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Jogadores da Seleção da Venezuela testaram positivo para Covid-19 em Brasília, na sexta-feira (11). Os venezuelanos enfrentam o Brasil na abertura da Copa América no próximo domingo (13). 

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, confirmou que cinco atletas testaram positivo para a doença. As amostras foram enviadas ao laboratório para sequenciamento genético do vírus. O processo serve para identificar qual é a variante que infectou a delegação venezuelana. Uma nova rodada de exames com todos os jogadores deve ser realizada neste sábado (12).

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A partida de estreia da Copa América está marcada para às 18h do próximo domingo (13) no Mané Garrincha. A Venezuela está no mesmo grupo de Brasil, Colômbia, Equador e Peru.

Na última quinta-feira (10), a Federação Venezuelana de Futebol informou que os jogadores estavam sendo vacinados após uma doação da empresa Sinovac e da Conmebol. No final de maio, 29 atletas já haviam sido imunizados. 

A Conmebol não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas publicou em seu site oficial, na sexta-feira (11), uma alteração nos regulamentos da competição. A entidade retirou o limite de substituições por Covid-19 nas delegações. Com isso, as seleções poderão alterar a lista final de jogadores antes e durante a competição caso alguém apresente diagnóstico positivo para a doença. O atleta cortado não poderá voltar à competição.

Gionaira teve um colapso nervoso quando começou a ver centenas de denúncias de violência sexual na Venezuela que inundaram as redes sociais como eco do movimento mundial #MeToo.

"Me senti muito identificada, passei por um colapso nervoso, tive que buscar ajuda psicológica", conta à AFP Gionaira Chávez, estuprada aos 15 anos.

"Já era hora de levantar a minha voz", disse 13 anos depois esta estilista ao ler as denúncias de abuso e assédio sexual que começaram a circular em meados de abril e que atingiram grupos teatrais, bandas musicais e até o aclamado Sistema de Orquestras Infantis e Juvenis da Venezuela.

Seu agressor era 10 anos mais velho. "Insistiu em me levar para casa" no final de um encontro em Caracas, lembra ela com a voz baixa e o olhar retraído. "Quando estávamos na altura do centro (...), essa pessoa... este... ele... me estuprou no carro. Depois me deixou em casa e nunca mais soube dele".

A onda de denúncias "me ajudou (...) a enxergar isso como um pesadelo que já passou e simplesmente seguir com a minha vida", afirma Gionaira.

O abuso sexual "está normalizado" em uma sociedade conservadora e patriarcal como a Venezuela, diz Abel Saraiba, coordenador da Cecodap, ONG de defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

A violência sexual "está longe de estar contida ou em redução, pelo contrário, está aumentando", alerta.

Os dados oficiais são escassos, praticamente inexistentes, embora o procurador-geral Tarek William Saab relate que desde que assumiu o cargo em agosto de 2017 foram apresentadas na Venezuela 8.450 denúncias por crimes sexuais e 1.676 ordens de prisão.

Em apoio às vítimas surgiu o movimento #YoSíTeCreo, semelhante ao globalizado #MeToo que derrubou ídolos da indústria do entretenimento nos Estados Unidos.

O "Yo Te Creo Venezuela", movimento surgido paralelamente, recebeu mais de 600 denúncias de violência sexual.

- "Tirar minha virgindade" -

Carmela Pérez fez uma das primeiras denúncias. Foi uma das supostas vítimas de Alejandro Sojo, vocalista da banda de pop rock venezuelana Los Colores, acusado de ter abusado de menores de idade.

Ela tinha 15 anos e ele 23 quando começaram a sair.

Seus encontros se tornaram sombrios, conta Carmela, hoje com 20 anos. "Ele queria tirar minha virgindade e eu não queria", relata. "Foi tão insistente que eu disse a ele que estava menstruada. Essa foi a única forma de pará-lo".

As acusações de abuso vinculadas a Sojo são mais de 30, segundo o Yo Te Creo Venezuela.

A violência sexual neste país é penalizada com até 12 anos de prisão se houver "abuso de autoridade, de confiança ou das relações domésticas", estabelece o Código Penal.

Mas Ariana González, do Yo Te Creo Venezuela, alerta que muitos casos não chegam às denúncias formais devido à desconfiança na Justiça.

"A grande maioria das vítimas não quer que seu abusador seja preso, quer que alguém acredite nelas", diz outra ativista, Andrea Hernández.

Gionaira, hoje casada e com uma filha de três anos, denunciou: "Sei que não terei justiça (...) mas me dá um pouco de alívio pensar que posso evitar um futuro abuso".

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo (30) que "espera" receber em junho mais cinco milhões de doses de vacinas anticovid-19 através do mecanismo Covax, em meio a uma virulenta segunda onda da pandemia.

"O sistema Covax nos prometeu mais de 5 milhões de doses de vacinas para o mês de junho. Estamos à espera de que se cumpra o cronograma que tem sido falado com o sistema Covax", disse o presidente em declarações transmitidas pela TV estatal.

Maduro reiterou que "o dinheiro já está depositado" para "pagar as vacinas", referindo-se ao pagamento de 120 milhões de dólares para cinco milhões de pessoas através do mecanismo Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS), que busca garantir vacinas contra a covid-19 para países em desenvolvimento.

A Organização Pan-americana da Saúde (Opas), escritório das Américas da OMS, tinha antecipado em 12 de maio que a Venezuela poderia receber em junho vacinas da Johnson & Johnson através do mecanismo Covax, a depender da disponibilidade.

"Nós estamos buscando a (vacina) da Johnson & Johnson, a Janssen. Foi essa que pedimos ao sistema Covax", afirmou o presidente.

A vacina da Johnson & Johnson é aplicada em dose única e não exige refrigeração extrema.

A Venezuela, com 30 milhões de habitantes, enfrenta uma virulenta segunda onda da pandemia que superlotou os centros de saúde do país. Acumula cerca de 230.000 casos confirmados e 2.500 mortes, segundo cifras oficiais, questionadas por organizações como a Human Rights Watch por considerar que omitem uma elevada subnotificação.

No sábado, o país ampliou sua campanha de imunização com vistas a cumprir a meta de 22 milhões de vacinados até dezembro e alcançar a "imunidade de rebanho", disse na sexta-feira o ministro da Saúde, Carlos Alvarado.

Maduro também comemorou a chegada ao pais de 500.000 vacinas Sputnik-V, da Rússia, um de seus principais aliados comerciais, frente ao que chamou de segunda fase da vacinação, que inclui adultos idosos e pessoal de saúde.

A Venezuela recebeu até o momento as vacinas russas Sputnik V e as chinesas do laboratório Sinopharm, e participa de testes de outra candidata russa, a EpiVac Corona.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na quinta-feira, 20, que as eleições são "o único caminho possível" para recuperar a segurança e a justiça no país. "Após três anos da vitória popular de 20 de maio, evocamos o espírito democrático e pacifista do povo venezuelano. Hoje, mais do que nunca, estamos convocados a transitar pelo caminho eleitoral, como o único possível para recuperar a segurança e a justiça social", disse Maduro.

A declaração do presidente, que governa o país desde 2013, foi feita seis meses antes das eleições regionais e locais na Venezuela, nas quais a oposição liderada por Juan Guaidó planeja concorrer. Em dezembro do ano passado, os opositores decidiram não disputar as eleições legislativas por considerá-las fraudulentas.

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Guaidó, que na semana passada apresentou uma proposta de negociação com o governo para resolver a crise, condiciona a participação eleitoral a garantias de transparência e legalidade por parte do governo, além de outros compromissos.

Mas todas as condições propostas por Guaidó estão no ar, uma vez que, embora Maduro tenha se mostrado disposto a negociar "com qualquer um", não se pronunciou sobre as exigências nem disse se cederia às condições, até porque algumas não dependem apenas do líder opositor.

É o caso da "suspensão progressiva das sanções", decisão a ser tomada pelos países que as impuseram, como Estados Unidos e União Europeia, entre outros. Também não está nas mãos de Guaidó ampliar as sanções caso o governo não assuma o compromisso de libertar presos políticos, apresentar um calendário para "eleições livres e justas, condições eleitorais, justiça transitória e resolução de processos judiciais".

Inevitavelmente, para cumprir a sua proposta, tem de haver um compromisso dos EUA, que na semana passada, por meio do chefe de missão diplomática na Venezuela, James Story, garantiu que o país "não está envolvido nas negociações" propostas pelo líder opositor, apesar de ter manifestado seu respaldo.

Nesta semana, a Organização de Estados Americanos (OEA) defende a iniciativa de Guaidó de retomar as negociações com o governo de Maduro. "A situação do país assim exige", disse o órgão, em um comunicado, acusando a "ditadura" de Maduro de "devastar a outrora potência petroleira", e de cometer crimes contra a humanidade.

"A Venezuela atravessa a pior crise humanitária, migratória e de corrupção da história da região", acrescentou o texto, que denuncia "violações sistemáticas" de direitos humanos e cessão de controle territorial a grupos criminosos na fronteira com a Colômbia.

A OEA, integrada pelos 35 países americanos - embora Cuba não seja um membro ativo e a própria Venezuela seja representada por um delegado de Guaidó, após Maduro se retirar da organização, em abril de 2019 -, não reconhece a legitimidade do líder chavista por considerar sua reeleição em 2018 fraudulenta.

Em janeiro de 2019, quando Maduro assumiu um segundo mandato até 2025, a OEA reconheceu a autoridade constitucional da Assembleia Nacional da Venezuela, "democraticamente eleita" em 2015, e chefiada por Guaidó, que atualmente tem um índice de aprovação de menos de 20%, após o amplo apoio que tinha dois anos atrás.

Presos políticos

Líderes opositores venezuelanos denunciaram a transferência de "presos políticos" para prisões comuns na Venezuela, após um decreto de Maduro publicado no dia 12 no Diário Oficial. A opositora Delsa Solórzano disse que a situação "é de extrema gravidade, uma vez que as prisões da Venezuela estão entre as mais perigosas do mundo". "As famílias têm muito medo", afirmou.

Em março, a ONU alertou para novas "prisões arbitrárias de pessoas percebidas como inimigos internos ou opositores". De acordo com a ONG Provea, nos três primeiros meses do ano, houve 472 execuções extrajudiciais na Venezuela. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para proibir o governo federal de hostilizar autoridades diplomáticas venezuelanas. O processo foi distribuído para relatoria da ministra Cármen Lúcia.

A iniciativa é uma reação às investidas da gestão bolsonarista contra o corpo diplomático da Venezuela no Brasil. O alinhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, principal opositor da ditadura chavista, estremeceu as relações contra as autoridades consulares representantes do presidente constitucional Nicolás Maduro.

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"Não cabe ao governo brasileiro tomar lado de rebeldes, no caso o Sr. Guaidó e seus apoiadores, contra um governo estrangeiro estabelecido. Fazê-lo implica claramente intervenção em política doméstica, ainda que o governo possa não ser do agrado ideológico do mandatário da vez", diz um trecho da ação.

Em maio do ano passado, o Supremo derrubou um ato do governo que determinava a expulsão corpo diplomático venezuelano do País. Depois disso, o Ministério das Relações Exteriores, ainda sob comando do ex-chanceler Ernesto Araújo, proclamou como 'persona non grata' 29 venezuelanos, entre diplomatas e funcionários consulares - a declaração funciona na prática como um indicativo de que os oficiais estrangeiros não são mais bem-vindos no Brasil. A pressão para que as autoridades deixem o País aumentou em março deste ano, durante a pandemia, quando a Polícia Federal pediu que os representantes diplomáticos, consulares e administrativos do 'regime ilegítimo da Venezuela', regularizem sua situação migratória ou saiam voluntariamente do Brasil.

"É factível a possibilidade de que o atual governo dê continuidade ao ato inconstitucional de investir contra o corpo diplomático da Venezuela no Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores ou quaisquer outros aparatos estatais servíveis a esse fim, motivo pelo qual se faz jus à concessão de tutela de urgência nesta Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental", pede o PT.

Na avaliação do partido, o tratamento dispensando pelo governo Bolsonaro à Venezuela fere os princípios da não ingerência em assuntos domésticos de outros países e da igualdade entre os Estados. O PT argumenta que, embora tenha margem de discricionariedade para decidir sobre a política externa, o presidente não pode violar preceitos fundamentais das relações internacionais.

"O atual governo brasileiro se norteia por motivações ideológicas nos assuntos externos do País, o que invariavelmente reflete nas relações do País perante o cenário exterior", argumenta o partido.

Durante pronunciamento à nação na tarde do último sábado (3), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não poupou os comentários ácidos à gestão bolsonarista diante da pandemia da Covid-19 no Brasil. Durante balanço sobre a doença no seu país, o venezuelano diz que a situação do seu país vizinho “é um desastre” e que “a mutante brasileira deveria chamar-se 'a mutante Bolsonaro’”, referindo-se às novas cepas encontradas e sob mapeamento na nação de Jair Bolsonaro (sem partido).

“A mutante Bolsonaro... Porque ele é o culpado por abandonar o seu povo e por ser louco, insensível, um psicopata. Um psicopata! Insensível! Não lhe dói o povo do Brasil. Não lhe dói nada. A ele só interessa sua loucura. Vejam a situação que ele meteu o Brasil e a humanidade. O Brasil é o epicentro mundial das variantes mais perigosas e da expansão do coronavírus. Essa é a verdade”, declarou o chefe de Estado.

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Os comentários continuaram, mas então acerca da letalidade da nova variante. Maduro reconheceu que as cepas brasileiras do Sars-Cov-2 têm uma carga viral “maior e mais forte”.

“Nosso povo deve cuidar-se mais e melhor. As famílias devem se cuidar mais”, aconselhou, ao admitir que as variantes do Brasil estão em circulação na Venezuela.

A Venezuela bateu, também no último sábado (3), o recorde de casos confirmados de covid-19 nas últimas 24 horas e atingiu o ponto mais alto da curva de contágio desde o início da pandemia. Foram 1.779 infecções e 15 mortes, segundo informações do Governo.

Em março, o país contabilizou 21.380 casos. De acordo com o Centro de Pesquisas Coronavírus da Universidade Johns Hopkins, são 164.337 infecções e 1.647 óbitos no total.

Nicolás Maduro afirma “sem dúvida alguma” que a situação em seu país se agrava em razão da cepa brasileira, que circula na Venezuela há algumas semanas.

“A variante brasileira avança mais rapidamente. Há gente que se automedica, e, se por qualquer razão, tem medo ou excesso de confiança, e não quer ir ao hospital, é um erro. Paga-se caro por isso. Conheço casos de gente que ficou em casa e começou a se automedicar. Em 48 horas, não podem respirar, se sentem mal e quase chegam a morrer”, advertiu o presidente venezuelano.

A Venezuela faz fronteira com o estado de Roraima e com o Amazonas, sendo o último uma das unidades federativas brasileiras a enfrentar a pior crise de saúde em todo o país, por causa da Covid. Por último, Maduro defendeu o aumento no número de leitos hospitalares e pediu que a população não tome medicamentos por conta própria.

O ex-presidente Lula (PT) enviou carta de agradecimento ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta sexta-feira (22), por ter enviado oxigênio a Manaus, no Amazonas. No texto, o ex-presidente disse que o gesto do presidente venezuelano, que é constantemente criticado pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), “prova que é possível fazer política sem ódio”.

O líder petista lembrou do tempo que Brasil e Venezuela eram parceiros, reforçando: “E tão logo conquistemos a democracia de volta para o Brasil iremos restabelecer relações políticas civilizatórias com o governo e o povo irmão da Venezuela”.

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Lula ainda afirmou que com o gesto de solidariedade feito por Maduro, deixa a lição para os países aprenderem a conviver democraticamente na adversidade.

Confira a carta na íntegra:

Prezado Presidente Nicolás Maduro,

Quero agradecer o gesto de solidariedade e a grandeza política que vossa excelência teve ao ser solidário com o povo de Manaus, na crise por falta de oxigênio hospitalar, resultado da ausência de responsabilidade do governo no nosso país.

O seu gesto prova que é possível fazer política sem ódio.

Tenha certeza, senhor presidente, que essa ação não será esquecida pelo povo brasileiro. E tão logo conquistemos a democracia de volta para o Brasil iremos restabelecer relações políticas civilizatórias com o governo e o povo irmão da Venezuela. Seu país sempre foi um grande parceiro do Brasil durante o meu governo, no governo da presidenta Dilma e também durante outras administrações.

Fica, com esse gesto de solidariedade, a lição para os países aprenderem a conviver democraticamente na adversidade.

O povo da Venezuela e somente ele, pode julgar o governo venezuelano. E todos aqueles que reconheceram um impostor como presidente devem agora ter a mesma grandeza que o senhor teve em relação ao Brasil e reconhecer vossa excelência como o único e legítimo presidente da Venezuela.

Um abraço do seu amigo,

Luiz Inácio Lula da Silva





 

 

 

Diante do colapso do sistema de saúde de Manaus e da falta de oxigênio para suprir a demanda de internações por covid-19 no Amazonas, 107 médicos graduados na Venezuela se ofereceram para ajudar Manaus, informou neste sábado, 16, o ministro de Relações Exteriores do país, Jorge Arreaza.

De acordo com o anúncio, os 107 profissionais parte da Associação dos Médicos Formados no Exterior (Amfex) e se apresentaram na sexta ao consulado venezuelano em Boa Vista, Roraima, para ajudar no atendimento médico aos pacientes acometidos pelo coronavírus no Amazonas.

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A brigada, que conta com médicos brasileiros e venezuelanos formados na Universidade de Caracas, Venezuela, enviou documento ao governador Wilson Lima (PSC) nesta sexta-feira, 15. No documento, o grupo afirma que "107 médicos residentes no Brasil estão à inteira disposição para prestar o apoio que seja necessário para nessa luta contra o coronavírus e a favor da vida humana".

A colaboração do país vizinho vem após, no último dia 14, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, orientar que sua diplomacia atendesse ao pedido do governo do Amazonas para liberar uma carga de oxigênio hospitalar da White Martins produzida no país. O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse que a Venezuela foi o único país a se prontificar a ajudar o Estado na crise falta de oxigênio.

Além da colaboração dos profissionais da saúde, o ministro chavista também comunicou que informou ao governador do Amazonas que neste sábado os primeiros caminhões de cilindro com milhares de litros de oxigênio saem da fábrica do SIDOR, em Puerto Ordaz, para Manaus.

A cidade de Puerto Ordaz, na Venezuela, fica a 1.580 quilômetros da capital manauara. Ainda não há estimativas de quando essa carga chegará ao Brasil.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, orientou que sua diplomacia atendesse ao pedido do governo do Amazonas para liberar uma carga de oxigênio hospitalar da White Martins produzida no país. O chanceler chavista, Jorge Arreaza, disse que conversou nesta quinta-feira (14) com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), após o sistema público entrar em colapso no Estado.

"Por instruções de Maduro conversei com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para colocar imediatamente à disposição o oxigênio necessário para atender a contingência sanitária em Manaus. Solidariedade latino-americana antes de tudo!", expressou o ministro Arreaza. Lima agradeceu em nome do povo amazonense.

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Principal fornecedora do oxigênio hospitalar no Amazonas, a empresa White Martins comunicou que buscaria o estoque disponível em suas operações na Venezuela e que tentaria viabilizar a importação para abastecer o Estado. "A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e, neste momento, está atuando para viabilizar a importação do produto para a região", disse a empresa em nota.

Segundo o Ministério Público, a White Martins alegou "não possuir logística suficiente para atender a demanda" no País. A companhia disse que a demanda do Amazonas chegou a 70 mil metros cúbicos por dia, após aumentar cinco vezes nos últimos 15 dias. Ao mesmo tempo, a empresa afirmou que realiza uma "grande operação por vias fluvial e aérea" para trazer oxigênio de fábricas localizadas em outros Estados no Brasil, com apoio das Forças Armadas e governos.

Um dia após a invasão ao Capitólio norte-americano, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, segue em silêncio. Na terça-feira (5), véspera do atentado ao Congresso dos Estados Unidos, o chanceler usava as redes sociais para criticar e, mais uma vez, tentar deslegitimar o processo eleitoral na Venezuela.

Nem o próprio Ernesto, nem o Itamaraty, posicionaram-se sobre o crime cometido por extremistas pró-Trump, nessa quarta (6), que resultou na morte de quatro pessoas. Instigados por publicações do presidente, eles invadiram a sede do legislativo, em Washington, em uma arruaça para se opor pela derrota do candidato à reeleição. Sem apresentar provas ou indícios, Donald Trump afirmou que o processo foi fraudado e cobrou governadores por votos.

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O próprio vice-presidente e líder do Partido Republicano, Mike Pence, rompeu relações com Trump, que foi amplamente criticado por líderes internacionais. Ainda assim, o governo brasileiro, o último da América Latina a reconhecer a vitória do Democrata Joe Biden, não comentou sobre a invasão e mostra-se alinhado à manifestação do candidato derrotado. 

O que chama atenção é o fato de um dia antes, o ministro Ernesto Araújo ter feito uma série de publicações para cobrar pela recuperação da democracia venezuelana. Considerada injusta pelo chanceler, ele afirmou que o Brasil seguirá em apoio ao presidente autoproclamado Juan Guaidó e acusa Nicolás Maduro de desrespeitar as leis eleitorais, em parceria com o crime organizado.

Já o perfil oficial do Itamaraty publicou o comunicado do Grupo de Lima, que rejeita o resultado da eleição venezuelana ocorrida em dezembro. O documento indica que a Assembleia Nacional, instalada na terça, é ilegal e ditatorial. 

O governo da Venezuela anunciou que irá retomar na próxima segunda-feira seu plano de confinamento parcial devido à pandemia de Covid-19, após relaxar o controle em dezembro.

"O presidente Nicolás Maduro, em atenção ao desenvolvimento epidemiológico da Covid-19 no mês de dezembro, decidiu retomar o esquema 7+7, com o início da quarentena radical à meia-noite de 4 de janeiro, até o dia 10", tuitou hoje a vice-presidente do país, Delcy Rodríguez.

O plano "7+7" alterna sete dias de "quarentena radical", quando todo o comércio é obrigado a fechar, salvo o essencial, com sete dias de "flexibilização", em que a retomada das atividades é permitida. O governo começou a aplicá-lo em junho e o manteve até dezembro, quando Maduro relaxou o controle para o Natal, incluindo o toque de recolher imposto aos municípios fronteiriços.

O presidente socialista alertou para "um aumento leve, mas significativo", das infecções em dezembro, encerrado com quase 11 mil novos casos e 127 mortos, segundo cifras oficiais, questionadas pela oposição e por organizações como a Human Rights Watch.

O país acumula 113.558 casos da doença e 1.028 mortos, segundo o balanço oficial. A pandemia afeta a Venezuela em meio a uma crise econômica que dificulta o confinamento, uma vez que oito em cada 10 famílias não possuem renda suficiente para comprar a cesta básica, segundo um estudo acadêmico.

O fogão a lenha que Jesús Cova e sua esposa, Luisa Cortez, usavam para preparar sopas nos finais de semana com amigos agora é a única coisa que têm para cozinhar, devido à falta de gás doméstico, um mal cada vez mais presente na Venezuela.

Embora o preparo de refeições com carvão vegetal, ou a lenha, seja uma prática comum em momentos de relaxamento, a falta de gás transformou este costume esporádico na única alternativa para muitos venezuelanos.

"A cozinha já está cheia de teias de aranha e de poeira, desde maio sem gás", disse Cova à AFP em sua pequena fazenda em Las Violetas, um vilarejo no estado Sucre (nordeste), a cerca de nove horas de Caracas por terra.

"Até para fazer um café, temos que estar colados em um fogão".

A imagem de homens, mulheres e crianças carregando lenha em seus ombros, ou com carrinhos de mão, espalha-se ao longo da troncal 9, uma rodovia que liga Caracas ao leste do país. As vendas de lenha também são comuns na beira da estrada.

- "Gás palito" -

Embora não existam conexões de gás perto de sua pequena fazenda, em Las Violetas, eles antes se abasteciam sem problemas com botijões recarregáveis que compravam a preços muito baixos.

Cova, um carismático músico de 42 anos que liderou protestos que incluem o bloqueio de estradas para exigir soluções, atribui parte do problema à corrupção. "Estão bachaqueando (revendendo) o gás em dólares", a moeda de fato nas transações do país, afirma.

Então, resta apenas uma opção: o "gás palito", como se refere à lenha com ironia Margarita Bermúdez, habitante de Boca de Caño, uma comunidade vizinha.

"A fumaça me asfixia, porque sofro de asma", conta esta mulher de 55 anos de cabelos grisalhos, que aumenta o tom quando descreve o sofrimento que enfrentam.

"Precisamos de gás para cozinhar, porque ao darmos nossos votos ao nosso presidente (Nicolás Maduro), para deixá-lo confortável, também queremos que nos deixem confortáveis (...). Eles nos fazem sofrer, e ele está bem por lá", critica.

Somados ao "tormento" de meses sem gás, estão outros males que colocaram Bermúdez e seus três irmãos, todos mais velhos que ela, e seu único filho, de 22 anos, na pobreza extrema.

O governo de Maduro, que enfrenta seu sétimo ano de recessão, atribui os problemas de abastecimento de combustível às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, incluindo um embargo do petróleo.

Com a proteção da Floresta Amazônica como pauta principal, foi reinstalado nesta segunda-feira (21) o Parlamento Amazônico (Parlamaz). O grupo reúne representantes de Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname e Equador. Tem o objetivo de estabelecer políticas integradas, estreitando as relações sobre as questões amazônicas e promovendo a cooperação e o desenvolvimento sustentável da região. 

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Nelsinho Trad (PSD-MS), foi eleito por unanimidade para presidir o Parlamaz. Ele pediu que os membros indiquem candidatos para a vice-presidência até o dia 21 de janeiro, bem como os apontamentos para o plano de trabalho do colegiado. 

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Criada em 17 de abril de 1989, a comissão funcionou alguns anos, mas acabou desmobilizada. A ideia de reativá-la, depois oito anos inativa, voltou em 2019, após uma reunião dos países-membros na Embaixada do Equador. Segundo Nelsinho Trad, depois daquele encontro foram realizados debates decisivos para a continuidade do projeto. O senador apontou o papel do Parlamaz de fortalecer a representação democrática, com respeito à região e aos seus habitantes, e ressaltou a felicidade pela reativação do grupo. Ele disse que nenhum representante dos países-membros aceitará delegar a titularidade sobre as políticas a serem adotadas na região. 

"Nossa intenção é dar voz às populações nativas, oferecer não uma obra passageira, mas uma contribuição definitiva que se perpetuará no tempo. A reinstalação do Parlamaz significa um passo importante, e os resultados poderão impactar de modo decisivo e firme o nosso futuro. Pedimos a Deus que continue nos dando saúde para enfrentarmos as dificuldades que teremos pela frente", afirmou. 

Desafios

O deputado colombiano Juan David Velez falou da importância da reinstalação do grupo parlamentar. Ele observou que, como o colegiado tem representação internacional, outro grande desafio dos países-membros consiste em sugerir ações de proteção ao meio ambiente também de forma geral. 

"Para nós, o Parlamaz trará sinergia para a região [amazônica], visando ações que gerem produtividade sustentável e riqueza. Não queremos seguir com a pobreza, e precisamos tratar desse tema de modo responsável". 

Uma das representantes da Bolívia, a deputada Marta Ruiz Flores disse que o parlamento boliviano está comprometido com a causa. Ela ponderou que todos os países, irmanados, podem promover mudanças importantes para a sustentabilidade do bioma amazônico. 

Aquecimento global

Na opinião do presidente da Assembleia Nacional da Guiana, Manzoor Nadir, o aquecimento global tem trazido mudanças e consequências que não podem ser medidas, mas que precisam ser combatidas. Ele chamou atenção para a responsabilidade do Parlamaz no tocante à legislação ambiental. 

"Estamos falando de uma lei que tem um poder único de apresentar números e trazer soluções. Nosso tempo de agir é agora". 

O deputado brasileiro Léo Moraes (Podemos-RO) também ressaltou a importância do diálogo para posicionar os interesses de todos os países-membros diante do mundo. Para ele, além de defender os amazônidas, como indígenas e ribeirinhos, é fundamental que o grupo parlamentar chame à participação todas as populações que habitam a área. 

"Temos que cuidar e aliançar o interesse pelo desenvolvimento e pelo progresso pensando, sobretudo, na nossa soberania. Ninguém melhor que os moradores e desbravadores dessa região para nos transmitir as experiências inerentes a esse rincão e estamos à disposição para promover esse bom debate". 

Cooperação

Para Carlos Alberto Lázare Teixeira, da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (Otca), o Parlamaz é um canal de diálogo e cooperação entre os legislativos desses países, fundamental para consolidar as políticas de Estado necessárias à Amazônia. Ele também destacou a importância de valorização dos habitantes locais. 

"Nosso grande esforço é para difundir todos os elementos fundamentais para a região, baseado na centralidade do ser humano, já que há ali cerca de 35 milhões de habitantes. Também é importante que todos os membros mostrem seu apoio ao tratado, com a missão de levar em frente toda essa agenda de cooperação". 

Membros do Parlamento Amazônico

Brasil: senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Eduardo Braga (MDB-AM), Plínio Valério (PSDB-AM), Paulo Rocha (PT-PA) e Telmário Mota (Pros-RR); deputados Marcelo Ramos (PL-AM), Léo Moraes (Podemos-RO), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e José Ricardo (PT-AM) 

Bolívia: Marta Ruiz Flores, Sara Kattya Condori, Carlos Hernán Arrien Aleiza, Alcira Rodríguez, Ana Meriles e Genaro Adolfo Mendoza 

Colômbia: Germán Alcides, Blanco Álvares, Harry Gonzalez, Henry Correal, Juan David Velez, Maritza Martinez, Harold Valencia, Carlos Cuenca e Jorge Guevara 

Equador: Fernando Flores, Carlos Cambala 

Guiana: Manzoor Nadir 

Peru: Gilmer Trujillo Zegarra 

Suriname: Marinus Bee 

Venezuela: María Gabriela Hernández Del Castillo, Romel Guzamana

*Da Agência Senado

 

Apenas três em 10 venezuelanos marcaram presença na eleição legislativa no país, boicotada pela oposição liderada por Juan Guaidó. Os apenas 31% dos eleitores presentes deram caminho para a vitória do chavismo, que retoma a maioria do Parlamento, numa votação contestada por pelo menos mais de 15 países, entre eles, o Brasil.

Para o analista Erik Del Bufalo, professor da Universidade Simon Bolívar, em Caracas, o triunfo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado pelo presidente Nicolás Maduro, é um reflexo de que as coisas seguirão como antes na Venezuela: com mais uma derrota para uma oposição desprestigiada e sem uma reação capaz de enfrentar o presidente.

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O acadêmico vê em Juan Guaidó, líder da oposição e autoproclamado presidente da Venezuela, um personagem "triste" e incapaz de agir com o poder que teve em mãos. Para ele, a oposição precisa de caras novas e mudanças de estratégias.

O que podemos tirar das eleições do domingo?

Ontem (domingo) não foi uma eleição verdadeira. A oposição real não se apresentou. Só se apresentaram figuras do chavismo. A eleição deve ser feita a cada cinco anos pela Constituição. Mas as instituições que a fizeram não têm legitimidade. São eleições que não podem ser auditadas denenhuma maneira, tanto que se consideram fraudulentas. Assim é com a comunidade europeia e com outros países da América Latina, com a exceção de Cuba.

Faltou uma proposição de alternativa mais concisa da oposição?

Não há nada novo envolvido neste processo eleitoral. O regime continua com sua farsa, mas significa que, de alguma forma, pode ser um momento para a oposição repensar a estratégia para os próximos tempos. Lamentavelmente, por outro lado, a oposição não teve uma reação coerente. A sensação que hoje habita é que nada muda.

O que falta para a oposição venezuelana?

O problema da oposição é que há muita gente que não tem prestígio. Perderam cinco anos quando tiveram maioria absoluta na Assembleia Nacional e não fizeram nada. Portanto, perderam. Prometiam que iriam tirar Maduro e não o fizeram nesses cinco anos. Como essa promessa não se cumpriu, agora eles não têm nenhum crédito. As ações que estão tomando são apenas midiáticas. Não há medidas concretas, eficazes, para tirar Maduro do poder. É preciso uma mudança de atores e de estratégia. Os atores estão saturados, as pessoas não se identificam com a classe política da oposição e por isso há uma sensação de letargia. E é preciso mudar a estratégia. É preciso maior colaboração e maior confrontação. É preciso saber articular o apoio nacional e o apoio das Forças Armadas. É impossível governar sem as Forças Armadas.

Por que esse ator não foi Juan Guaidó?

Guaidó é um personagem pouco eficaz para mudar a situação, tem muito respaldo popular, mas sua técnica pessoal fracassou. É um personagem triste, que não soube o que fazer com o mandato que teve. Não soube organizar a oposição, não teve uma ação efetiva e o veem como um segundo Leopoldo López e não é como um líder em si mesmo.

Há um nome que possa despontar como esse novo ator?

Neste momento, não há nada. Mas pode aparecer num futuro breve. Hoje, a oposição está desestruturada e sem orientação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O resultado das eleições parlamentares da Venezuela, realizadas no último domingo (6) e que garantiu o poder da Assembleia Nacional ao presidente Nicolás Maduro, não foi reconhecido pela União Europeia, Estados Unidos, Brasil e mais um grupo de 15 países da América.

Nesta segunda-feira (7), os governos do Brasil e de outros 15 países, originalmente organizados no chamado Grupo de Lima, informaram que o pleito não teve garantia "de liberdade, segurança e transparência" e aconteceu "sem integridade dos votos, participação de todas as forças políticas ou observação internacional".

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O documento foi assinado por Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia.

"Exortamos a comunidade internacional a se unir na rejeição a essas eleições fraudulentas e a apoiar os esforços para a recuperação da democracia, do respeito pelos direitos humanos e do Estado de Direito na Venezuela", acrescenta o texto.

Já a União Europeia (UE) também rejeitou a votação, que não foi livre e justa, e pediu para Maduro traçar um caminho para garantir uma reconciliação nacional.

"Os chanceleres da UE concordaram unanimemente que as eleições venezuelanas de 6 de dezembro de 2020 para a Assembleia Nacional não cumpriram os padrões internacionais mínimos para um processo credível de mobilização do povo venezuelano para participar", afirmou o alto representante da UE, Josep Borrell, em Bruxelas.

Segundo Borrell, a Venezuela necessita urgentemente de uma solução política para superar o impasse e permitir com urgência a prestação da assistência humanitária necessária à sua população".

"A falta de respeito pelo pluralismo político e a desqualificação dos dirigentes da oposição não permitem à UE reconhecer este processo eleitoral como credível, inclusivo ou transparente", acrescentou o representante do bloco.

Pouco tempo depois, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou que o governo americano continuarão reconhecendo o líder da oposição Juan Guaidó como presidente da Venezuela.

Mais cedo, o chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, disse que o resultado da eleição no país vizinho foi uma "farsa eleitoral".

"O Brasil continuará trabalhando, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela. Defenderemos a segurança, a dignidade humana e a liberdade na América Latina e em todo o mundo", ressaltou.

Moscou, por sua vez, publicou um comunicado no qual diz que "nenhuma violação grave foi observada durante as eleições parlamentares". De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, "observadores internacionais, incluindo russos, elogiaram os esforços das autoridades venezuelanas em organizar a votação segundo os mais altos padrões de transparência, democracia e segurança sanitária e epidemiológica".

"Não foram detectadas violações graves", concluiu a porta-voz russa, Maria Zakharova. 

Da Ansa

A seleção brasileira manteve os 100% de aproveitamento nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022. Na noite desta sexta-feira (13), o time de Tite venceu a Venezuela por 1 a 0 e chegou aos nove pontos. Em jogo fraco no Morumbi, o Brasil sofreu para furar a retranca adversária e marcou no segundo tempo com Roberto Firmino. A equipe volta a jogar na terça (17), contra o Uruguai, em Montevidéu.

Sem suas duas principais estrelas, Neymar e Philippe Coutinho, lesionados, a seleção brasileira teve muitas dificuldades para criar. É verdade que Richarlison teve gol anulado logo aos seis minutos de jogo, em lance polêmico, em impedimento marcado de Renan Lodi no início do lance. Mas a equipe de Tite pouco fez na primeira etapa.

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A Venezuela se fechou com uma linha de cinco defensores, outra de quatro jogadores e só Rondón mais à frente. O Brasil adotou esquema parecido com o que tinha mostrado na estreia das Eliminatórias, contra a Bolívia, quando Lodi atuou praticamente como um ponta. E foi pela esquerda que a seleção conseguiu suas poucas boas jogadas.

O gol anulado surgiu de lançamento de Marquinhos para Lodi, que cruzou. Fariñez espalmou para o meio da área e Richarlison marcou. O lance passou pela revisão do árbitro de vídeo e foi marcado o impedimento, mas a imagem mostrada não é conclusiva.

Ainda no primeiro tempo, Richarlison perdeu chance inacreditável. Em novo cruzamento de Lodi, Gabriel Jesus cabeceou na segunda trave e Richarlison, sem goleiro e dentro da pequena área, completou para fora.

A Venezuela deixava claro que foi ao Morumbi para segurar o empate e nem se esforçava para tentar atacar. A única chance da equipe no primeiro tempo ocorreu em contragolpe rápido. Soteldo fez sua jogada que o torcedor do Santos acostumou-se a ver: driblou pelo lado esquerdo e cruzou, mas Marquinhos afastou para escanteio.

No segundo tempo, Tite deixou a seleção mais ofensiva ao voltar do intervalo com Lucas Paquetá no lugar de Douglas Luiz. Além disso, o treinador mexeu no posicionamento do ataque, deslocando Richarlison para o lado direito e passando Gabriel Jesus para a função de centroavante.

As mudanças, entretanto, pouco surtiram efeito no início do segundo tempo. O Brasil seguia com muitas dificuldades para furar a retranca venezuelana. Quanto Tite chamou Everton Cebolinha e Pedro, o Brasil abriu o placar, aos 21 minutos. Paquetá enfiou linda bola para Everton Ribeiro, que cruzou de pé direito. Lodi disputou pelo alto, e a bola sobrou para Firmino completar para o fundo da rede.

O gol fez Tite mudar de ideia por algum tempo, e Cebolinha e Pedro acabaram colocando novamente o colete dos reservas. Eles entraram dez minutos depois do gol na vaga de Jesus e Richarlison. Destaque do Flamengo, Pedro fez sua estreia pela seleção brasileira.

Mesmo atrás do placar, a Venezuela pouco se arriscava. Só nos acréscimos teve chance em cobrança de falta de Otero, do Corinthians. O Brasil também continuou com dificuldades para furar a retranca adversária.

Após fazer cinco gols na Bolívia e quatro no Peru, a seleção brasileira não repetiu a boa atuação, mas conseguiu a vitória magra no Morumbi e lidera as Eliminatórias. Já a Venezuela sofreu sua terceira derrota.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 1 x 0 VENEZUELA

BRASIL - Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi (Alex Telles); Allan, Douglas Luiz (Paquetá) e Everton Ribeiro; Gabriel Jesus (Everton Cebolinha), Roberto Firmino e Richarlison (Pedro). Técnico: Tite.

VENEZUELA - Fariñez; Feltscher (Del Pino Mago), Ángel, Osorio e Rosales (González); Rincón, Moreno, Cásseres, Machis (Savarino) e Soteldo (Otero); Rondón. Técnico: José Peseiro.

GOL - Roberto Firmino, aos 21 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Cásseres, Douglas Luiz, Machís, Rincón.

ÁRBITRO - Juan Benítez (PAR).

RENDA E PÚBLICO - Jogo sem torcida.

LOCAL - Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).

A seleção brasileira vai descobrir nesta sexta-feira (13), às 21h30, como atuar sem os dois principais nomes desta geração: Neymar e Philippe Coutinho. Os dois são os grandes desfalques do time que joga no Morumbi pela Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 contra a Venezuela. As ausências forçam o técnico Tite a buscar uma nova formação, com direito a um trio de ataque diferente: Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Richarlison.

Em quatro anos no comando da seleção, será a primeira vez que Tite não terá a dupla Neymar e Coutinho para um jogo disputado em data oficial. Nas 50 partidas realizadas sob o comando do treinador, apenas uma vez o Brasil estava sem os dois. Em 2017, um amistoso beneficente no Rio de Janeiro, contra a Colômbia, contou só com atletas que atuam no futebol brasileiro.

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Neymar chegou a integrar o elenco até esta quinta, quando foi cortado da seleção após nova avaliação médica. Já Coutinho foi um dos seis jogadores convocados e posteriormente cortados da seleção. O jogador do Barcelona teve um problema na coxa esquerda e terá como substituto Éverton Ribeiro, do Flamengo. Coutinho é o atleta mais utilizado por Tite e esteve presente em 46 dos 50 jogos.

"Essa convocação teve um número maior (de cortes) do que realmente acontece, ou por lesão ou pelo problema da covid-19. Eu quero olhar esse lado real também. As oportunidades surgem", disse Tite. A equipe perdeu nesta quinta o lateral Gabriel Menino, diagnosticado com o novo coronavírus. Os outros atletas testaram negativo e vão passar outra série de exames no fim de semana.

Tite vai escalar Ederson no gol, mesmo com o retorno de Alisson. Sem contar com o volante Casemiro, outro diagnosticado com covid-19, Allan assume a posição. O ataque terá o comando de Richarlison posicionado como centroavante, em vez de Firmino, que agora virou ponta. "O Richarlison será o 'nove'. O Firmino será um jogador mais livre, como um articulador", explicou o técnico.

Pelo menos as mudanças na escalação não mexem com o favoritismo do Brasil. A equipe lidera as Eliminatórias e recebe dentro de casa um dos adversários mais frágeis do continente. A Venezuela perdeu os dois primeiros jogos e foi o único país a não ter marcado gol na competição até agora.

Ainda assim, o Brasil tem na memória o último encontro com a Venezuela. O resultado foi frustrante. Na Copa América do ano passado, em Salvador, as equipes empataram por 0 a 0. "São confrontos sempre muito complicados, a gente tem uma partida recente contra a Venezuela, na Fonte Nova. Foi jogo em que eles nos impuseram muita dificuldade. É uma equipe que se fecha bem", explicou o zagueiro Thiago Silva.

A Conmebol detalhou nesta segunda-feira a tabela da terceira e quarta rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, agendadas para novembro. O Brasil terá pela frente a Venezuela no dia 13, às 21h30, no Morumbi. Já o confronto com o Uruguai foi agendado para as 20 horas do dia 17, em Montevidéu, no Estádio Centenário.

O Brasil venceu os seus dois primeiros compromissos no qualificatório, diante de Bolívia (5 a 0) e Peru (4 a 2), liderando o torneio por ter saldo de gols superior ao da Argentina - 7 a 2 -, a única outra seleção que ganhou as duas partidas que disputou. A Venezuela, primeira adversária da equipe adversária de Tite em novembro, perdeu os dois duelos que disputou em outubro. Enquanto isso, o Uruguai ganhou um e perdeu outro.

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De acordo com a definição da diretoria de competições da Conmebol, a terceira rodada terá dois jogos disputados no dia 12, uma quinta-feira, e outros três no dia 13, uma sexta. Já na jornada seguinte, todos os duelos estão marcados para o dia 17, uma terça.

Os quatro primeiros colocados das Eliminatórias se classificarão para a Copa do Mundo de 2022. Já o quinto melhor disputará uma repescagem para tentar ir ao Catar daqui a dois anos.

Confira a tabela detalhada das Eliminatórias, com os horários (de Brasília):

3.ª rodada

12/11 - 15h - Bolívia x Equador (Hernando Silles)

12/11 - 21h - Argentina x Paraguai (Monumental de Nuñez)

13/11 - 13h30 - Colômbia x Uruguai (Metropolitano Roberto Meléndez)

13/11 - 20h - Chile x Peru (Nacional de Santiago)

13/11 - 21h30 - Brasil x Venezuela (Morumbi)

4.ª rodada

17/11 - 14h - Equador x Colômbia (Casa Blanca)

17/11 - 16h - Venezuela x Chile (Olímpico de Caracas)

17/11 - 17h30 - Peru x Argentina (Nacional de Lima)

17/11 - 20h - Uruguai x Brasil (Centenário)

17/11 - 20h - Paraguai x Bolívia (Defensores del Chaco)

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que os cientistas do Instituto Venezuelano de Investigações Científicas (IVIC) desenvolveram uma molécula que aniquila completamente o vírus que provoca a COVID-19.

Além disso, o líder venezuelano assegura que o novo medicamento pode deter a COVID-19 e que o estudo teve uma duração de seis meses.

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"Hoje, posso dizer oficialmente que esta molécula [...] foi testada para a COVID-19, foram feitas todas as investigações [...] o estudo durou seis meses, dando como resultado a aniquilação de 100% do vírus da COVID-19", assegurou.

"Quero dizer que a Venezuela conseguiu um medicamento que anula a 100% o coronavírus", ressaltou, adicionando que o novo medicamento "não apresenta nenhum tipo de toxicidade que afete as moléculas saudáveis".

A molécula citada por Maduro é a DR10, que já foi usada no tratamento de doenças como a hepatite C, o vírus do papiloma humano e o ebola.

Maduro também destacou que o estudo realizado pelos pesquisadores do IVIC foi confirmado por outros cientistas, e que "nos próximos dias será construído o percurso, para, através da Organização Mundial de Saúde, ratificar os resultados obtidos pelo IVIC".

Assim que obtiver a ratificação, a Venezuela vai preparar a produção massiva desta molécula e fornecê-la a nível mundial com a devida colaboração internacional.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira (22) que a nova Assembleia Nacional não pode ter medo de debater temas como o casamento gay e o aborto. As eleições legislativas venezuelanas estão marcadas para 6 de dezembro. 

"Não tenhamos medo de debater todos os temas, o aborto, o casamento igualitário", afirmou Maduro durante ato com a presença de candidatos ao Parlamento. 

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Durante seu discurso, Maduro citou declarações do papa Francisco, que em um documentário lançado na quarta-feira (22) disse que era a favor da união civil gay. 

Em transmissão para o canal estatal Venezolana de Televisión, o chefe de Estado pediu para os 554 candidatos chavistas não terem medo de discutir temas polêmicas. 

Nos últimos anos, Maduro se manifestou a favor de leis favoráveis aos direitos das mulheres, mas até o momento não foram aprovadas novas legislações no país em relação ao tema. 

Além disso, o presidente pediu para a população votar em massa no dia das eleições, de forma pacífica e em prol da estabilidade.

Da Sputnik Brasil

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