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Em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi realizado um evento de despedida para os 15 médicos cubanos do Programa Mais Médicos. O encontrou, ocorrido na terça-feira (20), contou com a entrega de medalhas e placas e a presença do prefeito e da secretária de saúde.

Só no município de Paulista, 75 mil pessoas são alcançadas pelo Programa Mais Médicos. Segundo a gestão municipal, a chegada dos médicos contribuiu de forma decisiva no momento em que a saúde no município necessitava de reforço na atenção básica. A supervisora do programa pela Universidade de Pernambuco (UPE), Maria de Fátima Macial, diz ter percebido um salto de qualidade na atenção básica. "A gente constatou que a atenção básica deu um salto de qualidade. Pacientes começaram a ter um maior acompanhamento, pois a presença com mais atenção e de forma mais humana, foi muito boa e a comunidade passou a ter um vinculo de mais confiança e com mais qualidade no atendimento", ela comentou.

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O médico Yoanner Gonzalez, que atua há um ano na cidade, se mostrou grato pela oportunidade que teve. “O sentimento que a gente tem é de muita gratidão, não só com a secretaria de saúde, mas, com toda prefeitura, pelo acompanhamento que fizeram com a gente. Vamos embora, mas percebemos que o objetivo principal no  Paulista está sendo alcançado. Isto é ótimo porque o povo merece, eles merecem uma saúde de qualidade", avaliou Yoanner.

O prefeito Junior Matuto, que é do PSB, lamentou a saída dos cubanos, destacando que isso causará dificuldades para a saúde no município. "Esse momento é muito delicado. Vamos ter que buscar alternativas urgentes para não penalizar a população. Agradeço a Deus ter contado com este programa que foi feito para atender as pessoas que mais precisam. Eu só tenho a agradecer pelo trabalho feito pelos médicos ao povo do Paulista. Quero assegurar que para onde vocês forem não esqueçam nunca o quanto Paulista é grata, e especialmente eu, como pessoa, também sou muito grato pelo que vocês fizeram. Obrigado, obrigado, obrigado", disse o gestor.

Com a saída dos médicos do município, 15 Unidades de Saúde da Família (USF) serão atingidas. São elas: Maranguape II A, Maranguape I B, Pau amarelo, Dom Helder, Dom Pedro, Chega Mais, Jurandir Freire I e II, Arthur II Alto, Arthur II Baixo, Edgar Alves I, José Borges, Nossa senhora Dos Prazeres, Albert II e Fragoso.

 

Em 18 anos, mais de 5 mil cubanos solicitaram condição de refúgio no Brasil, segundo levantamento do Ministério da Justiça. No período de 2000 até setembro de 2018, houve 5.777 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado de cubanos. O maior número de solicitações de refúgio de várias nacionalidades ocorreu em 2017. 

De acordo com o Ministério da Justiça, os cubanos representaram mais de 17% do total de solicitações (13.369), desconsiderando os casos de venezuelanos e de haitianos. Até 31 de dezembro do ano passado, viviam no Brasil 60 refugiados cubanos e neste ano foi concedido refúgio a mais 42 imigrantes de Cuba. 

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Oficialmente, o Ministério da Justiça não informa se aumentou a quantidade de novos pedidos de refúgio desde o anúncio do Ministério da Saúde de Cuba sobre o fim do acordo de cooperação para o programa Mais Médicos no último dia 14. 

Em nota, o Ministério da Justiça relatou que “informações a respeito de solicitações de reconhecimento da condição de refugiado são sigilosas, nos termos do Artigo 20 da Lei nº 9.474/97”. 

Mais Médicos

O presidente eleito Jair Bolsonaro informou que vai substituir os 8.500 médicos cubanos que atuam no programa por profissionais brasileiros ou estrangeiros que revalidarem seus diplomas. Ele exige que os médicos passem pelo exame Revalida. 

Nas entrevistas que concedeu, o presidente eleito afirmou que estará aberto em sua gestão a partir de janeiro para conceder asilo político aos médicos do programa que desejarem permanecer no Brasil. 

O Ministério da Justiça esclareceu que os imigrantes que deixarem de integrar o programa e desejem continuar residindo no país poderão buscar autorização conforme os termos da Lei de Migração (Lei 13.445/2017). 

Dependendo do tipo de migração desejada pelo interessado, a solicitação deve ser apresentada na Polícia Federal ou no Ministério do Trabalho. O imigrante que atender os requisitos para receber a autorização de residência não precisará sair do Brasil para fazer o requerimento. 

Nos casos em que o solicitante entende ser vítima de fundado temor de perseguição em razão de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas em seu país de origem, poderá solicitar o reconhecimento como refugiado. 

O pedido deve ser feito junto ao Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão colegiado vinculado ao MJ, e é fundamentado na Lei de Refúgio (Lei nº 9.474/97).

Com a saída dos 8.332 médicos cubanos que integram o programa Mais Médicos, ao menos 611 cidades brasileiras podem ficar sem médicos a partir do próximo ano, de acordo com estimativa de secretarias municipais de saúde.

O alerta foi feito neste sábado, 17, por Mauro Junqueira, presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Segundo ele, os médicos cubanos foram os únicos a aceitar trabalhar em unidades de saúde localizadas nas cidades mais distantes, isoladas ou pobres do País. Junqueira afirma que dificilmente será possível substituir todos os profissionais nessas localidades, tendo em vista que os médicos brasileiros preferem trabalhar nos grandes centros urbanos.

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O Conasems calcula que os médicos cubanos representam mais da metade dos profissionais contratados pelo programa, que permitiu acesso à saúde a cerca de 29 milhões de brasileiros. No País, 79,5% dos municípios (3.243 de 5.570) são beneficiados pelo Mais Médicos e os cubanos representam 90% dos profissionais que aceitaram atuar em postos de saúde em aldeias indígenas. Além disso, compõem 100% do quadro em 611 cidades.

"O cancelamento abrupto de seus contratos representará uma perda cruel para toda a população, especialmente a mais pobre", alertou, em comunicado, o Conasems. "Algumas regiões provavelmente ficarão sem médico por um período entre 60 e 90 dias. Tudo vai depender da rapidez do Ministério da Saúde para contratar os substitutos. O Conselho Federal de Medicina assegura que há médicos disponíveis no Brasil. Vamos rezar para que todos se inscrevam", afirmou Junqueira.

A possibilidade de que milhões de brasileiros fiquem sem assistência médica levou a Defensoria Pública da União a apresentar um recurso na última sexta-feira, 16, à Justiça Federal para obrigar o governo a manter as regras atuais do programa.

Na última quarta-feira, 14, o governo de Cuba anunciou a decisão de abandonar o programa após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Ele afirmou que os profissionais trabalham em condições de escravidão e condicionou a permanência do programa à realização do processo de revalidação do diploma. Também falou que o acordo poderia ser renovado se os profissionais pudessem trazer a família ao Brasil e recebesse pagamento integral - sem repasses ao governo cubano. Os médicos cubanos devem sair do Brasil nas próximas semanas.

O Ministério da Saúde anunciou que vai lançar, ainda neste mês, um edital para contratação de médicos brasileiros e de outros países que possam substituir os cubanos.

Soluções emergenciais

A Associação Médica Brasileira (AMB) emitiu uma carta onde apresenta soluções emergenciais para evitar que pacientes fiquem sem assistência médica no País. A entidade foca em três pontos: a reformulação do Piso de Atenção Básica (PAB), o reforço no atendimento em áreas indígenas e de difícil acesso e o incentivo à adesão ao programa por profissionais jovens.

No que diz respeito ao PAB, a associação sugere que a União aumente o valor repassado para que os municípios possam contratar profissionais da região e que o cálculo seja reformulado para que municípios menores recebam mais recursos.

Para as áreas mais remotas, a proposta é aumentar o investimento nas Forças Armadas, que, segundo a entidade, tem experiência em regiões de difícil acesso e poderia levar "não somente médicos para esses locais, mas toda a infraestrutura necessária para a saúde: transporte de medicamentos, deslocamento de profissionais, hospitais de campanha, helicópteros e barcos para remoção em locais de difícil acesso. Para isso, usaria o efetivo atual de médicos das Forças Armadas, incrementaria o efetivo por concurso e selecionaria também novos Médicos Oficiais Voluntários para atuarem de forma temporária."

No caso dos profissionais em início de carreira, a proposta da AMB seria a criação de subsídios e incentivos aos jovens médicos com dívida no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). "Durante o período em que os médicos atuarem no programa, as parcelas do financiamento ficam suspensas. Além disso, haverá o benefício de descontos no montante geral da dívida, de acordo com o tempo de permanência e o município ou região escolhido (quanto menor o município ou de mais difícil provimento, maiores os descontos). Também é preciso garantir as mesmas condições ofertadas aos cubanos hoje: moradia, alimentação e transporte."

Em seu posicionamento, a AMB criticou o programa e o classificou como "eleitoreiro". Afirmou que o problema da assistência médica no Brasil não está relacionada à falta de médicos, mas de "políticas públicas que atraiam e fixem esses médicos nos municípios". Para a entidade, a solução definitiva para o problema seria a criação de uma carreira médica de Estado. Segundo a AMB, há 458.624 médicos no País e esse número é suficiente para as demandas da população. (com agências)

O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira, 16, que fará ainda este mês a seleção para contratar profissionais brasileiros em substituição aos cubanos que fazem parte do Programa Mais Médicos.

Nesta sexta, a proposta de edital para preencher 8.332 vagas deixadas pelos médicos cubanos será definida pela pasta. As medidas são pauta de reunião do governo brasileiro com representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com quem é firmado convênio.

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A expectativa do Ministério é que os médicos brasileiros selecionados nesta nova etapa comecem a trabalhar nos municípios imediatamente após a seleção, o que deve ocorrer ainda este ano.

Uma coletiva foi agendada para o início da próxima semana. O encontro vai esclarecer detalhes do edital de seleção e da chamada para inscrições de médicos brasileiros no programa.

O governo cubano informou nesta quarta-feira, 14, que está se retirando do programa social Mais Médicos do Brasil após declarações "ameaçadores e depreciativas" do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que anunciou mudanças "inaceitáveis" no projeto.

O programa Mais Médicos tem 18.240 profissionais - sendo 8.332 cubanos. De acordo com Cuba, seus médicos atuam em 4.058 municípios, cobrindo 73% das cidades brasileiras.

Cuba tomou a decisão de solicitar o retorno dos mais de 8 mil médicos cubanos que trabalham hoje no Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas e condicionou a permanência no programa "à revalidação do diploma", além de ter imposto "como via única a contratação individual".

Desertores

Pelo menos 150 médicos cubanos desertores do programa federal Mais Médicos lutam na Justiça para poder clinicar no Brasil de forma independente, fora do acordo entre Brasil e Cuba, ganhando salário integral. Esse grupo de profissionais moveu ações contra o Ministério da Saúde, o governo cubano e a Organização Panamericana de Saúde (Opas), segundo o advogado André de Santana Corrêa, que defende os estrangeiros.

Ele diz que, com a decisão de Cuba de sair do Mais Médicos, mais profissionais devem tentar permanecer no Brasil. "Desde ontem (anteontem), recebi muitas ligações de interessados em entrar com processo para ficar no Brasil", afirma.

De acordo com o advogado, o principal argumento usado é o respeito ao princípio da isonomia. "Por que eles recebem um salário menor que os outros estrangeiros se fazem exatamente o mesmo trabalho que os outros médicos?", questiona.

Do total de ações movidas por ele, cinco já tiveram liminares favoráveis aos médicos. "O problema é que quando chega nas instâncias superiores, indeferem porque sabem que causaria colapso econômico ao governo ter que pagar o salário integral a todos os médicos", diz. (Portal Estadão)

Um grupo de 196 médicos retornou nesta quinta-feira a Cuba após três anos de trabalho no Brasil, os primeiros após o anúncio de Havana de sair do programa Mais Médicos devido a críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Segundo a Agência Cubana de Notícias (ACN), oficial, os médicos chegaram "felizes por terem cumprido sua missão", mas também "preocupados com a sorte do povo brasileiro com o novo presidente eleito".

Cuba anunciou ontem que iria abandonar o programa brasileiro - do qual participa desde a sua criação, em 2013, através da Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) - devido a declarações de Bolsonaro, que anunciou mudanças a partir de 1º de janeiro.

"O Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos e assim o comunicou à diretora da OPS e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", diz um comunicado oficial de Cuba.

Em diferentes momentos de sua campanha eleitoral, Bolsonaro anunciou que suspenderia este programa com a OPS e Cuba, e que seu governo contrataria individualmente os médicos que desejassem permanecer no Brasil.

Também questionou "o preparo dos nossos médicos" e condicionou "a sua permanência no programa à revalidação do título", destaca o texto oficial cubano.

Cerca de 20 mil médicos cubanos trabalharam no Brasil durante cinco anos, e a decisão cubana afeta cerca de 8 mil que o fazem atualmente.

"A retirada do programa será apoiada por nossos médicos, pois nem os princípios nem a dignidade são negociáveis", afirmou a vice-ministra da Saúde de Cuba, Regla Angulo, ao receber os profissionais no aeroporto.

Segundo fontes diplomáticas brasileiras, os médicos cubanos retornarão a seu país antes do Natal, embora calculem que cerca de 2 mil poderiam permanecer no Brasil devido a relacionamentos amorosos e familiares, que lhes permitiriam obter o visto de residência.

O deputado federal petista Wadih Damous (PT) reverenciou o líder Fidel Castro lembrando que, neste mesmo dia e mês, no ano de 1953, o líder da revolução cubana e mais 160 jovens teriam iniciado uma ação revolucionária. "Que visava a levantar seu povo em armas e derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista", escreveu na sua página do Facebook. É a primeira vez que a data é festejada no país sem a presença de Fidel Castro.

Nesta quarta (26), comemora-se o Dia da Rebeldia Nacional em Cuba. O parlamentar deu a entender que, apesar do fracasso na operação, houve uma vitória significativa. "O Assalto ao Quartel de Moncada não logrou conquistar a unidade militar que pretendia e a repressão que se seguiu foi brutal com vários dos jovens sendo executados ou assassinados sob tortura. Todavia, os sobreviventes daquela ação, sob o comando de Fidel Catro, constituíram o núcleo dirigente do Movimento 26 de Julio, ou M-26-7, ferramenta política que organizou e dirigiu o povo cubano em sua vitória contra Batista e o imperialismo norte-americano", contou. 

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Wadih também declarou que a data comemorativa traz uma esperança. "A do despertar da rebeldia brasileira. E o único propósito dessa rebeldia é um só: o povo no poder. Viva o Fidel". Ainda pediu que a rebeldia dos cubanos servissem de inspiração aos brasileiros "nesses dias difíceis". 

Um dos mais controversos líderes do mundo, Fidel morreu em novembro de 2016 vítima de uma hemorragia intestinal durante uma viagem que fez, aos 80 anos, para a Argentina. Rosto da rebelião socialista, ele foi considerado o herói histórico da esquerda moderna, o homem que mais desafiou os EUA. 

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, informou que Cuba voltará a oferecer profissionais para o Mais Médicos. A negociação teria sido concluída e, nesta terça-feira (23), em Genebra, o governo cubano deve confirmar que a colaboração continua. Os representantes dos dois países estão na Suíça para reuniões da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O encontro contará com a Organização Pan-americana de Saúde, que chancelaria o novo entendimento. No mês passado, o governo cubano havia anunciado a interrupção da parceria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Pouco mais de 680 cubanos foram deportados desde que os Estados Unidos colocaram fim, em 12 de janeiro, às vantagens migratórias que estimulavam a migração irregular, segundo a imprensa oficial de Cuba.

Os meios de comunicação estatais disseram que 683 pessoas foram devolvidas à ilha a partir dos Estados Unidos ou quando tentavam entrar de forma irregular neste território pelo México, pelas Bahamas ou pelas Ilhas Cayman.

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Apenas dos Estados Unidos foram deportados 40 cubanos em voos comerciais e 75 por via marítima. Outros dois chegaram em um voo charter na sexta-feira, de acordo com o jornal Granma e o site Cubadebate.

Nesse sentido, o México deportou 264 cubanos e recusou 144 que tentavam entrar ilegalmente pelos aeroportos, enquanto das Bahamas e Ilhas Cayman foram devolvidos 156.

Dias antes de deixar o poder, Barack Obama derrubou a chamada política "pés secos, pés molhados", vigente desde 1995, que permitia aos cubanos que chegassem irregularmente a obtenção de residência nos Estados Unidos.

Os cubanos eram os únicos cidadãos do mundo que desfrutavam deste benefício, o que, aos olhos do governo da ilha, estimulava a migração ilegal e o tráfico de pessoas.

O fim das vantagens migratórias foi a última medida que Obama tomou no âmbito de sua histórica aproximação com a ilha socialista, depois de meio século de hostilidades, e que agora promete ser revisada pelo presidente Donald Trump.

Segundo o Gabinete de Operações no Terreno do Serviço Alfandegário e Proteção de Fronteiras, 50.082 cubanos entraram nos Estados Unidos no ano fiscal de 2016. Desses, 38.310 o fizeram ilegalmente, e apenas 11.772 com visto.

Essa cifra supera os 36.700 que emigraram em embarcações precárias em 1994 na chamada "Crise dos Balseiros", o segundo grande êxodo cubano para os Estados Unidos, após o de Mariel, em 1980, que envolveu 125.000 pessoas.

A substituição de profissionais cubanos que já completaram três anos no Mais Médicos corre o risco de provocar vazios assistenciais em vários municípios no País. Embora o governo brasileiro e o de Cuba já tenham acertado que novos médicos deverão ocupar vagas disponíveis nas cidades brasileiras, o Ministério da Saúde reconhece que a operação não é imediata, demanda um tempo de preparação, aumentando o risco de cidades ficarem sem profissionais durante um período.

A previsão é de que 1.384 médicos cubanos cheguem em dezembro. Outros dois mil devem desembarcar no Brasil entre janeiro e fevereiro. "O problema é que ao chegar, eles não podem ir direto para cidades", afirmou Neilton Oliveira, do Ministério da Saúde. Ele conta que um esforço está sendo realizado para tentar tornar mais ágil os preparativos, que envolvem a abertura em conta em um banco brasileiro, o registro temporário que autoriza o exercício de Medicina no País, a designação e o deslocamento para cidades. "São várias áreas envolvidas. Ministério da Saúde, da Defesa, da Educação", completou.

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O receio é de que os municípios fiquem mais de 90 dias sem assistência, o que poderia levar a uma interrupção no direito de cidades receberem uma parcela de recursos do Ministério da Saúde. "Estamos trabalhando para isso não acontecer. Não vai acontecer", disse Oliveira.

O Ministério da Saúde renovou em setembro o contrato com a Organização Pan-Americana de Saúde para recrutar profissionais cubanos para participar do Mais Médicos. No acordo, no entanto, foi acertado que profissionais que já tenham cumprido três anos de serviços no Brasil regressem ao país de origem e deem lugar a profissionais que já estão sendo treinados em Cuba. Até agora, uma turma já se formou. Outra deverá concluir o curso em meados de dezembro.

A estimativa é de que até o fim deste mês 4 mil cubanos que atualmente trabalham em municípios brasileiros retornem à ilha. "Eles estão sendo e continuarão sendo substituídos. E a velocidade deverá ser acelerada", disse o secretário. Outro fator que retarda o processo de substituição é a necessidade de se preencher, num primeiro momento, as vagas com profissionais brasileiros. Os primeiros postos abertos são agora alvo de um edital, para que médicos formados no Brasil possam disputar as vagas. A previsão é de que o processo termine neste mês.

Até setembro, 11.400 profissionais cubanos trabalhavam no Mais Médicos. Eles representam a grande força do programa, criado em 2013 em uma resposta às manifestações populares que reivindicavam melhoria de acesso à saúde. Ao todo, o Mais Médicos reúne 18.240 profissionais, dos quais apenas 5.274 são brasileiros. Outros 1.537 são profissionais que obtiveram diploma no exterior.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, informou hoje (20) que a bolsa dos profissionais que atuam no Programa Mais Médicos será reajustada em 9% a partir do ano que vem e que o convênio de cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que garante a atuação de médicos cubanos no país, foi renovado por mais três anos.

A meta do governo é fortalecer a participação de médicos brasileiros e gradualmente substituir os profissionais cubanos que completam três anos de trabalho no país. A previsão é que, entre dezembro de 2016 e abril de 2017, cerca de duas mil vagas de cooperados sejam oferecidas em editais a brasileiros. A meta é, em três anos, substituir quatro mil cubanos à medida que os profissionais brasileiros se interessem pelas vagas.

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“Há, de fato, uma grande aprovação das ações do Mais Médicos, sempre reconhecendo a qualidade do trabalho dos profissionaisos cubanos. A implantação de novos cursos de medicina produzirá profissionais a mais para que a oferta de brasileiros no mercado possa suprir a demanda que colocamos nos editais. Precisamos que haja uma disponibilização de profissionais brasileiros para realmente ocupar as vagas”, disse Barros, explicando que, enquanto isso não acontece, o convênio com a Opas e Cuba continuará suprindo a demanda.

Hoje, o Mais Médicos tem 18.240 vagas na Atenção Básica de saúde em 4.058 municípios e 34 distritos indígenas. Os profissionais que preenchem essas vagas são 11.429 cooperados cubanos (62,6%), 5.274 brasileiros formados no Brasil (29%) e 1.537 estrangeiros e brasileiros formados no exterior (8,4%). O programa chega a 72,8% dos municípios brasileiros e beneficia 63 milhões de pessoas.

A lei que prorroga o programa por três anos foi sancionada pelo presidente Michel Temer no último dia 12. Com o texto, profissionais intercambistas estrangeiros e brasileiros formados no exterior que participam do Mais Médicos continuarão dispensados da validação dos diplomas de medicina para atuar no país.

Reajuste

Barros anunciou também o reajuste da bolsa para os profissionais participantes em 9%. O repasse, que era de R$ 10.570 por médico, passa para R$ 11.520 a partir de janeiro de 2017. A prorrogação do programa garante ainda um reajuste anual com base na inflação. Médicos que atuam em áreas indígenas também tiveram aumento nos auxílios-moradia e alimentação, que desde agosto é de R$ 2.750.

Tanto o valor da bolsa quanto o auxílio dos profissionais estão em áreas indígenas e são pagos pelo Ministério da Saúde. Segundo Barros, o impacto do programa no orçamento da pasta é de R$ 2,7 bilhões em 2016. Em 2017, serão investidos R$ 3 bilhões.

Reposição imediata

Os profissionais cooperados que completaram três anos de trabalho no Brasil entre julho e outubro deste ano e tiveram participação prorrogada em decorrência dos Jogos Rio 2016 e do período eleitoral serão substituídos por outros médicos cubanos, conforme as negociações da Opas com o governo de Cuba.

A reposição de cerca de quatro mil cooperados acontecerá até o fim deste ano. Essa é apenas uma medida de reposição e não vai alterar a proporção entre cubanos e brasileiros no programa. Entretanto, aqueles que tenham constituído família no Brasil poderão pedir ao governo de Cuba a permanência por mais três anos no programa.

O representante da Opas no Brasil, Joaquín Molina, explicou que o governo cubano tem seus critérios para destinar os médicos que trabalharão em missões internacionais e que a vaga de trabalho desse profissional em Cuba fica em aberto até que ele retorne ao país.

Caso aquele país não autorize a continuação no programa, o médico poderá participar como estrangeiro não cooperado ou fazer a prova de revalidação do diploma de medicina no Brasil e se submeter às leis de imigração do país.

Mais brasileiros

Uma nova regra também pretende ampliar a participação de médicos brasileiros formados no exterior. Conforme os editais em andamento, poderão ingressar no programa médicos graduados em qualquer país. Antes, só podiam participar profissionais formados em países que possuíam uma proporção maior de médicos do que o Brasil (1,8 médico para cada mil habitantes).

Segundo o ministro, isso abre a possibilidade para brasileiros formados no Paraguai e na Bolívia atuarem no Brasil.

Criado em 2013, o Mais Médicos ampliou a assistência na Atenção Básica levando médicos às regiões com carência de profissionais. Além do provimento emergencial de médicos, o programa visa à formação de médicos e especialistas. Até 2017, a previsão é que sejam criadas 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica.

A iniciativa prevê ainda ações voltadas à infraestrutura, como construções, ampliações e reformas de Unidades Básicas de Saúde.

Cinco jogadores da equipe de vôlei de Cuba foram condenados nesta terça-feira a penas de até cinco anos de prisão por estupro por um tribunal de Tampere (sudoeste da Finlândia), após a denúncia apresentada por uma mulher durante a Liga Mundial, disputada em julho.

Quatro acusados foram condenados a cinco anos de prisão: o capitão Rolando Cepeda Abreu, de 27 anos, Abrahan Alfonso Gavilán, 21, Ricardo Calvo Manzano, 19, e Osmany Uriarte Mestre, 21.

O quinto, Luis Sosa Sierra, 21, foi condenado a três anos e meio de prisão. Dariel Albo Miranda, 24, foi absolvido.

O estupro de uma finlandesa aconteceu em 2 de julho no hotel em que a equipe cubana estava hospedada durante a Liga Mundial de Vôlei em Tampere.

"Os jogadores forçaram juntos e de comum acordo (a vítima) a manter várias relações sexuais por meio da violência e aproveitando seu medo e impotência", afirmou o tribunal.

Albo Miranda foi absolvido depois que a vítima e outros acusados afirmaram que ele não participou nos atos.

Os acusados foram detidos em 3 de julho e desde então permanecem na prisão.

As autoridades não divulgaram detalhes sobre a identidade da vítima, apenas que era maior de idade. O julgamento aconteceu a portas fechadas.

O processo impediu a presença dos atletas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, onde Cuba perdeu as cinco partidas na fase de grupos.

A permanência de profissionais cubanos no programa Mais Médicos está garantida somente até novembro. Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e Cuba ainda não têm fechado um acordo para renovação do contrato dos profissionais, recrutados há três anos para trabalhar em áreas consideradas de difícil provimento para médicos.

Atualmente, 11 mil dos 18 mil médicos que atuam no programa são cubanos. As negociações estão em curso. O governo cubano já deu mostras de que vai condicionar a renovação ao reajuste dos valores dos contratos e à criação de um adicional, concedido para atuação de médicos em locais considerados mais isolados e de maior risco - como distritos indígenas.

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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, por sua vez, já deixou clara a preferência de que vagas do programa sejam preenchidas por profissionais formados no Brasil. Mas não quer tomar nenhuma decisão antes das eleições municipais. Não é à toa que a renovação provisória se estende até novembro.

Resposta

Criado há três anos como uma resposta às manifestações de rua, o programa Mais Médicos foi inicialmente criticado por entidades de classe. No entanto, em pouco tempo ganhou a aprovação popular e dos prefeitos. Para agradá-los, pouco antes do processo de impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff editou uma Medida Provisória, aumentando o prazo de permanência por mais três anos.

Quando assumiu o posto, Barros afirmou a interlocutores achar que a medida poderia prejudicar brasileiros. A sua expectativa é fazer uma redução gradual dos cubanos. Mas essa estratégia é externada apenas para integrantes de sua pasta.

O Papa Francisco elogiou nesta quinta-feira o ânimo dos cubanos diante "das dificuldades de cada dia", e pediu à Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, que abençoe a viagem que fará no próximo sábado à ilha.

"Me faz muito bem e muito me ajuda pensar em sua fidelidade com o Senhor, no ânimo com o qual enfrentam as dificuldades de cada dia e no amor com que se ajudam e se mantêm no caminho da vida", disse Francisco em mensagem transmitida pelo principal canal de TV cubano.

"Queridos irmãos, faltam poucos dias para minha viagem a Cuba e por este motivo, desejo enviar minha saudação fraterna antes de encontrá-los pessoalmente".

"Vou ao Santuário de Nossa Senhora da Caridade do Cobre como mais um peregrino, como um filho que deseja chegar à casa da mãe. A ela confio esta viagem e também lhe confio todos os cubanos, aos quais peço que rezem por mim".

"Quero estar entre vocês como um missionário da misericórdia, da ternura de Deus".

Em Cuba, o Papa celebrará duas missas campais, em Havana e Holguín, e uma terceira no Santuário da Nossa Senhora da Caridade do Cobre, além de ser recebido pelo presidente Raúl Castro, que garantiu presença em todas as missas.

Um grupo de cinco imigrantes cubanos conseguiu, a bordo de uma embarcação rústica, chegar em terra em uma luxuosa localidade da Flórida, informou nesta quinta-feira (30) o jornal Miami Herald.

Os balseiros, todos homens, chegaram na madrugada de terça-feira (28) a Key Colony Beach, uma área exclusiva de mil habitantes perto de Marathon, Flórida, onde contataram um policial que os levou para a Guarda Costeira, segundo o chefe de polícia local.

Os cinco cubanos, que chegaram em bom estado de saúde, saíram no domingo de Cárdenas, Cuba, e poderão permanecer nos Estados Unidos, segundo as leis americanas que concedem benefícios migratórios aos cubanos que conseguem tocar em terra. Já os capturados no mar são devolvidos para a ilha comunista.

O temor do fim desses benefícios, que não dizem respeito a imigrantes de outras nacionalidades, impulsionou o fluxo de balseiros cubanos para a Flórida desde que Washington e Havana começaram um processo de reaproximação.

Segundo cifras da Guarda Costeira americana, desde outubro cerca de 3.000 cubanos tentaram chegar por mar aos Estados Unidos.

Seis atletas cubanos abandonaram a delegação do país nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá: quatro remadores tiveram os nomes confirmados pelo técnico Juan Carlos Reyes e dois dos saltos ornamentais não foram identificados.

De acordo com Reyes, Liosmel Ramos, Wilber Turro, Manuel Suárez e Orlando Sotolongo fugiram para os Estados Unidos. Eles deixaram a sede da modalidade em St. Catharines, na província de Ontario, que fica próxima à fronteira.

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O treinador disse que Ramos e Turro abandonaram a delegação antes do início das regatas do último sábado. Suárez e Sotolongo chegaram a disputar suas provas e depois fugiram. Sotolongo ainda garantiu a medalha de prata como integrante da equipe de quádruplo skiff. Os quatro desertores mantiveram contato com os companheiros de equipe por meio das redes sociais.

O site oficial de Cuba, o CubaSí, foi quem deu a informação dos outros dois atletas dos saltos ornamentais. Ao comentar a participação do país na modalidade, escreveu: "estamos inconformados de sofrer a estocada mortal de dois desertores". O texto, no entanto, não cita o nome dos atletas e também não diz como e quando abandonaram a delegação.

Os responsáveis pela organização do Pan de Toronto disseram ainda não terem sido informados pela deserção dos atletas de Cuba.

O monopólio estatal de telecomunicações cubano Etecsa anunciou nesta quinta-feira (18) que abrirá em julho 35 áreas públicas com Wi-Fi e reduzirá pela metade a tarifa das conexões em um esforço para expandir a conectividade limitada na Ilha. Com a abertura destas áreas de navegação wireless "em espaços públicos em todo o país", será cumprida "a primeira fase de implementação de mais uma estrada de acesso" à internet, disse o diretor de comunicações da Etecsa, Luis Manuel Diaz.

O gerente, citado pelo jornal Juventude Rebelde, disse que o preço da hora de navegação vai cair para 2 dólares, metade da taxa atual - mas vai continuar a ser um luxo para a maioria dos cubanos. A nova tarifa começará a ser aplicada em 1 de julho e "aumentará a quantidade de acessos de forma efetiva entre a população cubana, embora ainda não seja o preço desejado", informou Díaz.

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A abertura das 35 zonas de Wi-Fi na Ilha - cinco delas em Havana - faz parte de uma estratégia nacional, anunciada em abril, para prover internet a todos os cubanos até 2020, alinhada à "Agenda Conectar 2020", aprovada em 2014 pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Cuba "se prepara e projeta estrategicamente para cumprir" as metas da "Agenda Conectar 2020", disse à época o diretor-geral de Informática do Ministério das Comunicações, Ernesto Rodríguez. Essa agenda estabelece, entre outras metas para cumprir até 2020, que "nos países em desenvolvimento, 50% das pessoas físicas deveriam utilizar a internet" ou "ter acesso" à rede em seus lares, e que os "serviços de banda larga não deveriam representar mais do que 5% da renda média mensal" das famílias.

No entanto, especialistas independentes estimam que a ilha comunista não pode cumprir o objetivo ambicioso da UIT sem permitir a entrada de investidores estrangeiros ao seu mercado restrito de telecomunicações.

Poucas conexões domiciliares

A Etecsa mantém vigente desde fevereiro uma redução de 45% (de 4,50 a 2,5 dólares a hora) na tarifa que cobra nas 155 salas públicas de acesso à internet existentes em Cuba. Estas salas dispõem de conexões de alta velocidade de dois mega, algo raro na ilha. Mas apesar do desconto, a tarifa continua sendo cara para os cubanos, com um salário médio de 20 dólares ao mês.

Díaz explicou que o único requisito para acessar às novas "redes Wifi-Etecsa" é "ter uma conta de acesso Nauta", que os cubanos podem comprar em qualquer escritório da empresa por 1,5 dólares.

Em Cuba o acesso à internet é muito limitado e as conexões privadas estão estritamente reguladas pelo estado. Apenas 3,4% dos lares tinham acesso à rede mundial de computadores em 2013, uma das coberturas mais baixas do mundo, segundo a UIT.

Como parte do processo de aproximação entre Estados Unidos e Cuba iniciado em dezembro, o presidente Barack Obama decidiu ajudar a Ilha desenvolver sua infra-estrutura de telecomunicações, e várias empresas americanas como a gigante IDT Domestic Telecom já começaram operações.

Um diretor do Google Ideas que visitou Cuba recentemente aconselhou as autoridades cubanas a aproveitarem o atraso tecnológico e "saltarem" diretamente para os telefones celulares e tablets, de acordo com a revista online OnCuba.

O arquivo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood irá restaurar dois filmes do cineasta cubano Tomás Gutiérrez Alea (Titón), em colaboração com a Cinemateca de Cuba, informou neste domingo a instituição.

"Nós iniciamos um grande projeto com o arquivo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood que irá restaurar os dois filmes mais importantes de Tomás Gutiérrez Alea: 'Una pelea cubana contra los demonios' (1971) y 'Los sobrevivientes' (1979)", informou Luciano Castillo.

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Em entrevista ao jornal Juventud Rebelde, Castillo anunciou que "uma vez concluída a restauração, com uma cópia positiva dos negativos, faremos uma reestreia (dos filmes), quem sabe no próximo Festival de Havana", em dezembro.

Titón (1928-1996) é o cineasta cubano mais famoso e entre suas obras estão os mundialmente famosos "Morango e Chocolate" (1993) e "Guantanamera" (1995), entre outros.

Cubanos podem ficar de fora da nova fase do Mais Médicos. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que, diante da adesão de profissionais formados no Brasil, há uma grande possibilidade de não ser necessário o recrutamento por meio do convênio firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). "Se for confirmada a adesão que assistimos até agora, o convênio não será necessário", avaliou.

A contratação de profissionais cubanos provocou grande controvérsia logo no lançamento do programa. Embora polêmico, ele foi o maior responsável pelo preenchimento das vagas disponíveis na primeira fase da iniciativa - 79% dos profissionais atuando no Mais Médicos foram recrutados pelo convênio da Opas. Pela lei, a preferência é dada para profissionais brasileiros, seguido de profissionais formados no exterior. Quando vagas não são preenchidas, há possibilidade de fazer a contratação, via convênio com a Opas.

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O comportamento dos profissionais brasileiros na expansão do Mais Médicos, que está em curso, indica que o programa está mais atrativo. Números divulgados nesta quarta-feira mostram que dos 15.747 profissionais formados no Brasil que se inscreveram no edital para concorrer a 4.146 vagas, 3.936 foram selecionados. As 210 vagas remanescentes poderão agora ser disputadas pelos médicos que não foram escolhidos na primeira etapa da seleção. "Foi uma adesão muito significativa", disse Chioro.

O ministro atribui a mudança de comportamento de médicos brasileiros a dois fatores. Um dos mais relevantes, disse é a fusão do Provab no Mais Médicos. Com a alteração, profissionais que participarem um ano do programa, recebem um bônus de 10% nas provas para residência médica. O porcentual é considerado alto, principalmente diante da alta concorrência no exame de seleção. "Mas o programa também ganhou credibilidade. Da população, dos profissionais", emendou.

Os médicos selecionados nesta etapa tem de hoje até o dia 20 para se apresentar nos municípios, com documento oficial com foto, cópia do diploma ou certificado de conclusão de curso e registro profissional. "Aqueles que não atenderem o prazo, perdem a vaga", disse. O posto não preenchido entra automaticamente na seleção para segunda chamada. Nesta ampliação do Mais Médicos, 1.294 cidades requisitaram profissionais. Desse total, 1.181 atraíram profissionais para suprir 100% da demanda. Outras 46 tiveram a solicitação atendida parcialmente e 67 não conseguiram atrair nenhum médico. Dos 12 Distritos Indígenas, um não preencheu todas as vagas. Os profissionais selecionados nesta etapa começam a trabalhar dia 2 de março.

Os cubanos aplaudiram o surpreendente anúncio feito na quarta-feira de que seu país vai retomar as relações com os Estados Unidos, na esperança de que em breve os dois países mantenham relações comerciais, embora o embargo de 53 anos ainda não tenha sido levantado.

"Isso representa a perspectiva de um futuro melhor para nós", disse Milagros Diaz, de 34 anos. "Nós realmente precisamos de algo como isso porque a situação tem sido ruim e as pessoas estão desencorajadas"

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Os sinos tocaram em celebração ao anúncio e professores interromperam as aulas aos meio-dia, enquanto o presidente Raúl Castro declarava ao país que Cuba vai renovar suas relações com Washington após mais de meio século de hostilidades.

Usando seu uniforme militar com uma insígnia de cinco estrelas, o líder de 83 anos disse que os dois países trabalharão para resolver suas diferenças "sem renunciar a qualquer um de nossos princípios".

Moradores de Havana se reuniram ao redor de televisores nas casas, escolas e empresas para ouvir o histórico anúncio nacional, feito ao mesmo tempo em que o presidente norte-americano Barack Obama fazia um discurso em Washington.

"Para o povo cubano, acho que é como uma injeção de oxigênio, um desejo que se torna realidade porque, com isso, superamos nossas diferenças", declarou Carlos Gonzalez, especialista em tecnologia da informação, de 32 anos. "É um avanço que vai abrir o caminho para um futuro melhor para os dois países."

Fidel e Raúl Castro lideraram a revolução de 1959 que derrubou a ditadura de Fulgencio Batista. Inicialmente, os Estados Unidos reconheceram o novo governo, mas encerraram as relações em 1961, depois de Cuba ter adotado um governo de esquerda e nacionalizado empresas norte-americanas.

Quando Cuba se aproximou da União Soviética, os Estados Unidos impuseram o embargo comercial em 1962. Desde o colapso da União Soviética, em 1991, os cubanos enfrentam escassez de vários produtos como petróleo, alimentos e bens de consumo, o que força o país a aplicar racionamentos que vão de feijão a leite em pó.

O governo cubano responsabiliza o embargo pela maioria de seus problemas econômicos. Já Washington tradicionalmente afirma que as polícias econômicas comunistas de Cuba provocam as dificuldades.

Em seu discurso, Raúl Castro pediu a Washington que encerre o embargo comercial que, segundo ele, "provocou enormes danos humanos e econômicos". Fonte: Associated Press.

O Ministério da Saúde emitiu um comunicado nesta terça-feira sobre o pedido feito pelo Ministério Público Federal em Brasília à Justiça para que o governo da presidente Dilma Rousseff passe a pagar diretamente os profissionais cubanos que atuam no programa "Mais Médicos."

Em dois pareceres encaminhados à Justiça Federal do Distrito Federal, o Ministério Público Federal contestou os termos do acordo entre a União e a OPAS para viabilizar a vinda desses profissionais ao País. Os questionamentos judiciais foram apresentados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e um advogado, que moveram ações para tentar decretar a nulidade do convênio.

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A procuradora Luciana Loureiro Oliveira, autora dos pareceres, afirmou que o acordo com a OPAS não permite saber como foram empregados os recursos repassados pelo governo federal à entidade. Isto é, "não se pode saber, precisamente, quanto efetivamente cada médico vem recebendo pela sua participação no projeto Mais Médicos".

Na nota, o Ministério da Saúde informou que todas as decisões relativas às duas ações que tramitam na Justiça Federal contra o Programa Mais Médicos foram favoráveis ao governo federal, representado em juízo pela Advocacia-Geral da União (AGU). "No caso da ação civil pública movida pelo Conselho Federal de Medicina, o juiz federal indeferiu pedido de liminar em dezembro de 2013, e o processo continua a tramitar normalmente, ainda sem julgamento de mérito. Já a ação popular movida por um cidadão obteve decisão final de extinção do processo sem julgamento do mérito, uma vez que o juiz federal considerou o pedido juridicamente impossível e inepto", informa o comunicado.

O Ministério da Saúde reforçou ainda ter convicção da segurança jurídica do Mais Médicos, cuja lei foi aprovada pelo Congresso Nacional. A pasta garante que o acordo feito com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) é regular e que todas as regras estabelecidas para cooperação são cumpridas.

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