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Roberto Rosales, jogador do Sport Club do Recife, foi convocado nesta segunda-feira (2) para participar das eliminatórias da Copa do Mundo pela Venezuela.

A seleção da Venezuela irá enfrentar o Brasil e o Chile.

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Devido à convocação do atleta, Rosales deve desfalcar o time pernambucano na próxima segunda-feira (9), quando o Sport enfrenta a Ponte Preta pela série B do brasileirão. Ele também não deve estar presente no dia (16), quando o Leão irá enfrentar o Juventude.

A seleção venezuelana é a quinta colocada na classificação das eliminatórias para a copa, tendo apenas três pontos.

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O lateral direito Roberto Rosales desfalcará o Sport no período de 7 a 12 de setembro. O jogador foi convocado, nesta terça-feira (29), para atuar pela seleção venezuelana nas primeiras duas rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo.

Nessas datas, a Venezuela vai encarar Colômbia, fora, em Barranquilla; e Paraguai, em casa, na cidade de Maturín. No período em que Rosales ficará longe do Recife, o Sport vai encarar o Criciúma, na Ilha do Retiro, no dia 9 de setembro.

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Já em outubro, a Venezuela encara o Brasil, na Arena Cuiabá. Roberto Rosales pode ser convocado mais uma vez, na ocasião.

A batida da polícia pegou Iván Valera de surpresa, que disse estar conversando com um amigo quando foi preso. Ele é um dos 33 detidos em uma sauna LGBTQIA+ na Venezuela.

Valera enfrenta, entre outras, uma acusação de atentado ao pudor - crime referente a atos obscenos em público, com penas de 3 a 15 meses de prisão - em um caso considerado por ativistas como uma consequência de uma política de "homofobia de Estado".

"Em nenhum momento eles nos contaram o que estava acontecendo, o que nos disseram é que estávamos em flagrante de um crime", disse Valera, de 30 anos, em entrevista à AFP.

"Não estava ocorrendo nenhuma ação indevida", acrescentou o homem, do lado de fora do tribunal, onde foi buscar seu celular, apreendido no momento da prisão. Ele está em liberdade condicional.

"Os 33", como agora são conhecidos popularmente, foram presos em 23 de julho no Avalon Man Club, um spa privado em Valencia (estado de Carabobo, centro-norte).

Valera lembra que os policiais falaram que se tratava de uma operação de rotina, que teriam recebido uma denúncia anônima por "barulho" e atos públicos obscenos.

Durante a detenção, antes de ficar em liberdade condicional, ele denunciou que a linguagem dos policiais foi muito homofóbica, embora tenha ressaltado que garantiram o seu bem-estar.

O procurador-geral, Tarek Saab, disse na terça-feira que o caso ainda está sob investigação, mas pode ser arquivado.

- Ansiedade e frustração -

O Avalon Man Club, inaugurado em novembro do ano passado, é uma sauna voltada principalmente para a comunidade LGBTQIA+, embora seja aberta a qualquer público.

A imprensa local publicou que as prisões ocorreram por causa de uma "festa de sexo", o que Valera nega.

"A maioria de nós não se conhecia, estávamos nos conhecendo naquele dia lá", disse o ativista de direitos humanos. "Em nenhum momento o relatório policial indica que um ato sexual estava sendo praticado lá", acrescentou.

"Não teve nada além de uma conversa entre amigos (...). Algumas pessoas estiveram, para quem não sabe, em uma sauna, onde geralmente as pessoas vão para relaxar, para conversar", concordou Alfredo Rodríguez, outro dos homens que foram detidos.

"Eles querem criminalizar uma atitude e conduta que de forma alguma envolveu um ato criminoso", afirmou.

Alguns dos detidos mantinham em segredo a sua orientação sexual para se protegerem dos preconceitos neste país conservador, sem leis que protejam os direitos da comunidade, como o casamento homoafetivo ou a mudança de identidade de gênero. E, de repente, foram expostos na frente de familiares e colegas de trabalho.

Araujo conta que foi abordado por duas pessoas no supermercado que perguntaram se ele era um dos "33" e depois disseram que era uma "vergonha".

Embora os ativistas tenham dito que foram libertados, três homens continuam atrás das grades: o proprietário do local e dois funcionários, a quem a Justiça pede fiadores e não aceitou, até agora, nenhum dos apresentados por eles.

"Eles estão muito nervosos, muito frustrados", disse Jesús Araujo, funcionário do local, de 24 anos, também em liberdade condicional. "Se alguém tivesse cometido um crime, teria que cumprir, mas não é o caso".

A cúpula entre líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia terminou, nesta terça-feira (18), com um pedido dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron, da França: o fim das sanções à Venezuela, desde que o país realize eleições livres em 2024.

Lula disse ontem que conversou com representantes do governo e da oposição da Venezuela sobre a possibilidade de "normalizar a situação" no país. Nos primeiros meses de mandato, o presidente brasileiro fez vários elogios à ditadura de Nicolás Maduro, ignorando a repressão, a cassação de dissidentes e elogiando a "democracia" venezuelana.

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Agora, pela primeira vez, o governo brasileiro parece exigir algo em troca: eleições livres. A proposta faz parte das negociações mediadas por Brasil, França, Argentina e Colômbia. Ontem, Lula, Macron e os presidentes colombiano, Gustavo Petro, e argentino, Alberto Fernández pediram que governo e oposição da Venezuela retomem as negociações no México e defenderam que o regime chavista aceite o monitoramento internacional da eleição do ano que vem.

Pressão conjunta

Na segunda-feira (17), em Bruxelas, os quatro presidentes se reuniram com Gerardo Blyde, um dos principais negociadores da oposição venezuelana, e com Delcy Rodríguez, vice-presidente e a mais alta represente do governo venezuelano na cúpula. O objetivo, segundo o governo brasileiro, foi promover o diálogo para tornar as eleições mais transparentes.

O grande desafio da diplomacia dos quatro presidentes é como organizar eleições livres na Venezuela com tantos dissidentes inabilitados. Em junho, a ex-deputada María Corina Machado se tornou inelegível por 15 anos. Ela liderava várias pesquisas e se juntou a outros dois conhecidos opositores, Juan Guaidó e Henrique Capriles, também barrados da eleição

Rússia

Apesar da pressão conjunta sobre a Venezuela, a cúpula Celac-UE esteve longe de um consenso em outros temas. A declaração final do encontro evitou condenar a Rússia pela guerra na Ucrânia. O texto final menciona apenas "preocupações" com o conflito.

"Expressamos profunda preocupação com a guerra atual contra a Ucrânia, que continua a causar imenso sofrimento humano e exacerba fragilidades existentes na economia global, impedindo o crescimento e aumentando a inflação", diz o texto.

Em seguida, os 60 países que compõe os dois grupos - 33 latino-americanos e 27 europeus - ressaltam apoio ao acordo para a exportações de grãos pelo Mar Negro, mediado pela ONU e pela Turquia, para aumentar a demanda e conter a inflação global de alimentos.

Na segunda-feira, 17, a Rússia suspendeu o acordo após um ataque, atribuído à Ucrânia, ter destruído a ponte que liga a Crimeia à Rússia, uma importante rota de suprimentos que abastece as tropas russas na linha de frente.

Chefe da diplomacia da UE está otimista sobre acordo

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse ontem que o acordo entre Mercosul e a União Europeia deve sair antes de 2024 - um cronograma considerado otimista por muitos analistas. "Há um claro desejo de continuar trabalhando", disse Borrell. "Tenho certeza de que até o fim do ano podemos chegar a um acordo."

O acordo foi concluído em 2019, mas ainda enfrenta vários obstáculos, incluindo duas exigências da UE: mecanismos de proteção ambiental e sinal verde para que empresas europeias disputem licitações públicas em condições de igualdade no Mercosul. Apesar da complexidade da negociação, Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disseram ontem que também esperam que o pacto seja concluído antes de 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o encontro com o governo e a oposição da Venezuela, nesta segunda-feira (17), foi para tratar sobre a "possibilidade de normalizar a situação" do país vizinho. A reunião ocorreu em Bruxelas, na Bélgica, em meio às críticas que o presidente recebeu após ter defendido a ditadura na Venezuela e falado que o conceito de democracia é relativo.

Além de Lula, participaram do encontro os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, da Colômbia, Gustavo Petro, da França, Emannuel Macron, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e o representante da oposição da Venezuela, Gerardo Blyde.

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Durante transmissão semanal ao vivo nas redes sociais nesta manhã, denominada Conversa com o Presidente, o petista fez um panorama da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e União Europeia (UE), que é realizada até esta terça-feira (18), em Bruxelas. O presidente afirmou que terá feito, até o final do encontro, cerca de oito reuniões bilaterais. "Concluímos a pauta do Mercosul, já enviamos para os presidentes do Mercosul; não vai ser discutida aqui porque não é a Celac que tem que fazer o acordo, é só o Mercosul", afirmou na live.

Na fala, Lula citou o esforço de melhorar a imagem do País frente ao mundo. "Com a questão da transição energética que o mundo está atravessando, o Brasil está virando mais importante ainda, porque está todo mundo de olho na Amazônia", comentou.

O chefe do Executivo regressa ao Brasil nesta quarta-feira (19). De acordo com ele, durante o trajeto ao País, haverá uma pausa em Cabo Verde para reunião com o presidente da nação, José Maria Neves.

Agenda na Celac

Lula cumpre agenda em Bruxelas para participar da reunião da Celac e União Europeia, iniciada na segunda-feira (17), e segue nesta terça-feira. Nesta manhã, o presidente participou de café da manhã com lideranças progressistas latino-americanas e europeias. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, foram discutidos defesa da democracia, combate à desigualdade, promoção do bem-estar social, respeito aos direitos humanos, ações pelo clima e meio ambiente.

Em um recuo velado sobre sua posição no caso da ditadura venezuelana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nessa terça-feira (4), que os "problemas" do país vizinho devem ser enfrentados. Não foi uma admissão dos ataques aos direitos humanos pelo regime de Nicolás Maduro, mas um ajuste de tom, feito por alguém que tem sofrido na política interna e nas relações internacionais as consequências de seu alinhamento com governos autocráticos. A fala foi feita no momento em que Lula, como chefe de governo do Brasil, assume a presidência rotativa do Mercosul, na 62.ª reunião de cúpula do bloco, realizada em Puerto Iguazú, na Argentina.

"Todos os problemas que a gente tiver em democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta", afirmou, para, na sequência, amenizar: "Temos que conversar. O que não pode é isolar, e levar em conta que apenas os defeitos estão de um lado. Os defeitos são múltiplos. Precisamos conversar com todo mundo". A declaração ocorre poucos dias depois de uma manobra judicial tirar do páreo eleitoral a candidata oposicionista à presidência María Corina Machado, que foi inabilitada para concorrer a eleições por 15 anos.

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A Venezuela é um tema recorrente nas reuniões do Mercosul e se tornou fator de inegável desgaste para o terceiro mandato do petista. Lula é favorável a trazer o país de volta ao bloco, formado originalmente por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela foi admitida em 2012 e suspensa em agosto de 2017 por "ruptura na ordem democrática".

A questão se torna mais delicada tendo em vista o contexto. O principal desafio de Lula na presidência do bloco é destravar o acordo comercial com a União Europeia, cujas negociações estão virtualmente paralisadas desde 2019. O bloco europeu expressou na segunda-feira uma "profunda preocupação" com a exclusão de María Corina e de outros opositores, como Henrique Capriles, da corrida presidencial venezuelana. Com isso, o componente político adiciona uma dificuldade a mais em uma negociação que já era tensa pelo ponto de vista econômico.

Aliados

Internamente, o apoio de Lula a Maduro também não cai bem. A visita do líder venezuelano ao Brasil, em maio, conseguiu provocar desgosto até em partidos da base aliada do governo. "Além de falta de democracia, o pior cartão de visita desse regime da Venezuela são as centenas de milhares de venezuelanos pedindo esmolas nos semáforos do Brasil. Esse é o fato", disse, à época, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Não se trata de um aliado qualquer, mas do dirigente máximo do partido do vice-presidente, Geraldo Alckmin.

No União Brasil, a reação foi similar. "Não sei quais são as informações que o presidente Lula tem, mas as nossas informações com relação à Venezuela são de uma situação muito delicada", observou o presidente da sigla, Luciano Bivar.

No encontro de ontem do Mercosul, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, expressou sua oposição à recondução da Venezuela ao bloco. "O Mercosul tem que dar um sinal claro para que o povo venezuelano caminhe para uma democracia plena que não tem hoje", disse. Em maio, ele já havia confessado surpresa com a declaração de Lula, quando o brasileiro, durante o encontro bilateral com Maduro, afirmou que a Venezuela é "vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo".

Na ocasião, o presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, rebateu o petista argumentando que a questão "não é uma construção narrativa, é uma realidade, é séria". Mais recentemente, o presidente colombiano, Gustavo Petro - outro nome da esquerda sul-americana -, reforçou esse coro crítico ao questionar a inabilitação eleitoral de María Corina. Petro afirmou que "nenhuma autoridade administrativa deve tirar os direitos políticos de nenhum cidadão".

Além de distanciar o Brasil de líderes esquerdistas na região, as críticas ao regime venezuelano trazem especial dificuldade para o relacionamento do Uruguai com o Mercosul. O país reclama do protecionismo do bloco, que considera exacerbado, e negocia de forma unilateral um tratado de livre-comércio com a China à revelia das demais nações. O Uruguai cobra mudanças no regimento interno para ficar no Mercosul. Ontem, em um sinal claro de divergência com as demais nações do bloco, o país decidiu, pela quarta vez seguida, não assinar o comunicado conjunto dos titulares do Mercosul.

Cegueira

Lula vem defendendo o regime de Maduro em diversas ocasiões. Após declarar que havia uma "narrativa" contrária à Venezuela, divulgada pela direita, o diário venezuelano El Universal - um dos poucos órgãos de imprensa que se mostram independentes em relação ao governo local - publicou um editorial com o título "Lula está cego". A publicação considera que o brasileiro sofre de "hemiplegia ideológica", uma "enfermidade que afeta líderes políticos e os deixa sem visão".

No fim do mês passado, o líder petista foi capa do jornal francês Libération, sendo chamado de "A decepção" e classificado como um "falso amigo do Ocidente". Era uma crítica aos posicionamentos de Lula frente a guerra da Ucrânia, mas também em relação ao regime de Maduro.

O constrangimento de Lula cresceu na quinta-feira passada (29). No mesmo dia, ele deu entrevista à Rádio Gaúcha, pela manhã, e discursou, à noite, na abertura do Foro de São Paulo, encontro de siglas de esquerda da América Latina e do Caribe. À emissora, declarou que a Venezuela "tem mais eleições do que o Brasil" e concluiu que o "conceito de democracia é relativo". No dia seguinte viria a decisão que afastou das próximas eleições María Corina, líder em intenção de votos entre os opositores.

Ontem, a Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou um requerimento para convidar a venezuelana a falar no Congresso brasileiro. Pessoas próximas a Lula vinham aconselhando o petista a evitar falar sobre a situação política da Venezuela para atenuar o forte desgaste político.

Mas, segundo aliados, o petista assumiu o terceiro mandato com a ideia fixa de cumprir um papel de líder global. Anseio que se mostra maior do que os conselhos dos ministros mais próximos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cinco dias depois de declarar que a Venezuela "tem mais eleições do que no Brasil" e que o conceito de democracia é "relativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o País vizinho tem "problemas". Em pronunciamento após assumir a presidência pro tempore do Mercosul, Lula afirmou que, na democracia, esses "problemas" devem ser enfrentados.

"Em relação à Venezuela, todos os problemas que a gente tiver em democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta. Eu não conheço pormenores do problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer", afirmou o petista. "Temos que conversar. O que não pode é isolar, e levar em conta que apenas os defeitos estão de um lado. Os defeitos são múltiplos. Precisamos conversar com todo mundo", acrescentou.

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Lula não citou quais os "problemas" da Venezuela, ditadura aliada do PT marcada por violações de direitos humanos, e reafirmou sua convicção sobre a necessidade de unir o Mercosul. "Durante a minha campanha, a gente criou o lema 'ninguém larga a mão de ninguém', declarou.

Na semana passada, em entrevista a uma rádio, Lula defendeu o regime de Maduro. "A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim", disse o presidente à Rádio Gaúcha.

Nesta terça-feira, 4, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, também saiu em defesa da Venezuela explicitamente. Ele criticou os países que pedem condenações à ditadura. "Problemas da Venezuela pertencem aos venezuelanos, países não devem se intrometer em questões internas dos outros. Se querem realmente ajudar a Venezuela, voltem à mesa de diálogo", disparou o peronista.

"Quero lembrar que nós tivemos dentro do grupo de Lima uma compreensão clara da ingerência da Venezuela, que não iria resolver os problemas que a Venezuela tampouco tinha. A quantidade de exilados que tem a Venezuela é resultado das sanções econômicas que a Venezuela tem sofrido", seguiu Fernández, cutucando o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, crítico da Venezuela.

Em meio às reclamações do Uruguai sobre o protecionismo do Mercosul, Lula prometeu, à frente da presidência pro tempore do bloco, fazer um "esforço imenso" para diminuir a demanda dos países-membros. "Se uma demanda leva muito tempo, vira coisa amarga, desagradável", avaliou. "Quero dar um salto de qualidade no funcionamento do Mercosul", acrescentou, prometendo "lealdade e dedicação" para o crescimento do bloco.

Consolidar democracia é 'tarefa permanente'

O presidente brasileiro evitou fazer a costumeira defesa da ditadura da Venezuela e afirmou que "consolidar a democracia será uma tarefa permanente".

"Vamos propor a reinstalação do Foro Consultivo de Municípios e Estados Federados e realizar a Cúpula Social em formato presencial", disse o petista no fórum."Estou convicto que a construção de um Mercosul mais democrático e participativo é o caminho a trilhar", acrescentou.

Para Lula, é "urgente" renovar o compromisso do Mercosul com o Estado de direito. "Como presidentes democraticamente eleitos, temos o desafio de enfrentar todos os que tentam se apropriar e perverter a democracia", declarou.

"Só a unidade do Mercosul, da América do Sul e da América Latina e do Caribe nos permitirá retomar o crescimento, combater as desigualdades, promover a inclusão, aprofundar a democracia e garantir nossos interesses em um mundo em transformação", acrescentou o petista.

Lula prometeu em Puerto Iguazú se empenhar pessoalmente pela entrada da Bolívia do Mercosul, travada também no Congresso brasileiro, mas não citou a vontade da Venezuela em retornar ao bloco. Hoje, a ditadura de Nicolás Maduro está suspensa do Mercosul, mas quer voltar a ele e tem o apoio de Lula, o que hoje não foi explicitado.

O presidente tem sido criticado por defender a ditadura da Venezuela, sua aliada na América do Sul. Na semana passada, Lula disse que democracia é algo relativo, fala que repercutiu negativamente nas redes sociais e até mesmo entre aliados.

Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a defender a ditadura da Venezuela e relativizar o conceito de democracia, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, contradisse o chefe do Executivo na manhã desta sexta-feira (30), e afirmou que "governo que impede direitos fundamentais não é democrático". Em entrevista à Globonews, Tebet disse que "cada um tem a sua interpretação", mas que "ninguém pode atentar contra a democracia e sair impune".

Questionada se concorda com o presidente de que democracia é um conceito relativo, Simone disse que ela e Lula entendem o regime democrático da mesma forma, sem entrar no mérito da declaração do chefe: "democracia é um direito fundamental, absoluto e irrevogável do povo brasileiro".

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"Eu tenho uma visão particular sobre o governo da Venezuela. É um governo que não respeita os direitos fundamentais, o direito de liberdade de expressão, o direito do cidadão ir e vir e fazer as suas críticas, ainda que construtivas, ao governo. Pra mim, quando você tem um governo que impede esse tipo de direito que é previsto e que é absoluto para uma democracia, você não tem um governo democrático", afirmou.

A ministra voltou a defender que "ninguém pode atentar contra a democracia e sair impune". "Democracia é o direito de ir e vir, de ir às urnas e poder votar, direito do povo brasileiro de se expressar. Poucas são as limitações em uma democracia. A única, basicamente mais importante, ninguém pode atentar contra a democracia e sair impune", disse.

Postura de Lula

Na noite desta quinta-feira (29), Lula elogiou os ditadores Fidel Castro e Hugo Chávez e disse "se orgulhar" do rótulo de comunista durante o primeiro dia primeiro dia do 26º Foro de São de Paulo em Brasília.

Também na quinta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente voltou a defender a Venezuela, dizendo que o país vizinho "tem mais eleições do que o Brasil". "O conceito de democracia é relativo para você e para mim", disse o petista ao entrevistador.

Em maio, Lula recebeu presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto. Sem citar violações de direitos humanos e políticos reconhecidos pelas Nações Unidas, o petista isentou Maduro de responsabilidades sobre a crise econômica que atinge o país e condenou as sanções que recaem sobre o regime chavista.

Ao lado de Maduro, Lula afirmou, na época, que a Venezuela precisava divulgar sua "narrativa" sobre a situação política e econômica do país.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 29, que será constituído um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela frente ao Brasil e que, a partir desses cálculos, será aplicada uma reprogramação do pagamento.

"Vai se constituir grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela frente ao Brasil e a partir dessa consolidação dos números reprogramar o pagamento. É disso que a Fazenda foi tratar", afirmou Haddad a jornalistas ao chegar no Ministério da Fazenda, pra onde retornou após encontrar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, junto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O ministro da Fazenda ainda destacou que questões relativas o intercâmbio comercial serão tratadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, enquanto o Ministério de Minas e Energia tratará dos assuntos relativos ao setor energético e o país venezuelano.

"Intercâmbio comercial é Mdic que cuida, estou cuidando aqui da questão do Tesouro. O MME vai cuidar da questão da energia elétrica para Roraima, mas o que me diz respeito a encomenda a essa, consolidação da dívida e reprogramação", disse.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta segunda-feira, 29, a retomada da compra de energia da Venezuela pelo Brasil para abastecer Roraima. "Queremos recuperar nossa relação energética com a Venezuela. Aquele linhão de Guri tem que ser colocado em funcionamento. Não se justifica Roraima ser o único Estado fora da matriz energética brasileira, funcionando na base da termelétrica", disse o petista ao lado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

De acordo com Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vai conversar com sua contraparte venezuelana para dar andamento à pauta.

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Maduro respondeu dizendo que está "pronto" para se conectar energeticamente com o Brasil via Roraima.

A declaração se dá em meio a estudos no governo brasileiro sobre se a exportação de energia da Venezuela ao Brasil poderia ser utilizada para abater a dívida da nação de Maduro com o País.

O líder oposicionista venezuelano Juan Guaidó disse na madrugada desta terça-feira (25), ter sido expulso da Colômbia horas após ter cruzado a fronteira do país com o objetivo de participar da conferência que vai tentar restabelecer o diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição.

Em um vídeo divulgado no Twitter, Guaidó disse que ingressou na Colômbia para fugir da repressão do governo venezuelano, mas que agora também se sente perseguido no país vizinho.

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O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia informou no fim da noite da segunda-feira, 24, que Guaidó ingressou de maneira "irregular" no país, e que por causa disso foi levado a um aeroporto para embarcar para os Estados Unidos.

"A perseguição da ditadura infelizmente chegou hoje à Colômbia", diz Guaidó no vídeo, que foi gravado dentro de um avião.

Após a reeleição de Maduro em 2018 ter sido considerada fraudulenta por diversos países, Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela. Desde então, porém, a popularidade do líder oposicionista se esvaiu. Em janeiro, parlamentares da oposição "depuseram" Guaidó e formaram um comitê para o comando do "governo interino".

A conferência que o governo do presidente da Colômbia, Gustavo Preto, promove a partir desta terça tem o objetivo de fazer com que governistas e oposicionistas venezuelanos retomem o diálogo. O governo da Colômbia informou que Guaidó não foi convidado para o evento. No fim do ano passado, um esforço semelhante realizado no México e liderado por diplomatas noruegueses acabou fracassando. Fonte: Associated Press.

Uma delegação do Brasil encabeçada pelo ex-chanceler Celso Amorim, hoje assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viajou à Venezuela e se encontrou, nesta quarta-feira, 8, com o presidente do país vizinho, Nicolás Maduro, na capital Caracas. Como apurou o Broadcast Político, o encontro faz parte da retomada de relações que foram "danificadas" pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O encontro foi compartilhado por Maduro nas redes sociais. Ao postar foto com Amorim, ele disse que foi um "grato encontro" com a delegação brasileira. "Estamos comprometidos com a renovação de nossos acordos de união e solidariedade que garantem o crescimento e o bem-estar da Venezuela e do Brasil", declarou Maduro na mensagem, em espanhol.

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À reportagem, um interlocutor do governo afirmou que o encontro "está no quadro da retomada das relações danificadas pelo governo anterior". "O Brasil está reabrindo sua embaixada e consulado em Caracas", disse.

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A Venezuela vive uma ditadura comandada por Maduro, o que virou motivo de críticas de Bolsonaro a Lula durante a corrida presidencial de 2022. Na terça-feira, 7, o Brasil apresentou à Organização das Nações Unidas (ONU) nova posição e preocupações com o governo ditatorial da Nicarágua. Ao repudiar a decisão de autoridades do país da América Central de retirada de nacionalidade de opositores ao regime de Daniel Ortega, o governo brasileiro colocou-se à disposição para acolher as pessoas afetadas pela medida.

A declaração brasileira ocorreu após o governo brasileiro ter se recusado a assinar um manifesto de 55 países contra a ditadura de Ortega na Nicarágua e a favor da população nicaraguense. O silêncio gerou incômodo na comunidade internacional e na segunda-feira, 6, repercutiu no Brasil. A nação da América Central vem adotando a retirada de nacionalidade de críticos ao regime de Ortega para reprimir opositores.

Durante reunião, que marca a volta da relação entre Brasil e EUA, na última sexta-feira (10), o presidente Lula (PT) pediu que Joe Biden reavalie a relação diplomática com países da América latina, o que inclui Venezuela e Cuba. A conversa entre os líderes foi em Washington e teve duração de quase duas horas.

No entendimento do governo brasileiro, as medidas adotadas pelos EUA contra a Venezuela estariam empurrando o governo de Nicolas Maduro para uma aproximação ainda maior com a China e Rússia. Na ocasião, Lula também pontuou sobre o embargo imposto a Cuba e observou que uma distensão serviria para ampliar a influência americana na região.

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda (2) estar pronto para normalizar as relações com os Estados Unidos e a União Europeia, em um momento de reaproximação do chavismo com o governo de Joe Biden e países como França e Espanha.

A declaração ocorre ao mesmo tempo que há uma pressão sobre os custos da energia em razão da guerra da Ucrânia, com países procurando fontes alternativas de petróleo e gás.

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Em paralelo, a Casa Branca e Bruxelas pressionam o regime chavista para retomar o diálogo com a oposição, que na semana passada encerrou o mandato de Juan Guaidó como chefe do governo interino criado em 2019.

A perspectiva em Washington e em outros países latino-americanos e europeus é a de que a mudança no quadro político na região, com governos de esquerda e centro-esquerda na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Brasil e México, favoreça o diálogo entre as partes.

Ontem, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, um dos principais aliados de Maduro, e com os chefes de Estado do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, e da Argentina, Alberto Fernández. Espera-se também que Lula se reúna ainda neste mês com Biden, na Casa Branca, quando a crise venezuelana deve ser abordada.

"A Venezuela está totalmente preparada para normalizar suas relações políticas e diplomáticas com este e os próximos governos americanos", disse Maduro à Telesur - canal latino-americano financiado pelo regime venezuelano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A oposição venezuelana pôs fim nesta sexta-feira, 30, ao "governo interino" de Juan Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e pelo Brasil, após quatro anos de uma ofensiva frustrada para tentar depor o presidente socialista Nicolás Maduro.

Reunida no Parlamento eleito em 2015, de maioria absoluta e que defende a sua continuidade por considerar fraudulenta a vitória do chavismo nas eleições legislativas de 2020, a liderança opositora decidiu pelo fim do governo interino a partir de 5 de janeiro, por 72 votos a 29 e 8 abstenções.

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A derrota política de Guaidó, rosto da oposição ao governo de Maduro perante a comunidade internacional, ocorre quando os adversários do presidente planejam eleições primárias nas quais definirão quem o enfrentará nas eleições previstas para 2024.

Guaidó, presidente da Assembleia opositora, não conseguiu formar maioria para manter a figura interina apesar de alertar em vídeo publicado dois dias antes que sua eliminação implicaria em "risco real de perder bens, ações judiciais ou mesmo ser entregue ao ditador".

A decisão foi tomada por ex-deputados da Assembleia eleitos em 2015 que continua a exercer paralelamente e simbolicamente, apesar de seu mandato ter terminado em 2021. Maduro recuperou o poder da Assembleia Nacional.

Os partidos que votaram a favor da eliminação do período interino propõem a criação de uma comissão encarregada de administrar o patrimônio do Estado da Venezuela no exterior que ainda estão nas mãos da oposição com reuniões ad hoc do Banco Central da Venezuela e a estatal petrolífera PDVSA, para manter assim o controle da Citgo - refinaria com base em Houston (EUA) anteriormente controlada pelo governo Maduro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Maria Martínez marca o ritmo com uma dança de passinhos curtos e uma grande bandeira que tremula pelas ruas de Caucagua, cidade venezuelana que comemorou, nesta quarta-feira (28), a festa centenária iniciada pelos escravizados em seu único dia de liberdade.

A Parranda de los Santos Inocentes (Farra dos Santos Inocentes) é celebrada em 27 e 28 de dezembro, quando a Igreja Católica relembra o massacre cometido em Belém por Herodes de todas as crianças menores de dois anos com o objetivo de matar o menino Jesus, recém-nascido.

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Com o tempo, tornou-se também uma data em que as pessoas pregam peças na América Latina.

Caucagua, a 76 km de Caracas, segue, ainda, uma tradição que remonta a 200 anos nas fazendas de cacau da então colônia. Os fazendeiros concediam o dia 28 como livre para os escravizados, que vestiam seus trajes de trabalho, acompanhados de chapéus com frutas e sacolas.

Era uma festividade que lhes permitia, ainda, debochar dos patrões.

A festa - candidata na lista do patrimônio da Unesco - começa com um tipo de cortejo carnavalesco, com figuras como a porta-bandeira Maria à frente, junto com autoridades de sua confraria, todas mulheres, escoltadas por uma afinada banda de percussão e metais, que toca um pegajoso merengue apambichao (uma variação mais lenta do merengue tradicional).

Ao seu lado estão a governadora e a presidente da agrupação de Pantoja, a mais tradicional. "Se eu paro, os músicos e todo mundo têm que parar porque sou eu quem mando. Se eu não ando, não há vida!", diz à AFP, sorridente, esta mulher de 54 anos, "levando a bandeira desde os 14".

Os "boleros" animam o cortejo, dançando, pulando, dando gritos e pedindo dinheiro a quem atravessar seu caminho. Espécie de bobo da corte, ele também representa o escravizado que debocha do patrão. Quem o encarna, pinta a pele de preto com azeite e carvão e a língua de vermelho.

"Nós nos pintamos para nos diferenciarmos dos chefes, dos brancos, dos espanhóis", explica José Méndez, comerciante de 52 anos. "Estou vestido de coletor de cacau, com a minha vara, meu facão (de madeira) e o 'macuto'", uma bolsa de tecido.

A farra é celebrada em setores: o de Pantoja e o da rua La Línea se cruzam na praça, suas porta-bandeiras se abraçam e percorrem a cidade em festa.

O futuro chanceler, o embaixador Mauro Vieira, disse nesta quarta-feira, 14, que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o orientou a restabelecer as relações com a Venezuela a partir do primeiro dia do novo governo.

"Vamos enviar primeiro um encarregado de negócios para reabrir a embaixada brasileira em Caracas e pretendemos enviar um embaixador em seguida", afirmou, em entrevista coletiva no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, onde funciona o gabinete de transição.

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O embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial da posse presidencial, afirmou que, apesar de o presidente venezuelano Nicolás Maduro ter sido convidado para o evento, há ainda a impossibilidade do governante entrar no País, pois isso dependeria de uma autorização do atual governo, que não mantém relações com o país vizinho.

Um homem venezuelano de 79 anos precisou passar por cirurgia para retirar uma garrafa de cerveja que foi colocada pelo seu ânus. Ao Daily Mail, o idoso revelou que a garrafa havia sido colocada em seu ânus após ladrões invadirem a sua casa e não acharem nada.

Ele chegou ao hospital localizado na cidade de Maracay, na Venezuela, com fortes dores. Imagens de raio-x identificaram o objeto que estava alojado dentro de seu corpo. O paciente precisou ser transferido para outro hospital, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência.

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A senadora e ex-candidata à Presidência no primeiro turno Simone Tebet (MDB) definiu como "criminosas" as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) feitas em um podcast sobre meninas venezuelanas menores de idade em suposta situação de prostituição.

Desde que a fala de Bolsonaro viralizou, tem havido uma enorme mobilização nas redes em torno desse tema. Enquanto a oposição compartilha o vídeo com a hashtag "Bolsonaro é pedófilo", aliados e apoiadores do governo fazem publicações defendendo o presidente. Como mostrou o Estadão, a executiva do PL gastou mais de R$ 140 mil em publicidades rebatendo as acusações de pedofilia.

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Na manhã deste domingo, 16, Tebet faz uma caminhada na praia do Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para pedir votos no ex-presidente Lula, que definiu como "único candidato da democracia" na disputa presidencial.

"Veja, o presidente Bolsonaro, quando sair da cadeira, vai descer e perder o foro privilegiado, ele vai ter que responder na Justiça. Em vendo um crime, ele não deu voz de prisão, não chamou as autoridades para que pudessem intervir", disse Tebet a jornalistas e apoiadores.

"Se ele (Bolsonaro) estava diante ali de uma situação que é considera crime pelo código penal e não denunciou, ele foi omisso e não respondeu por isso", continuou.

Em entrevista dada na última sexta-feira ao canal do YouTube Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro deu um exemplo para falar sobre a crise na Venezuela e disse que, em viagem, "pintou um clima" entre ele e refugiadas venezuelanas menores de idade.

O ato de Tebet reuniu centenas de pessoas vestidas de branco, que empunhavam bandeiras com o nome do ex-presidente Lula, na estética da campanha do petista, mas também personalizadas nas cores branco, azul e rosa.

Sobre Lula, Tebet disse que pode ter suas diferenças com o petista, mas o que os une agora seria "infinitamente maior". Por isso, disse esperar que os votos que obteve no primeiro turno migrem para o ex-presidente.

Questionada sobre eventual ministério em um novo governo, ela foi direta. "Não preciso de cargo para servir ao Brasil", disse.

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou ao menos R$ 145 mil até o fim da manhã deste domingo (16), horas antes do primeiro debate do segundo turno da disputa presidencial, para promover anúncios com os dizeres "Bolsonaro NÃO é pedófilo".

O objetivo é rebater as acusações de pedofilia que viralizaram na internet graças a uma entrevista recente em que ele cita meninas venezuelanas e diz que "pintou um clima".

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A equipe do presidente promoveu três anúncios semelhantes, sendo que dois deles já foram exibidos mais de 10 milhões de vezes. A ferramenta de publicidade política do Google não informa o valor exato gasto pela campanha, somente a faixa de preço. Duas propagandas custaram entre R$ 70 mil e R$ 80 mil, e uma, entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. As três foram exibidas em todo o território nacional, sem demais segmentações de público.

As propagandas redirecionam para um site chamado "Verdades do Bolsonaro", em que há um texto buscando explicar o episódio e afirmando que a declaração sobre meninas venezuelanas foi tirada de contexto. A polêmica começou após uma declaração do presidente a um podcast na sexta-feira, 14. Respondendo a uma pergunta sobre a hipótese de o Brasil se tornar comunista numa eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, ele insinuou que meninas venezuelanas têm de se prostituir no Brasil para "ganhar a vida". Bolsonaro relatou que, em 2020, estava andando de moto em Brasília quando viu meninas "arrumadinhas" de "14, 15 anos", até que "pintou um clima" e ele pediu para entrar na casa delas.

Site contém desinformação

O texto presente no site em questão cita uma pesquisadora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) analisando a conduta do deputado federal André Janones (Avante-MG) nas redes. O parlamentar tem se destacado como um dos principais influenciadores digitais da campanha petista. As aspas citadas são críticas à estratégia de Janones e afirmam que as publicações do deputado nas redes sociais configuram desinformação.

Contudo, a publicação faz parecer que a pesquisadora está se referindo a esse episódio em particular, sendo que as falas foram retiradas de uma entrevista concedida por ela ao jornal O Dia em 13 de outubro. Bolsonaro relatou o caso das meninas venezuelanas no dia 14 de outubro.

Ao Estadão, a pesquisadora Ana Regina Rego afirmou que sua fala foi "deslocada" pela defesa do presidente Bolsonaro. "Eles pegam a minha fala, deslocam a minha fala e colocam para justificar e culpar o Janones pela fala do Bolsonaro no dia 14, um dia depois da minha entrevista. A minha fala não teve nada a ver com a campanha do Bolsonaro, não pretende justificar aquilo que ele falou ou deixou de falar, a fala do Bolsonaro é posterior à minha e o que eles estão fazendo é se utilizar de uma fórmula de construção de desinformação para desinformar mais ainda", disse.

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