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O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, descartou nesta quinta-feira (6) anunciar antes das eleições nome de ministros para compor a equipe econômica em eventual novo governo. Ele também prometeu formar um time com "gente de fora", e não apenas com petistas e aliados, e na sequência comemorou o apoio à sua candidatura feito por economistas liberais.

"Quem quiser conhecer meu ministério, vai ter que esperar primeiro eu ganhar eleições", afirmou o ex-presidente em coletiva de imprensa. Ainda assim, se eleito, Lula prometeu uma Esplanada com "gente de fora" - ou seja, para além do PT e aliados.

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Lula tem sido cobrado por setores do mercado financeiro a anunciar seu ministro da Fazenda antes do segundo turno, como forma de sinalizar sua política econômica caso vença as eleições. Nesta quinta-feira, o petista buscou enterrar a ideia.

"É loucura imaginar que você pode indicar time antes. Se tenho dez economistas aqui e indico um, vou conquistar um e perder nove. Que inteligência é essa? Que loucura é essa?", questionou o ex-presidente. "Primeiro, eu tenho que ganhar as eleições. Quando eu ganhar as eleições, vou montar o governo e não apenas com meu partido e aliados. Tem gente de fora que vai participar".

Logo em seguida, Lula disse ficar feliz com o apoio de economistas que trabalharam com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "É porque essas pessoas sabem que eu sou a garantia do exercício democrático nesse país e meu adversário não é", garantiu. "Na hora de montar o governo, é como escalar a seleção. Você vai escolher os melhores".

O petista reforçou ser contra o teto de gastos, mas, novamente, não anunciou qual instrumento será colocado no lugar. "Para mim, responsabilidade fiscal não tem que estar na lei, tem que estar no dirigente", acrescentou Lula, que reforçou ser contra o teto de gastos. Em reportagem publicada nesta quinta-feira, o Estadão mostra a divisão que existe dentro da campanha sobre o novo arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, regra que Lula já disse será revogada caso eleito e que limita o crescimento das despesas à variação da inflação.

Após a reportagem, a coordenação do programa de governo da chapa Lula-Alckmin informou ao Estadão que o formato de uma nova regra fiscal para as contas do governo dependerá das condições das contas públicas que o novo governo irá encontrar, caso seja eleito, e do processo de negociação com o Congresso e a sociedade brasileira.

Nesta quinta, Lula voltou a descartar a ideia de fazer uma carta ao agronegócio ou aos religiosos, como já tinha feito em declaração na quarta-feira (5).

Após a fala do presidente, o coordenador de programa da chapa Lula-Alckmin, Aloizio Mercadante, disse que a equipe tem respondido com detalhe a todas as perguntas encaminhadas pela imprensa sobre propostas para o agronegócio.

"Muito melhor do que uma carta escrita foi uma entrevista de uma hora que ele fez no Canal Rural, com todas as pautas sensíveis do agro, uma longa entrevista. Estamos pegando esses instrumentos e difundindo o máximo possível, que é muito mais abrangente e profundo do que uma carta, que é muito limitada para responder à complexidade das questões", disse Mercadante.

PROGRAMA

Lula afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, leu o programa de governo petista para lançar sua proposta para a renegociação de dívidas das famílias. Nesta quinta-feira, em ato de campanha, Bolsonaro anunciou um novo programa, a edição de 2022 da Campanha Você no Azul, com desconto de até 90% para inadimplentes da Caixa Econômica Federal. O objetivo do banco é renegociar até R$ 1 bilhão em dívidas.

"Na verdade, o nosso adversário já leu nosso programa de governo. Ele sabe que a proposta que nós fizemos, chamada Desenrola, é a para a gente poder cuidar da dívida das famílias. Uma parte delas negociando com o varejo com o qual estão endividados, outra parte dela discutindo com o sistema financeiro", afirmou Lula em coletiva de imprensa. "Vamos fazer acordo para desobstruir possibilidade de essas pessoas voltarem a ser consumidores", acrescentou.

Logo após a fala do ex-presidente, o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante, classificou a proposta como eleitoreira. "Não adianta você renegociar só com banco público, você tem que ter isonomia e tratar de todas as pessoas que estão de alguma forma endividadas. É uma proposta improvisada, parcial, limitada e que não atinge 68 milhões de pessoas que estão nessa situação", avaliou.

Mercadante afirmou que o projeto apresentado pela campanha de Lula foi estudado durante dois anos e contou com dados da Febraban. Segundo ele, o plano prevê um fundo garantidor de crédito, para que o governo seja uma espécie de avalista do processo de renegociação de dívidas. O fundo, segundo ele, pode ser de algo entre R$ 7 e R$ 18 bilhões, a depender da faixa de renda que se pretende atingir. "O custo fiscal é muito baixo, é um sistema bastante abrangente, e as empresas terão preferência quanto maior o deságio que for ofertado", disse Mercadante, coordenador do plano Lula-Alckmin.

"Se renegociar as (dívidas das) famílias com renda de até três salários mínimos, que é a ampla maioria dessas famílias, você pode ter um fundo garantidor, segundo a nossa projeção, de R$ 7 bilhões. Esse fundo é um garantidor em última instância, porque a empresa credora vai dar um deságio. Esse recurso não será repassado para a pessoa física. Será, em último caso, para a empresa, se aquela repactuação não for honrada, para você estimular que as pessoas tirem a multa, os juros excessivos, etc, e o sistema de crédito possa ser retomado", afirmou o petista.

Para Mercadante, a proposta de Bolsonaro pode ter problemas jurídicos por ser anunciada em meio à campanha. "Eu acho que tem um problema jurídico a ser analisado, se pode ser feito durante o período eleitoral tomar uma medida como essa. Mas essa é uma decisão jurídica do TSE, não me cabe avaliar", declarou o petista.

O coordenador do programa da chapa Lula-Alckmin também afirmou que a proposta sobre redesenho da tabela do Imposto de Renda está pronta e será anunciada "em momento oportuno".

APOIO

Lula recebeu aliados do PSD na tarde deste para oficializar apoio dentro do partido. O objetivo da campanha petista é ampliar o leque de apoios pelo País. O PSD é um partido altamente cobiçado pelo PT para se somar à campanha, mas imbróglios regionais impedem uma adesão formal e o presidente da sigla, Gilberto Kassab, apoia o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa pelo governo de São Paulo.

O encontro desta quinta-feira foi articulado pelo senador reeleito pela Bahia, Otto Alencar (PSD), e pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT), uma das pontes de Lula com o agronegócio. Marcaram presença na reunião o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o senador reeleito pelo Amazonas, Omar Aziz (PSD), além do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, que foi candidato a vice-governador fluminense na chapa de Rodrigo Neves (PDT-RJ).

Os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão acompanhar juntos, no próximo domingo, 2, a apuração dos votos das eleições de dentro do prédio da Corte. É a primeira vez na história que isso ocorre. A estratégia do presidente da Corte, Alexandre de Moraes, é mostrar coesão do grupo diante da possibilidade de contestação dos resultados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelas Forças Armadas.

Dos integrantes do TSE, três são ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Moraes ainda convidou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Tribunal de Contas da União, em exercício, Bruno Dantas, para se unir ao grupo. Os dois confirmaram presença. Com isso, o resultado final da apuração será anunciado com a presença e o aval de dois presidentes de poderes - do Legislativo e do Judiciário.

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Outros ministros do STF também podem comparecer. O pelotão é uma das iniciativas de Moraes de legitimar o resultado e desqualificar qualquer tentativa de repetir no Brasil o que ocorreu nos Estados Unidos com a derrota de Donald Trump em 2020. Na ocasião, apoiadores de Trump foram estimulados por ele a invadir a sede do governo e impedir o anúncio do resultado do pleito.

Nas últimas semanas, Moraes acertou um apoio em cadeia de diversas entidades da sociedade e da área do Judiciário ao resultado das urnas. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) já estão com discursos afinados com o tribunal. Ao Estadão, o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, confirmou que é um dos que virão a público "defender a legitimidade dos resultados" assim que anunciados. Por sua vez, o presidente da Ajufe, Nelson Alves, também disse que a contagem será respeitada "independente" dos nomes que serão eleitos.

Alexandre de Moraes tem mantido conversas diárias especialmente com a ministra Rosa Weber. A recém-empossada presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) colocou todo o aparato técnico de segurança e comunicação da Corte à disposição do TSE.

A Justiça Eleitoral ainda contará com centenas de observadores internacionais acompanhando em tempo real a apuração, o que deve conferir peso simbólico ao processo. Muitos deles estarão presencialmente na sede da Corte.

Nem todos os convidados vão comparecer à contagem de votos no TSE. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato à reeleição, passará o domingo em Alagoas, onde vota. Lira é apoiador do presidente Bolsonaro, mas não tem endossado o discurso anti-urna.

Pacheco também tem feito manifestações favoráveis às urnas eletrônicas com frequência. Em uma das ocasiões, o presidente do Senado disse que não tinha "cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil". Em agosto, o senador declarou que "as eleições existem para assegurar a legitimidade do poder político, pois o resultado das urnas é a resposta legítima da vontade popular".

Apuração paralela

Como revelou o Estadão, os militares organizam um procedimento de "apuração paralela" em mais de 300 dispositivos de votação. Agentes da caserna estarão espalhados por todo o País recolhendo boletins de urna (BUs), os documentos impressos com o resultado de cada seção eleitoral, para comparar com a informação final divulgada pelo TSE. A ação foi a pedido de Bolsonaro e estimula o receio de que produza um relatório questionando o resultado do pleito em caso de derrota do presidente.

Numa reação aos militares, o TCU anunciou dois procedimentos de auditoria nas urnas eletrônicas. Nos bastidores do tribunal, essas medidas são vistas como formas de "fiscalizar" a apuração paralela das Forças Armadas. Como revelou o Estadão, a Corte Eleitoral inspecionará 4.161 dispositivos em todo o País, seguindo o mesmo rito dos militares, para contrapor o seu modelo científico ao da caserna. O oficialato, porém, sequer chegou a detalhar quais métodos amostrais adotou para fazer a checagem dos resultados.

Em encontro de entidades que compõem a Comissão de Transparência da Eleição (CTE), na última segunda-feira, Alexandre de Moraes afirmou que o TCU desempenha papel relevante de "legitimar" o resultado das urnas. O relator do procedimento e vice-presidente do TCU, Bruno Dantas, afirmou que a testagem de 540 urnas enquanto se desenrola a apuração somente deverá ser divulgada caso ocorra algum movimento de contestação aos sistemas da Justiça Eleitoral.

EUA e observadores internacionais

Num gesto inédito, o Senado dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira, 28, por unanimidade, uma resolução em defesa de um processo de votação conduzido de maneira "livre, justa, crível, transparente e pacífica" no Brasil. O Congresso americano reforça a pressão para que os EUA reconheçam imediatamente o resultado das urnas.

Um grupo de observadores internacionais está no País para acompanhar a votação e o processo de apuração. As entidades também servirão para assegurar a legitimidade do sistema eletrônico brasileiro. Nesta quinta-feira, Moraes se encontrou com esses observadores e afirmou que a Justiça brasileira vai garantir plena liberdade e segurança na eleição no Brasil.

"A segurança e liberdade do voto serão efetivadas, tanto com observância do pleno sigilo do voto, que é garantido pela urna eletrônica, quanto respeito à ampla e civilizada discussão política, afastando qualquer possibilidade de violência, coação ou pressão por grupos políticos ou econômico", disse Moraes. "A Justiça Eleitoral garantirá que o exercício da democracia seja realizado de maneira segura, transparente e confiável", enfatizou.

A reportagem perguntou à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Advocacia-Geral da União (AGU) se seus ministros Wagner Rosário e Bruno Bianco Leal, respectivamente, vão à contagem de votos no TSE e se irão endossar o resultado das eleições caso haja contestação. Não houve retorno. Em julho, ambos colocaram as estruturas dos órgãos que comandam em defesa da tese de Bolsonaro contra o sistema eleitoral.

Nas últimas semanas, Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre fraude no processo eleitoral. Seu partido, o PL, divulgou um relatório de auditoria paralela no qual afirma que funcionários do TSE poderiam alterar o resultado, o que é uma inverdade. O sistema não tem interferência humana. Moraes classificou o documento como mentiroso e mandou investigar o partido por fake news. A escalada do discurso bolsonarista ocorre no momento em que as pesquisas de intenção de votos mostram chances de o petista Luiz Inácio Lula da Silva ganhar a eleição no primeiro turno, seria a primeira vez na história que um presidente não seria reeleito desde que a renovação do mandato foi permitida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reuniu ministros para um café da manhã no Palácio do Alvorada na manhã desta quarta-feira (7), antes do desfile cívico-militar em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. Candidato à reeleição, o chefe do Executivo quer mostrar unidade do governo no momento em que tenta fazer do 7 de setembro um ato político que impulsione seus planos eleitorais.

O café da manhã não constou da agenda oficial de Bolsonaro, mas entrou na do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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O início do desfile está marcado para as 9 horas, na Esplanada dos Ministérios.

O presidente deve assistir à solenidade e, depois, discursar a apoiadores em um trio elétrico em frente ao Congresso.

À tarde, Bolsonaro viajará ao Rio de Janeiro para participar de um ato político na Avenida Atlântica, em Copacabana, com apresentações das Forças Armadas. Na orla carioca, é esperado um pronunciamento ainda mais inflamado do que em Brasília.

Em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro participou de manifestações antidemocráticas e chegou a afirmar que não cumpriria mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A declaração gerou uma crise institucional no País. Naquela vez, o conflito só foi apaziguado com uma carta pública de recuo do chefe do Executivo, dois dias depois, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, que indicou Moraes à Corte.

O Ministério Público engrossou o movimento por reajuste salarial. Antes mesmo de o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar uma proposta de correção de 18% no salário dos magistrados, o Conselho Nacional do Ministério Público Federal havia referendado, na semana passada, um projeto com correção de 13,5% para procuradores e promotores. Como o percentual do STF é maior, o presidente do Conselho, o procurador-geral da República, Augusto Aras, vai elevar para o mesmo patamar chancelado pelos ministros do Supremo.

Segundo assessoria do Ministério Público da União (MPU), o modelo de reajuste para procuradores, promotores e servidores seguirá o que foi proposto para os magistrados. O aumento será pago em quatro parcelas entre 2023 e 2024. Procuradores e servidores do MPU levaram a Aras a necessidade do reajuste de 18% por causa do chamado "princípio da paridade", que impõe a necessidade de o Judiciário e o Ministério Público terem vencimentos equiparáveis.

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A proposta de aumento de 13,5% havia sido aprovada pelo Conselho Superior no último dia 5, na expectativa de que o Supremo determinasse o mesmo porcentual para os seus quadros. Os ministros da Corte, no entanto, acabaram apresentando ao Congresso um valor maior. Tanto o reajuste dos salários do STF como a proposta do MPU precisam de aprovação no Congresso.

Para o diretor executivo do sindicato dos servidores do MPU, Adriel Gael, o fato de o STF ter previsto um reajuste de 18% para os ministros e os funcionários do Poder Judiciário "abriu caminho, pelo princípio da paridade".

Custo

O orçamento do MPU para 2023 é de R$ 8 bilhões, dos quais R$ 5,1 bilhões são destinados ao Ministério Público Federal. Estimativas contidas na proposta do órgão indicam que o reajuste de 13,5% para os servidores geraria um custo adicional de R$ 91,1 milhões aos cofres públicos em 2023, um valor muito inferior aos R$ 5,8 bilhões de impacto previstos pela área técnica do Congresso para os próximos dois anos. A despesa para o pagamento de reajuste de 18% no MPU ainda não foi estimada.

De acordo com um estudo feito por técnicos do Legislativo, a correção salarial dos magistrados terá impacto de R$ 1,9 bilhão em 2023. No ano seguinte, serão mais R$ 3,8 bilhões.

Sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram, nesta quarta-feira (10), a favor de um reajuste de 18% dos próprios salários, o que eleva de R$ 39 mil para R$ 46 mil o valor recebido mensalmente pelos membros da Corte Suprema. O aumento no salário dos ministros vai provocar o chamado "efeito cascata", elevando também os vencimentos de desembargadores e juízes, como revelou o Estadão.

Os ministros também votaram um aumento com o mesmo porcentual para os servidores do Poder Judiciário. O julgamento ocorre em sessão administrativa convocada pelo presidente do Supremo, Luiz Fux. Ainda restam os votos de quatro magistrados. Assim que a votação for encerrada, o projeto de lei elaborado pelos ministros será encaminhado ao Congresso Nacional para ser analisado por deputados e senadores, que darão a palavra final sobre os aumentos.

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O aumento de 18% foi proposto pela área técnica do Supremo em contraposição à proposta da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), que havia cobrado um reajuste de 40% alegando perdas inflacionárias nos últimos anos. A Corte definiu que o novo valor do salário dos ministros será implementado em quatro parcelas sucessivas pagas nos seguintes meses: o a primeira em abril de 2023, a segunda em agosto de 2023, a terceira em janeiro de 2024 e a última em julho de 2024.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (Fenajufe) e o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público no Distrito Federal (SindJus) haviam indicados perdas próximas dos 37,36%. A área técnica do Supremo, porém, decidiu se embasar em estudos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho de Justiça Federal (CJF), que apontaram a possibilidade de implementação de percentuais próximos de 9% em 2023 e mais 9% em 2024, incluindo servidores e magistrados. Além da proposta de correção salarial para os ministros, o STF indica reajuste para os servidores do Judiciário.

Mais uma vez na contramão do que pede sua equipe de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (2) e afirmou que Alexandre de Moraes, integrante da Corte, quer incriminá-lo. Moraes será empossado no próximo dia 16 presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e será o responsável pelas eleições brasileiras, que têm a lisura atacada sem provas pelo chefe do Executivo.

"Inquéritos do Alexandre de Moraes são completamente ilegais, imorais. É uma perseguição implacável por parte dele, a gente sabe o lado dele", afirmou o presidente em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre. "É maneira de jogar a rede e me incriminar em algum lugar. Moraes Está fazendo tudo de errado e, no meu entender, não vai ter sucesso em seu intento final", acrescentou.

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Bolsonaro citou o pedido da vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo de arquivamento de investigação contra ele por suposta violação de sigilo de inquérito da Polícia Federal. "O que Lindôra fez é dizer que esse inquérito do Moraes não tem fundamento", declarou o presidente.

Bolsonaro vazou investigação da PF em live para fazer ataques sem provas ao sistema eletrônico de votação. Hoje, cobrou conclusão do caso. "É interferência dentro da PF? De quem? Não sei, mas não fecha esse inquérito", criticou. "Quebraram sigilo do meu ajudante de ordens, é um crime", seguiu, sobre as investigações contra o coronel Mauro Cid, também nas apurações sobre o vazamento.

Fux e Barroso

Em ataque a outro ministro do STF e ao sistema eleitoral brasileiro, o presidente defendeu nesta terça-feira que o presidente da Corte, Luiz Fux, deveria ser incluído no inquérito das fake news por ter defendido, na segunda-feira (1º), a lisura das urnas eletrônicas durante seu discurso de abertura do semestre do Judiciário.

"Fux está no mínimo equivocado, ou é fake news. Deveria então o Fux estar respondendo no inquérito do Alexandre de Moraes das fake news, se fosse um inquérito sério", declarou o presidente na entrevista à Rádio Guaíba. "Prezado Fux, qual país desenvolvido do mundo adota nosso sistema eleitoral? Que maravilha esse sistema eleitoral que ninguém quer".

Bolsonaro também atacou o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, a quem chamou de "criminoso" por ter articulado junto a parlamentares a rejeição à proposta do voto impresso defendida pelo governo, e voltou a convocar seus apoiadores para os atos de 7 de Setembro. "Vamos pela última vez às ruas para mostrar para aqueles surdos ministros do STF que o povo tem que ser o nosso norte", declarou na entrevista.

De acordo com Bolsonaro, os atos de 7 de Setembro terão, pela primeira vez, um desfile cívico-militar em Copacabana, no Rio. "O desfile deve durar no máximo uma hora, com tropas das Forças Armadas", revelou o presidente. "Da nossa parte, ninguém vai querer protesto para fechar isso, fechar aquilo. Moralmente tem instituições se fechando. Dá para a gente ganhar essa guerra dentro das quatro linhas", acrescentou. "Uma das frases mais mostradas lá deve ser a questão da transparência, em especial a eleitoral. Vamos ter eleições, mas queremos transparência".

Os atos bolsonaristas do Dia da Independência de 2021 foram um dos pontos mais altos de enfrentamento entre Bolsonaro e as instituições brasileiras. Na Avenida Paulista, Bolsonaro declarou à época que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. A ameaça ganhou reação do mundo político, que viu chance de crime de responsabilidade passível de impeachment. Pressionado, Bolsonaro teve de publicar uma carta à nação escrita pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) para diminuir a fervura.

A reunião de ministros de Economia e presidentes de bancos centrais dos países do G20 na Indonésia foi concluída neste sábado (16) sem um comunicado conjunto, devido à falta de consenso nas discussões, dominadas pela ofensiva russa na Ucrânia.

O encontro de dois dias na ilha de Bali evidenciou as diferenças entre os líderes ocidentais, que denunciaram o impacto da guerra na Ucrânia na inflação e nas crises alimentar e energética, e a Rússia, que responsabilizou as sanções implementadas pelos países do Ocidente pela piora na situação economia mundial.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, o ministro da Economia da Austrália, Jim Chalmers, e a ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, responsabilizaram Moscou pelo enorme impacto da guerra na economia mundial.

Ao invés do tradicional comunicado conjunto, a Indonésia emitirá uma declaração, explicou a ministra das Finanças do país anfitrião, Sri Mulyani Indrawati, em seu discurso de encerramento.

A ministra disse que havia consenso na maior parte do documento, mas que dois parágrafos se concentrariam nas diferenças dos membros em relação às repercussões da guerra e a forma de responder. "Acredito que este é o melhor resultado", afirmou.

Progressos em normas tributárias

Neste sábado, durante a abertura do segundo dia da reunião, o presidente do Banco Central da Indonésia, Perry Warjiyo, pediu aos participantes que redobrassem os esforços para estabelecer políticas econômicas coordenadas, já que a inflação está acelerando e os riscos para o crescimento se multiplicam.

Na sexta-feira, "muitos de nós [...] enfatizamos a necessidade urgente de abordar o risco de uma inflação persistente provocada pelo aumento dos preços dos produtos básicos" e enfrentar a insegurança alimentar, assinalou.

A reunião aconteceu depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua previsão de crescimento mundial.

O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, e seu equivalente ucraniano, Serhiy Marchenko, participaram da reunião por videoconferência.

O vice-ministro de Economia russo, Timur Maksimov, compareceu pessoalmente às conversas. Na semana passada, o chanceler de seu país, Sergei Lavrov, chegou a abandonar uma reunião do G20 após as críticas do Ocidente à invasão.

Desta vez, Maksimov permaneceu na sala durante as críticas dos representantes do Ocidente, segundo uma fonte presente. O ministro ucraniano, por sua vez, pediu "sanções seletivas mais severas" contra Moscou.

Para os analistas, a falta de consenso sobre um comunicado conjunto dificultará os esforços coordenados para combater a inflação e a escassez de alimentos provocada pela invasão da Ucrânia.

O encontro é uma prévia da cúpula dos chefes de Estado e de governo do G20 que acontecerá nesta ilha paradisíaca da Indonésia em novembro, que deveria ter como foco principal a recuperação econômica pós-pandemia de covid-19.

Os ministros também debateram hoje sobre economia sustentável, criptomoedas e tributação internacional.

A ministra das Finanças do país anfitrião afirmou que houve "progressos" nas mudanças das normas tributárias internacionais, que estabelecerão uma taxa mínima mundial de imposto de sociedades de 15% até 2024.

Os ex-ministros da Saúde Sajid Javid e das Relações Exteriores Jeremy Hunt anunciaram, neste sábado (9), suas candidaturas para suceder a Boris Johnson na liderança do Partido Conservador e no cargo de primeiro-ministro. O anúncio foi feito após novo ministro britânico das Finanças, Nadhim Zahawi, e o ministro dos Transportes, Grant Shapps, comunicarem que também estavam entrando na disputa.

A secretária das Relações Exteriores, Liz Truss, afirmou ao Mail on Sunday que também está se candidatando a se tornar a próxima líder do partido, prometendo que defenderá "princípios conservadores clássicos". Ela deve confirmar oficialmente sua candidatura amanhã.

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A revista Economist considerou, esta semana, Zahawi em primeiro lugar na fila de possíveis substitutos de Johnson. Zahawi é filho de refugiados iraquianos e foi levado ao Reino Unido aos 9 anos. Ele apoiou o Brexit e coordenou um bem-sucedido programa de vacinação, sendo considerado uma figura muito popular no partido.

Outro dos favoritos, o ministro da Defesa, Ben Wallace, descartou ontem a possibilidade de disputar as primárias ao indicar em sua conta no Twitter que está focado em manter a segurança do país.

Explicando suas aspirações à mídia, Zahawi prometeu que, se eleito, cortará impostos para as famílias e empresas, aumentará os gastos com defesa e implementará reformas na educação.

Zahawi, ex-ministro da Educação, substituiu Rishi Sunak na semana passada depois que ele renunciou ao cargo de ministro das Finanças em protesto contra a gestão de Johnson.

"Meu objetivo é simples: oferecer as oportunidades que foram dadas à minha geração, a todos os britânicos, quem quer que sejam e de onde venham", acrescentou Zahawi.

Promessas

Pouco antes, o ministro dos Transportes anunciou sua candidatura nas páginas do Sunday Times, onde afirmou sua intenção, caso venha a substituir Johnson, de preparar um orçamento emergencial para lidar com a inflação, que inclui cortes de impostos e subsídios para empresas com alto consumo de energia.

Ao Mail on Sunday, Truss disse que reduzirá o imposto sobre as empresas e introduzirá medidas para aliviar a crise do custo de vida.

Além de Zahawi, Shapps e Truss, Sunak anunciou sua candidatura, assim como o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, a procuradora-geral, Suella Braverman, e a ex-secretária de Estado para a Igualdade Kemi Badenoch.

Nesta segunda (11), o influente Comitê de 1922, que reúne deputados conservadores sem pasta, elegerá seu executivo e anunciará o calendário para eleger o novo líder. Segundo os regulamentos atuais, os candidatos devem declarar sua intenção de substituir Johnson, desde que tenham o apoio de pelo menos oito parlamentares conservadores. A partir de então, várias rodadas de votação começarão entre os deputados conservadores até que reste o candidato mais votado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois importantes ministros britânicos, incluindo o das Finanças, renunciaram nesta terça-feira (5) aos seus cargos, em protesto contra o primeiro-ministro conservador, Boris Johnson, abalado por uma série de escândalos.

O ministro da Saúde, Sajid Javid, e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, anunciaram sua decisão com poucos minutos de diferença, dizendo que perderam a esperança de romper com uma cultura de tolerância aos escândalos que mantêm Johnson na defensiva há meses.

As desculpas apresentadas horas antes por Johnson por ter nomeado para um cargo importante um líder conservador que precisou renunciar por conduta imprópria não foram suficientes para os dois ministros demissionários.

O líder em questão, Chris Pincher, renunciou na semana passada depois de admitir ter apalpado dois homens enquanto estava embriagado, um deles um deputado.

O governo afirmou inicialmente que Johnson não estava ciente de comportamentos semelhantes de Pincher em ocasiões anteriores.

Mas esse argumento desmoronou nesta terça-feira, quando um ex-colaborador de Johnson revelou que o chefe de governo foi informado em 2019, quando era ministro das Relações Exteriores, de que Pincher já havia se envolvido em incidente do tipo.

"A população tem uma expectativa legítima de um governo devidamente conduzido, competente e sério", escreveu Sunak em sua carta de demissão.

"Admito que este pode ser o meu último cargo ministerial, mas acho que são valores pelos quais vale a pena lutar e é por isso que renuncio", acrescentou o agora ex-ministro das Finanças.

"Está claro para mim que esta situação não mudará sob sua liderança e, consequentemente, ele perdeu minha confiança", afirmou o ministro da Saúde demissionário.

A saída de Pincher, que era encarregado do tema na bancada conservadora do Parlamento, soma-se a outros casos semelhantes no Partido Conservador nos últimos meses.

Em meados de maio, um deputado suspeito de estupro foi preso e posteriormente libertado sob fiança.

Em abril, outro legislador renunciou por assistir pornografia na câmera de seu celular. E um ex-deputado foi condenado em maio a 18 meses de prisão por agredir sexualmente uma menina de 15 anos.

O governo de Johnson também foi sacudido pelo escândalo das festas em Downing Street (o 'Partygate'), realizadas apesar das restrições contra a covid durante a pandemia.

- Tempo fechado para Johnson -

Johnson sobreviveu no mês passado a uma moção de censura apresentada por conservadores rebeldes e essa experiência deveria ter lhe dado a oportunidade de demonstrar "humildade, firmeza e de [seguir] um novo caminho", escreveu Javid.

O primeiro-ministro, de 58 anos, ainda enfrenta uma investigação parlamentar que determinará se mentiu em sua defesa sobre o Partygate.

A erosão de sua imagem resultou em derrotas dos conservadores em duas eleições parciais no fim de junho, uma delas no reduto histórico dos Tories, que foi parar nas mãos dos Trabalhistas.

Esta crise política se soma às dificuldades que o país enfrenta para se adaptar à sua saída da União Europeia (UE) em 2020, com tensões com o bloco dos 27 sobre a fronteira terrestre entre a República da Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte.

Os cinco dias de negociações dos ministros da Organização Mundial do Comércio (OMC), concluídos nesta sexta-feira (17) em Genebra, podem ser resumidos em cinco temas principais: a pandemia, a pesca, a insegurança alimentar, a reforma da entidade multilateral e as transações eletrônicas.

A seguir, os cinco temas que centraram a agenda da reunião dos 164 membros da OMC:

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- Resposta à pandemia -

Após dois anos e meio de combate à pandemia, os membros da OMC concordaram em suspender temporariamente as patentes das vacinas anticovid por cinco anos para os países em desenvolvimento.

Esta questão foi objeto de amplas discussões entre a China e os Estados Unidos para diminuir a lista de países beneficiários.

Em outro texto, os países se comprometeram a "exercer moderação na imposição de restrições à exportação" de vacinas, tratamentos, ferramentas de diagnóstico e outros produtos médicos essenciais ligados à covid-19, incluindo insumos.

- Pesca -

A OMC não publicou de imediato o acordo que busca abolir e banir os subsídios que incentivam a pesca predatória, mas o texto foi enfraquecido por pressão da Índia, segundo diversas fontes próximas às negociações.

Esta é a primeira vez que a OMC conclui "um acordo cujo eixo central é a sustentabilidade ambiental", disse a diretora-geral da organização, Ngozi Okonjo-Iweala.

O acordo proíbe os subsídios que contribuem para a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada e as ajuda aos bancos superexplorados, indicou a líder.

- Insegurança alimentar -

A guerra na Ucrânia desencadeada pela invasão russa impediu as exportações de grãos e forragem, elevando os preços e ameaçando milhões de pessoas em todo o mundo.

A declaração ministerial sobre "insegurança alimentar" não menciona a invasão contra a Ucrânia ou a crise alimentar.

Mas o documento destaca a importância "de não impor proibições ou restrições à exportação" que contrariem os princípios da OMC.

Também foi aprovado um segundo texto que protege as vendas destinadas ao Programa Mundial de Alimentos (PAM), uma das principais agências humanitárias da ONU.

- Reforma da OMC -

Vários países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, pedem uma reforma da OMC.

Como esperado, os ministros não elaboraram um programa detalhado, mas delinearam um plano para a reforma.

Este projeto pede que se "melhore todas as funções" da organização, cujas regras não mudaram desde sua criação em 1995, e pede que o sistema de resolução de disputas volte a estar totalmente operacional até 2024.

- Transações eletrônicas -

Desde 1998, os membros da OMC concordaram em não impor tarifas sobre as transações eletrônicas.

Esta decisão foi confirmada em cada reunião, mas um grupo de países liderado pela Índia e África do Sul questionam a decisão, lamentando o impacto negativo da perda de uma potencial fonte de renda.

Os países concordaram em manter a moratória até a próxima reunião prevista para antes de 31 de dezembro de 2023.

O presidente Jair Bolsonaro, durante participação no Brasil Investment Forum 2022, organizado pela ApexBrasil, em São Paulo, repetiu "mantras" que serão utilizados em sua campanha à reeleição. Afirmou que seus ministros não foram escolhidos por partidos políticos; negou escolhas políticas para lotear BNDES, Caixa e Banco do Brasil. "Como você se sente no BNDES onde eu não impus nenhum diretor para você?", disse o chefe do executivo ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano.

Bolsonaro também criticou o PT; comemorou a celeridade conquistada na abertura de empresas; e minimizou a eficácia nas vacinas contra a Covid-19. "Tem gente melhor que eu, mas para presidente é self-service", declarou sobre o processo eleitoral. Ele não citou, contudo, as interferências na Petrobras com a troca de presidentes para conter a alta dos combustíveis.

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O presidente ainda voltou a dizer que o agronegócio brasileiro precisa de fertilizantes. "Fomos negociar na Rússia e resolvemos a questão", avaliou.

O presidente também retomou críticas indiretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe do Executivo pediu aos presentes para assistirem ao vídeo da delação do ex-ministro da Fazenda no governo Lula (PT) antes que "um cara resolva bloquear tudo". "É dono da verdade e da nossa liberdade, parece que esse é o destino dele", disse o presidente. "Não podemos admitir que alguns dos integrantes desses poderes tenham poder absoluto. Eu quero, não quero, prendo, desmonetizo, abro inquérito", acrescentou.

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) dessa quinta-feira vai restringir o poder de interferência dos dois ministros indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Kassio Nunes Marques e André Mendonça, em processos que já tenham votos de ministros aposentados que eles substituíram.

O plenário decidiu, por oito votos a um, que os votos apresentados por ministros que deixaram a Corte durante julgamentos no plenário virtual continuam a valer quando o caso for encaminhado para votação presencial, por meio do chamado pedido de destaque.

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A regra que estava em vigor previa reiniciar a votação quando um caso fosse transferido do ambiente virtual para o plenário físico. Seria, portanto, necessário que todos os ministros votassem novamente, o que excluía os votos dos ministros aposentados que já tinham votado na discussão online.

Um dos casos que será afetado e norteou as tratativas internas para aprovar a resolução é o processo chamado de "revisão da vida toda" das aposentadorias. A ação foi paralisada em março por um pedido de destaque de Nunes Marques, quando a votação estava em 6 votos a 5 a favor dos aposentados. Nunes Marques fez a solicitação minutos antes do fim do prazo que encerraria o debate.

O pedido de destaque de Nunes Marques é de março, mas como a ação voltará a julgamento após a mudança da regra, ele não poderá votar. Com isso, o placar está mantido com o voto do ministro aposentado Marco Aurélio Mello em favor dos aposentados. Conforme cálculos do governo, a mudança nas aposentadorias traria um impacto de R$ 360 bilhões em 15 anos aos cofres públicos. Com a "revisão da vida toda", segurados do INSS poderão acrescentar no cálculo de suas aposentadorias salários maiores que recebiam antes de 1994 - hoje, somente os vencimento de depois dessa data são aceitos.

Um dia após Nunes Marques ter feito o pedido de destaque, Bolsonaro disse que um julgamento a favor de uma nova regra para as aposentadorias "quebraria o País". "Querem quebrar o Brasil. A decisão é lá do Supremo", disse.

MUDANÇA

A mudança nas regras dos votos dos ministros aposentados do STF foi proposta pelo ministro Alexandre de Moraes, uma semana depois de Nunes Marques ter concedido liminar que derrubava uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o mandato de um deputado federal apoiador de Bolsonaro por espalhar informações falsas sobre as urnas eletrônica - o próprio STF já derrubou a liminar.

O único a discordar da nova regra foi André Mendonça. "Se quem se aposentou, se é verdade que não tem mais como defender sua tese, também não tem mais o direito de rever sua posição", disse.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta de 65 para 70 anos o limite de idade para indicação de ministros a tribunais de Justiça no País, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF). A emenda foi aprovada por 60 votos a 0 em primeiro turno e 59 a 0 em segundo turno. A matéria vai à promulgação.

Em 2015, o Congresso aumentou o limite de idade para aposentadoria dos ministros, de 70 para 75 anos, por meio da medida que ficou conhecida como PEC da Bengala. Agora, a nova proposta aumenta o piso de entrada nos tribunais, de 65 para 70 anos.

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A proposta pode beneficiar o presidente Jair Bolsonaro em caso de reeleição. O atual chefe do Planalto manifestou interesse em indicar, por exemplo, os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins e João Otávio Noronha para o STF em um segundo mandato, magistrados que seriam beneficiados com o aumento da idade mínima.

O perdão concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) pode não garantir ao parlamentar o direito de voltar a disputar eleições. Essa avaliação passou a ganhar força entre os ministros do Supremo Tribunal Tribunal (STF) logo após a ordem presidencial. Os integrantes afirmam que o decreto de Bolsonaro que perdoa a pena imposta ao deputado aliado do governo pode ser questionado no tribunal. Congressistas já afirmaram ao Estadão que preparam ações para contestar o decreto presidencial no STF e na Câmara Federal.

Na condenação aprovada por 10 dos 11 ministros na sessão de quarta-feira (20), o STF definiu que o deputado deve ficar preso por 8 anos e 9 meses e ainda deve perder o mandato e ficar impedido de ser candidato. O decreto de Bolsonaro perdoa a pena imposta a Silveira, o livrando da cadeia. Mas a validade do perdão e sua amplitude ainda não estão claras para ministros do Supremo.

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Segundo apurou o Estadão, parte dos integrantes da Corte considera o deputado bolsonarista inelegível desde a condenação. Fontes na Corte relataram ao jornal que os ministros esperam contestações de partidos e entidades ao decreto presidencial, o que abriria margem para algumas determinações serem revistas. Partidos de oposição como a Rede e o Psol já declararam que vão recorrer ao STF.

Um dos pontos que poderia cair num possível julgamento no Supremo é o parágrafo terceiro do decreto assinado por Bolsonaro. Nele, o presidente estende o perdão a multas e outras penas restritivas de direitos, como é o caso da inelegibilidade. Embora o indulto seja uma prerrogativa exclusiva do presidente, o dispositivo se restringe a extinguir, diminuir ou substituir a pena na área penal.

Parte dos ministros avalia que a inelegibilidade permanece justamente por não ser uma questão de natureza penal. Durante o pronunciamento em que anunciou o perdão, Bolsonaro afirmou que o "decreto será cumprido".

Como mostrou o Estadão, a inelegibilidade imediata do deputado não é consenso entre os ministros, mas teria ganhado força com o desafio de Bolsonaro a uma decisão do tribunal. O ministro Edson Fachin, por exemplo, já declarou que considera que a perda dos direitos políticos só passa a valer depois do trânsito em julgado, quando se esgotam os recursos. Outros três ministros julgam Silveira fora do páreo eleitoral. O impasse entre os magistrados seria resolvido possivelmente na semana que vem, mas o perdão presidencial teria antecipado as discussões.

Deputados que integram a bancada do PSOL na Câmara protocolaram na manhã desta quinta-feira, 31, no Ministério Público Federal, uma representação pedindo a investigação do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Defesa Braga Netto por suposta 'incitação ao crime' e 'apologia de crime ou criminoso' em razão da nova exaltação do golpe de 31 de março de 1964, que marcou o início da ditadura militar - período sombrio marcado por torturas, assassinatos e censura.

O documento também atribui a Bolsonaro e a Braga Netto crimes de responsabilidade e atos de improbidade administrativa, solicitando que o Ministério Público Federal 'tome todas as providências cabíveis' para a imediata retirada de todas as ordens do dia que o governo editou para fazer 'apologia' ao golpe. Além disso, os deputados pedem a responsabilização do presidente e do ministro da Defesa por dano moral coletivo, com indenização a ser revertida a organizações de direitos humanos em defesa da Memória, Verdade e Justiça.

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"Ao pretender sua volta (da ditadura), os Representados (Bolsonaro e Braga Netto) incitam a prática dos mesmos crimes antes cometidos como a tortura, o abuso de poder, as lesões corporais, os homicídios e numerosos outros tipos penais todos atentando contra a sociedade, a democracia, as organizações, a liberdade e a vida das pessoas", sustentam os parlamentares.

Os deputados ressaltam que a ordem do dia assinada por Braga Netto contraria 'a Constituição, os fatos históricos e os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, em especial aqueles relacionados ao exercício dos direitos políticos e respeito à democracia'. A representação diz que o presidente e o ministro da Defesa são responsáveis por 'comportamentos reiterados e permanentes de afronta' à carta magna.

"O que se observa, portanto, é que o Estado brasileiro, conduzido por Jair Bolsonaro, além de ignorar as determinações da Constituição Federal e da Corte Interamericana de Direito Humanos, atua em sentido diametralmente oposto: faz apologia à ditadura militar em plena página oficial do governo", sustentam os parlamentares.

Após ser citada na ordem do dia assinada pelo ministro da Justiça, a Ordem dos Advogados do Brasil também se manifestou sobre o aniversário do golpe militar, reafirmando seu 'compromisso com o Estado de Direito e com a defesa do sistema eleitoral vigente, que tem assegurado a continuidade da democracia no país'.

Em nota, o presidente da entidade, Beto Simonetti, sustentou que a ordem contestou o Ato Institucional Número 5 (AI-5) - o mais duro da ditadura - e as prisões politicas. Segundo o advogado, a OAB 'protagonizou a luta pela democracia'.

Na ordem do dia que exalta a ditadura, Braga Netto alega que o golpe teria sido apoiado por famílias, igrejas, empresários, políticos, a imprensa, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as Forças Armadas e a "sociedade em geral".

Com a saída de Mario Frias da Secretaria Especial de Cultura para concorrer ao cargo de deputado federal por São Paulo, anunciada nesta quinta-feira (31) no Diário Oficial da União, Helio Ferraz de Oliveira assume o posto. Advogado especializado em direito civil e questões de família e adoção e conhecido antigo do ator e agora ex-secretário, ele chegou ao governo em julho de 2020 e teve uma ascensão rápida e discreta.

Hélio esteve em evidência em dois momentos: quando foi à Cinemateca, em São Paulo, pedir as chaves da instituição, e por acompanhar Mario Frias em uma viagem a NY, cujos altos gastos geraram polêmica e levantaram suspeita do Ministério Público, que pediu uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).

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Helio Ferraz de Oliveira foi nomeado em 30 de julho de 2020 como diretor do Departamento de Políticas Audiovisuais. No dia 7 de agosto, o Diário Oficial trazia sua nomeação como secretário substituto da Secretaria Nacional do Audiovisual. Foi com este cargo que ele, naquele mesmo dia, acompanhado da Polícia Federal, foi "pedir as chaves" da Cinemateca Brasileira, no auge de sua crise e um ano antes do grande incêndio que destruiu um de seus prédios.

No dia 14 de junho de 2021, ele se tornou secretário adjunto da Secretaria Especial da Cultura e em algumas ocasiões ele chegou a substituir o então secretário Mario Frias em suas ausências.

Em dezembro do ano passado, Jair Bolsonaro enviou, para apreciação do Senado Federal, o nome do advogado para uma vaga de diretor da Ancine, num mandato que se iniciaria em 25 de junho deste ano. Com seu novo cargo na Secretaria, isso deve ser cancelado.

A viagem a NY

Em dezembro de 2021, Hélio Ferraz de Oliveira viajou com Mario Frias para Nova York. Cada um deles gastou R$ 39 mil nesta viagem que teve, segundo a pasta, o objetivo de divulgar um "projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte" ao lado do lutador de jiu-jítsu e bolsonarista Renzo Gracie.

Depois da polêmica, o então secretário-adjunto se pronunciou nas redes sociais. Ele publicou uma foto ao lado de Mario Frias, a quem chamou de "irmão", de André Porciuncula, secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, de Felipe Carmona, secretário nacional de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual, e de Felipe Pedri, secretário nacional do Audiovisual.

No post, ele disse: "tenho orgulho do que construímos até aqui, e do futuro que estou construindo para meus filhos e para os filhos dos Brasileiros de bem." E ainda: "na viagem em questão fizemos importantes tratativas para construção de polo de formação de atores em musicais, discutimos pautas do audiovisual e falamos sobre projetos incríveis que passam entre esporte e cultura em favor das crianças menos favorecidas."

Nas redes sociais, Helio costumar publicar fotos com outros membros do governo, especialmente com Mario Frias.

O governo federal informou, nesta quinta-feira (31), no Diário Oficial da União (DOU), a exoneração de nove ministros, que deixam os cargos para disputar as eleições deste ano. O prazo de desincompatibilização definido pela Lei Eleitoral termina no sábado (2). Principal nome cotado para assumir o posto de vice na chapa à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ainda não foi exonerado.

Haverá uma cerimônia no Palácio do Planalto às 10h para selar a reforma ministerial. Depois, cada pasta fará uma solenidade interna com a posse dos novos ministros, também nomeados na edição de hoje do Diário Oficial.

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Confira as mudanças:

Agricultura: sai Tereza Cristina, pré-candidata ao Senado por Mato Grosso do Sul, e entra Marcos Montes, até então secretário executivo da pasta.

Trabalho e Previdência: Onyx Lorenzoni é exonerado para disputar o governo do Rio Grande do Sul; assume José Carlos Oliveira, que era presidente do INSS.

Desenvolvimento Regional: sai Rogério Marinho para ser candidato a senador pelo Rio Grande do Norte; assume Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, que era secretário executivo do Ministério.

Turismo: Gilson Machado deixa o cargo para ser candidato a senador por Pernambuco e assume Carlos Brito, antes presidente da Embratur.

Infraestrutura: Tarcísio de Freitas deixa o posto, para disputar o governo de São Paulo, para Marcelo Sampaio, que era secretário executivo da pasta.

Secretaria de governo: Flávia Arruda deixa o Ministério para ser candidata a senadora pelo Distrito Federal. Em seu lugar assume Célio Faria Jr., antes chefe de gabinete do presidente Jair Bolsonaro.

Mulher, Família e Direitos Humanos: sai Damares Alves, que anuncia seu futuro político ainda hoje, e entra Cristiane Brito, antes secretária nacional de Políticas para as Mulheres.

Cidadania: João Roma deixa o cargo para ser candidato a governador da Bahia. Ronaldo Bento, que chefiava a assessoria de Assuntos Estratégicos da pasta, assume.

Ciência e Tecnologia: sai Marcos Pontes, pré-candidato a deputado federal por São Paulo, e entra Paulo Alvim, até então secretário de Inovação do Ministério.

Também foram exonerados nesta quinta:

- Jorge Seif, do cargo de Secretário de Aquicultura e Pesca.

- Alexandre Ramagem Rodrigues, do cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

- Mário Frias, do cargo de Secretário Especial de Cultura.

- Sérgio Camargo, da presidência da Fundação Cultural Palmares.

A trégua entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Justiça Eleitoral Brasileira parece ter chegado ao fim, após novas críticas e ameaças do mandatário ao sistema eleitoral, durante evento do Governo Federal nesta quarta-feira (30). Em discurso à população de apoiadores que compareceu a um evento do Desenvolvimento Regional em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, Bolsonaro disse que não permitirá que as Eleições 2022 sejam analisadas como as anteriores. 

Novamente sem explicar apresentar uma justificativa ou provas de fraude, o presidente voltou a impor uma contagem alternativa dos votos. Sua proposta de voto impresso foi derrubada ainda no ano passado. "Podem ter certeza que, por ocasião das eleições de 2022, os votos serão contados no Brasil. Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos", disse, em referência a Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE; Edson Fachin, o atual; e Alexandre de Moraes, que será presidente nas eleições. 

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"Defendemos a democracia, a liberdade e tudo faremos até com sacrifício da nossa vida para que esses direitos sejam relevantes e cumpridos pelo nosso país", afirmou Bolsonaro, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Lula (PT). "Cada vez mais a população entende quem está do lado do bem e quem está do lado do mal. Não é de esquerda contra direita, é de bem contra o mal. E o bem sempre venceu. E o bem vencerá. O bem está ao lado da maioria da população brasileira”, continuou. 

O chefe do Executivo disse, também, que pegou o Brasil “arrebentado” nas questões “éticas, morais e econômicas”. Assim, fez também um novo aceno ao militarismo, pilar do seu governo que foi enfraquecido após diversos desentendimentos desde 2019. "Nós, militares, lá atrás juramos dar a nossa vida pela pátria e todos nós agora daremos a nossa vida pela nossa liberdade", disse. 

Também de forma indireta, Bolsonaro acusou a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), de ter “barbarizado” o país junto à mídia e outros governadores, durante a pandemia da Covid-19. 

“Não só levamos em conta os parentes e amigos que perdemos, mas também a ação de muitos governadores e governadoras que barbarizaram junto à opinião pública. Pessoas que obrigaram o povo a ficar em casa, sem medir consequências, sem levar em conta que grande parte da população brasileira vive da informalidade, e não de salário fixo. Essas pessoas foram abandonadas por esses governadores e essa governadora”, completou, acompanhado de gritos pedindo “fora PT”. 

Confira o discurso:

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Garimpeiros que atuam de forma clandestina em áreas do Pará fizeram um périplo por ministérios do governo de Jair Bolsonaro nesta semana, para apresentar um requerimento que impeça a atuação de agentes do Ibama e da Polícia Federal nas áreas onde atuam de forma ilegal.

Os encontros nos ministérios foram articulados pelo senador Zequinha Marinho (PSC-PA), conhecido por defender madeireiros e garimpeiros e por se referir a fiscais ambientais como "servidor bandido e malandro", conforme declarações que já fez ao comentar ações de combate ao crime que atua na floresta.

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Nesta semana, com apoio do senador, representantes dos garimpeiros passaram pelos ministérios da Justiça, Meio Ambiente, Segurança Pública, Minas e Energia, Direitos Humanos e a Advocacia-Geral da União. "O assunto foi pedido de providências contra ações ilegais e abusivas da fiscalização federal contra o povo garimpeiro na Amazônia", diz uma das lideranças dos garimpeiros. "Queria agradecer aqui o apoio do senador Zequinha Marinho, que esteve sempre presente, marcando essa audiência para nós aqui, que pudesse dar voz à nossa classe garimpeira."

A reportagem questionou o senador sobre qual foi, exatamente, o tipo de apoio dado aos garimpeiros. Por meio de nota, Zequinha Marinho afirmou quer "age com o propósito de resolver os conflitos na região", disse que é "contrário à ilegalidade" e que "tem buscado um entendimento entre autoridades e pequenos mineradores para regulamentar a atividade em bases sustentáveis".

Segundo o senador, sua atuação "se deu unicamente em marcar audiências nos ministérios para que o grupo pudesse colocar suas argumentações e, juntamente com as autoridades, encontrar um caminho para distensionar o conflito e assegurar a regulamentação da atividade em bases sustentáveis".

Zequinha Marinho é próximo de pessoas como Jassonio Costa Leite, empresário de Tocantins que foi um dos principais alvos da operação da Polícia Federal em julho do ano passado. Jassonio, que foi chamado pelo Ibama de "chefe do esquema criminoso" de grilagem de terras indígenas na Amazônia, já foi multado em nada menos que R$ 105,5 milhões pelo órgão federal, por ter desmatado uma área equivalente a mais de 21 mil campos de futebol em uma terra indígena no Pará.

As reuniões de garimpeiros em Brasília ocorrem após uma série de fechamentos de estradas realizadas no Pará. Na semana passada, eles fizeram um bloqueio do tráfego na Transamazônica, o qual acabou em conflito com agentes policiais. Houve uso de bombas de gás lacrimogêneo para dar fim à mobilização que interrompia o fechamento da estrada. Uma semana antes, os garimpeiros já tinham fechado a BR-163, principal rota rodoviária de soja do País.

Em seus protestos, os garimpeiros reclamam de ações previstas em lei, apesar de alegarem que se trata de atos inconstitucionais. A destruição de máquinas e equipamentos é uma ação legal previsto no artigo 111 do Decreto 6514/2008, publicado pela Casa Civil da Presidência da República. Esse decreto estabelece as ações em caso de infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, além do processo administrativo federal para apuração destas infrações.

No uso do seu poder de polícia, o agente ambiental pode adotar medidas como "destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos e instrumentos da infração".

Por lei, essa medida deve ser adotada para evitar "uso e aproveitamento indevidos nas situações em que o transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias". Outro motivo é que a eventual remoção possa "expor o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização". Não há, portanto, nenhuma irregularidade nos atos que dão fim a máquinas e equipamentos usados no garimpo ilegal.

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu, nesta quinta-feira (17), com os ministros do governo para definir os que vão deixar os postos para disputar as eleições deste ano. O encontro, segundo informações do UOL, foi no Palácio do Planalto.

A expectativa é de que os ministros João Roma (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Damares Alves (Direitos Humanos), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura), Onyx Lorenzoni (Previdência e Trabalho), Gilson Machado (Turismo) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) deixem a gestão para concorrer a algum cargo.

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Nos bastidores, também há um movimento para que o ministro da Casa Civil, Braga Netto, também concorra, sendo o candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro.

Os ministros precisam deixar seus cargos até 2 de abril, quando encerra o prazo para a desincompatibilização.

 

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