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Com a retomada de atos bolsonaristas contra o novo governo programados para este domingo em Brasília, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que espera que a polícia não precise atuar e destacou que a "tomada de poder" só poderá ocorrer em 2026, com uma nova eleição presidencial.

"Queremos que a lei prevaleça e não haja crimes. Estou em Brasília, espero que não ocorram atos violentos e que a polícia não precise atuar. Tomada do Poder pode ocorrer só em 2026, em nova eleição", disse, em sua página oficial no Twitter.

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O protesto de extremistas na capital foi convocado pelas redes sociais. A Esplanada dos Ministérios foi fechada, mas ainda mostra pouca movimentação.

Conforme apurou o Estadão, relatórios de inteligência em poder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicam que 100 ônibus com 3.900 pessoas chegaram a Brasília para retomar os protestos contra a eleição do petista.

A nova leva de manifestantes a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reverte o movimento de desmobilização do acampamento dos extremistas na frente do QG do Exército na capital.

Diante das ameaças, o ministro da Justiça autorizou a atuação das Força Nacional em Brasília, para reforçar o trabalho da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das polícias do Distrito Federal.

Hoje, Dino também disse que conversou no sábado com governadores, inclusive da oposição, sobre a retomada dos protestos. Houve atos em São Paulo e em Belo Horizonte (MG) nos últimos dias.

Preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o indígena José Acácio Serere Xavante, que se apresenta como cacique do Povo Xavante, divulgou, nesta quinta-feira (5), uma carta com uma série de pedidos de perdão. Na carta, Serere diz que nunca defendeu uma "ruptura democrática" e que não acredita na violência como método de ação política. "Entendo que o amor, o perdão e a conciliação são os únicos caminhos possíveis para a vida em sociedade", afirma.

A prisão do cacique desencadeou atos de vandalismo em Brasília no último dia 12. Extremistas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, depredaram uma Delegacia de Polícia Civil e atearam fogo em carros e ônibus. Pelo menos 40 manifestantes envolvidos nos protestos violentos já foram identificados pelas autoridades.

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Ele também deixa avisado que, para evitar "qualquer atuação leviana" e a "divulgação de mentiras" a seu respeito, apenas os advogados Jéssica Tavares, Pedro Coelho e João Pedro Mello estão autorizados a falar em nome dele.

O cacique reconhece ainda que errou ao defender a tese infundada de risco de fraude nas urnas eletrônicas. Ele afirma que encampou a narrativa com base em "informações erradas fornecidas por terceiros" e "inteiramente desvinculadas da realidade".

"Na verdade, não há nenhum indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado às urnas, ou na vontade do eleitor brasileiro", escreve.

Há, por fim, pedidos de desculpas dirigidos ao "povo brasileiro", ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ministro Alexandre de Moraes, que mandou prendê-lo, ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a suspensão das redes sociais dos jornalistas Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo Filho. Os três são investigados por divulgação de discursos antidemocráticos e de ódio.

Como apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a medida tem como escopo apurar se há algum financiamento dos três jornalistas e quem seria essa fonte.

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Nos perfis dos três no Twitter aparece a mensagem "retido no Brasil por ordem da Justiça". Figueiredo Filho e Constantino são comentaristas de programas do canal Jovem Pan News. Fiuza deixou a emissora no final de 2022. Os três jornalistas são alinhados ideologicamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quarta-feira que a questão dos acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser resolvida até o fim desta semana. Dino disse não esperar que haja resistência dos acampados, que não aceitam o resultado das eleições de 2022.

"A condução que eu tenho com o (ministro da Defesa, José) Múcio é de que estará resolvido até sexta", disse ele na saída da cerimônia de transmissão de cargo ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). "Não vai haver resistência", disse, emendando que a questão será resolvida mesmo se houver.

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Dino afirmou ainda que a Justiça fará reuniões com Estados da Regional Amazônica para tratar do policiamento à região, já a partir deste mês. "Vamos fazer projetos para a ação da Polícia Federal em conjunto com as polícias estaduais", comentou.

A Polícia Militar do Distrito Federal confirmou que o artefato deixado próximo do Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta sexta, 30, não era um explosivo.

O prédio foi isolado para ação das forças de segurança. Contudo, como afirmou a PM, tratava-se apenas de uma caixa vazia.

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O incidente ocorreu em meio a várias medidas de reforço da segurança para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo, 1º. No sábado passado, 24, uma bomba foi deixada na estrada que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília.

O diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, disse em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, 29, que a instituição foi muito cobrada pela imprensa e pela população desde 12 de dezembro, data da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, quando também extremistas realizaram atos de vandalismo em Brasília. Oliveira destacou, no entanto, que a investigação tem um "tempo próprio", que não é o mesmo que o tempo político, ou da imprensa.

"Tem o prazo para investigação e identificação, fazer representação, passar pelo Ministério Público, fazer a decisão judicial, fazer o planejamento e a logística", exemplificou o diretor, ao justificar o tempo entre os atos e o anúncio do início das prisões, período que durou 17 dias.

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Polícia nas ruas

Mais cedo, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal começaram a prender suspeitos de envolvimento em atos de vandalismo em Brasília no dia 12 de dezembro, data da diplomação de Lula.

As 11 ordens de prisão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os policiais também fazem buscas em 21 endereços ligados aos investigados.

A Operação Nero ocorre simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

A PF esclareceu em coletiva que, dos 40 identificados, 11 receberam mandados de prisão por condutas individualizadas.

Até o momento, 4 já foram presos: dois em Rondônia, um no DF e outro no Rio de Janeiro.

A segunda fase da operação será identificar os financiadores desses atos.

Pelo menos seis pessoas tiveram participação na tentativa de praticar um ato terrorista na capital federal para tentar provocar "caos" e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Preso pela Polícia Civil no último dia 24, George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, detalhou como foi planejada a ação que resultou na instalação de uma bomba próxima a um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília. O artefato não explodiu.

Gerente de um posto de gasolina no interior do Pará, Sousa revelou que, além dele, outros quatro homens e uma mulher sabiam da fabricação da bomba. Segundo ele, a ideia de provocar uma explosão surgiu no dia 23, no acampamento de extremistas na frente do Quartel General do Exército. Uma "mulher desconhecida" teria sugerido aos manifestantes que fosse instalada uma bomba na subestação de energia na cidade de Taguatinga, nos arredores de Brasília.

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Sousa contou que foi ao local da subestação numa picape Ranger branca de um dos manifestantes. Feito o reconhecimento, ele alega que o plano não avançou porque a tal mulher não teria providenciado um carro para a operação. Um homem de nome Alan teria se voluntariado para levar a bomba. Como teria sido constatado que havia dificuldade em instalar o explosivo na subestação, foi decidido que o alvo seriam postes de transmissão de energia próximos.

O gerente de posto de gasolina disse aos policiais que contou aos demais manifestantes que tinha explosivos. O material havia sido entregue a ele em Brasília por um fornecedor do Pará. "Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas que precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba", contou.

Segundo ele, ainda no dia 23, por volta das 11h30, "um manifestante desconhecido" que estava acampado no QG lhe entregou um controle remoto e quatro acionadores. "De posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba", admitiu, no depoimento. George Sousa alega que entregou o explosivo a Alan, com o pedido para que fosse levada à subestação de energia. Ele alega que só ficou sabendo pela TV que a bomba tinha sido levada ao aeroporto.

CAC

No mesmo depoimento, Sousa disse que se registrou como CAC (colecionador, atirador profissional ou caçador) para comprar armas. Ele alegou que veio para Brasília para protestar contra eleição de Lula e afirmou que, ao viajar de carro do Pará para Brasília, trouxe o arsenal apreendido pela Polícia no dia da prisão. Ele ainda contou que a ideia do atentado era de provocar um "caos" na capital, para estimular as Forças Armadas a intervir e decretar Estado de Sítio, impedindo a posse do presidente eleito - e já diplomado.

A tentativa de atentado provocou reação de integrantes do governo petista. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o acampamento na frente do quartel é incubadora de terroristas.

Veja quem são os investigados:

- George Washington Sousa - gerente de posto de gasolina no Pará que confessou ter fabricado a bomba;

- Mulher do acampamento no QG do Exército - teria dado a ideia para explodir uma subestação de energia;

- Dono de Ranger branca - manifestante acampado no QG do Exército que levou George para vistoriar o local onde seria instalada a bomba;

- Homem do acampamento no QG do Exército - foi o fornecedor dos dispositivos de acionamento dos explosivos;

- Alan - acampado no QG do Exército e responsável por levar a bomba até o aeroporto de Brasília;

- Fornecedor dos explosivos - homem que trouxe a substância explosiva do Pará para Brasília.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou o Senado para identificar quem autorizou a entrada do militante bolsonarista suspeito de terrorismo na Casa em 30 de novembro. No ofício enviado nesta segunda-feira (26) ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o parlamentar solicitou os nomes dos responsáveis pela audiência pública em que George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, esteve presente.

Randolfe também pediu esclarecimentos sobre a possível presença de Sousa no gabinete de algum parlamentar no Senado após a audiência, que ocorreu em reunião extraordinária da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle da Casa, solicitada pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Nas imagens também foi identificada a presença do segundo suspeito de terrorismo, Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32, que seria cúmplice de George Oliveira", diz nota divulgada pela assessoria de Randolfe.

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"O Congresso Nacional, em hipótese alguma, pode ser abrigo para terroristas. Isso é um absurdo sem precedentes. Precisamos dar uma resposta ao povo e mostrar que a Casa de leis não é conivente, de forma alguma, com esses criminosos", declarou Randolfe. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o parlamentar será o líder do novo governo Lula no Congresso a partir do ano que vem.

Desde o fim da eleição, apoiadores de Bolsonaro estão acampados em frente a instalações militares para pedir que as Forças Armadas impeçam a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Na noite de sábado (24), véspera de Natal, autoridades policiais prenderam Souza em flagrante, por atentado contra o Estado. Ele se diz gerente de posto de gasolina no Pará e confirmou que tem ligação com os acampamentos bolsonaristas.

Sousa confessou ter tentado explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal para provocar falta de energia e dar início, segundo ele, a um caos que levasse à decretação de um estado de sítio no País. Ele também planejava explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto. A prisão do acusado foi convertida em preventiva pela Justiça comum do Distrito Federal, o que faz com que ele perca o direito de responder ao processo em liberdade, mesmo sem ter antecedentes criminais.

Nesta segunda-feira, 26, o Senado decidiu proibir a entrada de visitantes até a posse de Lula, em 1º de janeiro. A Secretaria de Polícia da Casa divulgou um comunicado em que cita a necessidade de reforço na segurança da Praça dos Três Poderes "diante dos últimos acontecimentos". Pelas regras do Senado, visitantes só podem entrar com autorização direta dos gabinetes, das comissões ou da Presidência.

As medidas adotadas, que valem durante toda a semana que antecede a posse, incluem a obrigatoriedade de servidores, funcionários terceirizados e prestadores de serviços passarem por raio X e detectores de metais antes de entrar nas dependências do Senado. Além de visitantes, também ficarão proibidos de acessar a Casa entregadores de alimentos e motoristas de aplicativos. As entregas e os desembarques de passageiros deverão ser feitos na área externa do Congresso.

Também não será permitida a entrada de correntistas que não trabalhem no Senado nas agências bancárias localizadas na Casa. "Apenas senadores, servidores, profissionais terceirizados e estagiários poderão utilizá-las", diz o comunicado.

Mais cedo na segunda-feira, no Twitter, Pacheco disse que não há lugar no Brasil para atos análogos ao terrorismo. "As eleições se findaram com a escolha livre e consciente do presidente eleito que tomará posse no dia 1º de janeiro. O Brasil quer paz para seguir em frente e se tornar o país que todos nós desejamos!", escreveu.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou uma nova ordem de prisão contra o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio - investigado no inquérito das fake news. A decisão de mandar o aliado do chefe do Executivo de volta ao cárcere foi assinada na semana passada e desde então a Polícia Federal tenta cumprir a ordem. A prisão foi requerida tanto pela Polícia Federal como pela Procuradoria-Geral da República.

A primeira prisão de Oswaldo Eustáquio decretada pelo ministro Alexandre de Moraes foi assinada em 2020, no bojo do inquérito dos atos antidemocráticos, também a pedido da Procuradoria-Geral da República. Em janeiro de 2021, o blogueiro bolsonarista foi posto em prisão domiciliar, com a determinação de que seguisse uma série de medidas cautelares.

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Em setembro do mesmo ano, o aliado do presidente foi alvo de uma nova ordem de prisão preventiva, dada no bojo da investigação sobre a organização e financiamento de atos golpistas no feriado da Independência da República. A ordem acabou revogada após a passagem da data.

Oswaldo Eustáquio chegou a concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados durante as eleições 2022, mas ficou como suplente.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem busca contato com a defesa do blogueiro. O espaço está aberto para manifestações.

Após a prisão de um militante bolsonarista que planejava explodir uma bomba nas imediações do aeroporto de Brasília na véspera de Natal, o Senado decidiu proibir a entrada de visitantes até a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A Secretaria de Polícia da Casa divulgou nesta segunda-feira, 26, um comunicado em que cita a necessidade de reforço na segurança da Praça dos Três Poderes "diante dos últimos acontecimentos".

As medidas adotadas, que valem durante toda a semana que antecede a posse, incluem a obrigatoriedade de servidores, funcionários terceirizados e prestadores de serviços passarem por raio x e detectores de metais antes de entrar nas dependências do Senado. Além de visitantes, também ficarão proibidos de acessar a Casa entregadores de alimentos e motoristas de aplicativos. As entregas e os desembarques de passageiros deverão ser feitos na área externa do Congresso.

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Também não será permitida a entrada de correntistas que não trabalhem no Senado nas agências bancárias localizadas na Casa. "Apenas senadores, servidores, profissionais terceirizados e estagiários poderão utilizá-las", diz o comunicado.

Mais cedo, no Twitter, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que não há lugar no Brasil para atos análogos ao terrorismo. "As eleições se findaram com a escolha livre e consciente do presidente eleito que tomará posse no dia 1º de janeiro. O Brasil quer paz para seguir em frente e se tornar o país que todos nós desejamos!", escreveu.

Desde o fim da eleição, apoiadores de Bolsonaro estão acampados em frente a instalações militares para pedir que as Forças Armadas impeçam a posse de Lula. Na noite de sábado, 24, véspera de Natal, autoridades policiais prenderam em flagrante, por atentado contra o Estado, o gerente de posto de combustível George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, ligado aos acampamentos bolsonaristas.

Sousa confessou ter tentado explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal para provocar falta de energia e dar início, segundo ele, a um caos que levasse à decretação de um estado de sítio no País. Ele também planejava explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto. A prisão do acusado foi convertida em preventiva pela Justiça comum do Distrito Federal, o que faz com que ele perca o direito de responder ao processo em liberdade, mesmo sem ter antecedentes criminais.

Em entrevista à GloboNews hoje, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governo Lula não permitirá que se instale no País o que ele chamou de "terrorismo político". O senador eleito avaliou que Souza não é um "lobo solitário" e prometeu que todas as "conexões" da tentativa de atentado serão investigadas. Ele disse também que o novo governo vai desocupar os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro após a posse, caso essa providência não seja tomada pelas atuais autoridades federais.

No domingo, 25, Dino escreveu no Twitter que a tentativa de atentado perto do aeroporto de Brasília comprova que os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis viraram "incubadoras de terroristas". O futuro ministro também informou que todos os procedimentos para a posse de Lula, em 1º de janeiro, serão reavaliados para fortalecer a segurança.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira, 26, que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não permitirá que se instale no País o que ele chamou de "terrorismo político". No sábado (24), um militante bolsonarista foi preso por plantar uma bomba nas imediações do aeroporto de Brasília. Dino avaliou que o homem não é um "lobo solitário" e prometeu que todas as "conexões" da tentativa de atentado serão investigadas.

Ele disse também que o novo governo vai desocupar os acampamentos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente a quartéis, caso essa providência não seja tomada pelas atuais autoridades federais. "Não há dúvida, no governo eleito, inclusive com a orientação do presidente Lula, que a lei deve ser cumprida. Então, não se trata de uma escolha, não se trata de uma opção, se trata de uma imposição legal", disse.

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"Nós esperamos que nesta semana esse processo de ocupação ilegal em torno do Quartel General (do Exército) em Brasília cesse, ou seja, que a desocupação prossiga e, com isso, nós possamos ter um quadro de normalidade durante a posse", declarou, em entrevista à GloboNews.

Desde o fim da eleição, apoiadores de Jair Bolsonaro estão acampados em frente a instalações militares para pedir que as Forças Armadas impeçam a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Na noite de sábado, véspera de Natal, autoridades policiais prenderam em flagrante por atentado contra o Estado o gerente de posto de combustível George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que confessou ter tentado explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal para provocar falta de energia e dar início, segundo o próprio acusado, a um caos que levasse à decretação de um estado de sítio no País. Ele também planejava explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto.

"Estamos esperando o que fará, exatamente, o (atual) ministro (da Justiça, Anderson Torres), a Polícia Federal até o dia 31. Mas é certo que nós temos, inclusive, conexão com aquele inquérito policial dos atos antidemocráticos que tramita no Supremo. Então, o enquadramento criminal deve ser revisto. A Polícia Civil do DF vai continuar com as apurações, segundo informações que nós obtivemos, tendo em vista essas conexões", afirmou Dino.

O futuro ministro da Justiça acredita que possa estar havendo omissões por parte das autoridades. "Nós temos indicações de que, no mínimo, há omissões de autoridades e agentes públicos federais. Isso é muito evidente e há fatos que autorizam essa minha afirmação", declarou.

Ao ser questionado sobre a postura de Bolsonaro, que ainda não se pronunciou sobre a tentativa de atentado, ele respondeu que a responsabilidade política do presidente está "obviamente configurada", mas que a responsabilidade jurídica ainda precisa ser esclarecida. Dino prometeu que todas as conexões do caso serão apuradas pelo futuro governo e voltou a criticar os decretos de Bolsonaro que facilitaram a obtenção de armas. "Nós não vamos permitir que esse terrorismo político se instale no Brasil", disse.

No domingo (25), Dino escreveu no Twitter que a tentativa de atentado perto do aeroporto de Brasília comprova que os acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis viraram "incubadoras de terroristas". O futuro ministro também informou que todos os procedimentos para a posse de Lula, em 1º de janeiro, serão reavaliados para fortalecer a segurança.

A Justiça comum do Distrito Federal converteu em preventiva a prisão de George Washington de Oliveira Sousa, 54, acusado de deixar um explosivo na manhã do sábado (24), na Estrada Parque Aeroporto, próximo do Aeroporto Internacional de Brasília. Com isso, mesmo sem antecedentes criminais no Distrito Federal, ele perde o direito de responder ao processo em liberdade.

A decisão foi assinada pela juíza Acácia Regina Soares de Sá, da 8ª Vara Criminal do Distrito Federal. Ela atendeu ao pedido do Ministério Público, feito pelo promotor de Justiça Arnaldo Dias Santos da Costa Carvalho. O vídeo da audiência de custódia foi juntado aos autos às 23h50 deste domingo (25).

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"Ainda que seja alegado pela defesa que o autuado possui bons antecedentes, verifico que o delito (trecho inaudível) foi de extrema gravidade em concreto, especialmente pela quantidade de munições apreendidas", argumentou a juíza. Ela também ponderou que a ausência de endereço fixo em Brasília é um obstáculo a que Sousa responda em liberdade.

De acordo com o promotor de Justiça, o acusado, que se apresentou como gerente de postos de gasolina no Pará, teria dito à Polícia que cogitou explodir estação de energia em Taguatinga, na região metropolitana de Brasília, no intuito de provocar a intervenção das Forças Armadas. Para pedir a conversão da prisão em flagrante em preventiva, Carvalho afirmou que "não cabe à sociedade suportar o ônus da sua liberdade", referindo-se ao acusado.

No início do ato, quando indagado pela juíza a respeito das condições em que se deu a prisão - procedimento de praxe nas audiências de custódia -, Sousa fez referência a um descontentamento com o delegado que o interrogou. O acusado disse que solicitou que fossem retirados os nomes de Lula e Bolsonaro do seu depoimento, pois, segundo ele, sua atitude se deu em protesto "pelas eleições que aconteceram no Brasil".

Ele disse que estava há cerca de um mês acampado em frente ao Quartel do Exército em Brasília, local em que, de acordo com o representante do Ministério Público, ele teria recebido os explosivos. Sousa foi acompanhado por uma defensora pública na audiência e não constituiu advogado até a manhã desta segunda-feira.

O próximo andamento dos autos será a abertura do prazo de dez dias para apresentação de defesa prévia. Contudo, a decisão proferida na audiência de custódia determina, primeiramente, a redistribuição do processo para o cartório criminal competente.

Um grupo de indígenas que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL) violou as grades de bloqueio que isolam o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) para protestar contra a prisão de José Acácio Serere Xavante. A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes há 15 dias. Serere Xavante foi acusado de patrocinar atos antidemocráticos em vários locais na capital federal se opondo a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, o grupo de cerca de 25 indígenas se instalou na marquise que fica em frente ao prédio do STF na tarde desse domingo (25). Uma equipe da PM foi acionada e negociou a saída dos manifestantes do local. A PM diz que não foi preciso usar a força. A manifestação do grupo foi compartilhada nas redes de bolsonaristas como se fosse uma tentativa de invasão do prédio, o que, segundo a PM, não chegou a ocorrer.

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Após a prisão de Serere Xavante, grupo de extremistas que estão acampados na porta do Quartel General do Exército provocaram atos de vandalismo com queima de carros e ônibus, além de tentarem invadir o prédio da Polícia Federal onde estava detido o indígena.

Um levantamento feito pelo Instituto Datafolha, divulgado nesta quinta-feira (21), aponta que 75% dos brasileiros são contra os atos antidemocráticos realizados por bolsonaristas em todo o país.

Ainda segundo os dados, 21% disseram ser a favor das manifestações, 3% consideraram ser indiferente e 1% disse não ter opinião formada sobre o assunto. O Datafolha também perguntou se as pessoas eram favoráveis a punições para quem participa de atos antidemocráticos. Sobre isso, 56% defenderam punições, 40% pontuaram ser contra e 4% não responderam.

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A pesquisa publicada pelo jornal Folha de São Paulo aferiu se a população entrevistada é favorável ou não aos atos que se espalharam pelo país desde o dia 30 de outubro, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado nas urnas pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em alguns Estados, as manifestações iniciaram fechando rodovias federais. Hoje elas se concentram em frente aos quartéis, uma vez que os bolsonaristas pedem uma intervenção militar que é inconstitucional.

Para a amostragem foram ouvidas 2.026 pessoas em 126 municípios nos dias 19 e 20 de dezembro. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 15, a maior operação já lançada na investigação sobre atos antidemocráticos e cumpre mais de 103 mandados de busca e apreensão em oito Estados e no Distrito Federal.

O alvo principal do grande cerco decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, são empresários e outros sob suspeita de organizarem e financiarem bloqueios de rodovias promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, inconformados com a vitória do ex-presidente Lula.

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Segundo nota divulgada pelo gabinete de Alexandre, 'os grupos propagaram o descumprimento e o desrespeito' ao resultado das eleições, 'além de atuar pelo rompimento do Estado Democrático de Direito e instalação de regime de exceção, com a implantação de uma ditadura'. Durante diligências em Santa Catarina, os agentes apreenderam 11 armas, dentre elas uma submetralhadora, um fuzil, além de rifles com lunetas.

A megaoperação também cumpre quatro mandados de prisão preventiva no Espírito Santo - das buscas em todo o País, 23 são executadas nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. Segundo os investigadores, as buscas miram nomes apontados pelas forças federais e locais de segurança pública. Entre os alvos estão os deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).

Alexandre de Moraes também ordenou a quebra de sigilo bancário e telemático de investigados e o bloqueio de contas de dezenas de empresários. Ainda foram decretadas apreensão de passaportes, suspensão de certificados de registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs), além do bloqueio de 168 perfis em redes sociais suspeitos de organizar e financiar atos pela abolição do Estado Democrático de Direito.

Os mandados de busca são cumpridos nos seguintes Estados: Acre (9 mandados), Amazonas (2), Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), Rondônia (1), Paraná (16), Espírito Santo (23) e Santa Catarina (15) - além do Distrito Federal (1).

A megaoperação aberta a mando de Alexandre de Moraes abarca duas ofensivas interligadas. Uma delas faz diligências exclusivamente no Espírito Santo, para investigar suposto crime contra a honra, incitação ao crime e tentativa de golpe de Estado. Já a operação que faz buscas em sete Estados e no DF apura suposto crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A ofensiva com maior número de mandados em cumprimento investiga a 'recalcitrância de diversas pessoas com bloqueio de rodovias e abuso reiterado do direito de reunião', segundo a nota divulgada pelo gabinete de Alexandre de Moraes.

A apuração mira três grupos: líderes, organizadores, financiadores, fornecedores de apoio logístico e estrutural ao bloqueio de rodovias; proprietários e condutores de caminhões que participaram de atos antidemocráticos e foram autuados; donos de veículos usados para prestar apoio, auxílio logístico ou estrutural às manifestações, como transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas, transporte de banheiros químicos.

As medidas cumpridas ostensivamente nesta quinta-feira, 15, são resultado de informações colhidas por uma ampla rede de investigação sobre o financiamento de bloqueios do tráfego em diversas rodovias brasileiras e manifestações em frente a quartéis das Forças Armadas. A ação tem como base relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos Estados.

Segundo o Supremo, os documentos remetidos à Corte máxima 'identificaram patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios'.

As 80 ordens de busca e apreensão cumpridas no bojo da investigação sobre suposto crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito foram expedidas no bojo de um procedimento ligado ao inquérito 4879, que apura atos ilegais e antidemocráticos relacionados ao 7 de setembro. Foi no âmbito de uma petição de mesmo teor que o ministro Alexandre de Moraes decretou o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas e empresas sob suspeita de bancar os atos antidemocráticos.

Já a operação focada no Espírito Santo tem ligação com 'atos contra o Supremo e atuação de milícias digitais'. A decisão que decretou as medidas cautelares cumpridas contra 12 pessoas foi assinada em uma petição ligada aos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

Segundo o gabinete de Alexandre, dois deputados estaduais investigados no bojo de tal apuração terão de usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de: deixar o Estado, usar as redes sociais, conceder entrevistas e participar em qualquer evento público. Em caso de descumprimento, há previsão de multa diária de R$ 20 mil.

A grande operação saiu às ruas três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, além de atearem fogo em carros e ônibus.

O estopim para a escalada nas ações dos manifestantes foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A medida foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Segundo o governo do DF, participantes dos protestos diante do QG do Exército, apoiadores de Bolsonaro, se envolveram diretamente nos atos de vandalismo. Por meio de vídeos publicados em redes sociais, reportagem reconstituiu os acontecimentos.

De acordo com a Polícia Federal, José Acácio Serere Xavante teria realizado atos antidemocráticos em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Lula e Alckmin.

Após os atos considerados democráticos se espalharem pelo País com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente.

Além disso, a Corte máxima impôs multa aos veículos identificados como participantes dos protestos, e ainda determinou que as Polícias e Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.

As manifestações levaram à abertura, no Supremo, de uma apuração 'em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos antidemocráticos, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022?.

No bojo de tal petição, o relator, ministro Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas bancárias de dez pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento de 'atos ilícitos e antidemocráticos' que bloquearam rodovias em todo o País.

Na véspera da abertura da operação, nesta quarta, 14, Alexandre chegou a afirmar que 'ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar'. A declaração se deu durante uma palestra.

O futuro chefe da Casa Civil e governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou, nessa terça-feira (13), que se até o dia 31 as providências contra os extremistas que fizeram atos de vandalismo na segunda-feira (12), em Brasília, não forem tomadas, medidas serão adotadas a partir do dia 1º, quando o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), toma posse. Ele defendeu a apuração e o devido processo legal.

Em entrevista ao programa Central da Transição, do canal de notícias GloboNews, Costa disse que os manifestantes radicais caminhavam em direção ao hotel onde está hospedado Lula. "Deu para ver nitidamente. Aquele hotel permite uma visão de ruas diferentes. O objetivo era chegar o mais próximo possível do hotel", afirmou.

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Ele disse que "a grande missão" do futuro governo é pacificar o País e fazê-lo se unir novamente. "Podemos ter diferentes opiniões sobre religião, futebol, tudo, mas não podem chegar às vias de fato e ameaçar as instituições brasileiras", acentuou.

O tumulto desta segunda foi iniciado depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília. Houve uma tentativa de invasão da sede da Polícia Federal (PF).

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou o presidente Jair Bolsonaro incentiva a contestação do resultado da eleição presidencial e também "os ativistas fascistas que estão nas ruas". Nesta segunda-feira, 12, manifestantes queimaram ônibus e carros em Brasília, no mesmo dia que Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral como presidente eleito, apto a tomar posse no dia 1° de janeiro.

"Todas as vezes que eu perdi, eu respeitei quem tinha ganho. Esse cidadão (Bolsonaro) até agora não reconheceu a sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua se movimentando. Ontem (segunda-feira, 12), ele recebeu esse pessoal no Palácio do Alvorada. Ele tem que saber que aquilo é um patrimônio público, não é dele, não é da mulher dele", disse Lula.

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O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que Lula não foi exposto a risco, quando um grupo de apoiadores do presidente tentou invadir prédio da Polícia Federal em Brasília e causou tumulto no centro da capital, região onde Lula está hospedado.

"Esse cidadão continua incentivando gente a negar (o resultado das eleições). Ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que eles fazem parte de uma organização de extrema-direita, que não existe apenas no Brasil", afirmou o petista.

"É uma figura anômala, irracional, sem coração, sem sentimentos" disse Lula, sobre Bolsonaro. "Ele está mostrando o que ele é agora. Eu perdi três eleições e nas três voltei para casa, lamentei, chorei e me preparei para ganhar a próxima", afirmou o presidente eleito.

'A palavra correta é estrago', diz Lula sobre diagnóstico da transição

"Eu acho que teremos a radiografia perfeita do estrago que foi feito neste país. E a palavra correta é estrago", disse Lula, sobre o diagnóstico feito pela equipe de transição.

Lula agradeceu nominalmente a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que integrou a equipe de transição. Durante a campanha, o entorno de Lula sugeria que Simone, uma aliada no segundo turno, teria espaço no governo para ocupar a pasta que desejasse. Recentemente, no entanto, os sinais são de que Simone pode não receber o ministério que deseja.

"Nunca o Estado brasileiro e suas instituições estiveram tão a serviço de um candidato, desde a proclamação da República", disse também Lula, ao repetir o que disse com frequência na campanha ao criticar o presidente Bolsonaro pelo uso da máquina pública na campanha eleitoral. Nesta terça, Lula definiu os gastos de Bolsonaro na campanha como "a farra do boi".

Antes da prisão de José Acácio Serere Xavante, 42, na segunda-feira, 12, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve encontro com o filho do indígena no Palácio da Alvorada. Bolsonaro chegou a colocar sobre a cabeça um cocar tradicional que ganhou do garoto. O próprio Serere estava no local, junto dos manifestantes que apoiam o presidente.

O menino estava no meio da multidão que gritava palavras de ordem a favor de Bolsonaro e contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O filho de Serere foi uma das crianças que puderam atravessar o espelho d'água na frente do Alvorada, abraçar e tirar fotos com Bosonaro. O perfil oficial do presidente no Facebook transmitiu o encontro com os apoiadores, por volta das 17h40.

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A prisão ocorreu, segundo a Polícia Federal, "no fim da tarde". Na tranmissão, um padre acompanhava Bolsonaro e pedia bençãos da multidão ao presidente. O mesmo religioso incentivou a multidão a gritar que "bandido" não pode ser presidente.

Os mandados de busca e de prisão contra Serere foram assinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda no dia 10, dois dias antes do cumprimento. Ele foi preso a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que detectou indícios de crimes de "ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito".

As ameaças, segundo a PGR, eram voltadas ao presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e ministros do STF. O indígena foi preso enquanto se deslocava de volta ao acampamento de bolsonaristas montado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Inicialmente, permanecerá encarcerado por dez dias.

Ao voltar para o acampamento com a mãe e a irmã, o filho do indígena deu uma versão sobre o ocorrido que foi transmitida pela internet por outros apoiadores. "Quando colocaram meu pai no camburão e eu fui defender ele, o federal fez assim e apontou a arma para mim", disse.

Antes da prisão, José Acácio Serere havia ido ao Alvorada outras vezes. Os discursos estão registrados nas redes sociais. Ele fez ameaças a ministros, chamou Alexandre de Moraes de "marginal" e chegou a pedir para que Bolsonaro não entregue o cargo.

"Nós exigimos anulação dessa eleição ou vai acontecer aqui uma guerra civil. Vamos detonar esse povo bandido do STF", disse.

Bolsonaro não discursou à militância. Quem fez as vezes de orador foi o padre Genésio Ramos, de Goiás, apoiador do presidente. Ele pediu orações ao chefe do Poder Executivo e disse que o povo foi "estuprado por uma organização criminosa".

O senador Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade) solicitou o indiciamento da primeira-dama Michelle Bolsonaro nesta terça-feira (13), no inquérito dos atos antidemocráticos. A justificativa do pedido do senador é que, segundo ele, Michelle Bolsonaro teria sido “uma das financiadoras dos atos, por supostamente atuar no fornecimento de alimentação aos bolsonaristas”, que faziam vigília em frente ao Palácio da Alvorada.

Randolfe pontuou que a Alvorada não é “uma residência particular” e que terá um novo morador a partir do próximo ano. “O atual inquilino não pode ocupar o Palácio da Alvorada para que ele seja vandalizado. Também não pode, da guarita, acobertar criminosos lá dentro. Estou pedindo, nesta manhã, o indiciamento da senhora Michelle Bolsonaro no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos”, informou.

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O senador também falou sobre o pedido da dispersão da ocupação no Palácio, caso persista, e informou ter pedido a prisão dos líderes dos atos. “Além disso, se essa ocupação persistir, que ele seja desocupado de imediato. Combinado com isso, estamos pedindo rigorosas apurações do fato de ontem, assim como o indiciamento, no mesmo inquérito, com eventual prisão cautelar dos líderes dos atos terroristas praticados ontem”.

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Uma oficial da reserva do Exército Brasileiro foi aos atos que vandalizaram parte da região central de Brasília nesta segunda-feira, dia 12, à noite. A tenente-coronel Regina Benini Moézia de Lima publicou imagens dela mesma acompanhando a situação presencialmente. Em transmissões ao vivo, ela coleta artefatos como cápsulas de bombas de gás e reproduz desinformação.

Nos vídeos divulgados nas redes sociais, a tenente-coronel Regina Benini não aparece diretamente envolvida em atos de depredação, mas circula entre manifestantes e tenta disseminar uma narrativa de que os crimes teriam sido praticados por "infiltrados de esquerda". Ela própria, porém, é logo desmentida por outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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"O pessoal manifestante, os bolsonaristas mesmos, o pessoal que está acampado não bota fogo em nada", afirmou a tenente-coronel no vídeo acima. "Isso foi um ato terrorista, não pensem que foi obra do pessoal que estava no QG, não. Precisou chegar nesse limite, o povo não aguenta mais, mas foram infiltrados, tenho certeza."

A oficial afirma erroneamente, por exemplo, que o indígena José Acácio Serere Xavante "não foi preso pela Polícia Federal, mas foi sequestrado". "Foi tudo armado", disse ela. Na verdade, ele foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, acusado de envolvimento em atos antidemocráticos anteriores.

Outra manifestante entrevistada por Regina num segundo vídeo, porém, a desmente frontalmente: "Eles são nossos, são legítimos, não são infiltrados. Junto com os índios, queremos a liberação do cacique Serere", diz a mulher. A conversa acontece a partir dos 11min20s no vídeo que ela divulgou no Instagram.

"É tudo fake news isso, onde a senhora estava? Por favor...", respondeu a mulher indagada pela militar. "Segundo essa moça, esse ataque terrorista, que pra mim é ataque terrorista, teria partido das próprias pessoas que estavam com os indígenas. Está difícil saber a informação correta. Seja de quem partiu essa ação, eu sou contra esse tipo de atitude, totalmente contra." O Estadão mandou mensagem para a tenente-coronel, mas não recebeu resposta.

Regina diz que foi ao local para "cobrir" os atos e que está "do lado da ordem". A oficial é um dos rostos frequentes no acampamento à frente do Quartel-General do Exército em Brasília e contesta a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ela chegou a se deslocar pelo setor hoteleiro de Brasília e se aproximou do hotel onde Lula está hospedado. Disse que somente a Polícia Militar fazia operação de reforço de segurança do petista e de repressão aos crimes - e não as Forças Armadas: "Aconteceu uma quebra da ordem no País, a quebra da lei a gente sabe que aconteceu há muito tempo. Estamos esperando o tal decreto presidencial, que não aconteceu ainda".

Questionada por um homem sobre militares vendidos e de esquerda, ela respondeu que não era uma "infiltrada": "Não é meu caso". Regina diz que vai levar para uma irmã que é policial civil recuperar impressões digitais e para as autoridades militares em que confia, às quais é subordinada.

Regina Benini foi candidata a deputada distrital em 2018 e 2022 na base de partidos aliada ao presidente Jair Bolsonaro. Ela é atualmente filiada ao Republicanos e teve a campanha financiada majoritariamente pelo partido da senadora eleita e ex-ministra Damares Alves (DF), com quem gravou vídeos. Regina divulgou imagens de apoio a sua campanha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro. A prisão ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes. Em nota, a PF afirmou que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".

Sem outras prisões

A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse que deu ordem para prender todos os autores de atos de violência, mas, até o momento nenhuma prisão foi divulgada. Em nota, a secretaria disse que "não foram constatadas prisões relacionadas aos distúrbios civis ocorridos" e que, "para redução dos danos e para evitar uma escalada ainda maior dos ânimos, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão dos manifestantes".

A pasta afirmou ainda que o policiamento na área central da cidade e nas proximidades do hotel onde Lula está hospedado foi reforçado e que "toda área central da capital segue monitorada pela segurança pública, com apoio de câmeras de videomonitoramento e do serviço de inteligência".

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