Tópicos | mandato

O presidente chinês, Xi Jinping, obteve neste domingo (23) um terceiro mandato e promoveu alguns de seus aliados mais próximos no Partido Comunista da China (PCC), o que consolida sua posição como o líder mais influente do país desde Mao Tsé-Tung.

Xi foi eleito novamente como secretário-geral do Partido Comunista, informou a agência estatal Xinhua, o que inclina o país de volta a um governo de um homem só, após décadas de poder compartilhado entre a elite do partido.

##RECOMENDA##

"Quero agradecer sinceramente a todo o partido pela confiança que depositaram em nós", afirmou à imprensa no Grande Salão do Povo de Pequim após o anúncio da votação a portas fechadas.

Xi prometeu "trabalhar com diligência no cumprimento de nossos deveres e provar o valor da grande confiança em nosso partido e nosso povo".

Xi também foi designado novamente o comandante da Comissão Central Militar da China.

Com as nomeações, o líder de 69 anos tem praticamente assegurada a designação como presidente da China para um terceiro mandato, o que será anunciado formalmente durante as sessões legislativas anuais de março.

A eleição de Xi como secretário-geral encerrou o congresso do Partido Comunista, celebrado em Pequim ao longo da última semana, que também aprovou uma profunda reformulação da cúpula de poder com a renúncia de vários rivais de Xi.

O XX Congresso do Partido Comunista da China definiu um novo Comitê Central de quase 200 membros, que escolheram Xi e os demais integrantes do Comitê Permanente, principal organismo do poder político chinês.

Alguns aliados próximos de Xi foram anunciados como novos integrantes do Comitê Permanente, que tem sete membros.

Li Qing, ex-líder do partido em Xangai, confidente de Xi, subiu para o posto número dois, o que pode fazer com que seja nomeado primeiro-ministro nas sessões legislativas de março.

- Sem mulheres -

"Xi colocou seus aliados nas sete cadeiras do principal organismo de decisão do Partido Comunista, o que permitirá que domine o sistema político no futuro previsível", afirmou Neil Thomas, especialista em China do Eurasia Group.

O Comitê Central também escolheu os integrantes do Politburo, que desta vez terá 24 membros, segundo a lista divulgada neste domingo. Pela primeira vez em 25 anos, este grupo não terá a presença de nenhuma mulher.

Sun Chunlan, a única mulher no Politburo anterior, se aposentou e nenhuma outra representante foi designada.

Desde que chegou ao poder há uma década, Xi Jingping acumula poder como nenhum outro governante na história moderna da China, com exceção de Mao.

Em 2018, ele conseguiu eliminar o limite de dois mandatos presidenciais, o que abriu o caminho para que governo o país por tempo indeterminado.

Também liderou a ascensão da China como a segunda maior economia do planeta, estimulou uma grande expansão militar e uma postura internacional agressiva que gerou forte oposição dos Estados Unidos.

"Depois de mais de 40 anos de esforços incansáveis de reformas e abertura, nós criamos dois milagres: rápido desenvolvimento econômico e estabilidade social de longo prazo", afirmou Xi.

"A China não pode se desenvolver sem o mundo e o mundo também precisa da China", insistiu.

Xi enfrentará grandes desafios em seu terceiro mandato de cinco anos, incluindo a gestão de uma economia endividada e a crescente rivalidade com os Estados Unidos.

Após sua reeleição, o presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "mais calorosas felicitações" e disse que estava "feliz" para prosseguir o "diálogo construtivo e o trabalho comum próximo".

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un disse que espera um "bom futuro" nas relações bilaterais.

- Hu Jintao retirado do evento -

A votação deste domingo encerrou uma semana em que a cúpula do poder chinês exaltou sua própria liderança nos últimos cinco anos.

Analistas acompanharam com atenção para saber se a Carta do partido seria alterada para consagrar o "Pensamento de Xi Jinping" como filosofia de orientação, algo que colocaria Xi no mesmo nível de Mao.

Isto não aconteceu, embora a resolução tenha classificado o credo como "o marxismo da China contemporânea e do século XXI", acrescentando que "encarna a melhor cultura e a ética desta época".

Em uma ação inesperada no Grande Salão do Povo, o ex-presidente Hu Jintao foi retirado no sábado da cerimônia de encerramento do congresso.

O ex-líder de 79 anos pareceu resistir a deixar sua cadeira na primeira fila, onde estava sentado ao lado de Xi.

A imprensa estatal informou que Hu insistiu em participar do evento apesar de não estar bem de saúde.

"Como não se sentiu bem durante a sessão, sua equipe, por sua saúde, o acompanhou até uma sala anexa para repouso. Ele está muito melhor agora", afirmou a agência oficial de notícias Xinhua.

O presidente chinês, Xi Jinping, deve obter, sem maiores dificuldades, um terceiro inédito mandato em 23 de outubro, um dia depois do encerramento do Congresso do Partido Comunista, cuja data foi anunciada neste sábado (15).

O 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que começa no domingo (16) em Pequim, vai durar até 22 de outubro, anunciou hoje o porta-voz do evento, Sun Yeli.

##RECOMENDA##

O grande encontro quinquenal da vida política chinesa pretende conceder ao presidente Xi um terceiro mandato de cinco anos à frente da organização política e do país.

No dia seguinte ao encerramento, ou seja, em 23 de outubro, será revelada a composição do novo Comitê Permanente do Politburo, o grupo de sete, ou nove, personalidades que encarna a cúpula do poder, incluindo o secretário-geral do PCC - hoje, Xi Jinping.

No total, cerca de 2.300 delegados, eleitos pelas diferentes assembleias do partido único, vão-se reunir a portas fechadas após a cerimônia de abertura, amanhã, na capital do país, no Palácio do Povo.

Xi Jinping, de 69 anos, fará um balanço dos últimos cinco anos e comunicará seu plano para os próximos cinco anos, em um discurso transmitido pela televisão.

O congresso, o 20º desde a criação do PCC em 1921, deve dar lugar a uma grande reconfiguração do Comitê Permanente do Politburo. Segundo a tradição não escrita, uma parte de seus membros atuais atingiu a idade em que devem se aposentar.

- Bolha sanitária para jornalistas -

Para cobrir o evento, os jornalistas foram obrigados a permanecer em uma "bolha sanitária" desde sexta-feira (14), como parte das rigorosas medidas vinculadas à política de zero covid no país.

Os repórteres estão isolados em um hotel, no oeste de Pequim, e devem passar por uma série de testes.

A coletiva de imprensa de apresentação deste sábado aconteceu em frente a dois telões. Durante a videoconferência de duas horas, o porta-voz do congresso respondeu a perguntas da imprensa chinesa e estrangeira. Não houve perguntas sobre Xi Jinping.

"A epidemia continua aí, é uma realidade que deve ser enfrentada", disse o porta-voz do congresso, ao ser questionado sobre o futuro da política de covid zero, que causou estragos na economia chinesa.

No congresso que começa amanhã, também será renovada a Comissão Militar Central. De 11 membros, ela é fundamental, porque controla o Exército. A temida Comissão Central de Controle Disciplinar, que persegue acusações de corrupção, também será renovada.

As decisões mais importantes são, na verdade, tomadas antes do Congresso entre as principais autoridades do país, que tentam chegar, antecipadamente, a um acordo sobre a distribuição dos cargos do Politburo entre as diferentes facções do partido.

Como costuma acontecer em sistemas de tipo socialista, o partido prevalece sobre o Estado. Por isso, Xi Jinping deve seu poder a seu cargo de secretário-geral do PCC, assumido em 2012, e não tanto à sua eleição como presidente pela Assembleia Popular Nacional, em 2013.

Alguns dos grandes figurões da política brasileira como Fernando Collor (PTB), Romero Jucá (MDB), Kátia Abreu (PP), Alvaro Dias (Podemos) e José Serra (PSDB), não conseguiram se eleger e devem ficar os próximos anos sem nenhum mandato para chamar de seu. 

No Paraná, o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) recebeu 1.953.188 milhão de votos, ou 33,50% dos votos válidos, ganhando para Alvaro Dias (Podemos), que ficou em terceiro lugar com 1.396.089 milhão de votos, ou 29,12% dos votos. 

##RECOMENDA##

Alvaro, que é senador desde 1999, foi responsável por trazer Moro para a disputa. No início, o Podemos seria a legenda do ex-juiz para disputar a Presidência, mas eles acabaram rompendo e o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública resolveu ir para o União Brasil e concorrer ao Senado pelo Paraná.

Collor em Alagoas

O ex-presidente Fernando Collor (PTB) não conseguiu avançar para o 2º turno em Alagoas, onde disputou o cargo de governador e perdeu para Paulo Dantas (MDB) e Rodrigo Cunha (União Brasil), que passaram e decidirão no segundo turno. 

Collor ficou em terceiro lugar, com 223.585 mil votos, ou 10,38% dos votos válidos. Com esse resultado, o ex-presidente, que atualmente é senador, não exercerá nenhum cargo no Legislativo. 

Kátia Abreu em Tocantins

Depois de 16 anos como senadora pelo Tocantins, Kátia Abreu (Progressistas) não teve o seu mandato renovado após perder a disputa para Professora Dorinha (União Brasil). Katia recebeu 145.104 mil votos, o que representa 18,50% da votação, enquanto Dorinha disparou com 395.408 mil votos, mais de 50% dos votos válidos. 

Romero Jucá em Roraima

O ex-senador Romero Jucá (MDB) tentou, pela segunda vez consecutiva, voltar para  o Senado Federal, após perder a eleição em 2018. O emedebista ocupou o cargo de 1995 a 2019 por Roraima.

Desta vez, com 118.760 mil votos, Hiran Gonçalves (PP) foi o escolhido pela população para ocupar a cadeira de senador. 91.431 mil pessoas depositaram o voto em Jucá, mas o número não foi suficiente para garantir a vaga.

José Serra perde em São Paulo

O ex-governador de São Paulo e atual senador, José Serra abriu mão de disputar a continuidade no Senado e tentou se eleger deputado federal pelo PSDB, mas os 88.926 mil votos que conquistou não permitiram que ele conquistasse uma cadeira na Câmara.

A cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT) foi aprovada pela maioria da Câmara de Curitiba, na primeira de duas sessões especiais abertas para julgar novamente o caso, na manhã da última quinta-feira (4). Entre os 34 parlamentares presentes no julgamento, 23 foram a favor da cassação e sete foram contra.

Freitas foi acusado de invadir a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro, durante manifestação antirracista. Além disso, o envolvido e também os vereadores Eder Borges (PP) e o Pastor Marciano (SD) estavam presentes mas foram impedidos de votar por estarem envolvidos no processo.

##RECOMENDA##

Além disso, em junho, já havia ocorrido algumas votações sobre a cassação de Freitas, mas foram suspensas por decisão liminar da desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Em sua defesa, o vereador alega que as imagens comprovam que não houve interrupção.

“Não houve interrupção de missa e as imagens comprovaram isso, a missa já havia acabado. Não houve invasão, já que as portas estavam abertas, não houve desrespeito ao local sagrado, tanto que o padre disse isso. Importante frisar que o próprio padre Luis Hass esteve em uma manifestação em prol do nosso mandato. E sobrou apenas essa acusação que fazem contra mim que eu tenha cometido um ato político dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. E a nossa principal tese é: a construção desta igreja já foi um ato político, pois foi uma irmandade negra que construiu uma igreja afim de conquistar a liberdade e o direito a vida numa época de escravização”, finalizou.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) pode deixar o Palácio do Planalto com apenas três ministros fieis às pastas assumidas em 2019. A dança das cadeiras ministerial não é novidade na política brasileira, tanto que Lula (PT) iniciou o segundo mandato com apenas seis nomes preservados.

Mesmo antes do cenário polarizado, os acentos da Esplanada já eram ocupados, remanejados e esvaziados conforme a capacidade de governabilidade e de barganha do Presidente. Também é comum que reformas ministeriais sejam feitas às pressas para abafar escândalos e, até mesmo, quando os escolhidos abandonam as pastas para se eleger em projetos pessoais.

##RECOMENDA##

O cientista político e professor da Universidade da Amazônia (UNAMA) Rodolfo Marques descreveu que essa cultura se baseia no conceito do "presidencialismo de coalisão".

“A montagem de um Ministério por parte do presidente se trata, de fato, de movimentos políticos. Muitas vezes você colocar aliados, partidos e representantes de diferentes grupos políticos, exatamente para colocar uma base de apoio estratégica em relação à governabilidade e uma forma de você ter parceiros dentro dessa perspectiva, e isso é muito importante”, apontou.

No governo Lula, Gilberto Gil permaneceu no Ministério da Cultura até o fim da primeira gestão petista, assim como Marina Silva, no Meio Ambiente; Márcio Thomaz Bastos, na Justiça; Celso Amorim, nas Relações Exteriores; Walfrido dos Mares Guia, no Turismo; e o secretário Jorge Armando Félix no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 

Com cinco meses para o fim do mandato de Bolsonaro, Paulo Guedes se manteve na Economia como alicerce da ideologia liberal, assim como o general Augusto Heleno prosseguiu no GSI como representante do perfil conservador. O outro que se manteve na Esplanada foi o deputado Fábio Faria (PSD), após a recriação do Ministério das Comunicações.

O cientista Rodolfo Marques reforça que essa movimentação pode ser ainda mais evidente daqui para a frente, com a formação das federações partidárias. "Quem for eleito Presidente ou Governador, e compor uma federação partidária, além das votações no Congresso, a base política deve ser por partidos daquela federação. A coligação é mais ampla e flexível em relação a isso", comparou.

"Corram para as urnas". A menos de quatro meses das cruciais eleições legislativas de meio de mandato, o Partido Democrata de Joe Biden espera que a batalha contra o aborto que divide os Estados Unidos provoque a mudança política que o presidente necessita de maneira desesperada.

De um lado, os republicanos comemoram o grande momento de quase 50 anos de ativismo contra a decisão histórica de 1973 que garantia a proteção federal do direito ao aborto, sob a alegação de que naquele momento a decisão foi tomada de maneira equivocada.

Os democratas, agora em alerta pela eliminação de meio século de proteção aos direitos reprodutivos, temem que os republicanos retomem o controle do Congresso e tentem ir ainda mais longe, com o acréscimo de uma proibição federal que ameace o acesso legal em todo o país.

Diante do confronto eleitoral em novembro, o presidente Biden disse na sexta-feira que "os eleitores devem ser ouvidos" e expôs junto, ao lado da presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, sua percepção do que está em jogo para essas eleições. "As liberdades individuais estarão nas cédulas", previu.

A eleição de meio de mandato nos Estados Unidos, que renova todas as cadeiras na Câmara e um terço do Senado, tradicionalmente não é favorável ao governo e provoca pouco entusiasmo entre os eleitores.

Ainda assim, "o aborto é um dos raros temas que possivelmente chamam a atenção" a favor dos democratas, diz Shana Gadarian, professora de Ciências Políticas da Universidade de Syracuse, "porque é uma questão sobre a qual um grande número de pessoas têm uma opinião sólida".

"A opinião pública geralmente está a favor do direito ao aborto, inclusive entre os republicanos", advertiu.

Uma pesquisa CBS News/YouGov divulgada na sexta-feira, pouco depois de a Suprema Corte acabar com o direito federal ao aborto, mostrou que 50% dos democratas consideram mais provável votar depois da decisão do tribunal.

- Outros direitos reprodutivos em jogo? -

Conscientes das estatísticas, os candidatos democratas de todo o país decidiram concentrar sua campanha no tema, na esperança de transformar a revolta dos eleitores em votos.

"Os ataques não vão parar por aí", alertou Cheri Beasley, candidata ao Senado pela Carolina do Norte.

"O acesso às pílulas anticoncepcionais, a fertilização in vitro, os DIU (Dispositivos Intrauterinos) também estão ameaçados", alertou, antes de pedir que os eleitores "corram para as urnas" em novembro.

"O que está em jogo não poderia ser mais importante, enviem-me a Washington para proteger os valores democratas", pediu no fim de semana John Fetterman, um democrata da Pensilvânia que concorrerá ao Senado em novembro contra um famoso cirurgião apoiado por Donald Trump.

No dia 8 de novembro também acontecerão eleições locais e quase 30 estados escolherão seus governadores, um cargo importante porque dá direito de veto às leis aprovadas por suas assembleias locais.

Em Michigan, a governadora Gretchen Whitmer, candidata à reeleição, prometeu lutar para proteger o direito das mulheres ao aborto.

Whitmer já recorreu aos tribunais para impedir a implementação de uma lei de 1931 que proibia a interrupção voluntária da gravidez.

Gerard Filitti, conselheiro do grupo Lawfare Project, com sede em Nova York, acredita que os democratas podem reposicionar-se nas eleições de meio de mandato e concentrar a disputa na batalha pelos direitos fundamentais, e não sobre o custo de vida.

"A preocupação sobre os direitos civis pode facilmente superar a preocupação com a economia, e os republicanos não têm mais certeza de um caminho livre para a vitória", disse.

- "Incendiar os Estados Unidos" -

Do lado republicano, onde o fim do direito ao aborto foi muito elogiado, políticos tentam garantir que a decisão da Suprema Corte não acabe virando uma maçã envenenada que afaste seus eleitores moderados das urnas.

"Os republicanos farão todo o possível para que o debate retorne à inflação, à economia e aos preços da gasolina", temas com os quais atacam o governo Joe Biden há meses, prevê a consultora política e pesquisadora Carly Cooperman.

Em Nevada, onde o direito ao aborto é amplamente protegido, o candidato republicano Adam Laxalt pediu que a decisão do tribunal não "distraia os eleitores de observar os preços exorbitantes, o aumento da criminalidade ou a crise (migratória) em nosso fronteira".

Conservadores importantes como o republicano Lindsey Graham rapidamente colocaram a crise de segurança no centro do debate, acusando os manifestantes pró-escolha como "anarquistas" que querem "incendiar os Estados Unidos". Embora dezenas de detenções tenham sido anunciadas durante o fim de semana de protestos em todo o país, os incidentes de violência e vandalismo foram isolados e limitados.

O PSOL de Pernambuco entrou, nessa terça-feira (21), com um pedido de cassação do mandato do deputado estadual Alberto Feitosa (PL), por violação ao regimento interno da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) e ao Código de Ética Parlamentar e consequente quebra de decoro. A solicitação é referente a uma discussão ocorrida entre Feitosa e a co-deputada Jô Cavalcanti, no último dia 31 de maio, durante reunião plenária remota da Casa.  

À ocasião, Jô representava o mandato coletivo das Juntas, em um debate sobre o impacto das fortes chuvas nas populações do Recife e da região metropolitana no último mês, que primeiramente focou em questões de habitação. Após réplicas e tréplicas, Alberto Feitosa mudou o assunto da discussão para a questão do armamento civil — apenas um dos muitos tópicos sobre os quais os parlamentares envolvidos discordam — e fez uma declaração direcionada à co-deputada. 

##RECOMENDA##

“A arma da senhora está descalibrada, desregulada. Porque vossa excelência atira, mas parece não ter certeza. Um milhão e duzentas mil casas foram entregues; só aqui em Pernambuco, foram 43 mil, mais do que todos os governos de Lula, Dilma e Temer somados. Quem entregou? Jair Messias Bolsonaro”, afirmou inicialmente.  

E continua: “Com relação à arma, ela não está aqui para ser guardada não, viu? A arma está aqui, na minha cintura, para ser usada. Para quem tentar violar a minha integridade física, a da minha família ou tentar invadir a minha residência. A senhora entendeu? Arma foi feita pra isso. Pras pessoas se defenderem. A arma não mata, quem mata são as pessoas”. Confira o trecho inteiro abaixo.

No mesmo dia, o mandato das Juntas realizou uma denúncia pública sobre a situação. Agora, a denúncia se tornou o pedido de cassação. Segundo o documento protocolado na Alepe, o deputado abusou de suas prerrogativas parlamentares e atentou contra a dignidade do Parlamento ao desempenhar condutas que levaram à execração pública o Poder Legislativo estadual e ressalta que não é a primeira vez que ele empenha condutas ostensivas contra outros Parlamentares, ofendendo, portanto, a própria Casa. 

Alberto Feitosa também teria desrespeitado o Código de Ética da Assembleia Legislativa de Pernambuco ao entrar na Alepe portando arma de fogo, o que é proibido. Ao LeiaJá, o conservador informou que irá esperar a resposta formal do Conselho da Casa e teceu críticas ao mandato da psolista. Confira o posicionamento na íntegra: 

Feitosa acredita que opositora quer ‘aparecer’ 

“O pedido foi entregue aqui na Casa e eu vou aguardar. Não tem nada que justifique isso. Não vou responder a Jô. Jô fez um mandato pífio. A toda hora fazendo as vozes do governo aqui, não assinou uma CPI. Levantou a bandeira de proteger e defender os menos favorecidos, mas não atuou em nada desse campo. Está chegando as eleições e ela quer achar uma forma de se promover e quer fazer isso levantando vitimismo, o que tem sido até uma orientação a nível nacional do PSOL. Em São Paulo e Rio o pessoal faz confusão, e aqui ela deve ter me escolhido para poder virar referência e ter visibilidade. Quer surfar na onda. Ela não fez nada e quer aparecer gerando vitimismo. Ela quer mostrar porque veio aqui para a Assembleia, porque pelo povo e pelo eleitor é que não foi.” 

Relembre as declarações:

[@#video#@]

Um dia após reiterar ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por retomarem a cassação do deputado estadual bolsonarista Felipe Francischini (União Brasil-PR), o presidente da República, Jair Bolsonaro, foi às redes sociais tentar amenizar o tom de suas declarações.

"Às vezes posso me exceder nas palavras para me defender de algum ataque, mas são palavras, chumbo trocado. A mais dura das palavras JAMAIS será pior do que projetos para controlar a imprensa", publicou no Twitter o chefe do Executivo, acusado pela oposição de demonstrar um intuito golpista em seus discursos oficiais.

##RECOMENDA##

A postagem de Bolsonaro se deu ao comentar uma reportagem que mostrava uma sugestão, feita na terça-feira por ele, de fechar veículos de imprensa no Brasil caso a condenação por fake news se torne uma realidade no País.

"Foi justamente o contrário. Defendi que se fosse para prender e punir alguém por algo tão subjetivo como 'Fake News', O QUE EU SOU CONTRA E TODOS SABEM, teria que começar pela própria imprensa, que frequentemente publica mentiras e informações distorcidas, como essa", justificou Bolsonaro.

De acordo com o presidente, mentiras devem ser combatidas com informação e conscientização, e não com o rigor da lei. "Se cometem algum ilícito no exercício da liberdade de expressão, como no caso dos crimes contra a honra, já existe lei para punir. Qualquer desejo para além disso é um flerte autoritário disfarçado de defesa da democracia", escreveu na rede social.

Visivelmente irritado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) desafiou nesta terça-feira, 7, o Supremo Tribunal Federal (STF) e sugeriu que não cumprirá mais decisões da Corte. Bolsonaro fez a afirmação após a Segunda Turma do STF derrubar, por 3 votos a 2, liminar concedida pelo ministro Kassio Nunes Marques, mantendo a cassação do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR) por disseminar fake news contra as urnas eletrônicas e o processo eleitoral. Francischini é aliado de Bolsonaro.

"Não existe tipificação penal para fake news. Se tiver, que se feche a imprensa", afirmou o presidente, em mais um ataque aos veículos de comunicação. Bolsonaro disse estar "indignado" com a decisão da Segunda Turma do Supremo. "Enquanto a gente está em evento voltado para a fraternidade, aqui do outro lado da Praça dos Três Poderes uma turma do STF, por 3 a 2, mantém a cassação de um deputado acusado em 2018 de espalhar ‘fake news’. Esse deputado não espalhou ‘fake news’ porque o que ele falou na ‘live’ (transmissão ao vivo pelas redes sociais) eu também falei para todo mundo: que estava tendo fraudes nas eleições de 2018. Quando se apertava o número 1, já aparecia o 13 (do PT) na tela e concluía a votação", insistiu.

##RECOMENDA##

Bolsonaro aproveitou a cerimônia intitulada "Brasil pela Vida e pela Família", no Palácio do Planalto, para subir ainda mais o tom dos ataques aos ministros do STF Alexandre de Moraes, que vai comandar o Tribunal Superior Eleitoral a partir de meados de agosto; Edson Fachin, atual presidente do TSE, e Luís Roberto Barroso. "Pode alguém ser punido por fake news? E se não for fake news, for uma verdade? Pior ainda (...). Eu não vou viver com um rato. Tem que haver uma reação", disse ele, aos gritos.

O presidente afirmou ser do tempo em que decisão da Justiça não era discutida, mas, sim, cumprida. "Eu fui desse tempo. Não sou mais. Certas medidas saltam aos olhos dos leigos. É inacreditável o que fazem. Querem prejudicar a mim e prejudicam o Brasil", protestou Bolsonaro.

A declaração do presidente ocorreu após novas críticas feitas por ele diante da possibilidade de ser aprovado um novo marco temporal no País, com potencial de ampliar a demarcação de terras indígenas. "O que eu faço se aprovar? Entrego a chave para os ministros do Supremo ou digo: ‘Não vou cumprir’", declarou. O descumprimento de decisões do STF pode levar à acusação de crime de responsabilidade passível de impeachment.

Em mais um ataque aos magistrados, Bolsonaro disse que Fachin comete "um estupro contra a democracia brasileira" com suas decisões judiciais. Ao fazer a afirmação, ele se referia a uma reunião entre Fachin e embaixadores na qual o ministro teria dito aos representantes diplomáticos que seus países precisavam reconhecer o vencedor das eleições brasileiras após o TSE anunciar o resultado da disputa.

"De forma indireta, ataca a Presidência da República, como um homem que não respeita a Constituição, que não respeita o processo eleitoral, que pensa em dar um golpe. O que é isso se não um arbítrio, um estupro à democracia brasileira?", gritou Bolsonaro. "Para mim, é muito mais fácil estar do outro lado. Tenho a família toda perseguida, até minha esposa, canalhas. Vem pra cima de mim, se são homens", desafiou.

Bolsonaro ainda reiterou ataques a outros ministros do STF, como Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. "O que eles querem, uma ruptura? Por que atacam a democracia o tempo todo?", questionou. "Qual a isenção dele para conduzir as eleições ?".

Ele voltou a levantar dúvidas, sem provas, sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro. "Ganhe quem ganhar as eleições, eu entrego a faixa, mas em eleições limpas e auditáveis. Confio nas máquinas, não confio quem está atrás das máquinas", afirmou, repetindo que, "aparentemente, ganha a eleição quem tem amigos" no TSE.

Bolsonaro destacou que quem convidou as Forças Armadas para participar do processo eleitoral foi o próprio Judiciário. "Eu sou o chefe das Forças Armadas e não vamos fazer papel de idiota", observou. Bolsonaro concluiu dizendo que "se deu mal" por chegar à Presidência.

Por 3 votos a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta terça-feira (7) a decisão do ministro Kassio Nunes Marques que devolveu o mandato ao deputado estadual Delegado Fernando Francischini (União Brasil-PR). 

Na semana passada, o ministro suspendeu a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o mandato do parlamentar. 

##RECOMENDA##

 Durante o julgamento, Nunes Marques reafirmou sua decisão, na qual entendeu que a conduta do deputado nas redes sociais não impactou na normalidade das eleições. O voto foi seguido pelo ministro André Mendonça. 

No entanto, os ministros Edson Fachin, atual presidente do TSE, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes não referendaram a liminar por entenderem que a cassação foi uma medida proporcional pela divulgação de desinformações contra o sistema eleitoral e está de acordo com a jurisprudência do tribunal eleitoral. 

 Cassação 

O parlamentar foi cassado pela Corte Eleitoral em outubro do ano passado e recorreu ao Supremo para manter o mandato. Conforme decisão do TSE, Francischini fez afirmações inverídicas sobre fraudes nas urnas eletrônicas no dia da votação.   De acordo com a acusação, no primeiro turno das eleições de 2018, Francischini realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais e afirmou que foram encontradas duas urnas eletrônicas adulteradas durante a votação. No entanto, não foram constatadas fraudes nas urnas. 

 Pelas afirmações, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do mandato por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação pela propagação de informações falsas. 

 No julgamento no TSE, a defesa do parlamentar alegou que Francischini “cometeu uma infelicidade” e deletou o vídeo de sua rede social após a repercussão do caso.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal analisa, na tarde desta terça-feira, 7, a decisão dada pelo ministro Kassio Nunes Marques, presidente do colegiado, no sentido de restabelecer o mandato do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR), cassado em outubro do ano passado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por divulgar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas nas eleições de 2018.

Além de Kassio Nunes Marques, compõem a Segunda Turma os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e André Mendonça.

##RECOMENDA##

O julgamento aconteceria em simultâneo à análise, pelo plenário da corte máxima, de mandado de segurança apresentado pelo deputado estadual Pedro Paulo Bazana (PSD-PR), que assumiu a cadeira deixada por Francischini na Assembleia Legislativa do Paraná e pediu para o STF restabelecer a cassação do bolsonarista.

No entanto, o ministro André Mendonça pediu vista (mais tempo para análise) de tal processo, travando o julgamento do plenário do STF, sob o argumento de que seria ‘prudente’ aguardar o posicionamento da 2ª Turma do Supremo sobre a liminar dada por Kassio Nunes Marques. O avaliação do ministro é a de que, a depender do entendimento do colegiado, a decisão do colega pode ou não ser mantida, impactando no pedido que estava sendo analisado pelo plenário da corte máxima.

"Cabível, assim, atuação destinada a evitar eventuais decisões conflitantes no âmbito desta Suprema Corte, em benefício da ordem processual e do rigor procedimental, e com objetivo de permitir identificar a subsistência ou não de interesse processual na presente impetração", alegou.

Como mostrou o Estadão, a liminar de Nunes Marques criou desconforto entre os colegas e a tendência é que os ministros derrubem a decisão, fazendo valer o posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral, considerado um precedente inédito contra a disseminação de fake news por candidatos e políticos. O ministro Alexandre de Moraes, que vai comandar o TSE em outubro, já disse que a posição da Justiça Eleitoral é "clara" e vai ser aplicada nas eleições.

No diagnóstico de magistrados ouvidos reservadamente pelo Estadão, Kassio Nunes Marques concedeu a liminar a Francischini para ganhar ainda mais pontos com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que o indicou para o STF. Apesar das divergências, os ministros tendem a evitar ataques ao colega para que o episódio não se transforme em nova crise.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça pediu vista (mais tempo para análise) e suspendeu, no início da madrugada desta terça-feira (7), o julgamento que poderia derrubar a decisão individual dada pelo colega Kassio Nunes Marques para restabelecer o mandado do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR). O parlamentar foi cassado em outubro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por divulgar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas nas eleições de 2018.

O pedido foi enviado imediatamente no início da sessão virtual da Corte e antes dos votos dos demais ministros. O julgamento vai analisar um mandado de segurança apresentado pelo deputado estadual Pedro Paulo Bazana (PSD-PR), que assumiu a cadeira deixada por Francischini na Assembleia Legislativa do Paraná. Bazana quer que o STF restabeleça a cassação.

##RECOMENDA##

O pedido foi distribuído por sorteio ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, que requisitou um julgamento colegiado. A jurisprudência do STF é consolidada no sentido de que um ministro, sozinho, não pode cassar decisões individuais dos colegas.

Com o pedido de vista, não há data para o STF retomar a análise, que depende da devolução do processo por Mendonça. É possível que o processo fique esvaziado. Isso porque, além do julgamento no plenário virtual, a Segunda Turma do STF deve analisar na tarde desta terça-feira o mérito da liminar de Nunes Marques. O próprio ministro, que é presidente do colegiado, colocou o processo na pauta.

O movimento criou uma situação inusitada no tribunal. Isso porque, na prática, os dois julgamentos estavam previstos para ocorrerem em paralelo e, na prática, tratam do mesmo assunto: o restabelecimento ou não da cassação de Francischini. O pedido de vista de Mendonça resolve, temporariamente, a duplicidade.

O Partidos do Trabalhadores (PT) apresentou nesta sexta-feira, 3, um ação ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), com pedidos para que ele suspenda imediatamente a decisão do ministro Kassio Nunes Marques, também integrante da Corte, que devolveu os mandatos de dois deputados bolsonaristas cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na prática, a legenda criou um impasse para Fux, que foi instado a desautorizar um colega.

O PT argumentou que a decisão de Nunes Marques "representa evidente risco" à Câmara e à Assembleia Legislativa do Paraná, que há seis meses do fim da legislatura precisariam incorporar novamente parlamentares cassados. O partido ainda apontou a possibilidade de o ministro ter provocado "insegurança jurídica" ao afrontar a decisão de ampla maioria do TSE.

##RECOMENDA##

"É preciso o reconhecimento da autoridade do Tribunal Superior Eleitoral e de suas decisões, sob pena de se impor maior insegurança jurídica no cenário jurídico eleitoral", defendeu o PT na petição.

O recurso do PT pode ser usado para tirar das mãos de Nunes Marques a decisão de submeter ou não ao plenário da Corte o caso dos dois deputados anistiados. Isso porque, como relator, caberia a ele enviar ou não sua decisão original para apreciação dos seus colegas. Ele é pressionado para fazer isso. Com o recurso do PT, passaria a Fux o poder de ou revogar como presidente do STF as decisões de Nunes Marques ou levar os processos para o plenário do Supremo.

Nunes Marques concedeu liminares suspendendo duas decisões aprovadas por ampla maioria no TSE. Em outubro do ano passado, a Corte eleitoral cassou o mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), acusado de difundir informação falsa no dia da votação em 2018. Nunes Marques também suspendeu a cassação do deputado federal Valdevan Noventa (PL-SE), condenado por abuso do poder econômico.

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) comemoram a decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reverteu decisões da Justiça Eleitoral e devolveu o mandato a deputados bolsonaristas que haviam sido cassados.

Em despachos divergentes aos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro suspendeu a cassação do deputado federal José Valdevan de Jesus, conhecido como Valdevan Noventa (PL-SE), e do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR). O primeiro havia perdido o mandato por abuso do poder econômico e compra de votos; o segundo, por divulgação de fake news sobre as urnas eletrônicas.

##RECOMENDA##

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse considerar que a decisão do ministro é um "sopro de justiça e respeito à Constituição". Tanto a parlamentar quanto outros aliados do chefe do Executivo são críticos ao Supremo, sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, que já expediu decisões contrárias a deputados bolsonaristas.

O episódio mais recente diz respeito ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado a oito anos de prisão pela Corte por ataques às instituições democráticas.

O deputado federal Carlos Jordy (PL-SP) parabenizou o ministro e classificou as decisões anteriores da Corte eleitoral como injustiça. Ele escreveu: "Parabéns ao ministro Nunes Marques do STF, cuja decisão corrige uma grave injustiça do TSE".

O pré-candidato a deputado pelo Rio de Janeiro Alexandre Ramagem, que foi coordenador da segurança de Bolsonaro na eleição de 2018, listou atitudes do ministro que, segundo ele, estão de acordo com o "ordenamento jurídico". "O min. Nunes Marques vem cumprindo a defesa do ordenamento jurídico, contra atropelos dos demais ministros. Votou por manter as condenações do Lula; pela absolvição do deputado Daniel Silveira; e agora pela liberdade de um parlamentar questionar o sistema das urnas eletrônicas", publicou.

O pastor Silas Malafaia, que é aliado do chefe do Executivo, chamou a cassação de Francischini pelo TSE de "safadeza sem limites".

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se manifestou. Ele classificou a atitude da Corte eleitoral como "vergonhosa" e disse que o tribunal atua como palco político contra o presidente, pai dele.

Pela manhã desta sexta-feira (3), também começaram a aparecer reações contrárias aos despachos de Nunes Marques. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que a decisão é um exemplo do "bolsonarismo de toga" e que o ministro "passou por cima da lei".

Foi publicado no Diário Oficial de São Paulo deste sábado (21), a perda do mandato do deputado Arthur do Val (União Brasil). Ele foi cassado na última terça-feira (17) em decisão unânime tomada pelo plenário da Assembleia Legislativa do estado. Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, fica inelegível pelo período de oito anos. 

 Em abril deste ano, Arthur do Val renunciou ao cargo após o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da assembleia ter aprovado o relatório que pedia sua cassação. Apesar da renúncia, ele ainda teve que enfrentar o processo que o tornou inelegível. Pelas regras do legislativo paulista, a renúncia ao mandato não interrompe o processo de cassação. 

##RECOMENDA##

Entenda o caso

O então deputado Arthur do Val foi à fronteira entre a Eslováquia e a Ucrânia, país em situação de guerra, para, segundo ele, ajudar os ucranianos contra a Rússia. Ele enviou áudios a amigos, divulgados posteriormente pela imprensa, em que elogiava a beleza das refugiadas ucranianas e dizia que as mulheres de lá são “fáceis” por serem pobres. 

“Assim que essa guerra passar, eu vou voltar pra cá. Detalhe: elas olham. E são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de minas, e é inacreditável a facilidade”, disse Arthur do Val em um trecho do áudio enviado em um grupo privado no WhatsApp. 

Após os áudios terem ganhado enorme repercussão nas redes sociais e na imprensa, o Conselho de Ética começou a receber dezenas de representações de parlamentares pedindo a cassação do mandato do deputado. 

 Defesa

Ontem (20), antes da votação e das manifestações dos parlamentares na Assembleia Legislativa, o advogado Paulo Henrique Franco Bueno subiu ao plenário para a defesa do cliente. O advogado reclamou que as formalidades legais não foram cumpridas durante o processo de cassação. O advogado disse ainda que os atos de Arthur do Val foram praticados fora do país e criticou o fato de ele estar sendo julgado mesmo já tendo renunciado ao cargo.

O ex-deputado federal Arthur do Val, o Mamãe Falei, teve o mandato cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por unanimidade, com 73 votos favoráveis e nenhum contrário ou abstenção. Com isso, ele se torna inelegível por oito anos.

Arthur renunciou ao mandato em abril, e a atitude foi vista pelos seus opositores como manobra para evitar a continuidade do processo, que continuou ainda assim. Ele passou a enfrentar o pedido de cassação após o vazamento de áudios com comentários sexistas sobre as mulheres ucranianas. 

##RECOMENDA##

Antes de abrir mão do cargo ele chegou a admitir a possibilidade de ser cassado, mas garantiu que iria “cair atirando”. 

O primeiro e, até então, único caso de cassação analisado pelo Conselho de Ética da Alesp ocorreu em 1999, com o então deputado Hanna Garib, que teve o mandato extinto após ser acusado de envolvimento em esquemas de corrupção na administração da cidade de São Paulo.

 

Falas machistas

Em viagem à fronteira da Ucrânia em março deste ano, para, de acordo com o ex-deputado, prestar apoio aos refugiados que estavam saindo do País por conta dos ataques da Rússia, Mamãe Falei disse, em um áudio enviado num grupo, que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”. 

Na ocasião, ele reconheceu as frases como “repulsivas” e “grotescas”. Ele chegou a pedir judicialmente ao Conselho de Ética que fosse realizada uma perícia nos áudios vazados para identificar se houve alteração, mas a solicitação foi negada. Além do próprio parlamentar, a sua ex-namorada, Giulia Blagitz, também prestou depoimento ao Conselho e confirmou que os áudios eram de Arthur.

O presidente francês, Emmanuel Macron, foi empossado neste sábado (7) em uma cerimônia sóbria, mas simbólica, no Palácio do Eliseu, durante a qual insistiu na necessidade de "agir", poucos dias antes do início de seu segundo mandato.

A posse do quarto presidente reeleito na Quinta República, depois de De Gaulle, Mitterrand e Chirac, está em linha com a de seus antecessores, sem deixar o Eliseu. O evento resume-se, assim, essencialmente a uma cerimônia televisionada, transmitida ao vivo por todos os principais canais.

Às 11h00 (06h00 de Brasília) Emmanuel Macron entrou no salão de festas, o maior e mais prestigioso do palácio, ao som do primeiro movimento do Concerto para Oboé de Handel.

O presidente do Conselho Constitucional, Laurent Fabius, proclamou sua vitória no segundo turno em 24 de abril contra a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, com 58,55% dos votos. Em seguida, Macron foi presenteado com o colar de Grão-Mestre da Legião de Honra.

"Estou ciente da gravidade dos tempos", disse no início do seu discurso, com particular referência à guerra na Ucrânia, diante de cerca de 450 personalidades convidadas, insistindo na necessidade de "agir incansavelmente".

Estiveram presentes seus antecessores Nicolas Sarkozy e François Hollande, sua família, incluindo sua esposa Brigitte, seus amigos, membros do governo, seu primeiro-ministro Jean Castex à frente, bem como os líderes das duas câmaras do Parlamento, acadêmicos, sindicalistas, religiosos...

"Novo método"

O chefe de Estado prometeu presidir com "um novo método", "planejando, reformando, associando" os franceses, legando à juventude "um planeta mais habitável e uma França mais viva e mais forte".

Ele cumprimentou os convidados, incluindo profissionais da saúde, autoridades locais, dirigentes de associações, atletas, incorporando as prioridades declaradas do novo mandato de cinco anos.

Macron foi então ao pátio para passar em revista as tropas ao som da Marselhesa, mas também da peça "Terre et mer" de Bagad de Lann-Bihoué, já tocada nos últimos anos em homenagem aos soldados mortos na operação no Sahel.

De acordo com uma tradição que remonta ao Antigo Regime, 21 tiros de canhão serão disparados da Esplanada dos Inválidos.

No entanto, o novo mandato de cinco anos só começará oficialmente em 14 de maio. A nomeação do novo primeiro-ministro deverá ocorrer apenas depois, enquanto as eleições legislativas se aproximam um mês depois.

As aparentes dificuldades de Macron em encontrar a personalidade ideal para liderar o governo alimenta especulações. A ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro socialista Manuel Valls, Véronique Bédague, atual diretora-gerente do grupo imobiliário Nexity, teria recusado a oferta, assim como a deputada socialista Valérie Rabault, que indicou ter sido abordada e recusada por não concordar com o plano de aposentadoria de 65 anos.

O Eliseu garante, por sua vez, que "o presidente não ofereceu o cargo de primeiro-ministro a ninguém".

No domingo, Emmanuel Macron participará das cerimônias que marcam o aniversário da vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazista em 8 de maio de 1945.

Ele deve fazer um discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na segunda-feira, antes de viajar a Berlim para se encontrar com o chanceler alemão Olaf Scholz, sua primeira viagem ao exterior desde sua reeleição.

Os deputados estaduais de Pernambuco aproveitaram a janela partidária para se reposicionar na Assembleia Legislativa (Alepe). A maioria abandonou os partidos em que foram eleitos para construir os próximos dois anos de mandato em uma nova legenda.  

Ao todo, 26 dos 49 parlamentares migraram de casa até o encerramento do prazo autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os anfitrões que mais receberam integrantes foram o PSB, com seis novos deputados, o PP e o SD, que receberam quatro. 

##RECOMENDA##

As mudanças são um prenúncio dos palanques que vão se formar para fortalecer as campanhas dos candidatos ao Governo do estado e mostra que a importância do apoio vindo da Alepe nos bastidores.   

Confira os novos partidos dos deputados

Alberto Feitosa- deixou o PSC -> assumiu o PL 

Adalto Santos- deixou o PSB -> assumiu o PP 

Alessandra Vieira- deixou o PSDB -> assumiu o União Brasil 

Álvaro Porto- deixou o PTB -> assumiu o PSDB 

Antônio Fernando- deixou o PSC -> assumiu o PP 

Clarissa Tércio- deixou o PSC -> assumiu o PP 

Clodoaldo Magalhães- deixou o PSB -> assumiu o PV 

Eriberto Medeiros- deixou o PP -> assumiu o PSB 

Fabíola Cabral- deixou o PP -> assumiu o SD 

Fabrízio Ferraz- deixou o PP -> assumiu o SD 

Guilherme Uchôa Jr.- deixou o PSC -> assumiu o PSB 

Gustavo Gouveia- deixou o União Brasil -> assumiu o SD 

Henrique Queiroz Filho- deixou o PL -> assumiu o PP 

João Paulo- deixou o PCdoB -> assumiu o PT 

João Paulo Costa- deixou o Avante -> assumiu o PCdoB 

Joaquim Lira- deixou o PSD -> assumiu o PV 

Joel da Harpa- deixou o PP -> assumiu o PL 

Marco Aurélio 'Meu Amigo'- deixou o PRTB -> assumiu o PSB 

Priscilla Krause- deixou o União Brasil -> assumiu o Cidadania 

Rodrigo Novaes- deixou o PSD -> assumiu o PSB 

Rogério Leão- deixou o PL -> assumiu o PSB 

Romário Dias- deixou o PSD -> assumiu o PL 

Romero Albuquerque- deixou o PP -> assumiu o União Brasil 

Romero Sales Filho- deixou o PTB -> assumiu o União Brasil 

Tony Gel- deixou o MDB -> assumiu o PSB 

Wanderson Florêncio- deixou o PSC -> assumiu o SD 

Nesta quarta-feira (27), o deputado Daniel Silveira (PTB) se tornou integrante titular da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerado o mais importante colegiado da Câmara dos Deputados. Entre suas atribuições está o debate e o voto para a perda de mandato dos deputados.

Ou seja, Silveira pode votar sobre a perda do seu próprio mandato. No dia 20 deste mês, o parlamentar foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove meses de prisão, além de multa e cassação do mandato parlamentar após fazer ameaças à democracia. 

##RECOMENDA##

No entanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) confrontou o STF e concedeu graça ao deputado no dia seguinte da decisão da Corte. Com esse perdão, Daniel Silveira fica livre de todas as condenações e pôde manter o seu mandato. 

A cassação de Silveira ainda não foi descartada, uma vez que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) quer levar a decisão para o Legislativo - tirando da mão do Judiciário. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Roberto Barroso extinguiu no último dia 8 uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) ajuizada em fevereiro de 2018 pela Mesa da Câmara dos Deputados, na qual a Casa sustenta que a perda do mandato parlamentar em caso de condenação criminal não é automática e depende de decisão do Plenário.

A ADPF foi ajuizada em razão de decisão da 1ª Turma do STF, que determinou a perda automática do mandato do então deputado Paulo Feijó (RJ) em 2017. 

##RECOMENDA##

Na última quarta-feira (20), a Câmara ajuizou no STF um agravo regimental contra decisão de Barroso. Para o ministro, a ADPF perdeu o objeto porque Paulo Feijó não é mais deputado federal. No recurso, a Câmara pede a revisão da decisão e defende que a ADPF é abstrata e não trata especificamente do mandato de nenhum deputado, devendo ser analisada pelo STF. 

A arguição da Câmara se baseia no artigo 55, parágrafo 2º, da Constituição Federal. Segundo essa norma, “a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa”.

*Da Agência Câmara de Notícias

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando