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Com Covid-19, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (Podemos), pré-candidato à Presidência da República, disse neste sábado que está com sintomas leves da doença. O ex-juiz da Lava Jato informou nesta sexta-feira, 14, que contraiu a doença. Ele cancelou compromissos e entrou em isolamento.

"Acordei com uma sensação de mal estar, com sintomas leves de Covid. Vai passar. Deus abençoe a ciência e as vacinas, sem elas seria muito pior", escreveu Moro no Twitter. Ontem, o ex-ministro havia dito que estava sem sintomas.

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Além de Moro, diversas autoridades informaram nos últimos dias que contraíram Covid. A nova onda de infecções no País, que tem levado também ao aumento da procura por testagem, é causada pelo espalhamento da variante Ômicron do coronavírus, que é altamente contagiosa.

 Ômicron 

Diante da explosão de casos de Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a falar na quinta-feira, 13, em uma terceira onda da pandemia no País, provocada pela Ômicron. Ele defendeu a necessidade de ampliação da cobertura da segunda dose da vacina.

A pasta chefiada por Queiroga também encaminhou uma nota técnica à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com pedido de liberação do autoteste de Covid no País, o que é proibido atualmente.

Bolsonaro

Na quarta-feira, 12, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu, durante uma entrevista, que a Ômicron é "bem-vinda" e pode sinalizar o fim da pandemia. Dados apontam que a nova cepa do coronavírus tem causado menos mortes do que em outras ondas da crise sanitária, diante do cenário de vacinação mais alta, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que ainda é cedo para tratar a covid como uma doença endêmica.

Em outra entrevista, na terça-feira, 11, o presidente havia afirmado que haverá "caos" e "rebelião" se o País decretar "novo lockdown" neste ano, por causa da piora da crise sanitária, diante do espalhamento da Ômicron.

Diferentemente do "lockdown" que o presidente citou, contudo, foram tomadas apenas medidas localizadas de isolamento social e restrição de circulação de pessoas no Brasil. Estados têm adotado, por exemplo, restrições a eventos com grandes aglomerações.

Políticos com Covid 

Dentre os políticos infectados pela covid-19 neste começo de ano, estão o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (sem partido), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), os deputados Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Tabata Amaral (PSB-SP) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB).

O ex-ministro da Justiça e pré-candidato a presidente da República Sérgio Moro (Podemos) informou em suas redes sociais, nesta sexta-feira, 14, que contraiu a Covid-19. Segundo Moro, ele não tem sintomas.

"Testei positivo para a Covid. Como havia tomado as três doses de vacina, estou sem sintomas", relatou o pré-candidato.

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O ex-juiz afirmou que cumprirá os protocolos de isolamento e, "por isso, alguns compromissos marcados terão que ser reagendados". "A saúde de todos, sempre, em primeiro lugar. Cuidem-se!", relatou em publicação no Twitter.

O pré-candidato do Podemos à Presidência, Sérgio Moro, intensificou as conversas com o PSDB do governador de São Paulo, João Doria, e vai investir em viagens pelo interior paulista no fim deste mês. O objetivo de Moro é afunilar o campo da terceira via na disputa ao Palácio do Planalto.

A ideia do grupo do ex-juiz da Lava Jato é convencer Doria, também presidenciável, a ser vice da chapa. Em conversas reservadas, interlocutores do governador dizem, porém, que ele não aceitará ocupar outra posição que não a de candidato ao Planalto. Até agora, Moro e Doria firmaram apenas um pacto de não agressão.

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Pesquisa divulgada nesta quarta (12), pela Genial/Quaest mostrou que, se a eleição fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria no primeiro turno. No primeiro levantamento do ano eleitoral, Lula aparece com 45% das preferências e o presidente Jair Bolsonaro vem em segundo, com 23%. Moro ocupa o terceiro lugar, com 9%; Ciro Gomes (PDT) tem 5% e Doria, 3%.

Aliados de Moro avaliam que a única forma de quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro é investir em uma dobradinha do Podemos com o PSDB. Moro e Doria combinaram de avaliar as pesquisas até maio.

Agendas conjuntas

Organizador das viagens e espécie de porta-voz da pré-campanha de Moro em São Paulo, o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP) pretende fazer com que Doria acompanhe parte dos encontros do ex-juiz, que foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro.

Bozzella defende a união entre Moro e Doria. "Os dois estão habilitados para ser chefes da Nação. Agora, pode ser um em um primeiro momento e outro, no segundo momento. Até porque os dois defendem o fim da reeleição", afirmou.

Entre os dias 31 deste mês e 2 de fevereiro, o pré-candidato do Podemos vai a Ribeirão Preto, Barretos, São José do Rio Preto e Bebedouro. Bozzella, que já foi do PSDB, tenta agendar encontro entre Moro e o tucano Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão. Doria não decidiu se vai aceitar o convite para acompanhar a ida de Moro às cidades paulistas. A equipe do tucano fará uma reunião na segunda-feira, para discutir cenários eleitorais e o assunto deve ser avaliado.

Convenções

No domingo (9), em entrevista ao Canal Livre, da Band, Doria afirmou que uma definição sobre candidaturas de terceira via deve ficar mais clara em junho, período próximo das convenções que definirão os candidatos a presidente.

"Haverá um juízo para se encontrar a melhor via. Em junho vamos ter essa concretude para que a terceira via possa ser expressada em um ou dois candidatos. Lembrando que Ciro Gomes (PDT) será candidato até o final", disse. Apesar do discurso, tanto o tucano quanto o ex-juiz descartam abrir mão da candidatura presidencial, mas a campanha de Doria trabalha com a possibilidade de Moro desistir da disputa.

O comando da pré-campanha do ex-juiz admite que não tem sido fácil atrair aliados no mundo político. Na avaliação de Bozzella, para chegar ao segundo turno o ex-ministro da Justiça terá de conquistar parcerias com partidos grandes. "Precisa ter mais estrutura, partido. Sozinhos, ele e o Podemos vão ter dificuldades. Se Doria for para um lado, o Moro for para outro e não tiver o União Brasil (fusão entre o DEM e o PSL) nessa equação, dificulta muito o enfrentamento", afirmou.

Pelo país

Em São Paulo, o presidenciável do Podemos tem sinalizado apoio à pré-candidatura de Arthur Do Val (Patriota) ao governo (mais informações nesta página). Um grupo de aliados do ex-juiz, porém, tenta negociar a abertura de palanque para o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que é pré-candidato à sucessão de Doria. O União Brasil, por exemplo, já anunciou apoio a Garcia.

Em fevereiro, Moro viajará pelo Nordeste, região onde o PT, tradicionalmente, domina o eleitorado. Estão previstas agendas no Ceará e Piauí. O ex-ministro já visitou Pernambuco e Paraíba. Nos encontros, tem sido ciceroneado por ex-bolsonaristas, como o deputado Julian Lemos (PSL-PB).

No Sul e no Sudeste, Moro tem se aproximado de governadores. No fim do ano passado, ele esteve com Romeu Zema (Novo), de Minas, e Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul. Em seu Estado natal, o Paraná, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já liberou o governador Ratinho Júnior para abrir seu palanque para Moro. Mas o espaço também deve ser dividido entre Bolsonaro e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). "Vai ter muito voto no Moro (no Paraná)", disse Kassab.

O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) classificou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como duas alternativas eleitorais "muito ruins" e que podem agravar o cenário econômico do País neste ano. Segundo ele, a polarização do pleito presidencial entre os dois, algo que se desenha nas pesquisas de intenção de voto, pode fazer o mercado perder a confiança na recuperação do crescimento, o que aprofundará ainda mais a crise.

"Temos duas alternativas que são ruins. A primeira é a continuidade deste governo, que não tem projeto para o País, não tem rumo, e agora contraria as promessas de responsabilidade fiscal e de redução da dívida pública. A outra é a do ex-presidente Lula, e a gente lembra que esse governo não acabou bem. Ao fim desse governo, tivemos a maior recessão da história entre 2014 e 2016", afirmou Moro, nesta terça-feira (11), em palestra no evento "Money Week - Cenários 2022".

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O ex-juiz federal criticou a política econômica do governo Bolsonaro e disse que houve perda de credibilidade da gestão nessa área devido a medidas como a PEC dos Precatórios, o que levou, para ele, ao fim do teto de gastos.

"PEC dos Precatórios tem aspecto muito positivo, que é a expansão do antigo Bolsa Família, que é necessária. Juntamente com a PEC, são aumentadas outras receitas, de duvidosa necessidade neste momento. Uma é o aumento das verbas para emendas de relator", disse o ex-ministro de Bolsonaro, que também atacou o orçamento secreto. "Isso gera pulverização do orçamento público. Em vez de concentrar a verba em investimento público, leva a aplicar a verba em investimentos que não são relevantes."

Moro também defendeu que é preciso uma "política fiscal responsável" para retomada do crescimento, mas não citou propostas concretas para a área, caso seja eleito presidente. Ao falar sobre o combate à pobreza, sugeriu a criação de uma agência governamental que reuniria diversos ministérios e estados na formulação de políticas para a questão.

Sem citar diretamente a terceira via, ele defendeu que outras alternativas eleitorais podem ajudar a tirar o País da crise. "Crescendo outras alternativas eleitorais, com políticas econômicas mais responsáveis, baseadas na ciência, evitando ideologias equivocadas, isso pode gerar um viés positivo para a economia brasileira", declarou o ex-juiz federal, que se apresentou como um "defensor da livre-iniciativa".

O símbolo da Operação Lava Jato defendeu as privatizações, mas disse que é necessário definir qual a melhor forma de realizá-las. Não apresentou, entretanto, nenhuma ideia para a área.

Corrupção

Ao falar sobre o combate à corrupção, Moro afirmou que, se eleito, vai colocar a questão "nos trilhos" e que fará uma gestão com diálogo com partidos políticos, mas sem "transigir na ética".

"Transigir com a ética não leva à governabilidade. Temos exemplos claros do passado. Durante o governo do PT, nos quais se teve mensalão e petrolão, o resultado foram as recessões de 2014 e 2016. O governo atual, sem projeto, tem alianças bastante controvertidas, está utilizando de um mecanismo que leva à pulverização do orçamento através das emendas de relator, e ele está entregando uma provável recessão em 2022."

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por 90 dias o inquérito aberto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro (Podemos), ambos presidenciáveis, por denúncias de interferência do chefe do Executivo no comando da Polícia Federal (PF). O prazo inicialmente previsto para o encerramento das investigações era no dia 27 de janeiro.

O inquérito em curso no Supremo se tornou palco do embate antecipado entre os pré-candidatos à Presidência da República. Durante a entrevista coletiva em que anunciou seu pedido de demissão do governo Bolsonaro, em abril de 2020, Moro deu a entender que o presidente teria solicitado substituições na diretoria-geral e nas superintendências da PF com o intuito de blindar seus filhos e aliados de investigações em curso na corporação.

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Em novembro do ano passado, Bolsonaro prestou depoimento à PF e admitiu ter pedido a Moro as substituições nos postos de comando do órgão de estado, mas disse que "jamais teve qualquer intenção" de interferir na instituição. Segundo o presidente, o pedido de demissão do delegado-geral Maurício Valeixo - pivô da crise que culminou na saída de Moro do governo - para colocar em seu lugar Alexandre Ramagem teria ocorrido "em razão da falta de interlocução" com o antigo responsável pela Polícia.

No depoimento de Moro à PF, em maio de 2020, consta, no entanto, que Bolsonaro teria pedido a substituição porque 'precisava de pessoas de sua confiança, para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência'. No último dia 27, a Procuradoria-Geral da República acolheu o pedido do ex-ministro da Justiça para juntar aos autos do inquérito o link de uma entrevista concedida por Bolsonaro na qual ele diz que 'não queria ser blindado, mas não podia admitir ser chantageado'.

Ao acolher o pedido de Moro, o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros disse que "o embate entre candidatos a cargos políticos é a arena pública, e não o processo penal". "A tentação da transformação da última e derradeira instância do Poder Judiciário em uma caixa de ressonância de aspirações persecutórias ou sancionatórias estranhas ao processo penal, além de poder comprometer a jurisdição do estatuto jurídico do político, pode possuir efeito adverso em todos os avanços civilizatórios plasmados no sistema acusatório e no direito a um julgamento pleno em garantias em todas as instâncias", argumentou.

Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto não se manifestou sobre a decisão do Supremo.

Os pré-candidatos à Presidência da República João Doria (PSDB) e Sérgio Moro (Podemos) criticaram nesta sexta-feira, 7, o "revogaço petista", que, como mostrou o Estadão, planeja rever a reforma trabalhista, privatizações e teto de gastos caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva volte ao Palácio do Planalto.

"O emprego não voltará ressuscitando leis ultrapassadas, mas sim com crescimento econômico", disse o governador de São Paulo, em nota. O "revogaço petista", afirmou Doria, "vai aumentar o desemprego e manter a inflação elevada". "E com desemprego e inflação altos, quem mais sofre são os mais pobres."

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Sérgio Moro, por sua vez, contrastou sua proposta de reforma com as dos líderes nas pesquisas de intenção de voto: Lula e Jair Bolsonaro (PL). "Há três propostas postas na mesa da pré-campanha presidencial", escreveu, no Twitter. "Uma que fará as reformas necessárias ao País (a nossa); outra de um governo que desistiu completamente de implementar reformas (governo atual); e a terceira que quer revogar reformas já consolidadas (PT)", disse o ex-juiz, que está em viagem pelo Nordeste.

O tucano afirmou que pediu um estudo para o time de economistas da campanha ao ver o que PT está atuando para o que ele chama de "pacote do atraso". Segundo Doria, o estudo será publicado nos próximos dias. Doria se reuniu com a presidenciável do MDB, a senadora Simone Tebet, nesta sexta-feira, em São Paulo, com o objetivo de discutir propostas no plano econômico.

Como noticiou o Estadão, o PT planeja imitar a Espanha, que revogou recentemente a reforma trabalhista feita em 2012. A revisão da autonomia do Banco Central é uma das outras discussões que ocorrem entre os petistas. O freio do programa de desestatizações e o fim do teto de gastos são tratados como consenso dentro da campanha do ex-presidente Lula.

"É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na reforma trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores", escreveu Lula nas suas redes sociais.

Uma ala da sigla defende ainda incluir na lista do "revogaço" a autonomia do Banco Central, aprovado no ano passado pelo Congresso. Essa discussão, porém, está num estágio menos amadurecido. Nomeado pelas novas regras, o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem mandato até 31 de dezembro de 2024.

Cada vez mais dedicado a estruturar a pré-campanha para se fortalecer nas pesquisas, Sergio Moro (Podemos) começou a viajar o Brasil nessa quarta-feira (5). Nome com maior apoio da terceira via, o ex-juiz alfinetou os adversários e se apresentou como opção para reverter a "triste polarização entre pelegos e milicianos".

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Ainda no embarque à Paraíba, ao citar 'pelegos e milicianos', Moro enfatizou a suspeita relação do atual presidente e da sua família com os integrantes de milícias do Rio de Janeiro. Como referênciaao ex-presidente Lula, usou o termo pelego, que designava sindicalistas alinhados ao Governo e corrompidos com as causas trabalhistas.

Logo após se filiar ao Podemos, em dezembro do ano passado, o pré-candidato já havia visitado quatro capitais para vender seu livro sobre a atuação na Operação Lava Jato e os impasses que o fizeram abandonar o Ministério da Justiça de Bolsonaro.

Ultrapassado por Sergio Moro (Podemos) nas intenções de voto, nesta quarta-feira (5) Ciro Gomes (PDT) voltou a atacar o ex-presidente Lula (PT) para dar um novo fôlego à candidatura. O postulante ao Planalto condenou a antiga e a atual gestão pelo agravamento da crise, mas ressaltou que o líder petista transfere toda culpa para Jair Bolsonaro (PL) ao invés de assumir seus erros.

Ciro apontou que a proposta econômica do PT para 2022 é se apoiar mais uma vez no "famoso álibi da 'herança maldita'". Ele entende que estruturar a campanha nesse discurso frustra ainda mais o eleitorado: "menos do mesmo".

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Há tempos como opositor, o ex-ministro do Governo Lula também afirmou que o PT "esconde vergonhosamente Dilma, manipula números" para se apresentar como a saída econômica.

"Se o Brasil depender destes senhores para sair do atoleiro, vamos afundar de vez", categorizou.

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Pré-candidato do Podemos à Presidência, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou que deixou o governo Bolsonaro para não ser "cúmplice de coisa errada" e que passou a sofrer "sabotagem". A declaração foi dada nesta quarta-feira, 29, em entrevista à rádio Capital FM, de Mato Grosso.

"Logo após que eu havia entrado, eu não tive mais o apoio do presidente da República, e, a partir de determinado momento, eu passei a sofrer até sabotagem", afirmou o ex-juiz. "Quando chegou o momento que era me dada a escolha 'ou você fica como cúmplice de coisa errada ou você sai', eu preferi sair", disse.

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Moro deixou o governo Bolsonaro em abril do ano passado e acusou o presidente de interferir na Polícia Federal para ter acesso a informações sigilosas. "O próprio presidente reclamou esses dias dizendo que eu não protegia a família dele da Polícia Federal, da Receita Federal, o que é um absurdo. Ninguém tem que ser protegido de nada. Se alguém cometeu coisa errada, tem que ser investigado e a pessoa tem que ser responsabilizada", disse.

Bolsonaro nega que tenha interferido na Polícia Federal. Em depoimento, o presidente afirmou que "jamais teve qualquer intenção" de interferir na PF quando "pediu" a Moro as mudanças na diretoria-geral e nas superintendências da corporação.

Ao criticar o atual governo na entrevista, o ex-ministro afirmou que houve um "desmantelamento do combate à corrupção" no Brasil, e usou essa fala como gancho para criticar também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de 2022.

"O presidente Lula está aí solto porque houve enfraquecimento do combate à corrupção, e essa responsabilidade é do atual presidente Bolsonaro", disse.

YOUSSEF

Na entrevista, Moro saiu em defesa de seu aliado, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), que recebeu doação eleitoral do doleiro Alberto Youssef, investigado na Lava Jato. "Eu nem conhecia o senador. Ninguém sabia quem era Alberto Youssef na época (final dos anos 1990)", disse.

A doação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, Youssef ajudou a financiar uma das campanhas eleitorais de Dias, em 1998, na época em que o senador estava no PSDB.

A doação no valor de R$ 21 mil (o equivalente a R$ 88 mil em valores atualizados) foi feita por meio de duas empresas do doleiro, um dos principais operadores identificados na Lava Jato.

Procurado, o senador Alvaro Dias afirmou que as denúncias de financiamento de campanha com dinheiro público foram arquivadas pelo Ministério Público do Paraná, em 2004, após a não confirmação dos fatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, determinou que a consultoria americana Alvarez & Marsal apresente os documentos ligados à saída do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) da empresa em outubro, quando o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública se lançou na política. O ministro quer informações sobre os valores pagos ao presidenciável, incluindo as datas das transações.

O despacho foi assinado no último dia 17, e ainda pede que a empresa, "a título colaborativo" informe o número de processos de recuperação em que atuou como administradora judicial desde 2013, detalhando quais empresas estavam em processo de recuperação, perante a quais varas da Justiça, além dos valores de honorários arbitrados pelos respectivos juízos.

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Dantas acolheu pedido do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que quer apurar possíveis "prejuízos aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sérgio Moro, afetando a empresa Odebrecht mediante práticas ilegítimas de revolving door" - movimentação em que políticos ou servidores se tornam lobistas ou consultores na área em que atuavam -, e lawfare, "conduzido contra pessoas investigadas nas operações" da força-tarefa.

Em ofício encaminhado ao gabinete do ministro do TCU no último dia 10, Furtado diz que "se avaliam questões relativas a possíveis conflitos de interesse, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas".

Moro foi contratado pela Alvarez & Marsal após pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) acusando o presidente da República, Jair Bolsonaro, de suposta tentativa de interferência política na Polícia Federal - tema de inquérito que tramita junto ao Supremo Tribunal Federal.

O ex-aliado do chefe do Executivo, que deixou a magistratura para comandar o MJSP, se mudou para os Estados Unidos para área de 'Disputas e Investigações' da consultoria americana.

A A&M fornece serviços de consultoria, aprimoramento de desempenho de negócios e gestão de recuperação e atua, por exemplo, no processo de recuperação da Odebrecht - empreiteira que celebrou acordo de leniência com a Lava Jato e viu 77 de seus executivos fecharem delações premiadas, inclusive o patriarca Emílio Odebrecht e seu filho Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro em diferentes ações penais.

Em seu perfil no Twitter, o ex-juiz da Lava Jato afirmou que "deixou o serviço público e trabalhou honestamente no setor privado para sustentar minha família". "Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões", escreveu. "Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do Procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma", completou ainda o ex-juiz.

O vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros enviou ao Supremo Tribunal Federal manifestação em favor de um pedido do ex-juiz e atual presidenciável Sérgio Moro para juntar o link de uma entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro aos autos do inquérito que investiga suposta tentativa de interferência política do chefe do Executivo na Polícia Federal. Na entrevista, Bolsonaro afirmou que, em reuniões ministeriais, dizia que 'não queria ser blindado, mas não podia admitir ser chantageado'.

O parecer de quatro páginas foi assinado no último dia 23 e protocolado no STF nesta segunda-feira, 27. No documento, Humberto Jacques ponderou que a entrevista é interessante para que o Ministério Público Federal formule sua opinião sobre o caso, considerando que a investigação mira suposta 'busca de favorecimento pessoal pelo presidente partir da indicação de cargos de direção na Polícia Federal'. Segundo o vice-PGR, ela será analisada 'em momento oportuno, conjuntamente com os demais elementos colhidos no curso da investigação'.

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O documento diz que na entrevista mencionada por Moro - concedida por Bolsonaro ao jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, e publicada no último dia 8 - o presidente tece declarações sobre sua relação institucional com o ex-ministro.

O parecer reproduz trecho da fala do chefe do Executivo: "Eu sempre dizia na reunião de ministros: 'Eu não quero ser blindado por nenhum de vocês, entendeu, Sergio Moro? Eu não posso admitir é ser chantageado, entendeu Sergio Moro? Assim era comum acontecer. E esse cara não fez absolutamente nada para que Coaf, para que Receita, não só bisbilhotasse a minha vida, como a de milhares de brasileiros. Que isso nos atrapalha. Você pode investigar o filho do presidente? Pode. A mulher do presidente? Pode. Mas investiga legalmente, com uma acusação formal. O próprio presidente, eu posso ser investigado, sem problema nenhum, mas não dessa forma como eles fazem".

O ex-ministro ainda pediu que também fosse juntado aos autos o link de uma análise política sobre a entrevista em questão. No entanto, Humberto Jacques afirmou que o juízo de valor emitido por um comentarista político a respeito das declarações de Bolsonaro 'não possui qualquer relevância probatória, tampouco deve ser utilizado como base para a formação de convicção do órgão persecutor'.

Em oposição ao ex-ministro Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o pré-candidato do Podemos à Presidência da República não prega a cartilha que o elegeu em 2018.

"Ele confessou que deveria ser mais taxativo contra o armamento", disse Bolsonaro em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada. "Não é a minha cartilha, a do povo que me elegeu."

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Além disso, Bolsonaro questionou os índices de intenção de voto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas mais recentes para a campanha presidencial de 2022. "Tem voto, mas não acredito nesse montante todo que está aí."

O presidente afirmou que, após se filiar ao PL, pretende usar o tempo de propaganda eleitoral no ano que vem para mostrar o que fez. Dessa forma, de acordo com o chefe do Executivo, o eleitor poderá comparar o governo ao do petista. "Quando se fala em três anos sem corrupção, não é por acaso, são medidas que tomamos."

Enquanto tenta a reeleição, Bolsonaro se movimenta para emplacar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, como candidato a governador de São Paulo. Nesta sexta-feira, 24, o chefe do Planalto confirmou Tarcísio na campanha. "Certeza que Tarcísio é o nosso candidato."

Nos últimos dias, Bolsonaro também conversou com o empresário Paulo Skaf e a deputada Janaína Paschoal, apontados como possíveis candidatos ao Senado ou a vice na chapa do governo, mas declarou que não fechou nada com os dois.

O juiz Dineu de Paula, de plantão na Justiça Federal do Paraná, acolheu pedido feito pelos advogados do ex-ministro Antonio Palocci e suspendeu sua execução provisória de pena, autorizando ainda que ele retire a tornozeleira eletrônica.

O despacho foi dado nesta quinta-feira, 23, e está ligado à decisão do Superior Tribunal de Justiça que, no início do mês, anulou condenações impostas a Paloccci, ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, Renato Duque, e outras 12 pessoas na esteira da Operação Lava Jato.

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A decisão ainda levou em consideração parecer favorável do Ministério Público Federal e o fato de que a Justiça Eleitoral - declarada competente pela corte superior para analisar processo envolvendo o petista - ainda não ter ratificado os despachos que foram anulados pelo STJ. Ainda de acordo com o documento, Palocci deverá entregar sua tornozeleira e seus acessórios à 15ª Vara Federal de Curitiba em cinco dias úteis.

A sentença derrubada pelo STJ foi assinada em 2017 pelo então juiz federal Sérgio Moro, que viu indícios suficientes de crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O processo envolveu suspeitas de pagamentos indevidos, inclusive de caixa dois, pelo chamado Departamento de propina da Odebrecht.

Na ocasião, o entendimento do ministro Jesuíno Rissato foi o de que a 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba é incompetente para processar e julgar o caso, devendo este tramitar junto à Justiça Eleitoral. Desde 2019, por determinação do Supremo Tribunal Federal, crimes de corrupção devem ser julgados na esfera eleitoral quando tiverem conexão com possíveis delitos eleitorais.

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) usou as redes sociais nesta terça-feira (21) para chamar a atenção da “pouca direita brasileira”. Para a advogada e figura importante no Impeachment de Dilma Roussef, seus aliados estão fazendo o trabalho para a esquerda ao não se reunir para “ganhar a guerra”.

“A esquerda está fazendo uma frente ampla e não é só para levar a Presidência da República. Sinal de inteligência. Enquanto isso, a pouca direita que há está se digladiando, se desmerecendo... em outras palavras, fazendo o trabalho para a esquerda. Sinal de burrice”, disparou Paschoal.

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Já prevendo que seria atacada por bolsonaristas e lavajatistas, seus principais eleitores, a deputada fez questão de ressaltar que o elogio à esquerda não significa aproximação.

“Não, eu não estou flertando com a esquerda. Mas o primeiro passo para ganhar uma guerra é reconhecer as capacidades do adversário. O País está em uma situação muito delicada”, finalizou.

Filiado ao Podemos há pouco mais de um mês, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro já experimenta obstáculos na articulação para consolidar uma candidatura à Presidência em 2022. Além do ambiente hostil de parte do mundo político por causa de sua atuação como juiz da Operação Lava Jato, Moro ainda enfrenta resistência de setores do próprio partido. A tarefa de costurar eventuais alianças e apoios foi delegada à presidente da legenda, a deputada federal Renata Abreu (SP).

Chamada de "chefe" por Moro, a parlamentar carrega a procuração do pré-candidato para conversas partidárias que envolvem o varejo político regional. A agenda de Moro ficou concentrada em reuniões com apoiadores, entrevistas à imprensa e eventos para a divulgação de seu livro, cujo acesso chega a custar R$ 90.

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Na última semana, Moro esteve nos Estados Unidos para trazer sua mulher, Rosângela, e seus dois filhos de volta ao Brasil definitivamente. Enquanto isso, Renata comandou a reunião considerada até agora a mais importante para uma futura candidatura do ex-juiz. Ela esteve com o presidente do PSL, Luciano Bivar, e o deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP). Ambos costuram a fusão entre o PSL e o DEM que resultará no União Brasil. As siglas representam, juntas, a maior bancada do Congresso.

As conversas ocorrem desde outubro. Bozzella é defensor da ideia de que o ex-juiz deveria ter Bivar como vice em 2022. O problema é que até agora o futuro presidente do União Brasil não mergulhou no projeto Moro.

Para Bozzella, ainda há margem para tirar aliados do presidente Jair Bolsonaro. "É um processo, vai levar um período lá na frente para a caneta do Bolsonaro começar a esvaziar. As pessoas também vão mudar as suas posições", disse.

Moro esteve ao lado de Renata com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, logo após ele ser derrotado nas prévias do PSDB. Dirigentes do Podemos relataram que Renata deixou as portas abertas do partido para Leite, indicando a possibilidade de ele eventualmente ocupar o posto de vice. Pela lógica das negociações políticas, uma chapa pura tem menos chance de se concretizar, pois afasta possíveis alianças.

Empresária e advogada, Renata herdou do pai e do tio o comando do PTN - então um partido nanico -, que ela transformou no Podemos. Além de Moro, sua cartada maior, a legenda terá na eleição outros nomes que agregam uma imagem "lavajatista" e de centrodireita: Deltan Dallagnol e o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz. A presidente do Podemos tenta agora convencer Rosângela Moro a disputar uma vaga na Câmara, segundo afirmam aliados do exjuiz. No entanto, a ideia ainda enfrenta resistência do casal.

Estados

Regionalmente, Moro continua a ter problemas internos no partido. O assunto foi discutido durante uma reunião no Rio, no último dia 9. Em Roraima, o dirigente da legenda, Pastor Isamar, já recebeu Bolsonaro em sua igreja e deixou o Podemos para se filiar ao PTB.

Outro reduto bolsonarista está no diretório de Mato Grosso, cujo maior representante é o deputado federal José Medeiros, também fechado com o presidente. Dirigentes do partido disseram ter dado um ultimato para que Medeiros anunciasse apoio de maneira clara e pública ao ex-juiz ou deixasse a legenda. O Estadão não localizou Medeiros. Seu gabinete não respondeu aos contatos da reportagem.

Outra preocupação está na relação entre o líder da bancada na Câmara, Igor Timo (MG), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), outro pré-candidato à Presidência. Questionado sobre quem é seu favorito, Timo declarou apoio a Moro, ao lado de Pacheco: "A chapa dos sonhos".

Na Bahia, um dos mais antigos quadros do Podemos, o deputado federal João Carlos Bacelar, declarou abertamente, durante uma visita de Lula, apoio a Jacques Wagner (PT) para governador. Ele, no entanto, já deu declarações públicas de que vai apoiar o candidato de seu partido ao Planalto. Procurado, o deputado não se pronunciou.

Meta é chegar a 15% em março, diz líder

Ao avaliar internamente o resultado da mais recente pesquisa Ipec de intenção de voto à Presidência, divulgada na semana passada, dirigentes do Podemos consideram que ainda é cedo e há tempo para Sérgio Moro crescer. "Como a presidente do Podemos, Renata Abreu, tem dito, a meta é ter 15% até março do ano que vem", disse o líder da bancada do Podemos na Câmara, deputado Igor Timo (MG).

A pesquisa Ipec apontou que o ex-juiz tem 6% das intenções de voto, patamar distante dos primeiros colocados Jair Bolsonaro (21%) e Luiz Inácio Lula da Silva (48%). Dirigentes do Podemos afirmam, entretanto, que pesquisas internas dão a Moro 11%. "Já estamos muito próximos do objetivo inicial", disse Timo. "É bom lembrar que Moro se filiou ao Podemos e entrou para valer no jogo político há pouco mais de 30 dias."

A equipe de marketing do ex-juiz avalia que a distância do período eleitoral faz das pesquisas uma amostragem diferente do que será o resultado das urnas. A avaliação é de que Moro tem potencial de roubar votos dos eleitores de Bolsonaro.

DESAFIO. O cientista político Humberto Dantas afirmou que, na maioria das pesquisas, Moro "não descola, de forma absoluta, como terceira via". "O primeiro desafio: quem testa rejeição tem visto o exjuiz com bastante dificuldade." Segundo Dantas, Moro também precisa se "descolar da pauta anticorrupção", que não deveria se "sobrepor aos temas mais sociais e econômicos gritantes atuais".

O cientista político ainda avaliou que o ex-juiz "precisa se encontrar politicamente, abrir espaço no partido, abraçar prefeito, viver a realidade" longe de Brasília: "Precisa encarar a sociedade e imprimir uma marca que o coloque perto das pessoas".

É fato que Moro tem se esforçado, aproveitando as viagens para divulgar seu livro Contra o Sistema da Corrupção. No Recife, por exemplo, ganhou um chapéu de sertanejo e fez questão de posar para fotos com o adereço.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Luciano Hang, que é dono das Lojas Havan e fiel apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi atacado por seus companheiros bolsonaristas nas redes sociais depois de compartilhar um vídeo do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) e elogiá-lo no Twitter.

No vídeo em questão, Moro ataca o ex-presidente Lula, que afirmou em entrevista que a Lava Jato prejudicou a Petrobras e o país. A operação foi comandada por Sérgio Moro quando era juiz federal.

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O agora ex-juiz retrucou e apontou que Lula foi quem roubou a Petrobras durante todo tempo em que o PT comandou o país. 

O empresário bolsonarista Luciano Hang parece ter gostado das declarações de Moro. "A lava-jato mostrou a corrupção instalada nas empresas públicas durante o governo do PT. Parabéns Moro por se posicionar contra as mentiras faladas pelo Lula, durante uma entrevista, nesta quarta-feira", compartilhou Hang.

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No entanto, os apoiadores de Bolsonaro não gostaram nada desse apoio de Hang e não pensaram duas vezes ou mediram as palavras na hora de atacar. Sergio Moro é tido pelos apoiadores do presidente como um traidor. 

Confira

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Pré-candidato à Presidência pelo Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro se aproximou do ex-presidente Michel Temer em uma tentativa de criar pontes com o MDB para a disputa em 2022. Moro, que tem a Lava Jato como bandeira, enfrenta resistência para avançar em conversas com partidos e lideranças que foram alvo da operação. Temer foi preso, em 2019, em ação da Lava Jato do Rio de Janeiro por decisão do juiz Marcelo Bretas.

Moro e Temer já conversam por telefone e um encontro entre os dois chegou a ser marcado, mas foi adiado por problemas de agenda. Os dois devem se encontrar até o final deste ano ou no início de 2022.

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Desde que se filiou ao Podemos para disputar a Presidência, Moro já se encontrou com dois pré-candidatos da "terceira via": o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o cientista político Luís Felipe d'Ávila (Novo). Não se reuniu, porém, com a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB, nem com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, nome do PSD ao Planalto.

Quando Moro assinou a ficha de filiação ao Podemos, em novembro, o partido convidou o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, e a senadora Simone Tebet, mas nenhum dos dois compareceu. Rossi enviou como seu representante o deputado federal Herculano Passos (MDB-SP).

Em caráter reservado, lideranças emedebistas, tucanas e de partidos do Centrão avaliam que Moro terá dificuldade em montar uma base partidária de apoio em 2022.

'Diálogo'

Entre os aliados de Moro também prevalece o ceticismo quanto a aproximação com políticos e partidos que foram alvo Lava Jato, mas o ex-ministro tem dado sinais que pretende modelar o discurso em 2022 de forma pragmática em vez de negar a política tradicional como fez Jair Bolsonaro em 2018.

No MDB há uma ala pró-Lava Jato que não resiste ao diálogo com o ex-ministro. "Neste momento, o quadro é de muitas conversas e de mandar mensagens para fora. Moro procura estabelecer pontes. Se ele concordar em ser vice da Simone Tebet, seria uma boa chapa", disse o deputado Alceu Moreira, presidente do MDB-RS.

Em suas falas, Moro tem dito que o jogo político exige "diálogo no limite ético" e que o combate à corrupção segue na agenda, mas não será seu foco principal. Quando foi questionado a respeito de suas decisões como juiz, ele disse que a campanha de 2022 terá "um competente sobre o passado".

"Algumas pessoas são críticas em relação à algumas decisões que eu tomei, mas tenho tranquilidade, tanto no caso da Lava Jato como no governo. Às vezes foram decisões difíceis, mas estou pronto para defendê-las", disse Moro em um debate organizado pela iniciativa do grupo 'Derrubando Muros' na segunda-feira.

A narrativa pragmática agradou os apoiadores lavajatistas. "Moro tem conversar com todo mundo. A terceira via precisa se destacar. Conversar com agentes políticos não é crime. Ele não pode ser um negacionista político", disse Adelaide Oliveira, porta voz do Movimento Brasil Livre (MBL). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em um evento virtual realizado nesta segunda-feira (13) pelo Derrubando Muros, grupo que reúne economistas, empresários, educadores, banqueiros e intelectuais de centro, o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) se apresentou como um pré-candidato com "viés liberal" na economia e disse "ter dúvidas" se o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão aceitar participar de debates com ele na campanha presidencial do ano que vem.

"Tem que ver se vai ter debate. Eu me disponho a ir, mas tenho dúvidas se o ex e o atual presidente vão se dispor a ir nessa arena", disse.

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Em uma tentativa de se contrapor aos dois líderes das pesquisas de intenção de voto, o ex-juiz disse que Bolsonaro "flerta com o autoritarismo" e tem um "projeto pessoal e familiar de poder", enquanto Lula representa o governo que deixou "os dois maiores escândalos de corrupção da história".

Em outra passagem, Moro, que falou dos Estados Unidos, deu sua versão sobre sua decisão de entrar na política. "Se tivesse um candidato competitivo de centro contra os dois, eu provavelmente ficaria no setor privado", afirmou.

Apesar do tom duro, o pré-candidato do Podemos disse que não pretende adotar uma postura agressiva na campanha e admitiu que vai ser questionado sobre suas decisões na Lava Jato e no governo Bolsonaro, que integrou como ministro.

"Essa campanha vai ter um componente sobre o passado. Algumas pessoas são críticas em relação à algumas decisões que eu tomei, mas tenho tranquilidade, tanto no caso da Lava Jato como no Governo. Às vezes foram decisões difíceis, mas estou pronto para defendê-las."

A filiação de Sérgio Moro ao Podemos e o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência agitaram as redes sociais do ex-juiz e o consolidaram na terceira colocação no ranking dos presidenciáveis mais populares na internet. Levantamento da consultoria BITES mostra que o último mês foi de inflexão especialmente no Instagram.

Moro ganhou mais de 53 mil seguidores e se distanciou em menções de seus principais adversários no chamado centro político: Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).

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Nos últimos 30 dias, o nome de Moro alcançou 2,41 milhões de citações, uma alta de 107% em relação ao mês anterior. Líderes nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem à frente.

A análise diária das redes do ex-juiz mostra que o efeito da oficialização de sua intenção político-eleitoral foi quase que imediato no Instagram, considerado o meio mais eficaz de atingir eleitores menos politizados.

"Moro vinha caindo no número de seguidores na plataforma desde abril do ano passado, quando deixou o governo Bolsonaro. Chegou ao vale entre 20 de outubro e 1.º de novembro deste ano, quando alcançou 2,505 milhões de seguidores. Desde então, só cresceu e agora é acompanhado por 2,558 milhões", diz André Eler, diretor adjunto da BITES.

Alvo

O especialista em meio digital alerta, no entanto, que esse ganho nem sempre se dá de forma positiva, ou seja, o fato de as pessoas estarem falando mais de Moro não quer dizer que estejam falando bem dele. Ao se assumir pré-candidato, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro virou alvo tanto da rede bolsonarista quanto da petista, o que ajuda a explicar parte do alcance.

Mas a mudança não é apenas numérica, é claramente eleitoral. É possível notar uma diferença visual entre as postagens feitas antes e depois da filiação ao Podemos, em 10 de novembro.

Agora padronizadas e com fotos profissionais, as mensagens trazem sempre o ex-juiz com um discurso de esperança que, muitas vezes, foge dos temas que lhe são mais confortáveis, como o combate à corrupção. "Esse movimento começou já no final de outubro, quando se percebe o trabalho de uma equipe profissional. Antes, os tuítes eram escritos por ele mesmo e agora há material de design, com as cores que devem marcar sua campanha, assim como um provável slogan: 'Por um Brasil justo para todos'. Outra mudança é que ele passa a falar de temas variados, como economia, por exemplo, para tentar mostrar que não será um candidato de uma nota só."

O investimento fez com que o volume de interações do pré-candidato também desse um salto de 37% no último mês, sobretudo porque ele passou a usar mais as redes. Em média, três vezes mais do que antes da filiação - foram 246 mensagens no período analisado pela consultoria.

Livro

O gráfico elaborado pela BITES aponta o dia 30 de novembro como o de maior menções ao pré-candidato no período. Com o lançamento de seu livro - Contra o sistema da corrupção -, ele chegou a ultrapassar Lula nas redes.

Ao divulgar o livro, aliás, o ex-juiz escolheu postar uma foto na qual sua obra está anunciada ao lado da biografia do petista. A evolução dos posts mostra que o discurso não será só de propostas, mas também de ataques à atual gestão e aos governos petistas.

No Twitter, Moro estava igualmente estacionado em interações, mas ganhou 14 mil seguidores de 10 de novembro para cá.

"É pouco, só 0,42%, porém também significou um ponto de inflexão", completa Eler.

Os números do Facebook ainda são irrelevantes, já que Moro só criou sua conta oficial mês passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sérgio Moro, disse, nessa quinta-feira (9), que a prescrição da pretensão punitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex do Guarujá não é um reconhecimento de inocência. Para ele, decisões relacionadas à Operação Lava Jato estão sendo anuladas por "motivos formais".

"A anulação é por motivos formais. Alguém falou que teve uma prova fraudada? Que teve algo sonegado da defesa do presidente? Não tem isso nem na decisão que o Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu em relação a ele. O que tem é o reconhecimento da prescrição. Passou o tempo hábil para poder ser julgado. E o escândalo de corrupção está lá", disse Moro, durante fala no lançamento de seu livro 'Contra o sistema da corrupção' em um teatro na zona sul do Rio de Janeiro.

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O Ministério Público Federal (MPF) reconheceu recentemente a prescrição da pretensão punitiva no caso do tríplex do Guarujá , manifestando-se à Justiça Federal de Brasília pelo arquivamento da ação contra o ex-presidente. No documento, a procuradora Marcia Brandão Zollinger apontou a extinção da punibilidade do petista com relação aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que lhe foram imputados.

Moro citou também a recente decisão do STF de anular, por 3 votos a 1, uma condenação contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Os ministros consideraram que não é da competência do juiz federal Marcelo Bretas conduzir o processo que condenou o ex-governador por corrupção na área da saúde.

"Então Sérgio Cabral não roubou o Estado?", questionou Moro, gerando risadas na plateia do teatro. "Não vou dizer que o Cabral é inocente porque foi anulada formalmente uma decisão, após vários anos. Da mesma forma, sobre o presidente, a anulação é por motivos formais."

O juiz Marcelo Bretas, que estava na plateia do evento no Rio, foi aplaudido pelo público do teatro. "Hoje, Bretas é um desses 'vilões', perigosos juízes sedentos de poder", ironizou o ex-ministro.

Moro afirmou que medidas do Supremo estão enfraquecendo o combate à corrupção, citando ainda decisão relacionada ao ex-deputado Eduardo Cunha. Para ele, é necessário respeitar o sistema de Justiça, magistrados e ministros. "Mas tem algo de errado quando um caso grande de corrupção não tem tratamento mais severo pelos Tribunais", afirmou.

Foi a quarta cidade em que Moro passou na agenda de lançamento do livro, após evento realizado em Curitiba (PR), Recife (PE) e São Paulo (SP). Na capital fluminense, os ingressos para acompanhar a fala de Moro custavam R$ 95 incluindo o livro autografado e um bloco de anotações. O ingresso avulso custava R$ 80 e a meia-entrada, R$ 40.

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