Um dos maiores jornais do País, a Folha de São Paulo teria dado destaque para denúncia de que Aécio Neves, candidato tucano ao Planalto, construiu uma pista de aeroporto na fazenda de um parente, para resgatar a sua credibilidade, porque estaria engajado na campanha do tucano. Para o analista político Paulo Vannuchi, trata-se de um “plano de credibilidade”.
“Esporadicamente, a Folha realiza matérias como essa e constrói o seu plano de credibilidade”, disse Vannuchi, em entrevista ao sistema Rádio Brasil Atual. “É um respiro que ela (Folha) faz na hora em que o leitor começa a desconfiar, ‘olha, esse jornal só fala mal da Dilma’, e perde a confiança.”
O cientista político aponta que os jornais pesquisam a opinião dos assinantes. “A Folha fica bem quando faz uma matéria de domingo contra o Aécio, porque ela pode argumentar que ninguém pode acusá-la de ser tendenciosa”, considera.
Ao analisar a mídia tradicional de modo geral, Vannuchi aponta que os veículos tentam criar para as eleições o mesmo clima de pessimismo que foi construído em relação à realização da Copa do Mundo.
“Foi um sentimento falso e distorcido. Finalmente, destruído pelo sucesso da Copa em todos os sentidos”, garante. O cientista político indica ainda que o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, no mesmo dia em que a Folha criticou Aécio, fez uma matéria baseada em uma pesquisa nacional para acusar membros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) de corrupção.
“O que leva O Globo a fazer isso? Porque em São Paulo há um escândalo do conselheiro Robson Marinho, uma pessoa de alta importância na hierarquia política tucana, que está envolvido até o pescoço em denúncias, inclusive na Suíça, de corrupção”, pontua.
Para Vannuchi, a estratégia do jornal carioca foi a da “diluição” no sentido de demonstrar que Marinho não é o único envolvido em processos de corrupção.
QUEM FEZ MAIS? – A campanha de Dilma vai apostar na comparação entre os oito anos do governo Fernando Henrique e os 12 anos da gestão Lula-Dilma. A adoção desta linha foi revelada aos aliados em reunião no Alvorada. Mas a campanha de Aécio Neves (PSDB) não pretende esconder FH, como fizeram Serra e Alckmin. E deve reafirmar a política de privatizações e de concessões, visando fortalecer a iniciativa privada.
Escondendo Dilma – O desgaste da presidente Dilma, revelado na recente pesquisa do Ibope, está levando muitos aliados dela no Estado, como o deputado Augusto César (PTB), que tenta a reeleição, a esconder a imagem da aliada em sua propaganda, principalmente nos perfurados em automóveis.
O poeta Dorany– Amigo pessoal de Ariano, o presidente do PMDB, Dorany Sampaio, deu um depoimento emocionado sobre a morte do dramaturgo. “Perde o mundo a arte e a candura. Ganha o céu Ariano Suassuna. Hoje, pela primeira vez, não riem João Grilo nem Chicó. Curvam-se da morte às duas leis, incapazes de dela desatar o nó. Perderam o autor que tão alegres os fez”.
Acorda, TRE! – A baixaria que reina na campanha proporcional em Araripina, cujo start foi dado pelo empresário Ricardo Arraes, irmão do prefeito Alexandre Arraes, ambos do PSB, tem que ser investigada pela justiça eleitoral. Até porque as acusações foram feitas em um programa de rádio e a lei é muito clara quanto às restrições de qualquer tipo de propaganda ou citação de candidatos.
No horário oficial – O mais grave de tudo em Araripina é que os ataques irresponsáveis do irmão do prefeito foram num horário da emissora patrocinado pela Prefeitura. O que se diz na cidade é que neste mesmo programa o radialista faz campanha aberta e acintosa para a candidata a deputada estadual, que é nada menos do que a mulher do prefeito.
CURTAS
Propositiva – O candidato Eduardo Campos (PSB) quer romper a briga entre o bem e o mal, patrocinada por PT e PSDB. E faz campanha propositiva. Eduardo já se comprometeu a construir 4 milhões de moradias, investir 10% da receita bruta da União na saúde e instituir a escola em tempo integral.
DEPOIMENTO – Uma ala da oposição (democrata/tucana) está irada com o ministro José Jorge, do TCU, por ter excluído a presidente Dilma da lista de culpados no Caso Pasadena, revela Ilimar Franco. A outra ala, a vencedora, trabalhou ativamente para esse desfecho.
Perguntar não ofende: Quando a campanha esquenta em Pernambuco?