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Após pressão popular, o superintendente da Sudene, João Paulo Lima e Silva, se posicionou sobre a operação instaurada pela Polícia Federal (PF) para apurar supostas fraudes no leilão ocorrido em 2008 que permitiu a compra do terreno do Cais José Estelita, no Centro do Recife. Na época, ele cumpria seu segundo mandato na Prefeitura do Recife pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

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Segundo João Paulo, a venda do terreno da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) para o grupo de empreiteiras não foi responsabilidade da gestão municipal, mas sim de competência exclusiva da União. Ele ainda reafirma que o Projeto Novo Recife, seja na versão antiga ou na atual, não foi proposto, discutido e tampouco aprovado durante seu mandato.

Confira a nota na íntegra:

Tendo em vista as notícias relativas à instauração, no âmbito da Polícia Federal, de inquérito onde se questiona aquisição do terreno de propriedade da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A), situado no Cais José Estelita, pelo Consórcio Novo Recife, venho esclarecer o que se segue.

O Município do Recife, à épóca, não teve qualquer participação na decisão relativa à venda do referido terreno, tampouco no procedimento licitatório destinado à sua alienação, ambos de competência exclusiva da União e regulados em lei federal. Cabia ao Município, assim como ao Estado de Pernambuco, apenas manifestar-se quanto a intenção em adquirir ou não o bem posto à venda pela União, para fazer face às dívidas daquela Companhia para com os seus acionistas e credores.

A decisão do Município de não adquirir o referido imóvel, cujo lance mínimo estabelecido foi de aproximadamente R$ 55 (cinquenta e cinco) milhões de reais, partiu do princípio de que a compra se apresentava excessivamente onerosa e que comprometeria recursos direcionados para outras obrigações constitucionais como educação e saúde.  Especialmente diante do fato de que o ente municipal possui competência constitucional para a ordenação do território, através da emissão de normas urbanísticas e ambientais que estabeleçam o adequado uso e planejamento do solo urbano, independentemente de quem seja o seu proprietário.

Desde a publicação da Lei de Uso e Ocupação do Solo em 1996, os diplomas mais importantes para o planejamento urbano da cidade foram editados na nossa administração, em especial a chamada Lei dos Doze Bairros (Lei nº 16.719/2001) e a lei complementar que reviu o Plano Diretor (Lei nº 17.511/2008).

O projeto Novo Recife, seja na versão antiga ou na atual, não foi proposto, discutido e tampouco aprovado na nossa gestão, a qual sempre se mostrou atenta à importância do controle e do planejamento urbano para o bem-estar da população do Recife.

Após a deflagração da Operação Lance Final na quarta-feira (30), os ativistas do Movimento Ocupe Estelita protocolaram um documento pedindo um posicionamento do prefeito Geraldo Julio, para que até as 19h desta quinta-feira (1°) anuncie a anulação dos processos que envolvam o Projeto Novo Recife. A Operação Lance Final, deflagrada pela Polícia Federal, investiga fraudes existentes no leilão do terreno do Cais José Estelita, comprado pelo Consórcio Novo Recife.

Entre as cobranças dos ativistas estava o cancelamento da reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano, marcada para acontecer na sexta-feira (2), que analisaria o redesenho do projeto feito pelo consórcio. A Secretaria de Planejamento Urbano informou nesta manhã que a reunião foi adiada e não há data para a realização da mesma. A justificativa do adiamento é mesmo a Operação Lance Final. “Mas não queremos o adiamento, queremos o cancelamento, porque esse processo é ilegal, fraudulento e corrupto desde o seu início”, acusou a ativista Gabriela Soares em coletiva convocada nesta quinta-feira.

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Ainda hoje o Movimento Ocupe Estelita fará uma passeata no centro do Recife. O protesto começará às 16h na Praça do Derby e o roteiro será decidido na hora, durante assembleia. 

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Operação Lance Final - Investigações da Polícia Federal apontaram fortes indícios de fraude no caráter competitivo do leilão do terreno do Cais José Estelita. Houve falta de critérios na habilitação das empresas interessadas no pregão e descumprimento de prazos legais. O terreno foi comprado por R$ 55 milhões, valor cerca de R$ 10 milhões abaixo do que valia. Estão sendo investigados crimes de tráfico de influência, uso de documento falso, corrupção ativa e passiva.  

Consórcio - A assessoria da Secretaria de Planejamento Urbano informou que o adiamento da reunião do CDU tinha sido tomado devido à operação da Polícia Federal, para que se aguardasse o decorrer do caso. Através de nota, o Consórcio Novo Recife disse que foi o responsável pela solicitação de cancelamento, feita ao secretário de Mobilidade e Controle Urbano João Braga. 

Segundo o consórcio, a direção solicitou o adiamento até que os fatos ocorridos na quarta-feira sejam totalmente esclarecidos. “A direção ressalta, ainda, a lisura do processo do leilão de venda do terreno no Cais José Estelita e que está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento”, disse na nota. 

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (30), uma operação para apurar supostas fraudes no leilão ocorrido em 2008 que permitiu a compra do terreno do Cais José Estelita, no Centro do Recife. A suspeita é de que o Consórcio Novo Recife arrematou o terreno por um preço inferior ao do mercado em quase R$ 10 milhões. A Caixa Econômica Federal, realizadora da venda pública, afirma que ela ocorreu de forma legal.

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O banco público se posicionou sobre a investigação da PF por meio de nota, onde afirma que o processo licitatório transcorreu dentro da legalidade e de acordo com a legislação vigente à época.

Confira abaixo o comunicado na íntegra

Com relação à operação “Lance Final” da Polícia Federal, a Caixa Econômica Federal esclarece que atuou exclusivamente como representante legal da União no leilão do terreno do Cais Estelita (PE) em 2008. O processo licitatório realizado pelo banco transcorreu dentro da legalidade e de acordo com a legislação vigente à época.

A Caixa ressalta que o leilão já foi objeto de investigação pelo Ministério Público Federal (MPF). O Inquérito Civil Público foi arquivado pelo órgão diante da ausência de ilegalidade. A Caixa está à disposição das autoridades competentes para contribuir com as investigações.

Um processo de licitação repleto de irregularidades no arremate do terreno do Cais José Estelita, é o que aponta a operação Lance Final, da Polícia Federal, deflagrada nesta quarta-feira (30). “Há fortes indícios de fraude no caráter competitivo do leilão”, repetiu diversas vezes durante coletiva o superintendente da Polícia Federal Marcello Diniz Cordeiro. Além desse crime, ainda estão sendo investigados possíveis crimes de tráfico de influência, uso de documento falso, corrupção ativa e passiva.

Entre as irregularidades do leilão realizado em 2008, está o valor pelo qual o terreno foi vendido: R$ 55 milhões. O preço estaria abaixo do valor do mercado, que seria de cerca de R$ 65 milhões, segundo levantamento de consultoria contratada para avaliar o custo do espaço.

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De acordo com a delegada Andrea Pinho, responsável pela operação, também não houve condições para que outras empresas participassem do processo licitatório. “Os prazos previstos na lei da licitação não foram obedecidos”, cita ela. As duas fases que vão desde a abertura do edital até a realização do leilão deviam ter o prazo de 15 dias cada, mas a primeira teve só oito dias e a segunda mais cinco dias. Ou seja, um processo que devia ter durado 30 dias foi resolvido em 13.

O próprio edital estava bastante “inovador”, como definiu a chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado Carla Patrícia durante a coletiva. Por exemplo, o edital não possuía o nome “edital” no documento nem a numeração referente ao terreno leiloado. Também faltavam informações claras sobre o objeto do pregão, como tamanho da área. 

No fim das contas, apenas o Consórcio Novo Recife participou do leilão, oferecendo o valor mínimo, de R$ 55 milhões. Entretanto, ela não foi a única empresa interessada. A Jamaris Empreendimentos Negócios e Participações também queria se habilitar na disputa. “Ela foi desabilitada por critérios subjetivos. Disseram que ela tinha um baixo capital social, mas ela tinha o mesmo capital da empresa vencedora da licitação”, lembra Andrea Pinho. Quando a Jamaris tentou recorrer à Caixa Econômica Federal, responsável pela contratação da empresa do leilão, o pregão já havia ocorrido, de tão rápido que foi o processo de licitação.

Um outro aspecto estranho no processo foi destacado pela delegada. A habilitação ou desabilitação de um concorrente era decidida por apenas uma pessoa, o Sr. Jacques. “Não havia nem sobrenome da pessoa no documento”, diz Andrea Pinho, com tom de surpresa. O misterioso Sr. Jacques está sendo investigado pela Polícia Federal em São Paulo. A polícia cumpre mandando de busca e apreensão na sede do Consórcio Novo Recife, no bairro do Pina, na zona sul, e também na sede da Milan Leilões, em São Paulo, empresa responsável por fazer o pregão. 

No Recife, estão sendo apreendidas principalmente mídias, como HD de computador. A partir desta quarta, pessoas também vão ser intimadas a depor  na sede da superintendência regional da Polícia Federal. Não foram divulgadas as identidades das pessoas intimadas. Outros envolvidos estão sendo ouvidos na capital paulista. O objetivo principal é identificar se todas as irregularidades estão ligadas a um favorecimento ao Consórcio Novo Recife. 

Outro objetivo da Polícia Federal é recuperar o prejuízo de R$ 10 milhões sofridos pela União. A PF solicitou o sequestro do terreno adquirido pelo consórcio, como garantia, mas o pedido ainda não foi deferido.

Leia abaixo a nota enviada pelo Consórcio Novo Recife:

Recife, 30 de setembro de 2015 – Em atenção à operação realizada pela Polícia Federal na sede do Consórcio Novo Recife, no Pina, a empresa vem a público fazer o seguinte esclarecimento:

- Inicialmente, deve ser lembrado que a legitimidade do leilão de venda do terreno no Cais José Estelita já foi exaustivamente examinada em diversas instâncias no âmbito judicial e administrativo. Em todas elas não foram encontradas irregularidades;

- O leilão, aberto para todo o Brasil, foi realizado de maneira lícita pela Caixa Econômica Federal, em 2008. O Consórcio Novo Recife adquiriu o terreno no Cais José Estelita por um valor superior ao mínimo determinado pelo edital do leilão;

- Desta forma, a direção do Consórcio não tem nada a opor à investigação realizada pela Polícia Federal. Pelo contrário, avalia esse fato como uma oportunidade para esclarecer, em definitivo, qualquer questionamento com relação ao leilão de venda do terreno no Cais José Estelita.

- Para tanto, coloca-se à disposição para fornecer qualquer documento ou informação que venha a ser solicitada pela Polícia Federal.

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A Polícia Federal está investigando uma provável fraude no leilão do terreno do Cais José Estelita, arrematado pelo Consórcio Novo Recife. Nesta quarta-feira (30), a operação, intitulada Lance Final, está cumprindo dois mandados de busca e apreensão na sede do consórcio, localizado na Avenida Domingos Ferreira 467, no bairro do Pina, zona sul do Recife, e na Milan Leilões, em São Paulo-SP, responsável pela realização do terreno.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em março deste ano. Foram obtidas evidências de fraudes ao caráter competitivo no leilão, o que configura crime previsto na lei das licitações (Artigo 90 da Lei 8.666/93).

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No leilão, o Novo Recife conseguiu arrematar o terreno do Estelita, por um preço cerca de R$ 10 milhões inferior ao valor de mercado. As diligências da operação ainda apuram outros crimes associados, como tráfico de influência e corrupção ativa e passiva. Também foi requerido pela Polícia Federal à Justiça Federal o sequestro do imóvel arrematado, para garantir o ressarcimento do referido prejuízo.

O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) solicitou que o Tribunal Regional Federal da 5ª Região reconsidere a suspensão conquistada pelo Consórcio Novo Recife de decisão proferida em junho, que convocava entidades com conhecimento técnico para elaborar estudo sobre o impacto do Projeto Novo Recife, que prevê a construção de 13 torres de até 40 andares em terreno no Cais José Estelita, na área central do Recife. O estudo focava especificamente em relação à visibilidade e ambiência dos bens tomados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e em área de vizinhança do terreno do pátio ferroviário onde está previsto o empreendimento.

Para o MPF, a alegação do Consórcio Novo Recife para conseguir o recurso de que a fase processual de produção de prova já teria sido enterrada é falaciosa, visto que o próprio consórcio requereu inspeção técnica após o suposto “encerramento” do processo. 

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Em junho, a Justiça Federal convocou a Universidade Federal de Pernambuco, a Universidade Católica de Pernambuco, o Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia para se pronunciarem sobre os valores que justificaram a proteção dos bens tombados no bairro de São José, bem como a proteção da visibilidade e ambiência no local e entorno de cada um. Outras entidades dotadas de conhecimento técnico e representatividade social também poderiam ser indicadas pelas partes do processo, segundo o MPF.

Outras diligências também foram determinadas, por conta da recente inscrição da parte operacional do Pátio Ferroviário das Cinco Pontas na lista do patrimônio ferroviário, que pode causar alterações no empreendimento Novo Recife. O MPF destaca que é preciso averiguar a possibilidade de criação dos acessos viários sobre a linha férrea valorada. Ainda de acordo com o órgão, a convocação de corpo técnico externo às partes do processo poderia favorecer qualquer uma delas, inclusive o próprio consórcio.

Má-fé – No requerimento, além do MPF pedir que o recurso do Novo Recife seja desprovido, mantendo-se a decisão judicial de junho, o órgão também requer que seja aplicada multa por litigância de má-fé, devido à alteração da verdade dos fatos pelo consórcio em seu recurso.

Com informações da assessoria 

Recentemente, a Justiça Federal aceitou os argumentos do Ministério Público Federal (MPF), em Pernambuco, para negar pedido do Consórcio Novo Recife para que fosse impugnada recomendação que o MPF expediu em fevereiro para que o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) adotasse medidas para o tombamento do Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, situado no Cais José Estelita, no Recife, e do sistema de transporte ferroviário a ele interligado.

A Justiça considerou que o objeto da recomendação, o tombamento, é diferente do que é tratado na ação civil pública ajuizada pelo MPF em 2013, contra o Iphan, o município e o Consórcio Novo Recife. Caso fosse acatado o pedido de impugnação, como descreve a decisão, ocorreria “controle prévio do que pode ser levado ao Judiciário, ou seja, incorreria em manifesta inconstitucionalidade”.

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Na decisão judicial, é destacado que a poligonal de entorno da área foi fixada pelo Iphan na década de 80, em um contexto em que as técnicas de construção não permitiam torres semelhantes às projetadas para o Novo Recife. A própria autarquia, inclusive, iniciou estudo sobre a revisão da poligonal em 2007.

Nesta semana, a justiça solicitou o posicionamento de algumas entidades. Na ocasião foi solicitado, que entidades com conhecimento técnico prestem informações à Justiça, considerando a complexidade da causa. Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Católica de Pernambuco, Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia deverão se pronunciar sobre os valores que justificaram a proteção dos bens tombados, bem como a proteção da visibilidade e ambiência no local e entorno de cada um desses bens.

Além disso, também deverão ser confrontadas graficamente as edificações existentes no local e as projetadas, para analisar o impacto do Novo Recife sobre a visibilidade dos bens tombados. Outras entidades dotadas de conhecimento técnico e representatividade social podem ser indicadas pelas partes do processo.

Quanto à atuação do advogado Francisco de Queiroz Bezerra Cavalcanti , a Justiça negou pedido do MPF para que fosse recusada a sua atuação. O advogado foi contratado pelo Consórcio Novo Recife para defendê-lo na ação em trâmite na Justiça Federal. Os procuradores da República Mona Lisa Ismail e Alfredo Gonzaga Falcão Jr., que contraditaram o pedido do Consórcio Novo Recife, também argumentaram que o advogado é desembargador federal aposentado há menos de um ano e atuava no Tribunal Regional Federal da 5ª Região. A atuação desrespeitaria artigo da Constituição Federal que veda o exercício da advocacia por juízes por três anos após aposentadoria.

* Com informações da assessoria de imprensa

Mais um novo capítulo para o polêmico Projeto Novo Recife. Dessa vez, a Justiça Federal de Pernambuco (JFPE) quer saber se a construção de novas edificações no Cais José Estelita vai atingir ou prejudicar a visibilidade da paisagem na área. Para isso, o órgão solicitou que a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), o Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) se pronunciem sobre quatro pontos.

Entre as explicações solicitadas pelo juiz federal titular da 21ª Vara Federal, Francisco Antônio de Barros e Silva Neto, estão: os valores de cunho histórico e artístico que justificaram a proteção dos bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no bairro de São José e qual a leitura possível de cada um destes bens, apesar da degradação do local; com relação às interferências visuais já existentes, se há ainda paisagens e perspectivas que não estejam contaminadas pelas edificações do seu entorno, e que por isso devam ser protegidas, com o fim de garantir a visibilidade e a ambiência de cada um dos bens tombados; se é possível, mediante ferramentas gráficas, projetarem-se tridimensionalmente as edificações já existentes no local, confrontando-as com as projetadas (as que poderão ser construídas), de modo a se estimar em que medida as novas construções vão repercutir na visibilidade dos bens tombados; e se a construção de novas edificações no Cais José Estelita, com as especificações e volumes indicados no projeto Novo Recife, atinge e prejudica alguma das visadas e perspectivas, que devem ser protegidas, com o intuito de garantir a visibilidade dos bens tombados.

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"Fotos presentes nos autos demonstram o ruído provocado pelas ditas “torres gêmeas” sobre a ambiência do Forte das Cinco Pontas, contaminando parcialmente as visadas de quem se encontra em seu pátio e busca o leste, justamente em um dos sentidos defensivos para os quais o forte foi construído. Embora obviamente não estejam em julgamento tais edificações, tal fato indicia a necessidade de uma análise mais detida deste tópico. Deve-se aferir se o projeto em tela afeta ou não a visibilidade dos bens tombados no bairro de São José e, portanto, se respeita ou não o art. 18 do Decreto-Lei n. 25, de 1937", apontou o magistrado, segundo informações da assessoria de imprensa.

Segundo o artigo, "sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a multa de cinquenta por cento do valor do mesmo objeto".

Além disso, o magistrado solicita o esclarecimento ao IPHAN, no prazo de 15 dias, a partir da data da intimação, se a área operacional do pátio das Cinco Pontas foi inscrita na Lista do Patrimônio Ferroviário e, em caso positivo, se autoriza as medidas mitigatórias previstas para o local. Já o Consórcio Novo Recife deve apresentar, no prazo de cinco dias, cópia da última versão do projeto arquitetônico do empreendimento, com a localização de cada edificação e sua volumetria.

Com informações da assessoria de imprensa

Depois de um pouco mais de 15 dias da aprovação do Projeto de Lei n° 08/2015 – conhecida como Projeto do Novo Recife, a Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores em Recife, se reuniu e deliberou expressar em público ser contrária a proposta. Em nota, o partido defendeu o movimento social urbano Ocupe Estelita e enumerou explicações sai sua decisão. 

Confira abaixo os oito pontos expostos pelo PT:

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1 – O terreno onde se busca a implantação do projeto em questão, era patrimônio da Rede Ferroviária Federal – RFFSA. Por sua localização na área central da Região Metropolitana, havia sido considerado passível de uma proposta de urbanização definida no projeto Recife-Olinda, parte do Plano do Complexo Turístico Cultural Recife-Olinda e cujo objetivo era impulsionar o desenvolvimento da Região, a partir do turismo cultural.

2 – Com a parceria entre os Governos Federal, Estadual e as Prefeituras de Recife e Olinda, se conseguiu avançar em termos da proposta de urbanização da área, mas se encontrou dificuldades para a montagem da operação urbana necessária, em virtude do terreno do Cais José Estelita estar vinculado a garantias de dívidas previdenciárias deixadas pela RFFSA, de acordo com as informações fornecidas à época, e sua cessão só poder ser realizada mediante o pagamento do seu valor de mercado.

3 – Posteriormente houve uma tentativa do Governo Estadual de obter a cessão do terreno para o Estado onde seria construído um centro administrativo do governo, tentativa também frustrada pelas mesmas razões citadas anteriormente. O referido terreno foi leiloado pela Caixa Econômica, em 03 de outubro de 2008, conforme edital publicado no Diário Oficial da União quinze dias antes (22/09/2008), caderno 3 página 53, tendo sido arrematado em lance único pelas empresas patrocinadoras do Novo Recife.

4 – Durante os 12 anos dos governos de Prefeitos petistas na cidade do Recife, vários foram os avanços em termos de legislação urbana, na perspectiva de uma cidade mais humana. Teve início no primeiro ano da gestão com a lei nº 16.719 /2001, também conhecida como a lei dos 12 bairros. Em seguida, foi aberto um amplo processo de discussão do Plano Diretor Participativo, cujas linhas gerais foram aprovadas na Conferência da Cidade, tendo sido convertido na lei 17.511/2008, incorporando inúmeros instrumentos modernos de gestão urbana, que tem contribuído para uma melhor qualidade do espaço urbano.

5 – Foi também nesse período que foram invertidas as prioridades, governando para todos, porém priorizando os mais carentes. Melhorou a qualidade de vida no Recife: Criação de um modelo de defesa civil; Uma política habitacional que promoveu a construção de novas moradias, removendo antigas palafitas; Novos espaços de convivência: Academias da cidade, Recuperação e construção de novas praças, mais parques públicos, espaços de esporte, lazer e cultura. Melhorou a mobilidade urbana, com avanços no transporte e novos sistemas viários e cicloviários. Uma cidade sendo construída com a participação popular, através do OP e das diversas conferências. O Recife conheceu o modo petista de governar, cujas conquistas daquele período ainda são o que de mais moderno é oferecido atualmente.

6 – Essas e outras decisões de nossos governos mudaram o Recife porque foram construídas com o diálogo e a participação da sociedade organizada e de seus movimentos. Ocorreram em meio a debates democráticos e polêmicos como quanto ao Projeto Novo Recife.

7 – Posteriormente, essa prática democrática foi secundarizada pela atual gestão, sobretudo quando movimentos sociais importantes como o Ocupe Estelita e diversas instituições, como o MPPE, reivindicaram a reformulação do projeto, a partir da necessidade de aprovação de plano específico para a área, como prevê o Plano Diretor

8 – O encaminhamento para a Câmara Municipal do Recife do Projeto de Lei do Plano Específico, que engloba o Bairro do Cabanga, o Cais José Estelita e o Cais de Santa Rita, foi de inteira responsabilidade da atual gestão, com sua aprovação sendo conduzida pelo Presidente da casa de forma extremamente açodada e anti-democrática, restringindo a menos de 2 meses o tempo total de debate naquela casa, sobre matéria tão polêmica e que afeta áreas sensíveis da região central da cidade, inclusive um bairro inteiro, o Cabanga. O projeto de Lei do Executivo foi protocolado no dia 23 de Março desse ano e sancionado pelo Prefeito no dia 4 de maio.

Face ao exposto, a Executiva Municipal vem a público, Externar seu respeito ao movimento Ocupe Estelita e sua luta por uma cidade mais humana, justa, igualitária e fraterna, com a qual o PT sempre se identificou; Repudiar toda e qualquer tentativa de criminalização do movimento e de querer responsabilizar o Partido e nosso governo por aquilo que não fizemos. As mobilizações, ao contrário, criaram condições políticas para ajustes e adequações do Projeto Novo Recife, a partir da discussão do atendimento às exigências do Plano Diretor.

Reconhecer como correta a estratégia da nossa bancada de vereadores de se retirar da sessão da Câmara Municipal que aprovou o Plano Específico para a área do Cais José Estelita, uma votação considerada ilegítima. Atuar junto com a bancada municipal unindo esforços no sentido de reabrir o debate sobre o Projeto Novo Recife, para que sejam introduzidas as mudanças necessárias que busquem contemplar as demandas dos recifenses e do movimento social que lutam por uma cidade mais humana, democratizando o debate sobre a regulamentação do Plano Diretor, a exemplo do Plano da Vila Naval, buscando equilibra o desenvolvimento da cidade para atender às demandas da população, com a preservação da qualidade de vida.

Colocar-se à disposição para apoiar essa luta, estreitando o relacionamento com nossa militantes que têm feito parte de todo esse processo. 

Recife, maio de 2015

Oito dos nove vereadores que se retiraram da sessão da Câmara do Recife no último dia 4 de maio, durante a votação do Projeto de Lei do executivo (PLE08/2015), que trata do Plano Urbanístico para o Cais José Estelita, Cabanga e Cais de Santa Rita, entraram com um mandato de segurança nesta segunda-feira (18), Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). No documento, os parlamentares solicitam a anulação da votação. 

O protocolo na Justiça foi feito pela vereadora Marília Arraes, dissidente do PSB, mas são signatários do documento os vereadores Jurandir Liberal (PT), Osmar Ricardo, Jairo Brito, Luiz Eustáquio e Henrique Leite, todos do PT, além de Isabella de Roldão (PDT) e Antônio Luiz Neto (PTB). 

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"O nosso direito é bom. Esperamos que a Justiça seja sensível e corrija esta aberração antidemocrática que foi todo o processo de aprovação desta lei arbitrária e autoritária, digno do modus operandi de Geraldo Julio e do atual núcleo duro do PSB", disparou Arraes. 

O mandado de segurança pede a nulidade da votação ocorrida no dia 4 de maio porque, de acordo com o Regimento da Câmara Municipal do Recife, o projeto de lei 008/15 deveria ter sido lido na íntegra, bem como seus pareceres, e discutido durante a sessão.

No documento de dez páginas, os vereadores relatam todo o trâmite de análise do PLE, desde seu encaminhamento por parte do Poder Executivo à Câmara do Recife no dia 23 de março, até a sua aprovação no dia 4 de maio. “É de domínio público e de conhecimento notório que o aludido Projeto de Lei trata de matéria bastante controversa em nossa Cidade, pois envolve alteração em área de grande importância e com consequências irreversíveis de ordem ambiental, urbanística, cultural, histórica e política”, cita o texto. 

O mandato de segurança também explica a ausência dos vereadores de oposição do plenário. “Não podendo tolerar ou pactuar com tais vícios no processo legislativo, os Impetrantes foram obrigados a se retirar da sessão, como medida de protesto, sob o fundamento de que não podiam participar de votação de matéria legislativa sobre a qual os parlamentares não estavam devidamente esclarecidos, tendo em vista que não houve debate suficiente na Câmara, nem foi possível encaminhar a votação de forma clara e precisa”, alega os parlamentares no documento. 

Dissidente do PSB, a vereadora do Recife, Marília Arraes, subiu na Tribuna da Câmara de Vereadores nesta quarta-feira (6) para anunciar o início de sua licença maternidade. Grávida de quase noves meses, a parlamentar aproveitou o momento de despedida para criticar o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) e aprovação do Projeto de Lei 08/2015 que contempla o Plano Urbanístico do Cais José Estelita, Santa Rita e Cabanga.

Demonstrando alegria pelo quase nascimento de seu filho ou filha, já que não revelou o sexo da criança, Arraes frisou permanecer na ativa. “Fico feliz de vir aqui nesta quarta-feira, apesar de o plenário está um pouco esvaziado, para anunciar que estou iniciando hoje a minha licença maternidade e apesar de agora a gente ficar só esperando o nascimento do meu filho ou da minha filha, nós continuamos na ativa”, prometeu em vídeo divulgado no seu Facebook. 

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Apesar da satisfação em ser mãe, a vereadora aproveitou o discurso para criticar a aprovação do PL 08/2015. “(...) E ao mesmo tempo lamentar, que eu precise me ausentar neste momento. Momento tão polêmico, até porque nós iremos votar? Mas votar em que? Que não foi discutido! Será que isso é certo para a nossa cidade? A gente dar o nosso voto sem haver discussão, um esclarecimento? Sem as pessoas puderem presenciar? Isso não seria correto com a cidade do Recife e por isso eu apoiei a decisão de deixar o plenário para que a gente protestasse pela forma que tudo vinha sido conduzido”, justificou. 

As críticas de Marília Arraes não pouparam o prefeito do Recife. “E o chefe do Poder Executivo não dá um pronunciamento, o que é que isso significa? Será que isso não é um prefeito de forma? Será que essa é a forma correta? Quem age desta maneira, quem age da forma que a Câmara de Vereadores agiu aqui, desrespeitando os direitos de nós parlamentares”, pontuou a parlamentar. A vereadora também se colocou à disposição para auxiliar no que for preciso caso haja alguma forma de anular o ocorrido na última segunda-feira (4). "Se houver uma maneira legal de recorrer contra o que ocorreu aqui na segunda-feira, eu assinarei", disse.

Depois das mobilizações populares no Recife de vários movimentos sociais, inclusive do Ocupe Estelita e dos Direitos Urbanos, contrários à aprovação e sanção do Projeto de Lei nº 8/2015, que trata do Novo Recife, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, protocolou, nesta quarta-feira (6), um pedido para realização de uma audiência pública. A ideia do petista é que o debate seja feito de forma interativa e conjunta com as Comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa e de Desenvolvimento Regional e Turismo para discutir o tema e buscar alternativa para o impasse.

De acordo com o senador, a audiência pretende auxiliar o entendimento da proposta e discutir o futuro da capital pernambucana. “Espero, sinceramente, que possamos ajudar a construir um sólido entendimento que atenda, fundamentalmente, ao Recife e àquilo que os recifenses pretendem dele para o futuro. E que se consiga construir, com todos, uma cidade para todos”, justificou em discurso na tribuna do Senado.

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Segundo Humberto, faltou “diálogo” no envio e na tramitação legislativa do projeto. O senador criticou ainda a forma como foi conduzido o processo, especialmente na Câmara Municipal do Recife. Na última segunda-feira (4), 22 vereadores da base do prefeito Geraldo Julio (PSB) aprovaram a matéria que foi colocada em votação extrapauta. Manifestantes contrários ao projeto foram proibidos de acompanhar a sessão e as portas da Casa Legislativa foi fechada

“A Câmara Municipal do Recife agiu contra o espírito democrático ao cercear o debate sobre um tema dessa magnitude. Ignorou o parecer da sua Comissão de Meio Ambiente, que nem levou à discussão. Ignorou ofício do Ministério Público de Pernambuco para que o projeto voltasse às instâncias iniciais e fosse discutido por uma câmara técnica e, principalmente, ignorou a enorme mobilização de diversos setores da sociedade recifense que não aceitam que o projeto seja empurrado goela abaixo na cidade”, pontuou.

Concorrente de Geraldo Julio nas últimas eleições municipais no Recife, Humberto Costa questionou ainda a postura do prefeito que decidiu sancionar a matéria de São Paulo, logo após a aprovação. “Em suma, não foram necessárias mais que cinco horas para se votar e sancionar uma medida que pode modificar, de maneira irremediável, a paisagem urbana do Recife. Isso – volto a dizer – independentemente do que se pensa sobre o tema, não poderia ser votado, aprovado e sancionado da maneira açodada como foi”, disparou o parlamentar. 

Está programado para a próxima quinta (7), o segundo ato "Salve o Estelita", movimento criado por ativistas contrários ao projeto Novo Recife, que prentender remodelar o Cais José Estelita. A concentração está marcada para as 16h no coreto da Praça do Derby, região central do Recife. Cerca de 1.000 pessoas confirmaram presença pelas redes sociais até às 11h20 desta quarta (6).

Integrantes do Movimento Ocupe Estelita começaram a se concentrar, por volta das 16h desta terça-feira (5), na Praça do Quartel General, próximo da Câmara dos Vereadores, no Centro do Recife. A manifestação foi organizada após o prefeito Geraldo Julio sancionar o Projeto de Lei do Plano Específico do Cais José Estelita, Santa Rita e Cabanga. Os manifestantes percorreram várias ruas da cidade e chegaram a fazer um protesto no Shopping Rio Mar, na zona sul da capital pernambucana.

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Nesta terça-feira, a Prefeitura do Recife divulgou uma nota sobre o Projeto de Lei. No documento a gestão municipal afirma que a aprovação “por unanimidade na Câmara Municipal do Recife, instituindo Plano Específico para o Cais de Santa Rita, Cais José Estelita e Cabanga, encerra um processo de amplo debate com os diferentes segmentos da sociedade”.

Segundo a organização do movimento, mais de 3 mil participaram do ato. No entanto, a PM estimou em 500 o número de manifestantes. "O Ministério Público havia recomendado ao Prefeito Geraldo Julio que retirasse a PL 008/2015 da Câmara e retornasse ao Conselho das Cidades, entendendo as muitas irregularidades que conduziram o processo. Exigimos o cumprimento da recomendação do MPPE pelo prefeito e o estabelecimento de uma mesa de negociação entre o Movimento, a Câmara dos Vereadores, o MPPE e a prefeitura para a anulação da votação e da sanção do Projeto de Lei do Cais José Estelita", diz a descrição do ato em uma página do Facebook.

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou que plano urbanístico para a área do Cais José Estelita seja submetido ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e demais órgãos responsáveis. Segundo o MPF, “é fácil constatar, até mesmo para um leigo, que o plano urbanístico foi elaborado para se adequar ao Projeto Novo Recife”.

O plano urbanístico já está em tramitação na Câmara Municipal do Recife. O documento estabelece parâmetros para uso e ocupação não só do Cais José Estelita, mas também do Cais de Santa Rita e Cabanga, no centro do Recife. A apresentação de sua minuta em audiência pública foi alvo de críticas.

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No dia 17 de março foi homologada a inscrição do Pátio das Cinco Pontas na Lista de Patrimônio Cultural Ferroviário e, segundo o  MPF, o plano não leva este acontecimento em consideração. Foi expedido ao presidente da Câmara dos Vereadores, Vicente André Gomes, um ofício para que o projeto seja submetido previamente à consulta do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Superintendência Regional do Iphan e da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário do Iphan, em Brasília. 

O MPF também requisitou providências ao município do Recife para adequar o plano urbanístico à legislação de proteção do patrimônio ferroviário nacional no Cais José Estelita antes da sua conversão em lei, além de submeter todos os projetos de construção que envolvam a área operacional do Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, incluindo os projetos que compõem o empreendimento Novo Recife, à analise da Superintendência do Iphan em Pernambuco. A Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano já tinha dito, anteriormente, que a valoração do pátio como memória ferroviária reforçava e referendava o projeto de lei.

Especialistas convocados pelo MPF apontam que a proposta legislativa apresenta cláusulas dispondo sobre o patrimônio ferroviário sem prever a manifestação do Iphan, nem do DNIT ou da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).

O artigo 7° do Projeto de Lei n.8/2015 propõe a utilização dos materiais remanescentes do pátio ferroviário e sua integração aos monumentos existentes e equipamentos culturais a serem implantados. Já o artigo 3°, que divide o território em zonas, aponta que a área do trecho operacional do pátio deverá ser transformado em parque público, mas o MPF ressalta que não há qualquer menção à função operacional do trecho, atualmente cedido à concessionária Ferrovia Transnordestina Logística S.A.

Outro trecho do projeto questionado pelo órgão é o artigo 9°, que prevê vias para acesso de veículos e pedestres sobre a linha férrea, o que seria incompatível com a memória e a operação ferroviária. 

O MPF ressalta que segundo o regulamento dos transportes ferroviários, a ultrapassagem sobre ferrovias é medida excepcional e, por questões de segurança, incompatível com a operação de um pátio ferroviário, além de, segundo informações técnicas do Iphan, não estar de acordo com a preservação da memória ferroviária. Estas vias também estão previstas no Projeto Novo Recife como medida compensatória do impacto a ser gerado com a criação de 5 mil vagas de estacionamento. Caso a criação das vias não seja autorizada, o Novo Recife pode ser inviabilizado do ponto de vista urbanístico, destaca o MPF. 

Reintegração de posse - Na última sexta-feira (27), a procuradora da República Mona Lisa Ismail, que também assinou o ofício para a Câmara Municipal do Recife, participou de audiência de conciliação na Justiça Federal sobre a ação ajuizada pela Ferrovia Transnordestina contra o Consórcio Novo Recife pedindo a reintegração de posse da área, cercada no ano passado. 

Ainda no ano passado, o MPF havia requerido a concessão da liminar para retirada imediata das cercas, pois invadem área de domínio da ferrovia e foram colocadas sem autorização do Iphan que exigiu prévia pesquisa arqueológica para realização de qualquer obra, construção ou demolição em toda área onde deverá ser erguido o empreendimento Novo Recife. 

Na conciliação, o consórcio reconheceu a procedência do pedido e admitiu a invasão da área. De acordo com a decisão judicial, as cercas devem ser retiradas pelo grupo de empresas em até 60 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil.

Com informações da assessoria

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) inscreveu o Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, no Cais José Estelita, na lista da Memória Ferroviária Brasileira. A área contemplada pela decisão é a operacional, ou seja, não inclui a área vendida para a construção do Projeto Novo Recife.

O pátio pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com o trecho operacional sob responsabilidade da Transnordestina Logística. Após a homologação no Diário Oficial, o Iphan passará a ser o titular da área e deverá preservar a linha férrea, que não pode mais ser desconfigurada.

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A inscrição pode mudar a construção do plano urbanístico para as áreas do Cais de Santa Rita, Cais José Estelita e Cabanga, cuja minuta do projeto de lei foi apresentada - e bastante criticada - na última quinta-feira (19). Os críticos do projeto apontam que o plano previa o arruamento por cima das linhas férreas, o que não deve ser mais permitido. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, entretanto, o reconhecimento feito pelo Iphan reforça e referenda o projeto de lei que será encaminhado à Câmara dos Vereadores. A secretaria esclarece que está prevista na proposta a preservação do espaço público a partir da construção de um parque, visando a conservação histórica do local.

A presença do pátio como Patrimônio Ferroviário Cultural Brasileiro aconteceu após a solicitação de tombamento do Cais José Estelita por representantes do Movimento Ocupe Estelita junto ao Ministério da Cultura e Iphan, no último dia 12 de fevereiro. “Esse resultado mostrou que o pedido de tombamento do cais como um todo tem fundamento”, comenta a advogada Liana Cirne Lins, integrante do movimento.

De acordo com a diretora Betânia Correia, do Museu da Cidade do Recife, localizado no Forte das Cinco Pontas, a inscrição do Pátio das Cinco Pontas é motivo de comemoração. “É importantíssimo. Mas a lei é apenas um dos instrumentos de preservação. É preciso também contar à cidade a importância dessa memória”, sugere.

História – O Pátio das Cinco Pontas e sua estação marcam o início da Estrada de Ferro Recife-São Francisco. A estrada de ferro foi fundada em 1858 e é considerada a segunda do Brasil e primeira de Pernambuco. Devido à construção da via, foi construído, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o Túnel do Pavão, o primeiro túnel ferroviário do Brasil.

De acordo com o professor de história Carlos Bezerra Cavalcanti, a linha tinha o objetivo inicial de seguir até o São Francisco, em Paulo Afonso, na Bahia. O primeiro trecho ia até o Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. “No dia 22 de novembro de 1859, em sua viagem por Pernambuco, o Imperador Dom Pedro II fez uma viagem pela estrada até o Cabo”, lembra o professor.

 

Os trens faziam principalmente o transporte de passageiros, mas, com o tempo, passaram a transportar cargas, principalmente de cana de açúcar. A estrada teve importância nas ligações comerciais e sociais na região. 

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A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, convocou uma audiência pública na manhã desta quinta-feira (19) para apresentar a minuta do projeto de lei que define o plano urbanístico específico para o Cais José Estelita, Cais de Santa Rita e Cabanga, na Ilha de Antônio Vaz, no centro do Recife. O documento estabelece parâmetros para o uso e ocupação da área.

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O plano específico divide as áreas contempladas em dez zonas. As zonas 1, 3 (setor A) e 6 deverão ser destinadas à implantação de parques públicos, com programas contendo, minimamente, parques infantis, píeres, ciclovias e biblioteca púbica; zonas 2, 5, 7 e 9 (setor A) obriga o uso comercial e de serviço em, no mínimo, 20% do perímetro total do pavimento térreo das edificações. A zona 2, na área do Cais José Estelita, classificada como de renovação urbana, é  voltada para investimentos privados, com gabarito máximo de 137 metros. A minuta também coloca a continuidade da malha viária da Avenida Dantas Barretos e de ligações com o bairro da Boa Vista, visando garantir integração e permeabilidade.

Foram abertas 500 vagas para a sociedade civil participar do encontro, mas poucas pessoas estavam presentes, sendo a maioria delas integrantes ou simpatizantes do Movimento Ocupe Estelita. O horário da audiência foi um dos tantos pontos criticados pelos participantes. Segundo os que se manifestaram, convocar o evento para uma "quinta-feira de cinzas", às 8h30 (o encontro começou às 9h45, mais de uma hora depois do programado), indicava o interesse dos organizadores de que a sociedade não comparecesse.

De acordo com o integrante do Movimento Ocupe Estelita, Leonardo Cisneiros, o plano legitima os projetos privados. “Eles nos enviaram o plano e depois pediram para desconsiderar. Quando enviaram a versão definitiva, retiraram do documento justamente os pontos mais importantes”, comenta. Cisneiros destaca que na versão final foi tirada uma lista com 20 imóveis que deveriam ser preservados e a questão da cota de 10% de moradias sociais para os grandes empreendimentos. 

O representante do Ocupe Estelita também lembrou a reunião do Conselho das Cidades, ocorrida na última quinta-feira (12). “A prefeitura não conseguia responder as perguntas sobre as questões técnicas. Não existia estudo sobre a contagem de carros, saturação das vias, questão da infraestrutura, inflação fundiária...”, citou.

Leonardo Cisneiros também pediu a retirada do artigo 25 do plano, que diz: “Os projetos já aprovados poderão ser licenciados de acordo com a legislação vigente no ato de sua aprovação, podendo ser adequados à presente Lei mediante requerimento do proprietário, inclusive através de pedido de alteração durante a obra”. Para os projetos imobiliários já aprovados, o tópico deixa nas mãos do empresário a decisão de obedecer a minuta.

O artigo 25, inclusive, foi um dos pontos mais criticados durante a audiência. A advogada do Ocupe Estelita, Liana Cirne Lins, também pediu a retirada do trecho. “Com o artigo 25, projeto de lei e nada é a mesma coisa”, ela colocou. O representante do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), Alexandre Pacheco, também ofereceu como proposta a retirada do artigo. “É preciso ter coragem para apresentar a minuta do jeito que ela está”, disse Pacheco, provocando o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre, responsável pela apresentação do projeto.

Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, Roberto Montezuma, o planejamento urbano não está sendo construído de forma acertada. “É preciso fazer o diagnóstico da área, daí criar um plano urbanístico e só então fazer a minuta de lei. Mas apenas possuímos um diagnóstico em processo e uma lei em formação”, explica. Outro que esteve presente na audiência foi o presidente do Sindicato do Comércio Informal do Recife (Sintraci), Severino Souto. “Todo esse processo vai ter intervenção direta com o comércio popular, mas eles não esclarecem onde vai ficar o local para o comércio, não há discussão concreta”, pontua Severino, que contabiliza 6 mil comerciantes informais na área central da cidade. 

O secretário assumiu que a Ilha de Antônio Vaz carece de espaços públicos, mas reforçou que haverá quase 30 hectares de parques públicos. As contribuições apresentadas na audiência serão avaliadas, podendo causar o reajuste da minuta, que ainda precisa ser aprovada na Câmara dos vereadores.

Na semana passada, representantes do Movimento Ocupe Estelita protocolaram um pedido de tombamento do pátio ferroviário do Cais José Estelita no Ministério da Cultura, com base em informações técnicas do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).  Segundo Liana Cirne Lins, a área operacional do Pátio Ferroviário das Cinco Pontas está na iminência de ser incluída como patrimônio cultural ferroviário brasileiro, o que acarretaria em mudanças drásticas no Projeto Novo Recife, que prevê torres comerciais e residenciais no Cais José Estelita.

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Começou por volta das 9h10 desta quinta-feira (27) a audiência pública para apresentação do redesenho do projeto Novo Recife. A sessão estava marcada para o último dia 7 de novembro, mas foi adiada conforme decisão judicial, após uma ação popular movida pelos integrantes do Movimento Ocupe Estelita, contrários ao projeto.

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A audiência de hoje está sendo realizada no Clube Internacional do Recife, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. Além de seguranças, agentes do Batalhão de Choque também estão posicionados na entrada do local.

Após a apresentação mediada por representantes do Consórcio Novo Recife, será aberto um momento para questionamentos da população. Representando a Prefeitura do Recife (PCR), participam do debate o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre, e a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cida Pedrosa. 

O projeto divulgado nesta quinta já foi apresentado à imprensa, no dia 6 de novembro. Conforme o Consórcio, o espaço destinado à área pública foi ampliado de 45% para 65%. Um binário e vias transversais entre os blocos foram inseridos.

Em relação à mobilidade, o Novo Recife garante que quase dois quilômetros de ciclovia serão disponibilizados à sociedade recifense. Nos 101,7 mil m² do terreno, o Consórcio garante um aumento de novos quatro mil habitantes na área, com unidades residenciais de 14 tipologias distintas, variando de 34 a 282m², divididas em três grupos.

Relembre o caso

O terreno do Cais José Estelita - no qual estão armazéns de açúcar que registram parte da história do Recife - foi comprado em 2008, em um leilão realizado pela Caixa Econômica Federal. Mas foi em maio deste ano que o local virou alvo de holofotes, quando um grupo de ativistas, formado pelo Movimento Ocupe Estelita, resolveu acampar no entorno dos armazéns, logo após o início da demolição do Cais, para dar espaço ao Projeto Novo Recife.

O grupo passou 29 dias acampados no local e só deixou o espaço após reintegração de posse da Polícia Militar. No dia 17 de junho, a situação foi agravada: o Batalhão de Choque da PM usou bombas de efeito moral e spray de gás lacrimogênico para expulsar os ativistas do local. A violência, no entanto, não adiantou.

O grupo só deixou o local no dia 11 de julho. Logo após, a Prefeitura do Recife marcou reuniões com as empreiteiras para debater o assunto e a liminar que impedia a demolição do Cais foi cassada. Até o momento, o Projeto Novo Recife foi redesenhado duas vezes.  

Com informações de Alexandre Cunha

Estão abertas as inscrições para quem quiser participar da audiência pública do projeto Novo Recife. A novo data escolhida pela Prefeitura do Recife, após o cancelamento da primeira audiência, foi a de 27 de novembro, a partir das 9h, no Clube Internacional do Recife, bairro da Madalena. A partir desta quarta-feira (12), interessados em ir ao debate podem se inscrever, exclusivamente pelo site do Conselho da Cidade. A capacidade do local é de até 500 pessoas. 

As inscrições se encerram um dia antes da audiência, às 18h. Na ocasião, representantes do Consórcio Novo Recife apresentarão o redesenho do projeto, que foi divulgado em coletiva de imprensa, no último dia 6. A apresentação da audiência, com as informações sobre o redesenho, estão disponíveis no site do Conselho da Cidade. 

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O cronograma estabelecido para audiência é de que às 8h30 sejam realizados a recepção e o credenciamento dos participantes. Das 9h às 9h30, o Consórcio apresenta o redesenho do projeto e, até 13h, os inscritos poderão se pronunciar sobre o tema tratado na audiência. 

A Prefeitura do Recife anunciou no dia 30 de outubro que realizaria uma audiência pública para discutir o Projeto Novo Recife.  A reunião, marcada para 07 de novembro, infligiria à lei 16.745, que denomina o prazo mínimo de quinze dias entre a convocação e realização do ato. A vereadora Marília Arraes (PSB) aproveitou o mote e comentou o assunto na tribuna da Câmara do Recife. De acordo com a parlamentar, a prefeitura agiu de forma autoritária e acusou a atual gestão de não apresentar transparência na execução das suas propostas. 

“A antecedência mínima de 15 dias não foi respeitada. Além disso, a prefeitura não deu informações sobre prazos e condições para inscrição, tampouco divulgou a agenda básica da audiência. Ainda mais, não forneceu documentos capazes de subsidiar intervenções e apartes", cravou a vereadora, ressaltando que a falta de transparência do Executivo municipal prejudica toda a sociedade. “A qualquer tempo, uma opinião ou interesse que contraria as diretrizes políticas do poder executivo, pode sofrer uma manobra de boicote, como aconteceu na última sexta-feira”.  

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A audiência pública foi suspensa pela juíza Mariza Borges, da 3º Vara da Fazenda Pública. Com a decisão, a prefeitura precisa publicar uma nova data para a audiência, seguindo  a legislação.

Por conta do cancelamento da audiência pública da Prefeitura do Recife, o protesto marcado pelo Movimento Ocupe Estelita virou uma panfletagem, com intuito de deixar a população bem informada acerca do impasse do projeto Novo Recife. A distribuição de informativos ocorreu na tarde desta sexta-feira (7), em frente à Faculdade de Administração de Pernambuco (FCAP), mesmo local onde seria realizada a audiência. 

Cerca de 30 pessoas estiveram presentes na ação, que distribui panfletos para os motoristas da Avenida Sport Clube do Recife, no bairro da Madalena, zona oeste do Recife. “O nosso movimento de hoje tem como objetivo deixar todos bem informados. Apesar dos acontecimentos, muita gente ainda não sabe como funciona nosso processo”, disse Luana Varejão, integrante do Ocupe Estelita. Alguns integrantes do grupo seguravam faixas com as frases "Redesenho de mentira" e "A negociação é uma farsa".

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Depois da panfletagem desta sexta, o grupo pretende, ainda este mês, realizar um protesto. “No dia 16 (de novembro) vamos estar em frente ao Cais José Estelita para cobrar que o prefeito Geraldo Julio passe a agir dentro da legalidade”, informou o ativista Roger de Renor. A manifestação está prevista para começar às 11h.

A audiência pública marcada para esta sexta foi cancelada pela 3º Vara da Fazenda Pública, após o Movimento Ocupe Estelita mover uma ação popular afirmando que a reunião era ilegal. A informação da suspensão da audiência foi divulgada nesta manhã pela FCAP, que tinha alugado o auditório para o evento. 

 

 

 

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