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Catar e Arábia Saudita reabriram, neste sábado (9), sua fronteira terrestre, informaram fontes do Catar à AFP, dias após a retomada das relações entre o pequeno emirado e vários de seus vizinhos que o boicotaram por três anos e meio.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam relações com o Catar em junho de 2017, acusando-o de ser muito próximo de seus adversários iraniano e turco e de apoiar islamitas, fatos que Doha sempre negou.

Esses quatro países árabes anunciaram o fim da crise na terça-feira, com o fim do boicote diplomático e econômico a Doha, em cúpula em Al Ula, na Arábia Saudita.

"Sim, a fronteira está aberta", disse uma fonte do Catar. Outra fonte confirmou a retomada da circulação por volta das 07h00 GMT (4h00 de Brasília) na passagem de fronteira de Abu Samrah, 120 km ao sul de Doha.

"Eles deixam passar para o lado do Catar", disse uma testemunha na fronteira no sábado.

Em 4 de janeiro, o Kuwait, mediador da crise do Golfo, anunciou que o reino saudita havia concordado em reabrir todas as suas fronteiras com o Catar. Na quinta, um avião da Qatar Airways sobrevoou o reino, segundo a empresa.

Devido às rígidas medidas de controle no Catar em função da pandemia de Covid-19, quem chega da Arábia Saudita terá que apresentar teste negativo para o vírus, fazer outro exame na fronteira e se isolar por uma semana em um hotel.

O rei Salman, da Arábia Saudita, de 85 anos, foi vacinado nesta sexta-feira (8) com a primeira dose de um imunizante contra o novo coronavírus, mais de três semanas após o início de uma campanha nacional de imunização, reportou a agência de notícias oficial SPA.

A Arábia Saudita, o país mais populoso do Golfo Árabe (34 milhões de habitantes) e o mais afetado pela pandemia, registrou mais de 363.000 casos do novo coronavírus e mais de 6.000 mortes.

O Rei Salman "recebeu a primeira dose da vacina contra o coronavírus" em NEOM (noroeste), uma megalópole futurística que está sendo construída nas margens do Mar Vermelho, segundo a agência SPA.

A agência publicou fotos e vídeos nos quais o soberano aparece sendo vacinado.

No dia 17 de dezembro, a Arábia Saudita iniciou uma campanha de vacinação após a aprovação do uso da fórmula desenvolvida pela Pfizer e BioNTech.

A campanha será realizada em três fases: a primeira vai vacinar as pessoas mais vulneráveis, como maiores de 65 anos, as que sofrem de obesidade ou doenças crônicas graves, e as que, por seu trabalho, estejam expostas ao vírus.

Na segunda fase, serão vacinados maiores de 50 anos, demais profissionais de saúde e portadores de doenças menos graves.

Todos os que desejarem serão vacinados na terceira fase.

A Arábia Saudita anunciou nesta terça-feira (15) o início de uma campanha de vacinação em massa contra o coronavírus, poucos dias após aprovar a vacina da aliança americana-alemã Pfizer/BioNTech.

"O ministério da Saúde anunciou o início do registro de todos os cidadãos e residentes para obter a vacina contra o coronavírus a partir de hoje" terça-feira, disse a agência oficial de notícias SPA.

Os sauditas, assim como muitos expatriados estrangeiros no país, podem obter a vacina gratuitamente através do aplicativo "Sehaty" do ministério, seguindo uma campanha de vacinação de três etapas, explicou a SPA.

A primeira fase abrange as pessoas mais vulneráveis, como as maiores de 65 anos, pessoas que sofrem de obesidade e doenças crônicas graves ou que trabalham em profissões particularmente expostas ao vírus.

A segunda beneficiará as pessoas maiores de 50 anos, outros profissionais da saúde e os que possuem doenças menos graves.

Por último, todas as demais pessoas que desejarem se vacinar poderão fazê-lo durante a terceira fase.

A Arábia Saudita, que tem uma população de mais de 34 milhões de pessoas, de acordo com dados oficiais, aprovou a vacina Pfizer/BioNTech em 10 de dezembro, tornando-se o segundo país do Golfo a dar sua aprovação, depois do Bahrein.

O país registra oficialmente mais de 360.000 casos de infecção, que incluem 6.059 mortes.

Na segunda-feira, Abu Dhabi, a capital dos vizinhos Emirados Árabes Unidos, também lançou uma campanha de vacinação, mas com a vacina da gigante farmacêutica chinesa Sinopharm.

Uma explosão de origem indeterminada afetou um petroleiro ao largo da cidade portuária de Jidá, na Arábia Saudita - anunciou a empresa proprietária do navio, nesta segunda-feira (14), no que parece ter sido um ataque.

Nos últimos meses, os rebeldes huthis do vizinho Iêmen intensificaram os ataques contra a Arábia Saudita, em retaliação à campanha militar que vem realizando no país em apoio ao governo iemenita.

O petroleiro "BW Rhine" foi "atingido por uma fonte externa, enquanto descarregava em Jidá", no oeste do reino, disse a empresa de navegação de Singapura Hafnia em um comunicado, sem dar detalhes.

"A tripulação controlou o incêndio com a ajuda dos bombeiros, e nenhum dos 22 marinheiros ficou ferido", acrescentou a mesma fonte.

As autoridades sauditas ainda não confirmaram a explosão, que ocorreu no domingo, frente a Jidá, um importante porto no Mar Vermelho e centro de distribuição para o gigante do petróleo saudita Aramco.

A Hafnia relatou "danos no casco" relacionados à explosão e não descartou a possibilidade de vazamento de petróleo.

"É possível que tenha saído petróleo do navio, mas isso ainda não foi confirmado", disse a empresa.

A Dryad Global, uma empresa de vigilância oceânica com sede em Londres, relatou a explosão de domingo e disse que ela atingiu um navio-tanque "no principal ponto de ancoragem" no porto da Aramco, em Jidá.

- Vários ataques -

Ataques contra instalações energéticas foram relatados recentemente, expondo a vulnerabilidade da infraestrutura de petróleo do reino.

No mês passado, os rebeldes huthis disseram ter atingido com um míssil uma fábrica operada pela Aramco em Jidá.

Principal exportadora desta commodity no mundo, a empresa pública saudita informou que o ataque perfurou um depósito de petróleo, causando uma explosão e um incêndio.

Alguns dias depois, uma explosão alcançou um petroleiro no porto saudita de Al Shuqaiq (sul), um ataque que Riade atribuiu aos huthis.

Nenhuma vítima foi declarada no petroleiro, que navega com a bandeira de Malta, de acordo com seu operador.

Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coalizão militar para apoiar o governo iemenita em sua guerra contra os rebeldes, que têm o respaldo do Irã, principal rival do reino saudita.

Os huthis conquistaram a capital iemenita, Sanaa, em 2014 e controlam grande parte do território ao norte do país desde então. Riade acusa Teerã de fornecer armas sofisticadas aos huthis, mas o governo iraniano nega.

De acordo com organizações não governamentais, a guerra no Iêmen deixou dezenas de milhares de mortos, principalmente civis. O conflito degenerou na pior crise humanitária do mundo, de acordo com as Nações Unidas.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu viajou em segredo no domingo para a Arábia Saudita para uma reunião com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MBS), informou a imprensa do país.

Esta é a primeira viagem conhecida de um chefe de Governo de Israel à Arábia Saudita, potência sunita regional.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que visitou Israel na semana passada, também participou das negociações, de acordo com o canal público israelense Kan.

De acordo com a emissora, que cita como fontes funcionários do governo israelense sob anonimato, Netanyahu viajou acompanhado de Yossi Coheh, diretor do Mossad (o serviço de inteligência de Israel) e a reunião aconteceu em NEOM, cidade futurista no noroeste da Arábia Saudita próxima de Israel.

Outros meios de comunicação israelenses divulgaram a mesma informação nesta segunda-feira.

De acordo com o influente correspondente do Walla News, Barak David, Netanyahu e Cohen viajaram em um avião que pertence ao empresário Udi Angel.

De acordo com esta fonte, o avião deixou Israel no domingo às 20H00 locais (15H00 de Brasília) e seguiu para Neom, no Mar Vermelho. A aeronave retornou cinco horas depois.

O gabinete de Netanyahu não fez comentários até o momento.

A reunião acontece depois de Israel anunciar acordos históricos de normalização das relações com dois aliados da Arábia Saudita no Golfo, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

Os acordos, denominados "Acordos de Abraão", foram estimulados pelo governo do atual presidente americano Donald Trump.

- Sem comentários -

Fontes sauditas não responderam até o momento as perguntas da AFP sobre o encontro entre Netanyahu, o príncipe Mohammed e Pompeo.

O secretário de Estado americano viajou no domingo dos Emirados Árabes Unidos a Neom, como parte de uma visita ao Oriente Médio.

Washington e autoridades israelenses afirmam que há mais Estados árabes dispostos a estabelecer relações com Israel.

Em agosto, Netanyahu anunciou que Israel mantém conversas secretas com múltiplos Estados árabes.

A Arábia Saudita, ao menos de forma pública, segue a tradicional posição da Liga Árabe de não estabelecer vínculos com Israel até uma solução para o conflito do Estado hebreu com os palestinos.

Os analistas israelenses questionam se durante um governo do democrata Joe Biden os "Acordos de Abraão" continuarão sendo anunciados, e em especial sobre o que pode acontecer com a Arábia Saudita.

A administração Trump não deu grande importância aos direitos humanos em sua diplomacia internacional e sempre demonstrou cautela no momento de criticar a situação na Arábia Saudita, em particular após o assassinato por agentes sauditas do famoso jornalista Jamal Khashoggi, um crítico das autoridades do reino.

Muitos analistas acreditam que a administração Biden, que receberá muitas pressões, em especial da ala esquerdistas do Partido Democrata, se veria em uma situação incômoda se estimulasse um pacto israelense-saudita sem uma reforma dos direitos humanos no país.

Como Trump deve deixar a Casa Branca em 20 de janeiro, alguns analistas israelenses especulam que a atual administração dos Estados Unidos poderia estimular o acordo israelense-saudita antes da posse de Biden.

Israel e os Estados árabes do Golfo - incluindo a Arábia Saudita - têm um inimigo comum, o Irã, a potência xiita da região.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saiu para jogar golfe depois de fazer uma breve aparição na cúpula do G20, organizada pela Arábia Saudita de forma virtual devido à covid-19.

Trump, que ainda não admitiu a derrota para Joe Biden na eleição presidencial deste mês, discursou durante a sessão de abertura da cúpula.

Uma fonte com acesso às sessões online, fechadas para a imprensa, disse que Trump afirmou ter feito "um trabalho absolutamente incrível durante sua gestão, economicamente e com a pandemia".

Foi um exercício de “auto-propaganda”, segundo a mesma fonte, que acrescentou que o presidente Trump “nada disse sobre a situação global”.

“Foi uma honra trabalhar com vocês e espero trabalhar com vocês no futuro e por muito tempo”, teria dito o presidente ao fim do discurso, segundo outra fonte.

Ao fim da videoconferência, Trump foi substituído pelo secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, enquanto outros líderes mundiais continuavam a falar.

Mais tarde, o mandatário republicano deixou a Casa Branca e se dirigiu a um campo de golfe na Virgínia, perto de Washington, onde foi saudado por um punhado de apoiadores, um deles segurando uma faixa que dizia "mais quatro anos".

O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta sexta-feira (20) um telefonema do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman bin Abdulaziz, que é vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa do país.

Segundo a Secretaria de Comunicação Social do governo brasileiro, durante a ligação, os dois líderes debateram as possibilidades de fomento das relações bilaterais entre Brasil e Arábia Saudita e coordenaram esforços para a realização da Cúpula do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta.

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Neste ano, o encontro do G20 deste ano, que começa neste sábado (21) e se estende até domingo (22), está sendo organizado pelos sauditas.

Por causa da pandemia de covid-19, a participação dos chefes de Estado e de governo na cúpula será virtual, por meio de videoconferência.

 

O rei da Arábia Saudita, Salman, e o príncipe Mohammed bin Salman, seu filho, parabenizaram neste domingo Joe Biden por sua vitória eleitoral. O príncipe Mohammed, líder de facto do reino, afirmou esperar que os dois países continuem a cooperar.

O comando saudita é visto como um dos aliados mais próximos do presidente americano, Donald Trump, no Oriente Médio. Trump manteve o apoio ao país durante um período turbulento, no qual Riad sofreu críticas internacionais por várias questões, entre elas a guerra no Iêmen e o assassinato em outubro de 2018 do jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi, que desapareceu após entrar no consulado saudita em Istambul. (FONTE: DOW JONES NEWSWIRES)

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O meio-campista Giuliano, ex-Grêmio e Internacional e com passagens pela seleção brasileira, anunciou nesta terça-feira que está deixando o Al Nassr, da Arábia Saudita, após duas temporadas. O jogador revelou a notícia por meio de suas redes sociais, mas não explicou o motivo de sua saída. O não pagamento de salários do time árabe teria sido a razão da rescisão do contrato, que tinha validade até junho de 2021.

"Gostaria de agradecer a todos os torcedores do Al Nassr pelos dois anos de muitas emoções que tivemos juntos. Vencemos a Liga e a Supertaça. Isso foi incrível! Por motivos sobre os quais não quero falar agora, estou deixando Al Nassr hoje (terça-feira)", escreveu Giuliano em seu perfil no Twitter.

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"O Al Nassr faz parte da minha carreira e agradeço a oportunidade de fazer parte da história do clube. Gostaria de agradecer aos meus companheiros por tudo e desejo tudo de melhor a eles", completou o jogador, que teria ido à Fifa em junho para cobrar salários atrasados da equipe árabe e agora conseguiu encerrar seu vínculo. Em duas temporadas na Arábia Saudita, ele disputou 76 partidas e anotou 30 gols.

Giuliano está livre no mercado e ainda não tem destino certo. Seu nome constantemente é especulado no Grêmio, último clube que defendeu no futebol brasileiro, entre 2014 e 2016. Além do time tricolor gaúcho, no Brasil, o meio-campista atuou no Paraná, onde foi revelado, e no Internacional, entre 2009 e 2010. Fora do País, além do Al Nassr, o jogador passou por Dnipro, da Ucrânia, Zenit St.Petersburg, da Rússia, e Fenerbahçe, da Turquia.

O meio-campista também esteve no radar do técnico Tite para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018, chegou a ser convocado para jogos das Eliminatórias e ficou na lista de suplentes da seleção brasileira para o Mundial. Na ocasião, ele chegou a declarar que ficou chateado por não ter ido para a competição.

Levado para o hospital por estar apresentando alguns sintomas da Covid-19, uma criança de um ano e meio acabou morrendo após o cotonete usado para realizar o teste do novo coronavírus quebrar dentro de seu nariz. O caso aconteceu na Arábia Saudita. 

Em entrevista ao site Al Arabiya, Mosaed al-Joufan, tio e tutor da vítima, afirmou que a criança não sofria de doenças crônicas ou perigosas e a principal reclamação era de febre alta. 

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O médico que quebrou o cotonete na cavidade nasal do menor decidiu dar uma anestesia geral na criança para poder retirar a parte quebrada do cotonete. Mosaed explica que após o seu sobrinho acordar ele pediu à enfermeira que solicitasse ao médico um exame. A vontade do tio era saber se o cotonete tinha sido totalmente removido. 

“A enfermeira disse que o médico não estava disponível e pediu para que esperássemos. Às 9h da manhã, o menino perdeu a consciência e a equipe médica constatou que ele não estava respirando", recorda al-Joufan.

Um raio-x mostrou que a criança estava com as vias aéreas bloqueadas, o que colaborou para piorar significativamente a condição da vítima. O tio ainda pediu a transferência da criança para um outro hospital especializado.

O pedido foi atendido, mas a ambulância só chegou uma hora depois do solicitado e o menor acabou morrendo no caminho para a unidade de saúde. 

O site Al Arabiya confirma que a família do menino apresentou um formulário solicitando que as causas da morte inesperada da criança sejam investigadas. O ministro da Saúde Tawfiq bin Fawzan al-Rabiah ordenou uma investigação sobre o incidente.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, foi isento de culpa em uma polêmica venda de armas à Arábia Saudita, disse um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado nesta segunda-feira (10), antes mesmo do relatório sobre a investigação interna ser publicado.

O relatório do inspetor-geral concluiu que o Departamento de Estado "cumpriu integralmente a lei e não encontrou nenhuma falha na maneira como a administração utilizou o procedimento de emergência previsto na lei", disse a repórteres o funcionário, que pediu anonimato.

A fonte não especificou quando será divulgado o relatório interno sobre o caso que levou à demissão do inspetor-geral que iniciou a investigação, Steve Linick, mas o Departamento de Estado divulgou trechos em nota.

Pompeo havia sido acusado de abuso de poder após recorrer, em maio de 2019, a um obscuro procedimento de emergência para desbloquear, apesar da oposição do Congresso dos EUA, uma venda de armas no valor de US$ 8,1 bilhões ao reino da Arábia Saudita e outros aliados árabes.

Os parlamentares haviam decidido barrar a venda para protestar contra o polêmico assassinato, poucos meses antes, do jornalista saudita Jamal Khashoggi. O crime foi atribuído pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos a ordens dadas a agentes secretos pelo príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman.

De acordo com o comunicado do Departamento de Estado, o relatório conclui que "a utilização pelo secretário de Estado em maio de 2019 do procedimento de emergência foi realizada em conformidade com o artigo 36 da AECA", como é chamada a lei americana sobre exportação de armas. O departamento alegou ainda que este mesmo procedimento foi usado por cinco dos últimos sete presidentes dos EUA.

Nas redes sociais, um exército cibernético de "trolls" sauditas assedia e repreende os críticos, os "traidores" e rivais do reino. São patriotas 2.0 que, fora de controle, podem se tornar problemáticos para o governo, suplantando sua autoridade.

A ascensão dos trolls - internautas que buscam torpedear opiniões, defender um ponto de vista ou certos interesses a todo custo - coincidiu com a do jovem príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, que simboliza a transição de um discurso religioso ultraconservador para uma posição nacionalista ofensiva.

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Os trolls sauditas, apelidados de "moscas", costumam exibir imagens de seus líderes ou da bandeira do reino como avatares e não hesitam em denunciar internautas às agências de segurança, o que muitas vezes leva a prisões, demissões e assédio.

O ex-conselheiro da corte real Saud al-Qatani foi apelidado de "Sr. Hashtag" ou "Senhor das Moscas", porque ele é suspeito de estar por trás deste exército de trolls que defendem o reino.

Ele foi demitido após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado do reino em Istambul, em outubro de 2018, caso em que seu nome apareceu.

Mas as autoridades parecem querer se distanciar, principalmente por meio da mídia pública que veicula o discurso oficial.

"Essas contas que usam símbolos do Estado e lançam ameaças como se tivessem o apoio do governo, não são perigosos?", questionou um apresentador do canal governamental Al Ekhbariya.

"Dão a impressão de que são um governo paralelo ou até mais forte do que o governo", respondeu o professor universitário saudita Salih al Asimi.

"Máxima autoridade"

O debate, retomado por outros meios pró-governamentais, é interpretado como uma advertência do governo aos trolls nacionalistas.

"Essas contas fantasmas provaram ser valiosas para a liderança saudita", disse à AFP Annas Shaker, especialista saudita.

"Mas como estão cada vez mais poderosas, o governo quer fazer valer o seu controle e mostrar que é a autoridade máxima", acrescentou.

"O que quer que façamos? Que paremos de defender a nação?", tuitou um troll em reação ao debate de Al Ekhbariya.

Alguns, incluindo um príncipe, adotaram a hashtag "contas nacionalistas são o escudo da nação".

Os trolls sauditas provocam medo generalizado em um país onde a repressão contra ativistas e vozes críticas se intensificou desde que o príncipe herdeiro chegou ao poder.

Huda al Hamud, uma saudita contratada para dirigir um programa do ministério da Educação em 2017, pagou o preço, de acordo com Shaker.

Acusada de ter postado tuítes em favor do Catar, país rival de Riade, foi demitida poucos dias após a nomeação, segundo o especialista.

Para evitar esses problemas, alguns recorrem a falsas explosões nacionalistas.

"Todos os dias, no Twitter, lanço um ou dois insultos ao Catar", disse à AFP um funcionário do governo que pediu anonimato, porque Doha, junto com o Irã, é um dos alvos dos trolls sauditas.

"Não me importo com o Catar, mas ninguém poderá me acusar de ser antipatriota se eu falar contra", explicou.

A Arábia Saudita, que tem o maior número de usuários do Twitter no mundo árabe, foi acusada de tentar manipular o conteúdo da plataforma.

Dois ex-funcionários da empresa americana foram acusados em 2019 de espionar para Riade.

O Twitter suspendeu centenas de contas baseadas no reino, algumas das quais estão "vinculadas ao aparato de mídia pública da Arábia Saudita".

Mas alguns trolls são difíceis de adestrar e podem se voltar contra o regime quando o país entrar em uma onda de austeridade devido à nova crise do coronavírus e à queda dos preços do petróleo.

"O sentimento nacionalista fomentado pelo Estado pode ter criado um cavalo de Troia", disse à AFP Eman Alhussein, do Arab Gulf States Institute, com sede em Washington.

"Essas contas podem se tornar um desafio para o Estado", alerta o analista.

O rei Salman, da Arábia Saudita, presidiu uma reunião do Gabinete de Ministros por videoconferência na noite de terça-feira (21), direto do hospital - anunciou a agência oficial de notícias SPA.

Ele foi internado na segunda, devido a uma inflamação da vesícula. "O conselho de ministros realizou sua reunião [periódica] por videoconferência, sob a presidência do rei Salman ben Abdel Aziz, de seu local de hospitalização", disse a SPA.

O soberano saudita agradeceu "a todos que quiseram saber sobre seu estado de saúde", acrescentou a agência saudita.

O encontro foi dedicado aos preparativos para a grande peregrinação a Meca, que começa em 29 de julho deste ano, com um número muito limitado de pessoas devido à pandemia de coronavírus.

O rei Salman, de 84 anos, foi internado no hospital especializado King Faisal em Riad, na segunda-feira.

O governo quase nunca fornece informações sobre a saúde do monarca, que desde 2015 dirige o país, o principal exportador mundial de petróleo e a maior economia árabe.

Desde a crise de saúde causada pela pandemia da Covid-19, o soberano saudita, um dos líderes mais antigos da região, quase nunca aparece em público.

Mas continuou a presidir as reuniões semanais do conselho de ministros por videoconferência.

Sob o reinado do rei Salman, a Arábia Saudita lançou reformas econômicas para enfrentar a era pós-petróleo. Também reforçou sua política externa e entrou em guerra contra os rebeldes do Iêmen, apoiados pelo Irã.

O rei Salman, da Arábia Saudita, de 84 anos, foi hospitalizado nesta segunda-feira (20) por causa de uma inflamação da vesícula, o que levou ao adiamento da visita do primeiro-ministro do Iraque, Mustafa Al Kazimi - anunciaram autoridades locais.

O reino informa apenas de maneira excepcional sobre o estado de saúde do monarca, responsável desde 2015 pelo país, primeiro exportador de petróleo bruto no mundo e a maior economia do mundo árabe.

"O rei foi internado no hospital especializado King Faisal, em Riade, para fazer exames, devido à inflamação da vesícula biliar (colecistite)", relatou seu gabinete, citado pela agência oficial de notícias SPA.

O primeiro-ministro iraquiano visitaria hoje a Arábia Saudita, antes de seguir para o Irã, dois aliados de Bagdá na região e entre os quais existe uma forte rivalidade.

"A visita [do primeiro-ministro iraquiano] foi adiada até a saída do rei do hospital", disse o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faysal bin Farhan, no Twitter.

Sob o reinado de Salman, a Arábia Saudita lançou reformas econômicas para a era pós-petróleo, mas também adotou uma política externa mais firme e entrou em guerra com o vizinho Iêmen.

Em 2017, a Arábia Saudita negou informações da imprensa de que o rei planejava abdicar em favor de seu filho, o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, considerado o líder de fato do reino.

A Arábia Saudita pretende obter 2,3 bilhões de dólares de ajuda para o Iêmen, país devastado por seis anos de guerra, conflito com a participação do reino saudita, e que enfrenta uma catástrofe humanitária pelo coronavírus.

A conferência de doadores, que Riad organiza com a ONU, coincide com as advertências das organizações humanitárias de que a rápida propagação do coronavírus poderia agravar ainda mais a terrível crise humanitária no país.

"São necessários 2,3 bilhões de dólares para cobrir as necessidades urgentes no Iêmen em vários setores humanitários, como assistência de saúde, alimentar e habitação", afirmou o governo saudita em um comunicado.

A Grã-Bretanha, importante fornecedor de armas à Arábia Saudita, ofereceu um novo pacote de ajuda para o Iêmen de 160 milhões de libras (200 milhões de dólares).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan, e Mark Lowcock, subsecretário das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, devem participar na videoconferência.

Lowcock, afirmou que o Iêmen precisa de 2,4 bilhões de dólares até o fim do ano, incluindo 180 milhões para combater a pandemia de Covid-19.

A Arábia Saudita, que lidera uma intervenção militar contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã, é a maior doadora do Iêmen.

Mas a coalizão liderada pelos sauditas é acusada pela morte de dezenas de milhares de civis em bombardeios aéreos.

Um porta-voz dos rebeldes chamou a conferência de "tentativa estúpida de acobertar seus crimes", informou o canal de TV huthi Al-Masirah.

Agências da ONU, incluindo o Unicef, o Programa Mundial de Alimentos e a Organização Mundial da Saúde, afirmaram que a necessidade ajuda é urgente para o Iêmen.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o país caminha para uma "catástrofe" pela pandemia.

A ONU afirmou que a Covid-19 se propagou pela maior parte do país, apesar de o governo iemenita ter anunciado pouco mais de 100 casos apenas.

O conflito entre as forças do governo iemenita e os huthis explodiu em março de 2015, quando a coalizão internacional liderada pelos sauditas começou a atuar contra os rebeldes.

A guerra deixou dezenas de milhares de mortos, a maioria civis. A ONU, que considera a situação a pior catástrofe humanitária no planeta, considera que 24 milhões de iemenitas, mais de dois terços da população, dependem de ajuda para sobreviver.

Os combates prosseguem, apesar dos apelos da ONU por um cessar-fogo como parte dos esforços para combater o coronavírus.

Para complicar ainda mais as coisas, os separatistas do sul declararam a independência da região em 26 de abril.

A Arábia Saudita aboliu o açoitamento de seu sistema de justiça penal, uma pena amplamente criticada por ONGs internacionais de defesa dos direitos humanos, informaram uma autoridade e meios de comunicação pró-governo.

O reino ultraconservador é regularmente acusado de violações dos direitos humanos por ONGs que denunciam, entre outras coisas, a pena de açoitamento aplicável em caso de assassinato, violação da "ordem pública" ou mesmo relações extraconjugais.

"A Comissão de Direitos Humanos congratula-se com a recente decisão da Suprema Corte de eliminar o açoitamento como uma possível punição", declarou, em comunicado, na sexta-feira à noite, Awad Al-Awad, presidente desta comissão, uma agência governamental.

"Nos termos desta decisão, as sentenças de açoitamento anteriores serão substituídas por penas de prisão e multas", acrescentou. "Esta reforma é um avanço significativo" na área de direitos humanos, considerou.

A data exata da decisão de abolir a flagelação não foi especificada.

Ela não foi divulgada publicamente, mas foi noticiada por vários meios de comunicação locais, incluindo o jornal do governo Okaz, que citou "fontes importantes".

Segundo Okaz, a Suprema Corte decidiu que os tribunais não podem aplicar a punição de açoitamento "em nenhum caso", e devem optar por "outras sentenças", como prisão ou multas.

Desde que Mohammed bin Salman se tornou príncipe herdeiro em 2017, a Arábia Saudita tem sido criticada por organizações de direitos humanos.

A abertura econômica e social promovida pelo príncipe foi acompanhada pelo aumento da repressão contra vozes discordantes, dentro da família real, bem como entre intelectuais e ativistas.

Sua imagem de reformista foi bastante manchada pelo assassinato do jornalista e crítico do governo saudita Jamal Khashoggi, que foi assassinado no consulado de seu país em Istambul em 2018. Um crime que causou protestos internacionais.

Na sexta-feira, ONGs anunciaram a morte em decorrência de um AVC numa prisão na Arábia Saudita de um proeminente ativista saudita de direitos humanos, Abdallah al-Hamid, que cumpria pena de 11 anos por "quebra de lealdade ao rei", "incitamento à desordem" e por procurar desestabilizar a segurança do Estado.

O caso do blogueiro saudita Raif Badawi foi o mais emblemático dos últimos anos. Defensor da liberdade de expressão, ele foi condenado em 2014 a 1.000 chicotadas e 10 anos de prisão por "insultar" o Islã.

Além das chicotadas, o recurso massivo da pena de morte na Arábia Saudita também é denunciado pelas ONGs.

"A Arábia Saudita executou um número recorde de pessoas em 2019, apesar da queda geral nas execuções em todo o mundo", lamentou a Anistia em seu relatório sobre a pena de morte no mundo, divulgado nesta semana.

"As autoridades sauditas mataram 184 pessoas no ano passado, o maior número que a Anistia já registrou em um único ano no país", disse.

Depois do fracasso de várias negociações, o Newcastle pode, finalmente, ter um novo proprietário quando o Campeonato Inglês for retomado. E o final do reinado de Mike Ashley provavelmente será bem recebido pelos torcedores, mas não pelos ativistas de direitos humanos.

Documentos publicados pelo registro de empresas britânico mostram que a empresária Amanda Staveley iniciou negociações com Ashley, um empresário controverso, dono da cadeia de lojas de varejo Sports Direct.

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Esta proposta de aquisição por 300 milhões de libras (aproximadamente R$ 1,97 bilhão) é financiada pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, um fundo soberano que é supervisionado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

Mas para a Anistia Internacional, a compra do Newcastle seria outro caso de "lavagem esportiva" por uma nação ansiosa em mudar o foco em função dos abusos de seu governo. Staveley também intermediou a aquisição por Abu Dabi, em 2008, do Manchester City, transformando um clube com pouca história de sucesso na equipe mais dominante do Campeonato Inglês na atual década, alimentada pela riqueza do emirado.

"A Arábia Saudita está tentando usar o glamour e o prestígio do Campeonato Inglês como uma ferramenta de relações públicas para distrair o abismo do país em relação aos direitos humanos", disse Felix Jakens, que lidera campanhas da Anistia Internacional na Grã-Bretanha.

Mas o fim da era Ashley não será lamentado pelos torcedores do Newcastle que ficaram frustrados com o fracasso do clube em conquistar um troféu nacional desde 1995. Ele adquiriu o clube em 2007, mas fez poucos investimentos no elenco desde então, mesmo com o time praticamente sempre atuando para mais de 50 mil pessoas no estádio St. James Park e tendo ficado em 19º lugar na lista da Deloitte dos clubes de futebol mais ricos do mundo em 2019. Na sua gestão, a equipe só ficou entre os dez melhores do Campeonato Inglês na temporada 2011/2012. E o Newcastle ainda foi rebaixado duas vezes, em 2009 e 2016.

A Arábia Saudita afirmou neste sábado que irá suspender todos os voos internacionais por duas semanas, no mais recente esforço para conter o avanço do novo coronavírus. A agência de notícias estatal saudita disse que os voos serão cancelados a partir deste domingo.

Países do Golfo estão se esforçando para conter a pandemia, que se espalhou para mais de 100 países e infectou mais de 130.000 pessoas. O Irã é uma das principais preocupações.

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O rei Salman da Arábia Saudita apareceu na imprensa estatal neste domingo pela primeira vez após a prisão, há dois dias, de três príncipes, entre eles seu irmão e seu sobrinho, acusados de conspirar para derrubar o poderoso príncipe herdeiro.

A guarda real prendeu, na sexta-feira (6), o príncipe Ahmed bin Abdelaziz al Saud, irmão do rei, bem como um sobrinho do monarca, o príncipe Mohamed bin Nayef, acusados de ter preparado um golpe de Estado para derrubar o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, informaram várias fontes à AFP.

O irmão mais novo do príncipe Nayef, Nawaf bin Nayef, também foi detido. Tanto o irmão do rei, como o príncipe Mohamed bin Nayef tinham sido potenciais candidatos ao trono.

O rei saudita aparece regularmente nas cerimônias oficiais, mas esta nova onda de repressão levantou rumores sobre o estado de saúde do monarca, de 84 anos, e a possibilidade de que o príncipe Mohamed lhe suceda em breve.

Mas o rei Salman recebeu, neste domingo, vários embaixadores sauditas que juraram lealdade diante dele, segundo fotos publicadas pela agência de imprensa SPA e imagens difundidas pela emissora Al Ejbariya, dois meios estatais.

Desde que se tornou príncipe herdeiro em 2017, no lugar de Mohamed bin Nayef, bin Salman foi acusado de adotar uma repressão implacável contra todas as vozes discordantes, tanto dentro da família real como entre os intelectuais e ativistas dos direitos humanos.

A Federação de Futebol da Arábia Saudita (SAFF) anunciou nesta semana que irá criar uma liga feminina no país. As partidas serão disputadas em três cidades do país: Riad, Jeddah e Dammam. A medida foi sacramentada apenas dois anos depois de o país passar a permitir que mulheres frequentassem as arquibancadas dos estádios locais.

Conservadora e religiosa, a Arábia Saudita mantém uma política restrita às mulheres, com a obrigação de terem permissão de um homem da família para trabalhar, estudar, se casar e até passar por tratamentos médicos. Apesar disso, o país tem adotado medidas de abertura nos últimos anos, como permitir que mulheres dirijam ou assistam a jogos de futebol nos estádios.

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"O lançamento da liga reforça a participação das mulheres no esporte e vai gerar um reconhecimento crescente das conquistas femininas no esporte", disse a federação em um comunicado.

A criação da liga teve apoio do príncipe Mohammed Bin Salman, um dos maiores incentivadores do esporte local. A competição terá primeiramente uma etapa regional, com as equipes vencedoras reunidas posteriormente para decidir quem é o campeão nacional.

O campeonato será organizado pelo governo, que vai destinar cerca de R$ 570 mil para premiações. O objetivo dos criadores é fomentar a criação de uma seleção feminina local capaz de disputar as próximas edições do Mundial. Os jogos do novo campeonato devem começar já no mês de março.

Em outras modalidades esportivas, a Arábia Saudita propiciou aberturas para as mulheres há pouco tempo. A primeira representante do país a competir em uma Olimpíada foi a judoca Wodjan Shaherkani, que participou dos Jogos de Londres, em 2012. No automobilismo, a piloto Reema Juffali iniciou a carreira em 2019, um ano depois de as mulheres serem liberadas para tirar a carteira de motorista no país.

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