo, mas num momento de transição do atual sistema", comentou Toffoli.

O ministro defendeu a adoção do modelo alemão, no qual se adota um sistema misto, em que os eleitores votam no partido e nos candidatos de cada distrito. "Eu acho que o melhor sistema para se introduzir no Brasil seria o alemão, mas isso depende de mudança constitucional. Você vota metade do Parlamento no partido, metade no distrito, então você aproxima as pessoas", disse Toffoli.

Liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu lei do município de Novo Gama (GO) que proíbe manifestação pública "que afronte a fé cristã". O entendimento, adotado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 431, foi de que "a lei cria proteção especial a uma religião em relação às outras, restringe a liberdade de expressão e legisla sobre direito penal, competência privativa da União", informou o site do Supremo.

A liminar deverá ser submetida a referendo pelo Plenário da Corte. Questionada no STF pelo procurador-geral da República, a Lei municipal 1.515/2015 prevê que "qualquer movimento ou manifestação pública que afronte o cristianismo deverá ser interrompido pelas autoridades, e os envolvidos punidos conforme o artigo 208 do Código Penal".

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O artigo 208 do Código Penal prevê detenção de até um ano para quem "escarnecer alguém por motivo de crença, perturbar cerimônia religiosa ou vilipendiar objeto de culto".

Segundo Toffoli, "há vasta proteção à liberdade de crença no direito brasileiro, com previsões que vêm desde a proclamação da República, e que tornam a lei do município (Novo Gama) incompatível com a ordem constitucional".

"A Lei 1.515/2015 prevê proteção diferenciada a uma forma específica de pensamento religioso, o cristianismo, que passa a dispor de um status diferenciado no universo das crenças religiosas, fazendo a previsão normativa se assemelhar a uma aproximação do Estado com aquele credo", afirma o ministro.

Toffoli destaca que "a proteção à liberdade individual de crença desautoriza a criação de sobreposição de um credo em detrimento de outro, assim como da crença em relação à descrença, desde que atendidas as balizas legais para a manifestação da opinião".

"O direito à livre manifestação do pensamento se traduz na impossibilidade de o Estado proibir a exteriorização de qualquer questionamento, mesmo que de faceta religiosa", destacou o relator.

Para Toffoli, é caso de urgência na suspensão da lei, "pois seu texto impacta sobremaneira no exercício do direito de liberdade, não apenas impedindo seu exercício, como definindo-o como um crime sem correspondência na legislação nacional".

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai analisar se pede o afastamento do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli de casos relacionados à Operação Custo Brasil, que envolve suposto pagamento de propinas ao ex-ministro Paulo Bernardo e sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Mensagens de celular e e-mails apreendidos pela Polícia Federal indicam que Toffoli tem relação de "amizade íntima" com o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, um dos investigados, o que pode ferir "deveres de imparcialidade" na magistratura.

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O jornal O Rstado de S. Paulo apurou que documentos sobre o caso, mantidos em sigilo, foram enviados na semana passada pela Procuradoria da República em São Paulo ao gabinete de Janot, ao qual caberá decidir se requer ao Supremo a suspeição do ministro. Não há prazo, contudo, para que o procurador-geral tome uma decisão sobre o caso.

Conforme fonte que teve acesso à investigação, as comunicações mostram que Toffoli e Gabas marcavam encontros fora do expediente e combinavam eventos sociais, até mesmo um churrasco, o que chamou a atenção no MPF.

A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, também foi oficiada. Janot pode pedir o arquivamento do caso ou arguir a suspeição do ministro, o que levaria a pedir explicações ao próprio Toffoli. Se o ministro entender que não há impedimento e continuar participando de julgamentos do caso, caberá ao plenário do STF decidir se o afasta ou não.

A existência das mensagens entre Toffoli e Gabas foi revelada pelo Blog de Fausto Macedo, no estadao.com.br, no dia 7 deste mês.

Consignados

Desdobramento da Lava Jato, a Custo Brasil apura esquema de desvio que movimentou R$ 100 milhões por meio de contrato com a Consist Software, que gerenciava empréstimos consignados.

Paulo Bernardo é acusado de receber R$ 7 milhões de suborno da empresa, supostamente repassados a ele por meio de um escritório de advocacia. A banca também pagaria despesas eleitorais de Gleisi, que é investigada perante o Supremo em inquérito sob relatoria de Toffoli.

A suposta parcialidade do ministro foi apontada pela Procuradoria da República em São Paulo com base nas mensagens de celular e e-mails de Gabas, apreendidos no dia da operação. O ex-ministro não foi interceptado pela PF. O conteúdo foi descoberto porque as conversas com Toffoli estavam em seu celular, que foi apreendido.

O envio dos documentos a Janot foi solicitado pelo procurador porque Toffoli, como ministro do Supremo, é detentor de foro por prerrogativa de função. A remessa foi autorizada pelo juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal.

Defesas

Procurado pela reportagem, o gabinete de Toffoli informou, em nota, que o ministro "pauta suas decisões de impedimento e suspeição na legislação, analisando, caso a caso, os processos submetidos à apreciação do tribunal". Danyelle Galvão, advogada de Gabas, afirmou que não teve acesso aos relatórios e, portanto, não iria comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um pedido de vista do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quinta-feira (3) o julgamento da ação que pretende impedir parlamentares que são réus em ações penais ocupem a presidência da Câmara dos Deputados ou do Senado. Até o momento, há seis votos a favor do impedimento, a maioria dos votantes. Não há data para a retomada do julgamento.

A Corte começou a julgar a ação na qual a Rede Sustentabilidade pede que o Supremo declare que réus não podem fazer parte da linha sucessória da Presidência da República. A ação foi protocolada pelo partido em maio, quando o então presidente da Câmara, ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tornou-se réu em um processo que tramitava no STF.

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Até o momento, votaram o relator, ministro Marco Aurélio, e os ministros Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello.

De acordo com Marco Aurélio, o curso da ação penal inviabiliza o réu a ocupar o cargo mais alto do Legislativo. No julgamento, por analogia, a maioria dos ministros levou em conta a regra constitucional que prevê o afastamento do presidente da República que se torna réu no Supremo.

"Aqueles que figurem como réus em processo-crime no Supremo não podem ocupar cargo cujas atribuições constitucionais incluam a susbtituição do presidente da República", disse Marco Aurélio.

Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski não participaram do julgamento. No início da sessão, o ministro Luis Roberto Barroso declarou-se impedido para julgar a ação. Barroso disse que se trata de "motivo pessoal". Dessa forma, o julgamento foi realizado com quórum mínimo.

PGR

Em sua manifestação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que parlamentares que são réus em ações penais não podem ocupar a presidência da Câmara dos Deputados ou do Senado.

Janot defendeu que a linha sucessória deve ser exercida plenamente, sem limitações, principalmente na atual situação política do Brasil, em que não há vice-presidente em exercício.

"O Legislativo tem que ser presidido por cidadãos que estejam plenamente aptos a exercer todas as funções próprias dessa magna função. A atividade política é muito nobre e deve ser preservada de pessoas envolvidas com atos ilícitos, ainda mais quando sejam objeto de ação penal em curso na Suprema Corte do país", disse Janot.

Rede

O advogado do partido, Daniel Sarmento, defendeu que, mesmo com a cassação do mandato de Eduardo Cunha, a ação deve ser julgada para que a imagem do Brasil seja respeitada dentro e fora do país. "Ninguém pode ocupar um cargo que dê acesso à chefia de Estado se contra essa pessoa pesar uma ação penal instaurada por esta Corte.", argumentou o advogado.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, voltou a criticar ontem "reações" à Lava Jato, que "incluem ataques ao Ministério Público, tentativas de reverter a jurisprudência do STF sobre a execução de condenações após o segundo grau, articulações para preservar mandatos maculados e mudanças legislativas que façam tudo ficar tão parecido quanto possível com o que sempre foi".

O alerta de Barroso ocorre três dias após o ministro Gilmar Mendes, seu colega na Corte, atacar investigadores, atribuindo à Procuradoria vazamento de suposto trecho da delação do empreiteiro OAS, Léo Pinheiro, que citaria o ministro Dias Toffoli, do STF.

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"O país precisa de uma sociedade mobilizada e de um Judiciário independente, capazes de continuar a promover uma virada histórica na ética pública e na ética privada. Tudo dentro do quadro da legalidade democrática e do respeito aos direitos fundamentais. Já nos perdemos pelo caminho outras vezes. Precisamos acertar agora", afirmou Barroso.

Na terça-feira, em entrevista ao Estado, Gilmar disse que "é preciso colocar freios" na atuação dos procuradores da República. Ele não citou nomes, mas se referiu diretamente a procuradores da Operação Lava Jato. "A autoridade se distingue do criminoso porque não comete crime, senão é criminoso também! Aí vira o Estado de Direito da barbárie. Que os procuradores calcem as sandálias da humildade. O cemitério está cheio desses heróis."

Ontem, porém, Gilmar disse ser favorável à Lava Jato, mas afirmou que, devido à experiência de tantos anos que tem, está "autorizado a fazer críticas". "Não me ocupo disso, eu também elogio a Lava Jato, mas estou autorizado, devido a minha experiência de tantos anos, a fazer críticas", disse o ministro, em evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio.

Gilmar ponderou, porém, que a operação é importante, assim como outras que estão sendo realizadas. "A Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça têm a sua contribuição decisiva, mas isso não lhes da (aval) para cometer abusos", afirmou.

O ministro acrescentou que jamais foi crítico da Lava Jato. "Houve equívocos nas informações. Não sou contrário à Lava Jato. Tenho defendido o desenvolvimento dessas investigações", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli enviou para julgamento do plenário da Corte recurso no qual o Senado pretende anular os mandados de busca e apreensão cumpridos no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante a Operação Custo Brasil, deflagrada em junho.

Na ocasião, o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, marido da senadora, estava na residência e foi preso. Posteriormente, ele foi solto por determinação de Dias Toffoli.

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No recurso, a advocacia do Senado sustentou que o juízo da 6ª Vara Federal de São Paulo, responsável pela Custo Brasil, não poderia ter determinado o cumprimento dos mandados na residência funcional da senadora, por se tratar de uma extensão das dependências do Senado, cuja atribuição seria da Corte Suprema.

No mês passado, em parecer enviado ao Supremo, o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, defendeu as buscas e disse que o imóvel funcional não pode servir de bunker.

Na decisão sobre busca, apreensão de documentos e a prisão, o juiz Paulo Bueno de Azevedo determinou aos agentes da Polícia Federal que, em função do foro privilegiado, eventuais provas encontradas contra a senadora fossem ignoradas.

De acordo com o magistrado, Gleisi Hoffmann não é investigada e, portanto, a busca no apartamento funcional não é obstáculo às investigações da primeira instância.

As suspeitas envolvendo Paulo Bernardo surgiram na Operação Lava Jato e foram remetidas ao Supremo. Em setembro do ano passado, a Corte enviou a investigação para a Justiça de São Paulo, por entender que os fatos não fazem parte da apuração da Lava Jato.

Custo Brasil

De acordo com a investigação, o ex-ministro Paulo Bernardo recebia recursos de um esquema de fraudes no contrato para gestão de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento. Os serviços da Consist Software, contratada para gerir o crédito consignado de servidores públicos federais, eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que solicitavam o empréstimo.

Desse montante, 70% eram desviados para empresas de fachada até chegar aos destinatários, entre eles o ex-ministro. Devido às acusações, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje (1º) Paulo Bernardo pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em nota, Verônica Sterman, advogada de Bernardo, disse acreditar que a Justiça reconhecerá a improcedência das acusações.

"O ex-ministro Paulo Bernardo reitera que não participou ou teve qualquer ingerência na celebração ou manutenção do acordo de cooperação técnica assinado autonomamente entre a Secretaria de Recursos Humanos do MPOG [Ministério do Planejamento] e as associações de Bancos e Previdência (ABBC e SINAPP). Também reitera que não se beneficiou de qualquer quantia da Consist, quer direta ou indiretamente", acrescentou a nota.

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