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Estudantes chineses organizaram um protesto contra um confinamento motivado pela pandemia de coronavírus em uma universidade do leste do país, enquanto as autoridades dão pequenos passos para flexibilizar a rígida estratégia anticovid.

Milhões de pessoas na China ainda precisam seguir restrições pela covid, mas algumas cidades já começaram a deixar para trás os testes em larga escala e as limitações de deslocamentos após uma série de protestos no país na semana passada.

Analistas da empresa japonesa Nomura calcularam na segunda-feira que 53 cidades, com quase um terço da população da China, prosseguem com restrições.

Apesar da ação das forças de segurança para mitigar os protestos, vídeos publicados nesta terça-feira nas redes sociais e geolocalizados pela AFP mostram estudantes reunidos na Universidade de Tecnologia de Nanjing na segunda-feira à noite.

Nas imagens, os jovens exigem o direito de deixar o campus. "O poder é dado a vocês pelos alunos, não por vocês mesmos", grita uma pessoa no vídeo.

Uma estudante do terceiro ano que pediu anonimato confirmou que o protesto aconteceu depois que a universidade anunciou o fechamento do campus por cinco dias após detectar apenas um caso de covid.

A jovem disse à AFP que os colegas estão descontentes com a comunicação da universidade e temem ficar bloqueados no campus durante o recesso de inverno (hemisfério norte, verão no Brasil).

Nas imagens, os estudantes discutem com representantes da universidade e pedem a demissão dos diretores do centro de ensino.

O protesto de Nanjing acontece alguns dias após as manifestações registradas em várias cidades da China para exigir o fim da política de 'covid zero'. Algumas pessoas chegaram a pedir a renúncia do presidente Xi Jinping.

As autoridades impediram as tentativas de protestos posteriores, mas parecem estar respondendo a algumas demandas dos manifestantes, com o anúncio de uma flexibilização das restrições.

Na terça-feira, as autoridades de Pequim anunciaram que edifícios comerciais, incluindo os supermercados, não exigirão mais que os visitantes apresentem um teste de covid negativo.

Outras cidades, incluindo Xangai, adotaram iniciativas similares nos dias anteriores.

Um protesto de vendedores ambulantes bloqueou parcialmente o trânsito nas imediações da Joana Bezerra, na região central do Recife, nesta segunda-feira (5). A manifestação interditou a ponte José Barros Lima no sentido Pina. Segundo relatos de passageiros que ficaram presos no engarrafamento, os trabalhadores contestavam a proibição do comércio ambulante no terminal integrado da Joana Bezerra.  

De acordo com a Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU), o protesto começou às 12h07 e teve dois pontos de interdição, um deles sendo na Avenida Agamenon Magalhães. A via foi liberada às 13h41. 

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Em contato com a Nova Mobi Pernambuco, que gerencia as estações de ônibus e BRTs da capital, o LeiaJá ouviu que a situação ainda seria apurada, mas que pode estar associada à requalificação das integrações no Grande Recife. A assessoria informou que a requalificação pretende limpar a padronizar as integrações, o que inclui a remoção do comércio informal nos locais. 

A empresa afirmou ainda que os ambulantes estão sendo chamados para conversar gradativamente e que poderão formalizar o trabalho e ter acesso a um quiosque nas dependências das integrações. A reportagem aguarda mais detalhes sobre a ocorrência desta segunda-feira (5). 

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Os jogadores da Alemanha cobriram a boca durante a foto do time antes de sua estreia na Copa do Mundo 2022 contra o Japão nesta quarta-feira (23), em um protesto contra a recusa da Fifa em permitir braçadeiras com tema de arco-íris.

O protesto veio depois de a Fifa proibir o uso da braçadeira em apoio à comunidade LGBTQIA+, que tinha escrito o tema “One Love”, usada pelo capitão da seleção inglesa, Harry Kane, durante a Liga das Nações. O inglês pretendia usar a braçadeira durante os jogos mundiais, porém teve a proibição decidida em um encontro entre representantes da entidade e a Federação Inglesa de Futebol, segundo o jornal The Telegraph.

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Jogadores de 10 seleções se comprometeram a usar a faixa durante os jogos da Copa. O ato pode ser alvo de punição com cartão amarelo e até multa.

Protestos violentos por melhores salários e condições de vida foram registrados na maior fábrica de iPhones do mundo, de propriedade da taiwanesa Foxconn no centro da China, com confrontos entre funcionários e agentes de seguranças.

Vídeos postados nas redes sociais Weibo e Twitter mostraram trabalhadores protestando em plena luz do dia em Zhengzhou, com alguns entrando em confronto com a polícia de choque e pessoas em trajes de proteção.

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A Foxconn confirmou os distúrbios nesta quarta-feira (23).

Em uma gravação feita à noite, dezenas de trabalhadores são vistos em confronto com policiais, gritando: "Vamos defender nossos direitos, vamos defender nossos direitos!"

Em outro vídeo, um homem aparece com o rosto ensanguentado enquanto alguém fora da câmera diz: "Estão batendo nas pessoas, batendo nas pessoas. Eles têm consciência?"

Outra voz fala de "bombas de fumaça" e "gás lacrimogêneo".

A AFP verificou a autenticidade desses vídeos em parte graças à geolocalização que mostra características distintas, como um prédio e barricadas perto dos dormitórios dos trabalhadores no terreno da fábrica.

Em um vídeo feito de dia, vários caminhões de bombeiros cercados por policiais em trajes de proteção aparecem perto dos blocos habitacionais enquanto uma voz é ouvida em um alto-falante dizendo: "Todos os trabalhadores, por favor, voltem aos alojamentos, não se associem a uma pequena minoria de elementos ilegais".

Uma foto tirada durante o dia mostra os restos carbonizados de uma porta, aparentemente queimada à noite.

A hashtag do Weibo "Distúrbios na Foxconn" parece ter sido censurada ao meio-dia desta quarta-feira, embora algumas postagens referentes a esses protestos tenham permanecido online.

A Foxconn é o maior empregador privado da China, com um milhão de pessoas trabalhando em 30 fábricas e institutos de pesquisa espalhados por todo o país.

A principal terceirizada da Apple registrou um aumento nos casos de Covid-19 em sua fábrica de Zhengzhou nos últimos meses e decidiu fechar o vasto complexo industrial para conter o vírus.

A Foxconn confirmou nesta quarta-feira atos de "violência" em protestos em sua fábrica de Zhengzhou e prometeu "evitar incidentes semelhantes" no futuro.

Em nota, a empresa afirma que os trabalhadores reclamaram dos baixos salários e das condições na fábrica, mas negou que tenha alojado novos trabalhadores junto a funcionários que testaram positivo para Covid-19.

A fábrica, localizada em Zhengzhou, capital da província de Henan (centro), é um enorme parque industrial, apelidado de "a cidade do iPhone", que costuma empregar cerca de 200 mil pessoas, a maioria morando no local em dormitórios.

Quando os casos de covid começaram a ser detectados, a fábrica passou a funcionar em uma bolha de "circuito fechado".

Este mês, circularam nas redes sociais imagens de trabalhadores assustados deixando o local em massa a pé, reclamando das precárias condições da fábrica.

Vários funcionários relataram à AFP o caos e a desorganização nas oficinas e dormitórios.

Para compensar a fuga de trabalhadores, a empresa ofereceu bônus e outros incentivos aos funcionários que permaneceram, e o governo local enviou novos trabalhadores na tentativa de manter a fábrica funcionando.

A Apple reconheceu este mês que a situação "afetou temporariamente" a produção desta fábrica, a joia da coroa da empresa taiwanesa, com uma produção de iPhones que não existe em nenhum outro lugar.

A China é a última grande economia do mundo a manter uma política de covid zero por meio de confinamentos em massa, testes e longas quarentenas.

A Inglaterra não tomou conhecimento do Irã na estreia das seleções na Copa do Mundo do Catar. Nesta segunda-feira (21), o English Team superou o Team Melli por 6 a 2, no estádio Khalifa International, em Al Rayyan. O triunfo encerrou um jejum de oito meses (ou seis jogos) sem vitórias dos campeões mundiais de 1966 em partidas oficiais.

O confronto inaugurou o Grupo B do Mundial, que também reúne País de Gales e Estados Unidos. Os outros dois integrantes da chave jogam nesta segunda-feira, às 16h (horário de Brasília), no Estádio Ahmad Bin Ali, em Doha.

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O duelo marcou, ainda, a "estreia" do Brasil na Copa. O árbitro brasileiro Raphael Claus foi responsável pelo jogo em Al Rayyan, tendo os compatriotas Rodrigo Figueiredo e Danilo Simon como auxiliares. O outro trio de arbitragem do país no Mundial, formado por Wilton Pereira Sampaio e os assistentes Bruno Boschilia e Bruno Pires, estará à cargo de mais uma partida desta segunda-feira, entre Senegal e Holanda, que finalizam a primeira rodada do Grupo A às 13h, no Estádio Al Thumama, em Doha.

Ingleses e iranianos voltam a campo na sexta-feira (25), pela segunda rodada. Os asiáticos encaram o País de Gales às 7h, no Ahmad Bin Ali. Os europeus terão o EUA pela frente às 16h, no Estádio Al Bayt, em Al Khor.

Protestos no pré-jogo

Alguns torcedores (de ambos os sexos) nas arquibancadas ergueram cartazes exigindo liberdade ao direito das mulheres no Irã. Além disso, durante a execução do hino nacional, os jogadores iranianos ficaram em silêncio. As manifestações acompanham uma onda de protestos iniciada após a morte de Mahsa Amini, iraniana de origem curda, há cerca de dois meses. Ela estava sob custódia da polícia moral do país asiático por utilizar "trajes inadequados". A repercussão do caso gerou, inclusive, pedidos de exclusão da seleção do Oriente Médio da Copa.

Antes de a bola rolar, os jogadores da Inglaterra ajoelharam no gramado, em manifestação contra o racismo. O atacante Harry Kane utilizaria a braçadeira de capitão nas cores do arco-íris, com a expressão "One Love" ("Um Amor", na tradução do inglês), em apoio à comunidade LGBTQIA+, mas o risco de punições pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), como sanções esportivas ou multas, fez o English Team e outras seleções que pretendiam fazer o mesmo voltarem atrás. A postura do Catar quanto à causa é motivo de críticas desde a escolha da nação asiática como sede do Mundial.

A Fifa argumenta que o artigo 13.8.1 do regulamento de equipamentos da entidade determina que o capitão de cada time, em competições organizadas pela federação, deve utilizar a braçadeira por ela disponibilizada. A faixa liberada tem os dizeres "No Discrimination" ("Sem discriminação", na tradução).

Susto e passeio inglês

Logo no começo da partida, aos sete minutos do primeiro tempo, o goleiro iraniano Ali Beiranvand se chocou, de cabeça, com o lateral Majid Hosseini, ao cortar um cruzamento de Kane pela direita. Após oito minutos de paralisação, o camisa 1 tentou retornar ao jogo, mas não resistiu à tontura e foi substituído, dando lugar ao reserva Hossein Hosseini.

Como esperado, a Inglaterra teve a iniciativa ofensiva e apostou em ataques pelos lados. O Irã, por sua vez, congestionou a área para diminuir o espaço de finalização. Quando conseguiu acelerar a troca de passes, o time europeu assustou. Aos 29 minutos, o atacante Raheen Sterling tabelou pela direita com Bukayo Saka, que cruzou à meia altura para o também meia Mason Mount chutar na pequena área, na rede pelo lado de fora. Dois minutos depois, o lateral Kieran Trippier cobrou escanteio e o zagueiro Harry Maguire cabeceou no travessão.

Aos 33 minutos, a pressão inglesa, enfim, derrubou a muralha iraniana. Após uma boa troca de passes na esquerda, o lateral Luke Shaw cruzou e o volante Jude Bellingham, de cabeça, deslocou  Hossein Hosseini para abrir o placar - e a porteira asiática. Aos 42, Shaw cobrou escanteio pela esquerda, Maguire ajeitou e Saka acertou um lindo chute de primeira, ampliando para os europeus. Os jogadores do Irã cercaram Raphael Claus, reclamando de falta de Maguire no zagueiro Roozbeh Cheshmi, mas o árbitro brasileiro manteve a marcação de campo.

Com dois gols de vantagem, os ingleses obrigaram os rivais a avançarem as linhas e os conduziram a uma armadilha, possibilitando o contra-ataques que originou o terceiro gol, três minutos após o segundo. Aos 45, Kane recebeu pela direita e cruzou à meia altura para Sterling concluir próximo à pequena área, sem chances para Hossein Hosseini.

O cenário do primeiro tempo não se modificou na etapa final, com predominância inglesa no ataque. Aos 16 minutos, a defesa iraniana deu espaço para Saka receber de Sterling na área, tirar dois marcadores da jogada e finalizar no canto para marcar o segundo dele na partida e o quarto do English Team. Desta vez, porém, os asiáticos esboçaram uma reação. Três minutos depois, o meia Ali Gholizadeh - que tinha entrado em campo na volta do intervalo - recebeu na entrada da área pela direita e deixou Mehdi Taremi na cara do gol. O atacante, frente a frente com o goleiro Jordan Pickford, soltou a bomba e descontou.

Só que os ingleses não deixaram o Irã se animar com o gol. Aos 25, poucos segundos após entrar em campo no lugar de Saka, o atacante Marcus Rashford foi lançado por Kane em contra-ataque pela esquerda, invadiu a área com liberdade, deslocou Majid Hosseini e bateu rasteiro, fazendo o quinto dos europeus.

Em ritmo de treino e administrando o resultado, a Inglaterra ainda encontrou brecha para o sexto gol, novamente com participação do banco de reservas, agora, de ambos os atletas envolvidos no lance. Aos 43 minutos, o atacante Callum Wilson recebeu na área e tocou para o meia Jack Grealish finalizar na saída de Hossein Hosseini. Nos acréscimos, Raphael Claus - com auxílio do árbitro de vídeo (VAR) - deu pênalti do zagueiro John Stones no atacante Morteza Pouraliganji. Taremi converteu a penalidade e deu números finais à partida, diminuindo o prejuízo asiático.

Ativistas de um grupo ambiental cobriram com farinha nesta sexta-feira (18) um automóvel BMW pintado pelo artista americano Andy Warhol. Segundo eles, a ação pretende “enviar uma mensagem de alarme sobre o colapso climático”.

Quatro ativistas do grupo Ultima Generazione ("Última geração", na tradução livre) jogaram oito quilos de farinha no veículo, um BMW M1 1979 exposto na Fabbrica del Vapore, centro cultural que abriga uma retrospectiva sobre Warhol, mestre da pop art.

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De acordo com imagens divulgadas pelo grupo e pelas redes sociais, pelo menos dois ativistas colaram as mãos no chão da exposição, enquanto visitantes gritavam com eles e outros tentavam limpar a obra.

Ativistas ambientais multiplicaram os protestos contra obras de arte nas últimas semanas para alertar a opinião pública sobre as mudanças climáticas.

Entre as vítimas dos ataques estão duas obras de Goya no Museu do Prado, em Madri, "Girassóis" de Van Gogh, em Londres, e uma pintura de Claude Monet em Potsdam, perto de Berlim.

Pelo menos 200.000 pessoas se manifestaram em Madri, neste domingo (13), conforme balanço do governo regional conservador, para protestar contra a caótica situação de saúde na região e contra os cortes na saúde pública.

Sob o lema "Madri se manifesta em apoio à saúde pública e contra os planos de destruir os serviços de atenção primária", os manifestantes saíram de quatro pontos diferentes da cidade rumo à sede da prefeitura.

Pelo quarto dia consecutivo, amigos e familiares do jovem Isaías Andrade de Lima interditaram a PE-05, em Camaragibe, no Grande Recife, para pedir justiça pela morte do jovem de 22 anos, morto em uma abordagem policial no último dia 30 de outubro. O protesto, iniciado na manhã desta quinta-feira (3), bloqueou os dois sentidos da rodovia, que também dá acesso ao bairro da Várzea e ao Centro do Recife. 

Os manifestantes atearam fogo a pneus e pedaços de madeira para bloquear a via, impedindo a passagem de veículos. A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) da capital enviou orientadores de trânsito para a região, mas não foi possível realizar desvios. O Corpo de Bombeiros e o Batalhão de Choque encerraram a manifestação e liberaram a Avenida Belmino Correia, além das vias alternativas bloqueadas, por volta das 15h05.  

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Isaías era morador da comunidade das Barreiras, em Camaragibe. Ele morreu vítima de um disparo de arma de fogo, cujo autor foi um policial militar, no último domingo (30). Segundo testemunhas, após uma confusão em um posto de combustíveis local, a Polícia Militar foi acionada e realizou diversas abordagens na região, por volta das 22h. À ocasião, o jovem estava na garupa de uma motocicleta, pilotada por um amigo, e o comportamento dos dois foi considerado “suspeito” pelos PMs. 

Os policiais deram ordem de parada e, após o condutor não a obedecer, os disparos foram realizados. A PM alega que Isaías possuía um simulacro de arma de fogo no momento da abordagem, mas a família nega a versão dos policiais. O caso foi registrado na Polícia Civil na segunda-feira (31) e está sob investigação. 

“A vítima, um homem de 23 anos, foi ferido por disparo de arma de fogo, socorrido para uma unidade hospitalar, mas não resistiu aos ferimentos. Um inquérito policial foi instaurado e outras informações poderão ser repassadas após a completa elucidação dos fatos”, informou a a Polícia Civil. 

Nota da Polícia Militar 

"A Polícia Militar informa que foi acionada, através do 12º Batalhão, para uma ocorrência de disparo de arma de fogo, na noite de domingo (30), no bairro da Várzea. Ao chegar ao local, comunidade de Areinha, o efetivo encontrou o solicitante, que relatou que indivíduos passaram em frente a sua residência efetuando disparos de arma de fogo. No momento do relato, três motocicletas, cada uma com duas pessoas, vieram em direção ao efetivo policial. Segundo os policiais, um deles fez menção de sacar uma arma. O policiamento, então, efetuou um disparo para cessar a injusta agressão. 

Os policiais foram de encontro ao indivíduo, que caiu da moto. Próximo a ele foi localizado um simulacro de arma de fogo. O envolvido foi socorrido para a UPA da Caxangá e, posteriormente, transferido para o Hospital Da Restauração, onde foi a óbito. Os demais envolvidos conseguiram fugir. A ocorrência foi encaminhada ao DHPP. 

A Polícia Militar informa também, através da Diretoria de Polícia Judiciária Militar (DPJM), que instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias em que se deram os fatos."

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Militantes apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) participam, nesta quarta-feira (2), de atos diante de sedes militares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Há registro de manifestações também em outros Estados, como Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais.

Inconformados com a vitória nas urnas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pedem "intervenção militar" ou "intervenção federal", citando uma leitura distorcida do artigo 142 da Constituição, e a anulação das eleições presidenciais.

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Após o resultado das urnas ter sido sacramentado, militantes bolsonaristas bloquearam rodovias e estradas federais e estaduais a partir da noite de domingo (30). O cenário começou a mudar somente depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinar a ação conjunta de policiais militares e policiais rodoviários federais e ameaçar de prisão o diretor geral da Polícia Rodoviária Federal para que as estradas começassem a ser desobstruídas.

Em São Paulo

Vestidas de verde-amarelo, milhares de pessoas pedem "intervenção federal" em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, em São Paulo. Por volta das 11h, manifestantes tomavam as duas faixas da Av. Sargento Mário Kozel Filho. Quase duas horas depois, já ocupavam parte da Av. Pedro Álvares Cabral. A Secretaria de Segurança Pública paulista informou que não há balanço de quantas pessoas participam da manifestação, mas destacou que ali fica o único ponto de manifestação na capital paulista.

Os bolsonaristas puxavam gritos de "Fora PT" e "intervenção federal". A multidão que se reúne na região do Ibirapuera pede provas da lisura do processo eleitoral e defende uma intervenção ora "militar" ora "federal" baseada equivocadamente no artigo 142, que trata sobre as atribuições das Forças Armadas. Em nenhum dos artigos da Constituição, no entanto, há brecha para qualquer ação que altere a decisão tomada nas urnas.

No centro do Rio

Um grupo de bolsonaristas ocupa a praça em frente ao Comando Militar do Leste (CML) e uma faixa da avenida Presidente Vargas, principal via do Rio de Janeiro. O ato é acompanhando por agentes da Guarda Municipal e pela Polícia Militar. Questionada, a PM afirmou que não faria estimativa da quantidade de pessoas presentes.

O grupo se reúne em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8h com faixas e cartazes por "intervenção militar" e bandeiras do Brasil.

"Temos o artigo 142, mas sabemos que para ele ser colocado em prática precisaria passar pelo Congresso. O outro lado vai acabar com a gente. Não queremos virar Venezuela. Militares nos ajudem. Todo poder emana do povo", diz uma das organizadores do ato. Sob gritos de "eu autorizo", ofensas a Lula e entoando hinos militares e religiosos, o grupo protesta sob chuva fina.

Na zona oeste do Rio

Cerca de 500 pessoas se reúnem na manhã desta quarta diante do Comando da Primeira Divisão de Exército, na Vila Militar (zona oeste) para pedir intervenção militar.

A maioria dos manifestantes usa camisa da seleção brasileira e ostenta bandeiras do Brasil. A reportagem contou duas faixa e quatro cartazes pedindo intervenção militar. O grupo alterna cantos e coros - o hino nacional é repetido com frequência, e às vezes interrompido por coros como "a nossa bandeira jamais será vermelha" e "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".

Um homem usa um megafone para pedir intervenção militar: "O povo conclama, o povo exige. Só as Forças Armadas podem salvar o Brasil", disse à reportagem, sem se identificar. Os militares em serviço observam a manifestação e pedem aos manifestantes que se concentrem numa calçada.

"Minha mulher está doente e pediu que eu ficasse com ela, mas hoje não dá, eu tinha que vir aqui. É questão de vida ou morte para o Brasil", afirmou um manifestante que se identificou apenas como João, militar reformado de 63 anos.

Em boletim divulgado às 11h20 (de Brasília), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que os pontos de interdições e bloqueios em rodovias do País somavam 145, de 156 no meio da manhã. O número de interdições caiu de 110 para 93 e o de bloqueios avançou de 46 para 52. O Espírito Santo voltou a registrar bloqueio (1); no Rio Grande do Sul subiu de 1 para 3; no Paraná, de 8 para 10; e em Santa Catarina, de 35 para 36. As informações foram publicadas na conta oficial do Twitter da PRF.

Há ocorrências em 15 Estados. São eles: Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Não há informações neste boletim sobre a situação no Tocantins, que constava no informe anterior como sem ocorrências.

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O maior número de bloqueios é registrado em Santa Catarina, com 36, e o de interdições, em Mato Grosso e no Pará, com 30 e 17, nesta ordem. Segundo a entidade, 631 manifestações já foram desfeitas.

A corporação anunciou uma operação para liberar estradas na madrugada da terça-feira, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar a liberação imediata das vias públicas.

Desde a noite de domingo, após a derrota eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), manifestantes interditam rodovias pelo País. Eles pedem a intervenção do Exército. Há registro de envolvimento de caminhoneiros e produtores rurais nos atos, mas são majoritariamente organizados por "populares", segundo a PRF.

As rodovias do Estado do Rio de Janeiro estão livres dos bloqueios e interdições promovidos por grupos antidemocráticos bolsonaristas. Não há intercorrências, de acordo com boletim da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A rodovia Dutra (BR-116) foi a última a ser desocupada. Até as 5 horas, informou a PRF, havia manifestantes.

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A faixa da direita chegou a ser interditada em Barra Mansa (km 281), mas o trânsito fluiu normalmente pela esquerda. O fluxo também seguiu em Itatiaia (km 310), onde cerca de 30 pessoas se aglomeraram no acostamento.

As estradas fluminenses tiveram, nos últimos dias, bloqueios com pneus incendiados, como aconteceu no Trevo de Manilha, impedindo o trânsito na Rio-Magé e na Niterói Manilha.

Com as rodovias liberadas, as viações retomaram, ao longo da madrugada, a venda de passagens da Rodoviária Novo Rio.

Militantes bolsonaristas participam na manhã desta quarta-feira (2) de um ato golpista em frente ao Comando Militar do Leste (CML) no centro do Rio de Janeiro. Inconformados com a vitória nas urnas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pedem intervenção militar e a anulação das eleições presidenciais.

O grupo se reúne em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

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Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8 horas com faixas e cartazes por "intervenção militar" e bandeiras do Brasil.

Eles ocupam a praça em frente ao CML e uma faixa da Avenida Presidente Vargas, principal via da cidade. O ato é acompanhando por agentes da Guarda Municipal e pela Polícia Militar.

"Temos o artigo 142, mas sabemos que para ele ser colocado em prática precisaria passar pelo Congresso. O outro lado vai acabar com a gente. Não queremos virar Venezuela. Militares nos ajudem. Todo poder emana do povo", diz uma das organizadores do ato.

Sob gritos de "eu autorizo", "Lula ladrão" e entoando hinos militares e religiosos, o grupo protesta sob chuva fina.

O ato golpista foi convocado um dia após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno do pleito, se manifestar somente depois de mais de 44 horas de silêncio. Bolsonaro não contestou a derrota nas urnas para Lula. Dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial que terá deixar até 31 de dezembro, o atual presidente falou por 2 minutos e 21 segundos e afirmou que as ruas expõem o "sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".

O presidente afirmou também que o País não pode ser tomado pela esquerda "que sempre prejudicou a Nação". Bolsonaro disse ainda que sempre respeitou o direito à propriedade privada e que nunca cerceou a democracia e o direito de ir e vir.

Logo após o resultado das urnas ter sido sacramentado, militantes bolsonaristas bloquearam rodovias por todo o país, chancelados pela inação da Polícia Rodoviária Federal. Foi necessário o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a ação conjunta de policiais militares e ameaçar de prisão o diretor geral da PRF para que as estradas começassem a ser desobstruídas.

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Vídeos que circulam nas redes sociais mostram torcedores corintianos dispersando manifestação de bolsonaristas na Marginal Tietê, em São Paulo, na noite da terça-feira (1º). Nas gravações, a torcida entoa gritos de "democracia" e também em apoio a Luiz Inácio Lula da Silva, eleito no domingo (30).

As imagens mostram carros se movimentando na via enquanto os torcedores soltam rojões e gritam "vai" e "democracia". A avenida é uma das principais vias expressas da capital, pois liga as regiões oeste, norte, central e leste.

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Bolsonaristas protagonizam bloqueios em rodovias e estradas brasileiras em vários Estados desde o domingo, quando foi confirmada a derrota do atual presidente, Jair Bolsonaro, nas urnas. O movimento antidemocrático pede por novas eleições.

Conforme mostrou o Estadão, torcidas organizadas de futebol se manifestam e exigem estradas livres para seus comboios a outras cidades e Estados. Com a rodada do meio de semana do Campeonato Brasileiro, ônibus e caravanas começam a se deslocar pelas estradas nacionais em direção aos estádios mandantes.

Nas redes sociais, duas torcidas agem contra os bloqueios com mais ímpeto: a Império Alviverde, do Coritiba, e a Galoucura, do Atlético-MG. Ambos os times jogam fora de casa neste meio de semana, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, respectivamente.

A Justiça Federal autorizou ainda na segunda-feira, 31, a desocupação das rodovias federais em pelo menos seis Estados. As decisões também proíbem novas interdições.

Os pedidos para acabar com os protestos foram feitos pela Advocacia-Geral da União (AGU), Ministério Público Federal (MPF), Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e por concessionárias que administram as rodovias.

Na terça, governadores passaram a empregar a força militar para desfazer os bloqueios. Em São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) enviou o Batalhão de Choque para confrontar os manifestantes na Castello Branco, que liga a capital paulista com o interior, incluindo a grande São Paulo, como Barueri e Osasco.

Quase dois dias após o pleito, Bolsonaro pediu aos manifestantes que não usem "os métodos da esquerda", que, segundo ele, são violentos. Sem mencionar o rival ou reconhecer explicitamente a derrota, o atual chefe do Executivo disse que manifestações pacíficas são "bem-vindas" e justificou os atos mencionando que os manifestantes estariam indignados com a "injustiça" do processo eleitoral.

Apoiadores do presidente, porém, reproduzem nas redes um trecho do discurso do chefe do Executivo para defender a continuidade dos protestos que fecham rodovias pelo Brasil. No pronunciamento, Bolsonaro afirmou que "nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca". A frase foi interpretada como uma autorização para a continuidade. Políticos da oposição criticaram o caráter vazio e ambíguo da fala do presidente.

O feriado de 2 de novembro começou com ao menos 167 pontos de bloqueios e interdições nas rodovias federais do País, segundo informe divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por volta das 6 horas desta quarta-feira.

Ainda há ocorrências no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O total de manifestações desfeitas pela corporação chegou a 563.

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Os protestos antidemocráticos que impedem o tráfego em rodovias de todo o País já causam prejuízo para pacientes que precisam se deslocar para consultas, exames e tratamentos de alta complexidade, como cirurgias oncológicas, quimioterapia e hemodiálise. Há relatos de doentes que, por causa dos bloqueios, perderam atendimentos que demoraram meses para conseguir agendar.

As manifestações atrapalham ainda a entrega de medicamentos e insumos para hospitais, laboratórios e clínicas, que já observam queda nos estoques, além de dificultar a chegada de profissionais da saúde aos seus locais de trabalho.

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No município de Taquara (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre, ao menos cinco pacientes com câncer perderam atendimentos por ficarem presos na estrada. "Uma paciente perdeu uma cirurgia ginecológica (oncológica), os outros pacientes perderam consultas. A maioria era primeira consulta, que são reguladas pelos municípios de origem e que os pacientes geralmente levam muitos meses para conseguir", contou Vitória Silva, que trabalha no setor de regulação de um hospital que atende SUS no município e é referência em oncologia para cidades da região.

"Essas consultas são super importantes para que eles possam iniciar o tratamento", disse ela ao jornal O Estado de S. Paulo.

Vitória conta que alguns médicos estenderam seus plantões até mais tarde para conseguir atender outros pacientes que se atrasaram horas por causa dos bloqueios.

Crianças com câncer perdem sessões de quimioterapia

Em Florianópolis, crianças com câncer perderam sessões de quimioterapia por ficarem presas nas estradas de Santa Catarina, um dos Estados mais afetados pelas manifestações antidemocráticas. Segundo relato feito pela oncologista pediátrica Amanda Ibagy nas redes sociais, as crianças não conseguiram chegar a tempo na segunda-feira (31), e só puderam comparecer nesta terça (1º) ao "provarem" para os manifestantes que tinham câncer.

"Hoje (terça-feira) elas conseguiram (chegar), mas tiveram que sair muito cedo, ficaram presas nos bloqueios. Só deixaram passar porque elas tinham uma cartinha nossa, dizendo que elas têm câncer. Uma inclusive teve que tirar a touquinha para mostrar que a criança era careca. Isso tudo é muito triste porque, além de ter que lidar com a dor dos procedimentos, ainda tem essa incerteza se vão chegar ou não para o tratamento da criança", disse a médica, em sua página no Instagram.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a médica contou que o paciente que mostrou a careca para conseguir autorização para passar no bloqueio é um menino de quatro anos que enfrenta uma leucemia. De acordo com a oncologista, a família mora em Lages, na Serra Catarinense, e saiu às 2 horas da madrugada de casa para conseguir chegar na manhã desta terça em Florianópolis. Foram seis horas na estrada em um trajeto que costuma demorar pouco mais de três horas.

"As mães entravam em contato com a gente desesperadas pedindo uma carta para provar que as crianças estavam indo para tratamento oncológico. Os pacientes que estavam em carros de secretarias da saúde até conseguiam passar, mas as que estavam com carro particular tinham dificuldade", relatou Amanda.

Uma das mães de paciente pediu que a equipe médica enviasse o documento detalhado para ela reconhecer a autenticidade em cartório para mostrar aos manifestantes e à Polícia Rodoviária Federal nos dias das próximas sessões de quimioterapia.

Ainda em Santa Catarina, a Prefeitura de Navegantes informou que profissionais da saúde não estavam conseguindo chegar aos postos de saúde. Ao menos três Unidades Básicas da Saúde (UBS) do município estavam sem médico na manhã desta terça.

Atraso em insumos para tratamento de leucemia

Em São Paulo, os pais de Clara, de 2 anos, que faz tratamento contra uma leucemia, sofrem com o atraso dos insumos para o medicamento quimioterápico que a menina precisa tomar todos os dias. O estoque que os pais tinham terminou nesta terça-feira e uma nova quantidade do medicamento foi solicitada pelo hospital que atende a criança na semana passada, com entrega prevista para segunda, 31, o que não se concretizou por causa das paralisações.

"A empresa transportadora disse que não tem previsão de quando vai conseguir entregar", conta a mãe de Clara, a enfermeira Marina Martins Ondei, de 36 anos.

Sem o remédio, a família conseguiu com outro hospital a doação de comprimidos para mais três dias e não sabe como dará continuidade ao tratamento caso o abastecimento não seja normalizado até a próxima sexta-feira. "Esses bloqueios insanos não vão prejudicar apenas minha filha, mas várias crianças que precisam chegar a outras cidades para fazer seus tratamentos. Isso é muito grave", disse ela.

O Hospital de Amor (antigo Hospital do Câncer de Barretos), no interior de São Paulo, informou que as paralisações já afetam o setor de suprimentos da unidade, que "deixou de receber mantimentos alimentícios, exigindo uma readequação no cardápio, mas não ocasionando danos aos pacientes, acompanhantes e colaboradores".

De acordo com o hospital, pacientes tiveram dificuldades para retornarem para suas cidades de origem, pois o transporte precisou ser remarcado devido aos bloqueios.

Pacientes em tratamento renal também estão sendo prejudicados. De acordo com a Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), "estoques de insumos e medicamentos para o tratamento de doentes renais já começam a ficar em estágio crítico e pacientes relatam dificuldade em chegar às clínicas em algumas cidades". A entidade destaca que cerca de 150 mil brasileiros dependem da diálise realizada três vezes por semana para sobreviver.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) também manifestou preocupação diante dos bloqueios. De acordo com a entidade, "laboratórios de medicina diagnóstica de todas as regiões brasileiras já registram dificuldades em relação ao transporte e abastecimento de insumos, como reagentes e contrastes, e até mesmo de amostras coletadas dos pacientes para processamento de exames".

No Pará, população ribeirinha perde cirurgias

No Estado do Pará, pacientes com cirurgias agendadas em um hospital do município de Belterra não compareceram por causa dos bloqueios. Graças a uma iniciativa da ONG Zoé, a unidade de saúde abriu uma agenda excepcional de cirurgias, exames e consultas nesta semana para atender a população ribeirinha de povoados do entorno. A expedição organizada pela ONG reuniu 30 profissionais da saúde, entre eles mais de 20 médicos, para atender a população gratuitamente.

"Estamos fazendo cirurgia laparoscópica e aberta, colonoscopia, endoscopia, ultrassom, clínica médica e dermatologia. Mas eles (manifestantes) fecharam a BR, então há uma dificuldade de locomoção e essas pessoas acabaram prejudicadas e não conseguiram chegar ao hospital. Algumas especialidades estão tendo uma ociosidade até. O que a gente traz é algo que eles não têm no dia a dia, então isso (bloqueios) gera um prejuízo para a população. É uma pena", disse Marcelo Averbach, cirurgião, colonoscopista e cofundador da ONG Zoé.

"Em termos do direito de ir e vir, não podemos deixar que a saúde, que é um direito universal, seja prejudicado", afirmou o endoscopista Marco Aurélio D'Assunção, também fundador da ONG e outro médico que integra a expedição.

O feriado de 2 de novembro começa com 167 pontos de bloqueios e interdições nas rodovias do País, segundo informe divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por volta das 6 horas desta quarta-feira. Ainda há ocorrências no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

O total de manifestações bolsonaristas desfeitas pela corporação chegou a 563, conforme o boletim mais recente.

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Santa Catarina segue sendo o Estado com mais bloqueios e interdições, 37. São Paulo, que chegou a ter oito na terça-feira, agora tem três.

Os manifestantes contestam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas contra o presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e parte deles, contrariando a Constituição do Brasil e agindo de maneira golpista, pede que haja intervenção militar para impedir o petista de assumir a Presidência do País.

Ao longo da madrugada, a maior parte das manifestações nas estradas de São Paulo passou a se concentrar às margens das rodovias federais.

Na rodovia Régis Régis Bittencourt, que, na terça, registrou bloqueios, interdições e pneus queimados pelos manifestantes, as vias começaram a ser totalmente liberadas.

Discurso de Bolsonaro

Quase 45 horas após a confirmação da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro finalmente se pronunciou na tarde da terça sobre o resultado das urnas.

O chefe do Executivo não reconheceu diretamente ter sido derrotado no domingo, mas evitou questionar a vitória do adversário e fazer críticas frontais ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao TSE.

Bolsonaro disse ainda que o fechamento de estradas federais por seus apoiadores são "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".

Ele ponderou, no entanto, que os métodos de manifestação devem ser outros. "As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", disse, em ataque à esquerda brasileira.

Um grupo de 186 Procuradores da República em todo Brasil cobrou do procurador-geral da República Augusto Aras para que abra inquérito para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta omissão diante de uma "escalada" para "suplantar a legitimidade do voto popular pela força e pela desordem". O pedido se refere ao silêncio do presidente a respeito dos bloqueios em rodovias após o resultado das eleições presidenciais. Segundo apurou o Estadão, os integrantes do Ministério Público Federal pretendem que a apuração também se debruce sobre a conduta de deputados e senadores.

"É inadmissível que qualquer autoridade, diante de uma escalada que quer suplantar a legitimidade do voto popular pela força e pela desordem, assista impassivelmente a esse cenário, sem qualquer consequência. Na qualidade de dirigente superior da Administração Pública Federal, compete ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República determinar, independente de provocação, que os órgãos do Poder Executivo, entre eles a Advocacia-Geral da União, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres empreguem seus melhores esforços para desbloquear as vias públicas", registra o documento.

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Os integrantes do Ministério Público Federal ainda cobram de Aras atuação na coordenação do órgão para desmobilizar 'cenário de insurreição' instalado no País com bloqueios em rodovias por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. E nada mais é tão atentatório contra elas que movimentos de insurreição que querem solapar o voto popular, com a eventual conivência ou mesmo instigação da autoridade que chefia o país", afirmam.

Em meio a escalada de violência e conflitos no País, a Advocacia-Geral da União (AGU) começou a apresentar ações em diferentes instâncias do Poder Judiciário pedindo a liberação das vias bloqueadas por manifestantes bolsonaristas que contestam o resultado das eleições do último domingo, 30. Até o momento, juízes concederam 12 decisões liminares que atendem aos pedidos da AGU. Os despachos desobstruíram ao menos 56 trechos de rodovias obstruídas pelos protestos de caráter antidemocrático.

Nas ações, a AGU argumenta ser necessário "assegurar a livre circulação de veículos nas estradas; preservar a ordem e a segurança dos usuários e dos próprios manifestantes que estão realizando os bloqueios; evitar o desabastecimento de municípios". Na última segunda-feira, 31, quando começaram a surgir os primeiros movimentos pelo País, o advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal, enviou ofício à diretoria-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) informando que o governo não vê obstáculos jurídicos que impeçam a atuação dos policiais.

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Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em silêncio sobre o resultado das eleições. Seu comportamento tem sido interpretado por apoiadores como sinal de que podem protestar contra a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta segunda-feira, 31, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que a PRF e as polícias militares tomem medidas para liberar imediatamente as rodovias interditadas por bolsonaristas. Moraes ameaçou de prisão o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, por crime de desobediência caso não sejam tomadas as devidas providências.

Como mostrou o Estadão, o bloqueio de vias começou a afetar o abastecimento de municípios do País. Em algumas regiões do País já há relatos de falta de alimentos nos supermercados. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que, pontualmente, alguns supermercados de algumas regiões do Estado de São Paulo relatam falta de itens dos setores de frutas, verduras, legumes e açougue.

PGR

O procurador-geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Augusto Aras, encaminhou na madrugada desta terça-feira, 1º, orientação a todos os procuradores-chefes do Ministério Público Federal, nos Estados e no DF, para execução imediata de medidas ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, com vistas ao desbloqueio de rodovias tomadas por bolsonaristas.

Ao determinar que a Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Militares tomassem 'todas as medidas necessárias e suficientes' para desmobilizar os manifestantes que travam vias em todo o País, Alexandre de Moraes notificou o PGR e os chefes dos Ministérios Públicos dos Estados para que 'tomem providências' sobre os protestos, inclusive a responsabilização de 'autoridades omissas'.

O chefe do MPF explicou que encaminhou o despacho de Alexandre às Procuradorias em razão de as autoridades mencionadas pelo ministro não possuírem foro privilegiado nos tribunais superiores. "Por isso, eventuais providências investigativas devem ser adotadas em primeira ou segunda instância, conforme cada situação", indicou.

Como mostrou o Estadão, subprocuradores-gerais da República encaminharam à Procuradoria da República no DF uma representação para que o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, seja investigado pela operação do órgão nas estradas no domingo, 30, durante o segundo turno das eleições, e também pela 'falta de ação' do DG em relação aos bloqueios nas estradas após as eleições.

Em meio aos protestos de bolsonaristas radicais que estão bloqueando rodovias devido a sua insatisfação com o resultado da disputa pela presidência que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Centrais Sindicais divulgaram nota nesta terça-feira, 1º de novembro, criticando o que chamaram de 3º turno das eleições. Reafirmando a confiança no sistema eleitoral brasileiro e na democracia, as centrais classificaram como inaceitável a posição adotada "por setores partidarizados dos órgãos de segurança", citando a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

"Não podemos aceitar uma espécie de 3º turno que setores políticos isolados do bolsonarismo tentam, numa estratégia golpista e antidemocrática, submeter a sociedade brasileira através de tumultos, bloqueios de rodovias e outras manifestações sem respaldo político e popular", dizem em nota.

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Desde o resultado das urnas, no domingo, 30, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado, permanece em silêncio, sem reconhecer o resultado das urnas, e sem sinalizar nada a seus apoiadores.

Em meio a esse silêncio, caminhoneiros começaram a se reunir para fechar vias importantes do País, e neste movimento, a PRF ganhou os holofotes. Vídeos que circulam nas redes e em grupos bolsonaristas mostram policiais rodoviários se solidarizando com os caminhoneiros que bloquearam estradas. "Estamos juntos com vocês", diz um agente aos caminhoneiros em um dos vídeos.

Centrais acusam a PRF de prevaricar "no cumprimento de suas funções e obrigações legais e constitucionais".

Devido a essa postura, as centrais cobram que os governos federal e estaduais atuem "urgentemente" é que as "instituições democráticas, em todas as formas da Lei, adotem todas as providências, e o retorno da normalidade e garantir o respeito à democracia e ao resultado das eleições".

O documento é assinado pelo pelos presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sergio Nobre; da ; da Força Sindical, Miguel Torres; da (União Geral dos Trabalhadores) (UGT), Ricardo Patah; da (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo; da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr Roberto Tesch; e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto.

O ritmo lento de liberação das rodovias do País deve-se à complexidade da operação, afirmou o diretor executivo da PRF, Marco Antônio Territo. "A PRF tem que agir com bastante parcimônia, junto aos nossos parceiros da segurança pública. Primeiramente, com um diálogo e, com o passar do tempo, a gente tenta outras medidas", disse ele em coletiva de imprensa. "A (manifestação dos caminhoneiros) de 2018 durou quase uma semana, estamos há um dia aqui", justificou.

O diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, ainda explicou que existem corredores logísticos estratégicos no Brasil que recebem prioridade no momento das liberações para reduzir o risco de desabastecimento no País. "Temos dinâmicas para fazer essas desobstruções. A gente pretende e deve desobstruir primeiro o que é mais necessário: a circulação de pessoas e cargas", afirmou.

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Interdições

A Polícia Rodoviária Federal informou que os pontos de interdições e bloqueios em rodovias do País caíram de 267, às 11h45 para 230 às 12h05. Há ocorrências em 21 Estados e no Distrito Federal. São eles: Amazonas, Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. As informações foram publicadas na conta oficial do Twitter da PRF.

O maior número de bloqueios é registrado em Santa Catarina, com 36 ante 35 do boletim anterior, e o de interdições em Mato Grosso, com 26. Segundo a entidade, 314 manifestações já foram desfeitas. Ao Estadão/Broadcast, a PRF informou que das manifestações desfeitas 245 foram organizadas por populares, 35 por outros movimentos sociais e 33 por caminhoneiros.

A corporação anunciou uma operação para liberar estradas na madrugada desta terça-feira, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar a liberação imediata das vias públicas.

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