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No mês em que a morte de Miguel Otávio completou três anos, Mirtes Renata demonstrou indignação ao saber que a condenada em primeira instância pelo crime, sua ex-patroa Sarí Corte Real, se matriculou em uma universidade particular de Medicina. Condenada como responsável pela queda do menino do 9º andar de um edifício de luxo do Recife, Sarí responde ao processo em liberdade. 

Na busca por justiça pela morte do menino de cinco anos, nesta quinta-feira (15) Mirtes compartilhou a informação publicada pelo jornalista Jonas Di Andrade e criticou a impunidade da ex-patroa.    

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"Gente é sério isso? Eu não tenho como suportar tanta injustiça, porque quem abandonou meu filho levando ele a morte goza de tantos privilégios, enquanto eu sou sufocada de dor! Cansativo!!!", reclamou a ex-empregada doméstica ao saber que Sarí agora é uma estudante universitária. 

Em junho de 2020, Miguel foi deixado sozinho no elevador antes de cair do prédio quando estava sob os cuidados da ex-patroa da mãe. Em 2022, Sarí foi condenada por abandono de incapaz com resultado morte, com a sentença de 8 anos e 6 meses de prisão, mas recorreu da decisão. O caso ganhou repercussão nacional e segue na Justiça. 

O general Richard Fernandez Nunes relacionou a mudança da equipe de investigadores - chefiada pelo delegado Giniton Lages - à impunidade dos mandantes da morte de Marielle Franco. Richard era o secretário da Segurança Pública do Rio quando a vereadora do PSOL e o motorista Anderson Gomes foram assassinados, em 14 de março de 2018.

Lages foi removido das investigações em 2019, após a prisão do sargento Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio Queiroz, apontados como executores do crime. A decisão foi tomada pelo então governador Wilson Witzel. "Ela (Marielle) foi morta porque fazia parte de um grupo político, e grupos políticos contrariam determinados interesses", afirmou o general.

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As declarações do general estão em sua entrevista aos pesquisadores Celso Castro, Adriana Marques, Verônica Azzi e Igor Acácio para o livro Forças Armadas na Segurança Pública: a visão militar. Ao Estadão, ele confirmou o teor das declarações, feitas em 2021 e publicadas agora, quando o crime completou cinco anos.

"Estava nítido para nós que era um crime encomendado, uma execução, tendo em vista a atuação política no Rio." Segundo ele, para se fazer campanha no Rio, "o camarada tem que pedir voto ou em área controlada pelo tráfico ou por milícia". "Migrar de uma área dessas para outra representa, do ponto de vista do político, um movimento muito arriscado." Marielle começou a atuar em áreas onde milicianos faziam construções clandestinas e praticavam crimes ambientais.

PERGUNTA

O general comandou a Segurança até o fim da intervenção federal, em dezembro de 2018. "Os executores foram presos em março (2019). E o Giniton teve também a lealdade de dizer isso na frente do governador (Witzel), que o crime tinha sido elucidado após uma longa investigação de um ano, que muito se devia ao apoio que ele recebeu da intervenção federal. Aí vocês vão me perguntar: mas por que não chegou aos mandantes até hoje? Ah... pergunta para quem veio depois, porque o Giniton foi afastado do caso. Ali havia um planejamento. A gente tinha uma expectativa na linha do tempo para atingir determinados objetivos." O primeiro deles foi deter os executores.

As suspeitas apontavam então para a participação de políticos ligados à milícia como possíveis mandantes. Para o general, o desmonte da equipe de investigadores teria comprometido o andamento das investigações. Após deixar a secretaria, ele assumiu o Centro de Comunicação Social do Exército e, depois, o Comando Militar do Nordeste, cargo que ocupa até hoje.

Além da equipe policial, as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile, que acompanhavam as investigações, deixaram o caso em 2021. O Estadão procurou Witzel, mas não o localizou. Em janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, manifestou-se a favor da federalização do caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O incêndio na boate Kiss completa dez anos nesta sexta-feira (27). A tragédia provocou a morte de 242 pessoas, mais de 600 feridos e comove o país até hoje, sem nenhum réu responsabilizado

O drama começou por volta de três horas da manhã do dia 27 de janeiro de 2013, quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acendeu um objeto pirotécnico dentro da boate, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. 

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A espuma do teto foi atingida por fagulhas e começou a queimar. A fumaça tóxica fazia as pessoas desmaiarem em segundos. O local estava superlotado, não tinha equipamentos para combater o fogo, nem saídas de emergência suficientes. Morreram pessoas que não conseguiram sair e outras que tinham saído, mas voltaram para ajudar.

O delegado regional de Santa Maria, Sandro Luiz Mainers, contou que o pânico se instalou quando a fumaça se espalhou e a luz caiu. As pessoas não sabiam como fugir.

"E isso fez com que algumas pessoas enganadas por duas placas luminosas que estavam sobre os banheiros da boate corressem na direção dos banheiros e não na direção da porta. Então, houve um fluxo e um contrafluxo. Algumas corriam para o banheiro e outras tentavam correr na direção da porta de entrada. Isso fez com que muitas pessoas morressem porque algumas acabaram sendo derrubadas, algumas caíram", relatou.

Além da falta de sinalização, quem tentava sair esbarrava nos guarda corpos que serviam para direcionar as pessoas ao caixa da boate, disse o delegado. "E os guarda corpos foram determinantes até porque nós encontramos corpos caídos sobre esses guarda corpos", afirmou.

Relato

O jornalista Dilan Araújo atuou na cobertura para as rádios da EBC, quando o incêndio aconteceu. Ele disse que os familiares iam a um ginásio da cidade para procurar por informações e fazer o reconhecimento das vítimas.

"E, por isso, de tempos em tempos, a gente ouvia os gritos desconsolados, né? Rompendo aquela atmosfera de silêncio e de tensão, outros familiares tentando consolar aqueles que se encontravam numa emoção. De desespero maior. E tinha também a angústia daqueles que ainda estavam sem notícias", finalizou.

Porta-voz do governo da Catalunha, a jornalista Patrícia Plaja disse nesta terça-feira que o caso Daniel Alves mostra o fim da impunidade para crimes sexuais na Espanha. O lateral-direito brasileiro, preso nos arredores de Barcelona desde sexta-feira, é acusado de estupro na Espanha e nega a acusação.

"A mensagem é muito clara: seja quem seja o suposto agressor sexual, a violência sexual não fica impune. E isso é possível porque há leis, há protocolos que protegem as vítimas", declarou Plaja, em evento público. "Neste caso concreto, na boate onde ocorreram os fatos foram aplicados de maneira adequada e inequívoca os protocolos contra o assédio e as agressões sexuais em espaços de lazer."

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A porta-voz exaltou a coragem da suposta vítima em denunciar o caso e argumentou que a denúncia está relacionada com mudanças recentes na legislação espanhola sobre crimes sexuais. "Isso só é possível pelo valor desta vítima e de tantas outras, que já não calam, dão o passo e denunciam e apontam os agressores. São mulheres valentes, que dizem basta", afirmou Plaja.

O Código Penal da Espanha foi alterado em outubro do ano passado com uma nova lei que se baseia na ideia de que crimes sexuais devem ser tipificados com base no consentimento da vítima. Dessa forma, todos os crimes de natureza sexual, independentemente de haver ou não violência, passaram a ser "agressões sexuais".

A lei, chamada de "Só sim é sim", foi criada para ampliar a abrangência de crime de violência sexual. Todos os atos sexuais não consensuais passaram a ser considerados violência. Contraditoriamente, porém, as penas para alguns crimes sexuais foram reduzidas.

O Código Penal da Espanha considera agressão sexual "os atos de caráter sexual que sejam realizados com recurso à violência, intimidação ou abuso de uma situação de superioridade ou vulnerabilidade da vítima". A pena prevista é de um a 15 anos por crimes de agressão sexual, dependendo da gravidade, mas também pode ser reduzida a multas.

Segundo o artigo 179 e 180 da lei de agressão sexual espanhola, a pena pode alcançar 15 anos quando "a agressão sexual consiste em acesso carnal por via vaginal, anal ou bucal, ou introdução de membros ou objetos corporais por qualquer uma das duas primeiras vias". O assédio sexual sem penetração pode se enquadrar em atentado contra a liberdade sexual, com previsão de uma pena menor, de até quatro anos.

Dos 171 casos de discriminação racial no futebol brasileiro nos últimos três anos, entre 2019 e 2021, apenas 35, ou 20% do total, tiveram algum tipo de punição. Embora quatro deles estejam em andamento, a maioria das situações não resultou em sanções para clubes, torcedores ou dirigentes. Especialistas apontam que a descrença das vítimas no desfecho dos casos, falhas na legislação e a falta de negros na composição dos tribunais desportivos ajudam a explicar o quadro.

Os dados são do Observatório da Discriminação Racial, entidade que propõe ações afirmativas a partir de relatórios anuais sobre casos de discriminação no esporte desde 2014.

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A partir das informações da entidade, o Estadão apurou que, dos 82 casos de injúria racial em 2019, 18 tiveram sanções. Em 2020, foram cinco em 36 ocorrências. Em 2021, a proporção subiu: de 53 situações, houve dez análises.

Os dados reúnem episódios analisados pelos tribunais estaduais e também pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que verifica os casos em grau de recurso. Quando o recorte é apenas do STJD, observa-se que o órgão parece ter a "mão mais pesada".

Segundo o próprio tribunal, 12 casos de injúria racial no futebol foram julgados nos últimos três anos. Destes, oito receberam punições variadas (multas e suspensões de atletas e dirigentes), dois tiveram absolvições (por descaracterização da acusação) e outros dois estão em andamento.

Neste ano, as ocorrências continuam frequentes. Já foram 13 (até março) e a temporada nacional ainda está apenas no começo. Os atos de racismo são tão recorrentes que há situações em que o mesmo jogador já foi discriminado ao atuar por clubes diferentes.

Isso aconteceu como o zagueiro Eduardo Bauermann, contratado pelo Santos neste ano. Em novembro de 2019, o defensor, então no Paraná Clube, enfrentou o Atlético-GO pela Série B do Campeonato Brasileiro, em Goiânia (GO). No aquecimento, ele foi chamado de "macaco" por um torcedor adversário. No fim do confronto, registrou um boletim de ocorrência e o agressor foi expulso da Torcida Dragões Atleticanos.

Em janeiro do ano seguinte, o zagueiro, já no América-MG, ouviu ofensas racistas de um integrante da torcida organizada do seu próprio time. O torcedor foi novamente expulso, mas Eduardo não registrou boletim de ocorrência.

No futebol, casos de racismo são caracterizados como injúria racial, de acordo com o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Nessa categoria, eles preveem penas de um a três anos de prisão. Mas existe a possibilidade de conversão em trabalho social ou pagamento de cestas básicas - as punições mais comuns no País. Por outro lado, a lei estabelece o racismo como um crime inafiançável.

DESCRÉDITO

Especialistas apontam a falta de segurança jurídica no trecho do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) que analisa o tema. Segundo eles, a definição da gravidade do ato é subjetiva no artigo 243-G. "Para se configurar um crime de injúria racial, é preciso um elemento subjetivo que a gente chama de dolo, ou seja, a vontade de praticar o crime. No Brasil, esse elemento gera muita insegurança", explica Tiago Vinicius, professor de Direito da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.

Torcedores costumam ser punidos quando praticam atos discriminatórios. Nem sempre isso ocorre com dirigentes ou com os próprios clubes.

No dia 24 de fevereiro, o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) puniu o Brasil de Pelotas com a perda de dois mandos de campo por atos de injúria racial de um torcedor contra o goleiro Adriel, em partida com o Grêmio. As câmeras flagraram o torcedor imitando um macaco. O clube foi multado em R$ 30 mil e obrigado a impedir o torcedor de frequentar o estádio do time por 900 dias - quase 2 anos e meio. Para a sentença, ainda cabe recurso.

Em uma situação semelhante, também com a imitação de um macaco por um torcedor no estádio, o Grêmio foi absolvido. O ato foi feito contra torcedores do Internacional dentro do Beira-Rio antes do clássico do dia 26 de fevereiro pelo Campeonato Gaúcho.

Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial, afirma que a Justiça Desportiva "contribui" para que o esporte se torne um espaço de legalização do racismo. "Esses índices (de poucas condenações dos casos) não surpreendem. Parece ser a maneira como a Justiça Desportiva interpreta os casos. Parece que racismo não é crime no futebol. Por isso, poucos julgamentos e, quando são julgados, são poucas as punições", opina Carvalho.

Alguns clubes estão se movimentando no combate à discriminação e adotando medidas como a inclusão de uma cláusula antidiscriminação nos contratos de trabalho. O objetivo é proibir qualquer manifestação de preconceito por parte dos jogadores (as) e funcionários (as). Atualmente, sete clubes preveem punições, como multa e suspensão, e até demissão em caso de racismo. São eles: Bahia, Red Bull Bragantino, Ceará, Corinthians, Cuiabá, Internacional e Palmeiras.

"Entendemos que isso é uma tendência em várias organizações. No futebol não seria diferente", afirma o presidente Alessandro Barcellos, do Internacional, clube pioneiro na adoção das cláusulas antirracismo no País.

RAIZ

Na opinião de Marcel Tonini, doutor em História Social pela USP (Universidade de São Paulo) e pesquisador do Centro de Referência do Futebol Brasileiro do Museu do Futebol, a injúria racial no futebol está ligada a racismo estrutural. O especialista lembra a ausência de promotores e juízes negros, por exemplo. "Não posso acreditar que um juiz negro, que sabe na pele o que é sofrer racismo, não vá se valer de sua autoridade para fazer justiça defronte de um episódio incontestável de racismo", argumenta.

"Enquanto não houver uma equiparação, com a presença de negros como auditores ou agente de decisão em casos de racismo, não vejo modificação na estrutura", diz o ex-árbitro e atual comentarista Márcio Chagas, outra vítima de injúria racial. Em 2014, ele foi chamado de "macaco" por torcedores do Esportivo, de Bento Gonçalves. Depois do jogo, encontrou no estacionamento do clube seu carro arranhado e com bananas em cima do capô.

Chagas afirma que foi proibido de entrar na Federação Gaúcha por ter denunciado um clube filiado à entidade - a associação nega a proibição. Depois de cinco anos, ele ganhou uma ação contra o Esportivo - o valor da indenização foi de R$ 15 mil. O ex-árbitro ainda move duas ações por injúria racial, ambas de 2019, que estão em andamento.

MEDO

As vítimas também têm medo do estigma trazido por uma denúncia formal. Atletas reclamam que ficam marcados no meio. O goleiro Aranha, alvo de insultos racistas de torcedores do Grêmio quando jogava pelo Santos, caso então apontado como um divisor de águas para a questão racial no Brasil (clube gaúcho foi punido com a eliminação da Copa do Brasil, competição pela qual a partida era válida), conta que as oportunidades de emprego foram rareando após o episódio, ocorrido em 2014. Além disso, punição rigorosa como a aplicada ao time não voltou a ser adotada.

"Mesmo que você tenha provas, vai sofrer algum tipo de represália depois de formalizar a denúncia", diz o ex-atleta, que lançou o livro "Brasil Tumbeiro" no fim do ano passado - navios tumbeiros ou negreiros foram as embarcações que fizeram a travessia do Oceano Atlântico, da África ao Brasil, trazendo à força negros escravizados.

A palavra "tumbeiro" vem de tumba, caixa, pois muitos (quase um quarto em cada viagem) não resistiam aos castigos, à fome, a doenças e maus-tratos e morriam nas viagens que levavam até dois meses.

Ronaldo Piacente, procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e que atuou como presidente do órgão por dois anos, reconhece que existem poucos negros nos tribunais do País. Especialistas apontam que essa ausência ajuda a explicar a falta de punição dos casos de injúria racial.

"Realmente, há uma baixa representatividade dos negros nos tribunais em geral, precisamos modificar isso", afirma. "No STJD, temos integrantes negros que compõem a Procuradoria, Comissão Disciplinar e funcionários. Cor, raça, sexo e religião do ser humano não medem sua capacidade. Honestidade e caráter, sim. Somos todos iguais", completa.

Por outro lado, Piacente garante que todos os casos comprovados que chegaram ao órgão foram punidos. "Estive oito anos como auditor do STJD, sendo dois deles como Presidente da Corte e atualmente atuo como Procurador Geral. Posso afirmar que todos os casos comprovados de injúria racial, originários do Superior Tribunal, foram denunciados com rigor e punidos. Aqueles oriundos dos Tribunais Regionais que chegaram até nós, por meio de recurso, foram apreciados, julgados e houve condenação."

No entendimento do especialista, o artigo 243-G, que trata da injúria racial no futebol, não gera insegurança jurídica. "O Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê três tipos de punição para atos discriminatórios, independentemente da questão da extrema gravidade. Então, podemos afirmar que, havendo a ocorrência, o infrator será punido", diz.

NA LUTA

O Observatório da Discriminação Racial lançou recentemente a versão 2022 do uniforme para torcedores antirracistas. De acordo com os idealizadores, a campanha pretende engajar a torcida com o combate ao racismo não apenas em determinadas datas ou quando um caso de racismo tem repercussão.

A venda de produtos é a maior fonte de receita para uma das poucas entidades do País voltada ao estudo da discriminação racial no esporte. Em 2019, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) destinou R$ 5 mil para o Observatório. O valor corresponde à metade da multa imposta ao Juventude por injúria racial cometida por um torcedor contra o volante Gustavo Bochecha, do Botafogo. De acordo com o diretor Marcelo de Carvalho, a entidade nunca recebeu recursos da CBF ou da Federação Gaúcha.

 Nesta terça-feira (25), políticos repercutiram os três anos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais. Em 25 de janeiro de 2019, o desastre deixou 272 pessoas mortas e poluiu o rio Paraopeba, afluente do São Francisco, provocando a morte da vida aquática, bem como conflitos por água e terra em pelo menos 11 áreas do estado. Até hoje, não houve nenhum tipo de responsabilização penal pelo incidente.

“Três anos da tragédia em Brumadinho e nada mudou. O que segue é a impunidade e a sensação de esquecimento. Centenas de famílias destruídas e que seguem na luta por justiça. Um crime socioambiental que não podemos esquecer”, lamenta o senador Fabiano Contarato (PT-ES).

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Já a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), classifica o caso Brumadinho como "o maior crime ambiental da história do Brasil". "A lama ainda toma conta. 272 pessoas morreram em Brumadinho e nenhum executivo da Vale foi responsabilizado. O lucro não vale a vida”, cobra.

Queda de braço na Justiça

Em fevereiro de 2020, a Justiça estadual aceitou a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), dando início ao processo relativo ao caso Brumadinho. Foram responsabilizadas 16 pessoas, sendo 11 funcionários da Vale e cinco da Tüv Süd, consultoria alemã responsável por assinar o laudo de estabilidade da estrutura que se rompeu. Neste âmbito, todos os réus respondiam por homicídio doloso e crimes ambientais, bem como ambas as empresas eram julgadas.

Apenas em setembro de 2021 um prazo de 90 dias foi aberto para que os réus apresentassem suas defesas.A juíza Renata Nascimento Borges também permitiu que os espólios de 36 vítimas atuassem como assistentes da acusação do MPMG. Esse processo, no entanto, perdeu a validade em outro de 2021, depois de um ano e oito meses de tramitação. Na ocasião, os cinco integrantes da sexta turma do STJ entenderam, de forma unânime, que o caso não é da competência da Justiça estadual. Para os magistrados, o julgamento deveria ser federalizado em razão das acusações de declarações falsas prestadas à órgão federal, desrespeito à Política Nacional de Barragens e danos a sítios arqueológicos, que configuram patrimônio da União.

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No STJ, o julgamento ocorreu depois que a defesa do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que era um dos réus, apresentasse um habeas corpus. Também foi aceita a tese de incompetência da Justiça estadual, a despeito da discordância do Ministério Público Federal (MPF) e do MPMG. No julgamento, a subprocuradora-geral da República, Luiza Frischeisen, chegou a declarar: “não há descrição de crime federal, não há crime federal, não há bem jurídico da União atingido aqui na denúncia”.  São os advogados do réu que defendem a existência de crimes federais.

Em junho de 2020, o STJ já havia julgado um conflito de competência e mantido o processo na esfera estadual. Na época, os integrantes da terceira sessão negaram, por sete votos a um, outro pedido realizado pela defesa de Fábio Schvartsman. Os ministros que mudaram que participaram de ambos os julgamentos e mudaram de opinião foram Laurita Vaz e Rogerio Schietti Cruz. Em 2021, eles votaram pela tramitação do caso na instância federal, embora, um ano antes, já tivessem concordado com a manutenção do caso na Justiça estadual.

Quando o STJ confirmou a federalização do caso, o MPMG apresentou um recurso ao STF, que segue sem marcar data para analisar o caso. “Os crimes que aconteceram em Brumadinho, na bacia do rio Paraopeba, e em Mariana, na bacia do rio Doce, não foram casos isolados, acidentes ou por acaso. Fazem parte de um modelo de mineração que é destrutivo, predatório e que visa o lucro acima de tudo”, denuncia o deputado federal Padre João (PT-MG) em suas redes sociais.

O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) afirmou que os demais pré-candidatos à Presidência estão "abraçados com a impunidade" ao afirmar que sua pré-candidatura é a única que faz críticas às anulações de condenações da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Eu tenho sido a única voz crítica à anulação entre os outros candidatos, eles estão abraçados com a impunidade e esse modelo de corrupção", disse em entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (18).

Em abril de 2021, o STF declarou a parcialidade do ex-juiz ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na ação do triplex do Guarujá (SP). Responsável por essa e outras condenações no âmbito da operação Lava Jato, o pré-candidato do Podemos voltou a defender a sua atuação como juiz e disse ser o único que defende a agenda anticorrupção na corrida presidencial.

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"A gente precisa resgatar aquele espírito da Lava Jato que no fundo é a construção de um país mais justo, que ninguém está acima da lei. Esse discurso é o meu discurso. Nenhum outro desses pré-candidatos tem esse discurso porque eles não têm a credibilidade para oferecer isso", afirmou.

Moro disse, ainda, que considera as decisões do Supremo um "erro judiciário", e reforçou que a Corte não decretou a inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre a composição do STF, Moro disse que, se eleito, vai indicar magistrados de carreira para as duas vagas que serão abertas no próximo mandato, por ser possível ver o "histórico da pessoa como juiz". "Quero um firme compromisso com a legalidade, um juiz que tenha aquela visão de que existe o império da lei e que o império da lei é importante para democracia", disse. "Que sejam juízes que respeitem os direitos humanos, os direitos fundamentais, mas que tenham um firme compromisso com o combate à corrupção e àquilo que está errado no nosso país."

Em 2019, quando ainda era ministro da Justiça e Segurança Pública, o nome de Moro foi levantado pelo presidente Jair Bolsonaro como favorito a assumir uma vaga na Corte Suprema. "Uma pessoa da qualificação do Moro se realizaria dentro do STF", afirmou Bolsonaro na ocasião, reforçando que Moro seria um "grande aliado da sociedade brasileira dentro do STF."

Economia

Na entrevista, Moro atribuiu o aumento dos preços dos combustíveis a uma "má política econômica" do governo federal. "Não faço uma crítica pessoal a ninguém. É uma constatação objetiva, o governo falhou na política econômica", afirmou. O pré-candidato também acredita que "não se pode submeter a economia à política partidária". "Que é o que está fazendo o governo atual quando transfere poderes do ministro da Economia para o ministro da Casa Civil", disse. Para o ex-juiz, o primeiro passo de um governo responsável deve ser o controle da inflação e a redução dos juros.

Centrão

Em sua conta pessoal no Twitter, Moro comentou reportagem do Estadão que mostra que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, emplacou o economista e ex-petista José Gomes da Costa como presidente interino do Banco do Nordeste (BNB). O ex-juiz acusou o Centrão de "dar as cartas no governo Bolsonaro, como deu nos governos do PT". "Ajustam-se os interesses, o discurso e pronto. Sem liderança e projeto, o país permanece refém de interesses pessoais ou partidários. Ou mudamos isso ou não há governo que funcione", escreveu.

Os efeitos da aprovação da Lei da Improbidade Administrativa ainda tentam ser revertidos pelo Colégio Nacional dos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (Conpeg), que criticam o enfraquecimento de ações anticorrupção e querem retomar a autorização das Procuradorias ingressarem com ações de improbidade, sobretudo, contra políticos. A discussão é considerada e foi levada à reunião do grupo nessa terça-feira (23), em Brasília.

Sancionada há menos de um mês, a nova Lei da Improbidade Administrativa é considerada um “retrocesso” e retirou a permissão da Fazenda Pública de promover ações contra atos lesivos ao patrimônio público.

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A modalidade culposa também foi removida e o infrator só pode ser punido, caso fique comprovado o dolo, a intenção de praticar o crime contra a Administração.

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-->Moro critica Bolsonaro por sanção da lei de improbidade

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--->1/4 do Senado é alvo de ações por improbidade


Alteração inconstitucional

"Neste ponto, houve um grande retrocesso na alteração legislativa. As Procuradorias, que defendem os Estados em juízo, detêm clara e inequívoca legitimidade para promover as ações que questionem atos lesivos ao Tesouro estadual”, afirmou o procurador-geral do Estado de Pernambuco, Ernani Medicis.

Junto com a Associação Nacional dos Procuradores do Estado e do Distrito Federal (Anape), a Conpeg anunciou que vai apresentar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) para reverter o dispositivo da nova lei.

Em casos famosos de violência contra negros em supermercados, a maioria dos agressores segue sem punição e as empresas não foram responsabilizadas na Justiça. É o que mostra levantamento em outros processos em que as vítimas foram torturadas, agredidas ou mortas por funcionários das lojas.

Na véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças do Carrefour em Porto Alegre. O caso deu início a protestos no País e reacendeu a mobilização do "Vidas Negras Importam".

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No Rio, outro assassinato de um cliente por seguranças segue sem julgamento mais de um ano e meio depois. Em fevereiro de 2019, o jovem negro Pedro Henrique Gonzaga, de 19 anos, foi asfixiado na frente da mãe por um segurança de uma unidade do Extra da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. O vigilante imobilizou Gonzaga e permaneceu quatro minutos sobre o jovem mesmo sendo alertado por vários clientes de que o jovem estava sendo sufocado.

Outro vigilante do estabelecimento observou a cena e nada fez para impedir a agressão. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público do Rio por homicídio doloso qualificado, denúncia aceita pela Justiça em setembro deste ano.

O julgamento, no entanto, não tem data para ocorrer e os dois réus aguardam em liberdade. Está marcada para junho do ano que vem a próxima audiência do processo, de instrução para o julgamento, onde serão colhidos depoimentos das partes.

Outro caso ainda sem punição é do então desempregado Fábio Rodrigo Hermenegildo, de 38 anos. Em março de 2018, ele foi vítima de choques elétricos e golpes de cabo de vassoura no Extra Morumbi, na zona sul de São Paulo, após ser flagrado tentando furtar carne. Levado a um aposento, ele teria sido amordaçado, amarrado e obrigado a sentar, sem calça, em uma poça d’água. A sessão de espancamento foi filmada pelos próprios agressores.

O Ministério Público (MPE-SP) ofereceu denúncia por tortura contra seis pessoas. Mais de dois anos depois, porém, um dos réus morreu. Os outros cinco já deixaram a cadeia e respondem em liberdade. A próxima audiência na Justiça só deve ocorrer em junho de 2021.

O advogado Claudiney da Silva Leopoldino diz que não houve reparação financeira por parte do mercado. Para ele, casos como o do seu cliente também enfrentam resistência para que a Justiça aceite a tese de tortura cometida por seguranças privados. "A lei foi pensada como se só o Estado praticasse esse tipo de crime, e não o particular."

Considerada crime hediondo, a tortura tem pena máxima de 8 anos de prisão. Nos tribunais, as acusações acabam virando "lesão corporal", delito mais brando e com previsão de até 5 anos de cadeia em casos graves.

Foi o que ocorreu no processo do jovem negro de 17 anos, agredido no Supermercado Ricoy, zona sul paulistana, em 2019. Após tentar furtar chocolate, ele foi despido, amarrado e açoitado por dois seguranças. A Justiça inocentou os agressores por tortura e condenou por lesão corporal, cárcere privado e divulgação de cena de nudez. Os crimes somaram, no máximo, 3 anos e 10 meses de prisão.

A pena mais branda facilitou a progressão de regime - um deles já deve ser posto em liberdade em 15 dias. "Infelizmente, há esse tipo de interpretação equivocada de setores do Judiciário, que só consideram que um agente do Estado exerce poder e autoridade", diz o advogado Ariel de Castro. "Também há uma pressão muito grande do poder econômico para esse sistema de impunidade."

Indenização

Em 2019, Luís Carlos Gomes, negro e deficiente físico, foi vítima de agressões e recebeu um mata-leão no Carrefour em São Bernardo (SP). O motivo teria sido porque abriu uma cerveja antes de passar pelo caixa. O caso nem chegou a virar denúncia criminal e só a ação cível prosperou.

Em junho, TJ-SP mandou o supermercado pagar R$ 23 mil por danos morais. Para comparar, o valor representa menos de 2,5% do R$ 1 milhão de multa que a rede recebeu pela cadela Manchinha, morta em uma loja de Osasco em 2018. A vítima aceitou o valor, mas a indenização ainda não foi executada. "Sem desmerecer a vida de um ser vivo, mas a Justiça atribui valor de R$ 1 milhão para um animal e de R$ 20 mil para um ser humano?", diz a advogada Adriana Crystina Soares Jarenco, que representa Gomes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Brasil e México aparecem entre os 13 países do mundo com maior impunidade em relação a crimes contra jornalistas, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), que este ano não incluiu a Colômbia.

Corrupção, instituições ineficazes e falta de vontade política para investigar minuciosamente são fatores que estão por trás da impunidade, disse o CPJ, uma ONG de Nova York que promove a liberdade de expressão no mundo.

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O "Índice Global de Impunidade 2019" do CPJ abrange a última década e não inclui mortes violentas de jornalistas durante conflitos armados ou cobertura de eventos potencialmente perigosos, como protestos violentos.

O ranking, baseado no número de assassinatos não resolvidos de jornalistas em relação à população total do país, coloca a Somália como o pior país pelo quinto ano consecutivo, seguido pela Síria e Iraque. O México aparece em sétimo, enquanto o Brasil é o nono.

Mas em termos do total de assassinatos de jornalistas não resolvidos desde 2009, o México está em segundo, com 30 casos, depois das Filipinas, com 41. O Brasil, com 15, é o nono.

O México "viu seu índice de impunidade piorar quase todos os anos desde 2008, quando cartéis criminosos lançaram uma campanha de terror contra a mídia", afirmou o CPJ.

"De pelo menos 31 assassinatos de jornalistas ocorridos no México durante o período do índice, as autoridades conseguiram apenas uma condenação", acrescentou.

No período de 10 anos que terminou em 31 de agosto de 2019, 318 jornalistas foram mortos por seu trabalho em todo o mundo e em 86% dos casos, nenhum dos autores foi processado com êxito, disse o CPJ.

O relatório observou que, na última década, grupos armados como Al-Shabaab, Boko Haram e Estado Islâmico realizaram ataques "com total impunidade" contra repórteres. E enfatizou que as organizações criminosas "se tornaram uma grande ameaça, matando um grande número de jornalistas e escapando rotineiramente da justiça".

O CPJ destacou o fato de a Colômbia estar fora da lista no último ano.

"Em dezembro, o presidente Iván Duque anunciou que o líder de um grupo de narcotraficantes acusado de matar dois jornalistas e seu motorista foi morto em uma operação conjunta policial e militar, próximo à fronteira com o Equador", afirmou.

Sudão do Sul, Afeganistão, Paquistão, Bangladesh, Rússia, Nigéria e Índia completam a lista dos 13 piores países em relação à impunidade pelo assassinato de jornalistas.

Esses países apareceram várias vezes desde que o CPJ compilou o índice pela primeira vez em 2008, e sete foram incluídos a cada ano.

 O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) lamentou, por meio das redes sociais, a morte de mais um policial militar no Rio de Janeiro, que foi baleado na cabeça por criminosos. O filho do presidente da República Jair Bolsonaro falou que o país está em guerra. 

"Isso acontece porque vivemos num ambiente desarmado e as leis dão a certeza da impunidade aos bandidos. O criminoso tem que literalmente se borrar nas calças ao imaginar que vai matar alguém, quanto mais um policial que representa o Estado. O Brasil está em guerra, mas só um dos lados está autorizado a apertar o gatilho. Que Deus conforte a família deste trabalhador”, destacou. 

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Na última semana, Bolsonaro avisou que poderá assinar um decreto para permitir não apenas a posse de armas, como já havia anunciado, mas também seu porte. A posse significa que o cidadão está autorizado a ter uma arma dentro de casa ou no local do trabalho, já o porte é hoje proibido para quase todas as pessoas, com algumas exceções como membros de forças de segurança pública ou privada. 

  Bolsonaro já avisou, anteriormente, que está preocupado com os inocentes que morrem e não com os bandidos. “Por exemplo, quando divulga 60 mil mortes violentas por ano. Eu pergunto: quantos bandidos e quantos inocentes? Se for 60 mil bandidos [mortos], têm que passar para 120 mil e não preservar a vida de marginal. Eles não poupam as nossas vidas, então, é por aí”, chegou a dizer.

A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanhou as investigações do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes aprovou, nesta terça-feira (11), o relatório final dos trabalhos. Com 118 páginas, o documento traz críticas às investigações do crime, conduzidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, e à falta de informações sobre o caso. 

“Se já é baixa a eficácia do Estado no que diz respeito à elucidação de crimes comuns, no caso de crimes politicamente motivados, especialmente relacionados ao assassinato de defensores e defensoras de direitos humanos, a situação é ainda mais crítica. Há que se ressaltar o péssimo histórico do Estado brasileiro na responsabilização de mandantes de assassinato deste tipo de ativista”, diz o documento.

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Marielle e Anderson foram mortos a tiros na noite de 14 de março deste ano, no centro do Rio de Janeiro, dentro do carro em que estavam. Até hoje, não há conclusão sobre autores, mandantes e motivações do crime. 

“Passados hoje mais de 271 dias, não temos essas respostas, o que causa, não apenas apreensão, como também desconfiança sobre os rumos que o caso tem tomado”, ressalta o texto da comissão.

O documento também propõe a mudança de competência das investigações para a Polícia Federal e sugere a apreciação, por parte do Congresso Nacional, de proposições para evitar que se repitam casos como o de Marielle e Anderson. 

A comissão propõe ainda o controle mais efetivo de armas e munições pelos órgãos de segurança pública e o fortalecimento das redes de proteção aos defensores de direitos humanos, vítimas e testemunhas ameaçadas, em especial no estado do Rio de Janeiro.

A ex-senadora Marina Silva (Rede) disse, nesta quarta-feira (28), esperar que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade do decreto do indulto natalino editado pelo presidente Michel Temer (MDB), em 2017, seja para “coibir a impunidade” no Brasil.

“O decreto de indulto editado por Temer pode enfraquecer a luta contra a corrupção e outros crimes de colarinho branco, aliviando as penas aplicadas pela Justiça. Espero que a decisão do STF seja para coibir a impunidade no país”, afirmou, citando um argumento do ex-ministro Ayres Britto que pondera que o benefício não pode ser usado como “política pública de contraponto a ponderações especiais que a Constituição e a lei já estabelecem para mais fortemente inibir e sucessivamente castigar certas condutas”.

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O STF julga o assunto na tarde desta quarta. Em dezembro do ano passado, durante o recesso de fim de ano, a Corte atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) suspendendo o decreto de Temer.

Segundo o procurador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol, de 39 condenados por corrupção, 21 poderão ter as penas perdoadas se as regras forem mantidas.

O indulto natalino é um perdão de pena geralmente concedido todos os anos. A prática está prevista na Constituição Federal e é prerrogativa exclusiva do presidente da República, mas não é obrigatória.

Pouco antes de ser atingido por uma faca, durante um evento na cidade Juiz de Fora, em Minas Gerais, nessa quinta (6), o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) fez uma publicação no Facebook afirmando que o desarmamento alimenta a violência. A agressão sofrida pelo presidenciável repercutiu nacionalmente.

“Impunidade, desarmamento, indicações políticas e corrupção geraram e continuam alimentando os maiores problemas do Brasil: violência, ineficiência do Estado e desemprego. Tão importante quanto fazer coisas novas, é desfazer essa estrutura criminosa criada pelos últimos governos”, escreveu na rede social.

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Bolsonaro deixou um recado, na tarde desta sexta (7), para os seguidores por meio do Facebook garantindo que estava bem e se recuperando. O presidenciável também agradeceu o apoio de todos. “Agradeço do fundo do meu coração a Deus, minha esposa e filhos, que estão ao meu lado, aos médicos que estão cuidando de mim e que são essenciais para que eu possa continuar com vocês aqui na terra, e a todos pelo apoio e orações”, destacou. 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), um dos filhos de Bolsonaro, também agradeceu por todas as orações e pensamentos positivos pela vida do pai. “De fato nós estamos colocando o nosso na reta por vocês e tenho a certeza que vai valer a pena. Obrigado a todas as ligações que recebi, mesmo sem ter podido atender a maioria delas por razões óbvias”. 

Ele ainda disse que espera que o quadro evolua bem. “Obrigado, Senhor, os médicos disseram que foi por 1 milímetro que não pegou uma veia cava, que foi também por 5 minutos que ele não faleceu, portanto agradeço aos amigos da PF, colegas das polícias e apoiadores que fizeram de tudo para que ele fosse o mais rápido possível levado para o hospital. Esse esforço é impagável”, ressaltou.

 

Chico estava sério enquanto recebia as felicitações dos filhos e da mãe pelo aniversário, na quarta-feira da semana retrasada, dia 20. Há 24 anos que as comemorações não conseguem sobrepor a angústia das lembranças de amigos que morreram no dia 2 de outubro de 1992, no massacre do Carandiru. Foram Claudião, Gringo e Lajoza os responsáveis por animá-lo na cela do terceiro andar da Casa de Detenção quando completou 38 anos. Mesmo agora, com 62, a lembrança dos corpos dos três ensaguentados ainda assombra o ex-detento.

Francisco Carlos Pinto dos Santos soube pelo noticiário da tevê da decisão da 4.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo que, na terça-feira passada, anulou as condenações contra 74 policiais militares envolvidos na ocorrência que deixou 111 mortos. Tentou acompanhar em 2014 um dos júris dos agentes, mas disse ter deixado o ambiente por discordar de parte dos relatos. Voltou para ouvir a sentença de condenação, mas pouco tempo depois começou a carregar um sentimento de insatisfação que foi potencializado na semana passada.

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"Ali teve gente que foi condenada a 600 anos, mas quando acabou estava na padaria da esquina tomando café e dando risada. Como as pessoas entram num local, matam sumariamente, recebem uma condenação e vão para casa como se nada tivesse acontecido?", disse. "Daí chega essa semana e o juiz (desembargador) toma aquela decisão infeliz e anula o que já não valia nada. É de deixar muito triste mesmo."

Chico passou 12 dos 16 anos de prisão no Carandiru, na zona norte de São Paulo. Sempre no terceiro andar do pavilhão 9, onde chegou após envolvimentos sucessivos em casos de roubos a bancos, joalherias e outros estabelecimentos comerciais. Em 1992, gozava de relativo poder de liderança no setor dada a experiência em lidar com os carcereiros.

Mesmo assim, não conseguiu evitar que uma briga entre dois detentos escalasse para um motim, do qual se seguiu a intervenção violenta da Polícia Militar.

Do dia do massacre, guarda, além de críticas à atuação da corporação, duas cicatrizes em cada um dos joelhos formadas por tiros disparados pelos agentes. "Juntei uns 50 colegas para ir para uma cela só porque imaginei que eles não matariam todo mundo lá. Apanhamos muito e os PMs mandaram a gente descer para o 2.º andar enquanto atiravam e acabei atingido", lembra. Na queda para o andar inferior, fingiu-se de morto para não correr mais riscos. "Foi uma ação desastrosa. No entendimento de quem ficou vivo, eles entraram para matar, não para conter."

Carreira. Da Casa de Detenção passou pelo interior antes de conseguir a liberdade, em 1997. Em 2002, prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ingressou em uma faculdade privada no ano seguinte. Sobre o curso escolhido, tem a resposta decorada na ponta da língua: "Sempre fiz tudo torto, errado, agora, tinha de fazer Direito."

Formou-se, mas o trabalho e a necessidade de cuidar da mãe o afastou da prática. Atualmente desempregado, tenta retornar e passar no exame da Ordem, que já prestou duas vezes. Na mesa da sala, guarda uma foto feita com o ministro José Antonio Dias Toffoli e o sonho de seguir a carreira na área. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Preta Gil sofreu uma onda de ataques online nessa segunda-feira (25). Usuários do Facebook fizeram ofensas a cantora que incluíram racismo, sexismo, gordofobia, entre outras. “Desde muito nova convivi com o preconceito de quem não aceitava ver filho de negro em uma escola particular, de quem não consegue aceitar que uma pessoa pode se chamar Preta”, lamentou em um post dedicado ao assunto.

A cantora, no entanto, garantiu que iria exigir justiça pelos crimes contra ela e que estava cansada de impunidade. “Ontem fui atacada com diversas mensagens de ódio em minha pagina no Facebook; uns atacaram minha cor, meu trabalho, meu corpo, outros tentando fazer piadas de péssimo gosto apenas para tentar me diminuir ou magoar, eles assinaram todos os posts com uma # agiram em bando, são organizados e cruéis. Saibam, esse tipo de ataque só me fortalece, eu conheço o meu valor !!!”, disse a artista. Leia abaixo o desabafo na integra:

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“Me chamo Preta Maria Gadelha Gil Moreira de Godoy, tenho 42 anos, sou casada, mãe de um homem de 21 anos e avó de uma boneca de 8 meses, sou filha da mistura. Nasci em um país miscigenado, tenho em mim o sangue indígena dos meus tataravós, sangue negro do meu pai, sangue branco da minha mãe e um coração repleto de amor e orgulho pelas minhas origens.

Desde muito nova convivi com o preconceito de quem não aceitava ver filho de negro em uma escola particular, de quem não consegue aceitar que uma pessoa pode se chamar Preta.

Além do nome, sempre convivi com o fato de ser diferente aos olhos da maioria; de ser a filha do cantor, de não ter corpo de modelo de passarela, de meu cabelo ser liso, (sim acreditem tem gente que acha que eu aliso meu cabelo e com isso dizem que não aceito minha negritude) de mostrar meu corpo no meu cd, de casar com alguém mais novo e por aí vai….

Ontem fui atacada com diversas mensagens de ódio em minha pagina no Facebook; uns atacaram minha cor, meu trabalho, meu corpo, outros tentando fazer piadas de péssimo gosto apenas para tentar me diminuir ou magoar, eles assinaram todos os posts com uma # agiram em bando, são organizados e cruéis. SAIBAM esse tipo de ataque só me fortalece, eu conheço o meu VALOR !!!

São "pessoas" que usam imagens de cachorro, mordaças, mascaras, personagens em quadrinhos, vilões, monstros de filme,crianças, fotos nitidamente forjadas para que o dono do perfil não seja reconhecido.

São covardes, são pessoas vis, não sei quem são. Será que eu deveria não dar atenção ou querer me preocupar com isso? NÃO! Vou me defender em meu nome e de quem mais se sentiu ultrajado com essa verdadeira doença social. Essa epidemia de desamor e ódio que se alastra e atinge a todos.

Estou cansada dessa impunidade, dessa onda de ódio, de gente que escreve o que quer para atacar a quem está quieto. Quero justiça!

Não posso deixar de acreditar na vida, no valor do ser humano, na paz e em nossa raça humana que é uma só. Ilude-se quem acha que existem diferentes raças. Somos todos um só, queiram ou não queiram. Todos morreremos igual, não adianta nada atacar a opção sexual, o partido, o credo ou o time de futebol.

No final da vida, ninguém é diferente de ninguém e ao invés de nos atacarmos, nos matarmos, deveríamos nos unir para não aniquilarmos a dádiva que é viver.

Quero Paz e justiça, pra mim e para todo mundo.”

A ONU denunciou a persistência dos estupros na Costa do Marfim, em particular contra crianças, e a impunidade envolvendo os agressores.

"Nos últimos anos, a Costa do Marfim conquistou avanços significativos em matéria de direitos humanos, mas a persistência dos estupros e da impunidade de seus autores continua sendo alvo de forte preocupação e requer uma ação urgente", indicou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid al Raad al Hussein, em um comunicado publicado na noite de segunda-feira.

Um relatório do Alto Comissariado e da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) denuncia "este flagelo que segue deixando muitas vítimas no país".

Uma diretora da ONUCI, Sarah de Hemptinne, indicou à AFP que a ONU não dispõe de "estimativa total do número de casos na Costa do Marfim, na falta de estatísticas oficiais consolidadas" neste país africano.

Com base em uma amostra de 1.129 casos de estupros cometidos entre o início de 2012 e o fim de 2015, a ONU estabeleceu que 66% das vítimas eram crianças. Depois disso foi aberta uma investigação sobre 90% destes estupros, mas menos de 20% foram alvos de julgamento.

A Costa do Marfim viveu uma década de crise político-militar, marcada por uma divisão entre o Norte, nas mãos de uma rebelião, e o Sul, controlado pelos partidários do ex-presidente Laurent Gbagbo, no poder entre 2000 e 2011.

Este período culminou com a crise pós-eleitoral de 2010-2011, provocada pela negativa de Gbagbo de reconhecer a vitória de seu rival Alassane Ouattara na presidencial de novembro de 2010. A violência deixou, então, mais de 3.000 mortos em cinco meses.

O juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava, criticou na quinta-feira, 27, dois projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, que impedem o fechamento de acordos de delação premiada com alvos presos e que alteram a nova regra jurídica que prevê a prisão de réus condenados em segundo grau, como um retrocesso no combate à corrupção e aos crimes do colarinho branco no País.

"Eu fico me indagando se não estamos vendo alguns sinais de uma tentativa de retorno ao status quo da impunidade dos poderosos", afirmou Moro, em conferência no XII Simpósio Brasileiro de Direito Constitucional, evento da Academia Brasileira de Direito Constitucional, na noite de quinta, em Curitiba.

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"Em determinado ponto, a Mãos Limpas (operação italiana similar à Lava Jato), perdeu o apoio da opinião pública. E a reação do poder político foi com leis, como as que proibiam certos tipos de prisão cautelar ou que reduziam penas."

Projetos

Os alvos das críticas de Moro foram dois projetos de lei propostos este ano pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), um dos interlocutores gravados em conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, tentando obstruir as investigações da Lava Jato.

Um deles é o projeto de lei 4577/2016 que altera decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que estipulou a prisão de réus condenados após a decisão final no segundo grau, ainda cabendo recursos no processo. "Se pode comentar que essa exigência do trânsito em julgado não tem por objetivo proteger necessariamente os acusados mais abastados, mas todos. Mas a grande verdade, isso é inegável, é de que a proteção aqui não é dirigida ao João da Silva, mas sim a uma gama de pessoas poderosas que por conta de regras dessa espécie, por muito tempo foram blindados de uma efetiva responsabilização criminal nas nossas cortes de Justiça."

O segundo tema abordado por Moro na palestra foi a proposta de lei 4372/16, que quer a proibição de colaboração premiada por pessoas que estejam presas. "Será que nós podemos de uma maneira consistente, qual o direito da defesa na nossa Constituição, negar ao colaborador, por estar preso, o recurso a esse mecanismo de defesa? Como é possível justificar isso?", questionou juiz.

"Eu fico pensando 'mas isso é consistente com o direito a ampla defesa?'. Será que a colaboração premiada não tem que ser analisada de duas perspectivas? Na do investigador que quer colher as provas, mas também na perspectiva do acusado e do investigado e sua defesa?"

Moro não citou o nome do deputado, autor das propostas, falou em "coincidência" que os dois projetos sejam de uma mesmo autor membro do PT.

"Quando nós escutamos essas questões nós temos que ter em mente que não estamos discutindo conceitos jurídicos abstratos, mas realidades de vida. Precisamos pensar o nosso direito penal e o processo penal de maneira que eles funcionem. Não com objetivo de alcançar condenações criminais, mas naquelas casos em que for provado no devido processo a prática de um crime, tem que existir consequências, e tem que ser proporcional à gravidade do crime."

"Como chegamos a esse ponto? O que deu errado?" Para Moro, o processo penal da Justiça brasileira tem sua parcela de culpa. "Talvez essa leniência seja um dos fatores para chegar ao quadro atual, que é realmente muito preocupante", disse. "A corrupção existe em qualquer lugar do mundo. Mas é a corrupção sistêmica não é algo assim tão comum."

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, disse que "o Brasil passa por uma grave crise ética". Para ele, "o momento é complexo porque, junto com os graves problemas que afligem o País, surge oportunidade única de colocar o Brasil em rumos certos".

Lamachia demonstrou perplexidade ante os áudios de diálogos do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente José Sarney (1985/1990) e o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) - divulgados com exclusividade pela repórter Camila Bonfim, da TV Globo.

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Os áudios revelam preocupação de Renan, Sarney e Machado com os desdobramentos da Operação Lava Jato. Em um diálogo, o presidente do Senado ataca o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem chama de "mau caráter".

"Nos últimos anos, a sociedade começou a ver pessoas poderosas começarem a pagar pelos crimes que cometeram", disse Lamachia. "Agora, com a Lava Jato, nota-se um processo de investigação de desvios que ainda comprometem o sucesso do País."

O presidente da OAB considera que "a noção de impunidade parece estar ameaçada e, por isso, algumas pessoas podem estar incomodadas". "Mas a lei deve valer para todos, seja quem for, não importa o cargo ou função que exerça nem a classe social. Temos que caminhar rumo a aplicação dessa regra: todos são iguais perante a lei."

Lamachia disse, ainda, que a Ordem "cobra que as investigações sejam conduzidas dentro do que a lei permite, sem que as autoridades cometam abusos ou violem os direitos das pessoas que são investigadas".

"É preciso garantir o acesso à ampla defesa e ao devido processo legal. Grampos em conversas entre advogados e seus clientes são inadmissíveis em um Estado Democrático de Direito. É preciso combater o crime com meios lícitos. Combater o crime praticando outros crimes só vai resultar no desperdício da chance que o Brasil tem de mudar para melhor", finalizou.

O advogado das famílias de seis jovens atropelados em 2014 entra nesta segunda-feira (7) com recurso contra a decisão da Justiça de manter em liberdade o motorista que atropelou e matou as vítimas, em abril de 2014, na rodovia Raposo Tavares, em Sorocaba. No acidente, outras seis pessoas ficaram gravemente feridas. O comerciante Fábio Hiroshi Hattori, que dirigia o veículo, havia ingerido bebida alcoólica. Ele foi condenado a três anos e cinco meses de prisão em regime aberto, mas vai cumprir medidas socioeducativas.

O advogado Ademar Gomes alega que as famílias das vítimas estão revoltadas, pois não se fez justiça. No recurso, ele argumenta que as provas foram ignoradas, pois ficou comprovado que o motorista dirigia sob os efeitos do álcool. Ainda segundo Gomes, a decisão dada pela justiça demonstra impunidade no trânsito e incentiva os maus motoristas.

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Conforme a sentença divulgada no último dia 2, o réu deve ainda pagar três salários mínimos - cerca de R$ 2,3 mil - a cada uma das vítimas ou dependentes, e prestar serviços à comunidade durante o período da condenação. Ele teve o direito de dirigir suspenso por quatro meses e 27 dias.

O advogado do comerciante, Mario Del Cistia, disse que a sentença foi bem fundamentada, mas ele também deve recorrer na tentativa de absolver o acusado. Segundo o defensor, Hattori não teria sido responsável pelo acidente, pois tentou desviar das pessoas que estavam sobre a pista. Sobre o fato de ter consumido álcool, ele alegou que foi encontrado em seu organismo uma quantidade mínima, de 0,6 miligramas por litro de ar. "Não dá para falar que ele estava embriagado", disse.

O acidente ocorreu na madrugada de 6 de abril de 2014, quando um grupo de jovens saía de uma festa e se dirigia para um ponto de ônibus na margem da Raposo. O carro dirigido por Hattori se desgovernou e atingiu o grupo no acostamento. Seis jovens morreram no local, outros seis foram hospitalizados. A Polícia Civil considerou que, por ter ingerido álcool, o motorista assumiu o risco de causar o acidente e o comerciante foi denunciado por homicídios dolosos. Hattori chegou a ficar 17 dias preso na Penitenciária de Tremembé, mas a justiça desclassificou os crimes para não intencionais.

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