Tópicos | prejuízos

O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) emitiu um alerta, nesta segunda-feira (13), para o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), sobre os prejuízos causados pelo não cumprimento do cronograma das obras de reforma e ampliação do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão. O Alerta de Responsabilização, assinado pela conselheira Teresa Duere, relatora das contas do ginásio, estabelece ainda um prazo de 15 dias para que o gestor informe quais as medidas serão adotadas pela prefeitura para solucionar as irregularidades apontadas.

No documento, a relatora diz que as constantes interrupções na obra causaram prejuízos às instalações do ginásio, em razão da deterioração dos serviços já executados, sendo eles, infiltrações, mofo nas estruturas do piso e das arquibancadas, além de acúmulo de água nas salas internas. Caso o prefeito não se pronuncie no prazo, de acordo com o TCE ele poderá vir a responder pelos eventuais danos decorrentes da omissão em implementar as providências citadas.

##RECOMENDA##

A reforma do Geraldão está sendo acompanhada pelo TCE por meio de uma Auditoria Especial (processo nº 1502403-9), formalizada em maio de 2015. Segundo o órgão, a equipe técnica fez oito visitas ao local para conferir o andamento dos trabalhos, ocasião em que ficou constatado o não cumprimento do cronograma físico-financeiro do projeto.

A última vistoria ao ginásio, realizada em agosto deste ano, constatou a execução de apenas 45% da obra, mesmo decorridos quatro anos desde o início do contrato. Os serviços foram paralisados em vários momentos. Entre agosto de 2014 a abril de 2015, de novembro de 2015 a junho de 2016 e novamente a partir de dezembro de 2016 até a presente data. 

Apesar disso, em setembro, o secretário de Turismo Esportes e Lazer de Pernambuco, Felipe Carreras (PSB), disse ao LeiaJá que o equipamento será entregue para a população em 2018, mas não estipulou data. 

[@#galeria#@]

As chuvas não deram trégua na Mata Sul pernambucana. Mais uma vez, Barreiros é um dos municípios mais atingidos pelas águas, assim como em 2010. O LeiaJá foi até o centro da cidade e encontrou comerciantes que perderam tudo há sete anos e voltaram a ter suas mercadorias avariadas pela última cheia. 

##RECOMENDA##

"Perdi freezer, geladeira, olhe aqui. Refrigerante que não dá mais pra vender. Em 2010, a água derrubou o teto. Gastei mais de R$ 5 mil. Agora, prejuízo de novo. Fazer o quê?", lamenta João José Siqueira, dono de um box no mercado público de Barreiros. 

Por ali, vários profissionais do ramo lamentam suas perdas. "Trabalho com alimentos, batata, cebola, tomates, laranjas. Perdi tudo, até meu banco a enxurrada levou. Não tenho condição de comprar tudo de novo", explicou Luiz Gerônimo dos Santos. Ele também é vítima reincidente das cheias na cidade: em 2010, trabalha no mercado e viu tudo ir por água abaixo. 

Nesta terça-feira (30), nas ruas enlameadas da cidade, a principal atividade era lavar os estabelecimentos. Carroças e caminhonetas ajudam na remoção de entulhos. Sujas de barro, crianças também ajudam como pode seus pais e familiares. Barreiros tenta se levantar de mais uma pancada do destino ou da natureza, como dizem os moradores locais. Esforço e esperança não faltarão. 

LeiaJá também

-->> Água destrói todos os livros da Secretaria de Educação

-->> Dentro de casa, lama e móveis destruídos

-->> Saiba onde fazer doações aos atingidos pelas chuvas em PE

-->> Pernambuco soma 24 cidades em situação de emergência

Gênova amanheceu nesta terça-feira (22) com uma série de alagamentos e desmoronamentos provocados por uma tempestade que atingiu a cidade durante a madrugada.

Três famílias foram evacuadas de uma área com risco de desmoronamentos e por um incêndio. Duas escolas cancelaram as aulas hoje e uma estrada que liga os municípios de Mele e Masone foi parcialmente fechada devido a um desabamento na pista. As informações são da agência Ansa.

##RECOMENDA##

As autoridades italianas emitiram alerta laranja durante a noite por conta das tempestades. A Defesa Civil acompanha a situação, já que continua a chover hoje na província. Gênova, que dá nome à cidade e à sua província na região da Ligúria, fica na costa noroeste da Itália e não está entre as zonas atingidas pelos terremotos de agosto e outubro.

A matança de elefantes na África causa grande impacto econômico nos países do continente, reduzindo as receitas com o turismo em US$ 25 milhões por ano. A conclusão é de um novo estudo internacional publicado nesta terça-feira, 1º, na revista científica Nature Communications.

De acordo com o estudo, as populações de elefantes da África foram dizimadas nos últimos anos, sofrendo uma redução de 30% entre 2007 e 2014. Outras pesquisas apontam que, nesse cenário, as espécies africanas de elefantes se encaminham para a extinção.

##RECOMENDA##

Segundo os autores do novo estudo, eliminar a caça ilegal de elefantes tem um custo alto, mas, com o fim da matança, os ganhos econômicos com o ecoturismo poderiam compensar esses investimentos, convertendo a proteção dos animais em uma estratégia economicamente viável.

No novo estudo, a equipe de cientistas liderada por Robin Naidoo, pesquisador da organização WWF Estados Unidos e da Universidade British Columbia (Canadá), usou modelos computacionais para demonstrar, em escala continental, os efeitos colaterais econômicos da caça ilegal de elefantes.

O modelo estimou a quantidade de receita turística gerada por cada elefante existente em 216 áreas protegidas espalhadas pela África. Os cientistas descobriram que os turistas tendem a visitar áreas protegidas quando os parques têm grande número de elefantes africanos. A conclusão foi que, nos parques africanos, cada elefante a mais aumenta o número de visitas turísticas em 371%.

A perda de receita relacionada ao declínio do turismo nas áreas protegidas onde houve redução do número de elefantes foi estimada em US$ 25 milhões por ano. Segundo os autores do estudo, esse valor é substancialmente maior que os custos médios - calculados por outros cientistas - de implementação de iniciativas contra a caça ilegal.

Houve diferenças, no entanto, no cálculo para as diversas regiões da África. Os benefícios do turismo relacionado aos elefantes só ultrapassam os custos das medidas contra a caça ilegal nas regiões de savanas do leste e do sul do continente. Nas florestas da África central, onde é mais difícil observar os elefantes, a renda com o turismo está menos ligada à abundância dos paquidermes.

Escalas de valores

Enquanto a proteção dos elefantes poderia gerar uma receita suplementar de US$ 25 milhões por ano com o turismo, a matança desenfreada dos animais rende US$ 597 milhões anuais à indústria ilegal do marfim.

Ainda assim, os autores do estudo afirmam que a conservação dos elefantes - e o consequente aprimoramento do ecoturismo - ainda é uma alternativa economicamente viável, que só traria prejuízo aos caçadores ilegais e que traria renda e outros benefícios às comunidades locais.

Uma criança de 7 anos morreu após ter sido atingida pela queda de uma árvore, em Tubarão, durante um forte temporal que atingiu o sul de Santa Catarina no domingo (16). Rajadas de vento de até 97 km/h causaram estragos em pelo menos 20 municípios, e 150 mil ficaram sem energia na região, a cerca de 140 quilômetros da capital Florianópolis.

No litoral, carros foram arrastados por grandes ondas, em um fenômeno que foi definido pela Defesa Civil como "tsunami meteorológico". Duas pessoas tiveram que ser socorridas de dentro de um automóvel, que foi carregado pelas águas.

##RECOMENDA##

Em Laguna, uma carreta tombou na Ponte Anita Garibaldi, na BR-101, e o trânsito está lento no sentido Paraná-Rio Grande do Sul. Por causa do temporal, uma força-tarefa foi criada pela Defesa Civil, que iniciou a entrega de lonas para famílias que tiveram danos em suas residências.

O Rio Grande do Norte registrou mais dois ataques criminosos na madrugada desta quarta-feira (3). Com isso, a onda de violência no Estado já soma 82 ocorrências, em 29 cidades. Os crimes contra veículos e prédios públicos seriam uma reação de facções criminosas à instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídios do Estado. O governo informou que não vai recuar e deve expandir a instalação para três das maiores unidades prisionais até o fim do ano.

Nesta terça-feira (2), veículos em quatro cidades do interior foram incendiados; em um deles, as chamas começaram em carros guardados em um pátio da Polícia Civil. Por decisão da Secretaria de Justiça, os aparelhos de bloqueio deverão passar a funcionar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, a maior do Estado, além das unidades Caicó e Mossoró. O início do funcionamento do equipamento no Presídio Estadual de Parnamirim teria desencadeado os ataques.

##RECOMENDA##

Para combater a violência, o governo do Estado requisitou e o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), liberou a atuação de 1,2 mil militares das Forças Armadas no patrulhamento nas ruas da capital. Cerca de 500 deles já chegaram à cidade e devem começar as atividades na tarde desta quarta-feira.

Para acertar os detalhes da atuação das tropas, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, estará em Natal durante a manhã em reunião com o governador Robinson Faria (PSD).

O número de presos com suspeita de ligação com as ocorrências chegou a 72 nesta terça-feira. A Polícia Civil prendeu três pessoas que estariam diretamente ligadas ao comando da facção que tem liderado os ataques.

Daniel Silva de Carvalho é apontado como sendo o segundo membro mais importante do grupo. A segunda pessoa presa, Islênia de Abreu Lima, também é apontada como membro da cúpula da quadrilha. Um menor também foi apreendido.

Segundo os investigadores, Carvalho seria o autor do primeiro ataque coordenado, que aconteceu na sexta-feira passada, contra um ônibus em Macaíba, na região metropolitana de Natal. O homem foi encontrado com queimaduras nos dois braços e confessou ter agido por ordem da facção.

Na segunda-feira (1°) cinco presos apontados como lideranças de dentro das unidades prisionais já haviam sido transferidos para a penitenciária federal em Mossoró, a cerca de 280 quilômetros de distância da capital.

Nesta terça-feira, as identidades deles foram divulgadas: Edson Cardoso Bezerra, Anderson Mendonça da Silva, Cosme Wendel Rodrigues Gomes, Alex Barros de Medeiros e Marcos Paulo Ferreira, conhecido como Cabeça do Acre, todos apontados como importantes figuras do tráfico de drogas no Estado.

O sistema penitenciário potiguar já enfrentava uma crise desde o primeiro semestre do ano passado, quando rebeliões causaram danos nas unidades prisionais, em ação articulada com criminosos nas ruas que também atacaram veículos do transporte público.

Prejuízo

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Passageiros (Seturn), a circulação de ônibus retomou nesta quarta-feira o horário normal de operação, a partir das 5h30. A frota, no entanto, segue reduzida, com cerca de 65% do efetivo. Ao longo do dia, a previsão é de que chegue a 80%.

De acordo com levantamento divulgado pelas empresas de transporte público, os prejuízos no setor já somam mais de R$ 4,7 milhões, entre veículos incendiados e perda de receita por causa da suspensão dos serviços.

A Câmara de Dirigentes Lojistas do RN já afirma que há prejuízo real no faturamento do comércio e serviços, apesar de não ter concluído o levantamento de dados. Com medo da violência, parte das escolas particulares de Natal e região metropolitana adiou o reinício do ano letivo para a próxima segunda-feira.

Eventos esportivos e culturais também vêm sendo cancelados ou adiados. Foi o caso do show da banda Jota Quest, que estava marcado para ocorrer no próximo sábado, mas foi cancelado. Segundo a organização, o show será agendado novamente, mas ainda não tem uma nova data definida.

O consórcio que administra o Maracanã demitiu 75% de seus funcionários nesta segunda-feira (4), aumentando os rumores de que está em vias de devolver a concessão do estádio ao governo do Estado do Rio de Janeiro. A possibilidade de rompimento de contrato - que tem duração prevista até 2048 - ganhou força no segundo semestre do ano passado em razão dos milionários déficits que a operação da arena vem apresentando.

O Maracanã já havia reduzido a sua equipe de trabalho em outubro, quando demitiu 40% dos funcionários (eram 80 no total). Nesta segunda, outros 36 foram desligados. Segundo o consórcio, trata-se de "mais um passo do planejamento para desmobilização gradativa do seu quadro de integrantes, a fim de se adaptar ao período de uso exclusivo dos Jogos Olímpicos, quando cederá suas instalações ao Comitê Rio-2016 por até nove meses".

##RECOMENDA##

O prazo de nove meses, porém, não condiz com o planejamento do Rio-2016. Também passando por aperto financeiro e revendo todos os seus custos, a entidade pretende administrar tanto o Maracanã quanto o Engenhão por seis meses. "Nós assumiremos o Maracanã apenas no dia 15 de abril e até lá não temos nada a opinar sobre o estádio. Essa discussão (entrega da concessão) não é nossa", declarou Mario Andrade, diretor de Comunicação do Rio-2016. Ele assegurou que o imbróglio não preocupa o comitê.

PREJUÍZOS - Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicada em dezembro passado mostrou que a operação do estádio do Maracanã vem apresentando déficit todos os anos. No balanço financeiro de 2013, a Concessionária Maracanã - formada pela empreiteira Odebrecht, que detém 95% dos ativos, e pela norte-americana AEG - apresentou prejuízo de R$ 48 milhões, enquanto que no exercício do ano seguinte a conta ficou negativa em R$ 77,2 milhões. A divulgação do balanço de 2015 deve apresentar prejuízo mais uma vez.

Oficialmente, tanto a Concessionária Maracanã quanto a Casa Civil do governo fluminense asseguram que as duas partes ainda negociam. Ambas, inclusive, usaram a mesma expressão - busca por um "reequilíbrio do contrato de concessão" - para destacar que o rompimento do acordo ainda não é definitivo.

O governo do Rio de Janeiro concorda que os termos da concessão precisam ser revistos. No edital de licitação estava estabelecido que a empresa que assumiria a gestão do estádio teria direito a construir estacionamentos e lojas nos locais onde ficam o Museu do Índio, o Parque Aquático Júlio Delamare, o estádio de atletismo Célio de Barros e a escola municipal Arthur Friedenreich, todos localizados no entorno do Maracanã. Mas, posteriormente, a demolição de todos essas edificações foi impedida em 2013 por decisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), devido à repercussão negativa.

Os prejuízos financeiros têm relação direta com a mudança no escopo do contrato. "O Maracanã vem realizando esforços contínuos para reduzir os custos fixos, minimizar os prejuízos operacionais e se adequar aos impactos da alteração unilateral do contrato de concessão e aos períodos de interrupção da operação como na Copa do Mundo e Olimpíada", informou a concessionária, em nota.

O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) ajuizou uma ação na Justiça Federal pedindo o cancelamento do contrato de Parceria Público-Privada (PPP) da Arena Pernambuco, assinado entre o Governo do Estado e a Odebrecht. Na ação popular, o psolista argumenta que os termos do contrato “são claramente lesivos aos cofres públicos” e como a concessão é por 30 anos, chegando ao fim apenas em 2043, o prejuízo erário da gestão pode chegar a R$ 2 bilhões ao final do contrato.

O pedido, de acordo com o parlamentar, é resultado das “respostas parciais” oferecidas pelo Comitê Gestor das PPPs aos 17 questionamentos feitos por ele sobre o histórico do equipamento. Para Silva, a ausência de esclarecimentos deixou evidente que “todo o processo foi marcado por erros, a começar pela consultoria que estudou a viabilidade econômica do negócio”. 

##RECOMENDA##

Para ser viável, segundo Edilson Silva, a Arena Pernambuco teria que ter o compromisso de que os três maiores clubes do estado (Sport, Santa Cruz e Náutico) jogariam suas 20 melhores partidas no estádio. Apenas o Náutico aceitou jogar em São Lourenço da Mata, o que para o deputado contrariou os indicativos de sustentabilidade do negócio. 

“O governo sabia que a Arena daria um gigantesco prejuízo e, mesmo assim, levou a empreitada adiante”, dispara Edilson. À época das tratativas do governo e a Odebrecht, o presidente e o vice-presidente do comitê gestor da PPP da Arena eram Geraldo Julio e Paulo Câmara, atualmente prefeito do Recife e governador do Estado, respectivamente.

Com o fim dos bloqueios nas estradas, o agronegócio brasileiro começa a calcular o prejuízo das manifestações de caminhoneiros para as diferentes cadeias produtivas, mas encontra dificuldade em determinar a dimensão do impacto. Por enquanto, poucos números estão disponíveis, mesmo nos segmentos mais afetados.

Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), Nilson Muniz, não há dúvida de que o setor foi prejudicado, já que as manifestações em rodovias federais e estaduais dificultaram a coleta de leite cru em muitas regiões, diminuindo o ritmo de trabalho das indústrias. No entanto, a entidade não se arrisca a calcular os efeitos econômicos deste episódio. "Sabemos que algumas de nossas associadas, principalmente no Sul, tiveram perdas, mas não chegamos a estimar. Não temos como quantificar isso no todo", relatou.

##RECOMENDA##

De acordo com Muniz, o impacto dos bloqueios para o setor só não foi mais "traumático" porque o leite longa vida ou UHT - produto final de grande parte da matéria prima láctea brasileira - tem uma durabilidade maior. Desta forma, o problema principal ocorreu na produção rural e na industrialização, e não no abastecimento ao varejo.

Mesmo assim, ele projeta um reflexo no preço do produto, que esteve pressionado em meses anteriores e recentemente entrou em uma fase ascendente, influenciado pela elevação dos valores internacionais do leite em pó, pela valorização do dólar e pela sazonalidade - março e abril são meses em que o Brasil naturalmente produz menos leite. "Os protestos (dos caminhoneiros) mexem nos preços, porque diminuem a oferta do produto acabado disponível para o varejo em algumas regiões. Ou seja, esse episódio potencializa um movimento de alta (do preço) que já vinha ocorrendo", explicou.

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, concorda que os bloqueios das estradas provocam uma aceleração na curva de preços do setor, com reflexos para o consumidor. Levantamento da entidade apontou que mais de 15 milhões de litros de leite deixaram de ser coletados pela indústria láctea do RS no período dos protestos. Segundo ele, boa parte deste volume teve que ser descartado pelos produtores, já que se trata de uma matéria prima perecível que, se não chegar ao destino em até 48 horas, perde as condições de industrialização.

O Rio Grande do Sul foi um dos Estados mais atingidos pelas manifestações, com quase duas semanas de bloqueios a rodovias estaduais e federais. De acordo com o Sindilat, a média de industrialização no RS, segundo maior produtor do País, é de 13 milhões de litros de leite por dia, envolvendo cerca de 120 mil famílias produtoras.

"Sabemos do prejuízo para o segmento, mas não conseguimos quantificar. Não tivemos só a perda daqueles 15 milhões de litros que deixaram de ser processados na indústria, mas também daqueles clientes que não atendemos e que comprou de outro fornecedor, de outro Estado. Também houve problema nas exportações. O prejuízo se torna maior porque temos que retomar o mercado", disse.

Para amenizar a situação, a indústria leiteira gaúcha - que vinha se recuperando de um período de crise - sugeriu ao governo estadual a possibilidade de flexibilização do prazo de pagamento do ICMS. Outra proposta que deve ser discutida com as autoridades é a abertura de linhas de crédito especiais para produtores rurais e empresários.

Carnes

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acredita que a grave dos caminhoneiros tenha gerado um prejuízo de R$ 700 milhões para o setor de aves e suínos nacional. Conforme a entidade, em torno de 70% da capacidade de abate da região Sul (que é maior produtora de aves e suínos do País) foi afetada nos dias mais graves de bloqueios, já que a entrega de ração animal, o trânsito de aves e suínos para o abate e a liberação de cargas prontas ficaram comprometidas.

A Aurora Alimentos, que tem indústrias de aves e de suínos concentradas principalmente em Santa Catarina - outro Estado onde os bloqueios foram intensos -, levará cerca de 40 dias para calcular o tamanho do estrago causado pelos protestos dos últimos dias. "O que sabemos por enquanto é que o prejuízo é grande", adiantou ao Broadcast a assessoria de imprensa.

Na conta de perdas que começa a ser feita pela empresa, está a diminuição de abates, o tempo em que os funcionários ficaram parados, as horas extras que terão que ser pagas para recuperar a produção, o descarte de material biológico, como pintos e ovos, a redução da qualidade do produto final (por conta da falta de ração) e as multas que deverão ser pagas pelo não cumprimento de contratos de exportação.

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou que a agroindústria catarinense teve um prejuízo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões com os bloqueios realizados pelos caminhoneiros no Estado, entre os dias 18 de fevereiro e 3 de março. Segundo a entidade, as cadeias de produção de aves, suínos e leite foram as mais atingidas.

Os prejuízos com a greve dos caminhoneiros começam a ser contabilizados na região Sul do País. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a BRF Brasil relatou perdas de R$ 8,5 milhões até o momento. A Aurora deixou de entregar 1 milhão de litros de leite e nesta quarta-feira (25) deve parar o abate de aves.

Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA, classificou a situação como grave. O fluxo produtivo do segmento está travado: a ração para as aves não chega e os animais que foram abatidos não podem ser escoados. Ele disse, ainda, que a BRF informou à associação que tem 250 veículos retidos nos bloqueios, 5 mil toneladas de produtos acabados represados na fábrica e que está quebrando 2 milhões de ovos férteis. Em relação aos grãos, a empresa tem 2 mil veículos carregados, somando 70 mil toneladas.

##RECOMENDA##

O executivo relatou as perdas financeiras da companhia. Apenas com ovos, R$ 1 milhão, com a parada da produção, R$ 2,5 milhões, com conversão alimentar dos animais alojados no campo, R$ 5 milhões. Ele explicou ainda que tanto a BRF Brasil quanto a Aurora deixaram de entregar 1 milhão de litros de leite cada uma.

"Isso se multiplica, todas as empresas estão parando. Essas duas são apenas exemplos que chegaram até mim", disse.

Na avaliação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o excesso de feriados ao longo deste ano, muitos dos quais em dias imprensados com os finais de semana, vai impor ao comércio brasileiro “prejuízos na lucratividade” de cerca de R$ 15,5 bilhões, em 2015 – resultado 22,5% maior que em 2014, já descontada a expectativa de inflação prevista para 2015.

“Além do menor número de dias úteis no ano corrente, contribui para o agravamento das perdas decorrentes do maior número de feriados a crescente relação folha de pagamento/receita operacional no comércio brasileiro em curso desde 2009”, mostra a CNC.

##RECOMENDA##

A entidade lembra que, no ano passado, além do expediente reduzido na quarta-feira de cinzas (5 de março) e também em 15 de novembro (sábado), outros sete feriados nacionais integrais ocorreram em dias úteis para o comércio. “Em 2015, o maior número de interrupções ocorrerá em função de dez feriados integrais entre segundas e sextas-feiras, além do meio expediente da quarta-feira de cinzas [18 de fevereiro]”.

Para a CNC, além de perdas parciais de vendas – parte dessas transações são concretizadas antes ou após os dias não úteis –, o fechamento dos estabelecimentos ou a opção pela abertura das lojas em dias não úteis “compromete a lucratividade do setor por meio da elevação extraordinária dos custos trabalhistas decorrentes das operações nesses dias".

As estimativas da CNC baseadas nos dados mais recentes da Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam para a primeira queda do varejo ampliado nos últimos dez anos.

A entidade ressalta, ainda – com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged) – que no ano passado a ocupação e o rendimento médio real dos trabalhadores formais do comércio cresceram, respectivamente, 2,0% e 1,8%. “Com isso, a massa de rendimentos do setor acusou expansão de 3,8%, maior que o volume de vendas em 2014, mantendo a tendência de crescimento da relação folha de pagamentos/receita operacional líquida, o que vem ocorrendo desde 2009.

A falta de chuvas espalha prejuízos por todo o interior. O transporte de cargas pela Hidrovia Tietê-Paraná está paralisado em Araçatuba, noroeste paulista. O prejuízo direto chega a R$ 200 milhões. As cargas de grãos e outros insumos estão seguindo para Santos pelas rodovias. De janeiro a junho deste ano, o volume de cargas transportadas pela hidrovia caiu de 2,69 milhões para 2,33 milhões de toneladas. A diferença, de 360 mil toneladas, foi equivalente à carga de 10 mil caminhões.

A falta de água afeta diretamente a economia dos 19 municípios que estão oficialmente em racionamento. Desses, 12 ficam na região de Campinas. Desde abril, pelo menos 3 mil postos de trabalho foram fechados, segundo o diretor de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Eduardo San Martin. Ele acredita que as dispensas têm relação com a crise hídrica. A emissão de outorgas para captação de água para uso industrial foi suspensa.

##RECOMENDA##

Prédios e campos

Em Itu, região de Sorocaba, a prefeitura foi obrigada a suspender por 120 dias a autorização de novos empreendimentos imobiliários. A cidade está em racionamento severo desde o início de fevereiro. De acordo com o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Sorocaba, se a suspensão persistir, as empresas que estão construindo, e utilizariam a mão de obra em novos empreendimentos, terão de fazer demissões. Já em Sorocaba, o racionamento atinge o distrito industrial e afeta mais de 200 indústrias.

Nas regiões agrícolas há escassez de água até para manter em operação os equipamentos de irrigação. O produtor José Luiz Confortini, de Capela do Alto, teve de adotar o racionamento na lavoura de milho verde. Em vez de irrigar uma vez por dia, normal nesse período seco, ele dividiu a área em talhões e aplica irrigação uma vez a cada três dias em cada área.

No Estado, a estiagem prolongada causou perdas de até 25% na safra de café, de 10% nas plantações de cana e de 10% no trigo, segundo dados parciais da Secretaria de Agricultura.

Em algumas regiões, as perdas foram mais severas. Na de Bragança Paulista, a quebra na safra de milho chegou a 50%. Na região de Itapeva, sudoeste paulista, os produtores de feijão têm dificuldade para manter irrigados 7 mil hectares da cultura. Os gastos com óleo diesel e energia elétrica elevaram os custos da produção.

Produtores de tilápias da região de Avaré tiveram de remover as criações e reduzir o número de viveiros. E plantações de laranja não irrigadas perderam parte da florada, o que já indica quebra de produção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Não é só a Nintendo que passa por maus bocados no mundo da tecnologia. A HP também está passando por problemas sérios, principalmente quando se trata de redução de mercados. O último capítulo desta crise foi concluído nesta quinta-feira (22), quando a CEO da companhia, Meg Whitman, revelou que a empresa vai cortar de 11 mil a 16 mil funcionários da sua folha de pagamentos.

Em 2012, a HP iniciou um projeto de reformulação que deveria cortar 27 mil empregados, sendo que no ano seguinte a previsão subiu para 34 mil. Agora, com esta nova estimativa, o total de demissões da empresa pode chegar a 50 mil em poucos anos. Este foi o 3º e maior anuncio de cortes da companhia de Hewlett e Packard.

##RECOMENDA##

A notícia pegou os funcionários da empresa de surpresa, já que a CEO da HP havia afirmado que não aconteceriam mais cortes. Apesar da má notícia, a executiva ainda adota uma filosofia otimista.

“Fico feliz em anunciar que a reformulação da HP se mantém nos trilhos. Estamos gradualmente transformando a empresa em uma empresa mais ágil, de baixo-custo, com foco nos consumidores e parceiros, que é capaz de competir com sucesso em um panorama de TI sempre em fase de mudanças”, diz Whitman.

A empresa japonesa Nintendo anunciou nesta quarta-feira (7) que fechou o ano fiscal de 2013-2014 com prejuízo de 23,21 bilhões de ienes (229 milhões de dólares), provocado por uma queda de 10% nas vendas.

Do mês de abril de 2013 a março de 2014, a empresa de jogos eletrônicos não conseguiu obter uma margem operacional. A falta de atrativo de seus produtos, como o console Wii U, foi agravada pela flutuação desfavorável do câmbio.

##RECOMENDA##

As vendas totalizaram 571,7 bilhões de ienes, 10% a menos que no ano anterior. Mas a Nintendo anunciou que espera voltar a ser rentável neste ano. No exercício 2012-2013 a empresa teve lucro de 7,1 bilhões de ienes.

A Arena Castelão, que será palco de seis jogos da Copa do Mundo, contabilizou pouco mais de R$ 100 mil de prejuízo por causa da quebradeira verificada após a decisão da Copa do Nordeste, na madrugada desta quinta-feira. O Sport se sagrou campeão ao empatar em 1 a 1 com o Ceará.

Com um público de 62 mil pessoas, os administradores da Arena Castelão informaram nesta quinta-feira que contou 130 cadeiras, um gradio e um guarda-corpo quebrados depois da confusão. Mandante da partida, o Ceará terá de arcar com o prejuízo. O Sindicato dos Transportes público de Fortaleza também informou que sete ônibus foram depredados após a partida.

##RECOMENDA##

Quanto ao campo do estádio, que apresentava manchas amarelas durante a partida, a administração do Castelão declarou que o gramado ficará recuperado até o próximo domingo, quando o Ceará vai decidir uma vaga na final do Campeonato Cearense contra o Guarany de Sobral. O gramado foi danificado pela estrutura montada para o show de Roberto Carlos, no último sábado. A Arena recebeu público de 45 mil para o show.

O prejuízo da OGPar (ex-OGX) em 2013, de R$ 17,435 bilhões, coloca a petroleira do Grupo EBX, de Eike Batista, no topo do ranking preliminar de maiores perdas do ano passado entre as companhias de capital aberto da América Latina e dos Estados Unidos. O levantamento é da consultoria Economatica. Em moeda americana, o prejuízo da petroleira, que está em recuperação judicial, foi equivalente a US$ 7,442 bilhões.

Na segunda colocação no ranking preliminar de maiores prejuízos da América Latina e dos Estados Unidos em 2013 está a Eletrobras, com resultado negativo de R$ 6,287 bilhões (US$ 2,684 bilhões).

##RECOMENDA##

O terceiro lugar ficou com a americana Newmont Mining (US$ 2,462 bilhões); o quarto, com a Alcoa, também dos Estados Unidos (US$ 2,285 bilhões); em quinto, vem a Sprint Corp. (EUA), com perda de US$ 1,860 bilhão.

O prejuízo recorde da OGPar no ano passado ainda é o maior entre as empresas brasileiras de capital aberto desde 1986, segundo a Economatica. Já a MMX Mineração e Metálicos, também do Grupo EBX, reportou prejuízo de R$ 2,057 bilhões do ano passado.

A OSX Brasil, empresa do setor de construção naval de Eike Batista, que também está em recuperação judicial, ainda não divulgou o balanço de 2013, assim como outra empresa do Grupo EBX, a CCX Carvão da Colômbia. A OSX prevê apresentar seus números em 16 de abril e a CCX, em 14 de abril.

Eneva (ex-MPX) e Prumo (ex-LLX), duas companhias cujo controle foi vendido após a crise no conglomerado de Eike Batista, tiveram prejuízos de R$ 942 milhões e R$ 116 milhões, respectivamente. Somados, os prejuízos de OGPar, MMX, Eneva e Prumo somaram R$ 20,550 bilhões no ano passado.

O ministério das Relações Exteriores russo disse nesta quarta-feira (2) que a suspensão por parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) da cooperação civil e militar com a Rússia por causa da anexação da Crimeia foi um retrocesso à Guerra Fria, que será tão prejudicial para a aliança ocidental como para a Rússia.

Na terça-feira, os chanceleres das nações que compõem a Otan disseram ter suspendido "toda a cooperação prática civil e militar" com a Rússia, o que pode afetar operações na Síria e antipirataria. As autoridades disseram que a cooperação no Afeganistão irá continuar.

##RECOMENDA##

"Não é difícil de imaginar quem irá ganhar com a reversão de colaboração conjunta entre Rússia e Otan para combater as ameaças e os desafios modernos contra a segurança mundial e europeia, nomeadamente a luta contra o terrorismo, a pirataria e os desastres naturais e provocados pelo homem", disse o porta-voz do ministério, Alexander Lukashevich. "Certamente não será a Rússia ou os países-membros da Otan."

Os ministros da Otan também ordenaram ao braço militar da aliança a criação de um plano de resposta à crise ucraniana que pode incluir o envio de forças para áreas mais perto da Rússia a fim de proteger membros da Otan, se necessário.

Alexander Grushko, enviado da Rússia à Otan, disse à agência de notícias Interfax que esses movimentos levarão a relação entre a Rússia e a aliança a um impasse. "Alegações de que Moscou tem projetos agressivos que representam uma ameaça para os países da Otan são absolutamente infundados e absurdos", destacou, segundo a agência. "As medidas adicionais anunciadas [pela Otan] e que buscam a chamada proteção dos membros do Leste Europeu são absolutamente infundadas."

Também nesta quarta-feira o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma lei anulando um acordo de aluguel feito com a Ucrânia para o uso da sede na Crimeia da Frota Russa no Mar Negro. O acordo, assinado em 1997, fez com que a Rússia desse um desconto de US$ 100 por mil metros cúbicos de gás natural vendido à Ucrânia em troca do uso da base em Sebastopol. O contrato de aluguel, que iria expirar em 2017, havia sido estendido até 2042 em um acordo assinado em 2010 por Victor Yanukovich, presidente deposto da Ucrânia.

Na terça-feira, a estatal de gás OAO Gazprom disse que estava encerrando o desconto concedido à Ucrânia por gás natural devido ao não-pagamento e que irá aumentar os preços em 44% no segundo trimestre. Fonte: Dow Jones Newswires.

O bilionário chinês, naturalizado brasileiro, Shan Ban Chun, acionista minoritário da BRF, está pedindo na Justiça uma indenização milionária ao BTG Pactual e aos gestores da Governança e Gestão Investimentos (GG), por prejuízos de cerca de R$ 460 milhões que teve em 2012 na bolsa de valores. O empresário alega que os gestores, com a supervisão do BTG, fizeram uma aposta arriscada em operações de derivativos alavancadas que não eram permitidas pelo regulamento do fundo Bird, da família Shan.

A causa corre desde março de 2013 na primeira instância da Justiça paulista. Todos os envolvidos já se manifestaram e o caso está em fase final de tréplicas para que, então, possa ser apreciado pelo juiz da 42ª Vara Cível do Fórum João Mendes, Marcello do Amaral Perino. O processo, de quase quatro mil páginas, está cheio de trocas de acusações, entre Shan, BTG e GG, três personagens conhecidos do mundo dos negócios.

##RECOMENDA##

O BTG pertence ao banqueiro André Esteves. A GG, gestora do fundo do empresário chinês, foi fundada pelo ex-ministro Antonio Kandir e pelo executivo Rami Goldjfan, ex-Galeazzi e ex-presidente da empresa fundada por Shan Ban Chun - um veterinário chinês que chegou ao Brasil, fugido do comunismo, no fim da década de 1950. Em Porto Alegre, ele criou, do zero, a Eleva, que era dona dos leites Elegê e da Avipal, do ramo de frangos.

Em 2007, o chinês vendeu a companhia para a Perdigão, por R$ 1,5 bilhão. Além de dinheiro, a família Shan recebeu ações da empresa controladora e se tornou o terceiro acionista mais relevante, com quase 8% de participação. Quando a Perdigão e a Sadia se uniram , em 2009, a posição acionária da família foi reduzida (em 2012, era 3,44%). As ações recebidas por Shan foram integralizadas no fundo Bird, que, em 2008, era gerido pela GG. Até 2010, o administrador do fundo era o Santander, mas o banco foi substituído pelo BTG.

No mundo dos fundos de investimentos, o gestor é aquele que compra e vende ativos seguindo um regulamento. O administrador atua como um auditor, defendendo os interesses dos cotistas.

O fundo Bird, hoje administrado pela Solidus corretora da família Shan, é formado majoritariamente por ações da BRF. Seu regulamento permite que sejam realizadas operações de derivativos desde que para proteção.

Toda a discussão gira justamente em torno desta proteção. Os acusados dizem que não é possível sempre fazer uma proteção perfeita no mercado derivativos e, por isso, o fundo poderia até mesmo ter que bancar com patrimônio negativo. Os acusadores dizem que as operações eram alavancadas e não de proteção, como estabelecido no regulamento.

A família Shan afirma que, por 14 dias durante o mês de maio de 2012, a GG escondeu que estava realizando operações de derivativos com opções de compra e venda de índice Bovespa futuro. Segundo a família, isso dilapidou o patrimônio do fundo, já que os gestores apostaram que o índice chegaria a 79 mil pontos - patamar nunca atingido pela Bolsa em sua história.

Prejuízo

Os Shan dizem que, de março a agosto de 2012, o fundo perdeu mais de 30% de seu patrimônio, enquanto o índice Bovespa caiu 8% e a carteira de ações do fundo 11%. O GG alega que, de março a junho, o fundo perdeu 24% do valor e o Ibovespa, 20%.

O BTG também é acusado de ter potencializado as perdas, com cálculos equivocados, fazendo com que as margens solicitadas fossem punitivas e obrigando o encerramento das operações de derivativos no pior momento. O banco se defende dizendo que quem decide margens é a BM&F. O BTG também é acusado de não ter observado o regulamento do fundo ao permitir operações alavancadas.

O banco, por sua vez, acusa o bilionário de estar fazendo litigância de má-fé, pois teria pleno conhecimento do que acontecia no fundo, não só por ser investidor super qualificado, mas porque teria feito fortuna justamente no mercado de derivativos de soja. A GG alega que fazia reuniões mensais com a família, que aprovava pessoalmente as operações a serem realizadas.

Resumidamente, BTG e GG baseiam sua argumentação em três pontos: o retorno entregue aos cotistas, de 171% em três anos; operações de derivativos são corriqueiras e os lucros resultantes não foram contestados; e por fim, os mercados tombaram em função da crise da Grécia. Segundo dados apresentados pela família Shan, os derivativos, historicamente, representavam menos de 2% do patrimônio do fundo e saltaram para 15% entre março e maio de 2012.

O banco BTG, representado pelo escritório Vella Pugliese Buosi Guidoni, não quis se pronunciar. O advogado Gilberto Giusti, do escritório Pinheiro Neto, que defende a GG, e o advogado Bruno Vasconcelos Carrilho Lopes, da banca Dinamarco Rossi Beraldo & Bedaque, que defende a família Shan, não responderam à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fundos de pensão de servidores públicos estaduais e municipais acumularam prejuízo de R$ 528,17 milhões em aplicações feitas de 2009 a 2013, conforme levantamento do Ministério da Previdência feito a pedido do Estado. Esquemas criminosos e adoção de práticas que não observam regras do Conselho Monetário Nacional ou do Banco Central potencializam o rombo. Essas e outras irregularidades colocam em risco o Regime Próprio de Previdência (RPP), segundo documento do ministério, ao qual a reportagem obteve acesso.

O relatório aponta que, neste ano, auditorias conduzidas pela pasta identificaram que "fundos estariam potencialmente sendo utilizados para desvios de recursos" e "colocando em risco a solvência de todo o sistema". Os nomes desses fundos não foram divulgados.

##RECOMENDA##

O levantamento do prejuízo nominal acumulado feito pelo ministério revela que as perdas apuradas pela pasta são dez vezes maiores do que o investigado na Operação Miqueias, desencadeada pela Polícia Federal em meados de setembro tendo como foco desvios ocorridos em 15 municípios. Esse valor abrange apenas três Estados - Rio Grande do Norte, Tocantins e Roraima - e 72 municípios, com aplicações feitas entre 2009 e 2013.

Os auditores chegaram a esse valor estimando qual deveria ser hoje o patrimônio desses fundos com base em suas aplicações originais, levando em consideração a oscilação da economia no período.

Entre as irregularidades identificadas nos RPPs estão o direcionamento de investimentos para fundos criados apenas para explorar a conta do Estado ou município, aplicação de mais recursos do que o permitido pelas regras do mercado financeiro e a utilização de fundos considerados de alto risco.

Do ano passado até agora, o ministério encaminhou 200 relatórios à PF, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central, Ministério Público e Tribunais de Contas Estaduais (TCEs). A lista de investimentos suspeitos e outras irregularidades aponta o envolvimento dos RPPs com: apropriação indébita, pagamento indevido de benefícios, falsidade ideológica, utilização indevida de recursos, improbidade administrativa, investimentos que causaram prejuízos e até a inclusão de ocupantes de cargos de livre nomeação entre os beneficiários.

Com base em parte desse material, a PF descobriu a atuação de um esquema criminoso que tinha como foco direcionar investimentos dos RPPs. Ou seja, dinheiro da aposentadoria de servidores municipais e estaduais estava sendo aplicado em determinados fundos não com base em critérios técnicos, mas mediante o pagamento de propina.

Perdas

Essas perdas se concentram em seis fundos de investimento. Em comum, todos tinham papéis de bancos liquidados pelo BC nos últimos dois anos: BVA, Panamericano, Rural e Schain. O FI Diferencial, fundo de renda fixa de longo prazo, tinha papéis do Rural, BVA e Panamericano. A perda nominal para os 42 RPPs que aplicaram recursos aí foi de R$ 258,2 milhões.

A PF descobriu que o fundo estava no portfólio da Invista, consultoria financeira do esquema criminoso que corrompia agentes públicos e políticos em troca de investimentos em várias partes do País.

O RPP do Estado do Tocantins, por exemplo, investiu nesse e em outros fundos suspeitos pela PF e registrou prejuízo de R$ 153 milhões, o maior valor entre os demais regimes próprios que também tiveram perda.

Um dos problemas identificados pelo ministério é a aplicação de recursos em porcentual maior do que o permitido pelas regras do Conselho Monetário Nacional e do BC. Conforme a investigação da PF, quanto mais os RPPs investiam, mais propina era paga aos gestores e políticos.

"O grande problema é que alguns RPPs se entusiasmaram e foram aplicando mais do que podiam. Sabendo que tem um limite, por que investiram a mais? O limite é uma forma de proteção dos fundos", afirmou Otoni Gonçalves Guimarães, diretor do Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público (DRPSP), vinculado ao Ministério da Previdência, e responsável pelas auditorias.

Entre as irregularidades encontradas estão, ainda, aplicações de RPPs em fundos de investimento que têm alta concentração em apenas um papel. É o caso do NSG Varejo de Participação, que tem 98,3% dos ativos concentrados na Brasil Foodservice Group S/A - holding controladora do restaurante Porcão. E também do Conquest Fundo de Investimento e Participações, que tem 83,06% da carteira aplicada em ativos de emissão da Sala Limpa Serviços e Comércio S.A., uma empresa de lavanderia.

Mas nesses casos, segundo o ministério, não houve prejuízos financeiros. "A preocupação é a concentração que, dependendo da empresa, talvez não dê a resposta que o fundo deseja", afirmou Guimarães.

Perfil

As auditorias do ministério indicaram mudanças no perfil das aplicações dos RPPs nos últimos anos. Eles trocaram investimentos em fundos cujas administradoras faziam parte de conglomerados dos bancos de primeira linha por aquisição de cotas de fundos geridos por entidades de pouca representatividade.

Em 2011, observou-se que as RPPs passaram a aplicar em fundos de investimento em crédito privado, sem efetuar uma análise apropriada dos riscos envolvidos nestas aplicações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A onda de ar polar que trouxe neve e geada em proporções atípicas para o tradicional inverno catarinense também representou prejuízos para dezenas de municípios. A forte e extensa geada que se formou na manhã desta quarta-feira (24), representou perda de 70% da produção agrícola do município de Angelina, distante cerca de 70 quilômetros de Florianópolis.

Plantações de repolho, couve-flor, brócolis, alface, beterraba, fumo e morango, entre outras hortaliças, que representam 80% da economia da cidade de 5,7 mil habitantes, foram completamente destruídas.

##RECOMENDA##

As cidades de Rancho Queimado, Major Gercino, Leoberto Leal, Chapecó, Joinville, Jaraguá do Sul e Lages também contabilizaram perdas na agricultura e pecuária. Apiúna, na região do vale do Itajaí, registrou prejuízo de R$ 500 mil das plantações de fumo e reflorestamento de eucaliptos.

O frio intenso, combinado com o acúmulo de gelo, provocou quedas de árvores sobre as linhas transmissão que levam energia para as cidades. Itaiópolis, no Planalto Norte, chegou a decretar situação de emergência. Na madrugada de terça-feira, cerca de 35 mil casas dos municípios de Canoinhas, Major Vieira, Monte Castelo, Papanduva e Santa Terezinha foram afetadas.

Além das perdas na agricultura e falta de energia, a neve causou prejuízos com o desabamento de cobertura de galpões, de ginásios de esportes, postos de combustíveis e telhados de algumas residências com estrutura inapropriada para suportar o acúmulo do gelo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando