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Em seu adeus à Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge denunciou nesta terça-feira, 17, o crime de obstrução à investigação dos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em março de 2018, e pediu a federalização do inquérito sobre o mandante do duplo homicídio, alegando "ineficiência" na investigação conduzida na esfera estadual.

O principal alvo da denúncia é Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. De acordo com a PGR, Brazão, aliado a um dos funcionários de seu gabinete, Gilberto Ribeiro da Costa, ao PM Rodrigo Ferreira, à advogada Camila Nogueira e ao delegado da PF Hélio Khristian, atuaram para que as investigações em âmbito estadual "passassem longe dos reais autores do crime". A suspeita de Raquel Dodge é que Brazão possa ser um mandante.

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Para Raquel Dodge, há provas de que Brazão influiu no curso das investigações com o objetivo de que os verdadeiros culpados pelos assassinatos não fossem identificados, e que o miliciano Orlando Oliveira Araújo e o vereador Marcelo Moraes Siciliano fossem responsabilizados pelos crimes, respectivamente, como executor e mentor.

De acordo com a denúncia, a estratégia do conselheiro afastado do TCE/RJ a fim de direcionar as investigações para outro rumo foi a de plantar notícias falsas que chegassem até a Polícia Civil do Rio, por meio de articulado esquema, passando, inclusive, pela Polícia Federal. Brazão se cercava de pessoas influentes que o ajudavam na concretização do plano de afastar a linha investigativa que poderia identificá-lo como o autor intelectual dos crimes. Por cerca de um ano, a estratégia - que envolveu policiais militares, advogados e assessores do conselheiro no TCE/RJ - funcionou, com a cooptação de pessoas para prestar depoimentos falsos e desviar o foco das investigações, que chegaram a Marcelo Siciliano como autor intelectual dos crimes.

"Com base nos relatos preliminares de Siciliano e do próprio Orlando, não há como desconsiderar que este cenário fosse de interesse de Domingos Brazão que, após seus percalços policiais e judiciais desde a Operação Quinto do Ouro - que o levou à prisão e o afastou de sua funções como conselheiro e vice-presidente do TCE/RJ em 29/03/2017 - vinha perdendo terreno em importantes redutos eleitorais para o vereador", diz trecho da denúncia.

Quanto à apuração sobre os mandantes do crime, a procuradora-geral solicitou a federalização do caso justificando o insucesso nas apurações estaduais. Se aceito o pedido, será aberto um novo inquérito, que terá como investigado Brazão. Caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir se o caso será deslocado para a PGR ou não.

"Há inércia e dificuldade de investigar e identificar os mandantes, elucidando esta parte da trama criminosa", justificou.

A acusação e o pedido de abertura de inquérito não alteram o processo sobre os executores do crime, Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. O caso seguirá no Rio de Janeiro.

Na denúncia apresentada nesta terça-feira, Raquel acusa Brazão e outros investigados por supostamente desviarem a investigação para não se desvelar organização criminosa e por inserção de declarações falsas em depoimento oficial.

"O modo como foram engendrados depoimentos que conduziram a Polícia Civil, a um certo tempo, a indicar que os autores eram pessoas que não tinham participado da atuação. O inquérito inicial apontou para receptores que não eram os verdadeiros. Estou pedindo o deslocamento de competência para que haja uma investigação para se chegar aos mandantes", diz.

Segundo Raquel Dodge, Domingos Brazão valeu-se do cargo e da estrutura do gabinete no TCE-RJ, acionou um dos servidores - um agente da PF aposentado - que exercia cargo no gabinete para engendrar simulação para conseguir desvirtuar a investigação, com ajuda do delegado da Polícia Federal Helio Khristian.

Um barqueiro afirmou à Polícia Civil que em março foi contratado por um homem que jogou armas no mar a cerca de 1.800 metros da costa. A polícia suspeita que era um aliado de Ronnie Lessa, preso em 12 de março sob acusação de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, um ano antes, no centro do Rio. A polícia investiga se uma das armas seria a submetralhadora usada na execução.

Essas armas teriam sido retiradas de um apartamento na Pechincha (zona oeste), ligado a Ronnie Lessa. Em 13 de março, um dia após a prisão de Lessa e de Élcio Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, a polícia foi ao edifício para cumprir um mandado de busca e apreensão, mas não encontrou nada. Horas antes, um homem recolheu armas no local.

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Segundo a Polícia Civil, o pescador narrou ter sido procurado por um homem, que chegou de táxi ao Quebra-Mar, em 14 ou 15 de março, e disse que queria contratar uma embarcação para fazer pesca submarina perto das Ilhas Tijucas. O barqueiro aceitou o serviço por R$ 60.

Segundo ele, o homem aparentava ter entre 30 e 35 anos, tinha porte atlético e os braços cobertos por tatuagens. Ele entrou no barco com uma caixa de papelão e uma mala grande, onde o barqueiro acreditava que havia arpões e material de pesca. Ao chegar perto das Ilhas Tijucas, o homem retirou da mala o armamento, que incluiria fuzis e a submetralhadora. Assustado com as seis armas, o barqueiro não cobrou o cliente, que acabou dando R$ 300.

Em março e abril, equipes da Marinha e do Corpo de Bombeiros realizaram buscas na região onde o armamento foi jogado, com auxílio de sonar, mas até agora nada foi encontrado. Para a Polícia Civil, quem descartou as armas foi um comparsa de Lessa conhecido como Márcio Gordo. Outras três pessoas teriam participado e são investigadas por obstrução.

Preso desde março sob a acusação de ser o executor da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o PM reformado Ronnie Lessa presta depoimento nesta sexta-feira, 7, sobre o crime. Ele está preso em um presídio de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e falará por meio de videoconferência, a exemplo do que ocorreu no dia anterior.

Na quinta-feira, 6, o PM reformado foi ouvido numa audiência do inquérito sobre os 117 fuzis desmontados encontrados na casa do amigo de Lessa, Alexandre Mota de Souza. A prisão deste foi revogada depois do depoimento de Lessa.

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Policiais que fizeram a apreensão das armas disseram que Souza apontou o local onde estavam as caixas lacradas deixadas por Lessa no apartamento do amigo. E que se mostrou surpreso e desesperado quando viu o que havia dentro delas. Lessa, por sua vez, confirmou que Souza não sabia o que havia nas caixas, mas garantiu que as peças são de armas de pressão, usadas no jogo airsoft.

Lessa foi preso em 12 março deste ano - praticamente um ano depois do assassinato de Marielle e Anderson. No mesmo dia, foi preso também o ex-PM Élcio Queiroz, que teria dirigido o carro usado no crime. Nas buscas que se seguiram em endereços relacionados ao PM reformado, a polícia encontrou os componentes de fuzil no apartamento de Souza.

Um delegado da Polícia Federal estaria envolvido na tentativa de obstrução do inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018, após uma emboscada no Rio de Janeiro.

 A informação foi dada na edição desta quinta-feira (23) na coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. O delegado teria levado uma testemunha para dar falso testemunho e dificultar a solução do caso.

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 A informação consta do relatório encaminhado pela própria Polícia Federal à Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, sobre a investigação do assassinato da vereadora e de seu motorista.

 Dodge exigiu que a Polícia Federal apurasse a conduta de investigadores do caso, no ano passado, depois de várias evidências de irregularidades.

A Justiça do Rio negou o pedido de liberdade feito pela defesa de Elcio Vieira de Queiroz, um dos acusados de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Queiroz está preso no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, desde março.

Segundo a Globonews, a defesa solicitou à Justiça que o acusado possa responder em liberdade, o que foi negado. O jornal O Estado de S. Paulo tentou contato com os três advogados que representam Queiroz, mas não obteve retorno.

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Uma audiência de instrução com Queiroz e Ronnie Lessa, outro suspeito preso também sob acusação de participar do crime, foi marcada para 7 de junho. A audiência será feita mediante videoconferência.

Os treze meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e a primeira semana da morte do músico Evaldo Rosa, cujo carro foi fuzilado por militares do Exército, foram marcados por diferentes manifestações no Rio de Janeiro.

Pela manhã foi realizado um ato na Cinelândia, nas escadarias da Câmara dos Vereadores, para lembrar os 13 meses dos assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os pais da vereadora, Marinette e Antônio, participaram do ato, bem como diversos políticos do PSOL.

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"Não basta sabermos quem apertou o gatilho", afirmou o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), se referindo à prisão, no mês passado, do PM reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, acusado de ter executado a vereadora e o motorista. "Queremos saber quem são os mandantes. Esses são os verdadeiros responsáveis pelos assassinatos", disse. "A vida de Marielle não valia mais do que nenhuma outra vida, mas ela não foi vítima de um crime comum. A execução de uma vereadora é um atentado contra a democracia."

No mesmo ato foi também lembrado o assassinato de Evaldo Rosa, no domingo passado. Ele seguia para um chá de bebê com a mulher, o sogro, o filho de sete anos e uma amiga, quando o carro que dirigia foi alvejado por mais de 80 disparos. Nove militares admitiram ter feito os disparos e estão presos preventivamente.

Na parte da tarde foi realizado um outro ato em Guadalupe, na zona oeste, no local onde o carro do músico foi alvejado. Moradores do local, amigos da família e músicos se reuniram para homenagear Evaldo Rosa e protestar contra o crime com faixas e cartazes.

A segunda fase da apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes será comandada por um novo delegado, Daniel Rosa, que assume a Divisão de Homicídios da capital no lugar de Giniton Lages. O objetivo, agora, é apontar as razões para a execução da vereadora e os mandantes do crime.

De acordo com o governo do estado, Giniton Lages "estava muito cansado" e "vai fazer um curso na Itália" sobre crime organizado. Na semana passada, com as prisões do PM reformado Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio Queiroz, acusados, respectivamente, de fazer os disparos que mataram Marielle e Anderson e de dirigir o carro usado no ataque, a primeira etapa da investigação foi dada por encerrada.

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O delegado Daniel Rosa era o titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense.

Ativistas e pesquisadores da área de direitos humanos dedicados à segurança pública foram alvos prioritários de pesquisas online feitas pelo PM reformado Ronnie Lessa ao longo do ano que antecedeu os assassinatos a tiros de Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Acusado de ter feito os disparos, Lessa foi preso na semana passada e a Justiça já acolheu denúncia do Ministério Público.

Policiais responsáveis pela investigação do crime analisaram as buscas feitas por Lessa a partir de 1º de janeiro de 2017. "A análise incidente sobre o perfil das pesquisas indica singular obsessão pelo parlamentar Marcelo Freixo", aponta o relatório, lembrando que foram mais de 30 pesquisas sobre o deputado do PSOL. Em abril de 2017, no entanto, Lessa pesquisou também informações sobre o deputado estadual Flávio Serafini. Em julho de 2017, o PM reformado ampliou suas pesquisas e buscou dados sobre pesquisadoras da ONG Redes da Maré e da Anistia Internacional.

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"A gente acabou sabendo dessa questão em função da prisão dele na semana passada e por intermédio da imprensa", afirmou a ativista Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré. "A minha questão é: desde quando a polícia e o MP sabem disso?"

No mesmo mês, Lessa realizou pesquisas sobre Pedro Mara, diretor do Ciep 210, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O professor se envolveu em uma polêmica com o então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), que pediu seu afastamento da escola por ter uma folha de maconha tatuada no antebraço. Ao saber que seu nome aparecia nas buscas de Lessa, Mara anunciou que pretender deixar o País.

No início de março de 2018, o PM reformado também fez pesquisas sobre a socióloga Julita Lemgruber e a antropóloga Alba Zaluar. "A revelação de que se estava investigando nomes de pessoas que se dedicam à questão da garantia de direitos é muito grave e torna ainda mais urgente que a polícia chegue aos mandantes dessas mortes", afirmou Julita. Alba também considerou o fato grave. "Isso é muito ruim, uma interferência no processo democrático", disse ela. Procurada ao longo do dia, a defesa de Ronnie Lessa não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A prefeita da capital francesa Paris, Anne Hidalgo, expressou seus sentimentos com as circunstâncias do assassinato de Marielle Franco nesse primeiro ano da morte da vereadora do Rio de Janeiro. Através de suas redes sociais, escreveu mensagens em homenagem à brasileira.

Em sua conta no Twitter, a prefeita afirmou que irá propor ao Conselho de Paris (que funciona como uma espécie de Câmara de Vereadores) que uma rua parisiense passe a se chamar Marielle Franco.

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“Como vereadora no Rio de Janeiro, ela esteve envolvida na luta contra o racismo, a homofobia e a violência policial”, escreveu Anne Hidalgo, acrescentando uma imagem da vereadora.

O ex-deputado federal Jean Wyllys se encontrou com a prefeita de Paris e afirmou que ela “mostrou-se não só sensível, mas sobretudo bem-informada e indignada com esgarçamento da democracia brasileira e o desprezo do governo Bolsonaro pelos direitos humanos das minorias”.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (19) que a população brasileira já não acredita mais na mídia tradicional, que estaria "dominada" pelo viés ideológico de esquerda. "Há muita fake news circulando no Brasil", declarou em entrevista à emissora americana FoxNews.

Segundo Bolsonaro, a mídia tem usado declarações "sem contexto" para criticá-lo. Sobre as alegações de que seria homofóbico, misógino e racista, o presidente respondeu: "Se fosse tudo isso, não teria sido eleito presidente". "Não tenho nada contra homossexuais, mulheres, não sou xenófobo, mas quero manter minha casa em ordem", acrescentou.

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Questionado sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), Bolsonaro afirmou não saber que Ronnie Lessa - polícial militar que está preso sob suspeita de ter executado a parlamentar - morava em seu condomínio. "A mídia, que sempre me criticou, tenta estabelecer uma conexão direta, mas nunca vi esse senhor no meu condomínio", disse.

O presidente brasileiro acrescentou que "nunca tinha ouvido falar" sobre Marielle até a vereadora ser assassinada, há um ano.

A vereadora Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março de 2018, ganhou mais uma homenagem internacional neste período que marca um ano de sua morte. Desta vez, a lembrança veio da vizinha Argentina.

Em Buenos Aires, cidade capital do país, uma das estações do metrô foi batizada “temporariamente” com o nome da vereadora. Ativistas dos direitos humanos atuantes na Argentina explicaram que além disso, placas com o nome de Marielle foram espalhadas pela cidade.

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Com o objetivo de lembrar do legado da vereadora, uma grande placa com o escrito “Rio de Janeiro - Marielle Franco” estampa a entrada da estação de metrô. Dentro da programação especial argentina em homenagem à brasileira, destaca-se a reunião da Anistia Internacional com entidades que lutam contra a impunidade dos atos da ditadura argentina.

Madres de Plaza de Mayo e Abuelas de Mayo são exemplos dessas entidades focadas neste tipo de trabalho. Além delas, jornalistas e personalidades se reúniram em prol de homenagear a vereadora brasileira.

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Na quinta-feira (14), a execução da vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-RJ) Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completou um ano. Em Belém, manifestantes se reuniram em frente ao mercado de São Brás para protestar. O ato, segundo os militantes, é uma forma de cobrar justiça e pressionar pela identificação dos executores e mandantes do crime.

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"O mandato da Marielle combateu a atuação de milícias responsáveis pelo genocídio e pelo extermínio de milhares de pessoas na cidade do Rio de Janeiro, e que tem atuação em todo o Brasil. Os grupos milicianos, os grupos de extermínio, a gente quer saber qual é sua relação com quem mandou matar Marielle Franco”, declarou a ativista Joice Souza.

Para Vivi Reis, militante do Coletivo Juntas, o protesto também tem o objetivo de conscientizar. “Muitas pessoas acabam criminalizando a história de Marielle, colocando como se o assassinato dela fosse por motivos quaisquer, então nós precisamos conscientizar que ela foi assassinada por motivos políticos. Essa semana tivemos uma grande vitória com a prisão dos executores, mas não basta isso, queremos saber quem foram os mandantes do assassinato de Marielle Franco”, relatou Vivi.

A Presidente do PSOL Belém, Lívia Duarte, esteve à frente do protesto. “A nossa programação não começou hoje. Nós fizemos quatorze dias de luta e ativismo, em relação a quem mandou matar Marielle, desde primeiro de março quando deu-se o início das programações voltadas para chamar atenção para o dia de hoje”, disse Lívia.

Lívia disse que o ato não foi apenas um ato político. “A ideia é que as pessoas saiam do trabalho e venham para cá e se sintonizem. O ato vai ter apresentação de artistas, apresentação de teatro, dança, poesia, porque a Marielle era isso, ela adorava essa diversidade desse movimento, dessa alegria, apesar dela sempre ter sido uma figura de força, pela luta pela resistência, mas ainda assim ela também foi uma figura de alegria, de samba, de carnaval. Esse ato vai ser uma luta pela justiça, mas também uma homenagem a ela”, finalizou.

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Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou um depósito no valor de R$ 100 mil, em dinheiro, na conta do policial reformado Ronnie Lessa, preso nesta semana suspeito de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

O Ministério Público citou esse relatório em um pedido de bloqueio dos bens de Lessa e do ex-PM Élcio Queiroz, que também está preso. A denúncia diz que Élcio estaria dirigindo o carro que perseguiu Marielle e Lessa seria o autor dos 13 disparos.

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O Coaf apontou que o depósito foi feito na boca do caixa no dia 9 de outubro do ano passado, ou seja, sete meses após o crime. Além desse relatório, o Ministério Público cita no pedido uma lancha, apreendida em Angra dos Reis (RJ), em nome de uma pessoa que possivelmente seria laranja de Ronnie Lessa.

No pedido também consta os automóveis do PM reformado e a casa dele, que fica localizada em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. De acordo com o Ministério Público, tudo isso seria incompatível com a renda de um policial militar.

Para garantir a indenização por danos morais e materiais às famílias da vereadora e do motorista, o Ministério Público pediu o bloqueio dos bens. Lessa e Queiroz devem ser levados para depor ainda nesta sexta-feira (15) sobre o atentado do dia 14 de março de 2018.

Após prestarem depoimento, ambos devem ser levados para Bangu 1, onde vão aguardar a transferência para um presídio federal.

Detidos desde a última terça-feira (12) os dois denunciados pela morte da vereadora Marielle Franco, Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, chegaram na tarde desta quinta-feira(14) à Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca (zona oeste), após participarem de audiência de custódia em que a Justiça decidiu mantê-los presos.

Lessa e Queiroz vão prestar depoimento sobre o assassinato de Marielle, isso deve ocorrer na manhã de sexta-feira (15). A expectativa é que os dois permaneçam em silêncio, como a lei permite, sem responder a nenhuma pergunta dos policiais civis.

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Após os depoimentos, Lessa e Queiroz devem ser recolhidos ao presídio de Bangu 1, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio.

Nas investigações sobre as mortes de Marielle e do motorista Anderson Gomes, no entanto, Lessa é apontado como autor dos 13 disparos. Queiróz, por sua vez, estaria ao volante do Cobalt Prata. Lessa e Élcio também foram denunciados pela tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, a assessora da vereadora que também estava no carro mas sobreviveu ao ataque.

Os advogados de Lessa e Queiróz dizem que seus clientes são inocentes. Eles descartaram a hipótese de seus clientes fazerem uma delação premiada para apontar os mandantes do crime - hipótese levantada pelo governador do Rio, Wilson Witzel.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que tinha a vereadora Marielle Franco como uma de suas integrantes, criou uma plataforma com conteúdos exclusivos sobre ela.

A data de criação, esta quinta-feira (14), marca exatamente um ano após o dia em que Marielle foi brutalmente assassinada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, enquanto voltava para casa. Além dela, o seu motorista, Anderson Gomes, também morreu na emboscada.

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Chamado Florescer Por Marielle, o site traz homenagens diversas à vereadora. Lá, é possível encontrar o perfil de Marielle, seus trabalhos, suas atividades enquanto vereadora e depoimentos de pessoas próximas.

Além disso, há uma seção onde é possível fazer downloads de adesivos alusivos à luta de Marielle e réplicas da placa que leva o nome da vereadora.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) disse nesta quinta-feira (14), durante a missa de um ano da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), que o afastamento do delegado Giniton Lages das investigações será positivo para a resolução do caso. Lages foi convidado a fazer um intercâmbio na Itália e um outro delegado deverá assumir a segunda fase da apuração, que buscará apontar o mandante do crime.

"Acho que ajuda (o afastamento de Lages) porque foram muitos erros que a Polícia Civil cometeu neste ano para chegar até aqui", afirmou Freixo, na Igreja da Candelária. "Um ano para chegar em quem atirou é um tempo inaceitável; que bom que chegou, mas eu acho que agora, com um novo governo, temos uma nova diretriz para a polícia, é normal que tenhamos novas relações de confiança."

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Ao longo da investigação, Giniton Lages foi acusado de pressionar suspeitos para confessarem sua participação no assassinato da vereadora. Foi por causa dessa acusação, inclusive, que a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, determinou, em novembro passado, que a Polícia Federal apurasse se havia alguma interferência de autoridades policiais na apuração do crime, instituindo o que se chamou de "a investigação da investigação".

"Os problemas que a investigação enfrentou não foram problemas específicos da investigação do caso Marielle; são problemas estruturais da segurança pública do Rio de Janeiro", disse Freixo. "Espero que essa morte brutal sirva para que a segurança pública mude, para que nunca mais alguém elogie as milícias, para que nunca mais alguém possa se alimentar de milícias, para que determinados grupos não sejam protegidos pela segurança pública. A gente espera uma mudança profunda. Marielle não volta, mas aquilo que fez a gente perder Marielle tem de mudar o mundo."

Para o deputado, é preciso saber quem foi o mandante do crime. "Essa investigação só tem valia se conseguir descobrir quem mandou matar", afirmou. "Se revelar que grupo político é capaz de ter a violência como forma de fazer política em pleno século 21."

Em uma operação realizada na última terça-feira, foram presos o PM reformado Ronnie Lessa, acusado de disparar contra Marielle e Anderson Gomes, e o ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o carro para o assassino. Os dois devem prestar depoimento ainda nesta quinta sobre o crime. A previsão é de que, no início da noite, eles sejam transferidos para o presídio de Bangu 1.

 A Polícia Federal está analisando, pelo menos, oito inquéritos da Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro por determinação da Procuradoria Geral da República (PGR), que suspeita de milicianos infiltrados na DH. Dentre essas investigações, estão os casos relacionados às execuções da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de Anderson Gomes, seu motorista. O assassinato dos dois completa um ano nesta quinta-feira (14)

Além disso, é destaque o assassinato de dois herdeiros de clãs da máfia do jogo do bicho, Hayton Escafura e Myro Garcia, ambos mortos em 2017. A informação é do site UOL.

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A Polícia Federal apura a suspeita que a milícia conhecida como “Escritório do Crime” conte com infiltrados dentro da Delegacia de Homicídios, conforme depoimentos de depois delatores ouvidos pela PGR.

Um dos delatores, o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, afirmou que integrantes do “Escritório” pagavam uma mesada a alguns policiais da Delegacia para que investigações sobre as execuções praticadas pelo grupo paramilitar não chegassem aos responsáveis pelos crimes.

Além de Orlando, um segundo delator disse que há infiltrados entre os agentes que atuam na delegacia especializada. No último dia 21 de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis de pessoas citadas pelos delatores.

Dentre eles, o ex-deputado estadual e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão. Ele é suspeito de obstruir a investigação do caso Marielle e chegou a ser preso no âmbito da Operação Quinto do Ouro, em março de 2017, que apura esquema de propina no TCE do Rio de Janeiro.

O pai da vereadora assassinada Marielle Franco, Antonio Francisco Neto, afirmou na manhã desta quinta-feira (14), na igreja da Candelária, no centro do Rio, que somente agora, um ano depois do crime, "a ficha caiu".

Antonio Neto afirmou que, ao longo desses 365 dias, vinha se mantendo forte. "Hoje minha fortaleza ruiu", afirmou ele, ao chegar na igreja onde será celebrada, pela manhã, uma missa pelas almas de Marielle e Anderson Gomes, motorista assassinado junto com a vereadora do PSOL.

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Em reunião da executiva nacional do DEM, o partido referendou por unanimidade a expulsão de Elcio Queiroz, preso sob a acusação dirigir o Cobalt usado na morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle. Elcio já havia sido expulso do partido oficialmente na terça-feira. Nesta quarta-feira (13), no entanto, a decisão foi referendada pelos membros que participam da reunião.

O encontro está sendo realizado no Senado com a participação do presidente da legenda, o prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (AP), o da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (MS), entre outros.

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Além da expulsão do acusado, eles também estão debatendo questões sobre dívida de campanha, regras para convenções e o calendário da legenda.

Durante a reunião, o governador de Goiás, Caiado, pediu para que o partido declare seu apoio ao governo de Jair Bolsonaro.

Preso sob a acusação de ser o assassino de Marielle Franco e Anderson Gomes, o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos, tem longo histórico de relação com a contravenção e o crime organizado no Rio de Janeiro, embora nunca tenha sido denunciado por crimes relacionados a essas atividades.

Lessa teria trabalhado como segurança do bicheiro Rogério Andrade. Em outubro de 2009, foi vítima de atentado à bomba, que o levou a ter uma perna amputada. Hoje usa prótese. No ano seguinte, Andrade também foi vítima de atentado à bomba, em que um filho do bicheiro, Diogo, de 17 anos, foi morto.

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O PM reformado já foi "caveira", ou seja, policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Também serviu no 9º Batalhão da PM, sob o comando de policiais responsáveis pela morte da juíza Patrícia Aciolly, em 2011. Lessa trabalhou ainda na Polícia Civil, na Divisão Antissequestro. Suspeita-se que atuaria como matador contratado para a contravenção e a milícia.

Isso explicaria o fato de um PM reformado, com soldo de cerca de R$ 8 mil, viver em uma casa ampla, em um condomínio de classe média alta em frente à praia na Barra da Tijuca, na zona oeste. Ainda conforme as investigações, Lessa teria uma casa em outro condomínio de luxo em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Também possuiria um carro que vale mais de R$ 100 mil.

Em abril passado, logo após as mortes de Marielle e Gomes, Lessa foi atingido por um tiro em um bar, na Barra da Tijuca. Inicialmente a polícia acreditava ser queima de arquivo. Mas, segundo o delegado Giniton Lages, responsável pelo caso, foi uma tentativa de assalto.

Lessa foi filiado ao PMDB (atual MDB) de 1999 a 2010, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Sua filiação se deu menos de um ano após ter sido homenageado na Assembleia Legislativa pelo então deputado estadual Pedro Fernandes Filho, quadro do partido no Rio, já morto. A homenagem, em novembro de 1998, foi justificada por Fernandes pelo modo como Lessa e mais 17 PMs na zona norte do Rio haviam conduzido uma operação.

O ex-PM Élcio de Queiroz, preso sob a acusação dirigir o Cobalt usado na morte da vereadora do PSOL e do motorista, foi um dos alvos, em fevereiro de 2011, da Operação Guilhotina da Polícia Federal. A ação prendeu 40 agentes civis e militares acusados de conivência com traficantes, contraventores e milicianos. Na época, Queiroz atuava no 16º BPM, em Olaria, zona norte. Foi expulso da corporação após o fim do inquérito, em 2015.

"Eles são compadres, parceiros de longa data. Trabalharam no Batalhão de Choque, e durante o carnaval, enquanto todos nós trabalhávamos, eles estavam em Angra dos Reis, andando de lancha, em uma casa alugada de alto luxo", disse a promotora Simone Sibílio, uma das responsáveis por investigar o assassinato. Queiroz é filiado ao DEM. Em nota, a sigla informou que vai aplicar a expulsão sumária do ex-PM e disse repudiar atos de violência.

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