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As autoridades de Bangladesh acusaram nesta segunda-feira (6) o operador do depósito em que aconteceu uma gigantesca explosão que deixou 49 mortos de não ter informado os bombeiros sobre a presença de produtos químicos nos contêineres quando os agentes chegaram ao local para controlar as chamas.

O incêndio foi declarado no sábado às 21h30 locais em um depósito particular onde estavam quase 4.000 contêineres, em Sitakunda, a 40 quilômetros do porto de Chittagong, sudeste do país.

Centenas de bombeiros compareceram ao local para lutar contra as chamas, que atingiram vários contêineres com produtos químicos, o que provocou uma grande explosão uma hora mais tarde.

Ao menos 49 pessoas morreram - incluindo nove bombeiros - e 300 ficaram feridas. Dez estão em situação crítica.

O secretário de Saúde de Chittagong, Elias Chowdhury, afirmou que foi necessário convocar médicos que estavam de folga para tratar as centenas de feridos.

O incêndio permanece ativo, o que dificulta a busca por mais vítimas.

"Ainda há 30 a 40 contêineres em chamas", declarou um inspetor da brigada de incêndios, Harunur Rashid.

Ele disse que o fogo está controlado, mas que "os produtos químicos são o principal problema".

"As autoridades do depósito nunca nos informaram sobre a presença de produtos químicos letais. Nove bombeiros morreram. Dois continuam desaparecidos, assim como várias outras pessoas", disse à AFP Mohamad Kamruzzaman, comandante do corpo de bombeiros.

- "Nenhum plano de segurança" -

Purnachandra Mutsuddi, vice-comandante da unidade de bombeiros de Chittagong que dirigiu os trabalhos de controle das chamas, afirmou que o local de 10,5 hectares "não tinha nenhum plano de segurança contra incêndios".

"Um plano de segurança prevê como o depósito vai combater e controlar um incêndio. Mas não havia nada", afirmou à AFP Mutsuddi. "Não fomos informados sobre a presença de produtos químicos. Se tivessem falado, o balanço de vítimas teria sido menor", acrescentou

A empresa em que aconteceu a tragédia, B.M Container Depot, foi criada em um 2012 por empresários de Bangladeh e da Holanda, que emprega quase 600 pessoas. De acordo com o site do grupo, o presidente é Bert Pronk, um cidadão holandês com quem a AFP ainda não conseguiu entrar em contato.

De acordo com a imprensa local, entre os diretores da B.M Container Depot está um funcionário de alto escalão do partido no poder, a Liga Awami, em Chittagong.

"Nossa investigação está em curso. Vamos investigar tudo", declarou o chefe de polícia da região, Abul Kalam Azad.

Mujibur Rahman, diretor da B.M. Container Depot, disse que a origem do incêndio ainda não foi determinada.

No depósito havia peróxido de hidrogênio, um produto químico que tem vários usos industriais, afirmou o comandante dos bombeiros do país, o brigadeiro Main Uddin.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu tirar a tornozeleira eletrônica do empresário Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, apontado como lobista e operador do ex-ministro do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula). Antes de ser condenado na Operação Lava Jato a 12 anos e seis meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Fernando Moura chegou a fechar delação premiada com o Ministério Público Federal, mas perdeu os benefícios do acordo após apresentar versões conflitantes à Justiça.

Em julgamento realizado na terça-feira, 8, os ministros da 2ª Turma decidiram manter as outras medidas impostas ao delator que furou o acordo: afastamento da direção e da administração das empresas envolvidas nas investigações; comparecimento mensal em juízo; obrigação de comparecimento a todos os atos processuais sempre que intimado; proibição de manter contato com demais investigados e de deixar o País, com a respectiva entrega do passaporte.

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A decisão de revogação do monitoramento eletrônico se deu após os ministros Ricardo Lewandowski e Kassio Nunes Marques seguirem o voto do decano Gilmar Mendes, que se manifestou no sentido de acolher habeas corpus da defesa. Restaram vencidos os ministros Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, e André Mendonça, recém-chegado na corte. As informações foram divulgadas pelo STF.

O caso chegou a corte máxima após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região e o Superior Tribunal de Justiça não acolherem pedidos da defesa para retirada da tornozeleira eletrônica de Moura. A medida lhe foi imposta pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito de sentença que o condenou por receber propinas destinadas pela empreiteira Engevix à Diretoria de Engenharia e Serviços da Petrobrás.

Ao Supremo, os advogados do empresário alegaram que o monitoramento eletrônico era 'inadequado, desnecessário e desproporcional' e que os requisitos para decretação do mesmo já estariam superados. A defesa também argumentou que Moura não teria patrimônio do exterior 'passível de dissimulação e ocultação' e está submetido a outras cautelares.

O relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, negou a solicitação da defesa, que recorreu à 2ª Turma. No julgamento, o ministro argumentou que as suspeitas de um vínculo de Moura com 'recursos financeiros ilícitos mantidos no exterior revelam a necessidade e a proporcionalidade da medida cautelar, diante do receio da prática de outros delitos'.

Ao apresentar o entendimento que prevaleceu no julgamento, Gilmar argumentou que as razões para manter o monitoramento se tornaram 'precárias', considerando que outras cautelares foram impostas a Moura por mais de dois anos.

O ministro rebateu a alegação de que o empresário poderia tentar se evadir da aplicação da lei penal, indicando que o réu está proibido de deixar o País e teve de entregar do passaporte, além de ter a obrigação de comparecer aos atos do processo. Além disso, Gilmar ponderou que o fato de a pessoa ter recursos financeiros no exterior 'não é argumento suficiente para impor o uso de tornozeleira eletrônica'.

Gilmar ainda lembrou de quando a Segunda Turma do STF revogou a prisão preventiva de Moura decretada após o empresário descumprir o acordo de delação fechado com o Ministério Público Federal. Segundo o ministro, tal cenário era 'diferente do atual', em que já houve a condenação em segundo grau. Gilmar destacou ainda que não há nos autos notícia de que o empresário teria infringido as cautelares impostas.

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a prisão preventiva do presidente do PSC Pastor Everaldo e outros dois investigados no esquema de desvio de verbas na gestão do governador afastado Wilson Witzel (PSC). Por maioria, os ministros determinaram que o trio deve continuar detido em Bangu, no Rio.

Everaldo é acusado de liderar suposta organização criminosa que atuou no governo Witzel para desviar verbas da Saúde por meio do direcionamento de contratos com organizações sociais, que abasteciam uma 'caixinha de propinas dividida com operadores e integrantes do esquema. Além do pastor, buscavam sair da prisão o empresário José Carlos de Melo e Victor Hugo Barroso, suposto operador de Everaldo.

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O ministro Benedito Gonçalves, relator do inquérito, apresentou voto contra a revogação da prisão. Segundo ele, Everaldo tinha 'papel de destaque na suposta organização criminosa com grande poder político e econômico' e que as circunstâncias que motivaram a prisão não mudaram até o momento. Ele foi acompanhado pela maioria dos colegas.

A divergência foi aberta pelo ministro Napoleão Nunes Filho, que questionou tratamento divergente dado a Everaldo em comparação a Witzel. Para ele, é desigual três integrantes da organização criminosa estarem presos enquanto o governador afastado, apontado como líder do grupo, está solto.

"Toda essa organização foi criada em torno do governador, mas ele está solto", questionou Nunes Filho. "Será que essas pessoas são mais importantes que o governador na prática desses atos ilícitos?"

Durante a sessão, a ministra Maria Thereza também relatou conversa que teve com a advogada de Everaldo, a quem, na sua opinião, manifestou ter a certeza que ela votaria para tirá-lo da prisão. A advogada, que estava na sessão, respondeu que disse ter apenas a tranquilidade que saberia apreciar o caso 'da melhor maneira possível'.

"Eu deixei claro, muito pelo contrário, que pelo que havia estudado do caso, haviam imputação de fatos muito claros e quero deixar que minha conversa com a advogada não fluiu bem, pois ela deu a sentir que eu já estaria com meu voto pronto para libertar e revogar a prisão preventiva do cliente dela", afirmou Maria Thereza.

Caixinha de propinas

A 'caixinha de propinas' instituída por Pastor Everaldo, segundo confissão do empresário Edson Torres à Polícia Federal, foi abastecida por repasses feitos por cinco organizações sociais: Solidário, Nova Esperança, Mahatma Gandhi, Gnosis e Idab - a Nova Esperança, inclusive, era administrada por Marcos Pereira, irmão de Pastor Everaldo.

O esquema é um dos pontos que embasam as duas denúncias apresentada pela PGR contra o governador afastado Wilson Witzel por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a Procuradoria, cada organização pagava ao grupo um percentual que variava de 3% a 6% do valor dos contratos firmados com o governo Witzel.

A propina iria para uma 'caixinha', que era redistribuída ao governador (20%), Pastor Everaldo (20%), aos operadores Edson Torres (15%) e Victor Hugo (15%), e ao então secretário de Saúde, Edmar Santos (30%), hoje delator.

"Segundo confessado por Edson Torres, no período de 01/01/2019 a junho de 2020, essa caixinha da propina na Secretaria de Saúde arrecadou vantagens indevidas no valor de aproximadamente R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais", apontou a PGR.

A manutenção da 'caixinha de propinas' por parte das organizações sociais era feita para garantir contratos de gestões hospitalares e de unidades de pronto atendimento ou manter acordos já firmados com o governo. Os valores eram pagos em espécie a Victor Hugo, que ficava responsável pela operacionalização dos repasses aos agentes públicos abastecidos pela caixinha.

Desde a última quinta-feira (18) preso em Bangu 8, o policial aposentado e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), Fabrício Queiroz, pediu um livro de autoajuda ao acusado de operar o esquema de propinas do Rio de Janeiro, investigado pela operação Lava Jato, Wilson Carlos. Wilson é ex-secretário do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e, atualmente, organiza a biblioteca prisional.

Segundo o colunista Lauro Jardim, Queiroz está isolado em uma cela de cinco metros quadrados e não interage muito. No local, passa 10 horas diárias e tem à disposição uma pia, chuveiro e vaso sanitário. Por duas horas, o suspeito de coordenar um suposto esquema de ‘rachadinha’ no antigo gabinete de Flávio tem direito ao banho de sol em um pátio do presídio.

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A biblioteca foi montada pelo ex-deputado Edson Albertassi, que deixou o comando para Wilson Carlos após seguir para a prisão domiciliar, há dois anos. Desde então, parte da rotina do ex-secretário de Cabral é baseada em passear entre as celas perguntando o que os reclusos querem ler, apontou o portal IG.

O juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, condenou, na terça-feira (22), Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do ex-governador Beto Richa (PSDB), e Jorge Theodócio Atherino, empresário apontado como "operador" do tucano, pelas propinas pagas pela Odebrecht no âmbito do contrato de R$ 7,2 bilhões para exploração e duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá.

Roldo foi sentenciado a 10 anos e 5 meses de prisão em regime inicial fechado por corrupção passiva e fraude à licitação. Atherino terá de cumprir 4 anos, 9 meses e 15 dias em regime inicial semiaberto , por corrupção. Ambos ainda terão de pagar multas, mas foram absolvidos das imputações do crime de lavagem de dinheiro.

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O ex-chefe de gabinete de Richa e o suposto operador foram presos preventivamente na Operação Piloto, fase 53 da Lava Jato desencadeada em setembro de 2018.

O ex-governador foi preso no mesmo dia no âmbito de outra operação, a Radiopatrulha, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná. Quatro meses depois, em janeiro de 2019, Roldo e Atherino foram soltos.

Na Piloto, a Polícia Federal vasculhou a sede do Palácio Iguaçu atrás de registros de entrada no edifício e nos gabinetes do ex-governador. O nome da operação foi dado em referência ao suposto codinome de Beto Richa, "Piloto", nas planilhas do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, a famosa máquina de propinas da empreiteira.

O ex-governador é réu em outra ação penal, que ainda está em curso.

Segundo a denúncia - apresentada em 2018 contra 11 investigados no total - os ex-diretores da Odebrecht Luiz Antônio Bueno Junior e Luciano Riberiro Pizzatto prometeram propina de R$ 4 milhões a Deonilson Roldo, em troca de favorecimento na Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323.

Os procuradores indicaram ainda que o sistema de contabilidade informal do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht registrou o pagamento, em setembro de 2014, de R$ 3,5 milhões em espécie, em cinco parcelas.

A sentença do juiz Paulo Ribeiro, de 255 páginas, também atingiu Benedicto Barbosa da Silva Junior, o "BJ", ex-presidente da Odebrecht, Luiz Antônio Bueno Junior, ex-diretor da empreiteira, além de Fernando Migliacchio da Silva e Maria Lucia Tavares, funcionários apontados como responsáveis pelo Setor de Operações Estruturadas.

Por causa das delações dos executivos e funcionários da empreiteira, as penas a eles aplicadas foram substituídas pelas sanções previstas nos acordos de colaboração.

O magistrado absolveu Luiz Eduardo Soares, também apontado como integrante do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, Olívio Rodrigues Junior, que segundo o Ministério Público Federal controlava contas secretas no exterior, e Adolpho Julio da Silva Mello Neto, suposto operador do mercado de câmbio paralelo.

A sentença registra ainda que Álvaro José Galliez Novis - outro suposto operador do mercado de câmbio negro - teve a ação penal suspensa por já ter recebido pena máxima permitida na delação premiada, e indica que as imputações contra

Luciano Ribeiro Pizzatto, diretor da Odebrecht foram desmembradas para outro processo.

Defesas

A reportagem busca contato com as defesas de Deonilson Roldo, Jorge Atherino e dos demais condenados. O espaço está aberto para as manifestações.

Na saída do prédio da Justiça Federal, o advogado do ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB), Flávio Mirza, afirmou nesta terça-feira, 14, que as acusações do delator Sérgio de Castro Oliveira, mais conhecido como 'Sergião', não procedem.

"Estamos trabalhando para demonstrar a erronia dessas acusações", disse. O novo interrogatório de Luiz Fernando Pezão está marcado para o início de fevereiro. De acordo com Mirza, ele demonstrará à Justiça que as alegações são falsas. 'Sergião' disse nesta terça-feira que Pezão recebia mesadas de até R$ 150 mil quando era secretário no governo Sérgio Cabral (MDB).

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O delator Sérgio de Castro Oliveira, mais conhecido como 'Sergião', disse nesta terça-feira, 14, que o ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão (MDB) recebia mesadas de até R$ 150 mil quando era secretário no governo Sérgio Cabral (MDB). Luiz Fernando Pezão ocupou as Secretarias Estaduais de Obras e Infraestrutura, além de ter sido vice-governador. 'Sergião' prestou depoimento na 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, ao juiz Marcelo Bretas.

'Sergião' já colaborava com as investigações, mas agora virou, oficialmente, delator. O interrogatório deu-se no âmbito da Operação Boca do Lobo, que prendeu Luiz Fernando Pezão em novembro de 2018. O ex-governador do Rio chegou a comparecer para depor nesta tarde, mas, por um aspecto técnico ligado à delação premiada de 'Sergião', o testemunho foi suspenso por Bretas, que mostrou insatisfação com o Ministério Público Federal (MPF) por uma suposta demora na análise do conteúdo da colaboração.

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De acordo com o que determinou, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF), as defesas de réus têm que ter acesso às delações para, então, serem ouvidas por último no processo. Os advogados de Luiz Fernando Pezão ainda não pegaram o material entregue pelo delator ao MPF.

Segundo 'Sergião', o dinheiro era entregue entre os dias 15 e 20 do mês. "Se passasse muito, tinha reclamação", afirmou. Conforme ele, a mesada começou em R$ 50 mil no início da administração Cabral e chegou a R$ 150 mil. O pagamento seria uma forma de "parabenizar" os secretários pelo "bom trabalho" realizado.

A operação é um desdobramento da Lava Jato fluminense. Pezão é acusado de dar continuidade ao esquema de corrupção do antecessor e aliado, Cabral, preso desde novembro de 2016 e cujas penas já somam 267 anos de detenção. A denúncia contra Pezão, apresentada pelo MPF, diz que ele recebeu cerca de R$ 40 milhões em propina.

As informações que embasaram a denúncia partiram da delação premiada de Carlos Miranda, apontado como um dos operadores de Cabral na organização criminosa. De acordo com Miranda, Pezão recebia uma espécie de mesada no valor de R$ 150 mil, além de bonificações - como se fosse um contrato de carteira assinada. A versão bate com o que disse 'Sergião'.

Pezão estava em prisão preventiva desde novembro de 2018, quando foi detido em pleno Palácio Guanabara, a pouco mais de um mês de completar o mandato. Ele não tem condenação judicial em nenhuma instância. Em dezembro, por entender que o ex-governador não representava mais uma ameaça às apurações - que era o argumento da preventiva -, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou soltá-lo. Ele cumpre, agora, medidas cautelares: não pode, por exemplo, deixar o Estado ou ocupar cargos públicos. Também é obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

Preso há dois anos, Carlos Miranda, operador financeiro confesso do esquema de corrupção atribuído ao ex-governador Sergio Cabral (MDB), e seu delator, foi libertado neste domingo, 18, para cumprir prisão domiciliar. No sábado, 17, a prisão de Cabral completou também dois anos. Ele já foi condenado a mais de um século de prisão por crimes como corrupção, organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

A expectativa da defesa era de que Miranda saísse da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na sexta-feira, 16. Mas houve problemas burocráticos e a liberação atrasou. Apelidado de "o homem da mala de Cabral", função que desempenhou no primeiro mandato do ex-governador (2007-2010), Miranda conseguiu redução de pena por colaborar com a Justiça. Suas revelações, consideradas essenciais para se desvelar toda a estrutura criminosa, são refutadas pela defesa do ex-governador.

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Responsável pela contabilidade de repasses escusos, conforme sua delação, Miranda deu detalhes sobre como funcionava a cobrança, o recolhimento e a distribuição da propina; revelou, por exemplo, como se deram os permanentes pagamentos feitos por empreiteiras que realizaram obras de vulto no Estado, os "mensalinhos" a deputados estaduais da base de apoio a Cabral e a compra de votos para que a cidade do Rio fosse escolhida sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Ele assinou acordo de colaboração premiada ano passado. Amigo de juventude de Cabral, Miranda foi casado com uma prima dele. Usava mochilas para recolher propinas nas sedes das empresas, pagava contas, comprava joias em joalherias de luxo e chegou a preparar declarações de Imposto de Renda de Cabral e parentes, ainda de acordo com as investigações. Uma empresa aberta por ele era usada para lavagem do dinheiro.

Cabral foi governador entre 2007 e 2014, período em que foi movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas oriundas de contratos do Estado em áreas como transportes, obras e saúde, conforme a Procuradoria da República. Ele admite que ficou com caixa dois de campanha para si, mas nega ser corrupto.

A Câmara de Vereadores do Recife é alvo de mais uma polêmica, após concluir uma licitação para contratar fotógrafo, supervisor e operador de imagens e assistente técnico. O custo anual para contratar a equipe que vai atender ao órgão chama a atenção: R$ 3,1 milhão de reais.

O que gera ainda mais repercussão é o fato de que a contratação não inclui nenhum equipamento técnico, como era de se esperar abrangendo apenas o fornecimento de mão-de-obra para operação da TV Câmara e canais institucionais nas redes sociais. 

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Ao Blog de Jamildo, nesta quarta-feira (4), sob reserva, um vereador teria duvidado da necessidade de um custo tão alto com a equipe apenas para atender aos componentes da Casa. Ele ainda teria contado que não se pronunciaria publicamente por medo de represálias. A vencedora da licitação foi a empresa JASERVICE SERVIÇOS e o primeiro secretário da Câmara, Marco Aurélio (PRTB), homologou a licitação no último dia 29 de junho. 

Essa não é a primeira vez que a Casa se envolve em uma polêmica. Em maio passado, a notícia de que seria comprado um imóvel no bairro da Boa Vista, especificamente o antigo Hotel São Domingo, no valor de R$ 12 milhões para abrigar os vereadores causou tumulto e o processo foi cancelado.

O juiz Sérgio Moro mandou expedir alvará de soltura de Mário Miranda, apontado como operador de propinas do MDB, nesta sexta-feira, 1. Alvo principal da Operação Dejà Vu, fase 51 da Lava Jato, Miranda confessou crimes e colocou à disposição da Justiça US$ 7,2 milhões em valores repatriados da Suíça.

O dinheiro, segundo ele próprio, teve origem em "práticas ilícitas em contratos da Petrobras".

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A investigação Dejà Vu mira contrato da área Internacional da Petrobras no valor de US$ 825 milhões que teria rendido propinas de US$ 40 milhões ao MDB, em suposto encontro entre delatores da Odebrecht, os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha e Temer, então candidato a vice-presidente, em 2010.

Miranda e outro operador, Sérgio Bocaletti, são suspeitos de receber US$ 31 milhões por meio de contas mantidas por operadores financeiros no exterior e supostamente representavam políticos do MDB. Os operadores são investigados por entregas de valor equivalente em moeda nacional, em espécie e no Brasil, ao encarregado pelo recebimento e distribuição do dinheiro aos agentes políticos.

Sob sigilo, as declarações de Miranda foram registradas pela força-tarefa da Operação Lava Jato no dia 16.

O depoimento envolve contrato que, segundo a Odebrecht e os investigadores, beneficiou o MDB em 2010, em suposto acerto com políticos da cúpula do partido, dentro do escritório de Michel Temer em São Paulo.

O termo foi assinado após a prisão de Miranda na 51ª fase da Operação Lava Jato, que mira suspeita de propinas em benefício do partido.

Nesta sexta-feira, o juiz Sérgio Moro despachou. "Considerando que R$ 6.129.355,34 já foram depositados na conta judicial, expeça-se o alvará de soltura em relação a Mario Ildeu de Miranda, bem como o termo de compromisso com as cautelares. Deverá subscrever no prazo de cinco dias os formulários necessários para a renúncia dos valores bloqueados no exterior e repatriação dos mesmos junto ao Ministério Público Federal."

Miranda está livre, mas não pode sair do País, por imposição de Moro. "Oficie-se ainda à Delegacia da Polícia Federal de Fronteira para registrar a proibição de que deixe o país."

Para os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, há "contas secretas ainda mantidas no exterior e que não tiveram saldos sequestrados", como a offshore Fairfamily Foundation, mantida pelo operador nas Bahamas.

De acordo com o advogado Antonio Figueiredo Basto, que defende o operador, no depoimento do dia 16 Mário Miranda "respondeu a todas as perguntas e enfrentou as apontadas omissões que, segundo o MPF, justificaram a prisão preventiva".

Basto disse que o operador "manifestou em seu depoimento que abre mão de eventuais valores depositados no exterior e concorda com a repatriação, comprometendo-se ainda a apresentar, quando os bancos enviarem, os documentos da conta da fundação no Banco Heritage que deram origem à movimentação para a instituição nas Bahamas".

Entre as contas de valores ilícitos repatriados e já postos à disposição das autoridades pelo operador estão uma mantida no banco suíço Julius Bar, com saldo atualizado em 2 de abril de 2017 no valor de US$ 1.834.682, e outra no Credit Suisse, com saldo atualizado em 17 de março de 2017 no valor de US$ 5.449.540.

De acordo com Miranda, o valor totaliza US$ 7.284.222, a ser atualizado. Ainda restaria conferir o "saldo na conta mantida nas Bahamas cujos demais dados desconhece".

Defesas

No dia 20 de maio, quando o depoimento de Miranda foi divulgado, a reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, mas não obteve resposta.

Foram procuradas as defesas dos ex-deputados e ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves, mas elas também não se manifestaram

O lobista Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador de propinas do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), deverá ser interrogado nesta terça-feira, 5, na Polícia Federal em Brasília.

Funaro foi preso na sexta-feira, dia 1.º, em São Paulo. Na noite desta segunda-feira, 4, ele foi transferido para a Superintendência Regional da PF no Distrito Federal.

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A prisão do lobista foi decretada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Operação Sépsis - investigação sobre suposto esquema milionário de propinas no âmbito do FI/FGTS da Caixa.

O esquema teria sido idealizado por Funaro e por Eduardo Cunha, em 2011, segundo delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto.

O delator contou que se reunia toda terça-feira, às 7h30, na casa do parlamentar, inicialmente no apartamento funcional, depois na residência oficial da Presidência da Câmara.

Nessas reuniões, Fábio Cleto submetia ao crivo de Eduardo Cunha projetos milionários de grandes empresas que procuravam o Fundo de Investimento FGTS em busca de recursos. O ex-vice da Caixa apontou doze operações. Ele revelou que o peemedebista lhe dizia que ficava com propina equivalente a 1% do valor de cada contrato.

Segundo o delator, o presidente afastado da Câmara "selecionava" os projetos que deveriam ser aprovados pelo Comitê do FI/FGTS. A Operação Sépsis indica que após a "escolha" de Eduardo Cunha, Lúcio Funaro se encarregava de fazer contato com dirigentes das empresas supostamente beneficiadas pelo aval do parlamentar.

Na audiência prevista para esta terça, Funaro poderá permanecer em silêncio - conduta que a Constituição permite a investigados. Mas ele poderá responder às indagações da Polícia Federal. "Não está nada definido", disse o advogado Daniel Gerber, defensor de Funaro.

A Operação Lava Jato deflagrou na madrugada desta segunda-feira, 21, sua primeira fase internacional em Lisboa, Portugal. A 25ª fase cumpre mandados de busca e apreensão e prisão preventiva de Raul Schmidt Felipe Junior.

Segundo a Procuradoria, Raul Schmidt Felipe Junior é investigado pelo pagamento de propinas aos ex-diretores da estatal petrolífera Renato de Souza Duque (Serviços), Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada (ambos da área Internacional). Os três estão presos em Curitiba, base da Lava Jato, pela participação no esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa instalado na Petrobras.

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Em nota, o Ministério Público Federal informou que Raul Schmidt Felipe Junior estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano passado.

"Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas aos agentes públicos da Petrobrás, ele também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobrás", diz a nota.

A deflagração da operação foi um trabalho conjunto entre Portugal e Brasil. De acordo com a Procuradoria, o cumprimento das medidas foi feito pela polícia judiciária portuguesa e pelo Ministério Público português. Autoridades brasileiras do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) acompanharam as diligências. Cumpridas as medidas cautelares, o Brasil dará início ao processo de extradição.

"Raul Schmidt é brasileiro e também possui naturalidade portuguesa. O investigado vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, e se mudou para Portugal após o início da operação Lava Jato, em virtude da dupla nacionalidade", informou o Ministério Público Federal.

A força-tarefa da Lava Jato encaminhou à Suíça um pedido de colaboração para que sejam feitas buscas e apreensões na residência e até no escritório do empresário Bernardo Freiburghaus, apontado como um dos operadores de propina no esquema de desvios da Petrobras no país europeu. O pedido foi encaminhado no final de abril às autoridades suíças via Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.

Na solicitação, a força-tarefa da operação solicita que sejam localizados e até bloqueados ativos de Freiburghaus que, desde que a operação eclodiu no Brasil, passou a viver em Genebra, num dos endereços de maior luxo da cidade suíça. Alvo da 9ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, Freiburghaus é apontado como um dos 11 operadores de propina na diretoria citado pelo delator Pedro Barusco e que entraram na mira das investigações neste ano.

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Segundo o ex-diretor da Petrobras e também delator Paulo Roberto Costa, Freiburghaus foi o responsável por abrir e operar suas contas na Suíça por onde passaram ao menos US$ 31,5 milhões em propinas recebidas da Odebrecht. De acordo com o delator, foi o próprio diretor da Odebrecht Plantas Industriais, Rogério Araújo, que teria lhe indicado o operador na Suíça para abrir as contas onde eram recebidos os recursos a título de "política de bom relacionamento" da empreiteira com ele.

Além disso, Freiburghaus é investigado também pelas autoridades do país europeu, que suspeitam que o brasileiro tenha contribuído para a lavagem de dinheiro decorrente do escândalo na Petrobras e que acarretou no congelamento de US$ 400 milhões por parte das autoridades de Berna.

Berna confirmou que sabia que o pedido seria feito e que já havia iniciado um levantamento das atividades do operador, que no país europeu usa sua identidade suíça para se apresentar. As contas já bloqueadas em nome dos ex-diretores da Petrobras foram movimentadas por Freiburghaus, que tinha inclusive os códigos e procurações para fazer depósitos e saques em nome dos delatores.

Um exame dos documentos ainda é uma das apostas dos suíços para tentar determinar se o operador sabia que o dinheiro era de fato fruto de corrupção e até que ponto ele reconhece que os depósitos foram realizados pela Odebrecht. Se essa suspeita for confirmada, Freiburghaus poderá ser investigado por lavagem de dinheiro, crime que o valeria de 3 a 5 anos de prisão na Suíça.

Com este pedido, a força-tarefa tenta avançar nas investigações da Odebrecht, maior empreiteira do Brasil e suspeita de envolvimento com o cartel de empresas que cartelizava licitações na Petrobras e pagava propina no esquema que abastecia caixas de PT, PMDB e PP.

Há 15 dias, no único encontro do doleiro com um jornal brasileiro, Freiburghaus ofendeu a reportagem ao ser questionado sobre o caso da Petrobras e garantiu: "Não conheço ninguém". Ele não explicou porque se mudou para Genebra desde que o caso veio à tona no Brasil.

Ele se recusou a comentar o fato de que os ex-diretores da Petrobras revelaram em delação premiada no Brasil que ele seria o operador responsável pelas contas na Suíça, abertas para receber as propinas no escândalo revelado pela Operação Lava Jato.

Quando foi informada sobre a delação de Paulo Roberto Costa, a Odebrecht negou as acusações do ex-diretor e reiterou que não fez pagamentos ou depósitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator da Operação Lava Jato, apontou à Polícia Federal a atuação de um dos operadores na Suíça que trabalhava para o lobista do PMDB Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Costa afirmou que "por volta de 2007 ou 2008" esteve com Fernando Baiano em Liechteinstein, oportunidade em que conheceu "Diego", "que morava na Suíça e vinha ao Brasil uma vez ao ano, aproximadamente".

Segundo o ex-diretor, Diego "era quem cuidava das operações financeiras no exterior no interesse de Fernando Baiano". Em seu depoimento, Costa afirma ainda que foi nessa viagem com Baiano para Liechteinstein que recebeu US$ 1,5 milhão no Vilartes Bank para "não atrapalhar" a compra de Pasadena pela Petrobras

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É a primeira vez que surge um nome de um envolvido no esquema atuando no país europeu, para onde a força-tarefa da Lava Jato levou, no começo desta semana, oito procuradores e peritos. O objetivo da equipe, a maior já encaminhada ao país, é buscar documentos e extratos bancários que possam reconstruir a relação entre a Odebrecht e contas de ex-dirigentes da Petrobras bloqueadas na Suíça e fazer investigar se os delatores possuem outras contas além das já reveladas à Justiça.

A colaboração com o país europeu tem sido uma aposta importante da força-tarefa da Lava Jato para identificar novos envolvidos no escândalo e rastrear a movimentação e o destino dos valores desviados no esquema bilionário revelado pela operação.

O ex-diretor é um dos que têm suas contas rastreadas. O executivo informou a existência de cinco contas controladas por ele com saldo de US$ 26 milhões na Suíça. Se for descoberto que ele tem mais dinheiro do que o comunicado à Justiça, o ex-diretor pode perder o direito a cumprir a pena em casa.

Além dele, entre os 11 réus que aceitaram contar à Justiça o que sabem em troca de redução das penas, estão também o doleiro Alberto Youssef, braço financeiro do esquema desbaratado pela Lava Jato, os empresários Julio Camargo e Augusto Mendonça, da Toyo Setal, e Pedro Barusco, ex-gerente da Diretoria de Serviços da Petrobras.

Fernando Baiano

Em depoimentos à Polícia Federal, Fernando Baiano negou que tenha pago propina na Petrobras. O criminalista Nélio Machado, que o defende, afirmou que só vai se manifestar sobre o teor dos depoimentos de Paulo Roberto Costa no âmbito de seu acordo de delação após ter acesso à íntegra do teor dos depoimentos.

PMDB

O partido vem negando que tenha participado do esquema de pagamento de propinas na Petrobras e também nega que Fernando Baiano seja operador da sigla.

O empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano - procurado pela Polícia Federal por suspeita de atuar como lobista e operador do PMDB no esquema de corrupção e pagamento de propinas na Petrobras - não pretende se entregar às autoridades da Operação Lava Jato.

Segundo o criminalista Mário de Oliveira Filho, que defende Fernando Baiano, a estratégia é ingressar com pedido de habeas corpus perante o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para tentar derrubar o decreto de prisão expedido pela Justiça Federal em Curitiba, base da Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato.

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Fernando Baiano está sob suspeita da PF porque teria distribuído propinas a agentes públicos e valores para partidos políticos sobre porcentuais de contratos bilionários da estatal petrolífera. O PMDB teria o controle da Área de Internacional da Petrobras. A prisão de Fernando Baiano em regime temporário foi ordenada dia 10. A PF vasculhou o endereço do empresário, no Rio, e apreendeu documentos e computadores. A PF lançou o nome de Fernando Baiano na difusão vermelha, índex dos mais procurados do planeta, segundo registros da Interpol - a Polícia Internacional que mantém conexões com quase 200 países."Minha orientação é para (Fernando Baiano) não se entregar, vamos tentar o habeas corpus", declarou Oliveira Filho.

O criminalista está hoje em Curitiba e sua meta é apresentar três habeas corpus simultaneamente ­- um em favor de Fernando Baiano, outro em favor do presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro, e outro em favor de um diretor da empresa, Otto Sparenberg. Estes dois, Carreiro e Sparenberg, estão presos. Fernando Baiano está foragido.

Os pedidos de habeas corpus são subscritos pelos advogados Oliveira Filho, Edson Silvestrin e Manoel César Lopes. Os pedidos serão apresentados ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4). Oliveira Filho reafirma que não vai entregar Fernando Baiano. "A prisão do sr. Fernando é absolutamente desnecessária", protesta Oliveira Filho. "Em duas oportunidades anteriores ele se ofereceu espontaneamente para prestar quaisquer esclarecimentos. Aceitou até receber intimação pelo telefone."

Oliveira Filho destacou que Fernando Baiano já estava com depoimento marcado para a próxima terça feira em Curitiba, base da Operação Lava Jato. "Por isso não havia a menor necessidade de sua prisão. Na terça feira ele iria se apresentar para depor."

Enquanto as operadoras e provedores de internet estão procurando maneiras de aumentar sua velocidade de transmissão de dados, algumas pessoas ainda estão presas ao serviço de internet discada. Segundo dados divulgados no Re/Code, a AOL possui nada menos que 2,34 milhões de assinantes de dial-up, sendo que cada um deles paga uma mensalidade de 20,86 dólares para ter acesso à este tipo de conexão.

Apesar de ainda ser alto, este número caiu significativamente a partir de 2011. Na época, a AOL possuía 3,6 milhões de assinantes que pagavam uma mensalidade de 18 dólares pelo serviço.

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No início dos anos 2000, o AOL costumava distribuir CDs com horas gratuitas de conexão para atrair usuários. Na época, a companhia colecionada mais de 26 milhões de assinantes nos Estados Unidos. Com o sucesso, a empresa chegou a se fundir com o grupo Time Warner, acordo desfeito mais tarde.

Pernambuco vem recebendo inúmeros empreendimentos e importantes investimentos, o que também traz para o Estado geração de renda e oportunidades de empregos. Um dos segmentos que está se destacando bastante em meio a essa “enorme onda de oportunidades” é o setor de telemarketing. Uma das empresas responsáveis pelo destaque do setor é a Contax, criada há 12 anos e que desde 2001 já tem algumas unidades no Estado e espalhadas pelo Brasil.

A empresa foca em serviços completos de atendimento - ativos ou receptivos - como canais de cobrança, internet call center, retenção, entre outras. No Recife, a prestadora de serviços possui quatro unidades, entre elas a mais recente e de maior espaço físico, localizado no bairro de Santo Amaro.

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Em todo o Brasil, a empresa atende inúmeros clientes, o que gera demanda de contratação. “O Nordeste passa por um crescimento econômico, principalmente Pernambuco. Na capital Recife, por exemplo, existe mão de obra e a Contax precisa expandir ainda mais seus serviços”, explica a gerente regional de recursos humanos no Nordeste, Anna Lúcia Leal. De acordo com ela, a instituição possui 117 mil colaboradores no país e, desses, 20 mil são no Recife.

Quem ingressa na Contax geralmente assume a função de operador de telemarketing. Todavia, a corporação possui vários programas de carreira e colaboradores que desenvolvem um bom trabalho são promovidos de cargos com rapidez. A maioria dos empregados são jovens e cerca de 40% estão no primeiro emprego com carteira assinada.

Entretanto, Anna destaca que também há oportunidade para pessoas com mais idade, até para quem já trabalha e quer complementar a renda. “Nossa empresa não discrimina. Apenas exigimos o ensino médio completo, e não há necessidade de experiência. Nós treinamos todos e não existe seleção por idade”, frisa a gerente. Segundo Anna, por mês, são contratadas em média 1000 pessoas, e o número tende a aumentar nos próximos anos. “A maioria das indicações são feitas pelos próprios funcionários”, comenta a gestora. O salário para a função de operador é de um salário mínimo, além dos benefícios, podendo ocorrer acréscimo, dependendo do serviço prestado.

Exemplos de sucesso

Com 27 anos e um bacharelado em filosofia, Jailson Silvestre da Silva afirma que nunca imaginou trabalhar com telemarkting. Há um ano e oito meses na Contax, atuando em um setor de serviços bancários, o colaborador começa a traçar um futuro de educador e no ramo de contact center. “Por ser muito comunicativo, não tive muitos problemas na função. Aqui trabalho e tenho tempo para fazer outras coisas”, diz o trabalhador, uma vez que na empresa o horário de trabalho só chega a até seis horas e vinte minutos diários, o que propicia tempo para outras atividades.

O comprometimento de Jailson com o trabalho foi reconhecido. Recentemente, ele foi aprovado em uma seleção de promoção de cargo: será supervisor, com a responsabilidade de gerir um grupo de operadores. “Eu gosto de trabalhar com pessoas. Assim me sinto realizado. Estou muito feliz na Contax”, elogia o colaborador.

Indicado pelo irmão, o jovem Reyvisson Viana, de 24 anos, entrou na empresa em setembro de 2008. Sem nenhuma experiência anterior de trabalho com carteira assinada, Viana viu na Contax um “mundo de oportunidades”. “Você quando entra aqui começa a perceber que pode crescer. Fui traçando os meus objetivos. Por exemplo, você entra operador e pode chegar à gerência”, comenta Viana, hoje supervisor no segmento financeiro.

Reyvisson afirma que o trabalho é motivador. “Todo trabalho pode ter estresse. Mas, para evitar esse fato, o trabalhador tem que pensar nos benefícios, nas coisas que pode ganhar. Aqui a motivação é diária. Tudo o que conquistei na vida foi a partir da empresa. Até minha namorada eu conheci aqui”, conta o supervisor, aos risos.

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