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A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou nesta terça-feira (8), diante do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, as milhares de prisões de opositores à guerra que a Rússia leva adiante na Ucrânia.

Um total de "12.700 pessoas foram detidas arbitrariamente por terem participado de manifestações pacíficas" contra a guerra iniciada em 24 de fevereiro, denunciou Bachelet.

Na Rússia, "o espaço para a discussão ou a crítica das políticas públicas, incluindo a ação militar contra a Ucrânia, está se reduzindo cada vez mais e mais profundamente", disse Bachelet, que também denunciou a censura da imprensa.

A "mídia é obrigada a usar apenas informações e termos oficiais", disse a funcionária de direitos humanos da ONU.

Ela também se comoveu com "o uso de leis repressivas" que impedem as pessoas de exercer seus direitos civis e criminalizam comportamentos não violentos.

"Definições vagas e amplas de extremismo ou discurso de ódio levaram a interpretações legais que não estão de acordo com as obrigações de direitos humanos da Rússia", acusou Bachelet.

"Estou profundamente preocupada com os civis que estão presos em muitas áreas" de combate ativo, disse Bachelet, referindo-se à situação na Ucrânia.

Bachelet pediu a todas as partes que permitam que os civis "saiam dos locais afetados pelos combates com segurança".

Ela também denunciou prisões arbitrárias no leste da Ucrânia de ativistas pró-ucranianos em lugares recentemente ocupados por grupos armados e também espancamentos de pessoas consideradas pró-russas em áreas controladas pelo governo de Kiev.

A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, afirmou nesta segunda-feira (28) que desde o início da invasão russa contra a Ucrânia foram registradas 102 mortes, incluindo sete crianças, e advertiu que os números reais podem ser "consideravelmente" maiores.

"A maioria dos civis morreu pela ação de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo artilharia pesada e sistemas de foguetes com multi-lançamentos e em bombardeios", afirmou Bachelet no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Temo que o balanço real seja consideravelmente maior", acrescentou.

Bachelet explicou que seu gabinete contabilizou 406 vítimas civis na Ucrânia, incluindo 102 mortes, desde o início da ofensiva russa na quinta-feira.

"Milhões de civis, incluindo pessoas idosas e vulneráveis, se veem obrigados a se esconder em diferentes tipos de abrigos, como estações de metrô, para escapar das explosões", disse.

Também afirmou que a agência da ONU para os refugiados registrou 386.000 pessoas que foram obrigadas a fugir do país, assim como um número ainda maior de deslocados internos.

"Meus pensamentos estão com eles, e com todos os que sofrem em todo o mundo".

"Os pedidos de paz e pelos direitos humanos que chegam de todo o mundo nos alertam que o futuro não deve ser um mundo em que tenham sido esquecidas as obrigações conjuntas em termos de direitos humanos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos".

As declarações de Bachelet foram pronunciadas no início da reunião anual do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que começou com a aprovação de um debate urgente sobre o conflito na Ucrânia.

Muitos esperam que a Ucrânia, que apresentou a proposta, divulgue um projeto de resolução para investigar as violações de direitos por parte da Rússia no país.

A Rússia rejeitou o pedido de debate urgente e pediu que fosse submetido à votação. A iniciativa foi aprovada com 29 votos a favor, 5 contra - incluindo China e Cuba, além da Rússia - e 13 abstenções (o Conselho tem 47 membros).

A representante permanente da Ucrânia em Genebra, Yevheniia Filipenko, afirmou que as ações russas representam um ataque à comunidade internacional.

"Não foi apenas um ataque contra a Ucrânia, mas contra todos os Estados membros da ONU, contra as Nações Unidas e contra os princípios que levaram à criação desta organização".

Ela também afirmou que 350 pessoas morreram nos cinco dias de combate desde o início da ofensiva, incluindo 16 crianças.

A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, pediu nesta segunda-feira (21) uma ação urgente, diante dos "maiores e mais graves recuos" nos direitos humanos que ela já viu, em um discurso no mais importante órgão da ONU nesta área.

"Para nos recuperarmos dos maiores e mais graves recuos dos direitos humanos já vistos, precisamos ter uma visão que mude a vida e uma ação coordenada" para implementá-la, declarou Bachelet aos membros do Conselho de Direitos Humanos, na abertura de sua 47ª sessão.

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"Precisamos (...) de sociedades que, apesar de diversas, compartilhem compromissos fundamentais para reduzir as desigualdades e fazer todos os direitos humanos avançarem", acrescentou a ex-presidente chilena.

Em seu discurso inaugural, Bachelet disse estar "alarmada" com o "alto nível de violência política" nas recentes eleições legislativas e municipais no México e expressou sua "grave preocupação" com a repressão contra manifestantes na Colômbia.

"Pelo menos 91 políticos e membros de partidos, entre eles 36 candidatos eleitorais, foram assassinados durante o período eleitoral que começou em setembro de 2020", relatou Bachelet.

Ela também denunciou ataques e ameaças contra políticos, além de violência de gênero contra as mulheres, "incluindo violência sexual e campanhas de difamação".

As eleições de 6 de junho, nas quais o presidente Andrés Manuel López Obrador manteve a maioria parlamentar apesar de perder cadeiras, foram marcadas por vários atos de violência, inclusive no mesmo dia de votação em que foram assassinadas cinco pessoas que organizavam as eleições.

"É vital assegurar a prestação de contas por estes atos e garantir que não voltem a se repetir", frisou ela.

A ex-presidente chilena também abordou a onda de protestos contra o governo que explodiu no final de abril passado na Colômbia.

"Meu escritório expressou sua grave preocupação diante das acusações de sérias violações dos direitos humanos por parte das forças de segurança", afirmou Bachelet.

Segundo dados citados por ela, de 28 de abril a 16 de junho foram registradas 56 mortes (54 civis e dois policiais), principalmente em Cali, além de 49 vítimas de violência sexual.

As autoridades civis e a Defensoria da Colômbia elevam este balanço para pelo menos 61 mortos,, incluindo dois policiais.

Bachelet destacou ainda que, "embora a maioria das manifestações tenha sido pacífica, houve alguns episódios de violência". Nesse sentido, a alta comissária estimulou "o diálogo para resolver a crise".

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, criticou nesta terça-feira (30) intimidação das autoridades na China e Rússia no contexto da pandemia de coronavírus, assim como o fato de que os Estados Unidos neguem a realidade da crise de saúde.

Na abertura da 44ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, Bachelet afirmou que "no mundo inteiro a Covid-19 tem sido instrumentalizada para limitar o direito de expressão das pessoas a sua participação na tomada de decisões que afetam suas vidas".

"Na Federação da Rússia, na China, no Kosovo, na Nicarágua e em vários países vejo informações sobre ameaças e intimidação contra os jornalistas, os blogueiros e os ativistas civis, em particular a nível local, com o objetivo aparente de desestimular as críticas à resposta das autoridades contra a COVID-19", disse.

Bachelet também mencionou as severas restrições à liberdade de expressão, de associação e reunião pacífica no Egito, assim como a aplicação arbitrária e excessiva de medidas contra a pandemia em El Salvador.

"A censura e a criminalização dos discursos são suscetíveis de suprimir informações cruciais necessárias para enfrentar a pandemia", afirmou Bachelet, que pediu um combate à desinformação.

"Em Belarus, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e Estados Unidos, entre outros, temo que as declarações que negam a realidade do contágio do vírus e a polarização crescente das perguntas chave intensifiquem a gravidade da pandemia", afirmou.

Bachelet também reiterou o apelo a favor da suspensão de parte das sanções internacionais "para garantir que os cuidados médicos e a ajuda sejam acessíveis a todos".

Um total de 4,9 milhões de pessoas "abandonaram" a Venezuela, abalada desde o fim de 2015 por uma crise política e econômica, afirmou nesta terça-feira a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que lamentou a violência contínua contra a oposição.

Ao informar ao Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a situação no país sul-americano, Bachelet alertou que "os atos de violência das forças de segurança e apoiadores do governo contra parlamentares da oposição continuam".

O Alto Comissariado, que conta com representantes na Venezuela, documentou "agressões contra opositores políticos, manifestantes e jornalistas, sem que as forças de segurança atuassem".

"Registramos casos de buscas na sede de um partido político, ONGs e escritórios de meios de comunicação" e, desde 5 de janeiro, as forças de segurança "dificultaram" o acesso à Assembleia Nacional aos deputados da oposição, completou.

"Meu escritório continua recebendo testemunhos de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes na sede da Direção Geral de Contra-Inteligência Militar em Caracas", acrescentou.

Bachelet também denunciou que a "detenção arbitrária de líderes sindicais" continua e manifestou preocupação com o projeto de lei que pretende sancionar organizações de defesa dos direitos humanos que recebem fundos do exterior.

Enquanto isso, o número de venezuelanos que fogem do país não para de crescer.

O líder da oposição da Venezuela, Juan Guaidó, foi reconhecido como presidente interino pelos Estados Unidos e grande parte da comunidade internacional, após a reeleição de Nicolás Maduro em 2018 nas eleições denunciadas por irregularidades.

A Venezuela está sujeita a sanções econômicas da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca pressionar Maduro. As sanções incluem um embargo ao petróleo, o principal recurso do país.

Bachelet voltou a criticar as medidas: "A imposição de novas sanções econômicas, especialmente as que afetam a companhia aérea CONVIASA, assim como as sanções à indústria do petróleo são preocupantes".

As sanções afetam "a diminuição dos recursos do governo para gastos sociais, no momento em que 2,3 milhões de pessoas estão em insegurança alimentar severa", segundo a ONU.

“Apesar das exceções estabelecidas para permitir a importação de medicamentos, alimentos e suprimentos para ações humanitárias, os serviços públicos e a população em geral continuam sofrendo o impacto do controle rígido do setor financeiro”, concluiu.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu nesta sexta-feira (27) às autoridades egípcias que mudem sua abordagem em relação aos protestos e solicitou a libertação imediata das pessoas detidas por exercerem o direito de se manifestar.

Em um comunicado, Bachelet pediu às autoridades que "mudem radicalmente sua abordagem diante de qualquer manifestação futura".

"Lembro ao governo egípcio que, segundo o Direito Internacional, as pessoas têm o direito de se manifestar pacificamente", acrescentou.

O mesmo pedido foi feito pelos Estados Unidos.

As primeiras manifestações, em 20 de setembro, causaram surpresa no país. A oposição foi severamente reprimida no Egito após a expulsão do ex-presidente Mohamed Mursi em 2013, derrubado por Abdel Fatah al-Sissi, então chefe do Exército.

As autoridades logo responderam e prenderam cerca de 2.000 pessoas, incluindo jornalistas, intelectuais e ativistas políticos, de acordo com a Human Rights Watch e com ONGs locais.

Alguns deles foram soltos, segundo a ONU.

"Todas as pessoas detidas apenas por terem exercido seus direitos devem ser libertadas imediatamente", exigiu Bachelet.

"Qualquer resposta das forças de segurança deve ser feita de acordo com as regras internacionais sobre o direito à liberdade de expressão e reunião pacífica, bem como o direito a um julgamento justo", acrescentou.

A alta comissária destacou sua grande preocupação após informações que afirmam que houve falhas nos procedimentos judiciais que se seguiram às detenções na semana passada.

Segundo Bachelet, a alguns dos detidos foi negado o direito de comparecer com um advogado, e outros foram acusados de infrações graves como "prestar ajuda a um grupo terrorista", "espalhar 'fake news'", ou "participação em manifestações não autorizadas" e "uso abusivo das mídias sociais".

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou o Twitter para rebater declarações da Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, e aproveitou para alfineta-lá pedindo que devolvesse o que chamou de “dinheiro roubado” do Brasil. 

Ao lembrar da recente defesa que o presidente Jair Bolsonaro da ditadura de Augusto Pinochet no Chile, Bachelet afirmou, em entrevista a uma TV chilena, que sente "pena pelo Brasil". 

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Eduardo Bolsonaro, por sua vez, disparou: “Não precisamos de pena. Apenas devolva o dinheiro roubado, Sra. alta comissária dos direitos humanos da ONU”. 

Apesar de não dar detalhes sobre que dinheiro tratava, Eduardo citava o fato do Brasil, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ter concedido empréstimos com descontos, considerados irregulares, para o Chile e outros países durantes os governos Lula e Dilma. 

A Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU e ex-presidente chilena, Michelle Bachelet, afirmou que sente "pena pelo Brasil" ao recordar a defesa que o presidente Jair Bolsonaro fez recentemente da ditadura de Augusto Pinochet no Chile, na qual justificou a morte do pai da socialista pelo regime.

No início do mês, com a Amazônia em chamas em consequência dos incêndios florestais, Bachelet criticou a "redução do espaço cívico e democrático" no Brasil. Bolsonaro respondeu com elogios à ditadura de Pinochet (1973-1990).

"Se há uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, bem, que dia que a morte de meu pai por tortura permitiu que (o Chile) não fosse outra Cuba, a verdade é que me dá pena pelo Brasil", disse Bachelet em entrevista à Televisão Nacional do Chile (TVN).

O capitão da reserva do Exército e atual presidente do Brasil elogiou a "coragem" da ditadura chilena para deter a esquerda e "comunistas como seu pai", um general da Aeronáutica que morreu na prisão em 1974 depois de ser torturado pelo regime.

Bachelet afirmou que a "redução do espaço democrático não acontece apenas no Brasil", em uma longa entrevista à TVN, divulgada parcialmente neste domingo pelo jornal La Tercera, na qual considera que na área de direitos humanos "não existe nenhum país perfeito".

Em outros temas, a ex-presidente voltou a se defender de novas informações da imprensa que vinculam sua campanha para conquistar o segundo mandato à frente do Chile em 2014 a contribuições da empreiteira brasileira OAS.

"Minha verdade é a mesma de sempre. Eu não tenho, nunca tive vínculos com OAS nem com qualquer outra empresa", disse Bachelet, que considerou "estranho" o retorno do tema à imprensa.

Ao falar sobre seu papel na crise da Venezuela, Bachelet respondeu que muitos, de modo equivocado, a observam como a "virgem Maria", aquela que pode solucionar o problema.

"Sou Alta Comissária e quero manter minha relação com o Estado venezuelano para seguir trabalhando e para ajudá-los a resolver a situação crítica dos direitos humanos", disse.

Para as Nações Unidas, "Juan Guaidó é o presidente da Assembleia e o presidente eleito é Nicolás Maduro", completou a socialista.

Na mesma entrevista, Bachelet, que governou seu país entre 2006-2010 e 2014-2018, garantiu que não voltará a ser candidata à presidência do Chile.

A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet negou que tenha tido relações com a OAS, após acusação de que teriam sido feitos pagamentos para ela a pedido do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Executivo da OAS investigado e condenado por corrupção, Léo Pinheiro afirmou à Justiça brasileira que aportou fundos para Bachelet a pedido de Lula. "Não tive nunca um vínculo com a OAS, nem com qualquer outra empresa", garantiu Bachelet em entrevista exclusiva ao canal de televisão chileno 24Horas, falando no Alto Comissariado da ONU para os Direitos humanos, órgão que atualmente comanda.

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Pinheiro disse que foi realizado um aporte de cerca de US$ 140 mil à campanha presidencial de Bachelet em 2013. As promotorias de Argentina, Chile, Peru e Uruguai receberam antecedentes sobre supostas fraudes da OAS. E segundo a Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht, maior construtora da América Latina, subornou políticos e empresas de Argentina, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Peru e República Dominicana.

O governo de centro-direita do presidente chileno, Sebastián Piñera, não quis comentar o tema, dizendo que não tinha informações detalhadas. Já deputados governistas pediram a Bachelet que explique a acusação. "A OAS é uma empresa internacional que se dedicou a financiar candidaturas de esquerda em troca de favores, ou seja, de corrupção", afirmou o legislador Antonio Coloma. Por sua vez, o político de extrema-direita José Antonio Kast falou que Bachelet deveria renunciar ao cargo de Alta Comissária da ONU e responder pelas suspeitas na Justiça chilena.

No país, a Justiça iniciou uma investigação sobre supostos aportes irregulares para Bachelet, Marco Enríquez-Ominami - candidato presidencial centro-esquerdista nas eleições de 2009 - e vários políticos. O caso de Enríquez-Ominami está ativo e o da ex-presidente, em suspenso, à espera de mais informações. Ele usou um avião da OAS durante sua campanha à presidência. Fonte: Associated Press.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta sexta-feira (6), que a marca do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é agredir mulheres. A ponderação de Dilma foi baseada nas recentes falas do próprio presidente e do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a primeira-dama da França, Brigitte Macron. 

Além disso, a petista tomou também como base os argumentos usados por Bolsonaro para rebater declarações da alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet. 

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Nessa quinta-feira (5), Paulo Guedes disse que concordava com Bolsonaro quando ele insinuou que Brigitte Macron é feia em comentário no Facebook. "Tudo bem, é verdade, o presidente falou mesmo", afirmou, para em seguida concordar: “e a mulher é feia mesmo". Já na quarta (4), ao rebater Bachelet o presidente atacou o pai dela, morto pela ditadura chilena

Na avaliação de Dilma, esse preconceito grosseiro do presidente e seus auxiliares envergonham o Brasil. “A agressão de Bolsonaro e Guedes a Brigitte Macron denuncia que ofender mulheres é uma marca deste governo machista e misógino. Esta semana, Michelle Bachelet e Brigitte foram alvejadas grosseiramente pelo preconceito de um governo que envergonha o Brasil perante o mundo”, disse a ex-presidente.

A petista ainda reformou a tese de que Bolsonaro pratica o fascismo. “A brutalidade das manifestações de Bolsonaro, imitada por seu subordinados, virou uma rotina de abusos que têm como alvo quem quer que discorde do governo, mas que é dirigida com mais truculência às mulheres, às minorias e aos vulneráveis. O nome disso fascismo”, ressaltou.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, condenou nesta quarta-feira, 4, as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a ex-presidente chilena Michelle Bachelet e seu pai, Alberto Bachelet, vítima da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

"Não compartilho a alusão feita pelo presidente Bolsonaro a uma ex-presidente do Chile e, especialmente, num assunto tão doloroso quanto a morte de seu pai", disse Piñera em pronunciamento no Palácio de La Moneda.

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As declarações de Bolsonaro provocaram mal-estar no governo chileno, especialmente por coincidirem com a chegada do chanceler Teodoro Ribera ao Brasil.

"É de público conhecimento meu compromisso permanente com a democracia, a liberdade e o respeito aos direitos humanos em todo tempo, lugar e circunstâncias", acrescentou o presidente chileno. "As distintas visões sobre os governos que tivemos nos anos 70 e 80 devem ser feitas com respeito."

Declarações provocaram mal-estar no governo chileno

A diplomacia chilena discutia a divulgação de um comunicado para rebater as declarações de Bolsonaro. Diante do amplo rechaço no Chile de setores de esquerda e direita às declarações do presidente brasileiro, Piñera optou por um pronunciamento.

O presidente criticou o trabalho de Bachelet como Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos e disse que o golpe de 1973 "deu um basta à esquerda" no país. As críticas foram uma resposta a declarações de Bachelet de que o Brasil não é uma democracia plena.

"Seguindo a linha do (Emmanuel) Macron (presidente da França) em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, (Michelle Bachelet) investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares", escreveu Bolsonaro em rede social. "(Bachelet) Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época".

Direita e esquerda chilena condenaram Bolsonaro

Na imprensa chilena, as declarações do presidente brasileiro tiveram grande destaque. O presidente do Senado, Jaime Quitana, de oposição, exigiu uma resposta de Piñera. Na coalizão do presidente chileno, Chile Vamos, as declarações também foram mal recebidas. "Não é a melhor maneira de responder às críticas de Bachelet", disse o presidente de um dos partidos do grupo, o Renovação Nacional, Mario Desbordes, ao La Tercera.

O único grupo político que defendeu integralmente o presidente foi o Partido Republicano, de extrema direita. "A ex-presidente tem usado seu cargo na ONU para questionar Bolsonaro", disse o líder da legenda Antonio Kast. "Suas críticas se baseiam em posições ideológicas."

A declaração se tornou especialmente problemática para a relação bilateral por ter ocorrido no mesmo dia da chegada do chanceler Teodoro Ribera ao Brasil para uma visita oficial. Segundo fontes diplomáticas chilenas, o ministro estava em conexão entre São Paulo e Brasília enquanto discutia com o Palacio de La Moneda uma resposta às declarações de Bolsonaro.

Mais tarde, a jornalistas em Brasília, na manhã desta quarta, Bolsonaro reiterou as críticas. "Parece que quando tem gente que não tem o que fazer, como a senhora Michelle Bachelet, vai lá para cadeira de direitos humanos da ONU. Passar bem, dona Michelle". Bolsonaro ainda desejou "pêsames" para Bachelet. "A única coisa que tenho em comum com ela é a esposa que tem o mesmo nome. Fora isso, fora isso, meus pêsames a Michelle Bachelet", disse o presidente.

Analistas veem incômodo em declarações

Para o analista chileno Máximo Quitral, doutor em ciência política e especialista em relações internacionais, as declarações podem causar algum tipo de tensão porque os partidos políticos e a opinião pública esperam uma posição do presidente Piñera. "Vão provocar um incômodo ao governo de Chile as declarações do presidente do Brasil e também vão gerar resposta e reação de algumas figuras políticas", disse o professor da Universidad Tecnológica Metropolitana. "Sobretudo entendendo-se que a ex-presidente está em um alto cargo internacional".

Ele, no entanto, não acredita que a situação possa congelar as relações. "A diplomacia pode solucionar e evitar que essas declarações prejudiquem as relações políticas construídas entre os dois países". Quitral diz que o Chile sempre teve uma posição de abertura com todos os países e que há uma conexão econômica entre as duas nações. "Esse modelo econômico chileno aparentemente exitoso se transformou num eixo referencial para a aplicação de algumas políticas econômicas que o Brasil quer implementar para tentar impulsionar sua economia".

Bolsonaro buscou aproximação com o Chile

O Chile é um dos principais aliados de Bolsonaro na América do Sul e destino de sua primeira viagem como presidente. Na cúpula do G-7 em Biarritz, na França, o presidente Sebastián Piñera participou das discussões sobre as queimadas na Amazônia com líderes ocidentais.

No começo do ano, Bolsonaro e Piñera articularam a criação do Prosur - bloco de centro-direita sul-americano que substituiu a Unasul - e unificaram o discurso de apoio à oposição liderada por Juan Guaidó na Venezuela. Na ocasião, o presidente já havia dado declarações favoráveis ao ditador chileno.

O ex-chanceler José Serra - que foi para o exílio no Chile durante a ditadura militar brasileira e chegou a ser preso lá depois que Augusto Pinochet tomou o poder - repudiou nesta quarta-feira, 4, as afirmações do presidente Jair Bolsonaro em que ele ataca o pai da ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

"O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno, e merece todo nosso repúdio", escreveu, em nota enviada à reportagem.

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"Elogiou o covarde assassinato do general Bachelet, pai da ex-presidente do Chile Michele Bachelet, na época da ditadura militar chefiada pelo abominável general Augusto Pinochet", concluiu.

Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira em suas redes sociais que o golpe de Pinochet "deu um basta à esquerda" no país. "Entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época", se referindo a Alberto Bachelet, que foi torturado e morto pela ditadura.

Ele escreveu ainda que a ex-presidente chilena "investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares".

Michelle, que hoje é alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos, havia dado uma entrevista coletiva em Genebra na qual disse que houve uma "redução do espaço democrático" no Brasil. Na ocasião ela citou a aumento da violência policial no País.

O chanceler Ernesto Araújo se manifestou no Twitter sobre as recentes declarações da Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, acusando-a de estar "muito mal informada". De acordo com ele, a avaliação de Bachelet de que "o espaço democrático no Brasil está encolhendo muito" está equivocada pois "qualquer observador atento sabe que o Brasil vive uma democracia plena".

Araújo disse ainda que o que está encolhendo é o espaço da esquerda. "Talvez seja isso o que no fundo a preocupa", comentou o chanceler, que afirmou, ainda, que o espaço da esquerda está encolhendo porque cada vez menos brasileiros acreditam numa ideologia "que só nos deu corrupção e pobreza".

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Bolsonaro

Na manhã desta quarta-feira, 4, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que Michelle Bachelet está "defendendo direitos humanos de vagabundos". Ele também atacou o pai da ex-presidente do Chile, morto durante a ditadura militar chilena em decorrência de torturas sofridas no cárcere.

"Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 73, entre eles o seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba", disse o presidente. Alberto Bachelet foi um brigadeiro-general da Força Aérea do Chile que se opôs ao golpe de 1973 do general Augusto Pinochet. Ele foi preso e submetido a tortura por vários meses até sua morte, em 1974.

Líder da oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon (PSB) criticou, nesta quarta-feira (4), a forma como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu à declaração da ex-presidente do Chile e alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, que alertou sobre “uma redução do espaço cívico e democrático” no Brasil. 

Bolsonaro rebateu a fala de Bachelet dizendo que a agenda de direitos humanos, a qual defende, era de “bandidos” e atacando o pai dela, Alberto Bachelet, morto pela ditadura militar chilena em 1974.

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A postura do presidente foi lamentada por Alessandro Molon em publicação no Twitter. O líder oposicionista salientou que a atitude de Bolsonaro era uma vergonha para o país. 

“É lamentável que o presidente não consiga encarar críticas de forma republicana. Em vez da diplomacia, ele escolhe o caminho da agressividade, do confronto baixo, e não perde a oportunidade de elogiar ditaduras, reforçando seu viés autoritário. Uma vergonha pra nossa democracia!”, escreveu o pessebista. 

Esta é a segunda vez que Jair Bolsonaro responde uma crítica atacando o pai de uma autoridade que foi morto por algum regime militar. O mesmo aconteceu com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que, após se colocar contra a quebra de sigilo telefônico do advogado de Adélio Bispo, autor da facada contra ele em setembro de 2018, teve o pai, Fernando Santa Cruz, atacado por Bolsonaro. Fernando foi morto na época da ditadura militar no Brasil. 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) atacou a ex-presidente do Chile e alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, ao mencionar o seu pai, Alberto Bachelet, morto pela ditadura militar chilena. 

O comentário do presidente aconteceu depois que Michelle disse, em uma entrevista coletiva em Genebra, que no Brasil estava acontecendo “uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques contra defensores dos direitos humanos, restrições impostas ao trabalho da sociedade civil".

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Em publicação no Facebook, Bolsonaro comparou Bachelet com o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a agenda de direitos humanos era de “bandidos” e citou o pai dela como um comunista. 

“Michelle Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, observou o presidente.

“Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”, emendou o presidente.

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O pai de Michelle, Alberto Bachelet, era general da Força Aérea e se opôs ao golpe dado por Augusto Pinochet em setembro de 1973 no Chile. Alberto foi  preso, torturado e morreu sob custódia, em fevereiro de 1974.

A alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, condenou neste domingo (24) a violência ocorrida em diversos pontos das fronteiras da Venezuela com a Colômbia e o Brasil, e também no interior do país.

Em nota, Bachelet criticou particularmente o uso excessivo de força empregado tanto pelas forças de segurança venezuelanas quanto por grupos armados pró-governo, que resultaram em ao menos quatro mortes e mais de 300 pessoas feridas desde sexta-feira (22).

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“Houve disparos contra pessoas e algumas morreram, há quem recebeu feridas das quais nunca se recuperará, incluindo perda de um olho. (...) Essas são cenas deploráveis. O governo venezuelano deve obrigar os grupos de segurança a deixarem de empregar uso excessivo da força contra manifestantes desarmados e cidadãos comuns", afirmou Bachelet.    

A alta comissária disse ter recebido informes de vários incidentes violentos em diferentes pontos da fronteira relacionados ao bloqueio, por parte das forças de segurança do país, da ajuda internacional que se dirigia ao interior da Venezuela. 

O escritório do Alto Comissariado também informou ter recebido informações sobre o envolvimento de grupos armados pró-governo em ataques violentos contra manifestantes. Michelle Bachelet exortou o governo venezuelano "a frear esses grupos e prender aqueles que utilizaram da força de maneira ilegal contra manifestantes".

"O uso de forças paramilitares ou parapoliciais tem uma longa e sinistra história na região, e é muito alarmante vê-las operar de maneira tão clara na Venezuela. O governo pode e deve frear que esses grupos sigam exacerbando uma situação já por si altamente inflamável", acrescentou. 

Conflitos

No início da tarde deste domingo (24) foram registrados conflitos em Pacaraima (RR), na fronteira entre Brasil e Venezuela.

Imagens transmitidas pela televisão mostraram manifestantes chamando a atenção e atirando pedras em direção às forças militares venezuelanas, dispostas em fila e fazendo uma barreira na pista ao lado de um tanque.

Os militares venezuelanos reagiram atirando bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes, em direção ao lado brasileiro da fronteira. 

Ontem (23), dois venezuelanos morreram em confrontos em uma área perto da fronteira da Venezuela com o Brasil. Também foi registrado confronto na fronteira entre Venezuela e Colômbia.

Esse é o terceiro dia de confrontos na região desde que o presidente Nicolás Maduro anunciou o fechamento das fronteiras.

Michelle Bachelet, alta comissária de Direitos Humanos da ONU, afirma que a crise na Venezuela ganhou uma "dimensão global" e pede que os países da região continuem a receber os refugiados e imigrantes do país sul-americano e combater a xeonofobia.

Sem entrar em detalhes sobre a situação política entre Juan Guaidó e Nicolás Maduro, a ex-presidente do Chile ainda assim indicou que está "preocupada" com a situação. Segundo Bachelet, trata-se de uma crise que "ganhou dimensões regionais e até globais". Sua declaração foi feita numa reunião que ocorre na tarde desta segunda-feira na sede da ONU, em Genebra.

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Nos últimos dias, os governos da China, Rússia, África do Sul e Turquia atacaram as iniciativas de países ocidentais que retiraram seus respectivos apoios ao reconhecimento da presidência de Nicolas Maduro. Nesta segunda-feira, depois de dar um ultimato de oito dias, diversos governos europeus declararam seu reconhecimento a Guaidó e pediram a realização de eleições.

Bachelet ainda destaca o fato de que, com 3,3 milhões de venezuelanos no exterior, a crise exige que os demais países da região mantenham suas fronteiras abertas e que continuem a lutar contra a xenofobia. Segundo ela, esse fluxo é "sem precedentes" na história recente da América Latina.

Seu recado, porém, ocorre dias depois de incidentes envolvendo imigrantes venezuelanos alvo de ataques xenófobos na Colômbia e Equador.

Bachelet informou que, no dia 20 de março, um novo informe com uma atualização da situação venezuelana, será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

A delegação da Venezuela usou a reunião na ONU para denunciar "o assédio imperial" que está sofrendo e insiste que Maduro lidera um governo "humanista" e que tem "a protecção de direitos humanos" como um princípio.

Caracas ainda denuncia a existência de uma suposta "campanha de imprensa para a satanização" do regime da Venezuela. "O império americano quer se apropriar de nossos recursos e da capacidade de darmos uma renda para a população", denunciou.

A delegação ainda insistiu para que Bachelet faça uma viagem para a Venezuela para que "o mundo conheça a realidade de direitos humanos". Não há, por enquanto, uma definição sobre a viagem, já que Bachelet apenas iria se tivesse a liberdade de visitar a oposição e a sociedade civil.

O êxodo de venezuelanos para países vizinhos se acelera. O alerta é da nova alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet. Em seu primeiro discurso diante do Conselho de Direitos Humanos da entidade nesta segunda-feira, 10, a ex-presidente do Chile apontou que se é necessário ajudar os países fronteiriços a acolher essa massa de pessoas, são as violações sofridas por essa população na Venezuela que devem ser sanadas para que o fluxo seja interrompido.

Na avaliação de Bachelet, assim como na Nicarágua, a Venezuela registra "sérias violações de direitos humanos". "Cerca de 2,3 milhões de pessoas deixaram o país até o dia 1 de julho, o que representa 7% do total da população, diante de falta de alimentos ou acesso a remédios e saúde, insegurança e perseguição política", disse a chilena. "Esse movimento está se acelerando", alertou.

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"Na primeira semana de agosto, mais de 4 mil venezuelanos por dia entraram no Equador, 50 mil venezuelanos chegaram na Colômbia em um período de três semanas em julho, e 800 venezuelanos por dia estão agora entrando no Brasil", disse Bachelet.

"O movimento dessa magnitude é sem precedentes na história recente das Américas e a vulnerabilidade deles que deixam o país também aumenta", afirmou, destacando para a situação difícil de idosos, mulheres grávidas e crianças.

De acordo com ela, desde que a ONU publicou seu último informe, a entidade continuou a receber informação sobre violações de direitos sociais e econômicos, tais como cases de mortes relacionadas por má nutrição, assim como violações de direitos políticos, incluindo detenções arbitrárias e restrição de liberdade de expressão. "O governo não mostrou abertura para medidas genuínas de responsabilidade", criticou.

Outro alerta feito por Bachelet se refere à situação da Nicarágua. "O número de pessoas deixando o país está aumentando de forma exponencial como resultado da atual crise no país, incluindo a deterioração de direitos humanos", disse. Seu escritório já denunciou o uso desproporcional da força pela polícia, assassinatos extrajudiciais, desaparecimentos e outros crimes.

"Cerca de 400 pessoas foram mortas e pelo menos 2 mil foram feridos", disse. "Lamentamos a decisão do governo de expulsar nossa equipe e apelo ao Conselho para fortalecer o monitoramento sobre o país", pediu Bachelet aos governos na ONU.

Ela, porém, fez questão de alertar aos países que recebem refugiados a não fechar suas fronteiras e criticou grupos políticos que têm usado o medo como instrumento para ganhar apoio popular. Sua avaliação é de que muros, políticas que promovem o medo, separação de famílias e outras medidas dessa natureza não representam "soluções de longo prazo para ninguém" e "apenas ampliam a miséria e sofrimento". Bachelet pediu que políticas sejam estabelecidas com base "na realidade, e não em pânico".

Refugiados

A ex-presidente do Chile também criticou as barreiras impostas por países ricos ao fluxo de refugiados e imigrantes. Ela atacou a lei aprovada na Hungria que permite que a polícia prenda e denuncie como crime a presença de advogados e voluntários em locais de fronteira. Bachelet também acusa o governo de não distribuir alimentos que estão em armazéns aos refugiados detidos nas fronteiras.

Outro ataque foi dirigido aos EUA, acusados pela chilena de não terem lidado ainda com os 500 menores que foram retirados de seus pais em locais de fronteira. Ela ainda se diz preocupada diante da decisão do governo americano de manter a detenção de migrantes por mais de 20 dias.

Bachelet ainda criticou as políticas europeias para migração, alertando que o bloco precisa garantir que a proteção aos direitos humanos seja mantida. "O governo da Itália tem negado a entrada de barcos de resgate de ONGs", disse. "Esse tipo de postura política tem consequências devastadoras para muitas pessoas já vulneráveis", alertou.

Ela lembra que, apesar de o número de migrantes ter caído pelo Mediterrâneo, a taxa de fatalidade é a maior já registrada. A chilena ainda concluiu seu informe com um alerta sobre o fortalecimento de discursos de ódio e atos racistas pelas Europa.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, alvo de denúncias de corrupção que derrubaram sua popularidade, respirou aliviada nesta sexta-feira, após sair ilesa da cerimônia de abertura da Copa América do Chile-2015, na qual compareceu sem ser vaiada.

Em um ambiente contaminado pelos casos de corrupção, juntamente com volumosas manifestações de estudantes, professores e motoristas do transporte público, a presença de Bachelet na abertura da Copa América do Chile, na noite de quinta-feira, não era certa.

Mas, usando uma echarpe da seleção chilena, Bachelet foi ao Estádio Nacional de Santiago e conseguiu evitar as vaias com uma aparição calculada, que não incluiu sua apresentação por alto-falantes, discurso inaugural, nem a projeção de sua imagem nos telões do estádio.

"Não podia não estar aqui, acompanhando a 'Roja' de todos em uma noite tão especial", declarou Bachelet brevemente a jornalistas na entrada do local.

No estádio, a chefe de Estado sentou-se ao lado da ministra dos Esportes, Natalia Riffo, mas evitou uma aproximação maior com o presidente da Associação Nacional de Futebol chileno, Sergio Jadue, salpicado também pelo caso de corrupção que afeta a FIFA.

Assim como Bachelet, Jadue fez uma aparição discretíssima no início do torneio que reúne no Chile seleções de 10 países sul-americanos, além dos convidados México e Jamaica.

Mais tempo para as medidas anticorrupção

Nesta sexta-feira, quando vencia o prazo para enviar ao Congresso uma bateria de leis anticorrupção, Bachelet respirou e adiou para a próxima semana a apresentação das iniciativas, com as quais quer regular o financiamento impróprio de políticos, os conflitos de interesse e evitar a especulação imobiliária, entre outros temas.

O caso afeta diretamente a Presidência. Seu filho mais velho, Sebastián Dávalos, e sua nora, Natalia Compagnon, são investigados por "uso de informação privilegiada" e "tráfico de influência", após concretizar um negócio milionário de especulação imobiliária, em um escândalo que derrubou a popularidade de Bachelet no menor nível (29%) de seus dois mandatos.

Paralelamente, dezenas de políticos e assessores, entre eles seus arrecadadores de campanha, são investigados pelo financiamento irregular de parte de empresas, através do uso de contas por serviços prestados ou informes fraudulentos.

Mas a presidente resolveu "tomar um pouco mais de tempo" para enviar ao Congresso o grosso das 14 medidas pendentes, anunciou o porta-voz oficial, Marcelo Díaz, que afirmou que o trâmite se concretizaria na próxima semana.

Nesta sexta-feira, a presidente avançou na assinatura de apenas duas iniciativas econômicas: a criação de uma Direção de Concessões - para zelar pela transparência - e de uma Comissão de Valores e Seguros, que aprofundará a independência da entidade reguladora do mercado chileno.

"Para evitar a corrupção, o tráfico de influência ou qualquer vislumbre de engano ou abuso entre a política e o dinheiro, é urgente ter leis mais duras e efetivas, que ofereçam aos promotores e aos juízes ferramentas melhores", disse a presidente na cerimônia de assinatura dos projetos.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, alvo de denúncias de corrupção que derrubaram sua popularidade, respirou aliviada nesta sexta-feira, após sair ilesa da cerimônia de abertura da Copa América do Chile-2015, na qual compareceu sem ser vaiada.

Em um ambiente contaminado pelos casos de corrupção, juntamente com volumosas manifestações de estudantes, professores e motoristas do transporte público, a presença de Bachelet na abertura da Copa América do Chile, na noite de quinta-feira, não era certa.

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Mas, usando uma echarpe da seleção chilena, Bachelet foi ao Estádio Nacional de Santiago e conseguiu evitar as vaias com uma aparição calculada, que não incluiu sua apresentação por alto-falantes, discurso inaugural, nem a projeção de sua imagem nos telões do estádio.

"Não podia não estar aqui, acompanhando a 'Roja' de todos em uma noite tão especial", declarou Bachelet brevemente a jornalistas na entrada do local.

No estádio, a chefe de Estado sentou-se ao lado da ministra dos Esportes, Natalia Riffo, mas evitou uma aproximação maior com o presidente da Associação Nacional de Futebol chileno, Sergio Jadue, salpicado também pelo caso de corrupção que afeta a FIFA.

Assim como Bachelet, Jadue fez uma aparição discretíssima no início do torneio que reúne no Chile seleções de 10 países sul-americanos, além dos convidados México e Jamaica.

Mais tempo para as medidas anticorrupção

Nesta sexta-feira, quando vencia o prazo para enviar ao Congresso uma bateria de leis anticorrupção, Bachelet respirou e adiou para a próxima semana a apresentação das iniciativas, com as quais quer regular o financiamento impróprio de políticos, os conflitos de interesse e evitar a especulação imobiliária, entre outros temas.

O caso afeta diretamente a Presidência. Seu filho mais velho, Sebastián Dávalos, e sua nora, Natalia Compagnon, são investigados por "uso de informação privilegiada" e "tráfico de influência", após concretizar um negócio milionário de especulação imobiliária, em um escândalo que derrubou a popularidade de Bachelet no menor nível (29%) de seus dois mandatos.

Paralelamente, dezenas de políticos e assessores, entre eles seus arrecadadores de campanha, são investigados pelo financiamento irregular de parte de empresas, através do uso de contas por serviços prestados ou informes fraudulentos.

Mas a presidente resolveu "tomar um pouco mais de tempo" para enviar ao Congresso o grosso das 14 medidas pendentes, anunciou o porta-voz oficial, Marcelo Díaz, que afirmou que o trâmite se concretizaria na próxima semana.

Nesta sexta-feira, a presidente avançou na assinatura de apenas duas iniciativas econômicas: a criação de uma Direção de Concessões - para zelar pela transparência - e de uma Comissão de Valores e Seguros, que aprofundará a independência da entidade reguladora do mercado chileno.

"Para evitar a corrupção, o tráfico de influência ou qualquer vislumbre de engano ou abuso entre a política e o dinheiro, é urgente ter leis mais duras e efetivas, que ofereçam aos promotores e aos juízes ferramentas melhores", disse a presidente na cerimônia de assinatura dos projetos.

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