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O governo brasileiro recebeu "com grande pesar" a notícia da morte do ex-presidente do Uruguai Tabaré Vázquez. "O governo brasileiro transmite ao povo-irmão do Uruguai e aos familiares do ex-presidente as suas profundas condolências", declarou, em nota, o Ministério das Relações Exteriores.

O político uruguaio faleceu na madrugada deste domingo, 6, aos 80 anos, em Montevidéu, devido um câncer de pulmão detectado em agosto de 2019. A informação foi dada pelo seu partido, Frente Ampla, no Twitter.

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Vázquez foi o primeiro presidente de esquerda do país, posto que ocupou entre 2005 e 2010 e entre 2015 e 2020. Ele deixou o cargo de presidente em março deste ano, quando foi substituído por Luis Lacalle Pou, do Partido Liberal, vencedor das eleições do ano passado.

O Ministério das Relações Exteriores censurou a reação da embaixada chinesa a declarações contrárias ao país asiático feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A chancelaria brasileira disse que a atitude "ofensiva" e "desrespeitosa" da China cria "fricções desnecessárias" e prejudica a boa relação entre os países. Nas redes sociais, o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro vinculou o governo chinês à "espionagem" por meio da tecnologia 5G, o que provocou protestos dos chineses.

"Não é apropriado aos agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil tratarem dos assuntos da relação Brasil-China através das redes sociais. Os canais diplomáticos estão abertos e devem ser utilizados. O tratamento de temas de interesse comum por parte de agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil através das redes sociais não é construtivo, cria fricções completamente desnecessárias e apenas serve aos interesses daqueles que porventura não desejem promover as boas relações entre o Brasil e a China", diz o Itamaraty, em comunicado por escrito à embaixada.

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"O tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso da referida 'Declaração' prejudica a imagem da China junto à opinião pública brasileira".

O ofício do Departamento de China do Itamaraty, datado dessa quarta-feira (25), foi divulgado pelo canal CNN Brasil e confirmado pelo Estadão. A chamada "nota diplomática" é uma manifestação forma do governo brasilerio à embaixada. Procurado, o Ministério das Relações Exteriores não comentou o teor.

O Departamento de China disse que as relações sino-brasileiras são mutuamente benéficas, densas e maduras e "não dependem do encaminhamento de um único tema". "Desrespeitar a diversidade de pensamento e opinião existente no Brasil não contribui para o avanço das relações", escreveram os diplomatas, numa carta com indiretas a Pequim.

Em publicação feita na noite de segunda-feira (23), - e apagada no dia seguinte, Eduardo Bolsonaro fez menção à adesão simbólica do Brasil à Clean Network (Rede Limpa), iniciativa diplomática do governo Donald Trump para tentar frear o avanço de empresas chinesas no mercado global de 5G. Ele celebrou o fato como um sinal de que o Brasil "se afasta da tecnologia da China".

Para a diplomacia chinesa, o parlamentar "solapou" a relação amistosa entre os países com declarações "infames", e o Brasil poderá "arcar com consequências negativas". Na declaração de seu porta-voz, os chineses disseram que Eduardo agia orientado pela extrema-direita norte-americana e que essa retórica discrimina o país.

O Itamaraty pediu respeito às "decisões soberanas sobre temas de interesse estratégico" do governo Jair Bolsonaro. O Brasil anunciou recentemente apoio aos princípios do programa Rede Limpa (Clean Network, em inglês), do governo Donald Trump, criado para banir das redes de telecomunicação fornecedores de tecnologia chineses, como a Huawei. A adesão foi celebrada pela Casa Branca como a primeira na América Latina, embora ao menos publicamente o Brasil não tenha se comprometido a excluir por completo empresas chinesas.

O MRE também reclamou sobre o fato de a China ter abordado a relação entre Brasil e Estados Unidos. "É altamente inadequado que a Embaixada da República Popular da China se pronuncie sobre as relações do Brasil com terceiros países, tendo presente que a Embaixada do Brasil em Pequim não se pronuncia sobre as relações da República Popular da China com terceiros países."

O Itamaraty confirmou ter recebido as "preocupações" da China sobre declarações de Eduardo, tratado apenas como "um deputado federal brasileiro". Disse que elas "serão tratadas da maneira apropriada".

Segunda vez

Foi a segunda vez que o Itamaraty repreendeu a diplomacia chinesa em Brasília por crises provocadas por manifestações de Eduardo nas redes sociais, respondidas da mesma forma por Pequim. Em março, o chanceler Ernesto Araújo saiu em defesa do deputado e disse pelo Twitter que o embaixador Yang Wanming "feria a boa prática diplomática" ao rebater de forma "desproporcional" o parlamentar. Ele se dispôs a promover o entendimento entre ambos. Eduardo Bolsonaro havia dito que o governo comunista da China era culpado pela propagação do novo coronavírus e omitia dados da pandemia. O embaixador, então, se disse ofendido, pediu retratação e afirmou que Eduardo contraíra um "vírus mental" em viagem a Miami, na Flórida.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, Eduardo Bolsonaro é um entusiasta do chefe da chancelaria e influente na política externa bolsonarista pró-Estados Unidos. Ele passou a ser alvo de pedido de destituição do cargo depois da nova crise com a China.

Apesar da censura, o próprio chanceler Ernesto Araújo utiliza-se de redes sociais para manifestar posições da política externa nacional, assim como o presidente Bolsonaro. Como o Estadão mostrou em abril, o embaixador Yang Wanming é um dos mais influentes no Twitter entre todo o corpo diplomático chinês, que aderiu às redes ocidentais - proibidas na China - por uma diretriz do presidente Xi Jinping e do Partido Comunista. A contra ofensiva começou justamente para conter a propagação de ideias anti-China nos Estados Unidos durante o governo Donald Trump.

Em nota publicada pelo Itamaraty, o governo brasileiro parabenizou o novo presidente da Bolívia, Luis Arce, pela vitória nas urnas. O resultado oficial da eleição foi confirmado na manhã desta sexta-feira (23) e o pronunciamento do Brasil foi anunciado por volta das 23h. Todos os outros quatro países que fazem fronteira com a Bolívia já tinham parabenizado o candidato do Movimento Para o Socialismo (MAS) no início da semana, já que projeções feitas na segunda-feira o apontavam como vencedor.

Na nota, o Brasil parabenizou a Bolívia pela eleição "em clima de tranquilidade e harmonia". Também ressaltou a participação da OEA, do Parlasul, da União Europeia, das Nações Unidas, da Uniore e do Instituto Carter Center no processo, afirmando que esses órgãos contribuíram para "afiançar a legitimidade e transparência do pleito e garantir que fosse respeitado o desejo soberano do povo boliviano na escolha de seus dirigentes".

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Por fim, o governo de Jair Bolsonaro disse estar disposto a trabalhar para implementar "iniciativas de interesse comum" com o país vizinho.

O governo Jair Bolsonaro declarou como "persona non grata" diplomatas venezuelanos que representam o governo Nicolás Maduro no Brasil. O Itamaraty afirmou que comunicou nesta sexta-feira, 4, ao corpo diplomático, consular e administrativo da Venezuela que eles deixaram de ser bem-vindos no País. Na prática, os funcionários de Maduro podem permanecer no Brasil, mas perdem o status diplomático ou consular, além de imunidades e privilégios garantidos internacionalmente.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que o status de "persona non grata" não equivale à expulsão ou qualquer outra medida de retirada compulsória dos venezuelanos do território nacional". O Itamaraty argumenta que tem como prerrogativa usar da declaração "para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo como tal em seu território". A pasta diz que, com isso, a Venezuela tem a prerrogativa de retirá-los do Brasil.

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A decisão do governo ocorre depois de o governo Maduro cobrar publicamente uma resposta a pedidos de trégua e cooperação em ações humanitárias e de saúde por causa da pandemia do novo coronavírus. Recentemente, o cônsul venezuelano em Boa Vista (RR) foi infectado e morreu em complicações decorrentes da covid-19, depois de transferido ao país vizinho.

A declaração é mais um sinal de hostilidade de Bolsonaro ao regime chavista. O governo considera Maduro "ilegítimo" e reconhece o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó, como presidente encarregado da Venezuela.

O Brasil já havia decidido fechar a embaixada em Caracas, além das repartições consulares na Venezuela. Brasileiros passaram a ser orientados a procurar apoio na Colômbia. Os diplomatas e funcionários brasileiros foram removidos de volta - e os contratados localmente, dispensados.

Há meses a embaixadora enviada por Guaidó a Brasília, Maria Teresa Belandria, cobrava do governo Bolsonaro uma ação mais incisiva contra os diplomatas enviados por Maduro. Parte deles estava com credenciais vencidas, mas o grupo controla a sede da embaixada na capital federal e consulados. Belandria despacha de um quarto de hotel. Ela se reuniu nesta sexta com embaixadores dos países do Grupo de Lima, criado em oposição ao regime bolivariano.

O Ministério das Relações Exteriores confirmou nesta quarta-feira, 5, que a Embaixada do Brasil em Beirute foi duramente atingida pelo impacto das duas explosões na terça-feira, 4, na região portuária, mesmo estando a representação localizada no centro da capital. Uma brasileira, a mulher de um adido de Defesa da embaixada, segundo o ministério, sofreu ferimentos, foi internada, mas passa bem.

Na terça-feira, duas explosões na região portuária de Beirute deixaram ao menos 100 mortos, milhares de feridos e um clima de consternação no Líbano, que já há meses passa por uma crise econômica sem precedentes em sua história recente. As autoridades do país disseram que um curto-circuito causou incêndio e explosão em um depósito de fogos e em outro onde estavam 2,7 mil toneladas de nitrato de amônia. Testemunhas no Chipre relataram ter sentido o impacto das explosões.

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Segundo o governo brasileiro, o impacto não causou danos estruturais ao prédio da representação, apesar da destruição. "De modo geral, as salas voltadas para o local da explosão foram mais afetadas, com janelas estilhaçadas, desabamento do forro do teto, mobília e computadores seriamente danificados. Por outro lado, salas e escritórios voltados para a cidade foram poupados. Os sistemas de comunicações, incluindo internet, eletricidade e água, funcionam normalmente. Garagem e veículos oficiais não foram afetados", esclareceu o Itamaraty ao Estadão.

A nota de esclarecimento do ministério explica que o Centro Cultural, localizado no Bairro de Achrafieh, próximo do porto, teve fachada, portas e janelas seriamente afetadas. Já o setor consular, situado em bairro mais distante, não sofreu danos substantivos.

A maioria dos membros do corpo diplomático, bem como da audiência, reside no Bairro de Achrafieh e arredores, seriamente afetados, em razão da proximidade com o porto, como explica o ministério. "Há relatos de janelas, mobília e paredes gravemente danificados."

Segundo o governo, vivem no Líbano cerca de 20 mil brasileiros, principalmente na região conhecida como Vale do Bekka. A equipe de trabalho da embaixada é formada por 53 pessoas, entre diplomatas, funcionários locais e militares. Na força especial da Marinha, que opera na missão da ONU no Líbano, a Unifil, servem aproximadamente 200 militares brasileiros.

Na terça-feira, a Marinha do Brasil esclareceu que todos os militares brasileiros da missão estavam bem. "A Fragata Independência encontra-se operando no mar, normalmente. O navio estava distante do local onde ocorreu a explosão", esclareceu a Marinha.

O embaixador do Brasil na França, Luis Fernando Serra, cancelou sua participação num evento de acadêmicos que fazem estudos sobre o Brasil, em Paris, após saber que o mesmo incluía na programação uma homenagem à vereadora Marielle Franco, executada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro em 2018. A revelação do fato levou o nome da vereadora aos temas mais comentados do Twitter neste sábado (18).

Segundo informações da coluna do jornalista Jamil Chade, as informações foram reveladas após parlamentares do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) solicitarem acesso aos telegramas internos, instruções e documentos do Itamaraty destinados a seus postos em outros países, para saber se há orientações de como tratar, internacionalmente, a morte da vereadora.

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Após a solicitação, o chanceler do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, foi obrigado a divulgar os documentos. Em 6 de agosto de 2019, o embaixador brasileiro Luis Fernando Serra indicou a realização do Congresso da Associação de Brasilianistas na Europa, reunindo cerca de 540 estudiosos do país no continente. “Convidado para assistir à cerimônia de encerramento do Congresso, fui informado de que o evento ocorrerá em local cedido pela prefeitura de Paris, com a presença da prefeita Anne Hidalgo (Partido Socialista)”, diz o embaixador em trecho de um telegrama oficial. 

Ele continua, explicando as homenagens que serão prestadas a Marielle e anunciando, em seguida, o cancelamento de sua participação e deixando claro que a homenagem é o motivo. Na ocasião, após a palestra final da conferência, deverá ser dada a palavra à prefeita para "prestar homenagem à brasileira Marielle Franco”. Na ocasião, a prefeita tornará pública a localização de jardim da capital francesa que receberá oficialmente o nome da vereadora brasileira. Ante o exposto, tomei a iniciativa de cancelar minha participação no referido evento", escreveu o embaixador.

A inauguração da praça francesa que leva o nome de Marielle foi feita em 22 setembro de 2019. No dia 26, um novo telegrama seria enviado de Paris ao Brasil informando que a diplomacia brasileira não foi convidada. A embaixada do Brasil não foi contatada ou convidada para a cerimônia de inauguração do Jardim Marielle Franco na capital da França", explicou Luis Fernando Serra.

Conflitos políticos internacionais

O embaixador brasileiro Luis Fernando Serra já havia se envolvido com temas ligados a Marielle em outra ocasião, e de uma forma conflituosa. No início de 2020, a senadora francesa Laurence Cohen, do Partido Comunista, que é também presidente do grupo interparlamentar de amizade França-Brasil, enviou uma carta à embaixada em Paris questionando o governo sobre as investigações relativas ao assassinato da vereadora. 

Um trecho da resposta recebida por ela foi publicado em seu Twitter no dia 3 de fevereiro. De forma agressiva, Luis Fernando Serra alegou “profunda consternação” diante dos questionamentos ao observar que “o assassinato de Celso Daniel e o ataque à vida de Bolsonaro não tiveram o mesmo eco na França que o assassinato de Marielle, que foi objeto até de mobilização na Assembleia Nacional”. 

Monitoramento e intimidação à imprensa estrangeira 

Os telegramas internos do Itamaraty entregue após pedido de parlamentares revelaram também que a diplomacia do Brasil monitora constantemente o que a imprensa estrangeira fala a respeito de Bolsonaro e sua ligação com o caso Marielle, chegando até a enviar notas de repúdio a redações de veículos de comunicação diante da publicação de matérias que considera inadequadas ou caluniosas. Um exemplo foi o do jornal sueco Dagens Nyheter, que segundo comunicação do Itamaraty, trazia "graves insinuações de vínculos do senhor presidente com facções criminosas do Rio supostamente envolvidas no crime", realizando uma “investida irresponsável e leviana” ao apontar que dois policiais envolvidos na morte de Marielle faziam parte do “esquadrão da morte - as chamadas milícias”, e “podem estar associadas ao presidente”, e apontar que um dos filhos de Bolsonaro, Flávio, “apoia as milícias do Rio”. 

"Tenciono enviar nova carta de repúdio ao referido periódico em que condenarei os ataques feitos à pessoa do presidente Jair Bolsonaro", escreveu o embaixador do Brasil no país, Nelson Antonio Tabajara de Oliveira.

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Mais de duas toneladas de materiais de combate ao coronavírus foram doadas pelo embaixador chinês Yang Wanming ao Brasil, na última quinta-feira. A cerimônia online contou com a presença de parlamentares e assessores do governo. A ausência do chanceler Ernesto Araújo, porém, provocou incômodo, especialmente por se tratar de um parceiro comercial importante para o País. Essa postura do chanceler tem desagradado a políticos aliados e a integrantes do próprio governo, que buscam convencer Jair Bolsonaro a desmontar um dos últimos bunkers ideológicos da sua gestão como saída para melhorar a péssima imagem que o mundo tem hoje do seu governo.

O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (PP-SP), não perdoou a falta de Araújo no encontro organizado há dois meses. O chanceler foi representado pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Ruy Pereira. "Apareceram três diplomatas. Um representando o Itamaraty; outro, o Ministério da Saúde e um terceiro, a Vice-Presidência. O senhor Ernesto Araújo não foi", contou Pinato, que participou da videoconferência. "Esse cara vai quebrar o País. A Europa e até Israel já o criticaram. Estamos sendo mal vistos na questão do meio ambiente e ele não tenta ajudar. Tem que buscar investimentos fora, botar esses embaixadores para trabalhar, mas ele só fica preso na parte ideológica."

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Em março, o chanceler já havia se envolvido em uma polêmica diplomática com o próprio Wanming, ao exigir retratação do embaixador, que publicou texto rebatendo declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O imbróglio ocorreu porque o filho do presidente acusou a China de ter omitido informações sobre a Covid-19. Wanming reagiu dizendo que Eduardo tinha contraído "vírus mental" ao voltar de Miami, nos Estados Unidos.

A falta de interlocução do Itamaraty com o parceiro chinês também ocorre com outro país asiático. Desde que recebeu as credenciais do presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, em 6 de abril, o embaixador do Irã no Brasil, Hossein Gharibi, já teve videoconferências com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o vice-presidente, Hamilton Mourão. Ainda não pediu encontro com Ernesto Araújo, devido à sintonia do chanceler com o olavismo-trumpismo.

Não faltou oportunidade. No dia 7 de junho, por exemplo, ele organizou uma festa para comemorar 60 anos de abertura da embaixada, a primeira representação estrangeira a se instalar em Brasília. O evento foi prestigiado apenas por políticos locais.

Nos bastidores, Mourão e Tereza Cristina são vistos como chanceleres paralelos. Tanto é assim que a ministra da Agricultura procurou o embaixador chinês na quarta-feira, assumindo uma interlocução direta para resolver o problema de frigoríficos que tiveram a venda suspensa para a China.

A pressão para a substituição do chanceler não é de hoje, mas se intensificou com a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação. A avaliação de parlamentares e da ala mais moderada do governo, que vê seu trabalho prejudicado pelas ações do Itamaraty, é que seria o momento oportuno para Bolsonaro se livrar dos representantes do olavismo.

Prestação de contas

Após o Estadão revelar o movimento na última semana, o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) respondeu assim a um internauta que o censurou por compartilhar a notícia. "Se eu estou dando crédito é porque estou em Brasília e sei que a história é verdadeira. Simples assim." Ciente da ameaça ao seu cargo, o chanceler solicitou a todas as chefias do Itamaraty, em caráter de urgência, a prestação de contas de sua gestão.

O embaixador Paulo Roberto de Almeida publicou em um site na internet que a urgência em preparar o relatório mostra a preocupação do ministro em não ser defenestrado. Almeida afirmou que, entre as "realizações" do chanceler, está a promoção de uma "revolução hierárquica e gerencial" no Itamaraty, que afastou dos postos de chefia experientes embaixadores, colocados sob as ordens de ministros de segunda classe. Procurado pela reportagem, o Itamaraty não se pronunciou.

Por enquanto, Bolsonaro ainda resiste em trocar o auxiliar. A empresa AP Exata, que analisa as redes sociais, identificou que parte dos eleitores do presidente o acusa de abandonar a pauta ideológica. Os que o escolheram apenas por rejeitar o PT, porém, acham que Ernesto prejudica as exportações do País e deve ser substituído.

Palestras

O ministro tem aberto as portas do Itamaraty para blogueiros que hoje são investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news. Allan dos Santos e Bernardo Küster, além de outros 16 ícones do olavismo, passaram a ocupar as mesas de debate da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), vinculada ao Itamaraty. Antes, o espaço só recebia diplomatas, acadêmicos e observadores com larga experiência em relações internacionais.

Nas palestras, os blogueiros apresentam visões positivas sobre o conservadorismo, o nacionalismo e os Estados Unidos.

Um dos investigados pelo STF, o youtuber Bernardo Küster chegou a prever em sua palestra que, em breve, os brasileiros passariam a comer morcegos, cachorros, pombos, gatos e até ratazanas, segundo ele, por falta do que comer, uma consequência do "comunismo".

Nos bastidores do Itamaraty, diplomatas demonstram constrangimento com o nível das discussões, consideradas "medíocres". A palestra de Allan dos Santos fez corar funcionários experientes. Santos chamou a atenção para uma "contradição" entre medidas de combate à pandemia do novo coronavírus e a política de imigração. E comparou o grupo de blogueiros bolsonaristas aos jornais alternativos de resistência ao regime militar.

Os blogueiros não receberam cachê da Funag. Os eventos fazem parte de um ciclo de seminários e conferências intitulado "A conjuntura internacional no pós-coronavírus". Na prática, quase não há debate, mas, sim, concordância entre os participantes, sem pluralidade. Um seminário sobre "globalismo", com participação do chanceler, será transformado em livro, editado também em inglês.

3 perguntas para...

Bernardo Küster, jornalista e youtuber

1.O que o senhor acha sobre o espaço aberto na Funag para conservadores?

Finalmente a diplomacia brasileira está dando voz à maioria da população brasileira, que é conservadora.

2.O sr. tem formação ou desempenha atividade de relações internacionais?

Estudei política internacional na Universidade de Ferrara (Unife), na Itália, e, como jornalista, produzo análises para colegas no exterior, para meu canal no YouTube e para o jornal Brasil Sem Medo (site de notícias criado por Olavo de Carvalho).

3.O senhor é citado no inquérito do STF sobre fake news. Tem alguma consideração a fazer?

Não tive acesso à íntegra do processo, o que cria uma série de embaraços na defesa e não me permite concluir do que sou supostamente acusado. Minha assessoria jurídica reputa ilegal e inconstitucional o inquérito. 

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, suspendeu o envio de notícias da imprensa brasileira aos diplomatas no exterior. Apenas as informações de veículos internacionais, que trabalham no Brasil, serão fornecidas.

O trabalho feito pela assessoria do Itamaraty auxiliava os diplomatas brasileiros com informações sobre o cotidiano do país. Segundo a apuração da Reuters, a decisão foi tomada pela insatisfação de Araújo com a cobertura da política externa do país, que é liderada pelo próprio ministro.

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A proibição veio após um artigo assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os ex-chanceleres Aloysio Nunes Ferreira, Celso Amorim, Celso Lafer, Francisco Rezek e José Serra, o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero e o ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Hussein Kalou.

O grupo se mostrou preocupação com o “desmoronamento da credibilidade externa, perdas de mercados e fuga de investimentos" e a “sistemática violação pela atual política externa dos princípios orientadores das relações internacionais do Brasil”. A aparente subserviência aos Estados Unidos também foi criticada.

No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) suspendeu a assinatura da Folha de S. Paulo - jornal com maior circulação no país. Depois, o gabinete do ministro ordenou a assinatura de sites que apoiam o mandatário.

Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira chegaram ao Brasil após resgatar 66 brasileiros que se encontravam retidos em Cuzco, no Peru, segundo informou a assessoria de comunicação dos ministérios da Defesa e de Relações Exteriores - órgãos que coordenaram a ação - na noite desta quarta-feira (25).

Nesta tarde, a primeira parada foi em Porto Velho (RO) para cumprir pouso técnico, sem desembarque de passageiros, e seguiram para São Paulo.

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"O governo brasileiro, por meio da rede diplomática e consular do Itamaraty, segue acompanhando a situação dos viajantes brasileiros no exterior e está trabalhando para permitir a repatriação de todos", diz a nota.

O Itamaraty afirmou nesta quarta-feira, 18, que acompanha com atenção a situação de turistas brasileiros que enfrentam dificuldades para retornar ao País diante da crise pandêmica do novo coronavírus. De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, são milhares de pessoas nessa situação após países de diferentes regiões decidirem restringir ou fechar por completo a circulação dentro e fora de seus territórios. Os principais pontos de atenção estão no Peru, Marrocos e Vietnã.

"O Itamaraty acompanha com atenção a situação de turistas brasileiros no Peru, Marrocos, Vietnã, entre outros países. Por meio das embaixadas, estão sendo feitas gestões junto a autoridades locais, para o pronto regresso de brasileiros", disse o Itamaraty pelo Twitter.

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"As embaixadas e repartições consulares do Brasil estão mobilizadas na assistência aos brasileiros que se encontrem no exterior e enfrentem dificuldades de regresso ao Brasil em função de restrições dos governos locais relacionadas ao coronavírus", informou a pasta em outra publicação.

Como revelou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, as companhias aéreas Gol e TAM entraram em acordo hoje com o governo para transportar os quase 4 mil turistas brasileiros que estão presos no Peru. O país vizinho fechou as fronteiras para conter o avanço do coronavírus. As tratativas têm sido acompanhadas pela Embaixada do Brasil em Lima.

Aos brasileiros que estão no exterior, o Itamaraty recomenda que sigam as orientações das autoridades de saúde locais, além das medidas de prevenção e controle para a infecção do novo coronavírus.

O que deveria ser uma viagem dos sonhos, repleta de boas recordações e novas experiências, acabou virando um verdadeiro pesadelo para quatro pernambucanos. De férias no Peru, desde o dia 2 de março, eles foram obrigados a interromper toda a programação de lazer, após o presidente Martín Vizcarra decretar estado de emergência no país, por conta do novo coronavírus. Sem conseguir chegar a capital Lima e sem informações e providências definitivas vindas Governo Federal, os rapazes, que têm entre 28 e 32 anos, seguem proibidos de sair da cidade de Cusco. A reportagem do Leiajá teve contato com um dos brasileiros e traz o relato exclusivo de como está a situação deles no Peru.

“Nós chegamos dia 11 (de março), quando ainda só tinham 30 casos de infectados confirmados (no Peru). Ocorre que, no dia 15, ao meio-dia, o número de infectados subiu para 72 e às 20h o presidente decretou o estado de emergência", conta Emanuel Gonçalves, um dos quatro jovens pernambucanos que está em viagem de férias ao país latino-americano. Ele relata que, após o comunicado do regente, as pessoas informaram que tudo funcionaria normalmente. “No entanto, quando amanheceu, já haviam suspendidos alguns serviços e tivemos que voltar às pressas para Cusco. Nós estávamos em Águas Calientes”, conta.

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De lá para cá as coisas pioraram. Apesar dos primeiros momentos parecerem calmos, as restrições aumentaram em pouquíssimo tempo. “Quando chegamos aqui em Cusco, na segunda (16), tudo parecia normal. Só a presença policial havia se intensificado. Mas tinha muita gente na rua. Todo mundo comprando suprimentos. Muita gente com sacola na mão”, conta Emanuel. “Na Praça de Armas, perto de onde estávamos hospedados, a presença policial era muito forte, e já estavam controlando o fluxo de pessoas, fazendo com que a gente evitasse passar por lá”, diz. 

Natural de São José do Belmonte, cidade do Sertão pernambucano que inspirou o conto de Ariano Suassuna "A Pedra do Reino", Emanuel relata que agora não é possível sair do hostel que está hospedado com outros três amigos. Renan Albuquerque e Amos Rodrigues, do Recife, e José Hélio, natural de Caruaru, seguem isolados com o amigo, aguardando as autoridades brasileiras anunciarem medidas para a retirada dos turistas. “A embaixada brasileira tem sido genérica. As respostas apresentadas são do tipo ‘aguarde e siga a orientação do governo peruano’”, lamenta Emanuel. Três são funcionários do Ministério Público de Pernambuco e um dos rapazes trabalha para o Tribunal de Justiça do estado.

Ruas vazias e multas para quem sair do isolamento

Onde antes haviam moradores e turistas, hoje, só há patrulhas para impedir a população de aumentar o contágio do COVID-19.  “Ontem, saímos do hostel para comprar água e comida, haviam algumas pessoas na rua e muitos policiais. Fomos parados pelo menos três vezes pela polícia que nos orientou a voltar pro hostel e não sair em hipótese alguma”, conta o servidor. “Os policiais informaram que se fôssemos encontrados na rua novamente poderíamos ser detidos e o hostel multado. A saída para compra de suprimentos deveria ser feita pelos administradores do hostel e não por nós”, diz.

A falta do direito de ir e vir não é o único problema enfrentado pelo grupo. Com a passagem de volta marcada para esta quarta-feira (18), mas sem poder embarcar de volta para casa, os pernambucanos seguem assustados também com a falta de programação financeira para esticar a viagem. “Mercados e farmácias estão abertos. A questão é o preço. Como não estávamos programados para ficar mais 15 dias aqui a situação se complica. Temos que pagar hostel, comida e o novo sol custa mais que o real. Felizmente o comércio não apresentou comportamento abusivo, elevando os preços, mas as coisas aqui já são normalmente mais caras. Uma cartela de anti-inflamatório, por exemplo, pode custar 45 soles (cerca de R$ 64)”, explica Emanuel.

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“Parece que nossas vidas não importam muito”

Mesmo negociando com as companhias aéreas muitos turistas não conseguem sair das cidades adjacentes por cancelamentos de transportes locais, como é o caso dos quatro pernambucanos. “Quando soubemos do decreto entramos em contato com a Gol que remarcou o voo pra dia 20, de Lima. Mas a Sky cancelou todos os voos interprovinciais”, relata o turista brasileiro, ressaltando que a falta de atitude do Governo Federal para o resgate é a parte mais decepcionante da viagem.

“A frustração maior agora é a falta de informação da embaixada. Para gente, aparenta uma falta de compromisso do governo brasileiro com seu povo. México, EUA, Argentina e Israel já enviaram aviões para resgatar seus cidadãos. O Brasil está negociando com as companhias aéreas ainda. Parece que nossas vidas não importam muito. A questão financeira dos custos do nosso traslado parece ser mais importantes”, lamenta.

O que diz a embaixada

Em nota, o Itamaraty informou que a embaixada brasileira em Lima solicitou ao Ministério das Relações Exteriores do Peru esclarecimentos sobre autorizações e procedimentos para saída do território peruano por via terrestre com veículos particulares, mas ainda não há resposta do governo peruano. Entre as medidas divulgadas pelo Itamaraty estão a realização de contatos junto a companhias aéreas para viabilizar voos de retorno ao Brasil, prestação de assistência a brasileiros em situação de comprovado desvalimento, entre outras.

Para brasileiros que enfrentam situações de emergência as orientações são o envio de e-mail para a Embaixada (consular.lima@itamaraty.gov.br) ou realização do contato por meio da página oficial do órgão no Facebook. Situações emergenciais poderão ser tratadas por telefone nos números de plantão consular +51 985 039 263 e +51 985 039 253, preferencialmente por mensagens via WhatsApp, sendo classificadas a partir de acidente, morte, doenças graves, detenção no aeroporto, desaparecimento, prisão, violência doméstica, sequestros e casos similares. Para outros, infelizmente, a recomendação é esperar.

O Ministério das Relações Exteriores informou ontem que foi oficialmente comunicado pelo governo do presidente Donald Trump sobre o envio ao México de cidadãos do Brasil detidos na fronteira. Em nota, o Itamaraty confirmou que as autoridades americanas passaram a aplicar aos brasileiros o "Protocolo de Proteção ao Migrante (MPP)".

"O consulado (do Brasil na Cidade do México) não relatou pedido de assistência por parte dos brasileiros enviados a Ciudad Juárez. Trata-se de brasileiros que ingressaram regularmente no México e poderão permanecer em território mexicano pelo tempo estabelecido pela legislação mexicana", afirmou o Itamaraty, em nota.

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A diretora e cofundadora do ONG Grupo Mulheres Brasileiras, Heloísa Galvão, disse ontem ao jornal O Estado de S. Paulo ter conversado com ONGs do México que recebem os imigrantes brasileiros que têm chegado em Ciudad Juárez, recordista de feminicídios no México. "A cidade é conhecida como a que mais mata mulher no mundo. Imagina as mulheres brasileiras lá? Com crianças pequenas?", disse Heloísa.

Críticas

De acordo com a ativista, cuja ONG presta assistência a imigrantes, essas famílias de brasileiros estão correndo vários riscos. Primeiro, na travessia para os EUA, na própria prisão americana e, depois, quando são mandadas para o México, para aguardar o julgamento de seu pedido de asilo.

"Qualquer pessoa que seja mandada para Ciudad Juárez tem um preço na cabeça, porque é assim que funciona lá. Se os mexicanos já são mortos, imagine os brasileiros. Vai aumentar o índice de criminalidade, de exploração, de morte, de abuso."

Heloísa se queixa de que o Brasil esteja priorizando uma relação com o governo americano às custas do bem-estar dos brasileiros. "Nunca vi isso na política externa brasileira. Nunca vi outro país defender um outro governo estrangeiro em vez de defender seus cidadãos." (Colaborou Felipe Frazão)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, anunciou por sua conta no Twitter que o Brasil decidiu suspender sua participação da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac).

“A Celac não vinha tendo resultados na defesa da democracia ou em qualquer área. Ao contrário, dava palco regimes não-democráticos como os da Venezuela, Cuba, Nicarágua”, afirmou o titular do Itamaraty na rede social. O ministro também ressaltou que o Brasil tem a determinação de trabalhar com todas as democracias da região.

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A Celac é um bloco regional criado em 2010 na Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe, em Playa del Carmen, cidade do México. Já o Prosul foi formado em março deste ano a partir da assinatura da Declaração de Santiago e conta com a participação de oito países: Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru.

 

Antes da nota oficial do Ministério das Relações Exteriores (MRE) de apoio do Brasil aos Estados Unidos diante dos conflitos do país com o Irã, divulgada no dia 3 de janeiro, um primeiro posicionamento de cunho mais duro foi elaborado pelo Itamaraty, mas não foi divulgado. 

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, o texto comentava sobre a morte do general iraniano Qassim Soleimani e ainda acusava o Irã de ter patrocinado os atentados terroristas em Buenos Aires (ARG) na década de 1990.

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De acordo com o jornal, a nota veiculada teve um tom abaixo do texto original porque foi amenizada por auxiliares de Bolsonaro, do ministério da Defesa, que decidiram resumir o posicionamento em defesa da luta “contra o flagelo do terrorismo”, referindo-se ao Irã.

Mesmo tendo "suavizado" o texto, o comunicado do ministro Ernesto Araújo foi reprovado pela diplomacia do Irã, que cobrou explicações do Brasil com relação a manifestação de apoio aos EUA. 

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, demonstrou apoio ao ministério das Relações Exteriores, pasta que tem sido alvo de críticas após emitir nota favorável à atuação dos Estados Unidos no conflito com o Irã. Em sua conta no Twitter, Lorenzoni postou um vídeo destacando feitos do Itamaraty e ainda afirmou que o Brasil é um país que respeita a liberdade.

"Não tem mais dinheiro pra ditadura e tiranete, o Brasil é um país que respeita a liberdade. Nossas relações são com as nações mais desenvolvidas do mundo, voltamos a ser protagonistas. Respeito resgatado, o mundo nos enxerga com outros olhos", escreveu o ministro.

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A nota emitida pelo Itamaraty sobre a tensão entre EUA e Irã provocou reação do governo iraniano, que convocou a representante brasileira em Teerã na última segunda-feira (6). O teor da conversa foi mantido em sigilo. Após reunião na terça-feira (7), com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reforçou que a posição do Brasil é a mesma da nota publicada. "A nota do Itamaraty já foi dada. A nossa posição é essa", disse Azevedo e Silva.

Os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa afirmaram, por meio de nota, que os cinco militares venezuelanos localizados em Roraima na última quinta-feira (26) vão iniciar os procedimentos para solicitação de refúgio no Brasil, "a exemplo de outros militares venezuelanos em situação similar".

Segundo a nota, os militares venezuelanos foram localizados durante patrulhamento de rotina na fronteira. Eles foram recebidos hoje pela força-tarefa da Operação Acolhida, que presta serviço aos imigrantes na fronteira com o Brasil.

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Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, disse no Twitter que já havia iniciado os "trâmites diplomáticos necessários com a finalidade de solicitar e facilitar a entrega deste grupo de cidadãos."

No comunicado, o governo da Venezuela "saúda a oportuna ação das Forças de Segurança do Brasil" e acusa o grupo de ter participado de um assalto armado ao 513º Batalhão de Infantaria de Selva Mariano Montilla, no dia 22 de dezembro, quando foram roubados 120 fuzis de assalto e nove lança-foguetes. Na ação, um cabo da Guarda Nacional do país morreu.

O governo venezuelano voltou na segunda-feira, 23, a vincular o Brasil com o ataque a um batalhão no sul da Venezuela para, segundo o chavismo, desencadear um incidente que justificasse uma intervenção militar dos Estados Unidos. O Brasil nega qualquer envolvimento, mas a fiscalização na cidade fronteiriça de Pacaraima foi reforçada.

Sem apresentar qualquer prova, o ministro venezuelano da Comunicação, Jorge Rodríguez, disse que os governos dos países vizinhos "usam militares que desertaram das Forças Armadas para semear a violência".

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Além disso, ele acusou os líderes opositores Leopoldo López e Juan Guaidó de estarem por trás da ação.

Rodríguez afirmou que o presidente colombiano, Iván Duque, patrocinou o ataque no Estado de Bolívar (na fronteira com o Brasil).

Um soldado de 21 anos do Exército chavista morreu e fuzis foram roubados.

Segundo versão do governo de Nicolás Maduro, os desertores foram treinados na cidade colombiana de Cali e de lá viajaram para Equador, Peru e para a cidade brasileira de Pacaraima.

Na segunda, o Brasil negou qualquer envolvimento no ataque. "Reiteramos que o governo brasileiro não tem qualquer participação nas ações em questão ocorridas dentro do território venezuelano", afirmou o Ministério de Relações Exteriores brasileiro em nota.

O chavismo acusa o Brasil de facilitar a entrada e garantir que eles permanecessem perto da fronteira até o dia do ataque. Questionado sobre a possível permanência dos autores do ataque em Pacaraima, o Itamaraty foi enfático. "O Brasil não tem quaisquer satisfações a prestar ao regime ilegítimo venezuelano sobre a presença de venezuelanos em território nacional", afirmou, em nota.

Segundo Caracas, foram roubados 120 fuzis de alta potência e 9 lançadores de granadas RPG durante a ação de domingo. A maioria dos fuzis e outras armas foi recuperada e seis pessoas foram detidas.

Reação

A fiscalização aumentou em Pacaraima na segunda-feira. Policiais militares e civis vistoriavam carros e pessoas após autoridades venezuelanas afirmarem que os desertores teriam montado uma base na cidade e estariam tentando passar as armas para o País.

"Houve uma reunião entre a inteligência do Exército brasileiro em Roraima e os militares do Forte Escamoto (de onde os sublevados roubaram as armas). Eles solicitaram apoio do Exército brasileiro para recuperar os armamentos", informou uma fonte do alto escalão da Segurança Pública em Roraima que não quis se identificar. Foram solicitados reforços para evitar que os fuzis entrem no Brasil por Pacaraima, disse o secretário Estadual de Segurança Pública, Olivan Junior.

A Assessoria de Comunicação do Exército afirmou que não havia nenhuma evidência que corrobore a informação de que os participantes do ataque estiveram em Pacaraima. O capitão Igo Maiko, da Polícia Militar de Pacaraima, explicou que não pode confirmar a versão do chavismo.

"Nos dias que antecederam esse ataque, nenhuma anormalidade ocorreu em Pacaraima em relação à movimentação de traficantes ou movimentação criminosa. Para os venezuelanos é mais fácil jogar essa responsabilidade pro Brasil". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil começará a reconhecer como válidos os passaportes venezuelanos vencidos por até cinco anos, informou nesta segunda-feira (5) a assessoria de comunicação do Itamaraty.

A medida responde a um pedido da delegação diplomática que representa em Brasília Juan Guaidó, líder opositor venezuelano reconhecido como presidente interino por mais de cinquenta países, que alega dificuldades para a renovação do documento.

A delegação de Guaidó, liderada por María Teresa Belandria, divulgou nesta segunda-feira uma carta do chanceler Ernesto Araújo que informa que as autoridades migratórias já foram notificadas da decisão.

"Os serviços consulares da Venezuela não existem para os venezuelanos no Brasil", afirmou Belandria, reconhecida pelo governo de Jair Bolsonaro como embaixadora da Venezuela.

Belandria revelou ter recebido constantes denúncias de cidadãos que não foram atendidos pelos consulados nas cidades brasileiras. "A ditadura segue ocupando os consulados", declarou em referência ao governo de Nicolás Maduro.

Ao menos 4 milhões de pessoas migraram da Venezuela, que enfrenta uma grave crise política, econômica e social, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).

Na lista de países que recebem venezuelanos, o Brasil ocupa o quinto lugar, com 168 mil imigrantes, a maioria chegada pela fronteira terrestre com o estado de Roraima.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou, nesta segunda-feira (8), o edital referente ao concurso público que disponibiliza 20 vagas imediatas para a carreira de diplomata no cargo de terceiro-secretário. A remuneração inicial ofertada é de R$ 19.199,06.

As inscrições abrirão no dia 17 de julho e seguirão atá 12 de agosto através do site da banca organizadora. A validação da inscrição só será feita mediante pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 208, até 15 de agosto.

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Das 20 vagas, uma é reservada à pessoas com deficiência e quatro aos candidatos negros. O requisto para participar do concurso é ser graduado em uma instituição de ensino superior credenciada ao Ministério da Educação (MEC). Os selecionados irão executar atividades de reprepresentação, negociação, informação e proteção de interesses brasileiros no campo internacional.

Das fases do concurso

O certame terá aplicação de prova objetiva com questões de língua portuguesa, língua inglesa, história do Brasil, história mundial, política internacional, geografia, economia e direito e direito internacional público. Na segunda fase, os candidatos responderão a provas escritas de língua portuguesa, língua inglesa, história do Brasil, geograa, política internacional, economia, direito e direito internacional público, língua espanhola e língua francesa, de caráter eliminatório e classicatório.

A prova objetiva está prevista para 26 de agosto, conforme informado no edital. Já prova escrita, será aplicada em 12 de oututbro. Ela só será feita pelos participantes aprovados na primeira fase.

Para outras informações, acesse o edital aqui.

 

Uma pergunta inusitada foi feita em aplicação de exercício objetivo no curso de formação de promoção na carreira de oficial de chancelaria, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Foi questionado aos alunos o que eles fariam diante de uma “invasão de alienígenas oriundos de Betas Centauri”.

Outras duas situações foram descritas na prova: Um terremoto e um tsunami. Ambos aconteceriam ao mesmo tempo enquanto uma bomba atômica seria lançada pelo grupo de alienígenas. A questão pedia qual seria a prioridade dada pelo responsável da gestão patrimonial. Veja a imagem abaixo:

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Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Em nota enviada pela assessoria de imprensa do Itamaraty, o questionamento faz parte do material didático pertencente a rede interna do Itamaraty e voltado para a promoção de servidores na carreira de chancelaria. Ainda segundo a assessoria, o objetivo é levantar uma questão considerada fundamental. Em uma circunstância emergencial, a prioridade seria a preservação da vida humana, e não os bens materiais. 

Leia na íntegra a nota emitida pelo Itamaraty:

O excerto citado faz parte de material didático disponível na rede interna do Itamaraty e destinado a preparar servidores para as promoções na carreira de Oficial de Chancelaria.

O texto faz uso de um recurso retórico para fins exclusivamente didáticos.

O trecho consta da apostila de “Gestão Patrimonial”, na qual, em seu módulo dois, o tema é “Princípio Zero”, sendo o corolário desse princípio “se a situação de fato inspira pânico, então o problema não é de gestão patrimonial. Terremotos, incêndios, guerras, invasões alienígenas, etc.: preocupe-se com as pessoas, não com os bens (existem também preocupações relacionadas a documentos e segurança de informações, mas que também estão fora da alçada da gestão patrimonial).”

O item em questão trata de tópico dedicado a exercícios de fixação. O que se espera dessa lição de preservação de patrimônio é que o estudante saiba responder que, em casos de risco à vida, o patrimônio deve ficar em segundo plano.

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