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O pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) postou, neste domingo (6), uma foto em frente à estátua de Padre Cícero em Juazeiro do Norte, no Ceará, dias após o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometer uma gafe ao comentar a origem do vigário. O ex-juiz também demonstrou admiração pelo santo popular em outras publicações.

Nesta segunda-feira (7), o ex-juiz destacou em uma postagem que recebeu o título de cidadão juazeirense na Câmara Municipal da cidade. Em outra, apareceu comprando uma imagem do padre. "Vou levar uma imagem do Padre Cícero para minha mãe. Minha família é cristã e admiro a fé deste povo tão amável e hospitaleiro", escreveu.

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Na última quinta-feira (3), Bolsonaro chamou assessores nordestinos de "pau de arara", expressão considerada preconceituosa, e cometeu um equívoco ao afirmar que Padre Cícero, grande referência religiosa no País, especialmente para os nordestinos, era natural de Pernambuco, em vez do Ceará.

De passagem pelo Ceará, Moro tem explorado sua presença em Juazeiro do Norte em publicações nas redes sociais, possivelmente numa forma de acentuar a gafe cometida pelo chefe do Executivo na semana passada.

Bolsonaro no Nordeste

O presidente também cumprirá agenda no Nordeste nesta semana. Nos próximos dias, o mandatário deve visitar os Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Um dos compromissos, inclusive, está marcado para ocorrer em uma rodovia chamada "Padre Cícero", no município cearense de Jati, onde o presidente visitará uma barragem.

O mandatário deve acompanhar a chegada das águas do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte na quarta-feira (9), às 11h, um dia após visitar a Estação de Bombeamento do Eixo Norte 3 em Salgueiro, Pernambuco.

O Nordeste é o principal reduto eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com cerca de 40,5 milhões de eleitores e Estados governados por políticos de esquerda em sucessivos mandatos, decolar na região tem sido um desafio para outros presidenciáveis.

Senadores do Podemos, partido do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro, protocolaram no sábado (5), uma representação para apurar suposto crime de abuso de autoridade por parte do subprocurador Lucas Rocha Furtado.

O documento, apresentado à Procuradoria-Geral da República (PGR), é uma reação às investigações em curso sobre a atuação do ex-juiz da Lava Jato na consultoria americana Alvarez & Marsal. A pedido de Lucas Rocha Furtado, o TCU passou a investigar se houve conflito de interesse na atuação de Moro junto à consultoria americana.

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Ao Estadão, subprocurador afirmou que trabalha dentro dos limites de suas atribuições. 

Depois de sugerir ao Tribunal de Contas da União (TCU) a transferência da investigação sobre a contratação de Sérgio Moro, hoje pré-candidato a presidente, pela consultoria americana Alvarez & Marsal, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado deu mais um passo no procedimento e pediu nesta sexta-feira, 4, o bloqueio cautelar de bens do ex-juiz.

Em oficio enviado ao gabinete do ministro Bruno Dantas, relator da investigação no TCU, o subprocurador diz que o pedido é motivado por 'novas informações' sobre o contrato de Moro. "Em especial sob o risco da inviabilização do ressarcimento e do recolhimento de tributos aos cofres públicos", escreve.

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Furtado lista cinco pontos que, em sua avaliação, precisam ser esclarecidos e defende a necessidade de indisponibilidade dos bens até lá. O primeiro ponto questionado são os documentos relacionados ao contrato com a consultoria que, em sua avaliação, são 'inconsistentes'. A documentação foi submetida ao TCU depois que Moro cedeu e decidiu tornar pública a remuneração.

Para o subprocurador, a íntegra dos contratos e os recibos apresentados não são suficientes para comprovar a remuneração. "Os recibos isolados (além de inconclusivos no caso dos emitidos nos EUA) provam os valores neles registrados, mas não a inexistência de outros, referentes a verbas da mesma ou de outra natureza", escreve.

Furtado também defende a necessidade de apurar, para fins de tributação, se Moro transferiu a declaração de residência para os Estados Unidos no período em que prestou serviços para a empresa americana e se recebeu visto de trabalho. Ele também sugere a análise de suposta 'pejotização' do contrato 'a fim de reduzir a tributação'.

Ainda no documento, o subprocurador reforça o posicionamento de que a investigação deve ser arquivada no TCU e enviada, com as conclusões, para a Receita Federal. O ministro Bruno Dantas deve aguardar o relatório da área de inteligência do tribunal antes de tomar uma decisão sobre o pedido.

Em entrevista ao Estadão na semana passada, executivos da Alvarez & Marsal afirmaram que a empresa apresentou toda a documentação solicitada pelo TCU. Moro, por sua vez, tem declarado publicamente que considera o procedimento no TCU 'abusivo'.

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) levantou nesta terça-feira, 1º, a possibilidade de privatizar a Petrobras e "todas as estatais". Durante visita ao interior paulista, em São José do Rio Preto, o presidenciável classificou a petroleira como "atrasada" no setor de energia e defendeu a criação de um "ambiente favorável" para os negócios no País.

Moro argumentou que o resto do mundo caminha para priorizar a geração de energia limpa, como a solar, em detrimento da fóssil, vinda da exploração de petróleo.

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"A Petrobras teve papel importante para o País, mas é uma empresa atrasada, que ainda vive da exploração do petróleo, um combustível que o resto do mundo já não está mais usando", disse, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Em entrevista ao Estadão em novembro, o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, responsável por elaborar o plano econômico no projeto de governo de Moro, afirmou considerar necessária a criação de condições para abrir a economia brasileira ao setor externo, mas fez uma ponderação sobre a quantidade de estatais que deveriam ser privatizadas. "É importante que se dê uma correta dimensão de qual é o tamanho do Estado na economia", disse.

De forma semelhante a Moro, outros presidenciáveis da 'terceira via' levantam o argumento da sustentabilidade ao se referirem ao "core-business" da Petrobras. O pré-candidato do Novo, Felipe d'Avila, afirmou recentemente que falta "visão de futuro" a quem propõe manter a petroleira sob domínio do Estado. "O mercado mundial caminha em direção a uma economia de baixo carbono. A escolha certa para o longo prazo é a privatização", disse d'Avila nas redes sociais.

A declaração foi uma resposta ao pré-candidato Ciro Gomes (PDT), que pretende "reestatizar" a companhia e transferir 60% de seu capital de volta para a União. Felipe d'Avila rebateu e chamou a proposta de populista. "O populismo sempre oferece uma solução que não funciona, e de quebra ainda concentra poder", afirmou o pré-candidato do Novo.

O postulante do PSDB ao Planalto, João Doria, também já revelou que pretende colocar a Petrobras à venda caso seja eleito. Em live com ex-presidentes no último domingo, 30, o tucano defendeu que a companhia seja desmembrada em "três ou quatro" empresas para torná-la mais competitiva.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a reforçar críticas ao pré-candidato à Presidência do Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro. "Não acredito que o Moro tenha muito futuro na política", disse o petista na manhã desta terça-feira, dia 1º, em entrevista à Rádio Super Tupi do Rio de Janeiro. "Eu, sinceramente, de vez em quando, eu fico pensando se devo falar do Moro ou não porque ele é uma figura insignificante, ele é um deus de barro que foi construído para me prejudicar", disse Lula sobre o ex-juiz da Operação Lava Jato.

Moro tem sido visto como uma opção para a chamada 'terceira via'. Desde o anúncio de sua pré-candidatura, ele tem competido pelo terceiro lugar da corrida presidencial com Ciro Gomes (PDT) nas pesquisas de intenção de voto. Lula, que disse não acreditar em uma terceira via, disparou contra o adversário: "Juiz que não merecia ser juiz, ele não deveria nunca ter colocado uma toga e eu acho que ele vai ser medíocre como candidato da Presidência da República".

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O pré-candidato do Podemos à Presidência, Sergio Moro, pretende retomar pontos do pacote anticrime rejeitados no Congresso na proposta de reforma do sistema Judiciário que vem sendo elaborada para integrar seu futuro plano de governo. Na esfera civil, uma sugestão em discussão é a que prevê o enxugamento do sistema processual para que o orçamento excedente seja direcionado a outras áreas.

Entre as ideias debatidas, estão o reforço de orientações à Advocacia-Geral da União para evitar recursos excessivos em processos, a criação de uma arbitragem para costurar acordos com devedores de impostos e até mesmo a restrição da Justiça gratuita, sob o argumento de que infla os gastos processuais e não atinge, na maior parte dos casos, os mais necessitados (mais informações nesta página). Os debates sobre a reforma no sistema de Justiça reúnem Moro e três grupos principais de juristas de sua confiança. Estes consultores têm se encontrado frequentemente com o ex-juiz.

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No âmbito penal, os trabalhos são coordenados pelo professor de Direito Constitucional e integrante da Academia Brasileira de Letras Joaquim Falcão. Conforme apurou o Estadão, Moro tem defendido retomar propostas que não conseguiu emplacar quando comandou o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Jair Bolsonaro (PL).

Os planos incluem ainda a volta da autorização de execução de pena após condenação em segunda instância. A tese era aceita pelo Supremo Tribunal Federal até novembro de 2019, quando, por um placar de 6 a 5, os ministros retomaram o entendimento de que prisões para execução penal só poderiam ocorrer após o trânsito julgado em todas as esferas de apelação. O entendimento anterior havia sido determinante para que a Lava Jato levasse à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá (SP) e outros políticos como o ex-ministro petista José Dirceu.

Moro também tem recorrido a seus conselheiros para debater propostas como o plea bargain, uma espécie de acordo previsto no sistema penal dos Estados Unidos que prevê a confissão de crimes em troca de redução de pena. No Brasil existe hoje a possibilidade do acordo de não persecução penal, previsto para crimes de menor potencial ofensivo, em que o investigado confessa o crime, mas não há o oferecimento da acusação formal.

'Informante do bem'

O grupo de juristas também debate a criação da figura do whistleblower, ou "informante do bem", cujo objetivo é proteger denunciantes de atos de retaliação. Há diversos casos no Brasil em que agentes públicos são acusados, por exemplo, de violação de sigilo funcional após denunciarem esquemas de corrupção. Um deles ocorreu em São Paulo - a Procuradoria-Geral do Estado processou um fiscal que denunciou a máfia do ICMS ao Ministério Público. O caso foi julgado improcedente em todas as instâncias.

Em sua reforma do Judiciário, o pré-candidato do Podemos tem defendido a criação de um tribunal anticorrupção nos moldes da Corte criada na Ucrânia para combater crimes de colarinho-branco. Os detalhes desta proposta ainda não foram divulgados.

Institutos como o plea bargain e a execução da pena em segunda instância foram rejeitados em 2019, quando o Congresso desidratou o pacote anticrime enviado pelo então ministro da Justiça e aprovou, em seu lugar, medidas criticadas por Moro, como a criação do juiz de garantias.

As propostas são vistas com restrições por especialistas em segurança pública. Mestre em Direito Constitucional e ex-diretora da Secretaria Nacional de Justiça, Isabel Figueiredo afirmou que há risco de a aplicação do plea bargain repetir, no Brasil, problemas que ocorrem nos Estados Unidos, como a confissão de crimes não cometidos. "Para pegar uma pena menor, as pessoas, mesmo não sendo culpadas, preferem se declarar culpadas a ir para o mérito."

Em relação à prisão após condenação em segunda instância, o defensor público da União Gustavo Ribeiro observou que o Supremo e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda promovem correções significativas em condenações impostas pelos tribunais.

Custos

Moro debate com sua equipe mudanças na área civil, com o fim de reduzir gastos com o sistema processual. O dinheiro, então, poderia ser revertido a outras áreas e políticas de cunho social. Um dos integrantes da equipe é o doutor em Direito e ex-secretário nacional de Defesa do Consumidor Luciano Timm. "A estrutura judiciária hoje custa R$ 100 bilhões porque custa muito processo. Gastamos cem vezes mais em disputas do que em saneamento básico do Orçamento da União", afirmou.

Questionado se o enxugamento passa pelo fim de privilégios e "supersalários" da magistratura, Timm disse que o tema não está em discussão. "Não adianta polemizar com categorias profissionais porque, assim, o País não avança."

Plano prevê restrições no acesso à Justiça gratuita

Autor de estudos sobre o tema, Luciano Timm propõe que o Judiciário imponha restrições no acesso à Justiça gratuita. Segundo ele, a maior parte dos litígios com o uso da Justiça tem como parte pessoas de classe média e classe média alta. Estas, disse, teriam acesso majoritariamente à Justiça gratuita.

O custo desses processos poderia ser direcionado, na avaliação de Timm, à ampliação do acesso à Justiça nas periferias. "Os mais vulneráveis não acionam o sistema público de distribuição de Justiça. A necessidade dessas pessoas menos favorecidas está associada a algumas coisas fundamentais como registro civil, família. Tem muitas disputas de família nas comunidades menos favorecidas, filhos, pequenos ilícitos… Existem iniciativas como o juizado itinerante, e temos que começar a ter mais interação de práticas. Hoje, falta recurso para fazer isso, também por estar gastando ineficientemente."

"E quem paga essa conta é o contribuinte. Temos hoje, do ponto de vista orçamentário, um custo com o Poder Judiciário de R$ 100 bilhões", disse Timm.

O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou, nesta quarta-feira (26), que o partido não negocia a migração do ex-juiz federal Sergio Moro para o União Brasil, sigla formada pela fusão entre DEM e PSL. "Não existem conversas entre partidos. O que existe é um convite de um partido", disse o parlamentar ao Broadcast Político, em referência às articulações de setores do União para trazer à legenda o também ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. O objetivo é ter Moro como candidato à Presidência pelo partido e fortalecê-lo como principal nome da chamada terceira via.

A fala de Dias, no entanto, contrasta com a do deputado federal Júnior Bozella, um dos líderes do União Brasil em São Paulo, que afirmou que a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, está ciente da negociação e estaria mostrando "desprendimento" em relação a Moro.

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"O PSL sempre esteve trabalhando para estar junto com Moro. Agora com o União Brasil a tendência é a gente vencer essa etapa", disse o deputado ao Broadcast Político, reforçando que, "se não tiver um desprendimento, não consegue vencer a polarização". Segundo ele, o presidente do PSL, Luciano Bivar, e o próprio Moro também "têm mostrado esse desprendimento".

Dias afirmou, no entanto, que a decisão sobre uma migração é exclusiva de Moro. "É uma decisão solitária. O partido não pode influir em uma decisão que deve ser do convidado. Ele é convidado, ele responde ao convite. Não devemos interferir."

O senador ainda declarou que o Podemos é entusiasta de uma coligação com o União Brasil, na qual a sigla indicaria a vice do ex-juiz da Lava Jato. "Hoje, quem tem candidato a presidente é o Podemos, então quem indica o vice é o União Brasil. Se não ocorrer, a mudança de sigla, é assim que funciona."

Informações de bastidores apontam que Renata Abreu poderia ser indicada como vice de Moro, caso ele decida ser candidato pelo União Brasil. Dias não descartou um cenário em que o Podemos tenha a vice na chapa, mas ponderou: "Aí será uma outra discussão. Se ele (Moro) muda para o União Brasil, o União Brasil vai procurar uma aliança com o Podemos se desejar."

Caso Alvarez & Marsal

O líder do Podemos no Senado saiu em defesa do correligionário e negou que Moro tenha decidido divulgar quanto recebeu enquanto trabalhou na consultoria Alvarez & Marsal por pressão política. Ele disse também que o Podemos não teve interferência na questão.

"É uma decisão dele e não diz respeito à pressão. Isso [a divulgação] já estava programado. Ele não divulgou antes porque existe um momento para divulgação por causa da declaração do Imposto de Renda e do registro dele como candidato na Justiça Eleitoral", afirmou, ao relembrar que candidatos a cargos eletivos são obrigados a declarar seus bens para a Justiça Eleitoral.

Dias criticou a tentativa de transformar a passagem de Moro pela consultoria em uma "ilegalidade que não existe." "Ele vai apresentar por respeito ao público. Há uma distorção, tentativa de transformar isso numa ilegalidade que não existe. Isso confunde a opinião pública."

A pesquisa Moldamais/Futura foi divulgada nessa quarta-feira (26) e colocou o ex-presidente Lula (PT) como o candidato com maior aceitação do eleitorado católico e o presidente Jair Bolsonaro (PL) como o preferido pelos evangélicos.

O levantamento destacou o recorte religioso com a intenção de voto de católicos, espíritas, evangélicos e pessoas sem religião.

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Bolsonaro foi mais citado por evangélicos (41,6%), por pessoas que não sabem ou não responderam (33,8%) e por pessoas de nenhuma das religiões citadas (35,4%).

A pesquisa mostrou que Lula é mais consolidado no voto dos católicos (40,8%) e pessoas sem religião (47,3%).

O empate técnico em relação ao voto espírita chama atenção. Bolsonaro assume a liderança mínima com 31,4% do público, enquanto Lula fica atrás com 30,5%.

Fora da polarização, Sergio Moro (Podemos) teve seu melhor desempenho entre os espíritas (13,5%) e Ciro Gomes (PDT) entre pessoas de religiões não citadas no estudo (8,2%).

Fotos: (1) Alan Santos/PR - (2) Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) prometeu divulgar nesta sexta-feira, 28, seus rendimentos no período em que atuou na área de compliance da consultoria americana Alvarez & Marsal. A informação foi divulgada em sua rede social. Desde que se lançou na política, Moro tem sido cobrado a dar explicações sobre sua trajetória na iniciativa privada.

O valor é questionado em investigação do Tribunal de Contas da União e petistas ensaiaram colher assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre eventual conflito de interesses durante o período em que Moro trabalhou na consultoria americana.

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Em dezembro do ano passado, o ministro Bruno Dantas, do TCU, determinou que a consultoria Alvarez & Marsal apresentasse os documentos ligados à saída do ex-juiz da empresa, quando se lançou na política. Provocada pelo subprocurador Lucas Furtado, a Corte quer saber os termos do contrato e valores previstos no encerramento, incluindo o salário que Moro recebia na empresa, uma vez que a Alvarez & Marsal presta serviços a empresas envolvidas na Lava Jato.

No vídeo, o presidenciável do Podemos diz que a divulgação não é uma forma de ceder aos pedidos do tribunal. "Não estou cedendo ao TCU. O TCU está acabando, mas eu quero ser transparente com você, com a população brasileira, como toda pessoa pública deve ser", disse. Em entrevista ao Estadão, na segunda, 24, ele negou ter cometido qualquer irregularidade e disse que revelaria os valores apenas à Justiça Eleitoral: "Eu vou revelar meu salário, vou apresentar meu imposto de renda, declarar todos meus ganhos".

Ainda na segunda, a Alvarez & Marçal divulgou nota afirmando que o contrato assinado pelo presidenciável impedia a prestação de serviços a empresas ligadas à Lava Jato. O ex-juiz reafirmou o mesmo no vídeo divulgado hoje: "Vou mostrar também que não recebi nada de empresa investigada na Operação Lava Jato", disse.

Em outra frente, lideranças do PT passaram a avaliar a criação de uma CPI para apurar a existência de conflito de interesse na contratação do ex-ministro da Justiça. Contudo, o partido recuou da ideia. Nas redes sociais, o ex-juiz afirmou que a criação do colegiado seria um "tiro no pé".

"(O PT) percebeu que além de não haver justificativa legal, seria um tiro no pé, pois a CPI seria uma oportunidade de relembrar aqueles que realmente receberam suborno das empresas investigadas na Lava Jato", escreveu o presidenciável do Podemos.

O Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado oficiou o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a adoção de "medidas junto ao Banco Central e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para obtenção dos documentos relativos à saída do ex-juiz Sérgio Moro da consultoria americana Alvarez & Marsal em outubro, quando o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública se lançou na política. Moro é agora pré-candidato à Presidência pelo Podemos. Em dezembro, Dantas havia determinado que a empresa entregasse inclusive informações sobre os valores pagos ao presidenciável, com as respectivas datas das transações.

No entanto, segundo relatou Furtado, a empresa negou apresentar dados sobre o contrato com Moro citando uma cláusula de confidencialidade e alegando ainda que a jurisdição contratual seria dos Estados Unidos. O subprocurador rebate o argumento, sustentado que Moro homologou acordos de leniência firmados entre o Ministério Público Federal e as empresas do grupo Odebrecht - "o que, em sua atuação, pode ter contribuído para a insolvência da empresa".

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Nessa linha, Furtado destacou mais uma vez a necessidade de obtenção de toda documentação relativa ao rompimento do vínculo de prestação de serviços entre Moro e a Alvarez & Marsal, indicando "possível conflito de interesses da atuação do ex magistrado quando consultor na administradora da recuperação judicial do grupo de empresas condenadas pela Lava Jato".

"Há claro interesse público brasileiro nessa relação visto o possível conflito de interesse do agente (ex-juiz) que, em um primeiro momento, atua em processo judicial com repercussões na esfera econômica e financeira da empresa e que, posteriormente, aufere renda, ainda que indiretamente, no processo de recuperação judicial para o qual seus atos podem ter contribuído", ponderou.

No ofício, o subprocurador ainda fez referência a documentos já entregues pela consultoria americana à corte de contas. Um dos documentos indica que a Alvarez & Marsal recebeu cerca de R$ 40 milhões de empresas condenadas na Lava Jato - R$ 1 milhão por mês da Odebrecht e Ativos (antiga agroindustrial), R$ 150 mil da Galvão Engenharia, R$ 97 mil da OAS e R$ 115 mil mensais do Estaleiro Enseada.

O ofício que reitera o pedido dos documentos envolvendo Moro e a Alvarez & Marsal foi assinado após a consultoria americana divulgar comunicado em que afirma que o contrato com o ex-ministro da Justiça foi "expresso" em impedi-lo de atuar com clientes ligados à Operação Lava Jato. Além disso, a empresa sustentou que o contrato fechado com o ex-juiz da Lava Jato possui uma "cláusula de confidencialidade, que não permite sua divulgação sem o consentimento da outra parte".

Na investigação que tramita junto ao TCU, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado quer apurar possíveis "prejuízos aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sérgio Moro, afetando a empresa Odebrecht mediante práticas ilegítimas de revolving door" - movimentação em que políticos ou servidores se tornam lobistas ou consultores na área em que atuavam -, e lawfare, "conduzido contra pessoas investigadas nas operações" da força-tarefa.

O levantamento do PoderData divulgado neste sábado (22) mostrou que o governador de São Paulo João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) são os pré-candidatos à Presidência com o maior índice de rejeição. Ciro Gomes (PDT) apareceu como segunda opção dos eleitores.



A pesquisa analisou três cenários: "o único em que votaria", "poderia votar nele" e "não votaria de jeito nenhum".



Na lista de cancelados, Doria assume a primeira posição com 59%, seguido por Bolsonaro (56%), Sergio Moro (Podemos) com 51%, Ciro Gomes (50%) e o ex-presidente Lula (PT), que não será a escolha de 38% dos entrevistados.



Em contraposição, o petista surge como o pré-candidato mais bem avaliado. Ele representa a única opção de 39% do eleitorado. Bolsonaro é o segundo mais bem cotado com 26% e ficou na frente de Moro (15%), Ciro (10%) e Doria (6%).



Ciro Gomes entre o embate Lula x Bolsonaro



Ciro Gomes ganhou destaque como a segunda opção de voto de 33% dos eleitores. Moro (29%), Doria (26%), Lula (16%) e Bolsonaro (12%) completam a lista. O recorte acentuou ainda mais a polarização política entre os dois principais concorrentes.



O PoderData ouviu três mil eleitores de 511 municípios em todo o Brasil de 16 a 18 de janeiro. O estudo tem a variação de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando as pesquisas de intenções de votos para as eleições. Um levantamento feito pelo PoderData, divulgado nessa quinta-feira (20), aponta que o líder petista chegou a 42% da preferência dos entrevistados. O percentual é quase igual ao somatório de todos os adversários pesquisados. Em dezembro, na última pesquisa, Lula apareceu com 40% das menções. 

De acordo com os dados, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é o preferido para 28% dos eleitores que responderam ao levantamento, em dezembro era 30%. Em terceiro lugar vem o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), com 8%; seguido de Ciro Gomes (PDT), com 3%; o governador de São Paulo (PSDB), João Doria, 2%, André Janones (Avante) também com 2% e Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania), cada um com 1%.

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Segundo o PoderData, o empate técnico entre Lula e o somatório dos demais candidatos indica uma possível vitória em primeiro turno, com 50% dos votos válidos. Em caso de um segundo turno contra o atual segundo lugar, Bolsonaro, Lula aparece com 54%  e o mandatário nacional 32%.

A pesquisa ouviu 3.000 eleitores por telefone entre 16 e 18 de janeiro. A margem de erro de 2 pontos percentuais.

Os pré-candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Sérgio Moro (Podemos) subiram o tom na troca de ataques por meio de declarações e publicações em rede social nesta quarta-feira, 19. Chamado de "canalha" pelo ex-presidente petista, Moro respondeu: "Canalha é quem roubou o povo brasileiro durante anos e usou o dinheiro para financiar ditaduras".

A Operação Lava Jato, que levou o petista à prisão, está no centro desse debate, assim como a atuação de Moro como juiz dos processos contra Lula na vara federal de Curitiba, cujas condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.

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O ex-presidente Lula concedeu entrevista para 'veículos independentes' nesta quarta-feira e, ao comentar sua condenação, voltou a defender sua inocência. "Eu, graças a Deus, consegui desmontar o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos, o (Deltan) Dallagnol e as fake news contra mim", afirmou.

Em eventos e entrevistas desde que anunciou sua pré-candidatura, Moro narra com frequência sua atuação como juiz no enfrentamento de casos de corrupção envolvendo Lula e o PT. Apoiadores de Moro apostam justamente nesse histórico e discurso anticorrupção como principal trunfo de sua pré-candidatura.

Lula, por sua vez, classifica a Lava Jato como uma "quadrilha" e recorre à anulação de suas condenações pelo STF para argumentar que foi vítima de perseguição.

Em publicação nas redes sociais, Moro afirmou que "quadrilha" é o nome do grupo colocado pelo ex-presidente na Petrobras, empresa central das investigações lideradas pelo presidenciável do Podemos.

Em clima de embate eleitoral, o ex-juiz afirmou ainda que Lula será "derrotado" em outubro. O petista aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e tem mantido vantagem de dois dígitos em relação ao segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Moro tem aparecido em terceiro lugar, mas ainda abaixo de dois dígitos.

A manifestação de Moro contra Lula foi celebrada por movimentos de renovação política que apoiam a pré-candidatura do ex-juiz. O Movimento Brasil Livre (MBL) fez publicação nas redes sociais dando destaque à fala do ex-ministro da Justiça, que deixou a toga para participar do governo Bolsonaro, com quem rompeu em 2020. O vereador Rubinho Nunes (PSL), integrante do grupo, escreveu: "Moro colocou Lula em seu devido lugar".

A fala também foi replicada nos perfis de Arthur do Val (Patriota) e Adelaide Oliveira, pré-candidatos a governador e deputada federal, respectivamente. Um grupo de integrantes do MBL prepara filiação ao Podemos para dividir palanque com Moro na campanha deste ano, incluindo o coordenador nacional do movimento, Renato Battista.

A militância digital do MBL ajudou a colocar a #LulaCanalha entre os trending topics no Twitter entre a tarde de quarta e a manhã de hoje.

O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) confirmou, nesta quinta-feira (20), via redes sociais, que testou negativo para Covid-19. Apesar do resultado, o pré-candidato para Presidência da República afirmou que, por cautela, seguirá o isolamento, e que retornará só na segunda-feira à campanha em eventos presenciais.

"Testei negativo para Covid, então o vírus foi superado sem maiores problemas graças às vacinas", publicou no Twitter. "Seguirei por cautela no protocolo de isolamento e retomo os compromissos presenciais na segunda-feira com o Flow Podcast".

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Mesmo tendo testado positivo para Covid, o ministro não deixou de conceder entrevistas de forma remota durante toda a semana, quando tentou antagonizar tanto com o presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que encabeçam as pesquisas eleitorais para as eleições deste ano.

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) afirmou nesta quarta-feira, 19, que a legenda tem conversado com outros partidos para compor uma aliança na corrida eleitoral. Segundo ele, a ideia é promover a "construção conjunta" de um projeto para o País para as eleições de 2022. Moro citou União Brasil, Cidadania e Novo.

"Se um partido puder vir (para formar uma aliança), ótimo. Caso contrário, se tivermos apoio de outros partidos (em um eventual governo), como tem acontecido com (integrantes do) Novo, Cidadania e União Brasil, teremos condições de construir um projeto em conjunto", disse Moro, em entrevista à rádio Jovem Pan Maringá.

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Segundo ele, a ideia é que esses acordos ajudem a compor a base governista caso seja eleito. "Acho que isso [conversas com outros partidos] é fundamental. Precisamos pensar também adiante em um País que precisa ter alianças dentro do Congresso, alianças baseadas em projetos, princípios e valores que temos que realizar", afirmou.

Ao contrário do União Brasil, Novo e Cidadania já têm pré-candidatos lançados à disputa presidencial, respectivamente Felipe d´Ávila e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Numa iniciativa em defesa do ex-juiz, aliás, protocolou representação contra o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), e o subprocurador-geral junto à Corte, Lucas Furtado, por suposto abuso de autoridade contra Moro. O tribunal investiga o rompimento de contrato do ex-juiz com a consultoria americana Alvarez & Marsal.

Filiação

Também nesta manhã, em outra entrevista, desta vez concedida à Rádio Difusora de Nortelândia-MT, Moro foi questionado sobre sua possível migração para o União Brasil, que nasce da fusão entre DEM e PSL já em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral. "Não tem nada concreto. Estou no Podemos", declarou. O tema veio à tona após reportagem do jornal O Globo divulgar que o partido presidido pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP) poderia abrigar o ex-juiz em troca de lançar a dirigente como vice.

Segundo pesquisa Ipespe divulgada na última sexta-feira, 14, Moro segue em terceiro lugar na disputa, com 9% das intenções de votos. Na liderança, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 44%, seguido de Jair Bolsonaro (PL) com 24%.

Desde que divulgou sua pré-candidatura, Moro tenta ocupar o espaço da chamada terceira via, rompendo a polarização entre Lula e Bolsonaro. Sua candidatura como terceira via tem atraído a atenção de um grupo muito próximo de Jair Bolsonaro: os militares. Para esse grupo, o ex-juiz é de quase uma unanimidade por ter colocado Lula atrás das grades e por simbolizar as ideias do salvacionismo da República e do combate à corrupção, assuntos que acompanham a maioria das manifestações políticas dos militares desde a criação da República.

Mudanças no Podemos

Nesta terça-feira, 18, o agora ex-presidente do Podemos do Paraná, Cesar Silvestri Filho, abandonou o posto de dirigente máximo da legenda no Estado para se filiar ao PSDB. A mudança ocorre com a promessa de que ele seja o pré-candidato tucano ao governo paranaense em outubro, garantindo palanque no Estado para o pré-candidato do PSDB ao Planalto, João Doria.

Para Moro, a saída de Silvestri não significa um possível enfraquecimento do Podemos. "Lamentável a saída dele, mas acho que temos de respeitar. Essas construções de liderança dentro dos partidos são normais. O Podemos está forte. Não é esse fato de ontem que gera o enfraquecimento do partido", disse em entrevista à Rádio Difusora.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ex-juiz da Lava Jato e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos), de 'canalha'. Ao conceder uma entrevista coletiva às mídias independentes, o ex-presidente voltou a falar sobre suas condenações na Lava Jato, anuladas após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar Moro parcial no julgamento.

“Eu tive sorte do povo brasileiro que me ajudaram a provar a farsa que foi montada contra mim em vida. Consegui desmontar o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos. O Dallagnol, a mentira, o fake news, o PowerPoint da quadrilha. Tudo isso eu consegui provar que quadrilha eram eles”, disparou Lula, que também chegou a chamar Moro de "santo de barro".

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A afirmação do ex-presidente, contudo, não passou despercebida pelo ex-juiz que usou o Twitter para rebater Lula. Moro foi categórico ao pontuar que "canalha" era quem roubou o país e disse que o líder petista será derrotado nas urnas. 

"Canalha é quem roubou o povo brasileiro durante anos e quem usou nosso dinheiro pra financiar ditaduras. E quadrilha é o nome do grupo que fez isso, colocado por você, Lula, na Petrobras. Você será derrotado. Só ofende pois não tem como explicar a corrupção no seu Governo", rebateu Moro.

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O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), pré-candidato à Presidência, protocolou representação contra o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), por suposto abuso de autoridade no caso que investiga o rompimento de contrato do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) com a consultoria americana Alvarez & Marsal.

Em dezembro do ano passado, o ministro acatou um pedido do procurador Lucas Furtado para ter acesso aos documentos relativos ao encerramento do contrato, incluindo os valores envolvidos no processo de rompimento.

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No requerimento protocolado perante a Procuradoria-Geral da República (PGR), nessa terça-feira (18), o senador aponta supostos indícios de que tanto Dantas quanto Furtado teriam deixado de observar "normas internas e pareceres técnicos do tribunal com o objetivo de explorar indevidamente o contrato firmado por Sérgio Moro com a Alvarez & Marsal".

Conforme expressado no requerimento, a auditoria do TCU indicou não haver indícios de dano ao erário ou de ato irregular que envolva a gestão de recurso público no caso. Portanto, não caberia ao tribunal "qualquer avaliação de conduta da Alvarez & Marsal", afirma Alessandro Vieira. Na avaliação do senador, o ministro Bruno Dantas deveria ter arquivado o caso sumariamente.

"Não é razoável aceitar este roteiro que passa pano para corruptos e corruptores, ao mesmo tempo em que ataca investigadores e juízes. A lei vale para todos", escreveu o senador nas redes sociais.

Como mostrou o Estadão, o Podemos de Moro abriu conversas com o Cidadania em busca da primeira aliança para o ex-juiz. A apresentação do requerimento ocorre no momento em que ambos os partidos dialogam sobre uma possível federação para ampliar recursos e tempo de TV para o presidenciável. A negociação implicaria a retirada da pré-candidatura de Vieira.

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, autorizou que o subprocurador-geral de contas Lucas Rocha Furtado tenha acesso integral a todos os documentos juntados aos autos do processo que envolve a Operação Lava-Jato e a empreiteira Odebrecht - mesmo procedimento em que o Ministério Público de Contas havia pedido dados sobre o contrato entre o ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro e a consultoria americana Alvarez & Marsal.

Dantas atendeu em parte um pedido feito por Furtado, que quer apurar possíveis 'prejuízos aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sérgio Moro, afetando a empresa Odebrecht mediante práticas ilegítimas de revolving door' - movimentação em que políticos ou servidores se tornam lobistas ou consultores na área em que atuavam -, e lawfare, 'conduzido contra pessoas investigadas nas operações' da força-tarefa.

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Furtado havia pedido ao ministro da corte de contas que tornasse públicas todas as peças do processo, especialmente aquelas relacionadas à Odebrecht S.A e à empresa Alvarez & Marsal, sob o argumento de que 'no Estado Democrático de Direito, a transparência é a regra, e o sigilo a exceção'.

Ao analisar o pedido, Dantas indicou que 'não há razões para impedir o amplo acesso ao acervo documental do processo' pelo subprocurador-geral, considerando que ele é autor da representação que deu início à investigação e integrante do Ministério Público junto ao TCU. Já com relação ao pedido em si, o ministro indicou que a análise do mesmo demandará o 'exame dos fundamentos acostados a cada uma das peças atualmente classificadas como sigilosas'.

Entre os documentos aos quais o subprocurador-geral deverá ter acesso estão aqueles ligados à saída do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) da empresa em outubro, quando o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública se lançou na política.

Em dezembro, o ministro do TCU determinou que a Alvarez & Marsal apresente os documentos ligados à saída de Moro, inclusive informações sobre os valores pagos ao presidenciável, com as datas das transações.

Além disso, Dantas pediu que a empresa, 'a título colaborativo' informe o número de processos de recuperação em que atuou como administradora judicial desde 2013, detalhando quais empresas estavam em processo de recuperação, perante a quais varas da Justiça, além dos valores de honorários arbitrados pelos respectivos juízos.

Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) devem começar a migrar de seus atuais partidos para o Podemos, legenda do ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro, a partir deste mês. O grupo vinha manifestando apoio ao nome de Moro para o Planalto desde o anúncio de sua pré-candidatura, em novembro passado, e ensaia a formação de palanques estaduais com ele.

O deputado estadual Arthur do Val (Patriota), pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou ao Estadão que o movimento de migração é "natural", uma vez que o MBL e o ex-juiz defendem ideais semelhantes. "O Podemos garantiu não apenas a legenda para eu disputar o governo, como também liberdade para todos que os outros que participarão das eleições tenham tudo o que precisarem no partido", disse.

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Um dos principais atrativos da sigla, além da presença de Moro, seria a garantia de "independência" para o MBL. Membros do movimento declaram com frequência sua fidelidade aos ideais do MBL, em detrimento de partidos políticos. A filiação deve ocorrer junto com a divulgação de uma "carta de independência" entre o grupo e a legenda.

Além de Arthur do Val, o bojo de lideranças do MBL que acertam filiação ao Podemos inclui o deputado federal Kim Kataguiri (hoje no DEM), o vereador Rubinho Nunes (hoje no PSL) e a ativista Adelaide Oliveira, que foi candidata a vice-prefeita de São Paulo em 2018 pelo Patriota.

O MBL é um dos principais movimentos defensores da Operação Lava Jato. Em evento realizado em novembro, integrantes já manifestavam interesse em projetar um palanque com Moro para Arthur do Val. Na ocasião, Adelaide descreveu ambos como os futuros presidente da República e governador paulista.

O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) afirmou que os demais pré-candidatos à Presidência estão "abraçados com a impunidade" ao afirmar que sua pré-candidatura é a única que faz críticas às anulações de condenações da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Eu tenho sido a única voz crítica à anulação entre os outros candidatos, eles estão abraçados com a impunidade e esse modelo de corrupção", disse em entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (18).

Em abril de 2021, o STF declarou a parcialidade do ex-juiz ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na ação do triplex do Guarujá (SP). Responsável por essa e outras condenações no âmbito da operação Lava Jato, o pré-candidato do Podemos voltou a defender a sua atuação como juiz e disse ser o único que defende a agenda anticorrupção na corrida presidencial.

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"A gente precisa resgatar aquele espírito da Lava Jato que no fundo é a construção de um país mais justo, que ninguém está acima da lei. Esse discurso é o meu discurso. Nenhum outro desses pré-candidatos tem esse discurso porque eles não têm a credibilidade para oferecer isso", afirmou.

Moro disse, ainda, que considera as decisões do Supremo um "erro judiciário", e reforçou que a Corte não decretou a inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre a composição do STF, Moro disse que, se eleito, vai indicar magistrados de carreira para as duas vagas que serão abertas no próximo mandato, por ser possível ver o "histórico da pessoa como juiz". "Quero um firme compromisso com a legalidade, um juiz que tenha aquela visão de que existe o império da lei e que o império da lei é importante para democracia", disse. "Que sejam juízes que respeitem os direitos humanos, os direitos fundamentais, mas que tenham um firme compromisso com o combate à corrupção e àquilo que está errado no nosso país."

Em 2019, quando ainda era ministro da Justiça e Segurança Pública, o nome de Moro foi levantado pelo presidente Jair Bolsonaro como favorito a assumir uma vaga na Corte Suprema. "Uma pessoa da qualificação do Moro se realizaria dentro do STF", afirmou Bolsonaro na ocasião, reforçando que Moro seria um "grande aliado da sociedade brasileira dentro do STF."

Economia

Na entrevista, Moro atribuiu o aumento dos preços dos combustíveis a uma "má política econômica" do governo federal. "Não faço uma crítica pessoal a ninguém. É uma constatação objetiva, o governo falhou na política econômica", afirmou. O pré-candidato também acredita que "não se pode submeter a economia à política partidária". "Que é o que está fazendo o governo atual quando transfere poderes do ministro da Economia para o ministro da Casa Civil", disse. Para o ex-juiz, o primeiro passo de um governo responsável deve ser o controle da inflação e a redução dos juros.

Centrão

Em sua conta pessoal no Twitter, Moro comentou reportagem do Estadão que mostra que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, emplacou o economista e ex-petista José Gomes da Costa como presidente interino do Banco do Nordeste (BNB). O ex-juiz acusou o Centrão de "dar as cartas no governo Bolsonaro, como deu nos governos do PT". "Ajustam-se os interesses, o discurso e pronto. Sem liderança e projeto, o país permanece refém de interesses pessoais ou partidários. Ou mudamos isso ou não há governo que funcione", escreveu.

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