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Depois de fazer desabafos durante os seminários “Todos por Pernambuco”, na semana passada em Araripina, Petrolina e Salgueiro, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) subiu, ontem, à tribuna do Senado. Em longo pronunciamento, afirmou que não tem culpa no cartório no esquema da operação Lava Jato, defendeu a memória do ex-governador Eduardo Campos e pediu pressa no seu julgamento.

Sobre as declarações do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o senador disse que teve com ele diversas reuniões e agendas, sempre para tratar de temas institucionais na condição de secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, no governo Eduardo Campos, e Costa como executivo da Petrobras.

“Como todos sabem, está sendo concluída uma grande refinaria em Pernambuco. Nenhum dos contratos para qualquer tipo de serviço na refinaria passou pelas minhas mãos. Todos, absolutamente todos, foram realizados exclusivamente pela Petrobras, sem qualquer gerência estadual”, afirmou, para acrescentar:

“Em 2010, não participei da coordenação da campanha à reeleição de Eduardo Campos. Portanto, nunca tratei de doações para aquela disputa com quem quer que fosse. Aliás, abro aqui um parêntese para fazer justiça a um amigo. Eduardo foi um gestor público sério, comprometido com as melhores causas democráticas e republicanas, e por isto mesmo deixou o governo com uma aprovação superior a 80%”, afirmou.

Fernando disse, ainda, que todas as contas dele foram devidamente analisadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. “Atacar Eduardo, agora que ele já se foi, é tentar macular a imagem de um grande líder que o Brasil perdeu de maneira tão precoce. Eduardo merece respeito pelo que foi e pelo que fez. As contradições nos depoimentos dos delatores são evidentes, e isso ficará demonstrado no curso das investigações”, assinalou.

PACOTE – O ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, foi chamado, ontem, a Brasília, tão logo proferiu palestra no Recife sobre os rumos da economia em 2015. Ele integra o grupo de ministros convocado pela presidente Dilma para discutir as manifestações de rua do último domingo e a reação do Governo. Entre as iniciativas que o Governo vai propor como ofensiva está o lançamento do pacote anticorrupção.

Na corda bamba – Há muita preocupação no Governo com o destino do ministro Cid Gomes (Educação). Ele não se desculpou nem retirou a afirmação de que há uns 400 deputados achacadores. Na semana passada, quando foi adiado seu depoimento na Câmara, a temperatura subiu. O governo teme que a situação fique insustentável quando ele for depor no plenário.

Críticas a Rosseto – De passagem ontem pelo Recife, o ministro Armando Monteiro disse que o Governo deveria ter usado apenas um ministro para falar após as manifestações e criticou Miguel Rosseto, secretário-geral da Presidência. “A manifestação de Rossetto foi uma tentativa de atribuir [os problemas] à crise internacional. Sou do governo, sou solidário, mas posso expressar minha opinião livremente. Rossetto tem a sua avaliação e eu tenho a minha”, afirmou.

Saiu da toca – Um dia após os protestos realizados em diversas capitais do País contra o governo federal, a presidente Dilma defendeu, em pronunciamento, a liberdade das manifestações e disse que "valeu lutar pela liberdade" e contra a ditadura militar. "Presto homenagem a todos os que lutaram contra o regime de exceção e pela democracia e pelo restabelecimento pelas liberdades democráticas", afirmou. Ela acrescentou que teve a "honra de participar da resistência à ditadura".

Nova agenda – O governador Paulo Câmara diz que as manifestações demonstraram "claramente a necessidade de ajustes". Segundo ele, é preciso discutir uma nova agenda para o País. "O Brasil assistiu manifestações que demonstram claramente a necessidade de ajustes, de humildade, de transparência e de muito diálogo. Tem que ser apresentada e discutida uma nova agenda para o País”, pregou.

CURTAS

DIÁLOGO – O vice-presidente Michel Temer, acha que em vez de se assustar com os protestos realizados nas principais cidades do País, o Governo tem de "aplaudir" a iniciativa popular. Para ele, as ruas sinalizam que o Executivo tem de dialogar com "muita humildade" com a população.

INSATISFAÇÃO – Ministros do PT ainda insistem que as manifestações tiveram adesão apenas dos que não votaram em Dilma. Os ministros de outros partidos, porém, deixaram claro, na reunião de avaliação com a presidente, que há uma insatisfação muito mais ampla e difusa contra o governo do que se imaginava anteriormente.

 

Perguntar não ofende: O novo Governo Dilma será de coalização ou de transição? 

Diante da intensificação dos protestos nas ruas contra o partido, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), considerou nesta segunda-feira, 16, que a legenda deve passar por uma processo de "auto renovação". Nesse domingo, 15, durante as manifestações realizadas em várias cidades do País, foram entoadas palavras de ordem contra o PT, partido da presidente Dilma Rousseff.

"Eu diria que o PT está vivendo hoje um momento de dificuldade e ele precisa reagir. Começou a reagir com a sua militância, mas essa reação precisa ter uma intensidade maior, inclusive dentro do partido. O PT precisa passar por um processo de auto renovação, precisa mudar, fazer com que a cultura interna do próprio partido se altere também", ressaltou o senador Humberto Costa.

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O petista discordou ainda da declaração do ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, de que as manifestações foram promovidas por pessoas que votaram contra a presidente Dilma nas últimas eleições de outubro do ano passado.

"Não [concordo]. Acredito que muita gente que foi às ruas ontem votou na presidente Dilma e está insatisfeita. Isso é normal, um segundo mandato passa sempre por um processo de altos e baixos. Estamos apenas iniciando o segundo mandato da presidente Dilma e com toda a certeza teremos condições, de superando esse momento de dificuldade, recompor esse apoio", afirmou.

O líder do PT no Senado considerou também que os protestos realizados contra o governo foi um sinal de alerta que deve ser observado pelas principais lideranças do Executivo.

"Foi um grande alerta para que o governo melhore seu diálogo com a sociedade, explique as medidas que tem tomado e que vai tomar. Mostre o porquê de um conjunto de ações. Ouça não só o Congresso, ouça os movimentos sociais e essas vozes das ruas e apresente para Brasil um conjunto de propostas que possam atender a esses reclames", defendeu. "Por outro lado, esse fenômeno de desgaste de governo, de partidos, é um fenômeno inclusive internacional. Em vários países governos que foram recentemente eleitos em meio à crise passam por um processo de desgaste", acrescentou.

A reforma política estará no centro das discussões no plenário de Senado nesta semana. Há várias propostas prontas para votação. Uma delas é o Projeto de Lei do Senado 268/11, de autoria dos ex-senadores Francisco Dornelles e José Sarney, que institui o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais.

O projeto até chegou a ser aprovado em caráter terminativo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), numa votação apertada. Mas houve três requerimentos para que a questão fosse discutida no plenário e todos os senadores tivessem a oportunidade de opinar.

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Se o texto for aprovado, os partidos políticos e candidatos ficarão proibidos de receber doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro oriundas de pessoas físicas e jurídicas. Os recursos seriam exclusivamente recebidos de um fundo administrado pela Justiça Eleitoral, que deverá receber, em ano de campanha, transferência orçamentária à base de R$ 7,00 por eleitor inscrito.

Outra proposta - o PLS 60/2012 - também restringe as doações de campanhas. O PLS 601/2011 exige a divulgação das receitas e despesas das campanhas eleitorais.

Também há propostas de emenda à Constituição que tratam sobre o tema e estão na pauta. A PEC 58/2013 estabelece novos critérios para criação de partidos políticos. O texto eleva de 0,5% para 3,5% o percentual do eleitorado exigido para o registro dos novos partidos.

Já a PEC 73/2011 determina que o candidato à reeleição para presidente, governador ou prefeito renuncie ao mandato até seis meses antes do pleito. Os senadores devem votar ainda a PEC 40/2011 permite coligações partidárias somente em eleições majoritárias (presidente, governador, senador e prefeito), vedando-as para disputas de deputados federais e estaduais e vereadores.

A tramitação dos projetos de lei não exige várias sessões de discussão e a proposta pode ser aprovada por maioria simples. As PECs, no entanto, exigem cinco sessões de discussão antes do primeiro turno de votação e três antes do segundo turno, além de precisarem de 49 votos favoráveis para serem aprovadas.

Em discurso na tribuna do Senado, nesta segunda-feira (16), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) defendeu-se das acusações de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. A Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou um inquérito contra ele na última quinta-feira (12).

O parlamentar foi citado nas delações do ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. Costa disse que procurou Bezerra para o recebimento de R$ 20 milhões, destinados a campanha do então candidato à reeleição, o governador Eduardo Campos. Na época, FBC era secretário de Desenvolvimento de Pernambuco e dirigente do Porto de Suape. Youssef afirmou que o dinheiro seria de contratos da refinaria Abreu e Lima e que o valor inicial era de R$ 45 milhões, depois reduzido para R$ 20 milhões.

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No Senado, Bezerra Coelho afirmou ter se reunido várias vezes com Paulo Roberto Costa, mas sempre “para tratar de temas institucionais”. “Como todos sabem está sendo concluída uma grande refinaria em Pernambuco”, disse ele em referência a Abreu e Lima. “Nenhum dos contratos para qualquer tipo de serviço na refinaria passou pelas minhas mãos. Todos, absolutamente todos, foram realizados exclusivamente pela Petrobras, sem qualquer gerência estadual”.

O senador também lembrou que não participou da coordenação da campanha de Eduardo Campos à reeleição em 2010. “Portanto, nunca tratei de doações para a aquela disputa com quem quer que fosse”. Ele ainda afirmou não conhecer Alberto Youssef.

O pernambucano disse ter ficado perplexo com as acusações, que para ele não tem “nenhuma justificativa ou argumento plausível”. Ele prometeu defender a própria honra e o nome de Eduardo Campos. “Irei enfrentar de cabeça erguida e consciência tranquila os que me caluniam”, frisou. “Quero deixar claro que não temo as investigações. Tenho uma biografia que fala por mim e a certeza de que jamais ultrapassei os limites determinados pela legislação brasileira e pela ética”, disse ele, após expor a trajetória política.

“Eduardo Campos é outra vítima de ataques sem nenhum fundamento”, continuou. “Eduardo foi um gestor público sério, comprometido com as melhoras causas democráticas e republicanas. Por isso mesmo, deixou o governo estadual com uma aprovação superior a 80%. Todas as contas dele foram devidamente analisadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”, lembrou. “Atacar Eduardo agora que ele já se foi é tentar macular a imagem de um grande líder que o Brasil perdeu de maneira tão precoce. Eduardo merece respeito pelo que foi e pelo que fez”, salientou.

Críticas
Bezerra Coelho disse que são evidentes as contradições nos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff. “Isso ficará demonstrado no curso das investigações”, disse. “São duas histórias diferentes. Nada há de concreto que pudesse ensejar um pedido de abertura de inquérito”, sustentou, para em seguida agradecer o apoio que tem recebidos dos pernambucanos, do PSB e da família.

O senador criticou ainda o trabalho do Ministério Público Federal, que teve quatro meses para analisar depoimentos e reunir material até entregar a lista com nomes para a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal, no dia 4 de março. Apenas na última quinta (12), o nome de FBC foi incluído. A PGR disse que o envio tardio tratou-se de uma falha processual, mas o senador discordou e classificou essa como “uma atualização tardia e desconectada de sentido”. “Afinal, ainda faltam outros nomes? Alguém que deveria estar entre os investigados ficou de fora? Houve falha nos procedimentos iniciais? Ou foram pressões externas à estrita investigação dos resultados?”, questionou.

Na semana passada, Humberto Costa também usou a tribuna do Senado para defender-se e reclamar do trabalho do procurador-geral, Rodrigo Janot.

O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), utilizou a tribuna da Casa nesta sexta-feira, 13, para defender o irmão, o governador do Acre, Tião Viana, que teve o nome inserido na lista de investigados por suposto envolvimento em desvios ocorridos na Petrobras.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) instaurou na noite desta quinta o inquérito contra Tião Viana, suspeito de receber R$ 300 mil em propina da Petrobras. O dinheiro teria sido distribuído como auxílio para elegê-lo pela primeira vez ao governo do Acre, em 2010. Segundo a Procuradoria, a solicitação do montante foi feita pelo doleiro Alberto Youssef e autorizada pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. O pedido de investigação foi encaminhado pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ao ministro Luis Felipe Salomão, relator da Operação Lava Jato no STJ.

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"Esse processo tem dois volumes e 400 páginas - dele tomamos conhecimento esta semana. São dois volumes e 400 páginas, e o nome do Governador Tião Viana é citado em quatro linhas. Quatro linhas em dois volumes e 400 páginas! A vida de uma pessoa, de um homem público, pode ser desmoralizada em quatro linhas", afirmou o senador Jorge Viana.

O petista também apontou possíveis contradições ocorridas no depoimentos de Youssef. "Poderiam ter olhado as quatro linhas que citam o nome do governador Tião Viana. O sr. Paulo Roberto diz que, no entendimento com Youssef, ficou acertado que Youssef iria mandar R$ 300 mil para a campanha do senador Tião Viana, em 2010. Mas o governador Tião Viana não era candidato a senador em 2010. Ele foi candidato a governador. Está aqui o documento. O documento que tenta destruir moralmente a honra do governador Tião Viana".

Em outro momento, o senador tentou desqualificar Alberto Youssef lembrando que o doleiro já havia realizado delação premiada em razão da participação em desvios no Banestado, banco estatal do Paraná. Youssef foi condenado, em setembro do ano passado, a quatro anos e quatro meses de prisão por ter praticado uma série de operações ilegais com dólar nos anos 1990 e 2000.

"O senhor Youssef, aliás, já esteve envolvido num escândalo com o PSDB do Paraná. Chantageou no Banestado e safou-se delatando e fazendo negociata - repetiu o mesmo modus operandi agora. E tem gente que acha que ele é um herói. Bandido é sempre bandido, de herói não tem nada - não tem nada, nem na hora que confessa. Por que vamos acreditar na palavra do bandido plenamente?", ponderou.

Em tom de desabafo, Jorge Viana defendeu ainda que, antes do encaminhamento do processo ao STJ, seu irmão poderia ter sido procurado pelas autoridades envolvidas nas investigações para prestar os esclarecimentos. "Esse processo poderia ter sido resolvido com um pedido de informação ao governador, com uma sindicância, mas a Justiça decidiu abrir inquérito, que não é condenação, e muito menos baseada na posição de dois criminosos que confessaram os crimes. Um diz uma coisa, outro diz outra completamente diferente. Mas nós confiamos na Justiça", afirmou.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia das Próteses, que deve ser instalada na manhã desta quarta-feira (11) pelo Senado Federal, terá como relator o líder do PT na Casa, Humberto Costa. A CPI vai investigar irregularidades e crimes relacionados a procedimentos médicos de colocação de órteses e próteses no país.

Criada a pedido do senador Magno Malta (PR-ES), que será presidente do colegiado, a Comissão tem 180 dias para realizar seus trabalhos e será composta por sete senadores titulares e cinco suplentes. De acordo com Humberto, a CPI será um instrumento importante para apurar procedimentos abusivos relativos às indicações de órteses, aparelhos externos usados para imobilizar ou auxiliar os movimentos dos membros ou da coluna, e de próteses, substitutos artificiais de uma parte ou perdida acidentalmente ou retirada de modo intencional.

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"Muitas denúncias que nos chegam dão conta de que há procedimentos abusivos, muitos deles de grande risco para os pacientes, com a finalidade de que alguns profissionais recebam comissões ilícitas por recomendarem sejam próteses, sejam órteses", explicou o líder do PT.

Segundo ele, foram encaminhadas para o Senado informações sobre casos dessa natureza, bem como de situações em que foram utilizados produtos inadequados e provocados danos propositais às próteses para obrigar a sua substituição, gerando mais custos e mais comissões ilícitas. "Recebemos denúncias até de stents que foram usados em pacientes fora do prazo de validade. Ou seja, para não perder o produto e ter prejuízo, empresas trabalham em máfia com alguns maus profissionais, que os utilizam em pacientes, mediante recebimento de propina, colocando em risco a vida de quem recebe o equipamento", disse o líder do PT. O stent é um pequeno tubo inserido no interior das artérias coronarianas com a finalidade de desobstruí-las.

O presidente nacional do PSDB e senador, Aécio Neves, usou a Tribuna do Senado Federal nesta terça-feira (10) para defender o ex-governador de Minas Antonio Anastasia por ter sido citado na lista do Supremo Tribunal Federal (STF) no suposto envolvimento com a Operação Lava Jato. Iniciando o discurso como um “desabafo“, o tucano relembrou ter covivido com homens como Tancredo Neves, entre outros e segundo ele ninguém supera Anastasia.

“Mas eu digo aqui, na Tribuna do Senado Federal, que do ponto de vista pessoal, moral, nenhum supera V. Exa. (Anastasia). Talvez alguns igualem V. Exa. no compromisso com a coisa pública, na retidão, na seriedade, no espírito público; mas V. Exa. se iguala aos maiores que o Brasil já teve. Conheço V. Exa., senador Anastasia, há muitos anos”, elogiou.

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Neves relembrou conhecer o ex-governador de Minas Gerais durante a caminhada política e o avaliou como o realizador do “mais ousado modelo de gestão pública da nossa contemporaneidade, depois acompanhado por vários outros estados brasileiros. E em todos os instantes, nas graves crises e nos momentos mais sutis, V. Exa. sempre comparecia com a altivez, com a capacidade de compreender com clareza a dimensão do que significa ser um homem público”, acrescentou.

O senador conta que um policial federal diz que levou durante o processo eleitoral de 2010 um recurso a uma determinada casa e entregou a um cidadão que o recebeu e meses depois, vendo o resultado eleitoral por fotografia e por imagens de televisão, achou que aquela pessoa a quem ele tinha entregue o recurso parecia com candidato. 

“A barbaridade desta história, a fantasia que a emoldura fica clara logo no primeiro instante porque ao contrário do que diz este policial, talvez enganado, talvez orientado, não sabe, temos elementos para dizer qual a razão, ele não teria hipoteticamente entregue o dinheiro ao candidato. O senador Anastasia hoje era o governador de Minas Gerais naquele período. Era o governador de Minas. O cidadão não se lembraria de chegar em um Estado e se encontrar com o governador do Estado”, questionou, avaliando em seguida as denúncias da delação premiada como frágeis e anunciou que “V.Exa. (Anastasia) sairá deste episódio ainda muito maior do que entrou”, pontuou.

 

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, 10, em primeiro turno, proposta que altera a Constituição (PEC) e limita a realização de coligações apenas nas eleições majoritárias. A coligação é a união de dois ou mais partidos cujo objetivo é apresentação conjunta de candidatos em uma determinada eleição. No caso das eleições majoritárias, os partidos se unem para eleger o presidente da República, o governador do Estado e o prefeito.

Já nas eleições proporcionais, são eleitos deputados federais, estaduais, distritais (no caso do Distrito Federal) e vereadores. A proposta tem como foco este último sistema em que se aplica o chamado quociente eleitoral, obtido pela divisão do número de "votos válidos" recebidos pela coligação - o que inclui os votos recebidos pelos candidatos que participam da coligação, bem como os votos recebidos apenas pelas siglas - pelo de "vagas a serem preenchidas", ou o total de cadeiras na Câmara. Esse modelo propicia o chamado "efeito Tiririca", em que votos em um candidato também ajudam a eleger outros do grupo de partidos que se uniram.

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Um exemplo disso ocorreu em 2010 quando o Tiririca conquistou 1,35 milhão de votos e dessa forma garantiu uma cadeira na Câmara e a de mais 3,5 deputados. Sem a possibilidade de se fazer as coligações na disputa para as vagas de deputados e vereadores acaba-se com a figura do "puxador de votos".

"A medida contribuirá para o fortalecimento dos partidos políticos e para a transparência na representação política, já que, com o fim das coligações nas eleições proporcionais, o voto dado no candidato de um determinado partido não poderá contribuir para a eleição de candidato de outra agremiação", diz o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) em trecho do parecer da proposta.

Também nesta noite, deve ser votado em plenário PEC que determina a desincompatibilização do presidente da República, do governador do Estado e do prefeito municipal como condição para a candidatura eleitoral. Também consta na pauta, um terceiro projeto que dificulta a criação de novos partidos.

As regras atuais determinam a coleta de assinaturas de eleitores que corresponda a pelo menos 0,5% dos votos válidos, dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Além disso, essas assinaturas deverão estar distribuídas em pelo menos nove Estados. A proposta em discussão amplia o porcentual para 1% e o número de Estados para 18.

O plenário do Senado iniciou nesta terça-feira (10) ordem do dia em que constam três propostas que alteram a Constituição e modificam algumas regras eleitorais. O primeiro item de discussão da chamada reforma política é a proposta que limita a realização de coligações apenas nas eleições majoritárias.

O segundo projeto, que deve ser votado nesta terça no plenário, determina a desincompatibilização do presidente da República, do governador do Estado e do prefeito municipal como condição para a candidatura eleitoral.

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O terceiro projeto dificulta a criação de novos partidos. As regras atuais determinam a coleta de assinaturas de eleitores que corresponda a pelo menos 0,5% dos votos válidos da última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Além disso, as assinaturas deverão estar distribuídas em pelo menos nove Estados. A proposta em discussão amplia o porcentual para 1% e o número de Estados para 18.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foi eleito na manhã desta sexta-feira, 10, para a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. A eleição foi por aclamação e a comissão terá como vice-presidente o senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Os dois foram eleitos para o biênio 2015/2016.

A presidente Dilma Rousseff está reunida na noite desta segunda-feira, 9, com os líderes dos partidos da base aliada no Senado, atendendo a promessa que fez na segunda-feira passada, quando não foi possível discutir as questões das votações, como da derrubada do veto do imposto de renda. Neste encontro estão presentes três dos senadores que foram citados na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot: o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), Benedito de Lira (PP-AL) e Humberto Costa (PT-PE).

Dilma também está aproveitando o encontro com os parlamentares para tentar restabelecer pontes com o Senado, já que as relações com o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão estremecidas, em razão da inclusão do seu nome na lista do Janot. Calheiros acusa o governo de ter influenciado nisso e, como reação, não foi ao jantar oferecido por Dilma à cúpula do PMDB na segunda-feira passada e devolveu ao Planalto a Medida Provisória das desonerações.

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O Senado ameaça derrubar o veto da presidente ao projeto que reajusta em 6,5% a tabela do imposto de renda. O governo diz só poder aceitar 4,5% de correção.

Além de Collor, Benedito de Lira e Humberto Costa, estão presente à reunião com Dilma os senadores líderes Acir Gurgacz (PDT-RO), Blairo Maggi (PR-MT), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Omar Aziz (PSD-AM), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Também estão no encontro senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso, e os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; do Planejamento, Nelson Barbosa; e de Relações Institucionais, Pepe Vargas.

Incluso na lista de parlamentares que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento com desvio de dinheiro da Petrobras, o senador Humberto Costa (PT-PT) negou as acusações e disse estar vítima de uma “profunda injustiça em processo no qual não tem a ver”. “Jamais os mandatos que exerci e os cargos que ocupei foram desonrados por comportamentos incompatíveis com a retidão pela qual sempre pautei o exercício da minha atividade política”, frisou ele, durante pronunciamento no Senado.

Costa acusou a imprensa de divulgar a abertura de inquérito como se fosse uma condenação. “Estou sendo exposto ao espancamento público e ao tribunal da culpa prévia”.

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O petista disse também que a peça jurídica entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF é baseada em elementos frágeis e não sustenta as acusações por conterem, inclusive, contradições entre os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. “Paulo Roberto diz que determinou a Alberto Yousseff que ele disponibilizasse recursos para a minha campanha, mas não sabe se Youssef fez. Já Youssef diz que isso nunca lhe chegou, que nada dessa natureza passou por ele, que foi um engano de Paulo Roberto”, frisou.

Humberto também citou referências, no processo, de que ele teria usado o cargo no Senado, em 2010, para pressionar Paulo Roberto a fazer a transferência de recursos para a campanha. “Na época eu era apenas um candidato para tentar uma vaga para este Senado. Como é que a PGR diz, no pedido que fundamenta a abertura de inquérito, que essa suposta doação tinha estreita relação com o cargo ocupado por mim de senador da República e líder do PT no Senado? Em 2010, eu nem mandato eletivo tinha”, disse.

Para o parlamentar, o pedido de abertura de inquérito foi fruto da pressão imposta pela mídia sobre a PGR para que os nomes dos envolvidos com o suposto desvio de dinheiro fossem apresentados. “No meio desse espetáculo de incoerências e contradições, de conflitos gritantes entre os depoimentos dos dois réus que fulminam completamente essa informação de doação de recursos, parece inconcebível que alguém tenha encontrado elementos para a abertura de inquérito”, salientou.

Ele admitiu já ter tido encontros com o então diretor de Abastecimento da Petrobras, junto a outras autoridades de Pernambuco, mas apenas para tratar de questões de interesse do Estados. “Todos estávamos envolvidos nos esforços para a instalação da Refinaria Abreu e Lima, do polo petroquímico, da fábrica de PET, obras de imensa envergadura para o Estado”, justificou. “Jamais houve qualquer relação minha com o senhor Paulo Roberto que não fosse pública e institucional”, pontuou. Ele também disse não conhecer Alberto Youssef.

O senador disse ainda que respeita o trabalho de Rodrigo Janot, mas pediu que ele apressasse esse inquérito. “Faça com que ele ande nesses 30 dias que Vossa Excelência deu, para que em 30 dias eu possa dizer ao povo brasileiro e ao povo do meu estado que fui inocentado”. Humberto frisou que irá acompanhar o processo e que será inocentado novamente como ocorreu na Operação Vampiro. “Pela segunda vez na minha história, sou submetido à tortura pública de responder por algo alheio aos meus atos. De 2006 a 2010, fui submetido a todo tipo de linchamento moral e acusações torpes, minha honra foi atacada, macularam minha vida pública para, ao final, o mesmo MP que havia me denunciado pedir a Justiça Federal a minha absolvição”, finalizou.

Ao final do discurso, o também senador Pernambuco Fernando Bezerra Coelho (PSB) manifestou apoio e confiança na inocência de Humberto Costa. “Vossa Excelência tem a trajetória reta, limpa. Tenho certeza de que, ao final dessas investigações, Vossa Excelência vai provar a sua seriedade, seu correção, sua probidade, com a qual Vossa Excelência abraça as causas justas pelo povo de Pernambuco e do Brasil”.

 

O Congresso Nacional irá instalar, nesta terça-feira (10), a Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. A solenidade será realizada às 15h, no Salão Nobre do Senado, marcando a abertura dos trabalhos.

Também será realizada a eleição dos membros do colegiado. Formada por dez senadores e 27 deputados, a comissão foi proposta pela CPI Mista da Violência contra a Mulher, que investigou até 2012 as agressões diretamente relacionadas ao gênero feminino.

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Entre as atribuições da comissão, estará a de apresentar propostas para a consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O colegiado também deverá buscar as possíveis falhas nas ações e serviços da seguridade social e na prestação de segurança pública e jurídica às mulheres vítimas de violência, além de apresentar projetos com o objetivo de corrigir essas lacunas.

 

Integrando a lista de parlamentares que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos esquemas de corrupção da Petrobras, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, fará um pronunciamento, nesta segunda-feira (9), em defesa própria. Além de apresentar sua defesa, o petista vai falar sobre o seu ponto de vista acerca das investigações da Operação Lava Jato e das delações premiadas que endossam a denúncia do procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot. 

Após o pronunciamento, a expectativa é de que o pernambucano conceda uma entrevista coletiva à imprensa, já que na última sexta-feira (6), após a divulgação da lista, ele se manifestou apenas por meio de nota. Segundo a assessoria do petista, ele passou o fim de semana no Recife, mas evitou contato com a imprensa.

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Por meio de nota, Humberto Costa declarou que recebeu "com surpresa e indignação a inclusão do seu nome entre os dos parlamentares" que serão investigados. O líder do PT no Senado, disse não ter conhecimento formal das acusações atribuídas a ele, "salvo pelas supostas informações de criminosos vazamentos seletivos oriundos de delações prestadas à Justiça por réus confessos". Ainda segundo Costa, todas as doações que recebeu em campanhas eleitorais foram "legais, auditadas, julgadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral".

De acordo com informações vazadas pela imprensa, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em delação premiada que o pernambucano recebeu, em 2010, de parte da "comissão" da cota de 1% destinada ao PP, partido da base aliada do governo. O porcentual representaria R$ 1 milhão do esquema de propinas e corrupção na Petrobrás. 

Durante toda essa semana, o meio político aguardou a divulgação da lista com os nomes dos  indiciados na Operação Lava Jato da Polícia Federal. O documento foi entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (3), e divulgado nesta sexta-feira (6). Sob clima de tensão, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se com ministros.

Paralelamente, a relação entre o PT e PMDB continuou estremecida, com constantes embates, embora a presidente tenha tentado uma reaproximação ao se comprometer em ouvir mais o PMDB nas decisões do Executivo Federal. No Congresso, o governo sofreu mais uma derrota, com a aprovação, pelo Senado, da chamada PEC da Bengala, que eleva de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de tribunais superiores e dos componentes do Tribunal de Contas da União (TCU).

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O Senado também aprovou, nesta semana, o primeiro projeto relacionado à reforma política. O Projeto de Lei Complementar (PLC) 4/2015, enviado pela Câmara, estabelece que partidos políticos com menos de cinco anos de criação não podem fazer fusões com outras legendas. Na Câmara, a Mesa Diretora voltou atrás sobre o ato que permitiria o uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar para custear passagens de cônjuges no trajeto entre o estado de origem e Brasília. O recurso voltou a ser permitido apenas para a emissão de bilhetes aéreos para os deputados e assessores de gabinete.

Enquanto isso, a CPI da Petrobras deu início aos trabalhos e aprovou os primeiros convocados a prestar depoimentos ao colegiado. Na lista estão os ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli e Graça Foster; a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard; o doleiro Alberto Youssef; o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa; e o ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que está à disposição para prestar qualquer esclarecimento a respeito do suposto envolvimento de seu nome nas investigações da Operação Lava Jato.

Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a Mesa Diretora aprovou o requerimento para a criação da Frente LGBT na Casa. Agora o assunto segue para a análise em plenário e para ser aprovado o documento necessita do voto de 25 dos 49 deputados. O deputado estadual André Ferreira (PMDB) prometeu que vai lutar contra a criação da Frente. Em nota, ele disse que não faz sentido criar um grupo para tratar de um assunto pertinente à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular.

A presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Senado Federal a indicação do ex-ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo Machado para exercer o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Figueiredo foi substituído por Mauro Luiz Iecker Vieira no comando do Itamaraty no início deste ano, quando Dilma fez mudanças em seu ministério para o segundo mandato.

O nome de Figueiredo consta de mensagem da presidente publicada no Diário Oficial da União (DOU). Na edição desta sexta-feira (6) do documento, Dilma ainda envia ao Senado as indicações dos diplomatas Tovar da Silva Nunes para embaixador na Índia e no Reino do Butão, cumulativamente, de Antônio Carlos de Salles Menezes para embaixador na República Togolesa e de João Alberto Dourado Quintaes para embaixador na República do Mali.

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Em pronunciamento no plenário do Senado nesta quinta-feira, o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB) defendeu a aprovação urgente de uma "reforma política densa", a fim de fortalecer os partidos, garantir uma disputa eleitoral igualitária e promover a participação dos cidadãos. “Tenho a esperança que neste ano de 2015 a sempre tão propalada reforma política finalmente se concretize”, declarou.

Um dos pontos discutidos é o fim da reeleição para o Executivo municipal, estadual e federal. Bezerra Coelho apoia a proposta e a extensão do mandato nesses casos de quatro para cinco anos. “O maior problema da reeleição é a possibilidade de uso da máquina pública a favor do candidato que já ocupa o cargo, criando condições desiguais na disputa eleitoral”, sustentou.

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O senador também defendeu o endurecimento das regras para criação de partidos. Atualmente, na Câmara dos Deputados, 28 partidos estão representados. Em 2002, eram 15. Para ele, “o número excessivo de legendas torna as negociações no parlamento mais complexas, podendo levar a uma paralisia institucional”. O socialista defende também o fim das coligações partidárias e a adoção de uma cláusula de barreira, que garanta direito à representação apenas aos partidos que obtiverem pelo menos 5% dos votos válidos nas eleições.

Sobre as campanhas, Fernando Bezerra Coelho defende o financiamento público e a doação de pessoas físicas. “Um cidadão doa recursos por uma questão ideológica, por uma identificação com as propostas de um candidato ou de um partido”. Para ele, as doações de empresas deveriam ser proibidas, pois são a origem da corrupção.

Nesta semana, o plenário do Senado aprovou o primeiro projeto relacionado à reforma política. O Projeto de Lei Complementar (PLC) 4/2015, enviado pela Câmara, estabelece que partidos políticos com menos de cinco anos de criação não podem fazer fusões com outras legendas.

A constitucionalidade das medidas provisórias (MPs) 664 e 665 foi questionada, nesta quinta-feira (5), durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. As duas MPs foram encaminhadas em dezembro pelo Executivo e alteram as regras para acesso a benefícios previdenciários como seguro-desemprego, seguro-defeso e pensão por morte. As medidas já receberam 741 emendas de deputados e senadores.

Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, na MP 664 há três inconstitucionalidades que já estão sendo questionadas no Supremo Tribunal Federal. O relator é o ministro Luiz Fux.

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Entre os argumentos está o de que a matéria não pode ser regulamentada por medida provisória, já que a Constituição proíbe mudanças, por MP, em legislações que já tenham sido objeto de emenda constitucional entre 1995 e 2001, como é o caso.

A mesma MP, segundo ele, também esbarra no princípio da vedação do retrocesso social e torna a família vulnerável, ao reduzir os valores das pensões e atingir a proteção à família. Outro problema identificado pelo diretor do Diap é a intenção de fracionar o abono do Pis/Pasep, benefício a ser pago ao trabalhador que teve vínculo empregatício no ano anterior. O governo quer pagar valor proporcional ao tempo em que o trabalhador esteve empregado e não um salário-mínimo integral, como é a regra atual.

“A MP é perversa e mal-intencionada, porque foi apresentada no penúltimo dia do ano em que o trabalhador teria direito àquele beneficio”, disse Queiroz.

As medidas também foram criticadas pela pesquisadora Lilian Marques, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ela lamentou as mudanças nas regras do seguro-desemprego, justamente no momento em que o mercado aumentou o número de demissões e tem apresentado dificuldade para contratar.

Diante da reação negativa de entidades de classe e dentro da própria base aliada às medidas, a presidenta Dilma Rousseff e ministros estão conversando com parlamentares a respeito das propostas e já admitem a aprovação com algumas mudanças. Quando editou as MPs, o Palácio do Planalto disse que as propostas são essenciais para corrigir distorções e liberar orçamento para ser gasto com investimentos em outros setores e também para atingir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015.

Um mês após o início da nova legislatura, as eleições para os presidentes das comissões permanentes do Senado ainda não foram concluídas. Até o momento, apenas seis das 11 comissões oficializaram os nomes de quem as comandará pelos próximos dois anos. A lista de presidentes deve ser completada na próxima semana.

Nessa quarta (4), foram eleitos os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP) para presidência da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, Romário (PSB-RJ) para a da Comissão de Educação, Cultura e Esportes e Ana Amélia (PP-RS) para a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. A senadora Ana Amélia anunciou para a próxima semana uma audiência pública para tratar das demandas dos caminhoneiros.

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Também já foram definidos os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Paulo Paim (PT-RS) e Otto Alencar (PSB-BA) para as presidências das comissões de Ciência e Tecnologia, Direitos Humanos e Meio Ambiente, respectivamente.

Na próxima semana, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) deverá ser eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores, conforme indicação do partido. Também deve ocorrer a eleição do senador Delcídio Amaral (PT-MS) para a Comissão de Assuntos Econômicos. Delcídio disputava com a senadora Gleisi Hoffmann (PR) a indicação do partido. Ontem à tarde, os dois entraram em acordo e Gleisi será indicada para vice-presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Ao PMDB caberá as indicações para a presidência da CCJ, Comissão de Infraestrutura e Comissão de Assuntos Sociais. O partido deve anunciar na próxima semana os nomes dos candidatos aos cargos, de modo que as comissões comecem a funcionar.

As indicações partidárias de nomes para a presidência das comissões obedecem ao critério da proporcionalidade. Os partidos escolhem os colegiados que desejam comandar de acordo com o tamanho das bancadas. Mesmo assim, os nomes indicados precisam passar por votação dos demais membros das comissões.

Senadores republicanos não conseguiram derrubar o veto do presidente Barack Obama ao projeto que permitiria a construção do oleoduto Keystone XL, aprovado pelo Congresso na semana passada.

Por um placar de 37 votos a favor da manutenção do veto e 62 contra, a medida presidencial foi mantida. Eram necessários 67 votos, ou dois terços da casa, para recolocar nos trilhos o projeto que autorizaria a empresa canadense Transcanada a construir o Keystone, um projeto de 1.897,4 quilômetros de dutos que ligariam a produção de petróleo de areias petrolíferas (tar sands) do Canadá às refinarias do Golfo do México. Os dutos teriam capacidade de transportar cerca de 830 mil barris de petróleo por dia.

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O veto, entretanto, está ligado ao projeto de lei, e não ao oleoduto. O executivo ainda pode autorizar sua construção. A Casa Branca, entretanto, quer esperar a conclusão de um relatório do Departamento de Estado, que está sendo elaborado há mais de seis anos.

Em mensagem enviada a Congresso na semana passada, Obama afirmou que ainda espera a entrega do relatório do Departamento do Estado. Ele também criticou a atitude do Congresso, afirmando que a tentativa "entra em conflito com os procedimentos estabelecidos do Executivo, e tenta contornar discussões que são de interesse nacional, como a segurança e o meio ambiente". Fonte: Dow Jones Newswires.

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