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Faz-se o pregão. A parte autora, sem advogado, entra na sala de conciliação. As empresas, representadas por seus advogados e preposto entram e sentam de frente para o autor, que receado, quase sempre baixa a cabeça. O conciliador questiona: “Acordo?” A empresa responde: “Não”. O conciliador questiona ao autor: “O senhor vai querer se manifestar sobre as preliminares? Pronto. “Deu a gota serena”. O autor começa, quase sempre angustiado, contando que foi vítima e que... Conciliador interrompe: “Senhor, não se pode falar de mérito! “Eu questionei se o senhor quer se manifestar sobre as preliminares”. Autor não entende e fala mais uma vez sobre os fatos. Outra vez interrompido pelos advogados da empresa que atarefados querem por um fim na “lenga-lenga”. Autor contrariado. Silêncio... Quinze minutos depois... Ata pronta.

Você acabou de acompanhar uma audiência de conciliação, instrução e julgamento realizada, em uma das 24 varas do Juizado Especial Cível e das relações de consumo aqui na cidade do Recife, Estado de Pernambuco.

Algum leigo, sem conhecimento mínimo em direito processual cível, vai conseguir distinguir em uma audiência de conciliação, instrução e julgamento os procedimentos do Código de Processo Civil Brasileiro? Vai saber o que é mérito e o que são preliminares arguidas pelo Réu? E vai entender que ilegitimidade passiva, na responsabilidade por vício, não pode ser arguida em causas consumeristas, eis que todos são responsáveis solidariamente?

Parece-me que os vinte e quatro defensores públicos que exercem suas funções dentro dos juizados estão precisando de reforços para as mais de cinco mil quatrocentos e oito audiências realizadas, por mês, segundo dados do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.

Entretanto, diante de todo relatado acima o deputado Jorge Tadeu Mudalen, do DEM/SP, engenheiro civil, teve uma brilhantíssima ideia - creio que em uma noite de insônia - de mudar a Lei dos Juizados Especiais Cíveis! E mudar para pior! Genial! Porque eu não pensei nisso antes e enviei um projeto para “ideias legislativas”? #Chatiada

O projeto de Lei nº 5123/2013 poderia se enquadrar como uma “bolsa-judiciária” e dois tópicos merecem destaque. O primeiro é para que nas causas superiores a 20 salários mínimos a parte autora poderá comparecer pessoalmente, sem a presença de advogado. O deputado dispensa o profissionalismo do advogado em prol de uma “pertinente alteração com o fim de dinamizar processualmente os Juizados Especiais, tornando democrático, justo e acima de tudo respeitando os princípios do contraditório e da ampla defesa.”

Democrático e justo para quem? Questiono se o Sr Deputado, então engenheiro civil, já participou de uma audiência de instrução e julgamento nos juizados sem a presença de um advogado e qual seria o profissional que ele iria recorrer para interpor um possível recurso, independente do valor da causa?

Mas, como forma de amenizar o impacto da ausência de advogados no JECs, caso esse projeto seja aprovado, o deputado, acrescentou mais um tópico e pasmem! Caso a sua petição, doutor advogado, seja considerada, prolixa demais, a SECRETARIA dos JECS analisarão o lhe darão um prazo para que você rediga de forma mais clara. Pois é... A secretaria do JEC... #Medo.

Não desmereço a função de ninguém, mas confesso que meus cinco anos de faculdade e minhas duas fases da OAB me fazem acreditar no artigo 133 da Constituição Federal, qual reza “o advogado é indispensável à administração da justiça”.

Mais uma vez, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, surpreendeu a todos ao decretar a prisão dos envolvidos no escândalo do mensalão. A expectativa é de que Barbosa determine a prisão de 19 dos 25 condenados, dos quais 11 já estão presos – José Dirceu, José Genuíno, Delúbio Soares, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Simone Vasconcelos, Kátia Rabelo, José Roberto Salgado, Romeu Queiroz, Jacinto Lamas – e Henrique Pizzolatto, que está foragido.

Apesar de suas atitudes terem sido elogiadas pela grande maioria da população, que tem classificado Joaquim Barbosa como um revolucionário da justiça brasileira, as decisões do presidente da Corte não tem agradado outros ministros do STF e, conforme alguns advogados, falhas na proclamação do resultado podem gerar questionamentos e embasar eventuais pedidos de relaxamento de prisão dos réus.

Analisando os fatos, algumas perguntas precisam ser feitas. Por que a prisão dos condenados foi feita de avião? Além disso, o que dizer dos mandatos políticos? A cassação deve ser imediata ou um novo julgamento deve ser feito sobre o caso?

Uso meus artigos para expor a minha opinião e mais uma vez a farei. Acredito que os réus do mensalão são pessoas comuns, normais. E de tal forma, poderiam ter sido presos da maneira que todos réus são. Além disso, continuo enfatizando que é preciso repensar a política brasileira. A perda do mandato político deveria ser imediata para políticos condenados. Afinal, como se pode opinar na construção do país, se não se foi capaz de cumprir a legislação vigente?

Genoíno e Dirceu nem começaram a cumprir a pena de fato: até agora, todo o trâmite fez parte apenas do processo de apresentação dos condenados à Justiça. Aliado a isso, poderão parcelar a multa, estimada em R$ 22 milhões.  Não sou um radical e nem quero ser. Acredito que esta decisão seja uma resposta à impunidade que estamos acostumados a assistir.

Apesar deste ser o primeiro passo para mudanças tão esperadas, a sociedade não pode se acomodar. É preciso continuar cobrando. Comentários contra Joaquim Barbosa dão conta que as decisões tomadas pelo presidente do Supremo soam como mais um passo para uma possível carreira política do magistrado. Sendo esta, ou não, uma possibilidade de Joaquim Barbosa para o futuro, o fato é que as decisões dele são positivas para a continuidade política do país.

Assim como a maioria da população brasileira, ainda acredito que é possível tornar o Brasil um país melhor e para isso, é preciso tratar com igualdade a todos. Ainda assim, não basta o Poder Judiciário fazer a sua parte, agindo com rigor contra os envolvidos em escândalos como o do mensalão, se o Executivo e o Legislativo continuarem abertos à corrupção. 

O II Jusnabuco, voltado para estudantes e profissionais da área jurídica, será realizado entre nos próximos dias 18 e 20 deste mês. Quem quiser participar do evento deve levar apenas um brinquedo para doação na assessoria de coordenação da Faculdade Joaquim Nabuco localizada na Avenida Guararapes, centro do Recife. 

Haverá mostra de filmes, palestras, além de talk shows e minicursos com temas ligados a Proteção de Vulneráveis como Pressuposto ao Exercício da Diversidade no auditório da instituição. “Além do tradicional Juri Simulado que encenamos em nossos eventos, traremos como novidade para essa edição a realização de audiência simulada protagonizadas pelos nossos alunos e baseadas em casos reais de dano civil à vulnerável”, informa a coordenadora da graduação em Direito da unidade Recife, Emília Queiroz.

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Trabalhos - Quem quiser expor os trabalhos no II Jusnabuco podem enviar até esta quinta-feira (14). Para isso, é necessário que o estudante de Direito enviem resumo das propostas com nome do autor, além da instituição de ensino superior, título, metodologia e resultado para o email maria.emilia@joaquimnabuco.edu.br com assunto “Submissão Trabalho II Jusnabuco”. Maisinformações pelo número (81) 2121.5999.

Em pleno ano 2013, é possível imaginar que ainda existem milhões de pessoas que vivem sem energia elétrica no Brasil? Não apenas é possível, como é a realidade para mais de um bilhão de pessoas no mundo, sendo 1,5 milhão delas apenas na Amazônia – região Norte do Brasil. 

De acordo com o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), além do inaceitável número de pessoas que não tem eletricidade, três bilhões delas usam combustíveis altamente poluentes e perigosos para saúde a fim de gerar energia, como a madeira, o querosene e o carvão. Esses combustíveis inflamáveis são responsáveis por provocar quatro milhões de mortes por ano, a maioria delas de crianças e mulheres.

Mais que um problema de infraestrutura, a falta de acesso a energia elétrica é um atraso no combate à pobreza, além de ser um problema de caráter econômico, educacional e de saúde. No Brasil, o programa “Luz para Todos” do Governo Federal completou 10 anos e atendeu 3 milhões de domicílios. No entanto, se deparou com as dificuldades de acesso na Amazônia, onde cerca de 360 mil famílias esperam o fim da exclusão elétrica.

Não podemos negar que existem grandes dificuldades de levar equipamentos – postes e fiações – para a região Norte, pela geografia mais complexa e dispendiosa. Lá, os programas tornam-se mais caros pois há dificuldades naturais, com falta de estradas, comunidades isoladas e dificuldade para se levar material através da floresta e ilhas.

No entanto, dificuldades não significam impossibilidades e é preciso pensar em alternativas tecnológicas para atender uma demanda populacional que vive alheia ao mundo. A chegada da energia elétrica irá facilitar a integração dos programas sociais do governo federal, além do acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento de água e saneamento, que dependem da energia para funcionar.

Segundo o IBGE, apenas 0,5% dos domicílios do país não são cobertos por luz elétrica. A região Norte tem o pior índice: 97,2%. E apesar de todas as outras regiões superarem os 99%, não é apenas na região amazônica que famílias vivem as escuras. Esta também é a realidade de inúmeras residências no interior nordestino.

Tanto na Amazônia quanto no interior Nordestino é preciso pensar em pequenas hidrelétricas e fontes alternativas de energia, como a solar, como solução. É preciso utilizar o que cada região pode fornecer naturalmente como alternativa para solução do problema. Se no Norte existe abundância de água e no Nordeste há sol durante todo o ano, precisamos utilizar tais recursos para melhorar a qualidade de vida do nosso povo.

Pela primeira vez, a Procuradoria Geral do Município (PGM) promove seleção para estagiários do curso de Direito. As inscrições estão abertas e seguem até o dia 20 deste mês. Somente estudantes que estejam cursando do 5° ao 8° período podem participar. As inscrições são feitas online, e o edital pode ser conferido no link.

A seleção tem o objetivo de preencher 25 vagas de estágio, além de formar um cadastro reserva no banco de dados do órgão. A lei 11.788/2008 , conhecida como Lei do Estágio, rege todo o processo seletivo. Dentre os benefícios para os estudantes selecionados, estão: seguro de vida, vale transporte e uma bolsa no valor de um salário mínimo por mês, com carga horária de 6h por dia.

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A prova está dividida em duas etapas, e está sendo elaborada por uma comissão de procuradores. A primeira delas é uma prova objetiva, e a segunda subjetiva, a exemplo de construções textuais.

A aprovação do candidato dá direito a um contrato de seis meses que pode ser renovado por mais um ano e meio. A renovação, entretanto, só poderá ser efetuada quando analisados alguns critérios, como o empenho do estudante em contribuir com os trabalhos e o interesse do órgão em permanecer com o estagiário. 

Convênio com as faculdades de Direito

Após a publicação no Diário Oficial do Município (DOM), a Procuradoria vai efetuar o credenciamento das faculdades de Direito de Maceió para, posteriormente, firmar os convênios com as instituições de ensino. A celebração dos convênios entre as unidades de ensino e a Prefeitura é imprescindível para que os estudantes possam estagiar.

A unidade de Paulista, no Grande Recife, da Faculdade Joaquim Nabuco está com inscrições abertas para o processo seletivo destinado à contratação de professores para o curso de Direito. Interessados em participar da seleção devem enviar o Currículo Lattes para o email martha.guarana@joaquimbanuco.edu.br até o dia 15 de novembro. 

Os candidatos interessados devem possuir título de mestre ou doutor específico na área da disciplina, além de disponibilidade para ministrar aulas no período noturno e/ou diurno. As cadeiras que oferecem vagas são: Direito do Trabalhador/Processual do Trabalho; Direito Internacional; Introdução ao Estudo do Direito; Hermenêutica e Argumentação Jurídica; e Direito Penal/Processual Penal. Todas as disciplinas possuem carga horária de 60h/a. O processo seletivo consiste em avaliações de currículo, escrita e didático-pedagógica.

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A Faculdade Joaquim Nabuco fica localizada na Avenida Senador Salgado Filho, s/n, no Centro, em Paulista. Mais informações sobre a seleção podem ser obtidas no edital

Todos sabemos que o pagamento de impostos é um dever do cidadão e que a sonegação dos mesmo é configurada como crime. Entretanto, é também um dever do Estado informar para onde vão os recursos recolhidos.

O Brasil tem carga tributária de primeiro mundo com serviços sociais de terceiro mundo. Esse tema tornou-se lugar comum, sendo dito e repetido frequentemente por empresários, políticos, candidatos a diferentes cargos legislativos e executivos, além da imprensa falada, escrita e televisiva do Brasil.

Muitos brasileiros ainda não se conscientizaram de que pagamos impostos em tudo que consumimos, desde o pão da padaria até os bens de consumo de expressivo valor, como carros e imóveis. No entanto, engana-se quem pensa que isso é exclusividade dos brasileiros. Em todo o mundo os governos arrecadam parte de toda a riqueza gerada através de impostos e eles são utilizados para manter os serviços básicos que são de sua responsabilidade, como educação, saúde e segurança.

A grande diferença está na forma como estes recursos são utilizados. Não há dúvida de que a carga tributária brasileira é extremamente elevada, somos um dos maiores pagadores de impostos do mundo, chegando a arrecadar 37% do PIB e ultrapassando a marca de 1 trilhão de reais. Apesar do valor absurdamente alto, ocupamos apenas a 84ª posição no ranking de desenvolvimento.

Os serviços públicos que deveriam receber investimentos dos impostos arrecadados mostram-se, cada dia mais, sucateados. É o caso do Sistema Único de Saúde (SUS), que não suporta a demanda e obriga milhares de brasileiros a chegarem, ainda durante a madrugada, aos postos de saúde para conseguir fichas para atendimentos médicos. Sem mencionarmos as filas nos hospitais e pessoas que morrem nas macas sem ser atendidas e os exames, tidos como emergenciais, sendo marcados até com um ano de espera.

Em 2012, a porcentagem do PIB brasileiro que destinado para a educação foi de 5,55%, quando o recomendado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) era de 6,23%. Muito desse déficit fica visível nos estudantes que saem do ensino básico sem saber ler e muitos que concluem o ensino médio são considerados analfabetos funcionais.

Enquanto isso, vemos políticos aprovando rapidamente aumentos de salários que chegam quase a 100%. O resultado é que pagamos cada vez mais impostos e crescemos cada vez menos. O que é preciso para mudar tal situação? Inicialmente, precisamos ampliar a discussão sobre o tamanho e a qualidade dos gastos públicos no Brasil. Além disso, é preciso tornar uma realidade as reformas política e tributária. E ao povo, cabe cobrar clareza nos gastos públicos e a valorização da população, tanto no presente quanto no futuro. 

Na semana passada, vivi uma experiência emocionante na cidade de Monterrey, no México.

A convite da Frente Hemisférica de Parlamentares pela Primeira Infância, viajei, em missão oficial, para discutir políticas de educação infantil na América Latina e conhecer a experiência das creches de Monterrey.

Apesar de já ter ouvido falar sobre a excelência desses centros de educação infantil, fiquei impressionado e comovido com o que vi: um médico exclusivo para as crianças, que são observadas por ele diariamente; um consultório odontológico também exclusivo para os alunos; uma psicóloga que acompanha o comportamento das crianças e identifica possíveis problemas cognitivos ou socioemocionais, inclusive dando assistência às famílias; uma cozinha com certificado ISO 9000 e gerenciada por três nutricionistas com formação superior; instalações como ludoteca, espaço para atividades esportivas, sala de informática e ambiente para atividades culturais, com equipamentos e limpeza impecáveis.  

Não por acaso, na ocasião do evento, essa experiência foi premiada pela OCDE como o melhor programa de educação infantil do mundo. E estavam no páreo todos os países escandinavos, os maiores IDHs do planeta, e a Itália, cuja região de Reggio Emilia é a mais importante referência para os estudiosos do tema.

A iniciativa pioneira foi da ONG Terra e Libertà e hoje o México já conta com 100 desses centros de educação infantil.  

Todas as pesquisas realizadas a partir da década de 1990, com a descoberta da tomografia computadorizada e da ressonância magnética, mostram que a fase mais importante para o desenvolvimento de uma pessoa é a sua primeira infância. É nessa fase que se formam as ligações entre os neurônios, criando os circuitos cerebrais que irão comandar as atividades intelectuais, emocionais e sociais do indivíduo para o resto da vida.

Há, inclusive, um trabalho clássico do economista norte americano James Heckman, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia, em que fica demonstrado que o melhor investimento que um governo pode fazer é na educação e nos cuidados com as crianças de 0 a 3 anos.

É verdade que o custo de um empreendimento como esse é elevado para o propósito de universalização imediata do modelo: U$8.800 por aluno/ano.

No Brasil, o financiamento da educação básica está no patamar de U$2.600 por aluno/ano. Mas o decrescente número de crianças que nascem todos os anos e o aumento das fontes de financiamento, como por exemplo os royalties do pré-sal, apontam para uma futura maior disponibilidade de recursos no país. Além disso, é necessário que o Governo Federal aumente sua participação no financiamento da educação básica. Apesar de ficar com aproximadamente 60% do bolo tributário total (os estados ficam com 25% e os municípios com 15%), o Ministério da Educação custeou apenas 22 bilhões de reais, enquanto os municípios arcaram com 87 bilhões e os estados com 85 bilhões, no ensino básico (dados de 2011).

O fato é que o México, um país com renda per capita semelhante à do Brasil (em torno de U$10.000) e menor carga tributária (23% contra 36% do Brasil) já encontrou o seu modelo, está investindo na sua multiplicação e priorizando, corretamente, sua primeira infância.

Nestas quinta (31) e sexta-feira (1º), será realizado o I Seminário de Investigação e Persecução Criminal, promovido pelo Centro Universitário Maurício de Nassau. Os interessados podem se inscrever gratuitamente no auditório Capiba, bloco C da instituição, localizado na Rua Joaquim Nabuco, 778, Graças, área central do Recife. A disponibilidade para o evento é até o preenchimento das vagas.

O seminário contará com palestras do doutor em Direito, Roque de Brito Alves, o delegado da Polícia Civil de Pernambuco e mestre em Processo Penal, Joel Venâncio, nesta quinta (31), a partir das 15h. Na sexta (1º), os eventos contarão com a presença do juiz Adeildo Nunes, do procurador da Fazenda Nacional, Bradson Tibério, dentre outros participantes.

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O evento é realizado em conjunto com a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e o Sindicato dos Policiais Federais do Estado de Pernambuco (Sinpef-PE). Mais informações podem ser obtidas pelo número (81) 3413-4611. 

Com informações da assessoria

A Alemanha se tornará na sexta-feira o primeiro país europeu a autorizar que bebês sejam registrados sem ser claramente identificados como meninos ou meninas. Os pais poderão deixar em branco a lacuna correspondente ao sexo nas certidões de nascimento, criando assim uma categoria indefinida nos registros civis.

"É a primeira vez que a lei reconhece que há seres humanos que não são nem homens, nem mulheres ou são ambos, gente que não entra nas categorias legais tradicionais", explicou à AFP Konstanze Plett, professora de Direito da Universidade de Bremen (noroeste). A medida visa a reduzir a pressão sobre os pais, obrigados a decidir por operações cirúrgicas polêmicas para atribuir um sexo ao recém-nascido.

Segundo o Ministério do Interior, os passaportes alemães onde constam "M" para masculino e "F" para feminino, a partir de agora terão outra possibilidade: o "X" para a lacuna reservada ao sexo. De acordo com Plett, especialista em direitos dos intersexuais, as regras serão aplicadas também a documentos oficiais. A lei, que entra em vigor em 11 de novembro, não responde a algumas dúvidas sobre o que significa viver sem uma identidade sexual juridicamente estabelecida.

O legislador terá que esclarecer as consequências desta mudança para casamentos e uniões civis, por exemplo. Na Alemanha, o casamento só pode unir um homem e uma mulher, enquanto o contrato de união civil ("Lebenspartnerschaft") é reservado exclusivamente a pessoas do mesmo sexo.

A lei destina-se aos pais de recém-nascidos e "não é apropriada para resolver o conjunto de complexas problemáticas de pessoas intersexuadas", afirmou o porta-voz do ministério do Interior. Para as associações, a preocupação é, sobretudo, saber como pode ser a vida das crianças que não tiveram seu identificado quando nasceram em um mundo que funciona, em grande parte, com a lógica binária homem/mulher. "O patchwork criado pelos médicos"

"Na escola há banheiros para meninos e meninas. Para onde vai a criança intersexuada?", perguntou-se Silvan Agius, da organização ILGA Europa, que luta pela igualdade dos direitos de homossexuais, lésbicas, bissexuais, trans e intersexuais. "A lei não muda isso. Não vai criar imediatamente um espaço em que as pessoas intersexuadas possam ser elas mesmas", assegurou, antes de indicar que a Europa está atrasada neste ponto.

Em junho, a Austrália anunciou a instauração de uma nova nomenclatura sobre o reconhecimento dos sexos em documentos oficiais, oferecendo as possibilidades homem, mulher e transexual. A nova lei segue um relatório de 2012 do comitê de ética alemão, que reúne teólogos, universitários, juristas e tem como objetivo assessorar o governo. No mesmo se destacava que as pessoas com "diferenças no que diz respeito ao desenvolvimento sexual" sofrem com "a ignorância social generalizada" e com a "falta de respeito do corpo médico".

No relatório constava o depoimento de uma pessoa nascida em 1965 sem os órgãos genitais claramente definidos e que foi castrada na infância, sem o consentimento dos pais. "Não sou nem homem, nem mulher", afirmou esta pessoa. "Sou o patchwork que os médicos criaram, mortificado e marcado para a vida".

Calcula-se que um recém-nascido em cada 1.500 ou 2.000 seja intersexual, embora esse número possa ser maior, devido à dificuldade para se definir o que é a intersexualidade, tanto do ponto de vista físico quanto hormonal. A nova lei estabeleceu o perfil dessa minoria, o que poderia permitir uma sensibilização crescente, mas também, como muitos temem, poderia aumentar o risco de discriminação.

"É absolutamente imperativo que pais, educadores e médicos sejam informados sobre a vida de pessoas intersexuadas", afirmou Lucie Veith, da Associação Alemã de Pessoas Intersexuadas (Intersexuelle Menschen e.V). "O governo deve adotar medidas para garantir que nenhum menor de idade seja vítima de discriminação com esta nova lei", advertiu.

Para iniciar, cumpre perquerir: é possível comparar instituições públicas de ensino superior com instituições  particulares? A pergunta parece simples, mas para respondê-la é preciso avaliar inúmeros aspectos e perspectivas relacionadas.

O setor de ensino superior no Brasil passou por grandes mudanças desde o início dos anos 1990 até os primeiros anos do século XXI, mais especificamente com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Foi nesse período que as instituições de ensino superior privadas começaram a ganhar força pelo país. Vale destacar que o crescimento desse setor é que garante a formação de profissionais com qualificações que atendem as demandas dos setores produtivos.

Engana-se quem pensa que o aumento das matrículas nas instituições privadas se deu somente pela baixa quantidade de vagas nas instituições públicas. É cada vez mais notório que a sociedade tem se conscientizado da importância da educação como diferencial de mercado e que, através das escolas particulares, é possível adquirir uma formação tão enriquecida, universalizada e focada nas práticas de mercado, quanto à oferecida nas instituições públicas.

Ademais, o aumento do número de concluintes no ensino médio aliado a uma maior disponibilidade de financiamento estudantil e bolsas de estudo, incentivada por programas como o Financiamento Estudantil (FIES), criado em 1999, e o Programa Universidade para Todos (ProUni), do Governo Federal, criado em 2004, contribuíram para o aumento da demanda das instituições privadas.

Destacando as diferenças entre as IES públicas e privadas, podemos caracterizar a principal delas como a relevância na área de pesquisa das universidades estaduais e federais. Além disso, poderíamos citar o percentual de professores mestres e doutores nas IES públicas em comparação com as IES privadas - as primeiras apresentam mais de 40% dos docentes com doutorado, contra 12% das privadas. No entanto, o perfil das instituições privadas tem mudado bastante, buscando e prezando, cada vez mais, pela contratação de mestres e doutores para ingressar no quadro de colaboradores.

O grande diferencial das IES privadas está na capacidade de oferecer cursos de longa e curta duração, com agilidade para efetuar mudanças curriculares que podem satisfazer demandas diferenciadas, principalmente quando pensamos na formação de profissionais que precisam estar preparados para atender um mercado que se mostra, cada dia, mais competitivo, dinâmico e inovador.

Hoje são, aproximadamente, 6,7 milhões de alunos matriculados, destes, quase cinco milhões estão em instituições privadas. Esses números mostram a importância do ensino superior privado. Embora os melhores alunos, aqueles que estudaram nas melhores escolas, principalmente as particulares, encontrem-se nas instituições públicas, hoje, a maioria da instituições privadas tem como foco principal ministrar ensino de qualidade no afã de qualificar o povo brasileiro, pois, nação   desenvolvida é aquela  com povo educado e qualificado, e como as instituições públicas não dispõe de vagas suficientes para qualificar toda a demanda – apenas cerca de 25% do total das matrículas  estão nas IES públicas – daí a importância das IES privadas como importantes atores de desenvolvimento nacional.

Terceira carreira com mais alunos no Brasil, os cursos de Direito têm menos professores com doutorado do que na média do ensino superior. Enquanto, na média, 40% dos professores universitários são doutores no País, nas salas de aula de Direito eles são apenas 25%. O regime de dedicação integral, que incentiva a pesquisa, também é menor no ensino jurídico em relação à média nacional. No geral, 56% dos docentes trabalham em tempo integral nas instituições, mas nos cursos de Direito são apenas 34% com esse perfil.

Os dados estão no relatório Quem é o professor de Direito no Brasil?, do Observatório do Ensino de Direito (OED). O grupo de pesquisa foi criado pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Direito-GV) e o documento completo com o perfil de docentes será lançado nesta terça-feira, 29.

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Os pesquisadores analisaram informações do Censo de Educação Superior de 2012, do Inep. Foram estudados 1.155 cursos jurídicos. Segundo o professor José Garcez Ghirardi, um dos coordenadores do OED, o estudo é um passo inicial para reflexões mais detalhadas. Mas o porcentual de doutores chama a atenção.

"Durante um bom tempo, o ensino do Direito foi voltado prioritariamente para a prática. A produção teórica e a pesquisa não ficaram tão fortes", diz Ghirardi. "Mas precisamos de gente com titulação e dedicação integral, é muito importante aumentarmos a reflexão e construirmos novos conceitos jurídicos mais sofisticados. O Brasil precisa."

O ensino jurídico passa por uma reformulação. O Ministério da Educação (MEC) congelou a criação de cem cursos de Direito no início do ano e anunciou a criação de uma nova regulamentação para a área. O debate ocorre em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e uma proposta deve ser apresentada até março.

Para o presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado, o perfil de docentes é reflexo da criação "desenfreada" de cursos de Direito nos últimos 20 anos. "O crescimento da abertura de vagas não foi seguido por acréscimo na pós-graduação. Não há como realizar curso de qualidade sem a valorização do professor, que significa dedicação."

O estudo mostra que o professor de Direito é homem, branco, com título de mestre e trabalhando em regime parcial. A maioria dos cursos está em instituições privadas e as Regiões Sudeste e Sul concentram as ofertas. Na relação por milhão de habitantes, no entanto, é o Centro-Oeste que registra o maior porcentual de cursos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Advogados e professores dos cursos de Administração e Direito da Faculdade Joaquim Nabuco, unidade Recife, promovem na próxima quarta-feira (30), das 19h às 21h, a primeira edição da Banca Jurídica. O momento é aberto à população em geral e tem como objetivo a prestação de serviços gratuitos em diversas áreas jurídicas. 

Podem ser levados para análise casos de Gestão Fiscal (Pessoa Física e Jurídica), Direito da Família, do Trabalho, Penal e Imobiliário, Juizados da Fazenda Pública e Especiais Cíveis, Responsabilidade Civil, Lei Mª da Penha, Contratos, Inventários e Sucessões. Basta apresentar a documentação para os profissionais que serão acompanhados por estudantes do curso de Direito da unidade. 

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“Será um momento excelente para que os nossos futuros advogados possam observar como é feito o contato com o cliente e como proceder em situações adversas”, observa Emília Queiroz, coordenadora do curso de Direito. A professora será a responsável pelo atendimento dos casos de Direito da Família e Lei Mª da Penha. 

Iniciativa da Comissão Permanente de Avaliação e das coordenações das graduações em Administração e Direito, a atividade acontece nas salas 211 e 212, no segundo andar da Faculdade Joaquim Nabuco (Avenida Guararapes, 233, centro do Recife). Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 2121.5999. 

Com informações da assessoria

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está com inscrições abertas até esta sexta-feira (25) para o Programa de pós-graduação em Gerontologia. Os interessados devem procurar a secretaria do programa, na universidade, das 8h às 12h ou efetuar a inscrição via Sedex, segundo o edital da pós, disponibilizado no site. Ao todo, a UFPE oferece 14 vagas para a primeira turma.

De acordo com a UFPE, o programa é o primeiro do Norte e Nordeste, além de ser reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A área de Gerontologia envolve profissionais e pesquisadores de Odontologia, Enfermagem, Medicina, Direito, Fonoaudiologia e Nutrição. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (81) 2126.8538.

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Com informações da assessoria

 

Estão abertas, até o dia 11 do próximo mês, as inscrições para o XII Processo Seletivo Público, que preencherá 26 vagas de estágio em direito na Defensoria Pública da União (DPU) do Recife. Os candidatos devem se inscrever de segunda a sexta-feira, no horário das 9h às 17h, na sede da instituição.

No momento da candidatura, os estudantes devem apresentar original e cópia do CPF e da identidade, além de currículo, certidão expedida pela instituição de ensino comprovando o período cursado e emitida há, no máximo, 90 dias. Outro requisito para a inscrição é levar um quilo de alimento não perecível, que será doado a uma instituição de caridade. Segundo a DPU, somente estudantes cursando a partir do quinto período poderão ser contratados.

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A duração mínima do estágio é de um semestre, podendo chegar a no máximo dois anos. A carga horária de atuação é de 30 horas por semana e os selecionados receberão bolsa auxílio e auxílio transporte. De acordo com a DPU, as provas objetiva e discursiva serão realizadas no dia 24de novembro, das 9h às 13h, em locais que serão divulgados no dia 18 do mesmo mês, por meio da internet. Direito civil, processual civil, penal, processual penal, constitucional, administrativo, previdenciário e legislação específica da DPU são alguns dos assuntos que devem cair no processo seletivo.

Outras informações sobre a seleção podem ser conseguidas no edital ou pelo telefone (81) 3194-1213. A sede da Defensoria fica no endereço da Avenida Conde da Boa Vista, 800, no bairro de mesmo nome, no Empresarial Apolônio Sales, no sexto andar, área central do Recife.

 

 

 

 

Desde a edição da Medida Provisória que criou o Programa Mais Médicos e previu modificações no processo de autorização de funcionamento dos cursos de Medicina, venho alertando para a tentativa indisfarçada de violação ao princípio constitucional da livre iniciativa na educação e, via de consequência, o estado democrático de direito e a própria sobrevivência da democracia.

Com efeito, dois textos publicados na Coluna Educação Superior Comentada, mantida junto ao site da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, um lançado na época da edição da referida MP (http://www.abmes.org.br/abmes/noticias/detalhe/id/882) e outro publicado por ocasião da aprovação do Projeto de Lei de Conversão daquela (http://www.abmes.org.br/abmes/noticias/detalhe/id/910).

Nas duas oportunidades tentei, em vão, demonstrar que o processo de chamamento público, adotado como único sistema apto a ensejar a obtenção de autorização de funcionamento de cursos de Medicina configurava flagrante atentado aos mencionados pilares do estado democrático de direito.

Disse, ainda, que a passividade diante desta afronta teria consequências mais amplas do que a mera restrição indevida na oferta de cursos superiores de Medicina, afirmando que este seria o primeiro passo, e que, em sua esteira, viria a adoção progressiva do sistema de licitação para outros cursos superiores, até que estivesse definitivamente tolhida a livre iniciativa e a implantação de novos cursos seria decorrência exclusiva da visão míope e preconceituosa do poder público.

Já na primeira manifestação sobre o tema, antevendo o resultado do balão de ensaio nefasto lançado com o sistema de chamamento público, disse expressamente que os cursos de Medicina seriam o começo de um processo de cerceamento do princípio da livre iniciativa, de modo que, pedindo um pouco de sua paciência, lembro o que escrevi em agosto deste ano sobre o tema:

“Até porque, admitido o sistema em comento para os cursos de Medicina, e considerando o viés ideológico que equivocadamente vem conduzindo a atividade de nossos gestores públicos, o próximo passo será a adoção do chamamento público para a oferta dos demais cursos superiores, enterrando, definitivamente, a livre iniciativa e a própria democracia.”(Coluna Educação Superior Comentada, nº 25, 26.8.2013 – disponível em http://www.abmes.org.br/abmes/noticias/detalhe/id/882 - grifos nossos).

Tentei alertar, aparentemente em vão, os dirigentes da educação superior privada para mais uma deliberada tentativa de marginalizar o segmento, restringindo conquistas erigidas à condição de preceitos constitucionais e impondo ilegítimas testilhas à atuação das instituições regularmente credenciadas.

Infelizmente, meus caros leitores, as previsões lançadas nos dois textos citados nada tinham de exageradas e, muito menos, de longínquas.

Com efeito, hoje foi publicada a Lei nº 12.871/2013, que instituiu o Programa Mais Médicos e dá outras providências, entre as quais a “revogação” do artigo 209 da Constituição Federal, à medida que joga por terra o princípio soberano da livre iniciativa na educação, porquanto, em seu artigo 3º, está concretizada a violação ao princípio da livre iniciativa, porquanto restringe a oferta dos cursos superiores de Medicina ao sistema de chamamento público, nos seguintes termos:

“Art. 3º A autorização para o funcionamento de curso de graduação em Medicina, por instituição de educação superior privada, será precedida de chamamento público, e caberá ao Ministro de Estado da Educação dispor sobre:

.....” (grifamos).

Adiante, o § 6º do referido artigo confirma as sombrias previsões de alargamento do conceito de chamamento público para outros cursos superiores, ao prever que o Ministério da Educação poderá, a seu talante, adotar o inconstitucional sistema de chamamento público para os demais cursos da área da Saúde, ao exclusivo arbítrio do Ministério da Educação, verbis:

“Art. 3º .....

§ 6º O Ministério da Educação, conforme regulamentação própria, poderá aplicar o procedimento de chamamento público de que trata este artigo aos outros cursos de graduação na área de saúde.” (grifamos).

Na verdade, o texto da lei publicada tratou de, confirmando a previsão inicial que eu já havia lançado, ao alargar muito a indevida intervenção do Estado na livre iniciativa, ampliando a possibilidade de utilização do sistema licitatório para os demais cursos na área da saúde.

Certamente, este alargamento será o início de um processo de estatização da educação superior, porquanto certamente ensejará, em futuro muito breve, a utilização generalizada desta afronta ao texto constitucional, porquanto, como já alertado algumas vezes, o próximo passo será a adoção do sistema de chamamento público para os cursos superiores da área da saúde e, num terceiro momento, para todos os demais, tornando, assim, letra morta o artigo 209 da Carta Magna.

As ameaças lançadas sobre a livre iniciativa e a democracia, antes meras projeções, agora estão presentes de forma concreta, lastreadas na atuação de um Estado autoritário e notadamente antidemocrático, no qual as convicções pessoais dos agentes públicos se mostra mais importante que a observância aos princípios constitucionais fundamentais para a manutenção do estado democrático de direito.

Pois bem! O que antes era risco futuro, ameaça incerta, hoje é violação flagrante de princípio constitucional, corroborando o preconceito e a prepotência com que o Ministério da Educação tratam as instituições de ensino superior particulares.

Evidentemente, esta situação decorre não apenas do autoritarismo despótico vigente há alguns anos, mas, também e essencialmente, da passividade com que o segmento vem aceitando os desmandos cada vez mais frequentes e amplificados dos dirigentes públicos, sobretudo no âmbito do sistema federal de ensino.

Acredito que já passou da hora de adotarmos uma providência concreta de repúdio ao autoritarismo, ao desrespeito às normas e princípios constitucionais, mas, infelizmente, esta é uma decisão que não cabe a mim....

Qualquer crítica, dúvida ou correções, por favor, entre em contato com o autor (gustavo@ilape.edu.br), que também está à disposição para sugestão de temas a serem tratados em edições futuras.

O Exame Nacional do Ensino Médio 2013 está se aproximando. E com ele, inúmeras expectativas sobre a organização, conteúdo, aplicação e correção das provas. Se antes ele era apenas uma prova para medir o conhecimento dos estudantes e não tinha um valor agregado, já que o vestibular era o método tradicional de conquistar uma vaga nas universidades e faculdades do país, desde 2009 tudo mudou.

Não é novidade que o ENEM está substituindo o tradicional vestibular. A nota do concurso já é  aceita na grande maioria das instituições como forma de ingresso total ou parcial. E todos os anos, aumenta o número de alunos que participam da prova. Se em 2012 foram aproximadamente 6 milhões, para a edição 2013 foram mais de 7 milhões de inscritos.  Mas, a que se deve o crescimento contínuo de inscrições, se as edições anteriores foram marcadas por erros e polêmicas?

Desde que se tornou exame de principal acesso a instituições de ensino superior, o ENEM tem passado por alguns problemas que poderiam causar descrença entre os estudantes. A resposta para a pergunta anterior é simples. Apesar de se assemelhar aos vestibulares, o ENEM propõe avaliar os estudantes com questões vinculadas ao cotidiano, buscando por um nivelamento dos candidatos.

Além disso, a participação no concurso é obrigatória para alunos que querem participar do Programa Universidade para Todos (Prouni), além do Fies e do Sisu, o Sistema de Seleção Unificada que é utilizado pela maioria das instituições de ensino superior e usa a nota do Enem para substituir o vestibular ou parte dele.

Ademais, o Enem é o maior exame do Brasil e o segundo maior do mundo, atrás somente do vestibular da China, explicado inclusive pelo número da população e de estudantes, e desde  2009, serve também como certificação de conclusão do ensino médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), o antigo supletivo, substituindo o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

Espera-se muito do ENEM 2013. Não apenas que as correções das redações sejam coerentes e que haja mais segurança com as provas. Espera-se que ele, de fato, sirva para avaliar a qualidade do ensino recebido pelos alunos, bem como o processo de ensino e aprendizagem desenvolvido pelas escolas públicas e privadas.

O ENEM tem tudo para se tornar a melhor forma de seleção para as faculdades e universidades do país. No entanto, a sequência de erros nas edições anteriores causa uma apreensão que só será desfeita após a realização das provas e divulgação dos resultados desta edição. Nos resta aguardar o que irá acontecer e torcer. 

A atividade política é republicana e os costumes políticos são republicanos quando os atores buscam o bem comum. O predomínio do bem comum na prática política contribui para que bens públicos sejam ofertados com eficiência e qualidade para a população. O estado é uma organização formada por variadas instituições, as quais são compostas por indivíduos que têm a função de distribuir bens públicos para a sociedade. Neste caso, se encaixam perfeitamente como exemplos, a educação, saúde e segurança pública. 

Max Weber ao refletir sobre a prática científica sugeriu que cientistas não devem confundir o “deve ser” com o “que é”. O “deve ser” significa o desejo que alguém tem, por exemplo: “eu desejo que os costumes dos atores políticos presentes na República brasileira visem, exclusivamente, o bem comum”. Por outro lado, o “que é” representa a realidade: “os costumes dos atores políticos presentes na República brasileira não visam, exclusivamente, o bem comum”.

Observamos que no Brasil a atividade política nem sempre é republicana e, por consequência, os bens públicos não são ofertados pelas instituições com eficiência e qualidade. Com isto, as instituições não são, por vezes, instrumentos que promovem o bem comum como prática costumeira na sociedade. Esta nossa constatação não advém do achismo, mas de eventos presentes na realidade.

De acordo com reportagem da Folha de São Paulo do dia 07/10/2013, um em cada cinco diretores de escolas públicas é alçado ao cargo por políticos. Dos 56.911 diretores das redes estaduais e municipais, 12.413 foram definidos por indicação política. O maior índice deste tipo de ação foi encontrado no estado de Santa Catarina, 62,8% do total das indicações.

Chefes do Poder Executivo têm condições de cobrar desempenho eficiente dos diretores de escola que são indicados por políticos? Esta é a pergunta chave. A indicação política é espécie de clientelismo, os parlamentares e vereadores sugerem nomes ao Poder Executivo e este tem o livre arbítrio de nomear ou não. O critério para a nomeação pode ser vários, desde a competência técnica para o exercício do cargo, a capacidade política para a conquista de votos para o seu indicado/padrinho.

O Brasil sofre constante processo de transformação socioeconômica. Mas, os recentes dados do PNAD revelam que a taxa de analfabetismo parou de cair. Neste caso, uma tendência de queda foi interrompida. Então, indagamos: qual é a razão desta interrupção? Diretores de escolas indicados por políticos contribuíram para a interrupção? Por outro lado, um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revela que a oferta de mão de obra qualificada aumentou. Dai, questionamos: será que a indicação política dos diretores de escolas contribui para o fortalecimento de tal fenômeno meritório?

O mérito, em qualquer atividade, deve ser o critério fundamental que orienta as decisões dos gestores. O clientelismo educacional caracterizado pela indicação de diretores de escolas públicas por parte do estado renega o mérito e não contribui para que a educação, a qual é bem público, seja ofertada a milhões de jovens brasileiros com qualidade. É tarefa árdua incentivar a prática do bem comum na sociedade sem a oferta de educação com qualidade.

A preocupação dos mais diversos profissionais brasileiros com a Copa Mundial de futebol que será realizada aqui depois de 64 anos é mais do que compreensível. O país já tem problemas de violência, trânsito, hotéis, transportes etc. que afastam turismo e investimentos estrangeiros, dentro da já proverbial incompetência de governantes, empresários e trabalhadores para organizar e oferecer serviços eficientes. Um grande exemplo de tudo isso está na administração dos aeroportos brasileiros. É impressionante o caos, não apenas pela falta de investimentos, mas, sobretudo, pela falta de ideias e dos mais simples princípios de lógica e da mais rasteira inteligência.

Talvez o leitor não viaje frequentemente, mas sabe que o funcionamento dos aeroportos de um país não é apenas um termômetro quando nele se realiza uma copa do mundo, mas indica o padrão de sua capacidade de administração e de educação de seu povo. Citarei aqui alguns exemplos que, se não fossem trágicos, seriam cômicos.

Começo pelo chamado “embarque preferencial”, aquele que privilegia passageiros idosos, com debilidades físicas ou acompanhando crianças, certamente uma boa ideia quando as filas se formam para embarcar por aquelas pontes cobertas, chamadas fingers (“dedos”, em bom português). O problema do embarque preferencial ocorre quando há embarques remotos, que constituem a imensa maioria dos embarques nos aeroportos “puxadinhos” do Brasil, aqueles feitos por meio de ônibus, que levam o passageiro do saguão do aeroporto até a aeronave. Aí não tem o menor sentido deixar as filas dos passageiros preferenciais entrarem antes, pois o caos no ônibus desfaz qualquer pseudo-organização dos iluminados burocratas que determinam essas regras. Como todos vão dentro do mesmo veículo, claro que o embarque no avião vai ser dos mais ágeis e menos educados, eliminando qualquer preferência. Tão néscia quanto, nesses embarques remotos, é chamar primeiro os passageiros com assentos na parte de trás da aeronave, pois novamente todos chegarão em um mesmo ônibus.

Sem contar que os administradores raramente colocam uma escada para possibilitar entradas separadas para os passageiros que têm assentos mais na frente ou mais atrás, embora todo avião possua as duas portas e o passageiro veja sempre diversas escadas sem uso no local.

Outro aspecto estupefaciente é a proibição de uso de celular a bordo. Acho que, como a maioria dos comissários e comissárias de bordo não tem treinamento repressivo, o controle é muito mal feito, inclusive sobre o chamado “modo avião” dos celulares. Penso também que a maioria dos passageiros não acredita que a utilização de aparelhos eletrônicos pode efetivamente interferir e prejudicar o funcionamento da aeronave; senão, por que não os proíbem simplesmente, como foi feito com tesouras e canivetes? Mal o avião aterrissa, ouvem-se as musiquinhas de celulares ligados em todo lugar. E diz-se que o perigo não está apenas na interferência sobre os controles, mas também na possibilidade de causar incêndios – daí não se dever utilizar celulares também em postos de gasolina, por exemplo.

Depois temos as regras exigidas por algumas companhias aéreas e não por outras, tais como a obrigatoriedade de abrir as persianas das janelas na decolagem e no pouso. Ora, isso leva à alternativa: ou as persianas abertas não constituem uma medida necessária ou as companhias que não a exigem estão colocando os passageiros e tripulantes em risco.

Outro exemplo é o tamanho da bagagem de mão, inteiramente aleatório, a cargo do micropoder do atendente de plantão. Numa mesma companhia, dentro de uma mesma aeronave, o passageiro que foi obrigado a despachar sua bagagem por excesso de tamanho é surpreendido ao ver o passageiro ao lado com uma mala muito maior do que a sua. Sem falar da regra nominal que disciplina o peso da bagagem de mão, à qual ninguém obedece, exatamente por seu caráter absurdo de limitar a 5 quilos o que cada passageiro pode portar.

As linhas da malha aérea mudam todo dia, sabe-se lá com base em que estatísticas, só guiadas pelo critério de número de passageiros e lucro, como se explorar o espaço aéreo não fosse uma concessão pública. Capitais e outras cidades importantes ligadas por voos diretos são raras.

Se a luz de leitura ou a bandeja dos assentos frequentemente está com defeito, o que pensar dos mecanismos mais sérios da aeronave?

Isso fora a péssima qualidade das lanchonetes nos aeroportos, em que pese o preço absurdo e as franquias milionárias, para não mencionar as “refeições” a bordo. E pode piorar, claro, saudades da Panair, saudades de Varig, quiçá no futuro saudades dos saquinhos de amendoim. E, inexplicavelmente, a economia feita à custa dos passageiros, além do acréscimo vergonhoso de 20 ou 30 reais para sentar em lugares um pouquinho mais espaçosos como as saídas de emergência, resulta nas passagens aéreas mais caras do mundo.

Muitas dessas questões seriam fáceis de resolver, bastaria uma reunião inteligente. E os problemas mais difíceis também precisam ser resolvidos, pois o usuário paga caro tanto pela passagem quanto pelas taxas de embarque cobradas pelos aeroportos. Arrematando, não é de estranhar: todos os países capitalistas sabem que qualidade e bons serviços custam caro aos empresários e só quem pode forçá-los nesse sentido é o governo ou o mercado. O mercado brasileiro pertence aos empresários e os governantes são seus melhores amigos: ai de nós.

Estão abertas as inscrições para MBA em Direito Empresarial. O curso é oferecido pela DH2 Assessoria Educacional e Treinamento e possibilita aos participantes competências atualizadas a partir do aprofundamento das questões relacionadas à área empresarial e negocial. 

O curso é destinado a bacharéis em Direito, Administradores de Empresas, Contadores, Economistas e profissionais de áreas afins que tenham graduação em curso superior reconhecido pelo MEC. 

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A DH2 Assessoria Educacional fica localizada na Rua Djalma Farias, 250, no bairro do Torreão, no Recife. Mais informações podem ser obtidas através do telefones (81) 3427-1099/ 3241-2414/ 3052-2609. 

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