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Desde o início da pandemia de Covid-19, no primeiro semestre de 2020, a Prefeitura de São Paulo registrou a abertura de aproximadamente 1600 tabacarias na Região Metropolitana. A principal atração dos locais costumam ser os narguilés, uma espécie de cachimbo que pode ser usado individualmente ou compartilhado, para consumo de tabaco aromatizado. E assim como o cigarro, também traz prejuízos para a saúde.

De acordo com Fátima El Hajj, especialista na área da saúde, o principal componente inserido no narguilé que traz malefícios para a vida, é o tabaco, que possui seu sabor mascarado por aromas e essência de frutas e flores.

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“É a principal substância que leva ao vício”, diz ela. “Uma coifa de narguilé equivale ao fumo de aproximadamente 100 cigarros”, completa a especialista.

Mesmo com as semelhanças em aspectos de vício e a composição de substâncias, como o tabaco, existem diferenças entre os objetos de fumo.

“Os narguilés tem mais sabores. A fumaça inalada é sentida pelo fumante de maneira mais branda, por ela passar antes pela água, diminuindo sua temperatura”, explica El Hajj.

Segundo a especialista, o uso contínuo do narguilé pode estar associado ao desenvolvimento ou piora de doenças como asma e tosses constantes. Já a longo prazo, é possível que o fumante tenha enfisema pulmonar, doença respiratória que leva à perda de elasticidade dos pulmões, causada pela exposição contínua de tabaco ou poluentes.

Fátima El Hajj afirma que as gerações expostas ao consumo verão as repercussões no futuro, assim como a geração que vivia nas décadas de 40 a 80, período onde havia a glamourização do uso de cigarro, e trouxe doenças pulmonares severas, além do câncer.

Para que o cenário seja diferente, a especialista recomenda “interromper o uso por completo, procurar fisioterapia pulmonar. Exercícios físicos e alimentação saudável sempre é indicada”.

Nesta segunda-feira (14) é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data foi instituída em homenagem ao médico e biólogo austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943), que nasceu no dia 14 de junho e fez diversas descobertas científicas, como a comprovação de que diferentes seres humanos possuem estruturas diferentes no sangue. Assim, o dia o tornou-se um marco para conscientização sobre a importância de doar sangue, além de servir como uma espécie de agradecimento às pessoas que costumam fazer doações, sem falar no incentivo para aqueles que ainda não doaram.

De acordo com a médica hematologista do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) Claudia Santos, “quando se doa sangue, [o doador] está ajudando pelo menos quatro pessoas”. A médica explica dizendo que existem frações de componentes na estrutura do sangue, que podem ajudar essa quantia de pacientes. Gestos como esses estão presentes na campanha  "Junho Vermelho", que visa alertar a população sobre a importância em ajudar diferentes vidas, por meio da doação.

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Claudia aponta que existem critérios estabelecidos para aqueles que desejam ser incentivadores da campanha e queiram fazer doação. “Qualquer pessoa entre 16 e 65 anos pode doar. É necessário estar bem alimentado e ter tido uma boa noite de sono [na noite anterior]”.  Mas a  especialista enumera também as restrições para ser doador: quem faz uso de certas medicações como propranolol e atenolol, direcionados a pessoas que sofrem de hipertensão; quem tem diabetes, assim como também não podem doar sangue pessoas que  fizeram tatuagem há menos de 12 meses. 

Neste momento de pandemia, também podem haver situações que necessitam um pouco mais de atenção, para que haja uma doação de sangue bem sucedida. De acordo com Claudia, caso uma pessoa tenha contraído o novo coronavírus, é preciso aguardar 30 dias após a recuperação para entrar no processo de doação, desde que ela não tenha passado por uma transfusão de sangue, muito menos ter ficado em ventilação médica. Já em casos de doadores que receberam o imunizante contra a Covid-19, é necessário aguardar pelo menos sete dias.

Segundo a médica hematologista, raramente acontecem casos de pacientes que enfrentam efeitos colaterais ou sofrem com reações após a doação de sangue. “Algumas vezes [o doador] pode apresentar hipotensão, mas todos os cuidados são tomados para a máxima segurança no processo de doação”, afirma. Dentre as principais pessoas que  mais precisam receber doação estão aquelas que apresentam doenças crônicas e até mesmo pacientes que passam por processo de quimioterapia. Claudia lembra que é importante celebrar a data para conscientizar a importância da doação. 

 

O uso constante do cigarro é responsável por uma lista enorme de problemas. O tabagismo pode comprometer a saúde das pessoas, causando até 17 tipos de câncer, além de outras doenças, como aponta o médico oncologista Sandro Cavallero, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), e membro da diretoria nacional da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), de acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), o tabagismo também faz parte do grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa.

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Sandro Cavallero diz que o câncer de pulmão é o mais comum entre fumantes e que 90% dos casos têm origem no consumo do tabaco. “Vamos lembrar que o câncer de pulmão, incluindo traqueia e brônquio, atinge mais de 30 milhões de brasileiros por ano. E o pior: mais de 80% desses pacientes morrem”, afirma.

Segundo o oncologista, o tabaco também causa envelhecimento precoce da pele, mau hálito, estraga os dentes e deixa o fumante sem fôlego. “Além, é claro, de doenças cardiorrespiratórias, cardiovasculares, metabólicas e muitas outras doenças graves são causadas pelo cigarro”, acrescenta.

Sandro Cavallero alerta sobre os prejuízos do tabagismo e explica que eles são cumulativos, ou seja, quanto mais tempo uma pessoa fuma, ela se torna ainda mais suscetível a sofrer doenças futuramente. Ele também acrescenta que o risco de um fumante ativo ter câncer é 80 vezes maior em comparação com alguém que não tem contato com cigarro.

O oncologista explica que o câncer de pulmão também pode ser desenvolvido em pessoas que não possuem o hábito de fumar. Apesar de o tabagismo ser um fator de risco para o surgimento da doença, existem outros fatores, como obesidade, sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, alimentação inadequada, exposição ao sol e a substâncias cancerígenas, entre outros.

“Os fumantes passivos também são vítimas do tabaco. Quase 13% das pessoas que morrem por causa do câncer de pulmão nunca colocaram um cigarro na boca. São pessoas que convivem com fumantes. O risco de um fumante passivo ter câncer de pulmão chega a ser 25% maior do que o risco de alguém que não tem contato com cigarro”, complementa.

Em tempos de pandemia, para quem faz uso excessivo do cigarro e de outros produtos à base do tabaco, os cuidados precisam ser intensificados. Sandro ressalta que o fumante já tem os pulmões comprometidos e são órgãos muito afetados pela covid-19, sendo uma combinação muito perigosa. De acordo com o oncologista, um estudo realizado na China mostrou que as chances de progressão da doença até a morte foram 14 vezes maiores entre pessoas com histórico de tabagismo em comparação aos não fumantes.

“Os cuidados necessários começam pela prevenção à covid-19: usar máscara, manter o distanciamento, higienizar sempre as mãos com água e sabão ou com o álcool gel 70%. Também é recomendado reduzir ou parar de fumar”, orienta.

Sandro Cavallero explica que o cigarro provoca dependência física e psicológica e que é um dos vícios mais difíceis de largar. Entretanto, afirma que é possível se livrar desse hábito com ajuda especializada. O oncologista diz que o tratamento se baseia na terapia cognitivo-comportamental e no uso de medicamentos.

Sandro afirma que parar de fumar é uma das principais recomendações para quem quer ter uma vida mais saudável e reduzir o risco de doenças graves. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos cânceres podem ser evitados se adotarmos hábitos saudáveis. Evitar a obesidade, o sedentarismo e o álcool, ter uma boa alimentação e, especialmente, não fumar são atitudes fundamentais para viver mais e com qualidade”, finaliza.

Em Belém, há o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante, da Sespa, que oferece o atendimento multidisciplinar necessário. O Cratf funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

Endereço: Unidade de Referência Presidente Vargas (Av. Presidente Vargas, 513).

Telefone: (91) 3242-5645.

Por Isabella Cordeiro.

Durante todo o mês de maio, diversas instituições promovem o “Maio Roxo”, campanha que visa esclarecer e conscientizar a população sobre a existência de doenças reumáticas, como lúpus, espondilite anquilosante e doenças inflamatórias intestinais. Estas são responsáveis por comprometer o desempenho de ossos, articulações e músculos. Em casos mais avançados, as doenças podem danificar outras partes do corpo, como coração, intestino, olhos, pele, pulmão, pele e até os rins. 

De acordo com a reumatologista Marlise Simões, os primeiros sintomas de uma pessoa que possui doença reumática geralmente são dores nas articulações e dores musculares, em diversas regiões do corpo. “Os pacientes também podem apresentar inchaço associado a calor e vermelhidão nas articulações [artrite], limitação de movimentos e de suas atividades diárias e lesões de pele”, explica. 

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Assim aconteceu com Luiz Fernando Damasceno Santos, assessor de comunicação, 26 anos. Já aos 17, Santos tinha fadiga e não sabia do que se tratava. “Um dia eu estava com manchas vermelhas e fui à dermatologista. Ela me deu uma guia de exames e constava que poderia ser alguma doença relacionada à alergia ou lúpus”. Após o falecimento de seu tio, o quadro se agravou. O assessor de comunicação não conseguia se movimentar e precisava de ajuda até para ir ao banheiro.

A partir deste momento, Luiz Fernando foi ao médico novamente e recebeu a orientação para procurar um reumatologista, que poderia identificar com mais precisão qual era a doença ao certo. E assim foi a descoberta. “Foi um baque descobrir que eu tenho uma doença autoimune rara [lúpus]. A primeira coisa que eu pensei foi que poderia morrer”. O assessor de comunicação conta que desde então, vive com esse fantasma. 

O paciente conta que no seu caso, o lúpus, havia inflamado o rim, além das articulações que também foram afetadas. Por  conta disso, sentia muitas dores. “O nosso corpo tem o sistema de defesa e ele identifica corpos estranhos para nos defender, mas no paciente com doenças autoimunes como o lúpus, o corpo reconhece órgãos vitais, como rins, coração como se fossem um corpo estranho e os ataca. Por isso, tem essa inflamação”, explica. 

Segundo a reumatologista, cada doença reumática possui suas características e, portanto, afetam diferentes grupos. Quando se trata de doenças osteodegenerativas, o foco podem ser pessoas idosas. Já outras doenças são mais frequentes em homens como a gota, uma espécie de artrite provocada pelo aumento de ácido úrico. E até mesmo crianças podem desenvolver algumas dessas doenças, como a Artrite Idiopática Juvenil. “Mas de forma geral, podemos dizer que as mulheres em idade fértil, 20 a 45 anos, costumam ser as mais atingidas na maioria das doenças reumatológicas, principalmente as doenças de cunho autoimunes", conta a médica.

Luiz Fernando conta que por causa deste fantasma da doença sua vontade de viver aumentou e passou a realizar seus sonhos de infância, assim como a faculdade de jornalismo. “Eu nem imaginava que iria conseguir terminar o curso, porque eu não sabia se ia sobreviver, esse era meu sentimento, mas eu me formei no ano passado. A doença me priva de algumas coisas, mas eu acho que me tornei uma pessoa melhor, mais grata, com mais empatia”, assegura. 

Existem inúmeros fatores responsáveis por motivar uma paciente com doença autoimune. Para Luiz Fernando, seus meios de incentivo são duas figuras públicas que também possuem doença reumática e servem como referência. “Astrid Fontenelle foi o maior exemplo no começo da doença, porque eu via que ela era jornalista e tinha um bom emprego. Ela estava bem. Se ela estava bem, eu podia ficar bem”, diz ele.  

O assessor de comunicação conta que Selena Gomez também é uma referência. Além da cantora ter sido acometida com a doença, ela já teve quadros piores ao ponto de fazer transplante real. Hoje é ativista e luta por diversas causas. Ter relações construtivas também ajudaram durante o tratamento da doença, assim como sua reumatologista. “Essas pessoas que estão no seu cotidiano servem como rede de apoio, é fundamental para passar por esses processos”, afirma. 

Importância do Maio Roxo

Para a especialista Marlise Simões, as campanhas que visam conscientizar e trazer uma reflexão sobre determinado tema são extremamente importantes. “Quando trazemos à tona o debate sobre uma doença como o Lúpus, as pessoas aprendem sobre aquele tema. Podemos disseminar o conhecimento sobre o assunto, como os diagnósticos, tratamentos e meios de prevenção. Os temas ganham destaque e ficam gravados na memória das pessoas. Tudo que nossa sociedade precisa é de informação de qualidade, e campanhas como estas cumprem o seu papel”, garante.

Já Luiz Fernando, tem um apego sentimental com a campanha por se tratar de um tema que ele vive cotidianamente. Este ano o assessor passou a dialogar com seus seguidores nas redes sociais para tratar de temas como as doenças reumáticas, em específico, o lúpus. “O Maio Roxo é fundamental. A gente precisa dessas campanhas, dessas reflexões, desses exemplos, desses símbolos, para que a gente consiga se entender como ser humano, criar empatia e compreensão pela própria vida. Saber que não é o fim. E que as pessoas não estão sozinhas”, finaliza.

 

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) inicia nesta quinta-feira (29) a próxima etapa do calendário vacinal contra a covid-19, em Belém. Será a vez das pessoas com comorbidades, duas ou mais doenças em um mesmo indivíduo. O Pará tem 464.068 casos da doença e 12.664 mortes.

As patologias mais comuns, nesse caso, são diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, doença renal, entre outras. Os primeiros a serem vacinados serão os renais crônicos, cerca de 800 em Belém, e também pessoas com síndrome de Down, um grupo de 500 pessoas na capital paraense.

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A vacinação será realizada até sábado, 1º de maio, no horário de 9 às 17 horas. A faixa etária que receberá a vacinação será de 18 a 59 anos. Na hora da imunização é necessário apresentar um laudo médico, RG, CPF e comprovante de residência.

Essa população será imunizada com as três mil doses que foram repassadas à prefeitura de Belém pelo Governo do Estado na última sexta-feira (23).

Os retardatários das etapas anteriores, que ainda não tomaram a primeira ou a segunda dose da vacina, poderão comparecer a um dos pontos de vacinação nesta etapa. 

Na sexta-feira (30), as pessoas em situação de rua serão imunizadas nos abrigos da Prefeitura e do Estado. São cerca de 400 cidadãos que receberão a primeira dose da vacina.

Pontos de vacinação

- Ginásio Mangueirinho - Avenida Augusto Montenegro, Nº 524, bairro do Mangueirão;

 - Apae - Av. Generalíssimo Deodoro, 413 - Umarizal;

- UNAMA - Alcindo Cacela (Posto que atenderá exclusivamente os renais crônicos);

- UFPA - (Campus Guamá).

Da Agência Belém.

 

 

Várias organizações internacionais, incluindo a OMS, pediram nesta terça-feira (13) a suspensão no mundo inteiro da venda de mamíferos selvagens vivos nos mercados de alimentos, devido aos riscos de transmissão ao ser humano de novas doenças infecciosas.

"Os animais, em particular os animais selvagens, são a fonte de mais de 70% de todas as novas enfermidades infecciosas nos humanos, muitas delas provocadas por novos vírus", destacam em um comunicado a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP, na sigla em inglês).

A transmissão ao ser humano do vírus da covid-19 por esta via é uma das hipóteses preponderantes dos especialistas que trabalham para a OMS.

Em seu recente relatório sobre as origens da doença, os especialistas destacaram que um mercado de Wuhan - a metrópole chinesa em que foram registrados os primeiros casos - parece ter sido um dos pontos mais importantes de propagação da pandemia no fim de 2019.

Desde então, a doença se espalhou por todo o mundo e provocou mais de 2,93 milhões de mortes, segundo um balanço da AFP atualizado na segunda-feira.

Além da suspensão das vendas, as organizações internacionais pedem normas aperfeiçoadas de higiene e saneamento nestes mercados tradicionais para reduzir tanto a transmissão do animal para o ser humano como o contágio entre comerciantes e clientes.

Também recomendam normas para controlar a criação e a venda de animais selvagens nos mercados para o consumo humano.

As organizações solicitam ainda que os inspetores veterinários sejam treinados para aplicar as novas normas, assim como o reforço dos sistemas de vigilância para detectar rapidamente novos patógenos e planejar campanhas de informação e conscientização para os comerciantes e os clientes.

- Um grande perigo -

Há um risco de transmissão aos humanos que entram em contato com a saliva, o sangue, a urina, o muco, a matéria fecal ou outros fluidos de um animal infectado, destacam as três organizações, que explicam que o risco de tocar uma superfície contaminada aumenta o perigo.

As zoonoses - doenças ou infecções naturalmente transmissíveis dos animais vertebrados ao ser humano - constituem uma grande proporção do conjunto de doenças infecciosas recentemente identificadas, assim como de varias enfermidades existentes.

"Algumas doenças, como o HIV, começam como zoonoses, mas depois se transformam em cepas encontradas apenas no homem. Outras zoonoses podem provocar surtos recorrentes, como o ebola e a salmonelose. Outras, como o novo coronavírus, têm potencial para causar pandemias globais", afirma a OMS em seu site.

Este tipo de mercado não é exclusivo da China. "Os mercados tradicionais têm um papel central no abastecimento de alimentos e trabalho (de muitas pessoas). Proibir a venda destes animais pode proteger a saúde das pessoas, tanto das que trabalham como das que compram!", destaca o comunicado conjunto.

Os mercados de Wuhan, no centro da China, eram alimentados por várias fazendas onde o novo coronavírus, inicialmente e provavelmente hospedado por um morcego, pode ter sido transmitido para um animal intermediário.

Esta é a teoria privilegiada pelo grupo de especialistas internacionais e chineses designados para descobrir a origem da pandemia. O animal intermediário, caso tenha sido o responsável, ainda não foi identificado. Também são examinadas outras teorias, como a transmissão de carne congelada de animais selvagens.

Parte da comunidade internacional, que considera que a equipe conjunta não teve condições de trabalhar com total independência e transparência na China, deseja mais investigações sobre uma possível fuga do vírus de um laboratório de Wuhan.

Os estudantes que estiverem com sintomas de Covid-19 podem pedir reaplicação do Exame Nacional do Enem 2020. Mas, além disso, outras doenças infectocontagiosas podem ser motivo para que os estudantes solicitema realização do Enem em outro dia. 

De acordo com Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), são doenças consideradas infectocontagiosas para fins de reaplicação: coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, varicela e Covid-19.

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Em casos como esses, além de registrar o ocorrido na Página do Participante, o inscrito deverá entrar em contato com a Central de Atendimento do Inep (0800 616161) e relatar a condição, a fim de agilizar a análise do laudo pela autarquia. A aprovação ou a reprovação da solicitação de reaplicação deverá ser consultada, também, na Página do Participante

Os casos deferidos pelo Inep poderão participar de uma reaplicação do exame nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2021, mesma data em que o Enem aplicado a pessoas com privação de liberdade. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicará as provas nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa) e em 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital).

"Para a análise da possibilidade de reaplicação, a pessoa deverá inserir, obrigatoriamente, no momento da solicitação, documento legível que comprove a doença. Na documentação, deve constar o nome completo do participante, o diagnóstico com a descrição da condição, o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10), além da assinatura e da identificação do profissional competente, com o respectivo registro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde (RMS) ou de órgão competente, assim como a data do atendimento. O documento deve ser anexado em formato PDF, PNG ou JPG, no tamanho máximo de 2 MB", explicou o Inep, por meio de nota.

Durante a aplicação, algumas medidas de segurança serão tomadas, segundo o instituto, como disponibilização de álcool em gel nas salas e a obrigatoriedade do uso de proteção facial durante a prova. "O participante poderá levar mais de uma máscara para troca ao longo do dia. As máscaras serão verificadas pelos fiscais para evitar possíveis infrações, respeitando a distância recomendada. Nos locais de prova, serão disponibilizados recipientes com álcool em gel e, no banheiro, os participantes serão orientados a lavar as mãos com água e sabão, antes e após o uso. A ocupação das salas de aplicação será de, aproximadamente, 50% da capacidade. Assim como outras medidas de prevenção, consta, nos materiais instrutivos abordados na capacitação dos colaboradores, a indicação de possibilitar o máximo de ventilação natural e aeração dos ambientes".

Com a chegada do verão no Brasil e da chuva em diversas regiões, uma preocupação de saúde pública aumenta: o crescimento da circulação do mosquito Aedes aegypti e das doenças associadas a ele (chamadas de arboviroses urbanas), como dengue, zika e chikungunya.

Conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre o tema, lançado em dezembro, entre janeiro e novembro foram registrados 971.136 casos prováveis de dengue no Brasil, com 528 mortes. As maiores incidências se deram nas regiões Centro-Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes), Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil).

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No mesmo período, as autoridades de saúde notificaram 78.808 mil casos de chikungunya, com 25 óbitos e 19 casos em investigação. As maiores incidências ocorreram no Nordeste (99,4 por 100 mil habitantes) e Sudeste (22,7/100 mil). Já os casos de zika, até o início de novembro, totalizaram 7.006, com incidência mais forte no Nordeste (9/100 mil) e Centro-Oeste (3,6/100 mil).

Na avaliação do professor de epidemiologia da Universidade de Brasília Walter Ramalho, este é o momento de discutir o problema do Aedes aegypti e as medidas necessárias para impedir sua proliferação. O maior desafio é diminuir os focos de criação dele.

O Aedes está no Brasil há mais de 100 anos. Em alguns momentos, já chegou a ser erradicado. Mas nos últimos 30 anos o inseto vem permanecendo e, segundo o professor Ramalho, se adaptando muito bem ao cenário de urbanização do país e do uso crescente de materiais de plástico, que facilitam o acúmulo de água propício à reprodução do mosquito.

“Todos esses materiais, que podem durar muito tempo na natureza, podem ser criadouros do mosquito. A gente tem que olhar constantemente o domicílio, não somente na terra como nas calhas. Este é um momento do começo da chuva. Se não fizermos esse trabalho e se a densidade do mosquito for elevada, não temos o que fazer”, alerta o professor.

Ele lembra que não se trata apenas de um cuidado com a própria pessoa e sua casa, mas com o conjunto da localidade, uma vez que domicílios com foco de criação acabam trazendo risco para toda a vizinhança.

O professor da UnB acrescenta que o cuidado no combate aos focos não pode ser uma tarefa somente do Poder Público. Uma vez que qualquer residência, terreno ou imóvel pode concentrar focos, é muito difícil que as equipes responsáveis pela fiscalização deem conta de cobrir todo o território.

Ramalho destaca que as doenças cujos vírus são transmitidos pelo mosquito são graves. A dengue hemorrágica pode trazer consequências sérias para os pacientes.

“A zika causou microcefalia no Nordeste e em algumas cidades de outras regiões. E precisamos nos preocupar com a chikungunya. Ela causa sintomatologia de muitas dores articulares. Muitas pessoas passam dois, três anos sentindo muitas dores. Isso causa desconforto na vida durante todo esse período”, afirma.

Campanha

No mês passado, o governo federal lançou uma campanha contra a proliferação do Aedes com o lema “Combater o mosquito é com você, comigo, com todo mundo”.  O desafio é conscientizar os cidadãos sobre a importância de limpar frequentemente estruturas onde possa haver focos e evitar a água parada todos os dias.

A campanha conta com a difusão de peças publicitárias em meios de comunicação, alertando sobre esses cuidados e sobre os riscos da disseminação do mosquito e as consequências das doenças associadas a ele. 

A pandemia do novo coronavírus foi, certamente, umas das mais destruidoras no mundo. Até esta sexta-feira (27), o número total de casos confirmados o Brasil chegou ao patamar de 6.087.082. As mortes, por sua vez, também alcançaram a números grandiosos, com mais de 171 mil vidas perdidas em terras brasileiras.

Por conta de tanta expressividade, é importante que os estudantes que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fiquem atentos a toda história e atuação do vírus, que pode ser tema de questão na edição 2020 da prova. 

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O novo coronavírus foi descoberto em 31 de dezembro de 2019, na China e pertence a uma família de vírus que causa infecções respiratórias. Os primeiros coronavírus humanos foram identificados em meados da década de 1960, segundo o Ministério da Saúde.

Antes do conhecimento do nCoV-2019, outras doenças ganharam destaque nas questões do Enem. Segundo o professor de biologia André Luiz, as três enfermidades que mais caem no Exame são tuberculose, Aids e malária.

De acordo com o docente, dificilmente o coronavírus será cobrado com conteúdo extenso no Enem. “Estude essas doenças como tuberculose, Aids, malária porque, com certeza, essas vão cair com profundidade na prova”, garante André Luiz.

As provas impressas do Enem estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro, enquanto o Enem Digital está previsto para os dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021.

Confira, abaixo, uma explicação do docente sobre o que caracteriza cada uma das 

Tuberculose

Tuberculose é uma bacteriose causada pelo Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch) contraído pelo ar e em objetos (maçanetas, por exemplo) provocando febre, prostração (moleza) e tosse sanguinolenta, se previne com evitando ambientes infectados e vacina.

QUESTÃO

1) A tuberculose é uma doença bacteriana que normalmente atinge os pulmões e é transmitida por vias aéreas. Essa doença, que constitui um grande problema de saúde, é causada pelo bacilo:

a) Halobacterium tuberculosis.

b) Rickettsia tuberculosis.

c) Mycobacterium tuberculosis.

d) Corynebacterium tuberculosis.

e) Streptococcus tuberculosis.

Resposta: Letra C

Aids

Aids ou SIDA é uma virose DST (doença sexualmente transmissível) ou IST (infecção sexualmente transmissível) causada pelo HIV, provocando febre, prostração  falta de apetite, magreza súbita, queda imunológica com infecções oportunistas é tratada com coquetéis antivirais.

3) A Aids é uma doença viral e sem cura que ataca o sistema imunológico, tornando o paciente mais suscetível a doenças oportunistas. O vírus causador da Aids é o HIV, que possui como principal alvo:

a) as plaquetas.

b) os eosinófilos.

c) as células Natural Killer.

d) os linfócitos B.

e) os linfócitos T.

 Resposta: Letra E

Malária

Malária é uma protozoose causada pelo gênero Plasmodium sendo transmitido por picada de mosquito fêmea Anopheles causando febre intermitente (hora marcada), delírios, convulsões e prevenido com combates ao mosquito e vacina.

QUESTÃO

2) A malária é um grave problema que acomete várias áreas tropicais do mundo, incluindo o Brasil. A respeito dessa doença causada por protozoários do gênero Plasmodium, marque a alternativa incorreta.

a) Essa doença é transmitida pela picada do mosquito macho Anopheles.

b) Essa doença pode provocar febre alta, calafrios, dores no corpo, vômito e fraqueza.

c) Os protozoários, após infectarem uma pessoa, provocam o rompimento de suas hemácias.

d) A gravidade está diretamente relacionada com a espécie de protozoário que provocou a doença.

e) O Plasmodium vivax é responsável pela forma mais branda da doença.

Resposta: Letra A

Nas zonas rurais de Serra Leoa, os médicos ficam assustados com a gravidade dos casos que chegam às clínicas, mas a situação de um bebê de 18 meses surpreendeu pelo acúmulo de patologias, incluindo a malária, uma enfermidade antiga que avança com o medo do coronavírus.

Quando a menina foi internada em julho no hospital de Hangha, sudeste do país, o diagnóstico não era habitual, mesmo neste país do oeste da África que tem uma das taxas de mortalidade infantil mais elevadas do planeta. Ela apresentava um quadro de pneumonia grave, diarreia e malária.

"Ela não conseguia nem sentar", conta a mãe, Adama Ansumana, na UTI, com a filha adormecida no colo. A criança está fora de perigo, mas os médicos constataram com preocupação o aumento de casos extremos desde que os pacientes deixaram de comparecer aos hospitais por medo de infecção do novo coronavírus.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que coordena o hospital de Hangha, que fica a alguns quilômetros de Kenema, terceira maior cidade do país, a 300 km da capital Freetown, afirma que desde março as internações caíram 40% nesta estrutura de 63 leitos.

A falta de acompanhamento médico é particularmente perigosa para as crianças durante a temporada de chuvas, pois os casos de malária disparam com o aumento da presença de mosquitos.

Remédios tóxicos

A malária é uma das doenças mais antigas e devastadoras do continente africano. Causada pelos parasitas transmitidos pelas picadas dos mosquito 'anopheles' infectado, a enfermidade provoca febres altas, dores de cabeça e dores musculares, que podem resultar em uma anemia grave, problemas respiratórios e afetar os órgãos ou o cérebro sem um tratamento rápido.

No ano de 2017 foram registrados 219 milhões de infecções no mundo, com 435.000 mortes. Mais de 90% das vítimas são africanas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Enfrentamos a epidemia de malária, com sintomas de desnutrição severa na maior parte dos casos de menores que chegam ao hospital", explica a pediatra belga Laure Joachim, que integra a equipe da MSF no hospital de Hangha.

Com o temor de contágio do novo coronavírus, muitos pais recorrem à medicina tradicional, algo que frequentemente agrava as patologias.

"Muitas crianças estão gravemente enfermas, com falência de vários órgãos, já que as plantas tradicionais são tóxicas", diz a pediatra.

Apesar do solo repleto de diamantes, em particular na região de Kenema, Serra Leoa é um dos países mais pobres do planeta, com um sistema de saúde particularmente deficiente.

Trauma e desinformação

A ex-colônia britânica de 7,5 milhões de habitantes foi muito afetada pela epidemia de ebola no oeste da África, que matou quase 4.000 pessoas no país entre 2014 e 2016, e tem dificuldades para se recuperar de uma guerra civil que deixou 120.000 mortos, quase duas décadas após o final do conflito.

O temor da médica se explica em grande parte pelo trauma da epidemia de ebola, afirma Sahr Abdulai Surkiti, profissional da saúde que percorre as zonas rurais para conscientizar população, apesar do salário muito pequeno.

"Quando a ambulância levava um paciente de ebola, nunca retornava", recorda. De acordo com a MSF, 200 profissionais da saúde da região de Kenema morreram na epidemia.

As informações falsas sobre a COVID-19 também afastam os pacientes dos hospitais e centros de saúde, que em geral estão mal equipados.

"As pessoas têm medo. E nós não temos água, não temos sequer uma moto para o deslocamento", explica Sarah Vandi, enfermeira no vilarejo isolado de Talia.

"O resultado: a malária continua provocando um grande sofrimento e dizimando famílias em Serra Leona, apesar de o governo ter distribuído desde março quatro milhões de mosquiteiros", lamenta o diretor do departamento de doenças infecciosas do ministério da Saúde, Samuel Juana Smith.

Os animais de estimação tendem a desenvolver doenças nos dias mais frios, e de acordo com particularidades como raça, porte, peso e idade, algumas dessas enfermidades podem desencadear problemas graves. "Na estação fria, o ar fica mais seco. Como consequência, podemos observar o desencadear de algumas doenças respiratórias, como bronquites, e doenças infecciosas, como a gripe canina e felina, que ganha maior probabilidade de disseminação pelo ar", explica a médica veterinária e professora da Universidade Guarulhos (UNG) Flávia Ponce.

A especialista explica que a traqueobronquite infecciosa, popularmente conhecida como gripe canina ou tosse dos canis, é causada pelo vírus da parainfluenza canina e pela bactéria Bordetella Bronchiseptica. Os sintomas são semelhantes a da gripe humana. A transmissão não é passável do animal para o homem, e os cães acometidos podem apresentar tosse seca, secreção nasal e ocular e febre.

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A gripe dos gatos, causada pelos agentes herpes felino, calicivírus felino e pela bactéria Chamydophila Felis, pode levar o gato a apresentar perda de apetite, secreção nasal e ocular, tosse e espirros. A médica Flávia afirma que é importante a vacina anual para a manutenção da saúde físicas dos pets.

Segundo a médica veterinária, outra questão pouco abordada nos consultórios também deve ser tratada com atenção neste período: a obesidade em cães e gatos. Animais obesos propensos a desenvolver maiores casos de doenças, como o agravamento de enfermidades articulares já existentes, diabetes, cardiopatias e tumores malignos. "No inverno, há a tendência de aumentar a quantidade de petiscos, induzindo sua ingestão calórica combinada com uma rotina reduzida de atividade física, sendo este, um ponto para ficar atento", explica.

Flávia dá dicas para manter a saúde física dos pets nesse período mais frio, como enriquecer o tempo de brincadeiras e investir em brinquedos e prateleiras escaláveis para os felinos.

 

Os crimes relacionados à vida selvagem e à exploração da natureza aumentam o risco de transmissão de doenças como o novo coronavírus, causado por patógenos que se espalham de animais para seres humanos, de acordo com um relatório do UNODC divulgado na sexta-feira.

"Sem a interferência humana do desmatamento, captura, abate, tráfico e consumo de animais selvagens, a evolução e a transmissão do coronavírus seriam altamente improváveis", diz o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) em seu relatório anual sobre crimes.

Os pangolins, identificados como possíveis vetores do coronavírus, são os mamíferos selvagens mais ameaçados pelos caçadores furtivos, segundo o relatório. As suas apreensões de suas escamas se multiplicaram por dez entre 2014 e 2018.

A atual pandemia pode levar ao aumento do tráfego, alerta o UNODC, pois os produtos derivados da fauna e da flora podem ser apresentados como "remédios" para o coronavírus, em particular a bile de urso, usada na medicina tradicional chinesa.

O relatório também observa que o comércio ilegal de marfim africano e chifre de rinoceronte está "em declínio", enquanto a demanda por madeira exótica, por outro lado, "aumentou significativamente nas últimas duas décadas".

O UNODC baseia suas descobertas nas 180.000 apreensões feitas em quase 150 países, indicando que entre 1999 e 2019 mais de 6.000 espécies diferentes de mamíferos, répteis, corais, peixes e aves foram apreendidas.

Nenhuma espécie é responsável por mais de 5% das apreensões e nenhum país foi identificado como fonte de mais de 9% do número total de apreensões de acordo com a agência das Nações Unidas, pois as redes criminosas diversificaram os recursos que exploram.

A agência instou os governos a fortalecerem sua legislação e melhorarem a cooperação internacional.

Nesta sexta-feira (22), o LeiaJá publica a última das três reportagens produzidas na ocupação Miguel Lobato, localizada no município de Paulista, Região Metropolitana do Recife, à beira da PE-022. O conteúdo traz um retrato que para muitos cidadãos da localidade não é novidade. Na ocupação, muito antes da Covid-19, outras doenças preocupavam os moradores da comunidade. 

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Sem o mínimo de saneamento, os moradores enfrentam um espaço lamacento, onde vivem dividindo o local com cavalos que defecam em torno das casas. "Aqui tem muito piolho de cobra, quando chove fica infestado", diz morador da região, enquanto observa a reportagem. Lacraias, muriçoca, água correndo a céu aberto. Ambiente perfeito para a proliferação de um mosquito causador de doenças já conhecido no Brasil, o Aedes Aegypti.

O mosquito é responsável pela contaminação da febre amarela, chikungunya, zika vírus e a dengue. "Minha filha e meu marido pegaram dengue aqui. Aqui não é lugar de uma pessoa ficar!", indaga Dona Marli Oliveira. “Já peguei a dengue, meus três filhos também, meu esposo também está com a dengue. Estamos aqui a mercê de tudo", nos conta Josélia Maria, que mora na comunidade com seu marido e três filhos. 

Os cavalos são usados por catadores de reciclavéis que moram na ocupação. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na ocupação, a água não passa por nenhum tipo de tratamento. "Não é muito boa", sinaliza Josélia. Segundo ela, os três filhos estão com desinteria. Débora Brás, mãe de quatro filhos, tem sofrido dos mesmos problemas. Ela ainda reclama que não tem condições de sempre comprar água e medicamentos. Além de todas essas outras preocupações, agora a perigoso Covid-19 assusta. 

"Está aí essa doença no mundo e eu tenho muito medo de pegar, não só eu como meus filhos. Uma doença desta pegar, uma criança não resiste. Um adulto não está resistindo, imagine uma criança", afirma Débora, com dois dos quatros filhos ao lado. 

No período em que a reportagem esteve na comunidade, foi possível notar que o isolamento social não existe. A necessidade faz com que a casa do vizinho esteja sempre de portas abertas. Josélia, irmã de Débora, cozinhava na casa da irmã enquanto gravamos. 

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Alguns moradores usam máscara, mas a maioria não tem condições de adquirir o material de proteção. Álcool em gel apenas os que estavam com a equipe do LeiaJá: "A gente está aqui precisando de máscara, quem quiser que compre, a gente não tem um álcool gel, não tem nada. Ele não está nem olhando para gente", reclama Adelma Maria, em referência ao prefeito de Paulista, Júnior Matuto. 

"A gente está morando na rua bem dizer, de baixo de lona, de taipa, tem verme, o que será da gente, Junior Matuto? O que seria da gente, Paulo Câmara?", questiona Adelma.

Poucas pessoas têm acesso ao álcool gel na comunidade. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na ocupação, existem pessoas que estão com sintomas do novo coronavírus. Uma delas é Juliete Gomes. "Estou sentindo cansaço, febre, dor no corpo todinho, dor de cabeça (...) não sei se é dengue, não sei o que é", diz a moradora, com vários remédios nas mãos. Perguntada se procurou atendimento médico, ela relata que ligou para o 136 do Ministério da Saúde. Foram passadas algumas medicações, mas nenhum teste foi realizado. Sua mãe, que vive com ela, tossiu diversas vezes durante a entrevista e relatou cansaço. 

"Não hora da saúde do povo, todo mundo se resguarda, por quê? Eles são melhores do que a gente? A gente também é ser humano", desabafa Juliete.

As doações que chegam à comunidade são de comida. Materiais para limpeza, como água sanitária, sabão e álcool, só poucos moradores conseguem comprar. Dentro da comunidade, a convivência segue normal, às vezes por falta de instrução, em outros momentos por necessidade. De acordo com os moradores, nos sete meses de ocupação, nenhum órgão de Saúde ou de vigilância sanitária passou pela comunidade.

Mãe de Juliete afirma que tosse frenquentemente desde março, mas nenhum profissional de saúde esteve na comunidade. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Pesquisa realizada na semana passada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com cerca de 400 médicos de 23 estados e do Distrito Federal, correspondentes a 8% do total de psiquiatras do país, mostra que 89,2% dos especialistas entrevistados destacaram o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes devido à pandemia de Covid-19. “O isolamento social mexe muito com a cabeça das pessoas”, comentou, em entrevista à Agência Brasil, o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva.

De acordo com o levantamento, divulgado nessa segunda-feira (11) pela associação, 47,9% dos consultados tiveram aumento nos atendimentos após o início da pandemia. Essa expansão atingiu até 25%, em comparação ao período anterior, para 59,4% dos psiquiatras entrevistados.

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Do total de entrevistados, 44,6% afirmaram ter percebido queda no número de atendimentos, por razões diversas, entre as quais interrupção do tratamento pelo paciente com medo de contaminação pelo vírus, restrições de circulação impostas pelas autoridades e redução no atendimento aos grupos de risco.

A pesquisa mostra também que 67,8% dos médicos receberam pacientes novos, que nunca haviam apresentado sintomas psiquiátricos antes, após o início da pandemia e do isolamento social. Outros 69,3% relataram ter atendido pacientes que já haviam recebido alta médica, mas que tiveram recidiva de seus sintomas.

Sensibilidade

O presidente da ABP disse que a população brasileira vê o número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus aumentar a cada dia. “São quase 200 mil casos e mais de 11 mil mortes, e as pessoas não veem uma solução”, afirmou o especialista.

“É uma situação de medo, de ameaça constante, sem saber o que fazer”, completou. Muitos pacientes não vão ter acesso a medicamentos. Com isso, a ansiedade, o estresse e a paranoia aumentam e eles deixam de ir ao médico, perdendo as orientações necessárias.

Antonio Geraldo da Silva destacou que há 45 dias escreveu um artigo alertando o governo sobre o surgimento da “quarta onda”, que é a das doenças mentais, como resultado dos impactos que a pandemia traria nos atendimentos e na saúde mental da população.

“Não se pode descuidar das doenças de pacientes mentais e da parte da saúde mental das pessoas”, observou.

A resposta veio por intermédio da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. O Ministério da Saúde firmou parceria com a ABP para garantir atendimento psiquiátrico aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) que estão na linha de frente do combate à Covid-19. O Amazonas foi um dos primeiros estados atendidos.

Antonio Geraldo da Silva informou que cerca de 900 mil profissionais do SUS vão receber questionários “para saber sobre a saúde mental deles, com a preocupação do tipo cuidando do cuidador”. A ABP apoia também outra sondagem sobre a saúde mental do povo brasileiro, para identificar as doenças que vão aparecer mais neste período de pandemia.

Política pública

O presidente da ABP vai levar ao Ministério da Saúde os resultados da pesquisa com os psiquiatras, mostrando que há crescimento das doenças mentais no país. “A gente precisa fazer uma política pública mais direcionada para atender a essas pessoas que estão sofrendo. A gente precisa, com urgência, cuidar dessa quarta onda, que é a das doenças mentais, dos transtornos traumáticos. Não dá para esperar. Isso é gravíssimo”, afirmou.

Até o final da manhã desta quarta-feira (8), Pernambuco registrou mais 12 mortes em decorrência da Covid-19. Agora, o Estado passa a ter 46 óbitos causados pelo novo coronavírus.

De acordo com o Governo do Estado, mais 59 casos da doença foram oficializados, totalizando 401 pessoas positivas. “Os últimos pacientes confirmados - 5 homens e 7 mulheres - têm idades entre 38 e 92 anos”, informou a Secretaria Estadual de Saúde (SEE).

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A SEE deu mais detalhes sobre os óbitos:

1 – Homem, 76 anos, do Cabo de Santo Agostinho, óbito: 07/04.

2 – Mulher, 62 anos, do Recife, óbito: 04/04. Era hipertensa e diabética.

3 – Mulher, 92 anos, do Recife, óbito: 01/04. Era hipertensa.

4 – Homem, 53 anos, do Recife, óbito: 05/04. Tinha diabetes e doença cardiovascular crônica.

5 – Homem, 74 anos, de Olinda, óbito: 05/04. Era cardiopata.

6 – Mulher, 62 anos, de Jaboatão dos Guararapes, óbito: 07/04. Era hipertensa.

7 – Mulher, 44 anos, de Camaragibe, óbito: 06/04. Era diabética.

8 – Mulher, 60 anos, de São Lourenço da Mata, óbito: 05/04. Comorbidades apresentadas: diabetes, doença cardiovascular crônica, obesidade

9 – Mulher, 60 anos, de Olinda, óbito: 07/04.

10 – Homem, 87 anos, Bom Jardim, óbito: 06/04. Era asmático.

11 – Mulher, 66 anos, de Goiana, óbito: 07/04. Tinha hipertensão e diabetes.

12 - Homem, 38 anos, São Lourenço da Mata, óbito: 05/04. Era diabético.

Uma das competições mais importantes e tradicionais do futebol mundial está suspensa temporariamente. Nesta quinta-feira (12), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou a paralisação da Libertadores 2020, diante da confirmação oficial de pandemia do novo coronavírus.

“A CONMEBOL, comprometida com a prevenção do COVID-19, diante do risco de sua expansão, e em salvaguarda dos jogadores, corpo técnico, delegados, árbitros, dirigentes, imprensa e torcedores, decidiu suspender os jogos da CONMEBOL LIBERTADORES 2020 da semana de 15 a 21 de março de 2020”, informou a Confederação.

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A previsão é que, nas próximas semanas, sejam realizados ajustes no calendário. Apenas a partir disso será possível estabelecer as novas datas da Libertadores.

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Com um celular na palma da mão, por meio de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, em blogs e sites, a tecnologia possibilita o acesso rápido a milhares de conteúdos. Um dos problemas é saber filtrar essas informações, verificar o que é confiável e o que não é. As fakes news (em português, notícias falsas) espalham desinformação e afetam diretamente a cobertura vacinal e a prevenção de doenças.

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De acordo com a oncologista Paula Sampaio, há uma insegurança da população por causa das notícias inadequadamente divulgadas a respeito dos possíveis efeitos colaterais e esquecendo os grandes benefícios das vacinas. “Em 2010, os óbitos por doenças infectocontagiosas e parasitárias caíram para 4% em relação aos 45% de 1930, graças ao desenvolvimento eficaz das vacinas, que hoje em dia nos protegem de diversas doenças”, disse.

Em 2019, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) realizou o estudo “As Fake News estão nos deixando doentes?”, com o objetivo de investigar a desinformação e a queda nas coberturas vacinais. A pesquisa descobriu que aproximadamente 67% dos brasileiros acreditam ao menos uma informação imprecisa sobre vacinação.

Entre os que não se vacinaram, 57% relataram pelo menos um motivo considerado como desinformação pelos profissionais da SBIm e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os mais comuns, nesta ordem, foram: “não achei a vacina necessária (31%)”; “medo de ter efeitos colaterais graves após tomar uma vacina (24%)”; “medo de contrair a doença que estava tentando prevenir com a vacina (18%)”; “por causa das notícias, histórias ou alertas que li on-line (9%) e “por causa dos alertas, notícias e histórias de líderes religiosos” (4%).

Douglas Santos, 19 anos, universitário, não se vacina desde os 5 anos de idade. Ele confessa que o maior motivo para não se vacinar é por ter visto reportagens de televisão que falam sobre vacinas conterem substâncias tóxicas causadoras de efeitos colaterais, e que podem originar outras doenças. “É uma questão de escolha. Sei da importância para a saúde e bem-estar, mas prefiro não arriscar a minha teoria. Caso um dia aconteça algo, vou arcar com as consequências”, declara.

Segundo Paula Sampaio, no Brasil e em outros países tem surgido um movimento antivacinas que é preocupante. “O que gostaríamos que acontecesse é um movimento contrário, com mais divulgação de qualidade, com aprofundamento específico necessário para continuar conscientizando a população de grandes benefícios que uma imunização pode trazer”, afirma.

“Como qualquer medicamento, não estamos livres de uma reação. Não vacinar o filho e ele ficar com uma meningite ou ter uma pneumonia grave e sofrer sequelas é tão ou mais grave do que expor à vacinação”, reitera a oncologista.

Para combater as fakes news, o Ministério da Saúde está disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. Será um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.

Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61)99289-4640.

Por Amanda Martins.

 

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A Marcha Pelos Raros, que existe há seis anos, tem como objetivo alertar a população para os direitos das pessoas com doenças raras. Realizado na praça Batista Campos, em Belém, no último sábado (29), pelo Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) em parceria com a Associação Paraense de Síndrome de Williams e Outras Doenças Raras, o evento contou com o apoio da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado Pará (Alepa), UNAMA - Universidade da Amazônia, entre outros.

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Segundo Lígia Lopez, presidente da Associação e assistente social da Comissão de Saúde da Alepa, o objetivo da marcha é mostrar que os pacientes com doenças raras têm vozes. “Não adianta dizer que existe inclusão social, acessível e sem preconceito, se você não olha para seu próximo com carinho”, explicou Lígia. 

Para Simone dos Santos, que tem uma filha diagnosticada com síndrome rara, é um privilégio ter uma filha especial. “As alegrias que ela me dá são maiores que qualquer dificuldade que já passamos”, disse. Simone ressalta que o governo deve prestar mais cuidados às criança, não só as raras, mas todas. “Devido não ter recursos necessários na cidade em que moramos, temos que nos locomover”, explicou a mãe.

Segundo Raimundo Ferreira, que possui uma doença rara mas ainda não tem diagnóstico fechado, aos poucos estão sendo quebradas as barreiras do preconceito social. “Quero mais respeito pela parte da população e conquista de espaço, onde possamos ser acolhidos”, disse.

Jaques Neves, médico e presidente da Comissão de Saúde da Alepa, destaca que a maioria dos tratamentos para esses pacientes é de altíssima complexidade, e o Governo Federal dispõe desses tratamentos, mas o custo de um paciente pode chegar a mais de R$ 1 milhão por ano. “A maioria desses pacientes tem tratamentos caros, muitas medicações vêm de fora. E só com ordem judicial o Ministério da Saúde consegue liberar algumas medicações”, explicou. 

Lorena Falcão, professora de nutrição da UNAMA, recebeu o convite para apoiar o evento pelo primeiro ano. “Estou honrada em participar de um evento em que a proposta é sensibilizar e conscientizar sobre o público que possui doenças desconhecidas, e que deveriam ter um olhar mais atencioso da sociedade e do poder público”, disse a professora.

Segundo a presidente da Associação, a maioria dos tratamentos dessas doenças são feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas alguns exames realizados são de alto custo e muitas famílias não têm condições. “O Estado tem que ter a responsabilidade de arcar com o tratamento desses pacientes. Tendo em vista o fechamento do diagnóstico dessas doenças”, afirmou Lígia.

Por Quezia Dias.

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que em 2019 foram registrados 89 casos confirmados de sarampo, doença que já tinha sido erradicada no Brasil. A dengue, outra doença infecciosa que preocupa as autoriodades de sáude, teve 103 casos confirmados.

Para a médica infectologista Tânia Chaves, a vacinação é o melhor remédio contra o sarampo. “Estamos em plena campanha de vacinação para pessoas na faixa etária entre 3 e 29 anos, com o objetivo de atualização do calendário vacinal”, lembra Tânia.

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Segundo a médica, existem vários fatores que contribuem para a epidemia de sarampo. Um deles é a facilidade das viagens, da circulação de pessoas. “Este vírus tem uma das maiores taxas de ataque (capacidade de transmissibilidade) e de conferir formas graves”, explicou a infectologista. Ela ressaltou que o outro fator determinante para o reaparecimento do sarampo são as baixas taxas de cobertura vacinal no mundo todo.

A dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus, que são vírus transmitidos por picadas de insetos. O transmissor é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar.

Os principais sintomas são febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Segundo a infectologista Tânia, todos os tipos virais de dengue, como 1, 2, 3, 4, podem evoluir para formas graves e complicadas, incluindo as hemorrágicas.

“Para as doenças virais respiratórias, para as quais ainda não há vacinas, todos  devem praticar a etiqueta respiratória: cobrir a face ao espirrar ou tossir, com lenço de papel e descartá-lo, ou cobrir com o cotovelo. Não levar as mãos aos olhos, boca e nariz. Higienizar as mãos com água e sabão por 20 segundos, cada vez que for ao banheiro, antes de se alimentar e ao tossir e espirrar. Usar álcool em gel 70%. Evitar viajar doente, evitar o contato com pessoas doentes”, explicou Tânia.

Covid-19

Segundo o Ministério da Saúde, o Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, apresenta-se com o quadro de infecções respiratórias. O novo agente do Covid-19 (SARS-CoV-2) foi identificado pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China, em pessoas expostas em um mercado de frutos do mar e de animais vivos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, o surto como sendo uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). No Brasil ainda não foi registrado nenhum caso.

Segundo a médica infectologista Tânia Chaves, o fato da Organização Mundial de Saúde ter declarado o COVID-19 como uma Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional já é o suficiente para o mundo inteiro estar em alerta e os países se prepararem para conter a entrada do vírus em seus países.

A médica disse ainda que todos têm o importante papel de não compartilhar as fake news sobre a nova doença, ou qualquer outro tema. “Na era digital sejamos mais espertos que os disseminadores de notícias falsas. Elas só disseminam o pânico. Procure ler informações nas fontes oficiais das autoridades de saúde pública no país e no mundo, como a Organização Mundial de Saúde, e páginas oficiais das sociedades científicas de infectologia, SBI, por exemplo”, finalizou.

 

 

 

Superlotação, pombas, falta de banheiros e lavanderias, percevejos em colchões estão entre os problemas encontrados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo em abrigos de moradores de rua na capital paulista. O relatório, elaborado em dezembro de 2019, cobra da Prefeitura o aumento do efetivo de funcionários para os alojamentos, além de investimentos nas medidas socioeducativas.

Segundo o documento, o colegiado de vereadores visitou oito equipamentos de acolhimento para adultos em situação de rua conveniados com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social em 2019.

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As visitas se deram entre junho e novembro, e não foram divulgadas previamente.

A indicação de seis locais das diligências veio do Fórum da Cidade da População em Situação de Rua de São Paulo. Outras duas partiram de denúncias ao gabinete do vereador Eduardo Suplicy (PT).

A Prefeitura de São Paulo afirma que 'a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) recebeu e está analisando os apontamentos da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania'. "Destaca-se que o atendimento a essa parcela da população exige atendimento multidisciplinar e a coparticipação de todas as esferas de governo".

Superlotação

Segundo o documento, o 'problema mais recorrente nas visitas foi a quantidade de pessoas por serviço e por quarto. "Tem equipamento, como o CTA Brigadeiro Galvão, que chega a ter 190 pessoas no mesmo quarto. Nos Complexos, chega-se a ter mais de 1.000 pessoas. Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, os Centros de Acolhida possuem um limite máximo de 50 (cinquenta) pessoas por unidade e de 4 (quatro) pessoas por quarto".

O colegiado conclui: "Sabemos que, para a realidade da cidade de São Paulo - em que se estima ter entre 20 mil e 30 mil pessoas em situação de rua, dificilmente essa resolução será cumprida. Entretanto, ter 1.210 pessoas acolhidas no mesmo espaço é um número extremamente superior ao limite de 50 usuários por serviço".

De acordo com os vereadores, 'no geral, nesses serviços com muitas pessoas por quarto, são comuns os relatos de presença de percevejos, as chamadas muquiranas, nos colchões'. "A propagação de doenças também é mais rápida e com alta frequência".

Pombos e percevejos

O relatório dá conta de que a 'alta concentração de leitos por quarto implica na falta de privacidade, na segurança dos conviventes e nos problemas de convivência entre eles, principalmente entre os que estão em vaga fixa e os que estão em vaga de pernoite'.

"Dentre os serviços visitados, alguns funcionam em estruturas do tipo galpão que, segundo relatos dos conviventes, acarretam em uma alta quantidade de pombos e em calor excessivo. Muitas vezes, a quantidade de ventiladores é insuficiente. Além disso, a quantidade de banheiros também costuma estar aquém nesses serviços maiores. Foram comuns os relatos de filas enormes para utilização de vasos sanitários e de chuveiros", diz a comissão.

O colegiado ainda afirma que 'outro ponto recorrente é a ausência de funcionários de operacional no período noturno'.

"Em alguns serviços chega a ter operacional noturno, mas em uma quantidade muito menor do que no período diurno. Isso compromete muito a higiene do serviço, principalmente dos banheiros, já que, na maioria dos serviços, a quantidade de conviventes à noite é muito superior do que no período do dia Problemas na lavanderia como baixa quantidade de máquinas de lavar ou acesso também apareceram com frequência". Em um deles, não há lavanderia.

Os vereadores revelam que foram frequentes 'os relatos de que as atividades socioeducativas, culturais e de formação para o mundo do trabalho ocorrem somente para os conviventes 24h'. "Quem se encontra em vagas 16h tem pouco acesso a essas atividades. Por parte dos funcionários, é comum nos serviços mais antigos o relato da dificuldade

em conseguir móveis novos, como, por exemplo, armários para bagageiros, beliches e colchões".

Os parlamentares fizeram uma lista com sugestões de melhorias. Confira:

> Transformação de vagas de pernoite em vagas fixas, deixando apenas uma pequena porcentagem de vagas nos serviços para pernoite;

> Substituição gradual dos serviços com alta quantidade de vagas para serviços menores, com baixa quantidade de conviventes;

> Substituição gradual dos serviços que funcionam em galpões para edifícios mais estruturados. Enquanto não for possível, fazer reforma ou reparos para colocação de forros nos galpões, evitando assim pombos e outros bichos. Além disso, incluir divisórias para melhorar a privacidade dos conviventes;

> Na abertura de novos serviços, não utilizar estruturas do tipo galpão e dividir ao máximo a quantidade de leitos por quarto;

> Aumento do número de assistentes sociais nos serviços, limitando a quantidade de conviventes por assistente social;

> Aumento do número de funcionários operacionais no período noturno;

> Aumento das atividades socioeducativas para as vagas 16h e flexibilização no horário de entrada e saída do equipamento;

> Instalação de lavanderias em serviços que ainda não há e aumento do número de máquinas de lavar naqueles em que foram verificadas baixas quantidades;

> Instalação e reformas dos bagageiros nos serviços;

> Estabelecimento de prazo para resposta das demandas dos serviços na substituição de móveis, como, por exemplo, novos colchões, beliches, armários etc;

> Aumento dos serviços do tipo porta de saída como Autonomia em Foco e Repúblicas;

> Parcerias com a Secretaria de Habitação (SEHAB) para a criação de mais vagas no Programa de Locação Social para pessoas em situação de rua, garantindo assim a saída digna da situação de rua.

COM A PALAVRA, PREFEITURA DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo informa que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) recebeu e está analisando os apontamentos da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Destaca-se que o atendimento a essa parcela da população exige atendimento multidisciplinar e a coparticipação de todas as esferas de governo. Após a divulgação dos resultados da primeira etapa do Censo 2019, a Prefeitura de São Paulo anunciou um pacote de medidas que contemplam ações integradas entre diversas áreas: Assistência Social, Direitos Humanos, Saúde, Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Subprefeituras, Habitação, Educação, Cultura. (os detalhes estão no link: http://www.capital.sp.gov.br/noticia/prefeitura-de-sao-paulo-divulga-cen...).

Entre eles está um Plano de Trabalho da SMADS para aprimorar os atendimentos e serviços da rede de acolhimento para pessoas em situação de rua, adequando às necessidades apresentadas pela população, para fortalecer a saída qualificada e maior conquista de autonomia. O plano é pautado em um diagnóstico sobre os usuários dos serviços de acolhimento da SMADS, adequações da infraestrutura, contratação de profissionais e aumento de oficinas e atividades com os usuários, além de fortalecer os trabalhos intersecretariais.

A SMADS possui 136 serviços específicos para população em situação de rua. Destes, 90 são voltados ao acolhimento com 17,2 mil vagas. Entre os serviços estão os Centros de Acolhida 16 e 24h, Centros de Acolhida Especiais, Repúblicas, entre outros.

Acrescenta-se que a rede socioassistencial é regulamentada pela portaria nº 46/SMADS/2010, aprovada pelo Conselho Municipal de Assistência Social, que define as diretrizes e parâmetros dos serviços da assistência social da cidade de São Paulo. A tipificação municipal indica os objetivos, o quadro de recursos humanos, a caracterização dos serviços, funcionamento, forma de acesso, objetivos, provisões institucionais, físicas e materiais, o trabalho social e socioeducativo necessários à operacionalização dos serviços de acordo com a quantidade de usuários. Vale destacar que o quadro de recursos humanos dos Centros de Acolhida é proporcional a capacidade que será definida no lançamento do edital.

Importante reforçar que a SMADS está sempre à disposição para receber sugestões e reclamações sobre a Rede de Assistência Social pelos canais adequados, que são importantes meios de aperfeiçoar o trabalho desempenhado. As situações de denúncias são apuradas para que as providências sejam tomadas e os serviços possam ser otimizados. As contribuições podem ser efetuadas pela ouvidoria da Prefeitura de São Paulo, por seus diferentes canais, ou pelo telefone 156.

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