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Progenitor, criador, gerador, linha ascendente que compõe uma família, ou uma amálgama que se resume na palavra “pai”. O dito “Quando eu crescer, quero ser igual a você” é, certamente, uma das mais comuns expressões que muitos pais escutam de um filho orgulhoso, chegando a despertar, muitas vezes, a vontade em seguir a mesma carreira profissional, durante a fase adulta.
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Com o decorrer da vida, a mesma frase dos filhos pode tomar vários sentidos. Uns optam em ser volúveis e mudam de caminho diante das transições, outros apenas seguem a hierarquia, que embora muitas vezes não seja sua escolha, tornando-se um princípio que parte da família, para ter uma estabilidade econômica. Bem como há aqueles que, com o brio da infância, numa espécie de paixão que só evolui, escolhem seguir a mesma profissão dos pais, chegando a dividir experiências de trabalho ou até mesmo dividir do mesmo ofício, concomitante ao aprendizado na função.
A influência dos pais na escolha profissional de seus filhos pode ser positiva, no entanto, é preciso levar em consideração a vontade dos herdeiros em seguir os mesmos caminhos. De acordo com a diretora de recursos humanos da JBV Soluções, Vanci Magalhães, o grande fator que interfere na carreira dos filhos é o sucesso dos pais: “Se os pais forem bem-sucedidos e felizes, provavelmente, os filhos vão desenvolver o desejo de querer seguir os mesmos passos na sua carreira profissional”.
Vanci acrescenta ainda que existem pais que fazem de tudo para os filhos seguirem a mesma carreira escolhida por um deles, mas que, nem sempre, esse é o desejo do filho: “Os pais devem mostrar aos filhos como mundo das profissões realmente é e deixar que eles escolham a sua, diante das facilidades e dificuldades que uma ou outra profissão possa lhe oferecer”.
O Portal LeiaJá traz neste domingo (14) as histórias daqueles filhos que, tomados pelo orgulho e prazer das atividades que viam, desde a infância, serem exercidas por seus pais, resolveram assumir a paixão e abraçar a mesma carreira profissional. Confira:
Mecânica Automotiva
O aposentado Audálio Bezerra, de 58 anos, revela que começou a trabalhar muito jovem consertando carros, na função de mecânico de automóvel, e sempre notou o interesse do seu filho mais novo, Rodolpho Ellyson, que quando chegava da escola, ia aprender os ofícios da função. Foi quando então, começou a passar os ensinamentos que aprendeu ao longo de seus 47 anos de experiência e logo começaram a trabalhar juntos. “O orgulho que mais tenho é ter conquistado minha família e saber que meu filho seguiu minha carreira e conseguiu se firmar no mercado. Tudo o que tenho hoje devo a Deus e minha profissão”, afirma seu Audálio.
Aos 29 anos, na função de líder de motoristas mecânicos de teste, na Fábrica da Fiat, em Goiana, Rodolpho reconhece que trilhar a mesma carreira profissional de seu pai é motivo de orgulho e o resultado de todas as suas conquistas atuais: “Sempre admirei o meu pai e segui a profissão dele, pois, sempre gostei de carros, e também porque queria seguir os passos dele. Tudo o que tenho hoje sou grato à minha função profissional”.
Medicina veterinária
Dos três filhos de Nelson Batista, apenas Naiara Nascimento optou em seguir a medicina veterinária, profissão de seu pai há 30 anos. “Ela tinha uns dez anos, quando uma vez me falou que ia ser veterinária, chegando até a definir o ano que entraria na universidade e quando estaria formada. No começo achei engraçado, mas ela foi crescendo fielmente com esse pensamento e hoje seguimos a mesma carreira”, explica Nelson, salientando a relevância de incentivar os filhos em suas escolhas para o futuro: "É preciso dar apoio e estimular a prática de estudo, independente da carreira que se queira seguir, é sempre importante se atualizar e investir na área desejada".
Graduada há dois anos, e estudante de mestrado em veterinária, Naiara, aos 26 anos, destaca que nunca se sentiu completa em outra profissão e que seu pai foi um grande incentivador de sua escolha: “Ele sempre me deu forças, estudava comigo, chegou até a morar comigo para me ajudar nos estudos. Choramos juntos quando passei no vestibular e quando me formei. Hoje em dia sempre conversamos sobre os assuntos da área, casos clínicos, opiniões e ideias de projetos. Ainda queria ser um terço do que ele é e ter a sabedoria dele”.
Música
Considerado um dos principais intérpretes de Nelson Ferreira e Capiba, chegando a gravar 60 e 132 canções, respectivamente, o pernambucano Claudionor Germano acumula hoje 70 anos de atividade artística na música. Com sete filhos em diferentes atuações profissionais, o cantor conta que apenas dois demonstraram interesse no ramo da música, Paulo da Hora e Nonô Germano.
Paulo costuma se dedicar aos projetos da música com mais ênfase no carnaval. Já Nonô Germano, aos 47 anos, é apaixonado pelo frevo desde os 13, quando seu pai lhe trazia fitas cassetes com gravações de suas canções. Quando então, começou a se interessar pelo ofício, seguindo até hoje, com influências de trabalhos de quem herdou grandes referências.
Nonô revela que se graduou em turismo, mas que nunca atuou, pois sempre definiu a música como sua profissão. Acumulando 32 anos de carreira, o cantor já trilhou muitos caminhos graças ao frevo, chegou a receber a coroa e bastão, do Rei do Frevo, seu pai, além de se casar no ano passado, no maior bloco de rua do mundo, durante do carnaval, o Galo da Madrugada.
Movidos pela paixão arlequina e tradição suntuosa de outras décadas associada à contemporaneidade, Claudionor e Nonô seguem firmes em suas trajetórias, dividindo o palco, as emoções, disseminando e eternizando no mundo, a cultura pernambucana, por meio dos trombones, tarois, clarinetas, surdos, em harmonia com suas vozes, ornadas de altas cargas musicais e efervescentes. Confira no vídeo abaixo a entrevista exclusiva do dia dos pais, com Claudionor e Nonô:
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