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A quarta aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) empregada na "Operação Voltando em Paz", de repatriação de brasileiros em Israel, chegou ao Brasil na madrugada deste sábado, 14. Foram trazidos de volta ao país 207 brasileiros e quatro animais de estimação (dois cães e dois gatos).

A aeronave chegou ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, às 2h44. Ao todo, o Brasil já repatriou 701 pessoas em uma semana desde que teve início o conflito, no dia 7 de outubro.

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Os 207 brasileiros repatriados desta vez irão, agora, para 18 cidades diferentes.

A sexta aeronave da missão, que foi cedida pela presidência da República, aguarda para repatriar cerca de 20 brasileiros que estão na Faixa de Gaza e se deslocaram neste sábado, 14, rumo ao sul da região para atravessarem a fronteira com o Egito.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram nas redes sociais neste sábado, 14, que mataram o chefe da Força Aérea do grupo terrorista Hamas, Merad Abu Merad, em um ataque aéreo feito na Faixa de Gaza.

De acordo com a organização, Merad foi um dos responsáveis por organizar o ataque terrorista feito pelo grupo Hamas no dia 7 de outubro, que deixou 1.300 mortos.

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O anunciou da morte do chefe da Força Aérea do grupo terrorista ocorre em meio a avisos do exército israelense para que civis palestinos na Faixa de Gaza saiam da parte norte do enclave palestino e se movam para o sul de Gaza.

O exército israelense afirmou também que matou dois terroristas do Hamas neste sábado, 14, que tentaram cruzar a fronteira da Faixa de Gaza com o território israelense.

De acordo com o grupo terrorista Hamas, o exército israelense matou 70 palestinos e feriu mais de 200 enquanto tentavam fugir da Cidade de Gaza depois de alertar os residentes de que precisavam se deslocar para a parte sul da Faixa de Gaza. A declaração da organização terrorista Hamas aponta que mulheres e crianças também foram mortas no ataque.

Os palestinos se deslocaram em massa do norte de Gaza na sexta-feira, depois que o exército israelense pediu para que cerca de 1 milhão de pessoas saíssem para a parte sul do enclave palestino antes de uma esperada invasão terrestre na Faixa de Gaza. A ONU alertou que retirar quase metade da população da Faixa de Gaza seria muito difícil e pediu para que Israel reverta o a decisão.

Em uma mensagem em árabe, o exército israelense afirmou que residentes do norte da Faixa de Gaza devem se locomover para o sul do enclave palestino por duas rotas seguras entre as 10h no horário local (4h no horário de Brasília) e 16h (10h no horário de Brasília).

Porta-voz israelense diz que civis palestinos não são inimigos

 

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, enfatizou em um vídeo publicado na plataforma X (antigo Twitter) que os civis palestinos na Faixa de Gaza não são inimigos de Israel e que o exército israelense tem tentado reduzir os danos a civis no enclave palestino, em meio a guerra contra o movimento terrorista Hamas.

"Estamos lutando contra o Hamas, isso precisa ficar bem claro", disse ele. Os comentários foram feitos depois que o exército israelense pediu para que civis da Faixa de Gaza saíssem do norte do enclave e se deslocassem para o sul da Faixa de Gaza por conta de uma possível invasão terrestre.

Conricus disse que o exército alertou os civis com antecedência "não porque tenha qualquer lógica militar, mas porque queremos que os civis não sejam afetados pela guerra."

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 13, que os brasileiros que estão na Faixa de Gaza sairão da região por meio do Egito. O Brasil negociava um corredor para tirar cidadãos da região, marcada pelo conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

"O governo brasileiro negociou para que os brasileiros que se encontram em Gaza, possam sair pelo Egito. É a única forma de sair. Sairão neste ônibus que sai amanhã e serão levados até um aeroporto em uma localidade próximo à fronteira, onde um avião da Força Aérea Brasileira está esperando em Roma para poder levá-los de volta", afirmou Vieira, após reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Vieira reforçou ainda que a posição do Brasil em relação ao Oriente Médio é de dois Estados independentes em paz. "Presidente Lula manifestou necessidade de corredores humanitários. A vocação pacifista do Brasil foi emitida pelo presidente", afirmou o chanceler.

A reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pelo chanceler brasileiro terminou sem nenhuma resolução sobre o conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O encontro aconteceu nesta sexta-feira, em Nova York, e é a segunda reunião chamada para a situação. Atualmente, o Brasil é presidente rotativo do Conselho de Segurança.

A Faixa de Gaza foi isolada por Israel depois de um ataque terrorista do grupo Hamas, no sábado, 9. Pelo menos 130 reféns foram capturados pelos terroristas. Na quinta-feira, 12, Israel Katz, ministro da Energia israelense, escreveu em suas redes sociais que a região não receberia combustível, água ou eletricidade até que os reféns fossem libertados.

"Ajuda humanitária para Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhum hidrante de água será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses sejam devolvidos para suas casas. Humanitário por humanitário. E ninguém deve nos pregar moral", afirmou.

Desde então, o exército israelense tem se preparado para uma grande operação militar de invasão por terra na Faixa de Gaza. Com pelo menos 1,2 mil mortos em Israel, e 2,7 mil feridos na mais letal incursão ao território israelense da história, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, está sob enorme pressão para mandar tropas ao enclave. Ele já respondeu com bombardeios aéreos que mataram pelo menos 1,9 mil palestinos. Cerca de 7.696 palestinos ficaram feridos.

A região registra o deslocamento de milhares de pessoas após as Forças Armadas de Israel ordenarem na madrugada desta sexta-feira, 13, pelo horário de Brasília, que toda a população vivendo na porção norte da Faixa de Gaza se retire da região em direção ao sul do território para "preservar vidas civis". Ao menos 1,1 milhão de pessoas moram na área indicada.

Milhares de civis já começaram a deixar Gaza a pé, de carro, em motos e caminhões. O movimento em massa é caótico e perigoso, já que é feito por apenas uma estrada, em uma das regiões mais densamente povoadas da Cidade de Gaza. O Hamas rejeitou o ultimato e pediu para que os palestinos "se mantenham firmes".

"As Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras", disse em comunicado o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric. "A ONU apela veementemente para que qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada, evitando o que poderia transformar a atual tragédia em uma situação calamitosa."

Incursões terrestres

O exército israelense realizou as primeiras incursões pontuais dentro da Faixa de Gaza na tentativa de encontrar os reféns e atacar terroristas do Hamas na região, informou nesta sexta-feira, 13, um porta-voz militar israelense, segundo informações da agência de notícias Efe.

As primeiras incursões são menores e visam "desmantelar células e infraestruturas terroristas na área" e resgatar reféns sequestrados - não foram especificadas a quantidade nem as tropas envolvidas. Terroristas do Hamas dispararam mísseis anti-tanque em direção ao território israelense em resposta e foram atacados pela aviação de Israel.

"No último dia, o exército realizou operações na Faixa de Gaza para eliminar a ameaça de terroristas e armas na região e localizar os reféns", disse a fonte, acrescentando que as tropas israelenses atacaram terroristas do Hamas e sua infraestrutura, e também receberam disparos de mísseis anti-tanque, enquanto os aviões de combate israelenses bombardeavam a área.

Segundo ele, os soldados "buscaram e reuniram informações" que podem ajudar nas atividades de localização dos reféns.

Com o ultimato israelense e uma iminente invasão da Faixa de Gaza, o Itamaraty decidiu remover os 13 brasileiros que estão refugiados em uma escola no Sudoeste da Cidade de Gaza. Eles demonstraram interesse em ser repatriados e, desde então, o governo brasileiro tenta retirá-los do território palestino por uma passagem terrestre pelo Egito.

A previsão é que um ônibus leve os brasileiros para a cidade de Khan Yunis, no Sul da Faixa de Gaza e a cerca de 10 quilômetros da cidade de Rafah, no Egito. O comboio tem previsão de sair da escola na manhã de sábado, 14, no horário local.

Em Khan Yunis, eles deverão se reunir aos cerca de 12 brasileiros que estão na cidade e também aguardam a repatriação. Ao todo, o governo brasileiro estima que 30 brasileiros possam ser repatriados, mas esse número está variando a todo momento, em meio à escalada do conflito em Gaza. A documentação de 28 deles foi entregue ao governo do Egito.

Antes da confirmação de Vieira, o governo brasileiro ainda aguardava a autorização do Egito para fazer a remoção dos brasileiros com segurança. Um avião cedido pela Presidência da República com capacidade para 40 passageiros está em Roma, na Itália, aguardando o sinal verde para o resgate. Mesmo que autoridades brasileiras tenham obtido sinalizações positivas, o governo egípcio alega que as estradas estão danificadas em razão de bombardeios israelenses.

Além disso, há o temor do Egito em abrir a fronteira e permitir que terroristas passem junto com refugiados - o país tenta manter distância do conflito entre Israel e o Hamas, autor dos atentados terroristas em Israel no fim de semana passado e que controla a Faixa de Gaza.

Palestinos deixam em massa a região norte de Gaza depois que o governo de Israel ordenou que cerca de 1 milhão de pessoas deixem a região para o sul do território. Tal fato sugere que o exército israelense pode em breve realizar uma ocupação militar na região para combater militantes do Hamas.

As Nações Unidas alertaram que a ordem para que cerca de metade da população de Gaza deixe a área em 24 horas poderá gerar uma calamidade e pediu para o governo de Israel revogá-la. Famílias em carros, caminhões e carroças puxadas por burros repletos de cobertores e outros objetos se concentravam na principal rodovia da Cidade de Gaza, em meio a bombardeios de aviões que continuam a atingir a região.

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O Hamas divulgou pela sua assessoria de comunicação que jatos israelenses atacaram carros em direção ao sul, o que provocou a morte de 70 pessoas. As forças militares de Israel informaram que tropas ingressaram em Gaza em ataques temporários para combater militantes e buscar pistas das 150 pessoas mantidas como reféns pelo Hamas, após os ataques brutais ocorridos no último fim de semana.

Embora o Hamas tenha orientado a população no norte de Gaza a ignorar a ordem de saída, muitos palestinos hesitaram e preferiram deixar a região porque não estavam seguros em permanecer lá. O território está fechado para receber alimentos, água e suprimentos médicos e está sob um virtual blackout de energia.

O ministério da saúde de Gaza informou que 1.800 pessoas foram mortas na região, sendo mais da metade menores de 18 anos ou mulheres. Os ataques do Hamas mataram 1.300 israelenses, a maioria civis.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em pronunciamento transmitido pela televisão local que a ofensiva na Faixa de Gaza "é apenas o começo". A declaração aconteceu no anoitecer desta sexta-feira, 13.

Pouco antes da meia noite de ontem, 12, no horário local, Israel deu ordem para todos os palestinos vivendo na porção norte se retirassem da região e fossem para sul do território para "preservar vidas civis", sugerindo uma provável invasão da região. Ao menos 1,1 milhão de pessoas moram na área indicada.

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No anoitecer desta sexta, enquanto o exército se prepara para uma esperada invasão terrestre da Faixa de Gaza, Netanyahu fez a ameaça de destruir o grupo Hamas.

Israel tem atacado Gaza com ataques aéreos desde que terroristas do Hamas realizaram um ataque sem precedentes no sábado passado, matando mais de 1.300 pessoas. "Este é apenas o começo", disse Netanyahu. "Vamos sair desta guerra mais fortes do que nunca."

"Destruiremos o Hamas", acrescentou, dizendo que Israel tem amplo apoio internacional para a operação.

Um jornalista da agência de notícias Reuters morreu e outros seis, dois deles da AFP, ficaram feridos nesta sexta-feira (13) no sul do Líbano, anunciaram veículos de comunicação.

O grupo de repórteres estava perto de Alma al-Shaab, na fronteira com Israel, quando foi atingido por bombardeios, relatou um dos correspondentes da AFP feridos. Pouco antes, uma fonte da segurança libanesa havia informado a AFP sobre um bombardeio israelense ocorrido após membros de uma organização palestina tentarem entrar em Israel pelo Líbano.

"Estamos profundamente tristes por saber que nosso cinegrafista Issam Abdallah foi assassinado", diz um comunicado divulgado pela Reuters.

Também estavam naquela região a fotógrafa Christina Assi e o cinegrafista Dylan Collins, ambos da AFP, que foram levados para um hospital na cidade libanesa de Tiro. Outros dois repórteres da Reuters - Thaer Al-Sudani e Maher Nazeh - “também sofreram ferimentos e buscam atendimento médico”, informou a agência.

A rede Al-Jazeera, do Catar, anunciou que dois jornalistas da sua equipe - Carmen Boukhadar e Elie Brakhia - estão entre os feridos e acusou Israel de bombardear o veículo em que eles viajavam.

“Estamos profundamente preocupados com o fato de um grupo de jornalistas claramente identificados ter sido ferido ou morrido enquanto realizava seu trabalho”, declarou o diretor de Informação da AFP, Phil Chetwynd. “Enviamos nossas mais profundas condolências aos nossos amigos da Reuters pela perda de Issam e estamos oferecendo apoio no hospital aos nossos colegas feridos”.

Pouco antes de os jornalistas terem sido atingidos, o Exército de Israel havia anunciado "uma explosão na cerca fronteiriça de Hanita”, localidade israelense situada em frente à libanesa Alma al-Shaab. As Forças Armadas responderam com fogo de artilharia contra o território libanês”, acrescentou.

O movimento xiita libanês Hezbollah informou que respondeu mirando em posições de Israel. Mais tarde, um porta-voz israelense publicou na rede social X, antigo Twitter, que um avião teleguiado do Exército atacava alvos do Hezbollah.

O Exército também destacou que “um alvo não identificado" cruzou o território de Israel a partir do Líbano e "foi interceptado com sucesso por caças de defesa aérea”.

Área próxima a escola na cidade de Gaza onde estão 19 brasileiros foi bombardeada nesta sexta-feira (13). O grupo aguarda a ação do governo brasileiro para retirá-lo do local, que não é considerado seguro desde que Israel deu ultimato de evacuação da região norte Faixa de Gaza.

A brasileira Shahed Albanna, de 18 anos, que está no local, enviou um áudio a nossa reportagem onde é possível ouvir o som de bomba caindo próximo à escola. Em seguida, Shahed enviou vídeo onde mostra pessoas abrigadas na escola em um único cômodo, como forma de se proteger de possíveis bombas. 

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De acordo com a embaixada brasileira em Ramala, na Cisjordânia, o ônibus demorou a chegar “porque a via principal da cidade de Gaza foi bombardeada durante o trajeto, o veículo chegou bem tarde. Como já é noite, a viagem de Gaza a Khan Younis ficou perigosa. Os brasileiros passarão a noite na escola e viajarão amanhã cedo”.

Com isso, o veículo deve deixar a cidade de Gaza na madrugada desde sábado (14), considerando o horário de Brasília. O Itamaraty informou ainda que a embaixada brasileira de Tel Aviv solicitou formalmente ao Governo de Israel que não bombardeie a escola.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil divulgou ainda que, “segundo informação colhida até agora”, há outro grupo de brasileiros querendo sair de Gaza na cidade de Khan Younis, que faz fronteira com o Egito. Entre esses, está o palestino-brasileiro Hasen Rabee, que aguarda oportunidade para deixar o local, conforme relatado à Agência Brasil.

Ordem para sair 

Israel informou aos agentes das Nações Unidas que a região norte da Faixa de Gaza, onde vivem 1,1 milhão de pessoas, deve ser evacuada em 24 horas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou para que a ordem seja revista porque não há tempo hábil para retirar todo mundo. O organismo internacional diz que teme a escalada da crise humanitária.

“Como é que 1,1 milhão de pessoas poderão atravessar uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas? Estremeço ao pensar quais seriam as consequências humanitárias da ordem de evacuação”, afirmou Martin Griffiths, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência.

Nessa quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente de Israel, Issac Herzog, e apelou para que seja aberto um corredor humanitário que permite às pessoas saírem da Faixa de Gaza.

O Itamaraty confirmou, na manhã desta sexta-feira, 13, a morte de mais um brasileiro, vítima do atentado do grupo Hamas contra Israel, no dia 7 de outubro. A vítima é a carioca Karla Stelzer Mendes, de 42 anos. Com isso, já são três as vítimas brasileiras do conflito.

Karla era a última brasileira desaparecida desde quando a guerra foi deflagrada no sábado, 7. Na terça-feira, 10, o Ministério das Relações Exteriores havia confirmado a morte de outros dois brasileiros, Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu.

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Em nota, o governo brasileiro lamentou o falecimento da carioca. "Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Karla, o Governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil", escreveu.

Na quinta-feira, 12, o Brasil enviou a sexta aeronave da "Operação Voltando em Paz" para a repatriação de brasileiros em Israel.

O acionamento foi feito em caráter de urgência. O avião tem capacidade para 40 passageiros. A aeronave trata-se da VC-2 (Embraer 190), da presidência da República, que foi cedida para a missão.

Na madrugada desta sexta, o avião pousou em Roma, na Itália, país que tem servido como escala na operação. No momento, a aeronave aguarda autorização para pousar no Egito e repatriar 28 brasileiros que estão em na Faixa de Gaza.

A terceira aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) empregada na "Operação Voltando em Paz", de repatriação de brasileiros em Israel, pousou na manhã desta sexta-feira (13), no em Guarulhos, São Paulo. Até o momento, foram resgatados e já estão em solo nacional 494 brasileiros.

A quarta aeronave da FAB pousou, também nesta sexta-feira, em Tel-Aviv e aguarda o embarque de 215 brasileiros. O destino final do voo é o Rio de Janeiro, com chegada prevista para o sábado (14).

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Já outra aeronave da missão, que foi cedida pela presidência da República, pousou em Roma, na Itália, nesta manhã. O país tem servido como escala na operação. No momento, a aeronave aguarda autorização para pousar no Egito e repatriar cerca de 20 brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas também se trava no mundo virtual, com os ciberataques se multiplicando desde a ofensiva terrestre de 7 de outubro, mas sem intrusões graves até o momento, segundo especialistas em cibersegurança.

"Assim como no conflito russo-ucraniano, o número de ciberataques aumentou. Mas não podemos falar de ciberguerra: são, principalmente, ataques de negação de serviço (DoS, na sigla em inglês)", um congestionamento intencional e sem gravidade que torna um site inacessível por algumas horas, explica o diretor de Inteligência da empresa de segurança cibernética Sekoia, François Deruty.

Outra técnica desses "hacktivistas" são sites sabotados. A página inicial é substituída por uma tela preta, ou por uma mensagem de propaganda.

Sites do governo, ou de meios de comunicação israelenses, assim como grupos de energia, ou de defesa, têm sido alvo desse tipo de ataque, mas sem roubo de dados, ou paralisia operacional, dizem os especialistas.

Um aplicativo que alerta os israelenses em caso de ataque, o Red Alert, também foi sabotado com mensagens de propaganda, como "a bomba nuclear está a caminho".

"Grupos de hacktivistas que estavam mobilizados até agora na guerra na Ucrânia se reorientaram para este conflito há uma semana, com o objetivo de encontrar vítimas, incluindo empresas ocidentais. Mas essas operações são puramente para mandar mensagens, não é ciberguerra", acrescenta um especialista de uma grande empresa de cibersegurança.

"Os ataques contra sites israelenses, que estão muito bem protegidos, costumam ser do tipo negação de serviço", confirma o diretor da empresa de cibersegurança Ziwit, Mohammed Boumediane.

Segundo ele, "podem ocorrer outros grandes ataques neste fim de semana, ou no início da próxima semana, já que há milhares de incursões 'brute force' (força bruta) em curso".

Este procedimento implica testar incessantemente combinações de senhas que permitem, entre outras coisas, ataques de negação de serviço.

- Intervenção de russos e indianos -

"Entre os atacantes estão grupos estrangeiros: hackers russos pró-palestinos e hackers indianos pró-israelenses", acrescenta François Deruty, da Sekoia.

Sites israelenses foram vítimas do grupo de língua russa Anonymous Sudan, que apoia o Hamas, bem como do grupo russo Killnet.

Além disso, na sua opinião, grupos iranianos menos visíveis apoiam, discretamente, os ataques a Israel.

O Anonymous Sudan assumiu a responsabilidade por um ataque contra a versão eletrônica do jornal Jerusalem Post, que ficou paralisada por muitas horas. E o grupo Killnet anunciou sua intenção de atacar sites do governo israelense.

"Mas não vimos ataques de eliminação de dados como os sofridos pela Ucrânia, embora o Irã esteja em condições de fornecer tais ferramentas. É verdade que o nível de ciberdefesa de Israel é muito elevado, ainda mais do que na Ucrânia", ressalta.

Já grupos indianos atacaram sites palestinos. Isso é consequência dos laços diplomáticos entre Índia e Israel, analisa o especialista da Sekoia, e também da relação entre grupos indianos e "startups" israelenses que são seus fornecedores.

Os ataques contra estes sites palestinos foram menos frequentes, mas por vezes mais graves, destaca o diretor da Ziwit. Ele cita um ciberataque contra a AlfaNet, um provedor palestino de acesso à Internet com sede na Faixa de Gaza, atribuído ao grupo Indian Cyber Force.

Em um relatório do início de outubro, o grupo Microsoft indicou que, no começo de 2023, observou uma onda significativa de ataques do grupo Storm-1133, com base em Gaza e que apoia o Hamas. Estes ataques foram dirigidos contra organizações israelenses de defesa, energia e telecomunicações.

O Exército israelense ordenou a saída imediata de mais de um milhão de habitantes do norte da Faixa de Gaza para o sul, em meio ao seu intenso bombardeio em represália pelos ataques do Hamas, enquanto a ONU pedia o cancelamento da medida e advertia sobre as consequências "devastadoras" da mesma.

Em um comunicado, o Exército israelense convocou a "retirada de todos os civis da Cidade de Gaza de suas casas, para o sul, para sua própria segurança e proteção, e se transferir para a área ao sul de Wadi Gaza".

Desde o início das hostilidades, em 7 de outubro, na esteira de um sangrento ataque do movimento islâmico palestino Hamas, cerca de 1.200 pessoas morreram em Israel, a maioria civis. Entre os mortos, há pelo menos 258 soldados israelenses, segundo o Exército.

Na Faixa de Gaza, os maciços bombardeios israelenses, lançados em resposta, deixaram 1.537 mortos, incluindo muitos civis, segundo as autoridades locais.

O grupo islâmico também mantém cerca de 150 reféns na Faixa, dos quais 13, "incluindo estrangeiros", morreram em bombardeios israelenses, disse o braço armado do Hamas nesta sexta.

O Exército de Israel convocou "a saída de todos os civis" da Cidade de Gaza, no norte do enclave, para o sul, "para sua própria segurança e proteção", anunciou hoje. Pela manhã, lançou panfletos em árabe dos aviões, instando os moradores a deixarem suas casas "imediatamente".

O exército deu um prazo, em princípio, de 24 horas, mas depois admitiu que essa retirada "levará tempo".

O Hamas rejeitou imediatamente a ordem.

"Nosso povo palestino rejeita a ameaça dos líderes da ocupação (israelense) e seus apelos para que deixem suas casas e fujam para o sul, ou para o Egito", declarou o Hamas em um comunicado.

Informada momentos antes da ordem israelense de "realocação" de 1,1 milhão de habitantes, a ONU fez um apelo pela anulação da medida.

Uma retirada desse tipo é "impossível sem causar consequências devastadoras", alertou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.

O Ministério palestino da Saúde também observou que era "impossível retirar pacientes vulneráveis dos hospitais no norte de Gaza".

- "Hamas será esmagado" -

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) transferiu seu centro de operações e seu pessoal para o sul da Faixa.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Betanyahu, prometeu destruir o Hamas, depois de se reunir com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em Tel Aviv, na quinta-feira.

"Assim como o EI [grupo jihadista Estado Islâmico] foi esmagado, o Hamas será esmagado", disse Netanyahu.

- 6.000 bombas -

Na cidade de Sderot, perto da fronteira com Gaza, Yossi Landau, voluntário da organização Zaka, que participa na identificação de corpos, disse não ter visto nada parecido.

"Levamos 11 horas para percorrer um trecho da estrada que deveria levar 15 minutos, porque fomos recolher todos [os corpos] e colocamos em sacos", conta o homem de 55 anos.

Em resposta ao ataque do Hamas, o Exército israelense lançou cerca de 6.000 bombas, ou um total de 4.000 toneladas de explosivos, no enclave palestino.

Na noite de quinta para sexta-feira, 750 "posições militares" foram atacadas, incluindo "residências de terroristas de alto escalão usadas como centros de comando militar", disse o Exército israelense.

Segundo jornalistas da AFP, "bombardeios maciços" atingiram o acampamento de Al Shati, o maior da Faixa de Gaza.

Os milicianos na Faixa de Gaza dispararam centenas de foguetes contra Israel nesta sexta-feira, confirmou um jornalista da AFP. Os projéteis foram lançados durante um período de cerca de 15 minutos.

Mais de 423.000 pessoas se viram forçadas a abandonar as suas casas no território palestino, segundo a agência humanitária das Nações Unidas, OCHA.

Na Faixa de Gaza, um território estreito e empobrecido sob rígido embargo israelense desde 2007, quando o Hamas assumiu o controle total, sua população está ficando sem água, eletricidade e alimentos, na sequência do cerco ordenado por Israel esta semana. Segundo o OCHA, alguns habitantes estão começando a beber água do mar, que é salgada e contaminada por esgoto.

- "Controlar Israel" -

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reafirmou na quinta-feira seu apoio a Israel, embora tenha apelado que sejam consideradas as "aspirações legítimas" dos palestinos.

"Enquanto os Estados Unidos existirem (…), estaremos sempre ao seu lado", disse ele, após se reunir com Netanyahu.

Blinken mencionou as "possibilidades" de abrir passagens seguras para os civis "que desejam abandonar a área ou buscar refúgio".

Na Jordânia, onde Blinken continua sua viagem para tentar conter esta crise, o rei Abdullah II advertiu contra "qualquer tentativa de deslocar" os palestinos.

A Liga Árabe classificou a ordem de retirada israelense como "um crime além da compreensão", e o presidente russo, Vladimir Putin, disse que uma incursão terrestre israelense na Faixa de Gaza causaria "perdas inaceitáveis entre os civis" palestinos.

Além dos bombardeios em massa, Israel destacou dezenas de milhares de soldados para perto do enclave e na fronteira com o Líbano, no norte, país a partir do qual o Hezbollah pró-Irã, aliado do Hamas, lança foguetes.

O Irã disse que os Estados Unidos "devem controlar Israel", se quiserem evitar uma guerra regional, nas palavras de seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, durante uma visita ao Líbano.

Em vários países da região, milhares de pessoas se manifestaram nas capitais do Iraque, do Irã e da Jordânia em apoio aos palestinos.

O governo do Brasil confirmou nesta sexta-feira a morte da brasileira Karla Stelzer Mendes, que estava desaparecida desde o ataque cometido no último sábado (7), em Israel, pelo grupo radical Hamas contra um festival de música eletrônica nos arredores da Faixa de Gaza.

"O governo lamenta e manifesta seu profundo pesar com a morte da cidadã brasileira Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, terceira vítima fatal dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro em Israel", diz uma nota do Ministério das Relações Exteriores.

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"Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Karla, o governo reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil", acrescenta o Itamaraty.

Além de Karla, as outras duas vítimas brasileiras são Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu, ambos também mortos pelo Hamas no festival de música eletrônica. 

*Da Ansa

Brasileiros resgatados do conflito em Israel desembarcaram na Base Militar do Recife, na manhã desta sexta-feira (13). Ao todo, 69 pessoas foram repatriadas na missão da Força Aérea Brasileira (FAB). 

A aeronave pousou na capital pernambucana às 6h07 e seguiu para o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 8h30. Os brasileiros foram recebidos pelo ministro da Defesa José Múcio, pela vice-governadora Priscila Krause e pela vice-prefeita Isabella de Roldão.

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Após deixar Israel, a aeronave KC-390 Millennium fez uma parada em Lisboa e outra em Cabo Verde antes de chegar ao Recife. No total, foram cerca de 14 horas de viagem. Quatro pernambucanos desembarcaram e os demais devem chegar em São Paulo por volta das 11h30.

Já em solo pernambucano, o violinista Alessandro Burgomano emocionou os passageiros e tripulantes ao tocar a música tema do filme A Lista de Schindler. A obra retrata o sofrimento judeu na Segunda Guerra Mundial.

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"Eu sou judia e essa música é muito tocante", disse Evelyn Crimerman em lágrimas. Apesar das idas e vindas de Israel desde a década de 70, a aposentada de 67 anos nunca havia vivenciado um conflito tão intenso.

Nem na viagem de 1974, um ano após a guerra de Yom Kippur, ela passou por momentos tão terrorisantes quanto nesta visita à filha na cidade de Raanana, a 20 quilômetros de Tel Aviv.

Evilyn visita Israel há quase 50 anos e nunca havia passado por momentos tão delicados no país. LeiaJá Imagens

“Teve um momento que eu desci como os meus netos para brincar em um parquinho a menos de 100 metros da casa onde a minha filha tá morando. Tava tudo tranquilo, dois dias sem sirenes nem nada, a gente tava jogando futebol e veio a sirene de novo. A gente saiu correndo, tive que pegar minha neta de cinco anos porque ela tava chorando muito. Minha filha e meu neto também estavam muito assustados. Então, a gente conseguiu rapidinho entrar apartamento dela, que tem um bunker”, relatou.

No dia do primeiro ataque do Hamas, no sábado (7), a família precisou dormir dentro de um bunker. A memória de Evelyn é de dividir o espaço com quatro pessoas e um cachorro.

 "Muito aterrorisador. Eu nunca tinha escutado a sirene ainda. Então [veio] aquele barulho ensurdecedor e a gente já fechou as portas. No sábado a gente ficou seis vezes dentro do bunker e a gente acabou dormindo lá".

Alessandro acompanhava uma excursão em um grupo de 40 pessoas. LeiaJá Imagens

Aos 55 anos, Alessandro participava da sua primeira excursão à Terra Santa com um grupo de 40 pessoas. Natural de Goiânia, ele não esperava que o roteiro pelos locais sagrados seria interrompido por uma realidade tão violenta.

O voo para deixar o país foi cancelado e o grupo estava desesperado para sair de lá.  As atualizações sobre o número de vítimas só aumentavam o pânico por ter o voo de volta cancelado.

"Foi apavorante porque estávamos no meio do conflito e chegavam um monte de informações trágicas e terríveis e a gente só pensava em sair de lá. Nós tivemos que descer no bunker duas vezes depois de escutar uma sirene de alarme de bombas. A gente desceu até o porão do hotel para se esconder das bombas. Como a gente ia sair de lá? É um terror e a única expectativa para sair era nesse voo da FAB".

Camila segura Maria Vitória no colo. LeiaJá Imagens

Com a filha Maria Vitória, de um ano e um mês, nos braços, a jogadora de vôlei Camila Rodrigues foi a Israel há um mês para disputar a liga nacional. Ela se estabeleceu em Nazareth, ao norte do país, com planos de ficar na cidade até o fim da temporada, em abril do próximo ano.

A ponteira Maccabi Nazareth se surpreendeu com a forma como os moradores da região encaravam o conflito de forma natural e tranquila. Segundo Camila, eles seguiram a vida normalmente por confiar no histórico de Nazareth sendo evitada por terroristas. Inclusive, o alarme da cidade nunca havia sido disparado, disse. "Eles estão acostumados a viver dessa forma lá, mas a agente não tá acostumado como nada disso".

A informação sobre os ataques chegou através de amigas que jogam em Tel Aviv e descreveram a realidade dentro de bunkers e embaixo de escadas para se proteger. A atleta já se mobilizava para deixar o local, quando foi surpreendida por um alarme falso de ataque.

"Falaram que era um enxame de drones e que eles detectaram como se fosse um míssil, então o alarme disparou. Eu só peguei ela e sai correndo para casa. Só de escutar a sirene já é algo desesperador Eu só pensava nela", relembra. De volta à Píracicaba, no interior de São Paulo, ela vai buscar um novo clube para seguir carreira.

O governo brasileiro enviou, na tarde desta quinta-feira (12), um avião VC-2 (Embraer), da Presidência da República, para o resgate de cerca de 20 pessoas que estão sitiadas na Faixa de Gaza. A aeronave partiu em direção a Roma, onde vai aguardar a autorização para buscar os brasileiros no Egito.

O avião tem capacidade para 40 passageiros e partiu por volta de 16h30. A previsão é que ele chegue em Roma, na Itália, por volta das 6h (hora local). Segundo o Itamaraty, a aeronave foi acionada de emergência enquanto a diplomacia negocia uma janela para a retirada dos brasileiros de Gaza.

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Cerca de 20 brasileiros demonstraram o interesse de deixar a Faixa de Gaza, após o início do conflito entre o Hamas e Israel. O exército israelense fez um cerco ao território e cortou o fornecimento de combustível e energia elétrica.

Segundo o Itamaraty, a maior parte dos brasileiros identificados em Gaza está alojada em uma escola e são mulheres e crianças. O número de interessados, que chegou a 30, agora gira em torno de 22. Eles foram atendidos com alimentos, colchões e roupas de cama.

A embaixada brasileira em Tel Aviv solicitou formalmente ao governo de Israel que o local não seja alvo de bombardeios. Enquanto isso, a diplomacia negocia com o Egito a retirada deles por terra, por uma passagem pela cidade de Rafah.

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou ao telefone com o chanceler egípcio Sameh Shoukry nesta quarta-feira, 11, e pediu autorização para que os brasileiros façam o trânsito pelo país. De lá, eles seriam conduzidos até o aeroporto, que fica a cerca de 50 quilômetros da fronteira, e embarcados para o Brasil. O primeiro sinal foi positivo e agora o governo trabalha para viabilizar a retirada.

Nesta quinta-feira, 12, pela manhã, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, conversou com a assessora de segurança nacional do Egito, Faisa Aboul Naga.

Um dos obstáculos para a passagem dos brasileiros é que a cidade de Rafah foi alvo de bombardeios nos últimos dias, e o governo egípcio afirma que não há condições físicas - as estradas estão danificadas - e em segurança para o trânsito de civis na região. Nesta quinta, o chanceler egípcio, Shoukry, fez um pronunciamento em que afirmou que a fronteira do país com Gaza está aberta para questões humanitárias e fez um apelo a Israel para evitar bombardeios na região.

As identidades de 28 brasileiros que estão em Gaza e que manifestaram o desejo de serem repatriados foram entregues pela embaixada do Brasil no Cairo ao governo egípcio. Uma das preocupações das autoridades do Egito é que terroristas entrem no país junto com refugiados, por isso o assunto é delicado.

O Itamaraty informou que já contratou veículos para o transporte dos brasileiros até a fronteira egípcia e aguarda apenas a autorização do país.

A retirada de civis sitiados em Gaza pela fronteira com o Egito é um dos assuntos que o Brasil vai levar para a reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada para esta sexta-feira, 13, em Nova York. Os países vão discutir a viabilidade de se criar um corredor seguro para o deslocamento de civis.

Neste momento, a saída de pessoas de Gaza pelo lado israelense está completamente bloqueada, o que restringe o acesso ao lado egípcio.

Para viabilizar o corredor humanitário pesam, no entanto, questões geopolíticas, como a tentativa do Egito de se manter distante do conflito entre Israel e o Hamas. A diplomacia brasileira tem sustentado que a prioridade neste momento é salvar vidas de civis e evitar uma escalada ainda maior da guerra.

Com a bandeira a meio-mastro, os cerca de 270 kibutz de Israel realizaram cerimônias de luto, nesta quinta-feira (12), em homenagem às pessoas assassinadas no sábado nessas comunidades agrícolas pelos militantes do Hamas.

O movimento islamista palestino lançou uma ofensiva por terra, mar e ar contra Israel no sábado, e Israel respondeu bombardeando a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.

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Durante o ataque, cuja violência extrema abalou o país, os militantes capturaram cerca de 150 reféns e mataram cerca de 1.200 pessoas nas ruas, em suas casas ou em um festival de música.

Entre as vítimas israelenses, mais de 200 pessoas foram mortas em dois kibutz, Be'eri e Kfar Aza, situados a poucos quilômetros do enclave palestino.

Em Gaza, os bombardeios até agora causaram mais de 1.400 mortes, de acordo com as autoridades locais.

No kibutz de Sha'ar Hagolan, no centro-oeste do país, várias dezenas de pessoas cantaram o hino nacional em um ambiente carregado de emoção, com alguns participantes chorando e outros se abraçando, observou a AFP.

A cerimônia, que aconteceu simultaneamente em todos os kibutz de Israel às 18h00, pretendia mostrar "luto" e "solidariedade com os kibutz" do sul atacados pelo Hamas, afirmou Gali Dror, responsável pelo kibutz Sha'ar Hagolan, à AFP.

A homenagem também tinha como objetivo "nos fortalecer e demonstrar que estamos juntos", acrescentou.

Sha'ar Hagolan, com 500 habitantes, tem acolhido desde sábado cerca de 150 pessoas de outros kibutz do norte e do sul de Israel, segundo Dror.

O presidente Lula (PT) anunciou que conversou por telefone com o presidente de Israel Isaac Herzog na noite desta quinta-feira (12). Pelas suas redes sociais, o chefe do Executivo brasileiro disse que agradeceu ao presidente do país em conflito pelo apoio a operação de repatriação de brasileiros que estão em Israel. O petista afirmou ter feito um apelo para que não falte água, luz e medicamentos nos hospitais para as vítimas do conflito.

"Conversei agora há pouco por telefone com o presidente de Israel Isaac Herzog. Agradeci o apoio para a operação de retirada dos brasileiros que desejam retornar ao nosso país. Reafirmei a condenação brasileira aos ataques terroristas e nossa solidariedade com os familiares das vítimas. Solicitei ao Presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais", apelou o presidente que pela primeira vez se referiu aos ataques do Hamas como terroristas.

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Lula que está de licença médica se recuperando de uma cirurgia no quadril, também fez questão de se solidarizar com os familiares das vítimas dos bombardeios e colocou seu governo à disposição para negociar o fim do conflito com o Hamas. "Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra. Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz", afirmou o presidente.  

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Repatriação

Seis aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) já saíram do Brasil em buscar brasileiros que desejam voltar de Israel. Duas das aeronaves já retornaram ao Brasil com repatriados. Na última terça-feira (10), a primeira aeronave chegou trazendo 211 pessoas. Nesta quinta (12), mais 214 brasileiros desembarcaram no país. De acordo com o governo federal, 2,7 mil brasileiros que estão no Oriente Médio querem voltar ao Brasil.

Milhares de pessoas participaram, nesta quinta-feira (12), de manifestações de apoio aos palestinos na França, apesar de as autoridades as terem proibido por temerem "distúrbios públicos" em meio ao conflito entre Israel e o grupo islamista Hamas.

Em Paris, as forças de segurança dispersaram os manifestantes da Praça da República com gás lacrimogêneo e canhões d'água, conforme constatado pela AFP. Segundo a polícia, dez pessoas foram detidas entre as três mil presentes.

O Ministro do Interior, Gérald Darmanin, havia proibido as "manifestações pró-palestinas" em todo o país, considerando-as "suscetíveis de provocar distúrbios públicos" após o ataque perpetrado pelo Hamas no sábado em Israel.

Na capital francesa, os manifestantes gritavam "Palestina vencerá" e "Israel assassino", enquanto agitavam bandeiras palestinas. A frase "Free Palestine" (Palestina Livre) foi pintada no monumento da praça.

De Rennes (noroeste) a Nimes (sudeste), passando por Toulouse (sul) e Lille (norte), várias cidades registraram concentrações em apoio aos palestinos desde quarta-feira à noite.

Várias associações tentaram anular a proibição, mas o tribunal administrativo de Paris decidiu nesta quinta-feira mantê-la por temer que a violência em Israel "seja exportada" para a França, que abriga a maior comunidade judaica da Europa.

No sábado, centenas de combatentes do Hamas cruzaram a fronteira israelense a partir da Faixa de Gaza em veículos, pelo ar e pelo mar, e mataram cerca de 1.200 civis nas ruas, em suas casas ou em um festival de música.

Durante um ataque, cuja extrema violência abalou o país até seus alicerces, capturaram cerca de 150 reféns israelenses, com dupla nacionalidade e estrangeiros, que o grupo islamita ameaça matar.

Israel tem respondido com ataques aéreos e de artilharia durante seis dias contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza, um enclave onde vivem 2,3 milhões de pessoas em condições precárias, resultando em mais de 1.400 mortes.

burs-tjc/sag/am/mvv

O X, ex-Twitter, removeu centenas de contas ligadas ao grupo terrorista Hamas e retirou ou rotulou outras dezenas de milhares de conteúdos desde o ataque terrorista a Israel no sábado, 7, afirmou Linda Yaccarino, presidente da rede social, nesta quinta-feira, 12.

A CEO ressaltou os esforços do X para combater conteúdos ilegais que surgissem na plataforma. Linda informou a União Europeia que a rede social está cumprindo as novas e rígidas regras digitais da organização durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

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"O X está avaliando e tratando de forma proporcional e eficaz o conteúdo falso e manipulado identificado durante essa crise em constante evolução e mudança", disse Linda em uma carta ao comissário europeu Thierry Breton, responsável pela fiscalização digital do bloco de 27 nações.

Os esforços, porém, não são suficientes para resolver o problema, segundo especialistas.

"Embora essas ações sejam melhores do que nada, elas não são suficientes para reduzir o problema da desinformação no X", disse Kolina Koltai, pesquisadora do coletivo investigativo Bellingcat, que trabalhou anteriormente no Twitter com a ferramenta "Notas da Comunidade".

"Há uma quantidade esmagadora de desinformação na plataforma", disse Koltai. "Pelo que temos visto, os esforços de moderação do X estão sendo apenas uma gota no oceano."

Desde o início da guerra, fotos e vídeos inundaram as redes sociais sobre a carnificina, incluindo imagens assustadoras de terroristas do Hamas fazendo reféns israelenses, juntamente com publicações de usuários que fazem afirmações falsas e deturpam vídeos de outros eventos.

O conflito é um dos primeiros grandes testes para as regras digitais da UE, que entraram em vigor em agosto. Breton enviou uma carta semelhante na quinta-feira ao TikTok, dizendo ao CEO Shou Zi Chew que ele tem uma "obrigação especial" de proteger crianças e adolescentes de "conteúdo violento que retrata a tomada de reféns e outros vídeos gráficos" que estão circulando no aplicativo de compartilhamento de vídeos.

Medidas

O X tomou medidas para "remover ou rotular dezenas de milhares de conteúdos", disse Linda, destacando que há 700 publicações com Notas da Comunidade exclusivas - um recurso que permite que os usuários adicionem suas próprias verificações de fatos às postagens - "relacionadas aos ataques e aos eventos que se desenrolam".

"Não há lugar no X para organizações terroristas ou grupos extremistas violentos e continuamos a remover essas contas em tempo real, incluindo esforços proativos", escreveu Linda na carta publicada no X.

Koltai, a pesquisadora e ex-funcionária do Twitter, disse que as Notas da Comunidade não são uma "solução definitiva para reduzir as informações incorretas" e que há lacunas que o recurso ainda não pode preencher.

"Ainda há muitos vídeos e fotos no X que não têm notas, que não são moderados e continuam a espalhar afirmações enganosas", disse ela.

Desde que Elon Musk adquiriu o Twitter e o renomeou, especialistas dizem que a plataforma se tornou não apenas não confiável, mas também disseminadora de conteúdos falsos - um estudo encomendado pela UE descobriu ser a plataforma de pior desempenho para desinformação online.

Rivais como o TikTok, o YouTube e o Facebook também estão lidando com uma enxurrada de rumores sem fundamento e conteúdos falsos sobre o conflito no Oriente Médio.

Breton, o funcionário da UE, pediu ao líder do TikTok que intensificasse seus esforços para combater a desinformação e o conteúdo ilegal e respondesse dentro de 24 horas. Suas cartas de advertência também foram enviadas a Mark Zuckerberg, CEO da Meta, controladora do Facebook e do Instagram.

A sexta aeronave enviada com urgência pelo governo para a repatriação de brasileiros vai buscar aqueles que estão em Gaza e ainda precisa de autorização para pousar no Egito.

O avião, utilizado pela Presidência da República, tem capacidade para 40 pessoas e deixou Brasília por volta das 16h30 desta quinta-feira, 12. A aeronave fará uma parada técnica em Ilha do Sal, em Cabo Verde, antes de pousar em Roma, onde aguardará autorização para seguir até o Egito para buscar os brasileiros que estão do lado palestino da guerra entre Israel e Hamas.

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Serão resgatados cerca de 20 brasileiros que manifestaram interesse em voltar ao País e estão em Gaza. Esse grupo precisa de autorização para atravessar a fronteira com o Egito, momentaneamente fechada por causa dos ataques de Israel. O chanceler brasileiro Mauro Vieira está em contato com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, desde a noite de quarta-feira, 11, para garantir uma passagem humanitária para os brasileiros na travessia de Gaza para o Egito.

De acordo com a nota do governo, neste momento, o trabalho é de reunir a documentação dos brasileiros e dos veículos que seriam usados na operação. Isso garantiria a segurança do deslocamento, já que autoridades egípcias, palestinas e israelenses serão informadas sobre o dia e o horário em que o ônibus faria esse trajeto.

Ainda segundo o texto, a repatriação foi um dos temas da videoconferência realizada nesta quinta-feira, 12, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secom). Também participaram da reunião Celso Amorim (Assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República) e Marco Aurélio Marcola (Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República).

Balanço

Até o momento, o governo já deslocou seis aeronaves para repatriar brasileiros que estão na zona de conflito entre Israel e Hamas. Ao todo, 494 brasileiros já foram deslocados desde o início da operação.

O primeiro voo, com 211 brasileiros, chegou ao País na madrugada de quarta-feira, 11, em Brasília. A segunda aeronave pousou na madrugada desta quinta, 12, no Rio de Janeiro, com 214 passageiros, além de quatro animais domésticos. Um terceiro voo já deixou Tel Aviv nesta quinta, com 69 brasileiros, e deve aterrissar no Brasil na sexta-feira, 13, em Guarulhos, São Paulo.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostrou, nesta quinta-feira (12), ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, "fotos abomináveis de bebês assassinados e queimados pelos monstros do Hamas" no sábado, informou o gabinete do chefe de governo.

Em uma das fotos, publicada pelo governo na rede social X (antigo Twitter), vê-se o corpo de um menino ensanguentado em uma bolsa mortuária. Outras imagens mostram os restos mortais carbonizados de outro bebê.

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Estas imagens "superam praticamente tudo o que um ser humano pode entender e assimilar", disse o secretário de Estado americano, responsável pela diplomacia do país.

"O mundo está vendo novas provas da perversidade e da desumanidade do Hamas [...], direcionadas a bebês, crianças, jovens adultos, idosos, pessoas com deficiência", acrescentou.

Nos últimos dias, uma polêmica sacudiu Israel sobre a existência de provas das atrocidades cometidas pelos milicianos do movimento islamita Hamas em um kibutz (fazenda coletiva), depois que uma emissora de televisão reportou, citando uma fonte militar, a descoberta de "bebês decapitados".

No sábado, o Hamas lançou uma ofensiva ampla contra Israel, que respondeu bombardeando Gaza.

Segundo balanços dos dois lados, a guerra matou ao menos 1.354 palestinos em Gaza e mais de 1.200 pessoas foram mortas pelos milicianos do Hamas em território israelense.

O Exército informou, ainda, ter encontrado cerca de 1.500 corpos de combatentes do Hamas que haviam se infiltrado no país.

- 'Necessidades humanitárias' -

Na reunião com Netanyahu e outros altos funcionários do governo israelense em Tel Aviv, Blinken falou sobre as "necessidades humanitárias" da Faixa de Gaza e defendeu o direito de Israel de se defender da ofensiva do Hamas.

"Falamos sobre a forma de atender às necessidades humanitárias da população de Gaza para protegê-la de qualquer dano, enquanto Israel realiza suas operações legítimas de segurança para se defender do terrorismo e tentar garantir que isto não volte a acontecer", disse o chefe da diplomacia americana após o encontro.

"Também mencionamos as possibilidades de uma passagem segura para os civis [da Faixa de Gaza], que queiram abandonar a região ou buscar refúgio", acrescentou Blinken.

Funcionários americanos anunciaram diálogos sobre estas passagens com Israel e com o Egito, que também faz fronteira com a Faixa de Gaza, antes de uma possível operação terrestre israelense.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al Sissi, porém, disse, nesta quinta-feira, que os moradores da Faixa de Gaza "devem se manter firmes e permanecer em sua terra", ignorando a pressão para autorizar a saída de civis do território.

Blinken também culpou o Hamas pelo tratamento dos civis palestinos.

"O Hamas continua usando os civis como escudos humanos", afirmou o secretário de Estado, acusando o movimento de "pôr civis em perigo, intencionalmente, para se proteger a si próprio, sua infraestrutura e suas armas".

Gaza sofre um bloqueio israelense desde que o Hamas chegou ao poder no enclave, em 2007.

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