Tópicos | Moro

O ex-juiz Sérgio Moro, presidenciável pelo Podemos, defendeu nesta quinta-feira (17) a candidatura de Renata Abreu para o governo de São Paulo. "Na 1ª pesquisa com o nome da Dep. Renata Abreu, nossa candidata para o Gov de SP, ela já aparece em 3° lugar com 7 pontos nas intenções de voto. Chegou a hora de termos uma mulher na liderança do maior Estado do Brasil. Chega de capachos de Lula e Bolsonaro", escreveu moro em publicação no Twitter.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira mostra que a deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP), em um cenário sem Marcio França (PSB) e sem Guilherme Boulos (PSOL), ficaria com 7% das intenções de voto para o governo do Estado de São Paulo.

##RECOMENDA##

Após o deputado estadual Arthur do Val deixar de ser o nome do Podemos para disputar o governo, Renata foi aventada para a corrida, mas declarou que o partido não trata como prioridade ter candidatura própria no Estado.

Isolado na campanha, com desempenho contestado e em crise com o Movimento Brasil Livre (MBL), o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência, tenta encontrar um jeito de sobreviver na disputa. Em busca de uma identidade, Moro tem apelado para aparições em programas conservadores e conversa com influenciadores digitais que abandonaram o presidente Jair Bolsonaro.

Desde que vieram à tona os comentários de cunho sexista do deputado Arthur do Val sobre mulheres ucranianas, a campanha de Moro, que não decolou, entrou em declínio, sob pressão dos adversários. Foi o segundo desgaste, em menos de um mês, provocado por aliados do ex-juiz - mas que viraram agenda negativa e exigiram posicionamento público dele. O primeiro havia sido uma declaração crítica à criminalização do partido nazista, feita pelo deputado Kim Kataguiri (SP).

##RECOMENDA##

"Esse episódio (da Ucrânia) foi lamentável. Eu manifestei de pronto em repúdio aquelas declarações inaceitáveis, o deputado se afastou tanto da construção da candidatura dele, como também do próprio MBL e do Podemos. Não vejo como isso possa sinceramente afetar nada", disse Moro.

Embora o ex-ministro da Justiça diga que está tudo em paz na sua relação com o MBL, na prática não é bem assim. Moro não quis rifar o apoio do grupo por completo, mas começou a isolar os cabeças do movimento de discussões da campanha, numa tentativa de contenção de danos.

Um grupo de WhatsApp que reúne o "Conselho Político" e tinha membros do MBL vive em marasmo desde o episódio com Arthur do Val. Dois integrantes do MBL abandonaram o grupo no aplicativo: Renan Santos e Adelaide Oliveira. Arthur Do Val continua e por isso as discussões se tornaram escassas ou superficiais.

Conselho político

O pré-candidato do Podemos está montando um grupo paralelo para refletir melhor seu real conselho político, com nomes como os senadores Álvaro Dias (PR) e Oriovisto Guimarães (PR), a deputada Renata Abreu (SP), presidente nacional do partido, e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo.

Ontem, Moro jantou em Brasília com a bancada de senadores do Podemos e alguns integrantes do conselho para discutir a situação da campanha e analisar os cenários, de olho no fim da janela para mudança de partido e filiações, que se encerra em 2 de abril.

Antes do jantar reservado, Moro fez visitas institucionais, uma atividade de campanha que tem tomado boa parte de sua agenda. Ele visitou reitores de entidades filantrópicas e confessionais, tentando aproximar-se do terceiro setor e da base religiosa do presidente Bolsonaro. Passou três horas discursando e respondendo às perguntas dos reitores. Essas reuniões viraram uma tônica da pré-campanha do ex-juiz na capital federal, marcada pela ausência de dirigentes partidários, governadores e parlamentares.

Para superar o esvaziamento político nessas reuniões, Moro tenta deixar seu nome em evidência com entrevistas, presenciais ou remotas. Anteontem, o ex-juiz apostou em direcionar seu discurso para um público de apoiadores digitais de Bolsonaro. O objetivo é fisgar descontentes. Deu entrevista para o youtuber Nando Moura, cujo vídeo ultrapassou 400 mil espectadores, e para o programa Direto ao Ponto, do jornalista Augusto Nunes, na Jovem Pan, com mais 340 mil visualizações. Os dois se notabilizaram por terem audiência majoritariamente de direita e alinhada a Bolsonaro, embora Moura tenha se afastado do governismo por atritos com outras alas ideológicas do bolsonarismo.

"A gente está falando com todo mundo e todo mundo tem razões para estar desapontado com esse governo, que não entregou os resultados, não entregou as promessas. Claro, isso é algo a ser explorado, no bom sentido, porque no fundo o governo fracassou", afirmou o ex-ministro.

O deputado Kim Kataguiri (União-SP), líder do MBL e um dos principais conselheiros da pré-campanha digital de Moro, evitou comentar a busca por ex-bolsonaristas, mas elogiou a iniciativa de conversar com Nando Moura. O youtuber, que costuma se envolver em atritos com outros influencers digitais, conquistou sucesso na internet em 2016 ao criticar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em 2018, ele apoiou Bolsonaro, mas depois rompeu com o presidente. "É um rapaz de boa índole, além de ser bem popular em redes sociais", disse Kim ao Estadão.

Moro também tem conversado com deputados eleitos pelo antigo PSL - hoje União Brasil - que apoiavam Bolsonaro e romperam com o presidente, como Júnior Bozzella (União-SP), Julian Lemos (União-PB) e Dayane Pimentel (União-BA). Também continua sua incursão no segmento evangélico. Diferente das entrevistas publicadas ontem, Moro mira em agendas nas principais igrejas do País e tenta reuniões de cúpula, por exemplo, com o bispo Edir Macedo, a Universal do Reino de Deus. Para se contrapor a Bolsonaro, conversou com jovens evangélicos na semana passada, mas as visualizações não passaram de 200 pessoas.

Estrutura

Parte de sua equipe reclama da falta de estrutura do Podemos e já percebeu que nem todos os envolvidos vão se dedicar à campanha apenas por ideal. Moro ainda enfrenta dificuldades operacionais na comunicação e tem orçamento limitado pela legenda. O marqueteiro Pablo Nobel assumiu o comando, mas ainda falta uma estratégia clara nas redes sociais e está "batendo cabeça", nas palavras de um conselheiro do presidenciável.

Em entrevista coletiva, o ex-ministro da Justiça reconheceu que as negociações para alianças partidárias não estão avançando no momento. De acordo com ele, as conversas devem tomar forma a partir de abril, quando acabar o período da janela partidária, intervalo em que deputados federais podem trocar de legenda sem correrem o risco de perder o mandato. "Como está neste período de transferência, o foco dos partidos tem sido formar as bancadas nos Estados, mas existem discussões sendo realizadas em termos de alianças com demais partidos. Isso, ao meu ver, vai se aprofundar apenas após o começo de abril, no fim dessa janela de transferência", afirmou Moro.

Embora nenhum representante do Podemos tenha participado das reuniões que PSDB, MDB e União Brasil têm feito para unir as candidaturas presidenciais, Moro afirmou que mantém conversas com representantes desses partidos e também pregou uma unidade. "Há uma conversa no sentido de ter uma candidatura única entre vários partidos. Não sabemos se isso vai evoluir, mas há uma expectativa de que sim, que se possa ter a construção de uma candidatura única de centro contra os extremos políticos", disse o ex-juiz.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a pré-candidatura de Sérgio Moro (Podemos) à Presidência ficou fragilizada após o episódio envolvendo o deputado estadual Arthur do Val (sem partido), autor de áudios com conteúdo sexista sobre mulheres ucranianas.

Moro e o deputado haviam acordado em dividir palanque em São Paulo, sendo que o parlamentar planejava disputar o governo do Estado. Ambos eram do mesmo partido, o Podemos, mas a controvérsia gerada pelos áudios levou Do Val a se desfiliar da legenda e retirar sua pré-candidatura.

##RECOMENDA##

"Fragilizou, evidentemente", disse Doria. "O MBL (grupo de renovação política do qual Arthur do Val era membro) se filiou ao Podemos. Machucou a candidatura do Sérgio Moro, ainda que ele tenha tido a atitude correta, a meu ver, que foi de repugnar e condenar os áudios e a postura de Arthur do Val".

A declaração foi feita ao podcast Talk Churras, transmitido pelo YouTube na noite dessa segunda-feira (14). Ao afirmar que o ex-juiz sai fragilizado dessa polêmica, o tucano ponderou que sua intenção não era criticá-lo. Em outro ponto da conversa, o governador reiterou que ele e Moro ainda podem estar juntos neste ano.

Doria opinou, ainda, que os áudios do deputado paulista feriram também o próprio Podemos, sobretudo Renata Abreu, a presidente do partido. Segundo o governador, a atitude correta da agremiação seria expulsar Do Val de seus quadros, "se quiserem preservar minimamente" a legenda. O parlamentar chegou a ser alvo de processo disciplinar na legenda, mas comunicou sua saída antes da conclusão do procedimento.

Questionado sobre sua posição nas eleições presidenciais deste ano, Doria voltou a dizer que gostaria de ter uma mulher como vice, se referindo à senadora Simone Tebet (MDB). Em outras ocasiões, porém, ela já afirmou que gostaria de se manter como cabeça de chapa. Falando sobre a senadora, o governador paulista mencionou as conversas entre PSDB, MDB e União Brasil para unificar uma candidatura por meio de coligação. Ele também lembrou que os tucanos aprovaram federação com o Cidadania, que ficou sem pré-candidato ao Planalto após a desfiliação do senador Alessandro Vieira.

Após os caminhoneiros ameaçarem uma paralisação e pedir ajuda da população para a causa, o ex-juiz e pré-candidato à presidência Sergio Moro (Podemos) afirmou que "as pessoas (caminhoneiros) que fazem o Brasil acontecer precisam ser levadas a sério".

"Se tudo é transportado em cima de mais de 2 milhões de caminhões, em um País continental, como se explica não ter uma política específica para o setor?", disse Moro, em sua conta no Twitter. Segundo ele, "mais uma vez, falta visão de longo prazo".

##RECOMENDA##

A insatisfação dos caminhoneiros começou no dia 10 de março, quando a Petrobras anunciou reajustes de dois dígitos nos preços da gasolina, do diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha. No caso da gasolina, o reajuste foi de 18,7% e do diesel de 24,9%.

Como parte das iniciativas para conter a insatisfação da população como um todo, principalmente com inflação alta, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que muda a cobrança do ICMS sobre o combustível, principal fonte de receita dos Estados. Agora, o combustível será cobrado sobre o litro do combustível, e não mais sobre o preço final do produto.

A alta dos combustíveis tornou-se motivo para mais um embate entre os pré-candidatos à Presidência da República nas redes sociais. Após a Petrobras anunciar um reajuste significativo dos preços, os presidenciáveis trocaram acusações sobre a responsabilidade do aumento, enquanto o entorno do presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou a mudança do cálculo do ICMS, aprovada no Senado nesta quinta-feira (10), tentando reforçar a interpretação de que a escalada dos preços se devia majoritariamente aos governos estaduais.

O aumento nas refinarias de 24,9% no preço do óleo diesel, de 18,7% da gasolina e de 16% do gás de botijão, válido a partir desta sexta-feira (11), deverá aumentar entre 0,5 e 0,6 ponto porcentual a inflação oficial do País, que, no ano, deve passar da casa de 6%, de acordo com cálculos de economistas, como mostrou o Estadão.

##RECOMENDA##

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ao Twitter argumentar que a gasolina está cara porque a BR Distribuidora foi privatizada. Segundo ele, o País seria autossuficiente para produzir o combustível, logo, estaria sendo prejudicado pela importação. "Agora você tem empresas importando gasolina dos Estados Unidos em dólar enquanto temos auto suficiência (sic) e produzimos petróleo em reais", publicou.

O presidenciável Felipe d'Avila (Novo) deu destaque à postagem do petista em seus perfis e escreveu: "um tweet, quatro mentiras". Ele rebateu o argumento de Lula afirmando que a distribuidora era "saqueada" durante os governos do PT. Também disse que o País importa combustível por não ter capacidade de refinar todo o volume que extrai nacionalmente. Ainda segundo o pré-candidato, o fato de a cadeia do petróleo ser global faz com que seja falso dizer que se "produz em reais".

Em resposta à mesma publicação de Lula, o presidenciável Sérgio Moro (Podemos) levantou o tema do combate à corrupção, sua principal bandeira na política. "Sabe por que a Petrobras ainda existe, Lula? Porque a Lava Jato impediu que o governo do PT continuasse saqueando e desviando recursos da maior estatal do Brasil", escreveu o ex-ministro.

Quanto ao aumento dos preços, Moro propôs que o País estimule a produção de energias renováveis, "com foco em energia eólica, solar, etanol e hidrogênio verde". O mesmo modelo é defendido por d'Avila, que já disse em entrevistas que o Brasil deveria deixar de priorizar os combustíveis fósseis.

"Enquanto isso todos brasileiros sofrem, mesmo vivendo num país que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, e vendo concessionárias da Petrobras vendidas a preço de banana", publicou em sua rede social o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, logo após o anúncio do aumento. "Até quando vamos suportar este absurdo?" Declaradamente contrário à privatização, o pedetista ainda criticou os "bônus milionários" dos "barões acionistas" da empresa.

No colo dos governadores

No entorno de Bolsonaro, o esforço foi para jogar a conta no colo dos governadores. O chefe do Executivo já afirmou, em outras ocasiões, que o culpado pelo alto preço da gasolina é o ICMS, tributo arrecadado pelos Estados. Ontem, foi aprovado o projeto que muda o cálculo da tributação, fazendo com que o imposto passe a ser cobrado sobre o litro de combustível, e não mais sobre o preço final do produto. O texto era apoiado pela equipe econômica do governo.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) comemorou a decisão, alegando que a mudança faria o "povo pagar mais barato", e usou a ocasião para criticar governadores que não querem abrir mão da arrecadação em ano eleitoral. "Governadores demonstram não estarem muito preocupados com o povo, mas com outras prioridades", publicou.

Na mais recente transmissão da sua tradicional live às quintas-feiras, o presidente Bolsonaro reconheceu que o preço dos combustíveis está alto e lamentou que "muitos caminhoneiros" podem parar por conta disso. Entretanto, o presidente reforçou que o descontentamento dos motoristas, segundo ele, se deve à "carga tributária" sobre o produto.

"O Senado hoje já fez sua parte, a Câmara deve fazer também, e a gente vai tirar o impacto de 60 centavos por litro. É muito dinheiro", afirmou. Depois, ao fazer um cálculo da economia para uma viagem de Brasília a São Paulo, o mandatário disse que o impacto seria de 90 centavos, não 60, por litro. Bolsonaro ainda argumentou que, sem o aumento de preços dos combustíveis (após congelamento de 57 dias) poderia haver desabastecimento no País: "É pior. Alguns querem que eu vá à Petrobras e dê murro na mesa, não é assim".

A política de preços e o destino da própria Petrobras têm mobilizado a pré-campanha. Lula destaca que não pretende privatizar a empresa e que deve derrubar a dolarização e vinculação ao mercado internacional. Pré-candidato do PDT, Ciro Gomes vai na mesma linha. Já Moro e o presidenciável do PSDB, João Doria, têm debatido o modelo de privatização.

Unidos até semana passada, o presidenciável do Podemos, Sérgio Moro, e o Movimento Brasil Livre (MBL) agora defendem nomes diferentes para ser o candidato do partido ao governo de São Paulo. Após a desistência de Arthur do Val, no sábado, 5, por causa de declarações sexistas, o MBL defendeu a candidatura do vereador da capital Rubinho Nunes, integrante do grupo. Já Moro, em mensagem no Twitter, sugeriu nesta terça, 8, o nome da presidente nacional da sigla, a deputada federal Renata Abreu.

"No Dia Internacional da Mulher, parabenizo a deputada Renata Abreu, presidente do Podemos. Precisamos de mais mulheres em posições de liderança do País. Quem sabe no governo de SP?", afirmou Moro na mensagem.

##RECOMENDA##

Rubinho, no entanto, disse que o Podemos fechou um acordo com o MBL quando os integrantes do grupo se filiaram ao partido, no início do ano, segundo o qual caberia ao grupo indicar o candidato ao governo paulista.

"É natural que exista isso, que eles queiram se valer da situação para fazer um racha, mas o acordo que fizemos com o partido era que a candidatura ao governo seria indicada pelo MBL. É natural que o movimento se valha desse acordo para indicar o novo nome, que é o que foi feito", disse.

A sugestão, no entanto, não encontra eco no Podemos. Uma ala significativa do partido em São Paulo quer fazer parte da coligação do vice-governador Rodrigo Garcia, que será o candidato do PSDB para comandar o Executivo paulista.

Outras opções também são debatidas. Além de Rubinho e de Renata, são citados os nomes do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo; do prefeito de Itapevi, Igor Soares; e do deputado estadual Heni Ozi Cuckier, este integrante do MBL.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um jantar no restaurante do Hotel Intercontinental, na Bela Vista, em São Paulo, encerrou o dia de gravações de peças publicitárias do presidenciável do Podemos, Sérgio Moro, em 25 de fevereiro. A refeição no ambiente praticamente vazio, que fez acompanhado apenas da mulher, a advogada Rosângela Moro, simbolizou, em certa medida, a rotina do ex-juiz na pré-campanha - marcada nos últimos meses por eventos pouco concorridos e sem a presença de líderes partidários.

Desde que se filiou e se lançou na corrida ao Palácio do Planalto, Moro permanece na faixa de 10% nas pesquisas de intenção de voto. Sua agenda de pré-campanha também não deslanchou. O ex-juiz tem participado de eventos com público reduzido, nos quais fala, basicamente, para antigos apoiadores e fãs da Lava Jato. E ainda não conseguiu arregimentar apoios relevantes.

##RECOMENDA##

Moro enfrenta desgastes internos no Podemos. Diante dessa situação, ele se cercou de um grupo de confiança, apartado da cúpula do partido. A exemplo do ex-juiz, alguns dos integrantes desse núcleo são novatos em eleições.

O presidenciável tinha delegado a articulação política à presidente do Podemos, Renata Abreu. Além do Movimento Brasil Livre (MBL), composto por entusiastas e correligionários de Moro, nenhum outro acordo relevante foi costurado. "Esses apoios, muitas vezes, são mais relevantes que os partidos", disse o ex-juiz, em evento do banco Credit Suisse. A relação com o MBL, porém, foi abalada pelos áudios vazados de Arthur do Val (Podemos) - o deputado estadual admitiu que fez declarações machistas sobre mulheres ucranianas. Ele rompeu com o parlamentar, que desistiu da pré-candidatura ao governo de São Paulo.

Segundo relatos colhidos pela reportagem com integrantes da pré-campanha e do Podemos, Moro tem resistido a potenciais acordos partidários. Recentemente, se esquivou de um encontro com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. A assessoria de Kassab informou que Renata Abreu o teria procurado - como parte de um esforço para falar com vários partidos -, mas a visita não se concretizou.

O PSD filiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), com o objetivo de lançá-lo à Presidência. Pacheco indica que não vai disputar o Planalto, e Kassab tenta, agora, atrair o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fazendo dele o candidato presidencial do partido. A legenda, porém, pode abandonar a candidatura própria para se alinhar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após um entusiasmo inicial, parte do Podemos passou a ver com reticências a candidatura de Moro. A direção da sigla tem sido pressionada por parlamentares a não destinar altas quantias à campanha presidencial. Líderes regionais e egressos do PHS - que foi incorporado pelo Podemos - preferem eleger deputados e engrossar a fatia da agremiação partido nos fundos partidário e eleitoral.

Renata Abreu chegou a admitir a possibilidade de Moro migrar para o União Brasil. Líderes do União Brasil, como Luciano Bivar, conversaram com o ex-juiz, mas as negociações não avançaram. Na bancada da nova sigla, que terá quase R$ 1 bilhão em recursos públicos para as campanhas, há resistência ao nome de Moro.

A falta de sintonia na pré-campanha estimulou aliados do ex-juiz a iniciar a captação de recursos para custear futuras despesas. Moro se tornou inseparável do advogado Luis Felipe Cunha, de quem é amigo há mais de uma década. Cunha nunca se envolveu com campanhas, mas foi nomeado coordenador da pré-candidatura.

"Eu e Sérgio Moro somos amigos há muitos anos e nos conhecemos por intermédio de amigos em comum", disse o advogado. Especialista em contencioso, ele teve em sua clientela a Petrobras - que esteve no centro da Lava Jato -, o Sesc de Brasília e jogadores de futebol.

Cunha cumpre a tarefa de tentar atrair apoiadores de Moro entre empresários. Ao lado do ex-juiz, o advogado teve encontros com nomes do setor de equipamentos hospitalares. Os dois também se reuniram com o empresário do ramo educacional Wilson Picler. Em 2018, Picler doou R$ 800 mil ao PSL e apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro. Cunha ainda tem aproximado Moro de Paulo Marinho, empresário que rompeu com o presidente.

A interlocutores, o advogado tem dito que a meta é arrecadar R$ 25 mil por mês de um universo de aproximadamente 40 empresários. A ideia é ter R$ 1 milhão mensal para a campanha. A investida foi noticiada pelo portal Metrópoles e confirmada ao Estadão por agentes da campanha e do Podemos. Responsável pela comunicação do partido, Fernando Vieira afirmou que a legenda não "separou saldo ou conta apartada". "Existe essa questão proposta pelo Luis Felipe e pelo Moro. A possibilidade da criação de uma linha de doação para a campanha que tivesse um controle diferenciado de acesso à transparência, embora a transparência do Moro seja altíssima", disse Vieira.

Partiram de Cunha as mudanças no marketing eleitoral. Vieira, primeiro marqueteiro a atuar com o ex-juiz, acabou descartado. Seu posto original ficou com Pablo Nobel. Tem se mantido próximo da pré-campanha também Paulo Vasconcelos, que trabalhou para Aécio Neves (PSDB) em 2014 e, depois, foi delatado por executivos da Odebrecht por supostamente receber doações via caixa 2 em 2014 e 2010.

"Posso dizer que ele (Paulo Vasconcelos) foi uma das pessoas que me sugeriram o nome de Pablo Nobel para o marketing da campanha. Pablo e Paulo são amigos de longa data e tiveram experiências profissionais em conjunto.

Hoje, o Paulo está envolvido em um grande projeto no Rio de Janeiro. Mas, como fã do Moro, ele contribui com sugestões para a estrutura de comunicação da campanha", afirmou Cunha.

Integrantes do Podemos se dizem descontentes com as escolhas, uma vez que o partido já contratou marqueteiros. Um dirigente resumiu o atual momento da relação, ao afirmar que a legenda e a pré-campanha de Moro vivem uma "separação de corpos".

O advogado de Vasconcelos, Paulo Crosara, disse que as alegações dos delatores são "improcedentes". "Eles não podem provar o que estão falando, porque não aconteceu, são afirmações para conseguir a delação. Isso será provado na Justiça." A reportagem não conseguiu contato com Paulo Marinho.

Pré-candidato tem eventos esvaziados e sem dirigentes da sigla

O afastamento de Sérgio Moro da cúpula do Podemos se reflete na agenda do presidenciável. Ele tem participado de diversos eventos com pouco público e, às vezes, sem nenhum dirigente partidário. Nem a presidente da sigla, Renata Abreu, comparece a algumas das reuniões.

Em São Paulo, em fevereiro, o ex-juiz esteve em encontro do movimento "Mulheres com Moro", que não é ligado ao partido. O público no Teatro Bibi Ferreira preencheu metade de cinco das 14 fileiras do teatro. O espaço na parte superior ficou vazio. "Minha geração foi enganada", afirmou a líder do movimento, a professora Patrícia Garcia, em meio a falhas no microfone. Moro chegou a ter de falar sem o equipamento, por causa de problemas técnicos no som.

O evento contou com representantes da "República de Curitiba", grupo que acampava na porta da Justiça e do Ministério Público Federal no Paraná para comemorar prisões da Lava Jato. O deputado Junior Bozzella (SP), uma das solitárias vozes no União Brasil que encampa a ida de Moro para o partido, estava ao lado do pré-candidato.

Em Juazeiro do Norte (CE), Moro recebeu o título de cidadão do município em evento com a presença do prefeito, Glêdson Bezerra (Podemos), também esvaziado.

O pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) afirmou repudiar veementemente as declarações atribuídas ao deputado estadual e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Podemos, Arthur do Val. O membro do MBL teria dito, em áudios encaminhados a um grupo do WhatsApp, que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres".

Em um dos áudios, do Val supostamente comenta sobre os policiais da alfândega. "Mano, eu tô mal. Tô mal, tô mal. Eu passei agora, são quatro barreiras alfandegárias. São duas casinhas em cada país. Mano, eu juro para vocês, eu contei: foram 12 policiais deusas.. Mas deusa assim que você casa e você faz tudo o que ela quiser", teria dito.

##RECOMENDA##

"Quatro dessas, eram minas que você assim, tipo... Nem sei o que dizer. Se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Inacreditável. Inacreditável", teria afirmado o deputado. "Só a sensação de saber que eu poderia fazer. E sentir como alguém… enfim, já sabem, né. Já estou comprando a minha passagem para o leste europeu assim que chegar em São Paulo".

Ele também teria dito que a fila da melhor balada do Brasil "não chega aos pés" da fila de refugiadas na Ucrânia. Arthur do Val viajou à Ucrânia, acompanhado do dirigente do MBL, Renan dos Santos, para relatar o conflito no leste europeu. Durante os últimos dias, o parlamentar utilizou as redes sociais para compartilhar fotos da fronteira e chegou a publicar uma foto na qual afirma estar produzindo Coquetéis Molotov para o exército Ucraniano.

O pré-candidato ao governo também teria afirmado que Renan dos Santos, que o acompanhou na Ucrânia, viaja frequentemente para o leste europeu para "pegar loiras". Segundo o áudio atribuído a do Val, o dirigente teria apelidado as viagens de "tour de blond" e usaria "técnicas" para ter melhores resultados. Uma delas, de acordo com o áudio, é de que "as cidades mais pobres são as melhores".

Moro descreveu o tratamento do deputado com as ucranianas refugiadas e policiais como "inaceitável em qualquer contexto".

"Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas que têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige", afirmou o presidenciável através de nota.

O senador Alvaro Dias (Podemos) também repudiou as declarações de do Val. "Nossa posição é de pedir à executiva nacional uma atitude urgente e rigorosa, de rompimento. Nós não podemos conviver com o inacreditável. Porque é inacreditável alguém que postula cargo de governador de São Paulo dizer bobagens dessa grandeza", afirmou Dias.

A presidente do Podemos, Renata Abreu, classificou as declarações como "gravíssimas e inaceitáveis". " Não se resumem ao completo desrespeito à mulher, seja ucraniana ou de qualquer outro País, mas de violações profundas relacionadas a questões humanitárias, em um momento em que esse povo enfrenta os horrores da guerra", disse Renata Abreu. Segundo ela, o partido instaurou de imediato um procedimento disciplinar interno para apuração dos fatos.

Através do Twitter, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, comentou o assunto. "Falei? Falei! Mas calado era bem melhor!", escreveu o ministro. Procurados, Arthur do Val e o MBL não responderam até a publicação desta reportagem.

O ex-ministro da Justiça e pré-candidato a presidente, Sérgio Moro (Podemos), usou o Twitter na manhã deste sábado para criticar o "apoio" ao governo russo por parte de seus principais adversários na corrida presidencial deste ano. "Venezuela, Nicarágua e Cuba apoiam a agressão russa à Ucrânia. Alinhados com estas ditaduras estão também Bolsonaro e o PT. Nós estamos do outro lado. Não apoiamos a guerra, a violência, as ditaduras e o autoritarismo. E você?", publicou o ex-juiz na rede social.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Moro se refere ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), líderes nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto. Bolsonaro se encontrou com Vladimir Putin em Moscou na semana passada, e chegou a declarar que era "solidário" à Rússia. Dias após a visita, o governo russo iniciou a invasão à Ucrânia.

Já a bancada de senadores do PT, partido do ex-presidente Lula, declarou apoio à Rússia em publicações no Twitter que foram apagadas após repercussão negativa.

Mais uma pesquisa mostra a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra os seus adversários na corrida pela Presidência. O levantamento do Ipespe divulgado nesta sexta-feira (25), confirma Lula com 43% e Jair Bolsonaro (PL) com 26%.

O petista manteve o mesmo percentual que obteve na última pesquisa do Ipespe divulgada no dia 11 de fevereiro deste ano. Já Bolsonaro variou com um ponto a mais, dentro da margem de erro. 

##RECOMENDA##

Sérgio Moro (Podemos) aparece em terceiro lugar com os mesmos 8% das intenções de voto da pesquisa divulgada na primeira quinzena deste mês. O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), que estava empatado com o ex-ministro da Justiça, perdeu um ponto e agora aparece em quarto lugar com 7%.

João Dória (PSDB) tem 3%, André Janones (Avante) 1%, Simone Tebet (MDB) 1% e Felipe D'ávila (Novo) fecha a lista com 1%.

Segundo turno

Em um possível segundo turno, o ex-presidente Lula venceria todos os candidatos. Contra Bolsonaro, o petista teria 54% contra 31%. Se disputar contra Moro, o ex-presidente conseguiria 52% dos votos contra 31% do ex-juiz. 

Bolsonaro, no entanto, ganharia apenas para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Seria 39% contra 35%, uma vitória bem apertada para o atual presidente do Brasil. 

A pesquisa foi realizada do dia 21 a 23 de fevereiro e cerca de mil pessoas de todo o país foram entrevistadas por telefone. A margem de erro é de 3.2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) fez questão de parabenizar o vice-presidente Hamilton Mourão pelo anúncio de sua filiação ao Republicanos. Em publicação na noite desta quinta-feira (24), nas redes sociais, o presidenciável descreveu o general como "uma voz sensata na República" e aproveitou para fazer um aceno ao presidente da legenda, Marcos Pereira.

O ato de filiação de Mourão, que atualmente é o principal quadro do PRTB, está marcado para 16 de março. Representando o novo partido, o vice-presidente deve concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul, embora também já tenha cogitado disputar o governo do Estado. Na semana passada, Mourão disse que estava "praticamente" decidido a deixar o PRTB para se filiar à legenda de Pereira.

##RECOMENDA##

O elogio de Moro a Mourão ocorreu horas após o vice-presidente ser desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma live. Mais cedo, na quinta-feira, Mourão havia dito que o Brasil respeita a soberania da Ucrânia. "Quem fala dessa questão chama-se Jair Messias Bolsonaro. Mais ninguém fala. Quem está falando, está dando peruada naquilo que não lhe compete", criticou o chefe do Executivo, sem citar o vice.

Integrante do Centrão e da base aliada do governo no Congresso, o Republicanos tem se afastado do presidente e estuda anunciar neutralidade na eleição para o Palácio do Planalto. Diante desse cenário, Moro vê espaço para tentar estreitar sua relação com o partido, que é ligado à igreja Universal.

Na quarta-feira, 23, Marcos Pereira criticou Bolsonaro e disse que o mandatário, até agora, "só atrapalhou" o crescimento do partido. "Está caminhando bem a vinda de novos parlamentares, acho que vai ser bom. A gente vai sair um pouco maior do que é, sem a ajuda do presidente, pelo menos por enquanto, porque até agora ele só atrapalhou", disse o deputado a jornalistas, ao ser questionado sobre as negociações para filiação de novos parlamentares à legenda.

A relação da bancada evangélica como um todo com o chefe do Executivo está estremecida por causa da aprovação da legalização dos jogos de azar. Deputados que compõem a Frente Parlamentar Evangélica se sentiram abandonados e até mesmo traídos pelo Palácio do Planalto.

 Moro é pré-candidato à presidência pelo Podemos. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na noite da última terça-feira (22), o Tribunal de Contas da União (TCU), através do ministro Bruno Dantas, decidiu encaminhar o pedido de bloqueio dos bens do pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sergio Moro, à Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão suspeita que o ex-ministro tenha recebido valores das empresas que ele julgou enquanto era juiz como advogado do escritório Alvarez & Marsal.

##RECOMENDA##

Segundo o Ministério Público de Contas, o escritório recebeu aproximadamente R$ 40 milhões de empresas condenadas na Lava Jato, sendo R$ 1 milhão por mês oriundos da Odebrecht e ativos, R$ 150 mil da Galvão Engenharia, R$ 97 mil da OAS e R$ 115 mil mensais do Estaleiro Enseada. Moro trabalhou no Alvarez & Marsal logo depois de deixar o governo Jair Bolsonaro, no qual ocupava o cargo de ministro da Justiça. Desta forma, há suspeita de conflito de interesse.

Por esse motivo, o TCU também encaminhou para a PGR a documentação sobre o caso para que o Ministério Público decida sobre o bloqueio de bens de Moro. “Não tenho dúvidas de que são fatos que precisam ser mais bem apurados. E é por essa razão que me causa estranheza certa atuação apressada de qualquer peticionante que pretenda interromper o fluxo natural do processo, antes mesmo da conclusão das apurações. É natural que os investigados desejem esse desfecho, mas não os órgãos de investigação, de quem se espera imparcialidade independentemente de simpatias pré-existentes", aponta o ministro Bruno Dantas na decisão.

O pré-candidato do Podemos ao Palácio do Planalto, Sérgio Moro, disse, nesta sexta-feira (18), que vai "até o fim" na disputa presidencial e que irá permanecer no partido. "Vou até o fim. Alguém tem que falar a verdade em 2022", afirmou o ex-juiz aos jornalistas ao chegar a um almoço com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) na capital paulista.

Moro também reclamou que existem muitas especulações com seu nome. Nas últimas semanas, deputados do Podemos passaram a pressionar a legenda para desistir da candidatura, que drenaria recursos do Fundo Partidário.

##RECOMENDA##

O União Brasil também ventila a possibilidade de lançar Moro, mas a ideia divide a sigla.

Além do ex-ministro da Justiça, a senadora Simone Tebet (MDB), e o cientista político Felipe D'Ávila (Novo) participam do almoço do Lide, grupo que foi fundado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

O ex-ministro da Justiça e pré-candidato à Presidência, Sérgio Moro (Podemos), reagiu à nota divulgada pela Polícia Federal acusando-o de mentir sobre a atuação do órgão e insistiu na tese de que a PF tem esvaziado a apuração de casos de corrupção. Destacando o principal mote de sua campanha, o ex-juiz da Lava Jato ainda criticou o trabalho do Supremo Tribunal Federal e disse que, se eleito, deverá indicar dois ministros "terrivelmente contra a corrupção".

Segundo Moro, o trabalho do STF tem sido "ruim" ao revisar decisões. "O Supremo tem feito um papel ruim ao anular condenações, não por dizer que a pessoa é inocente, mas por inventar um erro formal que, na minha opinião, não existe. Passa uma mensagem errada para a população de que o crime compensa", disse, em entrevista ao Jornal da Rio, de Aracajú (PI). O ex-juiz se referia à decisão da Corte que derrubou condenações de Lula, em abril de 2021, sob justificativa de que a Justiça Federal de Curitiba não era competente para investigar o petista, já que as acusações contra o ex-presidente não diziam respeito diretamente ao esquema bilionário de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato. Além da questão do foro adequado, o STF ainda declarou a "suspeição" de Moro nas decisões relativas a Lula.

##RECOMENDA##

"Ano que vem, temos duas vagas para o STF e vou apoiar juízes magistrados, profissionais, terrivelmente contra corrupção, legalistas, pessoas apegadas à aplicação da lei e que não tenham dó de mandar prender gente que rouba a população. Tem que ter esse perfil de magistrados no STF", afirmou.

PF

O ex-juiz havia acusado a PF de esvaziar as investigações sobre corrupção, o que levou à divulgação de uma nota por parte do órgão, alegando se tratar de mentiras. Segundo Moro, a nota não representa a opinião da instituição como um todo, mas, apenas da "atual direção".

"Essa nota não é da PF. É da atual direção da PF. A direção atual não representa o que pensam as pessoas que compõem a instituição", afirmou. "Não é só uma questão de quantidade, mas de quem está sendo preso. Prisão de um funcionário público qualquer que pediu propina para conceder uma licença ou um guarda que deixa de aplicar uma multa tem, mas as grandes corrupções, os grandes tubarões, não têm prisão nenhuma. Não ouvimos mais falar nada sobre."

Moro deixou o cargo de ministro da Justiça, em abril de 2020, acusando Jair Bolsonaro de interferência no órgão, o que, inclusive é tema de inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal contra o presidente.

Na nota divulgada nesta terça-feira, 15, a PF afirma: "O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração". A instituição ainda alega que atua "muito além da repressão aos crimes de corrupção" e que não tem o papel de "produzir espetáculos", mas, sim, de "conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários".

Pivô do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou interferir politicamente na Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, hoje pré-candidato na corrida pelo Planalto, comprou briga com a cúpula da corporação ao declarar publicamente que há um enfraquecimento nas investigações de corrupção.

A PF reagiu nesta terça-feira, 15, e disse que o ex-juiz da Lava Jato 'mente'. "A PF - instituição de Estado - mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais", diz um trecho da nota institucional.

##RECOMENDA##

Em entrevista Jovem Pan News nesta segunda-feira, 14, Moro disse que 'não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção'. "Esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles", declarou o ex-ministro.

A acusação de interferência na autonomia da Polícia Federal tem sido repetida por Moro desde que ele pediu demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em abril de 2020, acusando Bolsonaro de mudar delegados em postos de comando para tentar blindar aliados de investigações. Com a filiação ao Podemos, o discurso de que houve um enfraquecimento na atuação da corporação também passou a fazer parte da pré-campanha.

Ao repudiar as declarações do ex-ministro, a corporação afirma que o ex-juiz 'confunde, de forma deliberada, as funções da PF'.

"O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários", escreve a corporação. "Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores."

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DIVULGADA PELA POLÍCIA FEDERAL:

Moro mente quando diz que "hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção". A Polícia Federal efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção, nos últimos três anos.

Neste mesmo período, a PF realizou 1.728 operações contra esse tipo de crime. Somente em 2020, foram deflagradas 654 ações - maior índice dos últimos quatro anos.

Moro também faz ilações ao afirmar que "esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles".

O ex-ministro não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração.

Vale ressaltar que a Polícia Federal vai muito além da repressão aos crimes de corrupção. Em 2021, bateu recorde de operações. No total, foram quase dez mil ações, aumento de 34% em relação ao ano anterior.

O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários.

Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores.

Com o intuito de preservar a imagem de umas das mais respeitadas e confiáveis instituições brasileiras, a Polícia Federal repudia a afirmação feita pelo pré-candidato Moro de que a corporação não tem autonomia.

Por fim, a PF - instituição de Estado - mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais.

O ex-ministro e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) criticou a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia e chamou o chefe do Executivo de "trapalhão" nesta segunda-feira (14). Em publicação nas redes sociais, o presidenciável classificou a visita a Moscou como um constrangimento diplomático para o País, referindo-se à escalada da tensão entre o Kremlin e a Ucrânia.

"Bolsonaro tem a incrível capacidade de estar no lugar errado e na hora errada. Sua inexplicável ida à Rússia neste momento nos antagoniza com todo o Ocidente e é mais um constrangimento para a diplomacia brasileira", publicou Moro.

##RECOMENDA##

Epicentro da maior crise diplomática internacional em curso, o país de Vladimir Putin tem seus movimentos acompanhados com atenção pelo mundo ocidental. Em uma conversa de uma hora por telefone no último fim de semana, o presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçou o russo de impor "rápidas e severas sanções" ao país em caso de invasão da Ucrânia. Outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), como a França, também acompanham de perto a eminência de um confronto.

Bolsonaro justifica sua viagem à Rússia como uma oportunidade para "estreitar laços diplomáticos e comerciais" com o país. A visita começou a ser planejada em dezembro do ano passado. Segundo o mandatário brasileiro, o convite partiu de Putin. O chefe do Planalto tem evitado tomar partido na crise entre a Rússia e o Ocidente.

"O Brasil depende de grande parte de fertilizantes da Rússia. Levaremos um grupo de ministros também para tratarmos de outros assuntos", disse o presidente no último sábado (12).

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), vai promover no próximo sábado (12) um café da manhã para o ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência, na sede do governo capixaba, em Vitória. Casagrande é de um partido que está em negociações avançadas para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival de Moro, na disputa de 2022.

Mesmo assim, o governador tem resistido a fazer campanha para Lula e conversa com outros pré-candidatos. Além de Moro, ele também já recebeu Ciro Gomes (PDT).

##RECOMENDA##

Casagrande afirmou, por meio de sua assessoria, que a reunião não representa apoio à pré-candidatura de Moro e é apenas uma cortesia com o ex-juiz, uma vez que sua posição na eleição presidencial ainda não está definida. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) é um dos organizadores do encontro e disse que o ex-ministro deseja ter o apoio do governador. "A pauta vai ser sobre apoio político", disse ele ao Estadão.

Desde que se filiou ao Podemos, em novembro, Moro já esteve em reuniões em São Paulo, Rio, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Brasília, Paraná e Piauí. No entanto, somente foi recebido por governadores três vezes. Foram os casos de Romeu Zema (Novo), em Minas, Eduardo Leite (PSDB), no Rio Grande do Sul, e João Doria (PSDB), em São Paulo. Nenhum dos três chegou a anunciar apoio ao pré-candidato.

Além de planejarem estar juntos na disputa presidencial, o PT e o PSB tentam formar uma federação, onde as alianças terão de durar no mínimo quatro anos e ser reproduzidas nos Estados e municípios. Alguns entraves têm dificultado o acordo e o Espírito Santo é justamente um dos lugares em que as duas legendas não se entendem.

O PT resiste a apoiar a reeleição do governador e ensaia lançar o senador Fabiano Contarato, recém filiado ao partido.

"Se o Casagrande tem falado que precisa do apoio (do PT) para aprovar a federação, cabe a ele declarar apoio ao presidente Lula, não cabe a nós. Temos um pré-candidato extremamente viável, que é o Fabiano Contarato", disse o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), ao Estadão. O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, por sua vez, que o encontro entre Moro e Casagrande "certamente não ajuda em nada" o diálogo entre as duas siglas.

O principal ponto de discordância entre os partidos é em São Paulo, onde o PT quer disputar o governo com Fernando Haddad e o PSB, com Márcio França. Também há discordâncias no Rio Grande do Sul e no Acre.

Na contramão do movimento do governador, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, já avisou que vai vetar qualquer possibilidade de integrantes do partido apoiarem Moro ou o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A nova pesquisa Quaest/Genial, divulgada nesta quarta-feira (9), mostrou que o ex-presidente Lula (PT) ainda é o líder das intenções de voto. O petista aparece com um percentual superior à soma dos concorrentes, mas o que chamou atenção foi o alto índice de indecisos.

As intenções de voto de Lula variam entre 45% e 47% no primeiro turno, que tem como segundo colocado o presidente Bolsonaro, entre 23% e 26%.

Outro destaque foi o alto número de indecisos. Na pesquisa espontânea, 48% mostraram que não sabem em quem votar e 4% expuseram o desejo de votar em branco ou nulo.

Fidelidade

A pesquisa Quaest também verificou que seis em cada 10 eleitores, equivalente a 58% dos entrevistados, devem manter a escolha do voto. Outros 40% não descartam mudar de opção.

Os fiéis a Bolsonaro representam 65%, enquanto Lula conquistou a fidelidade de 74% dos seus eleitores.

Contra os candidatos que já lançaram pré-campanha e outros possíveis postulantes à Presidência, Lula lidera com 45%. O índice representa dois pontos a mais que a soma dos concorrentes.

A segunda posição ficou com Bolsonaro, que pontuou com 23%, a terceira ficou dividida entre Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) com 7%. João Doria (PSDB) e André Janones (Avante) aparecem em seguida com 2%. Simone Tebet (MDB) obteve 1%, enquanto Rodrigo Pacheco (DEM) e Felipe D'Ávila (Novo) não pontuaram. Nulo e brancos são 8% e indecisos 5%.

O segundo turno também mostrou a vantagem do ex-presidente, de acordo com o estudo. Ele se manteve à frente em todos os cenários ao pontuar entre 56% e 51%. O registro de brancos e nulos variam entre 13% e 26%.

Entre os possíveis derrotados, Bolsonaro marcou 30%, Moro obteve 28%, Ciro ficou com 24%, Doria com 16% e André Janones com 14%.

Metodologia

O estudo foi feito por meio de entrevistas presenciais com dois mil eleitores das 27 unidades federativas, entre os dias 3 e 6 de fevereiro. Com 95% de confiança, a margem de erro é de dois pontos percentuais.

Pré-candidato à Presidência pelo Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro se comprometeu a não ampliar legislação do aborto em caso de vitória na disputa pelo Planalto, em uma "carta aos cristãos" divulgada ontem. Atualmente, a interrupção da gravidez é permitida no País em caso de estupro, de feto anencéfalo e em casos em que a vida da mãe está em risco.

"Defenderemos a não ampliação da legislação em relação ao aborto e faremos a defesa da preservação da vida humana em todas as suas manifestações", diz o texto. O documento, chamado de "Carta de Princípios aos Cristãos", foi lançado em Fortaleza (CE) em ato com presença de evangélicos.

##RECOMENDA##

No texto, o ex-ministro também se comprometeu a não divulgar propaganda política nas missas e cultos promovidos pela igreja e não fomentar "discursos de ódio". "Respeitaremos e trataremos com dignidade todas as pessoas, religiões e crenças, sem fomentar discursos de ódio, disseminação de preconceitos ou estereótipos contra qualquer pessoa, religiosa ou não", diz a carta. Segundo Moro, o objetivo do texto é esclarecer as dúvidas sobre as suas ideias.

Durante o evento, ele reiterou respeitar a laicidade do Estado. "Nós todos sabemos que o Estado é laico. O Estado não vai estabelecer e a gente também não pretende estabelecer nenhuma preferência religiosa. Mas isso também não significa que nós não podemos valorizar a nossa tradição cristã. Sem preconceito, sem estereótipos em relação a qualquer outra religião ou qualquer outra crença, e até mesmo a falta de crença", afirmou o presidenciável.

A candidatura do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro à Presidência enfrenta resistências nas fileiras do Podemos, e a briga, agora, é pela distribuição do fundo eleitoral. Na Câmara, a bancada do Podemos - partido ao qual Moro se filiou em novembro - reivindica prioridade sobre os R$ 228,9 milhões do fundo para as disputas deste ano, sob o argumento de que, sem recursos, os deputados correm risco de derrota nas urnas e a sigla pode até mesmo não sobreviver.

O Podemos tem apenas 11 deputados federais e conta com um fundo eleitoral menor do que o dos concorrentes, como PL, PT, PSDB, MDB e PDT.

##RECOMENDA##

O tamanho da bancada também tem impacto no tempo de propaganda de rádio e TV. Enquanto a maior parte dos principais candidatos terá direito a 20 minutos semestrais de propaganda partidária, o ex-ministro da Justiça ficará com apenas 10 minutos em razão do tamanho do Podemos.

Líder do Podemos na Câmara, o deputado Igor Timo (MG) disse que não faz sentido focar os repasses do partido para a campanha presidencial em detrimento da eleição no Congresso. "A gente sabe que é um cobertor curto, não tem como fazer mágica. Mas não adianta também custear integralmente uma campanha presidencial e o partido deixar de existir. Se não tiver deputado, como vai se manter?", questionou Timo.

Apesar de destacar o apoio a Moro, o líder do Podemos lembrou que o valor do fundo para as campanhas é calculado com base no número de deputados federais eleitos. "É natural que quem precise do fundo possa, de fato, reivindicar algum montante referente ao que ele mesmo gerou para o partido", disse o deputado, ao argumentar que o ex-juiz pode compensar a barreira financeira atraindo doações de pessoas físicas. Na prática, quem define como será distribuído o recurso do fundo eleitoral é a cúpula da sigla.

Desde 2015, as doações de empresas são proibidas, mas as transferências de pessoas físicas estão liberadas. "A campanha do Moro tem condição natural de arrecadar recursos. Tem muita gente que enxerga no Moro uma possibilidade real, inclusive nós, de uma mudança para o cenário nacional, para o País mais equilibrado. Muitas pessoas contribuem nesse sentido", afirmou Timo.

A possibilidade de Moro deixar o Podemos e migrar para o União Brasil - partido que será resultado da fusão entre o DEM e o PSL - vem sendo discutida, mas também enfrenta dificuldades. "Tem muita coisa ainda para se discutir. A gente está vendo esse 'approach' que tem sido feito pelo União Brasil na busca do Moro, oferecendo condições que talvez o Podemos não tenha", observou o líder do Podemos na Câmara.

O PSDB do governador de São Paulo, João Doria, e o MDB da senadora Simone Tebet (MS), ambos candidatos à Presidência, fizeram uma ofensiva sobre o União Brasil e começaram a discutir a possibilidade de montar uma federação entre as três legendas, mas a hipótese é vista como improvável. O modelo de federação obriga os partidos a ficarem juntos e se manter aliados em eleições durante quatro anos.

Pacote

O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), disse ao Estadão que "há tempos" tem conversado sobre o assunto com o PSDB e o MDB. Escolhido para comandar o União Brasil, Bivar afirmou que Moro poderá fazer parte desse grupo. Não indicou, porém, que ele terá prioridade sobre os demais concorrentes.

"A gente (União Brasil e MDB) já vem conversando há algum tempo. Não temos um candidato no momento; a gente vai discutir os nomes. Tem o PSDB também. O Moro, se quiser, pode entrar nesse pacote", comentou Bivar.

Na prática, a federação vai muito além de uma aliança presidencial e precisa ser reproduzida em eleições para governadores e prefeitos, sempre por no mínimo quatro anos. Alas do MDB apoiam a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta lista estão o senador Renan Calheiros (AL), o ex-senador Eunício Oliveira (CE), o ex-presidente José Sarney e muitos diretórios do partido no Nordeste.

Além disso, no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) é adversário do PSDB e deve enfrentar nas urnas o senador tucano Izalci Lucas. Outro complicador é que o próprio Ibaneis planeja abrir o palanque para o presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não acredito que aconteça (a federação). São muitas divergências nos Estados", disse Ibaneis ao Estadão.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve confirmar a existência do União Brasil nesta terça-feira, 8. "Entrando nesse processo, a gente zera tudo", disse Bivar, para quem as discussões sobre candidatura presidencial começarão a tomar forma no novo partido a partir de março.

De qualquer forma, a candidatura de Moro também não é unanimidade no Podemos, tanto que uma parte dos deputados do partido não esconde a simpatia por outros presidenciáveis. É o caso de Bacelar Batista (BA), que apoia Lula; e de José Medeiros (MT) e Diego Garcia (PR), que defendem a reeleição de Bolsonaro.

Garcia já anunciou até mesmo que vai sair do Podemos. Medeiros, por sua vez, postou uma mensagem no Twitter, no dia 24 de janeiro, dizendo que "com a possível ida do ex-ministro Sérgio Moro para o UB (União Brasil), a presidente Renata se credencia como uma importante candidata a vice do presidente@jairbolsonaro".

Moro não é o único que sofre oposição dentro do próprio partido. Doria também tem adversários no PSDB. O caso mais recente foi protagonizado pelo senador Tasso Jereissati (CE), que tem reiterado apoio a Tebet. Na quinta-feira, 4, o senador esteve com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e disse a ele que a senadora não tem rejeição e é capaz de unir forças.

O problema é que o nome de Tebet também não tem consenso no MDB, tanto que setores do partido querem apoiar Lula logo no primeiro turno. O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, é outro que vê crescer no partido dissidências pró-Lula. Mesmo após o lançamento da candidatura de Ciro, no último dia 21, parte dos deputados e senadores do PDT ainda manifesta incômodo com a estagnação do ex-ministro nas pesquisas de intenção de voto.

Procurada, a assessoria de Sergio Moro respondeu que não ia comentar e que o assunto diz respeito ao partido. A presidente do Podemos, Renata Abreu, não retornou os contatos da reportagem.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando