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Mais de 100 consumidores registraram uma reclamação contra a 123Milhas ao Procon Recife, referente ao procedimento de reembolso, desde o anúncio do cancelamento dos voos promocionais, no dia 18 de agosto. O órgão de proteção ao consumidor foi informado pela empresa que os valores reclamados pelos consumidores estão em discussãoreclamados pelos consumidores estão em discussão no plano de recuperação judicial, em trâmite na 1ª Vara Empresarial da comarca de Belo Horizonte/MG. 

Segundo o Procon Recife, o pedido de recuperação judicial da 123Milhas foi deferido no último dia 31. Dentre outras sanções pecuniárias, a decisão suspendeu o pagamento de multa administrativa por parte da 123Milhas, contudo, os órgãos administrativos e judiciários seguem recepcionando e tramitando as respectivas reclamações dos consumidores. 

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Diante disso, o Procon do Recife irá manter o monitoramento do respectivo processo judicial e empenhar esforços para garantir a defesa do interesse coletivo dos consumidores, principalmente no intuito de conciliar as demandas submetidas ao órgão. 

Por fim, tendo em vista a impossibilidade do órgão administrativo de representar o consumidor em juízo, o Procon Municipal do Recife orienta os consumidores lesados a ajuizarem ação judicial com o auxílio da Defensoria Pública, advogado particular ou até mesmo diretamente pelo Juizado Especial Cível do Recife, onde não é necessária a representação por advogado para causas abaixo de 20 salários-mínimos. 

O principal ideólogo da direita bolsonarista, Olavo de Carvalho, morreu em janeiro de 2022 e deixou para suas herdeiras uma dívida de R$ 2,9 milhões a ser paga a Caetano Veloso. Mas só agora os advogados do cantor baiano conseguiram notificar as responsáveis pelo espólio olavista.

Segundo o blog do Ancelmo Gois, n’O Globo, as representantes dos bens deixados pelo "guru" são sua viúva, Roxane, e uma de suas filhas, Leilah Maria. Elas foram encontradas em Santa Catarina e oficialmente notificadas da dívida, o que volta a colocar em andamento a cobrança que havia sido suspensa em abril de 2022 pela 50ª Vara Cível do Rio de Janeiro.

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Heloísa de Carvalho, também filha de Olavo, se manifestou nas redes sociais. "Olavo faleceu devendo + de 3 milhões de indenização para o Caetano Veloso, os parentes dele q detém o patrimônio e direitos autorais, vão ter q prestar contas p/ a justiça, e se pegaram $ indevidamente podem responder proc. crime, não é o meu caso, + a viúva vai ter q se explicar".

Heloísa tinha uma relação conturbada com o pai e em diversas ocasiões confrontou suas opiniões. Ela foi filiada ao PT e chegou a dizer que se recebesse algum dinheiro depois da morte de Olavo, doaria para a campanha de Lula. Mas afirmou que o "guru" não poderia deixar uma quantia significativa aos filhos (são 8 no total), pois devia "milhões em indenizações".

A ação que Felipe Massa move na Justiça contra a Fórmula 1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) trouxe sua primeira consequência direta para o piloto brasileiro nesta semana. A direção da F-1 pediu a Massa, que tenta reaver o título mundial de 2008, que não comparecesse ao GP da Itália, neste fim de semana.

A corrida no tradicional Circuito de Monza é uma das mais importantes da temporada. E costuma contar com a presença de Massa por causa da sua proximidade com a Ferrari, equipe que defendeu entre os anos de 2006 e 2013. Além disso, por ser "embaixador" da F-1, o brasileiro costuma comparecer a diversas etapas ao longo do ano.

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Para o GP da Itália deste ano, não seria diferente. O vice-campeão mundial de 2008, justamente pela Ferrari, pretendia rever amigos e a torcida italiana no fim de semana, em Monza. No entanto, recebeu um pedido da F-1 para não visitar o circuito. Massa não chegou a embarcar e permaneceu em São Paulo.

O clima entre as partes também azedou em razão da decisão da F-1 de remover uma faixa da torcida italiana em apoio a Massa quanto à disputa na Justiça pelo título do Mundial de Pilotos de 2008. Ela foi instalada num dos alambrados do circuito italiano, justamente diante do box da Ferrari, por membros do Ferrari Club Caprino Bergamasco. A faixa exibe a mensagem "Felipe Massa, campeão do mundo de 2008".

Nesta sexta, antes do início do primeiro treino livre do GP italiano, funcionários da F-1 pediram para os torcedores removeram a faixa. O argumento era de que o item estaria bloqueando a visão de parte da torcida. Mas, na prática, estava fixada na parte inferior às arquibancadas.

O pedido da F-1 para Massa não comparecer ao GP faz referência à ação que o brasileiro move na Justiça, desde o mês passado, contra a própria categoria e contra a FIA em relação ao título de 2008. Ele busca o reconhecimento daquela conquista. Naquela temporada, ele ficou com o vice enquanto o inglês Lewis Hamilton faturou o título por apenas um ponto na tabela do campeonato.

Aquela temporada ficou marcada pelo escândalo chamado "Cingapuragate". No GP de Cingapura, o brasileiro Nelsinho Piquet causou uma batida de propósito, seguindo ordem do chefe da Renault, Flávio Briatore, para beneficiar seu companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso.

A batida bagunçou aquela corrida, prejudicando diretamente Massa, que era o líder do campeonato e caminhava para o seu primeiro título na F-1. Anos depois, o pai de Nelsinho veio a público para confirmar a ordem recebida pelo seu filho.

O assunto voltou à tona neste ano, quando Bernie Ecclestone, ex-chefão da F-1, admitiu que ficou sabendo sobre a ordem da Renault ainda em 2008, anos antes da revelação de Nelson Piquet. Pelas regras da categoria, os campeonatos não podem ter o resultado alterado após finalizados. Porém, a declaração de Ecclestone escancarou o fato de que aquele Mundial poderia ter tido seu resultado mudado antes do fim da competição.

Massa, então, acionou a F-1 e a FIA na Justiça. O processo pede indenização às duas entidades em razão de um alegado "prejuízo milionário" que o brasileiro sofreu por não ter conquistado aquele título. Os líderes das entidades já foram informados sobre a abertura do processo, um movimento obrigatório quando a justiça inglesa é acionada.

A Justiça de Minas Gerais aceitou nesta quinta-feira, 31, o pedido de recuperação judicial da 123milhas. A decisão, assinada pela juíza Cláudia Helena Batista, suspende todas as ações e execuções contra a agência digital de viagens por 180 dias. A companhia entrou com o pedido na terça-feira com dívida acumulada de cerca de R$ 2,3 bilhões.

Em um cálculo inicial e aproximado, a relação de credores ultrapassa 700 mil pessoas físicas, segundo a análise da juíza da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. A decisão determina que o plano de recuperação contenha medida de reparação para esses consumidores.

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"Em se tratando de pedido de recuperação judicial de empresas cujo objeto principal é a atuação no mercado consumerista que goza de especial proteção legal de caráter público, o plano a ser apresentado ao juízo deve conter medidas de reparação ao universo dos credores consumeristas pelos danos causados em todo território nacional", diz a juíza Cláudia Helena Batista, na decisão.

A determinação estipula prazo de 15 dias para que credores enviem aos administradores judiciais divergências nas dívidas apresentadas pela 123milhas. A magistrada ainda indicou que os credores que queiram entrar com mediação devem enviar a decisão para a 1ª Vice Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) por meio do e-mail: gavip1@tjmg.jus.br.

A juíza responsável nomeou dois administradores judiciais no processo: Paoli Balbino & Barros Sociedade de Advogados e Brizolar e Japur. Os representantes têm o prazo de 48 horas para aceitar a indicação.

O Tribunal fixou honorários em 4% da dívida de R$ 2,3 bilhões. Com isso, cada um receberá R$ 46 milhões. Eles têm 48 horas para aceitar a nomeação.

A juíza ainda pediu para a empresa enviar a documentação faltante, como a relação de empregados, bens de administradores, extratos bancários e demais dados pessoais, que serão inseridos em caráter sigiloso no processo.

Além da 123milhas, também assinam como requerentes da recuperação judicial a Nouvem, holding que detém 100% do controle da companhia, assim como a Art Viagens. A empresa é uma das principais fornecedoras da 123milhas e figura como garantidora em uma série de contratos e obrigações, ocupando, inclusive, a posição de devedora solidária.

Em meados de 2010, Cissa Guimarães recebeu uma das mensagens mais marcantes de sua vida que foi a da morte de seu filho caçula, Rafael Mascarenhas, que foi atropelado em um túnel no Rio de Janeiro enquanto andava de skate.

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Cissa Guimarães e Rafael Mascarenhas

Já se foram cerca de 13 anos desde a morte do menino que tinha apenas 18 anos de idade na época e apenas agora, em 2023, que a Justiça mandou prender os culpados, Roberto Bussamra e Rafael de Souza Bussamra.

E claro, Cissa Guimarães apareceu nas redes sociais para falar sobre o assunto e dividiu com seus fãs e seguidores alguns prints da notícia que fala sobre o veredicto e também uma reportagem que fala sobre o mesmo assunto.

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13 anos! TREZE ANOS! E depois de um fim de semana de muita dor, vem um acalento e a esperança de justiça finalmente.Vale citar que o órgão condenou Rafael de Souza Bussamra a cumprir sete anos de prisão em regime fechado e mais cinco anos e nove meses em regime semiaberto. Além de atropelar o filho de Cissa, o rapaz também deixou o local sem prestar socorro porque estava participando de um racha.

Já o pai dele, Roberto Bussamra também foi condenado a cumprir oito anos em regime fechado e nove meses em regime semiaberto porque ele teria voltado ao local com o filho e pagou propina aos policias.

Em julho deste ano, a Meta foi condenada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a pagar cerca de R$ 20 milhões em indenizações para usuários do Facebook, Messenger e WhatsApp pelo vazamento de dados pessoais em 2018 e 2019. A decisão abriu precedentes para que usuários de todo o país buscassem o pagamento.

Fotos, stories, telefone, e-mail, vídeos, áudio, localidade, data de nascimento, senhas das contas e outras informações íntimas de milhões de brasileiros ficaram expostas em cinco investidas hacker entre setembro de 2018 e julho de 2019.

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O juiz José Maurício Cantarino Villela, da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, acatou a ação civil coletiva do Instituto Defesa Coletiva e determinou o pagamento por danos morais coletivos e individuais.

A indenização individual foi estipulada em R$ 5 mil por ação, ou seja, o consumidor pode receber até R$ 10 mil se comprovar que usava uma das redes na época dos vazamentos. Também foi determinado o pagamento de R$ 10 milhões em cada uma das ações civil públicas de dano coletivo, com o valor enviado ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais.

O Instituto Defesa Coletiva reforça que a Meta não zelou pela segurança da prestação de serviço e violou a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Na decisão, Villela destacou que “a falha desse sistema deve ser atribuída a quem dele usufrui como fonte de lucro. É o chamado risco da atividade”. 

Quem procurar?

A primeira tentativa de reparação pode ser feita em conciliação com a própria empresa. Caso não haja resposta, o consumidor pode buscar um órgão de defesa do consumidor, como o Procon ou Juizados de Pequenas Causas.

Outro caminho é denunciar o caso à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ou até mesmo ingressar com uma ação na Justiça comum, como no caso que repercutiu entre os usuários.

Contudo, como a sentença na Justiça comum é em primeira instância - como foi a decisão do TJMG -, o ressarcimento pode demorar. A Meta tem direito de recorrer da condenação em instâncias superiores e só fica obrigada a reparar o dano mediante trânsito em julgado.

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu a Ordem do Mérito do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no grau de Grã-Cruz, ao padre Júlio Lancellotti. Essa homenagem é agraciada a pessoas que tiveram atuações de destaque que envolvem a pasta. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), desta terça-feira (29), e carrega a assinatura do presidente e do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Padre Júlio Lancellotti atua diretamente na defesa dos direitos humanos e das pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade na cidade de São Paulo. O trabalho do padre contra construções com arquitetura hostil inspirou a criação da Lei Padre Júlio Lancellotti, que proíbe construções feitas com o objetivo de inibir a presença de pessoas em situação de rua em locais públicos. A norma foi promulgada pelo próprio Legislativo em dezembro de 2022 após o então presidente Jair Bolsonaro vetar o texto.

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Aos 74 anos, ele é o atual coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo e ainda exerce a função de padre na paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, bairro da zona leste de São Paulo. Ele também é responsável pelas missas da capela da Universidade São Judas Tadeu.

Ameaça

No domingo (27), o padre Júlio Lancellotti foi alvo de ameaça ao chegar na igreja que lidera e encontrar um bilhete anônimo na porta. "Seu dia de reinado vai acabar, pode esperar", ameaça o autor do bilhete. O texto dizia ainda que o padre é um "defensor dos direitos dos bandidos" e que ele "usa o povo" para se "favorecer", além de chamá-lo de "petista vagabundo".

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), no mesmo dia que o bilhete foi encontrado, um idoso de 72 anos confessou a autoria e foi encaminhado ao 8º Distrito Policial (Brás). O caso foi registrado como injúria e ameaça. A identidade do autor não foi revelada.

Sikêra Jr. foi condenado pela Justiça paulista a pagar uma indenização a um policial militar após expor seus dados pessoais durante uma reportagem do programa que apresenta, ‘Alerta Nacional’. O valor estabelecido no processo foi de R$ 10 mil. 

A reportagem, exibida em setembro do ano passado, mostrava que o policial havia conseguido impedir um assalto em um estabelecimento comercial. Na ocasião, Sikêra Jr. revelou o nome completo do PM e ainda indicou o batalhão onde ele trabalha. À Justiça, o policial disse que, por conta da divulgação, foi obrigado a solicitar a sua transferência para outro batalhão pois, com a exposição, acabou ficando vulnerável a represálias.

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Ao condenar a emissora e o apresentador, a juíza Leila Hassem da Ponte disse que eles não poderiam ter exposto o policial, colocando em risco a sua vida e a da sua família. "Extrapolaram os limites da liberdade de imprensa."Além da indenização, a juíza determinou a remoção do vídeo. Sikêra Jr. ainda pode recorrer. 

 

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou a publicar uma mensagem no X (ex-Twitter), após ter abandonado a plataforma em janeiro de 2021. Ele divulgou a foto tirada nesta quinta-feira (24) em seu fichamento em uma prisão no condado de Fulton, quando pagou US$ 1 milhão de fiança para ficar livre, durante a investigação de manipulação nas últimas eleições presidenciais que ocorre na Geórgia.

Na mensagem, Trump coloca a imagem com a legenda "manipulação eleitoral", e acrescenta que é preciso "nunca se render". Há ainda o endereço do site de Trump.

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Antes, o ex-presidente americano havia anunciado que não voltaria ao Twitter. Trump chegou a ter a conta banida, mas ela foi posteriormente reativada, mas em novembro de 2022 ele havia comentado que preferia continuar a usar a plataforma Truth Social, criada por seu próprio grupo de mídia.

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras decidiu, nesta quinta-feira (24), acionar o Poder Judiciário para solicitar a condução coercitiva do empresário e ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho.

O ex-jogador, que já havia deixado de comparecer ao colegiado na terça-feira (22), ignorou a nova convocação para esta quinta e apresentou uma justificativa para se ausentar. A condução coercitiva permite que uma pessoa seja levada à presença de autoridades mesmo contra a sua vontade.

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  “Não resta alternativa a não ser requerer ao juízo competente, nos termos legais, a condução coercitiva da testemunha, para que possa prestar esclarecimentos a esta comissão”, anunciou o presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ). 

Ronaldinho, juntamente com o irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira, é investigado pela CPI por suposta relação com a empresa 18K Ronaldinho, alvo do colegiado por suspeita de fraude envolvendo investimentos em criptomoedas. Marcelo Lara, co-fundador da empresa, não foi localizado e, segundo o presidente da CPI, “há informações de que está fora do País”.

Acompanhado do advogado, o irmão do ex-jogador foi o único a prestar depoimento como testemunha nesta quinta-feira. Ainda amparado pelo habeas corpus que assegura aos três depoentes o direito ao silêncio, a fim de não produzirem provas contra si, Assis disse aos deputados que nunca firmou contrato com a empresa 18K Ronaldinho.  “Eu e meu irmão nunca fomos sócios da empresa 18K Ronaldinho.

Os sócios dessa empresa são Rafael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Aliás, meu irmão foi vítima dessa empresa e dos seus sócios, que utilizaram o nome e a imagem dele sem autorização”, declarou. 

Questionado por Ribeiro e pelo relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), o depoente admitiu que manteve, no entanto, contrato com as empresas 18K Watches, marca de relógios esportivos, 18K Corporation e 18K Marketing Multinível, sendo remunerado por royalties.

Aureo Ribeiro lembrou que a 18K Ronaldinho trabalha com trading e arbitragem de criptomoedas, prometendo rendimentos de até 2% ao dia. E citou ainda ação civil pública movida por órgão de defesa do consumidor que cobra da empresa R$ 300 milhões por danos morais a clientes.

“Segundo o advogado da ação mencionada, as vítimas são pessoas simples e sem familiaridade com o ambiente de investimentos, seduzidas pela marca de um dos maiores jogadores de futebol da história. 80% não são investidores recorrentes. Muitos venderam carro, casa e pegaram dinheiro no banco para investir”, disse Ribeiro.

O relator da CPI questionou Assis Moreira, como responsável pela imagem do ex-jogador, qual providência adotou diante de denúncias envolvendo a 18K Ronaldinho, ao saber que o irmão aparecia em peças publicitárias da 18K Marketing Multinível, dos mesmos sócios-proprietários.  “Qual é a sua compreensão de ver uma foto do seu irmão divulgando uma possível fraude?”, perguntou o relator. 

Algumas das peças foram exibidas no telão do colegiado a pedido do deputado Caio Vianna (PSD-RJ). “Gostaria de saber da possibilidade de passar aqui um vídeo em que o Ronaldinho anuncia o início da 18K Ronaldinho antes mesmo de ela iniciar as operações, ou seja, era uma informação muito privilegiada”, disse Vianna. 

Segundo Assis Moreira, “ao ver que alguma coisa estava fora do que era o contrato pela venda de relógios e outros produtos”, ele decidiu rescindir o contrato “na mesma hora”.  O presidente do colegiado insistiu.

“O senhor afirmou que nunca teve contrato com a 18K Ronaldinho. Existem inúmeras propagandas dessa empresa com a imagem do Ronaldinho. Foram indevidas essas propagandas? Vocês processaram a empresa?”, questionou Ribeiro.  Em resposta, Assis Moreira reafirmou que as imagens foram usadas indevidamente mas negou ter processado a 18K por isso.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

A Justiça de São Paulo negou pedido de indenização por danos morais movido pelo ex-deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). O líder do MBL pedia retratação por Boulos ter afirmado que ele "foi cassado porque foi assediar mulher em guerra lá na Ucrânia". A juíza Marcela Filus Coelho, da 1ª Vara da Juizado Especial Cível, negou o pedido de Mamãe Falei por entender que o assédio realmente ocorreu. "Fica claro que ele de fato desrespeitou as mulheres", escreveu ela na sentença.

Na decisão, publicada na quarta-feira, 16, a juíza destaca trecho de áudio em que do Val diz que as mulheres ucranianas "são fáceis, porque elas são pobres". O áudio foi gravado em 2022, quando o ex-parlamentar passou a semana de Carnaval na Ucrânia com a justificativa de acompanhar a guerra no país do Leste Europeu. Ele foi cassado em maio do ano passado, por quebra de decoro parlamentar, e tornou-se inelegível por 8 anos.

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A respeito do áudio, a juíza escreve: "Ainda que o autor (Mamãe Falei) negue a prática de ato ofensivo, no áudio fica claro que ele de fato desrespeitou as mulheres. Ao dizer: "colei em duas minas", as quais, segundo a sua opinião, são "fáceis" revela que sua intenção era objetificá-las e menosprezá-las, até porque, também segundo a sua concepção, "elas são pobres".

Coelho afirma ainda na decisão que Boulos não acusou do Val de assédio sexual, como descrevia a petição inicial do líder do MBL. "O demandado (Boulos) aludiu apenas ao termo assédio, no sentido de insistência impertinente, fato que ocorreu. O demandante (Mamãe Falei), ao relatar "colou nas minas fáceis e pobres" revela que lá esteve para importunar e menosprezar quem enfrenta uma guerra", escreveu na sentença.

Outro ponto mencionado no pedido de indenização movido por Mamãe Falei diz respeito à fala de Boulos sobre a viagem ter sido paga com dinheiro público. A juíza pondera que, embora não tenham sido apresentadas provas de que as despesas de passagem e estadia foram pagas pelo erário, "não há, igualmente, demonstração de que não o foram".

O deputado Guilherme Boulos deve disputar a Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições, com apoio do PT, e desponta como principal opositor ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Como mostrado pelo Estadão, os dois reinam praticamente sozinhos na articulação pública para viabilizarem suas candidaturas na arrancada eleitoral para 2024.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Jaboatão dos Guararapes (SINPROJA), entrou com uma ação coletiva que cobra a complementação do Piso Salarial do Magistério para os professores em contrato temporário que trabalham ou trabalharam nos últimos cinco anos na Rede Municipal.

Através da ação, o sindicato busca assegurar que todos os profissionais recebam o valor integral do piso salarial, de acordo com a carga horária e a formação exigida para cada categoria.

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"O SINPROJA entende que os(as) professores(as), independentemente do tipo de contrato, devem receber o valor do Piso Salarial estabelecido por lei. É direito e deve ser respeitado. Exigimos que a lei seja cumprida já! Por isso, convocamos também quem não tem mais vínculo com o Município mas trabalhou nos últimos cinco anos como Contrato Temporário”, ressaltou a presidenta do SINPROJA, Séphora Freitas.

Por nota, a Secretaria Municipal de Educação e Esportes do Jaboatão dos Guararapes informa que este é um processo judicial que está sendo acompanhado pela Procuradoria Geral do Município. O sindicato fornece o e-mail: acaosinproja@sinproja.com.br, para aqueles que quiserem entrar em contato para buscar seus direitos. 

Uma decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desta quinta-feira (17) reconheceu o Governo do Estado como titular da posse do Centro de Referência do Idoso, no bairro de Areias. O juiz Jader Marinho dos Santos, da 2ª Vara Pública da Capital, determinou um prazo de dez dias para o município do Recife retirar do espaço o mobiliário que lhe pertence.

“Reconhecendo em juízo de verossimilhança, que os vícios do Termo de Prestação de Contas e Cooperação Técnica suscitados em juízo são aptos a ensejar sua nulidade, concedo, com base nesse fundamento, o pedido de tutela de urgência, de natureza antecipada em favor do Estado de Pernambuco”, argumentou o juiz em sua decisão.

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Compondo o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), administrado pelo Governo de Pernambuco, o Centro Estadual de Atenção Integral promete oferecer atendimentos especializados nas áreas médica e multiprofissional.

Foto: Miva Filho/Secom

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o equipamento terá uma capacidade para fazer 96.480 atendimentos por ano e irá oferecer 15 especialidades médicas.

Com foco em reabilitação, a promessa é que o espaço terá ações voltadas para a manutenção da autonomia e independência dos pacientes através não só da recuperação física, mas também ofertando a melhoria da qualidade de vida através da recuperação da capacidade funcional.

O atendimento irá contemplar também o público acima dos 60 anos, através do Centro de Convivência para a Pessoa Idosa, promovendo atividades que contemplem os pilares do Envelhecimento Ativo.

No dia 30 de dezembro do ano passado, Paulo Câmara cedeu o imóvel à Prefeitura do Recife. Entretanto, a atual gestão estadual identificou indícios de irregularidades no processo de cessão e abriu um processo administrativo, que identificou 'múltiplas irregularidades'.

Em maio deste ano, a Justiça proibiu a Prefeitura do Recife de inaugurar o Centro do Idoso e fixou uma multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Aquela primeira decisão, no entanto, não versava sobre a posse do imóvel.

Na decisão desta quinta-feira (17), a Justiça considerou nula a cessão para o município do Recife. Foi a primeira decisão judicial concedendo a posse do imóvel para um dos dois lados.

Com informações da assessoria

Uma enfermeira britânica de 33 anos foi declarada culpada, nesta sexta-feira (18), pelo assassinato de sete recém-nascidos e pela tentativa de assassinato de outros seis no hospital neonatal em que trabalhava, após um longo julgamento que comoveu o Reino Unido.

"Fria, calculista, cruel e tenaz", de acordo com a acusação, Lucy Letby trabalhava na unidade de terapia intensiva do hospital Countess of Chester, no noroeste da Inglaterra.

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Entre junho de 2015 a junho de 2016, sete recém-nascidos morreram de forma repentina, sem causas aparentes, por vezes com poucas horas de intervalo. Outros 10 bebês estiveram perto da morte, mas conseguiram ser salvos.

Letby foi acusada de matar os bebês, injetando insulina, ou ar, nas veias, ou alimentando-os demais através de sondas nasogástricas. Às vezes, usava vários métodos ao mesmo tempo.

A enfermeira tinha 25 anos na época dos assassinatos e, segundo o juiz James Goss, ela era a única funcionária de plantão durante as mortes.

Sua condenação "não impedirá a extrema dor, raiva e sofrimento que todos nós sentimos", reagiram as famílias das vítimas em um comunicado.

O tribunal anunciará sua sentença na próxima segunda-feira (21).

- Profissional "dedicada" -

Letby, que havia tentado matar diversos bebês em diferentes ocasiões, recebeu 22 acusações, sete por homicídio e 15 pela tentativa de assassinato de 10 recém-nascidos.

O governo britânico ordenou, nesta sexta-feira, uma investigação independente, dada a comoção que o caso gerou e a preocupação sobre a segurança no sistema da saúde.

Seu julgamento começou em 10 de outubro em Manchester (norte). Os bebês foram identificados com letras, de A a Q, para proteger as famílias, cujos pais testemunharam, muitas vezes em lágrimas.

A defesa de Letby, por sua vez, a descreveu como uma profissional "dedicada". "Meu trabalho era minha vida", disse ela.

O promotor Nick Johnson reconstituiu meticulosamente sua organização e descreveu eventos semelhantes entre as mortes. A mulher atacava os recém-nascidos depois que seus pais saíam, quando a enfermeira-chefe estava fora ou à noite, quando ela estava sozinha, explicou ele.

Às vezes, ela participava dos esforços da equipe para salvar os bebês ou ajudava pais desesperados.

Entre as vítimas estão gêmeos e até trigêmeos, dois dos quais morreram com 24 horas de diferença. O terceiro foi salvo porque seus pais imploraram para que ele fosse transferido para outro hospital.

"Não mereço viver. Eu os matei de propósito porque não era boa o suficiente para cuidar deles. Sou uma pessoa horrível", escreveu ela em um bilhete encontrado em sua casa em 2018.

Em outros documentos, Letby disse que era inocente. Seu advogado, Ben Myers, insistiu que o serviço neonatal do hospital recebeu "mais bebês do que o normal, com maiores necessidades médicas" em 2015-2016 e "falhou" em suas ações.

Transferida para um serviço administrativo em junho de 2016, a enfermeira foi detida pela primeira vez em 2018 e depois, no ano seguinte, até ser colocada sob custódia em novembro de 2020.

Metroviários de São Paulo realizam às 18h30 desta segunda-feira, 14, assembleia para decidir se vão entrar em greve a partir da 0h de terça-feira, 15.

Caso a decisão seja pela paralisação, eles estarão obrigados, por decisão da Justiça do Trabalho, a manter 70% dos serviços nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 30% nos demais períodos, sob pena de multa de R$ 100 mil a ser paga pelo Sindicato dos Metroviários.

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A ordem também estabelece que oficiais de Justiça vão ao Centro de Controle de Operações, na Liberdade (região central de SP), para fiscalizar o cumprimento da decisão.

A decisão foi emitida pela desembargadora Ivani Contini Bramante, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que atendeu parcialmente ao pedido do metrô. A empresa havia pedido manutenção integral dos serviços e multa de R$ 500 mil por dia durante a paralisação.

Já foi agendada para a quarta-feira, 16, às 13h, audiência para tentativa de conciliação entre as partes.

Os metroviários protestam contra o plano do governo do Estado de terceirizar a manutenção da Linha 15 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e privatizar linhas do metrô e da CPTM. A categoria aceita trabalhar normalmente, desde que as catracas sejam liberadas para que os passageiros usem o transporte sem pagar

Em 1827, teve início a história formal do ensino jurídico no Brasil, com a edição do decreto que criou cursos de direito em São Paulo e em Olinda, Pernambuco, por meio de uma lei de 11 de agosto daquele ano. A criação das faculdades foi necessária porque, depois da Independência do país, em 1822, foi preciso haver brasileiros com conhecimento nesta área.

Desde então, muita coisa mudou no país, que, de monarquista, passou a ser república. A linguagem jurídica, entretanto, não se descolou do passado e continua usando termos rebuscados e de difícil entendimento para o cidadão leigo.

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Pensando em auxiliar na mudança dessa situação, a advogada, escritora e jornalista Ivy Farias, que também é autora de Escrever Direito: Manual de Escrita Criativa Para Carreiras Jurídicas, vai ministrar nas seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de Mato Grosso um curso inédito para “ensinar” os profissionais da área a simplificar a linguagem. A ideia é trocar o “juridiquês” por uma linguagem que seja compreendida por qualquer pessoa.

“O Brasil mantém uma forte tradição portuguesa, colonialista, no direito. Então, o primeiro ponto é entender que estamos reproduzindo, em vez de produzindo, muitas vezes sem refletir. Hoje nós lemos mais, mas compreendemos menos, e há uma série de conteúdos que não existiam décadas atrás. A atenção é dispersa. Então, tudo que é feito para economizar o tempo de quem lê é bem-vindo”, diz Ivy.

Segundo a advogada, a questão é complexa, porque faz com que a “pessoa comum” não entenda um direito que é dela, já quem nem mesmo aquelas que têm mais escolaridade compreendem os textos e as sentenças. “É como se você tivesse algo, mas não usasse. Como é possível ter Justiça se ela não é compreendida? Este é o ponto. Se uma pessoa com alto grau de escolaridade não entende, significa que tem algo errado. A proposta é que todo mundo entenda, e de primeira, porque isso economiza tempo e dinheiro.”

Ivy observou ainda que a compreensão dos textos e sentenças do Judiciário encosta na questão da inclusão, pois o princípio da linguagem simples é incluir. “Todas as pessoas se beneficiam muito com isso. E o curso de direito prepara profissionais que acabam atuando na esfera pública e na defesa da cidadania, como a Defensoria Pública, por exemplo.”

Serviço público

Com base nisso, há pelo menos 80 anos, existe um movimento que busca simplificar o linguajar jurídico, tentativa que se estende ao serviço público para diminuir a burocracia estatal. As iniciativas pelo país são inúmeras e, na capital paulista, por exemplo, há uma lei de autoria do ex-vereador, ex-secretário de Inovação e Tecnologia da prefeitura de São Paulo e ex-coordenador do Poupatempo, Daniel Annemberg, que determina que todos os órgãos públicos da cidade busquem esse objetivo.

“Quando a gente está há bastante tempo na área pública, tem a mania de falar por siglas, falar por termos técnicos. Isso é muito ruim porque não se democratiza o acesso às pessoas. Muitas vezes, explica-se algo, e elas simplesmente não entendem. Daí vem a importância de haver, na área pública, como já ocorre em vários países, uma lei que deixe muito clara a forma de se comunicar com a população”, explicou Annemberg.

Para ele, já ficou clara a importância de reduzir a distância entre os órgãos públicos e a população por meio da linguagem. Entretanto, é preciso que, por meio de uma lei, os servidores assimilem esse conceito. Por isso, há ainda necessidade de que todos sejam conscientizados e capacitados para fazer isso na prática.

“A mania de falar difícil afasta as pessoas do que você está dizendo, e são poucos os estendidos em uma linguagem rebuscada. E por que não falar em uma linguagem que as pessoas possam entender de forma mais clara, mais simples, mais transparente? Aí, se atinge muito mais gente”, ressaltou.

De acordo com Annemberg, quando a pessoa atendida em um serviço público não entende o que foi dito, obviamente voltará para falar do mesmo assunto, o que vai gerar filas e idas a lugares incorretos, na tentativa de resolver o problema. “Isso prejudica o cidadão, e o próprio serviço público, que vai ter que atender de novo essa pessoa que não entendeu o que o funcionário escreveu ou falou. Aumenta muitas vezes o trabalho, quando a comunicação não é simples ou direta”, ponderou.

A educadora, jornalista e empresária Heloisa Fischer enfatizou que sempre houve desconexão entre a linguagem técnica, administrativa e burocrática e a linguagem compreendida pelo cidadão. E isso não é exclusividade do Brasil, além de estar muito relacionado à falta de empatia, disse Heloisa. Ela citou como exemplo a linguagem previdenciária, que tem termos técnicos e modos de expressão atrelados a pessoas muito especializadas no assunto.

“Mas o que acontece é que essa pessoa não consegue se colocar no lugar do cidadão que vai ler, que não conhece nada daquele assunto. Isso pode ser levado para qualquer área, pois há sempre uma pessoa técnica, que conhece muito bem o assunto e dá as instruções a quem procura. Heloisa cita o caso de uma pessoa que está dando entrada no pedido de aposentadoria. “Ela só faz isso uma vez na vida. O texto que a informa tem que ser claro para o nível de conhecimento dela no tema”, disse a jornalista.

Para Heloisa, a transformação digital tornou a questão ainda mais urgente, já que a “plataformização” dos governos está baseada em autosserviços, sem que o cidadão precise passar antes por uma pessoa, ir a um balcão ou telefonar para buscar informações. “Dessa forma, consegue-se atender em escala, atender mais gente, porém, isso requer não só letramento digital, como de leitura, além de um conhecimento sobre as plataformas digitais e do próprio funcionamento do sistema”, disse ela.

Por isso, Heloisa afirma que os textos que informam as pessoas nos ambientes digitais precisam reduzir as dúvidas, levando em conta também o alto índice de analfabetismo funcional. “Temos 29% de analfabetos na população brasileira, ou pessoas que têm uma alfabetismo tão rudimentar que elas não funcionam em sociedade, não conseguem dar conta do que precisam ler. Nós só temos 12% de pessoas com proficiência em leitura e 88% com grau de dificuldade para lidar com texto longo, complexo, com informações não tão explícitas, o que já justifica que os textos sejam mais fáceis”, concluiu.

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) abriu uma sindicância para apurar a conduta do juiz Francisco José Mazza Siqueira, da 2.ª Vara Cível de Juazeiro do Norte, no interior do Estado, em uma audiência com mulheres que denunciavam episódios de violência sexual.

Uma das primeiras medidas da Corregedoria do Tribunal do Ceará será ouvir as pessoas presentes na audiência, que aconteceu em 24 de julho. Ao longo dos depoimentos, que duraram cerca de quatro horas, o juiz fez diversas intervenções.

"Quem acha que mulher é tudo boazinha, tão muito enganado viu. Eita bicho de mão pesada, bicho da língua grande e que chuta nas partes baixas são as mulheres. Estou dizendo isso no sentido de que vocês são fortes (sic)", afirmou em um dos momentos.

Além de magistrado, Francisco José Mazza Siqueira tem experiência como professor universitário e relatou supostos assédios de alunas: "Aluna que chegava se esfregando em mim, com a vagina em mim. Aqui não tem criança, tudo mundo é adulto. 'Professor, não sei o que, não sei o que'. Eu dizia: 'minha filha, é o seguinte, quando eu deixar de ser seu professor, você faz isso aqui comigo'."

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O juiz foi acusado de revitimizar as mulheres. O advogado Aécio Mota, que representa a autora da ação, pediu que o magistrado seja afastado do caso. "Tinha um tom de parcialidade. As testemunhas se sentiram intimidadas", relata ao Estadão.

Foi o criminalista quem acionou a Corregedoria de Justiça do Ceará, cobrando a abertura de um processo disciplinar. "Foi um circo de horrores. O juiz se comportou de forma absolutamente inadequada. A todo momento ele parava para fazer comentários inoportunos e machistas", acrescenta o advogado.

Aécio Mota também entrou com uma representação na seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), alegando que o juiz violou suas prerrogativas profissionais.

A audiência foi conduzida no processo contra um médico acusado de abusar de pacientes durante as consultas e atendimentos.

COM A PALAVRA, O JUIZ

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Ceará em busca de um posicionamento do juiz Francisco José Mazza Siqueira. O espaço está aberto para manifestação.

O padre Airton Freire, acusado de violência sexual, se tornou réu após a Justiça aceitar as denúncias do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que haviam sido recebidas pela Vara Única da Comarca de Buíque. As informações foram confirmadas nesta segunda-feira (7). 

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou por meio de nota que “os processos de apuração dos crimes contra a dignidade sexual devem correr integralmente em segredo de justiça, preservando-se a intimidade da própria vítima.” 

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Entenda o caso 

Em maio deste ano, uma mulher acusou o padre de ter sido o mandante do estupro do qual foi vítima, durante um retiro espiritual em agosto de 2022. Após sua denúncia, outras vítimas se pronunciaram, entre elas um homem. Dos cinco inquéritos abertos para investigar o caso, dois foram concluídos, resultando na prisão do padre e no mandado contra outros três funcionários, Jailson Leonardo da Silva, Landelino Rodrigues da Costa Filho e outro homem cujo nome não foi divulgado pela polícia. Landelino foi preso no final de julho. 

Além do padre Airton, os três funcionários também são mencionados pela Justiça, considerados réus nos casos.

O Flamengo passa por um momento conturbado em seus bastidores. O soco que Pedro sofreu do preparador físico Pablo Fernandez fez com que o clube demitisse o profissional e punisse o atacante. Além disso, o jogador faltou ao treino desta segunda-feira, no Ninho do Urubu. Caso opte por deixar o time, o atleta tem o respaldo jurídico para buscar uma rescisão contratual.

De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, depois da agressão, Pedro está respaldado pelo artigo 483, alínea F da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), caso decida pedir uma rescisão com o clube, que certamente vai dificultar uma eventual saída do jogador.

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"Isso porque esse artigo define que pode haver quebra contratual unilateral no caso de uma agressão por parte do empregador ou seu preposto, que é a posição na qual se enquadra o preparador físico do Flamengo", explica Pedro Henrique Zaithammer, advogado especialista em Direto Desportivo.

A lei também define que o atleta também pode receber, por meio de uma cláusula compensatória, no mínimo, todo o salário a que ele teria direito até o fim do seu contrato.

Fernandez foi demitido pelo clube, enquanto Pedro será punido pelo ato de indisciplina. Ele se recusou a continuar o aquecimento no Estádio Independência depois que Jorge Sampaoli o preteriu ao optar pelas entradas de Luiz Araújo e Everton Cebolinha durante o duelo com o Atlético-MG. O caso foi parar na polícia em Belo Horizonte.

Segundo Zaithammer, do escritório Suttile & Vaciski Advogados Associados, Pedro poderia entrar com uma ação na Justiça do Trabalho solicitando a rescisão indireta do contrato, como prevê o artigo 483 da CLT. "Isso seria analisado pelo juiz que, por fim, poderia conceder uma liminar", diz.

"Uma vez ajuizada a ação trabalhista, não há, salvo acordo em sentido contrário, a possibilidade de manutenção da relação de emprego, a qual deve ser considerada extinta, independente do resultado do processo. A única discussão, nesse caso, seria o reconhecimento, ou não, da justa causa atribuída ao empregador e as consequências financeiras decorrentes", elucida Francisco Caputo, advogado especialista em Direto Trabalhista.

Caso consiga a rescisão, o atleta ficaria livre pra assinar com qualquer outro clube que queira. Mas a essa decisão, caberia recurso do Flamengo, o que poderia transformar o episódio em um imbróglio jurídico, assim como aconteceu com Gustavo Scarpa e o Fluminense em 2018.

"Mas o efeito da liminar seria imediato. Assim que o juiz tivesse um parecer favorável ao atleta, já haveria comunicação imediata com a CBF, que publicaria no BID a rescisão, o deixando 'livre' no mercado", afirma Zaithammer.

Cabe lembrar, porém, que Pedro não poderia atuar por outra equipe no Brasileirão, uma vez que já disputou 13 jogos pelo Flamengo, seis a mais do que o número limite imposto determinado no regulamento da competição para que um atleta jogue o torneio por outro time. Por outro lado, ele pode jogar a Libertadores por um clube diferente a partir das quartas de final.

DESDOBRAMENTOS DO CASO

O clube aguarda um esclarecimento do atacante para decidir quais caminhos serão tomados na sequência. Uma nova punição deve ser aplicada. Em sua declaração por escrito nas redes sociais, Pedro reclamou dos "escassos minutos recebidos nos últimos jogos" e disse ter sido vítima de "covardia psicológica".

A agressão ocorreu no vestiário, após Pedro, que não saiu do banco de reservas na vitória por 2 a 1 diante do Atlético-MG, se recusar a continuar o aquecimento após os atacantes Everton Cebolinha e Luiz Araújo terem sido escolhidos para entrar na partida. Pablo Fernandez não gostou da insubordinação do atacante e reclamou com o atleta, que retrucou. O preparador físico, então, deu um soco na boca do jogador.

O episódio se deu durante uma conversa do atacante ao telefone com sua família. Pedro não revidou à agressão. A diretoria do clube convocou uma série de reuniões de emergência para tentar contornar a situação ao longo do domingo e decidiu pelo desligamento de Pablo Fernandez, que pediu desculpas pela agressão.

"Entrei no vestiário muito chateado, querendo resolver logo a situação e fiz errado. Foi planejado que hoje seria um dia de folga. É uma pena, porque gostaria de poder, primeiro, falar sobre isso pessoalmente com todos os funcionários do clube. Senti-me muito magoado com uma situação e reagi da pior forma", argumentou o preparador físico, não mais membro da comissão de Sampaoli. O filho do profissional, Marcos Fernandez, continua na Gávea.

Após o ocorrido, Pedro foi até uma delegacia de Belo Horizonte para registrar Boletim de Ocorrência acompanhado dos jogadores Everton Cebolinha, Thiago Maia e Pablo, além do coordenador Gabriel Andreata. Todos confirmaram a agressão. O atacante foi liberado após prestar depoimento e também realizou exame no Instituto Médico Legal (IML), que atestou a lesão na boca.

O juiz Tarcísio de Moraes Souza, da 6ª Vara Criminal de Brasília, decidiu colocar o empresário Luiz Carlos Basseto Júnior no banco dos réus por suposta ameaça e incitação ao crime contra o advogado Cristiano Zanin, que está prestes a assumir a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal.

No centro do processo está episódio ocorrido no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, no dia 11 de janeiro, quando Zanin ainda representava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça.

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Basseto Júnior encontrou Zanin no banheiro do aeroporto quando este escovava os dentes. Então chamou o advogado de 'vagabundo', 'safado', 'bandido' e 'corrupto'. "Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse", afirma. Zanin não reagiu.

Em despacho assinado nesta quinta-feira, 27, o magistrado entendeu que estão presentes 'indícios de autoria e materialidade' dos crimes imputados pelo Ministério Público do DF a Basseto Júnior.

Ele tem dez dias para se manifestar sobre as imputações feitas pela Promotoria. O empresário ainda é alvo de uma queixa-crime apresentada por Zanin por supostos crimes contra a honra.

Como mostrou o Estadão, o MP do Distrito Federal entendeu que o empresário 'ameaçou a vítima Cristiano Zanin Martins de causar-lhe mal injusto e grave, uma vez que lhe disse diretamente 'Vontade de meter a mão na orelha de um cara desse'.

Além disso, na avaliação da Promotoria, Basseto Júnior incitou, publicamente, a prática de crime, ao dizer que a vítima 'Tinha que tomar um pau de todo mundo que tá andando na rua''.

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