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Instituições de ensino superior, públicas e privadas, de todo o Brasil, substituíram disciplinas presenciais por aulas no método remoto com o intuito de amenizar os prejuízos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Não é de hoje que universidades já utilizam o método em seus cursos no formato de Ensino a Distância. Mas o novo formato é diferente pois a aula remota acontece ao vivo, nos mesmos horários que aconteceriam presencialmente.

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Na Universidade UNG, as aulas são ministradas utilizando a plataforma Teams, da Microsoft. Além disso, a Instituição investiu em equipamentos, sistemas e treinamento de professores. “A diferença é que hoje lecionamos as aulas ao vivo, frente a frente com os alunos, interagindo, tirando dúvidas e debatendo os temas já estabelecidos no conteúdo programático”, explica a coordenadora do curso de Pedagogia da UNG, Vanessa Angélica Patrício.

“As aulas remotas podem ser tão eficazes quanto as aulas presenciais na construção de conhecimento. Requer uma didática totalmente adaptada, pois as metodologias de alguns cursos on-line podem ser eficientes ou não, assim como nos modelos presenciais. Mais do que exposição do conteúdo, cabe o desafio de pensar em estratégias que permitirão a efetividade no processo de ensino-aprendizagem. Todas estas experiências precisam ser reavaliadas constantemente para que, de fato, tragam resultados significativos aos alunos”, explica.

Para o estudante do 9º semestre do curso de Engenharia Elétrica, Lucas de Melo Araújo, a UNG vem exercendo um excelente trabalho desde o início da quarentena. Adaptou-se extremamente rápido à nova necessidade, se preocupou em iniciar a nova modalidade de aula remota o quanto antes.

“Todos os professores do meu curso se adequaram tranquilamente, com qualidade e dedicação nas aulas de maneira excepcional. O mundo tecnológico melhora e se supera cada vez mais. Sábios são os que se adaptam, o restante vai ficando para trás. Além disso, alunos que não têm acesso presencial podem se beneficiar desta modalidade de ensino”, elogia o graduando.

Segundo Eloi Lago, reitor da Universidade UNG, “nesta nova realidade, o professor é o agente de transformação com o grande desafio em ser um docente investigativo e reflexivo que se utiliza das mudanças para se atualizar, romper paradigmas e proporcionar uma aula que inspire e instigue seus alunos a aprenderem cada vez mais e melhor. A educação não pode parar e não há mais como negarmos a existência da tecnologia educacional e enxergar todos os benefícios desta modalidade”, ressalta.

 

* Da Assessoria de Imprensa

Ao passo que algumas cidades brasileiras vão relaxando as medidas de isolamento social, as opiniões acerca delas vão divergindo entre os cidadãos. No entanto, uma maioria de pessoas contrárias a elas colocaram o nome do parque Beto Carrero World entre os assuntos mais comentados no último domingo (21). O motivo: a reabertura do estabelecimento que juntou muitas pessoas, no próprio domingo, em Santa Catarina.

Na rede social, foram compartilhadas várias fotos mostrando arquibancadas cheias, nas arenas onde são apresentados os espetáculos do parque. Algumas pessoas, inclusive, aparecem sem máscaras de proteção. Entre os comentários, muitas críticas e algumas demonstrações de preocupação. “Vendo o Beto Carrero lotado me sinto uma palhaça e uma das únicas que segue a quarentena”; “Todo mundo querendo ir conhecer o próprio Beto Carrero”; “Não acredito que as pessoas estão achando essencial frequentar o Beto Carrero World em plena pandemia  com 50 mil mortos”; “O povo que não pode mais pegar coronavírus na Disney ou em Miami por causa do dólar decidiu se infectar no Beto Carrero.

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No perfil do parque, um post explicava que as imagens estavam sendo veiculadas em um ângulo que dá a entender ter havido aglomeração. Outras fotos foram publicadas na conta do Beto Carrero World, mostrado o público sentado de acordo com as normas de segurança, afastados. “As medidas de segurança por aqui estão sendo seguidas à risca. As imagens que circulam precisam ser vistas de dois ângulos. A arquibancada pode parecer cheia, mas na verdade os shows estão funcionando com apenas 30% da lotação. Prezamos por muita diversão com segurança”. As explicações, no entanto, não foram suficientes e as críticas continuaram nos comentários das imagens. 

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Estudar, trabalhar e buscar aprendizado constante sempre fizeram parte da rotina do advogado Maurício Maluf Barella, de 42 anos. Especializado na área de imóveis, ele também está terminando a faculdade de psicologia. E ainda se inscreve em cursos paralelos, lê livros, escreve resenhas para o blog que mantém, se exercita. Além de dar atenção à família, claro. De onde vem tanta empolgação, que faz o dia de pessoas como ele parecer ter 48 horas? E como esses supermotivados estão neste período de pandemia?

Para especialistas, a principal chave para esse ânimo redobrado é desenvolver o autoconhecimento para descobrir atividades que tragam felicidade. Força de vontade, proatividade e otimismo também ajudam.

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"Meus irmãos são como eu. É incentivo, criação, questionar, buscar respostas e entender as coisas", diz Barella. Ele fala que não consegue dormir enquanto não tem a resposta para suas dúvidas.

O advogado conta ainda que acha importante desenvolver o autoconhecimento para manter a motivação. "É achar uma atividade que seja prazerosa, estimulante. E parar um tempo do dia para fazer", sugere. Outra meta para ele é ser útil e ajudar outras pessoas.

O depoimento de Barella revela vários tipos de motivações. Sim, no plural, como explicam especialistas. Cesar Bullara, diretor e professor do departamento de gestão de pessoas e professor de ética nos negócios no ISE Business School, cita três tipos: intrínsecas, extrínsecas e transcendentes.

"Os estímulos nos chegam e provocam impactos de formas diferentes. Falar de motivação é falar de aspectos muito profundos do ser humano", afirma Bullara. "Algo que vem de fora é a motivação extrínseca, que estimula a fazer algo pelo qual você está sendo cobrado, exigido, que é necessário. Um exemplo disso é o trabalho, que traz um benefício econômico."

Já a motivação intrínseca, segundo ele, tem a ver com o autoconhecimento. "Vem de dentro da pessoa. Se você gosta do que faz, o trabalho é uma razão de motivação", exemplifica. A transcendente, por sua vez, está ligada ao impacto positivo que você pode ter nos outros. "Ocorre quando a pessoa sente que aquilo que faz tem um propósito, indo além de si mesma."

A psicóloga Priscila Yara Haddad, que trabalha com mapeamento e desenvolvimento humano, acrescenta que o tipo de motivação intrínseca é fácil de identificar. "Há uma administração de emoções. E a pessoa não perde o objetivo", explica. "Existe a vontade de fazer e de ser o seu melhor. A proatividade e o otimismo estão ligados à motivação, isso está relacionado à inteligência emocional."

Vontade de ajudar. Professor de educação física, Renan Cardozo, de 33 anos, é outro desses supermotivados. E também tira parte desse ânimo da vontade que sente de ajudar.

Ele é casado com a personal trainer Mônica Luiz, de 31 anos, igualmente motivada e dedicada a várias atividades, como o projeto social que ambos querem tocar na zona norte de São Paulo. "O Tênis na Rua tem por base o projeto de um amigo em Paraisópolis (na zona sul)", diz o professor. "Nossos projetos não giram só em torno de nós mesmos, mas também de outras pessoas."

Os dois iniciariam o projeto social em março, promovendo aulas de tênis um domingo por mês. Mas a Covid-19 chegou e, com a doença, a impossibilidade de desenvolver esse trabalho presencialmente. O adiamento não desanimou o casal. "Acabando a pandemia, queremos dar andamento. Essa parada nos deu a oportunidade de sentar e centralizar nossas ideias", diz Cardozo, que, junto com a mulher, aproveita para tocar vários outros projetos, pessoais e coletivos.

Contágio positivo. Segundo os especialistas ouvidos pelo Estadão, uma pessoa motivada pode, sim, "contaminar" o parceiro, como ocorre com o casal Mônica e Cardozo. O mesmo vale para grupos da escola ou do trabalho.

"Somos seres sociais. Viver com uma pessoa que motiva te dá uma referência", explica Monica Heymann, especialista em desenvolvimento humano. "É possível incentivar o outro para que ele encontre sua motivação interna. Isso é contagiante. Mas há também a parte de cada um, do indivíduo. Só se leva a pessoa até determinado ponto, o restante depende dela."

A psicóloga Priscila concorda, mas acrescenta que o efeito oposto também pode ocorrer. "Todas as emoções, positivas ou negativas, são contagiantes", diz. "Se alguém segura minha onda quando não estou bem, pode me ajudar e me contagiar positivamente, ressignificando as coisas e fazendo a diferença. Assim como ter pessoas desmotivadas à sua volta pode provocar um impacto no seu desempenho."

Pela arte. Pai e avô, o professor de música Denne Oliveira, de 53 anos, não se cansa. Ele dá aulas em escolas de música, tem uma banda de maracatu, promove congressos educacionais, participa de um projeto para orientação de vestibulandos, estuda filosofia e faz pinturas no tempo livre. Fora da quarentena, ainda toca em bares.

"Eu me satisfaço em ver as pessoas pensando e aprendendo. Um sorriso para mim já é uma realização", afirma o músico, que pretende oferecer um projeto cultural com aulas de teatro, música e dança após a pandemia. "Moro próximo de uma comunidade e vejo muitas crianças se perdendo. Quero ver o mundo diferente."

A mulher dele volta e meia pede uma pausa para que consigam ficar um tempo juntos, mas todos na família se orgulham da sua dedicação e apoiam seu jeito de viver intensamente.

Especialistas explicam que a motivação é muito positiva, mas dizem que os superanimados também precisam redobrar a atenção para manter o equilíbrio. "Se o que eu estou fazendo com finalidade externa tiver ganchos emocionais com a minha motivação intrínseca, é o melhor dos dois mundos", diz a psicóloga Priscila. "Tem aderência com o que eu sinto, é prazeroso, é algo que liga a mente e a emoção."

Monica, que além de especialista em desenvolvimento humano faz coach de carreira e para executivos, lembra que é sempre preciso dosar. "Se eu tenho uma mente proativa e muita motivação, o que isso me traz? De onde isso vem? É bom desde que não atrapalhe a rotina, quando há equilíbrio", afirma.

No início. Ainda no começo da carreira, Felipe Moreira, de 21 anos, já tem uma rotina cheia de responsabilidades. O estudante de publicidade e propaganda trabalha com edição de vídeos e documentários e produz clipes. Também faz freelas fotográficos e de filmagens.

O jovem diz que estar sempre construindo algo novo dá uma sensação de realização. "Também tem algo de identidade. Sou uma pessoa que vem da periferia. Quando a gente vem desses lugares, precisa fazer mais para chegar a outros lugares, alcançar nossos objetivos", afirma o universitário. "É uma das coisas que me motivam a ir além."

Rua Virtual

A preparação começou cedo, por volta das 5h30 daquele domingo, 5 de abril. Fernando Oliveira, de 34 anos, acordou sem demora. Na véspera, já tinha separado a roupa, o energético, a garrafa de água e os apetrechos que usaria na corrida. De moto, gastou cerca de 15 minutos para ir de casa até o trabalho, ambos no bairro do Ipiranga. Ao chegar, fez exercícios de aquecimento e às 6h40 iniciou, na garagem do prédio da empresa, sua primeira maratona, no horário e no dia em que teria participado da largada da Maratona Internacional de São Paulo. Oliveira e outros milhares de corredores estavam inscritos na tradicional prova, adiada para novembro por causa da pandemia.

"Foi um baque", resume ele, quando ficou sabendo que não haveria o evento. Fazia quatro meses que treinava regularmente - apesar de sua rotina puxada como estoquista de dia e entregador de pizza à noite - para enfrentar o maior o desafio de um corredor. Para não perder os treinos e levantar o ânimo, recorreu a uma prova virtual: fez o cadastro em um aplicativo e se inscreveu na corrida de 42 quilômetros.

Com um relógio de GPS, Oliveira cronometrou o tempo em que percorreu a distância. Mandou os dados para o aplicativo, que validou o seu desempenho e o recompensou com uma medalha. "Foi a medalha mais importante das 26 provas que fiz", diz. Ele tatuou a conquista da primeira maratona na panturrilha esquerda e postou fotos da medalha nas redes sociais.

Oliveira gastou 4 horas, 55 minutos e 55 segundos para completar o percurso. Foram 840 voltas na garagem sob o sol intenso. Na plateia, apenas o vigia da empresa e alguns moradores do prédio vizinho. Durante a prova, ouviu música e podcast para quebrar a monotonia. Imaginou que estava numa prova de rua e tentou reproduzir os rituais da maratona. Ao completar 41 km, por exemplo, tomou uma dose de cerveja para comemorar a "quase" missão cumprida, como é tradição. "Isso me deu motivação para terminar."

Assim como Oliveira, muitos corredores estão se inscrevendo em provas virtuais por causa da pandemia. E o aumento da procura foi sentido pelas empresas do setor. O aplicativo brasileiro 99RUN, por exemplo, registrou crescimento de 300% no número de participantes de corridas virtuais depois da covid-19.

"Quando começou a pandemia fiquei com muito receio de qual seria o impacto e esperava até que fosse negativo, porque as pessoas não estavam treinando", conta Daniel Ludwig Pawel, criador da plataforma brasileira. "Mas tivemos um boom de inscrições."

No aplicativo, o número de corridas virtuais, feitas em esteiras, escadarias de prédios ou quintais, aumentou 40%. Até a corrida estacionária, que antes era apenas um exercício de aquecimento, as pessoas hoje estão fazendo por até uma hora seguida.

Virtual. Quatro anos atrás, quando começou a plataforma, a intenção de Pawel, que também é corredor, era criar um aplicativo que facilitasse a vida dos atletas que viviam fora dos grandes centros e não tinham acesso às provas.

Depois, conseguiu conquistar os que faziam provas de fim de semana e também queriam competir durante a semana. "Com a pandemia e o isolamento, as provas foram canceladas ou adiadas e muitos que tinham preconceito passaram a experimentar as provas virtuais."

Mario Sérgio Andrade Silva, fundador e diretor da Run Fun, uma das primeiras consultorias especializadas em treinamento de corredores e de ciclistas, confirma esse quadro. Diz que antes da pandemia já se fazia tentativas de provas virtuais. Mas poucas pessoas participavam. Mas o cenário mudou. Ele cita dois exemplos de provas tradicionais que pela primeira vez, recentemente, ganharam versões virtuais: o Ironman, que realiza competições de Triathlon, e o Comrades, a ultramaratona realizada na África do Sul, um circuito de até 92 quilômetros.

 

Ultramaratona

Acostumado a correr longas distâncias ao ar livre e em condições nem sempre fáceis, o executivo Alexandre Martinez, de 44 anos, viu sua rotina intensa se resumir a treinos dentro de casa durante a quarentena. Quando soube que provas de ultramaratona estavam sendo adaptadas aos novos tempos, resolveu participar e se inscreveu logo na corrida de 150 km.

No novo formato, a corrida é feita ao longo de dez dias, e percurso e tempo têm de ser comprovados pelo atleta e validados diariamente pela organização - o corredor é desclassificado se quebrar a rotina.

"A divisão da corrida em vários dias dá a impressão de que é mais fácil do que se fosse de uma só vez, mas não é verdade. Você tem a sua rotina de casa e trabalho, que não parou, e seu corpo reage de forma diferente ao longo dos dias. É tão desafiador quanto", afirma. "Muito disso tem a ver com motivação. Tenho três filhos, que estão acostumados a me ver fazendo grandes corridas e desafios, mas neste momento quis mostrar para eles que é possível, mesmo com um monte de restrição, fazer coisas grandes."

Sócio-fundador da Foco Radical, Christian Schmidt explica que os organizadores de provas presenciais estão migrando para corridas virtuais por meio de parcerias com plataformas existentes ou por conta própria. "O modelo da corrida virtual é o que se apresenta como possível neste momento, mas é um mercado novo", pondera.

Iniciativa própria. Enquanto os organizadores de provas se articulam para virar a chave do mundo real para o virtual, amantes de corridas fazem por iniciativa própria suas provas a distância. Informalmente, eles usam redes sociais e dispositivos de videoconferência para reproduzir o que até pouco tempo atrás acontecia nas ruas.

Atleta há 26 anos, Marta Bréscia, de 61, acumula nada menos do que 14 maratonas no currículo. Assim que o isolamento social começou, ela não queria nem poderia interromper sua rotina de treinos. Asmática, Marta vê nas corridas uma forma de preservar a saúde. Foi assim que decidiu começar a correr dentro do apartamento mesmo, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.

Uma experiência que ela decidiu usar para organizar uma corrida virtual com o grupo que costuma treinar no Parque da Água Branca, na mesma região. "Achei que o meu grupo estava meio paradinho."

A corrida ocorreu no fim de maio e seguiu todo o ritual de uma prova física. Com a adesão de mais de uma dúzia de companheiros de treinos, ela criou um grupo de WhatsApp dos participantes. As postagens começaram na véspera, com as fotos do uniforme pronto. No dia, pontualmente às 8 horas, foi dada a largada, com o áudio da contagem regressiva de uma prova de rua, que teve até trilha sonora do filme Carruagens de Fogo.

"Foi maluco aquilo, veio uma emoção e comecei a chorar", lembra a professora de educação física Maria Alice Zimmermann, de 51 anos, uma das participantes. Cada um correu no local que tinha à disposição: dentro de casa, na garagem, na quadra do prédio.

Na opinião da professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e psicóloga do esporte Katia Rubio, ao realizar provas virtuais os corredores tentam buscar, a fórceps, a situação de normalidade perdida nos últimos meses. A especialista destaca que muito mais do que praticar o esporte, a intenção é manter os ritos de uma atividade essencialmente social. E a medalha, que é o reconhecimento, atesta isso. "A pandemia tornou mais visível a sociabilidade promovida pela corrida. Se havia dúvidas de que essa atividade é de grupo, agora não há mais."

Idosos precisam de propósito

Pertencentes a um dos grupos de risco da covid-19, os idosos estão ainda mais submetidos ao isolamento por causa da pandemia. Muitos deles encontravam motivação em atividades em grupo como ginástica, universidade para terceira idade e atividades culturais, que hoje estão suspensas. Como lidar então com esse cenário e encontrar ânimo para levantar todos os dias?

Para Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade no Brasil, que dirigiu por 14 anos o Programa Global de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), não estamos diante de um problema exatamente novo: a solidão, diz ele, já era enfrentada por 4 milhões de brasileiros antes da pandemia.

Em entrevista ao Estadão, Kalache comenta sobre a resiliência que os idosos costumam ter durante crises como a que estamos vivendo e destaca a importância da sociabilidade para o envelhecimento saudável. "Mais importante ainda é ter um propósito, para não sentir que a vida está vazia", afirma. Um dos lugares em que idosos podem encontrar essa motivação é no trabalho voluntário, sugere.

A seguir, confira os principais trechos da entrevista.

Quais são os principais impactos que a pandemia pode causar nos idosos?

A covid-19 não forjou nossas mazelas, ela apenas está deixando-as escancaradas. A pandemia traz à tona questões muito antigas. O isolamento de idosos não é uma questão apenas deste momento: cerca de 4 milhões de idosos vivem sozinhos no Brasil, e são pessoas que mesmo antes da pandemia estavam habituadas a viverem só. Muitos idosos enfrentam essa solidão com muita dificuldade, porque não foi por opção - são pessoas que, por exemplo, não tiveram filhos ou os filhos vivem longe. Há também a questão do abuso e dos maus-tratos ao idosos, cujos registros têm aumentado no disque-denúncia. Mas, como sempre, em um país com tantas desigualdades, os efeitos da pandemia são bastante variáveis, dependendo da caixinha em que você está. Há pessoas idosas que têm recursos tecnológicos e sabem usar as ferramentas, o que faz com que elas estejam isoladas sem estarem sozinhas. Ao mesmo tempo, existem idosos que estão preocupados se vão ter o que comer hoje.

Como os idosos costumam lidar com situações adversas?

Em geral, eles costumam ter bastante resiliência. Como o idoso já passou por muitas e boas, ele consegue ver que há uma luz no final do túnel, enquanto uma pessoa jovem facilmente se desespera, entra em ansiedade e fica com medo da situação. O idosos olha para trás e lembra que já viveu outras adversidades que passaram. A resiliência é você dispor de reservas internas para vencer as dificuldades, os traumas e até as perdas que uma vida mais longa pressupõe. Entretanto, apesar de idosos serem mais resilientes, eles estão sentindo hoje a perda dos dias sem poder ver os netos, os amigos e sem poder passear. E eles sabem que essa é uma grande proporção da vida que lhes resta.

Muitos idosos que se dedicavam a atividades fora de casa tiveram uma mudança de rotina agora na pandemia, com o confinamento. Que efeito isso pode trazer para eles?

Fazia parte do dia a dia de muitos idosos frequentar espaços que promoviam atividades lúdicas, culturais e físicas. Alguns frequentavam programas de universidades para terceira idade também, e passavam a semana inteira esperando a hora de ir para aula, para aprender e conversar. Muitas vezes frequentar essas atividades significa encontrar pessoas: não é só ir fazer a ginástica, tem uma troca e você está participando e mantendo as suas relações. Muita gente deve estar sentindo falta disso. É uma geração que, mesmo que tenha adquirido o básico em questão de tecnologia, não tem a mesma versatilidade e também não acha tão fácil seguir uma aula de alongamento pelo celular, por exemplo. Isso tem um efeito físico, já que idosos perdem massa muscular mais rapidamente, e também um impacto emocional, que pode se traduzir em um sentimento de solidão.

Qual é a importância da sociabilidade nesta fase?

Existem alguns fatores que, se acumulados, podem ajudar você a envelhecer com qualidade de vida e a se tornar um idoso vivo e ativo. Primeiro, há os capitais de saúde: acho que todo mundo concorda que se a saúde vai embora, a qualidade de vida também vai. Há também os capitais de conhecimento, porque é importante aprender constantemente para não se tornar obsoleto. Um outro fator é justamente o capital social, mantendo amigos e relacionamentos. A sociabilidade é inclusive um fator de proteção, como ter alguém que cuide de você caso surja alguma doença. Por fim, há o capital financeiro, que não resolve tudo, mas ajuda no envelhecimento. Contudo, esses capitais sozinhos não são suficientes: eles não adiantam se você não tiver um propósito de vida, se não souber por que acordou e se vai levando a vida sentindo que ela está vazia.

É comum que idosos percam esse propósito na velhice?

Isso acontece sobretudo com os homens idosos, que ao longo da vida se acostumaram a depositar todas as fichas na profissão. Quando eles se aposentam de repente, ficam perdidos. O trabalho voluntário é uma boa opção para encontrar propósito. Encontre uma causa e faça o bem para alguém. Em um país com tanto problema social, tem muita gente precisando da sua ajuda.

O senhor acha que é possível manter a sociabilidade durante a pandemia?

Temos depoimentos de pessoas que estão agradecendo que existe chamada de vídeo para poder falar com seus netos. A tecnologia, para quem pode utilizá-la, está sendo uma ferramenta salvadora.

É importante o idoso manter desafios e metas?

Estabelecer metas e desafios é algo importante durante a vida toda. A vida é um curso: você não se transforma de repente aos 70 anos. Quanto mais cedo você começar a se preparar para a tal da velhice, tendo metas e objetivos, melhor. Se você não começou aos 20, comece aos 30, ou então aos 50. Você vai precisar de metas, disciplina e determinação para lidar com esse tempo maior que surge com a velhice. A vida antigamente era uma corrida de 100 metros, mas hoje é uma maratona. É importante a cada dia atingir uma meta e fazer um pouco mais para si a fim de chegar bem no final maratona.

Qual conselho o senhor daria para um idoso que está solitário e angustiado agora durante a pandemia?

É possível manter desafios agora, podem ser objetivos bem triviais, como se propor perder alguns quilos se você estiver precisando emagrecer. Pode ser uma meta também manter os amigos e manter o espaço de casa limpo. Faça com que esse lar em que você está confinado seja um ambiente agradável, abra a janela para arejar essa vida que está com bolor. Abra também aquele armário que está entulhado de coisas e separe o que precisa jogar fora e o que pode doar. Essa limpeza tem de ser no espaço físico, mas também na alma e no coração. A pandemia está mostrando o quanto a vida é frágil. Aproveite o confinamento para pensar em pedir perdão, para resolver mágoas. Tente fazer a vida mais leve, com bom humor. Olhe para o seu envelhecimento como uma tremenda conquista.

Adolescentes driblam tédio e rotina restrita

 

Não é fácil ser adolescente. Muito menos um adolescente que só está em contato com os amigos pelas redes sociais e passou de uma hora para a outra a fazer aulas a distância, enquanto vê no noticiário o avanço da covid-19. Mesmo assim, Rafael continua com suas aulas de dança, driblando o pouco espaço na sala de casa. Paolo, depois de vencer o coronavírus, cuida do físico e da cabeça. E Manuela tem se revelado uma bela escritora.

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Eles são alguns dos milhares de adolescentes que precisaram se adaptar a novas rotinas. E tudo isso sem o bônus das conversas no recreio, das festas ou das tardes de videogame com colegas. Mas eles vão encarando essa realidade e reconhecendo em si o que gostam e o que poderiam fazer diferente. Equilibram a angústia com encontros virtuais, séries, livros e várias horas no TikTok.

"Os adolescentes estão sentindo falta dos amigos, de se ver não só pelos aplicativos. Todos estamos dando conta de elaborar essas faltas e achar substitutos", explica a psicanalista Luciana Saddi, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. "Temos recursos para isso. E os adolescentes, também."

Manuela Paulino, de 14 anos, se arrepende de não ter se despedido como gostaria dos amigos no último dia de aula antes da quarentena. Achava que apenas fariam uma pausa de duas semanas. A ficha foi caindo aos poucos, com a divulgação da programação de aulas.

A saudade dos amigos é o que bate mais forte. "Depois de um tempo, consegui criar um ambiente para mim, filtrar as notícias que chegam do mundo de fora", diz a aluna do 9.º ano, que escreveu um texto sensível e maduro sobre a quarentena para um sarau online de sua escola, em São Paulo.

Escrever, aliás, é algo que ela faz sempre que se sente inspirada. Esse texto da escola nasceu das observações que vai anotando em seu diário, à mão, com a letra redondinha. Para aplacar a falta dos amigos, tem escrito sobre eles. E, como qualquer adolescente, está passando muito tempo conectada e no TikTok.

Busca pelo foco. Como Manuela, Maria Luiza Salvatori, de 17, vem tentando se proteger de notícias pesadas. Conta que tem seguido páginas mais positivas na internet. "Sinto um medo constante", diz. "Eu sei que se eu pegar, vou ficar bem e me tratar, mas me preocupo com meus avós, com meus pais, com as pessoas do prédio. Sinto empatia, sabe?"

Malu está às vésperas do Enem e tem sentido dificuldade de se concentrar. "Em casa, é tudo mais flexível e me pego procrastinando. Adoro ler, mas não tenho conseguido focar em nada", diz a estudante, que quer cursar ciências políticas.

De acordo com a psicóloga Edna Oliveira, a família pode ajudar a motivar os adolescentes neste momento. "Claro que não é fácil, mas é preciso abrir um caminho do qual você, pai, faça parte", sugere. "Posso chamar esse adolescente para uma atividade ou pedir a ajuda dele."

Essa proximidade, com todos ficando mais em casa, é uma oportunidade para a família se conhecer melhor. "Muitos pais não sabem o que motiva os filhos", diz Edna. "Esse é o momento de perguntar."

Após o coronavírus

Paolo Carrenho, de 16 anos, também achava que seria fácil se tratar, caso ele pegasse o coronavírus. E sua quarentena começou bem, na euforia de poder ficar em casa, na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Estudante e jogador de futebol, ele continuou fazendo exercício e foi tocando a vida. Viu o tédio se aproximando, até que no dia 14 de maio os primeiros sintomas da covid-19 apareceram.

"Sempre tive uma boa saúde e achei que os efeitos não seriam tão absurdos se eu pegasse. Mas o coronavírus é muito silencioso." Paolo teve os sintomas intestinais e torceu para não sofrer com a falta de ar.

Durante a doença, o garoto viu séries e filmes. Ainda leu Felicidade: Modos de Usar, de Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé e Mario Sérgio Cortella. "Agora, estou tentando manter o físico e não atrofiar o cérebro."

Irmão de Paolo, Rafael, de 14, passou a temer a covid-19 quando precisaram de se isolar. "Tive medo que ele piorasse e fosse internado. Agora, temo que alguém mais pegue e eu não consiga me despedir", diz Rafael.

A psicanalista Luciana explica que muitos jovens vêm ficando angustiados por estarem sendo confrontados, pela primeira vez, com a morte. "Muitos pais não sabem falar disso com os filhos", afirma. "As pessoas precisam conversar mais sobre a morte, sobre o medo de morrer. Assim, a angústia passa a ser nomeada e nos tranquilizamos."

Rafael, por exemplo, ficou mais em paz quando se deu conta de que o medo não era só dele. Na quarentena, o garoto continuou fazendo de casa suas aulas de dança. Também se aproximou da cozinha. "Descobri que sei fazer algumas coisas."

Mesmo com as dificuldades, a psicanalista Luciana acredita que, de modo geral, os adolescentes estão se saindo bem durante a quarentena. Muitos conseguem ser criativos, estudar e ocupar o tempo, na opinião dela. A psicanalista sugere uma relação mais equilibrada entre pais e filhos, sem pressão demais ou proteção exagerada.

É necessário, no entanto, ficar atento para casos mais sérios, quando o medo acaba paralisando o jovem. "Então, é preciso procurar ajuda." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Xuxa Meneghel está prestes a lançar alguns livros! Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a apresentadora está escrevendo uma autobiografia durante a quarentena.

Ela já estaria terminando de escrever o livro, que contará a própria vida desde a infância, passando pelos bastidores do Xou da Xuxa até o nascimento da única filha, Sasha Meneghel.

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Sem alardes, ela também já prepara o lançamento de dois livros infantis que a editora GloboLivros lançará no segundo semestre. Para 2021, a eterna Rainha dos Baixinhos terá ainda mais dois livros publicados.

Não parece exagero dizer que plataformas de streaming e redes sociais mudaram nossa maneira de consumir música. Quando popularizaram o videoclipe, lá no princípio dos anos 1960, os Beatles mal poderiam vislumbrar que o auge daquele formato se daria no século 21, quando áudio e imagem selaram um casamento feliz e sólido. O ano de 2020, no entanto, trouxe o que talvez seja a primeira grande crise para esse matrimônio. A pandemia do novo coronavírus confinou músicos e videomakers em suas casas, por conta das medidas de prevenção à contaminação do vírus, obrigando a produção e a criatividade dos artistas a irem além.

E foram mesmo. Presos em suas casas, artistas têm usado das estratégias mais mirabolantes - às nem tão mirabolantes assim - para continuarem criando sem deixar nenhuma das etapas do trabalho de lado. A quantidade de videoclipes lançada no período da quarentena é uma prova de que o ‘novo’ modelo de consumo da música tem força, e ela é suficiente para driblar até as distâncias físicas e geográficas, sem falar nas dificuldades práticas do processo criativo. 

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Reprodução/Facebook

Mayara Pera já fazia de seu lar um espaço de criação desde 2017. Com os dois filhos ainda bem pequenos à época, essa foi a solução que a cantora encontrou para dar continuidade ao trabalho ao passo que se dedicava à maternidade. No entanto, a quarentena se instalou justamente no momento em que a artista havia decidido entrar em estúdio e não só a gravação de um disco sofreu alterações como a parte imagética de seu trabalho também. 

“Palhaço tinha um destino totalmente diferente antes da quarentena. Fechei com uma pequena equipe para produção do clipe, fiz um roteiro com sua maioria cenas externas , o que no momento que a gente vive seria impossível fazer essas gravações na rua”. Palhaço é o último single lançado por Mayara (no dia 13 de junho), e  chegou devidamente acompanhado de um clipe. A produção sofreu uma reformulação em virtude da pandemia, mas acabou também trazendo um novo tom à criação da artista.

Em meio às reflexões acerca do desenrolar da crise de saúde no mundo e de como ela própria lidaria com a situação, Pera passou cerca de 30 dias maturando o seu fazer artístico. Ela diz que, embora tenha atuado sozinha, esse trabalho foi o resultado de várias pequenas parcerias que se deram em conversas com colegas de profissão e pessoas que compõem sua equipe, como Pedro Gonçalves, seu figurinista. “Como artista, esse momento tem sido uma escola. Me lembro que tava querendo tempo pra  conseguir produzir as coisas sem a correria dos shows e dos compromissos sociais, hoje eu tô com esse tempo, tirei os dias de hoje pra aprender, e para compreender, porque além da música ser um trabalho, é um sentimento, é um ser espiritual pelo qual tenho bastante devoção”.

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Para Mayara, trabalhar ‘sozinha’, confinada em sua casa, tem sido uma rica experiência que além de provar sua própria capacidade tem feito com que ela também reveja a importância do coletivo em suas produções. “Acho que o mais importante nesse processo é a gente entender que é bom demais trabalhar com uma equipe que tem suas funções delegadas e que o trabalho em equipe vai sair muito mais massa, mas a gente também precisa saber que se por algum momento, esse trabalho em equipe não seja possível, temos a capacidade de botar a cabeça pra funcionar e fazer também, porque é o que a gente tem pra hoje e isso é um exercício importante pra nossa capacidade cerebral”.

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O multiartista caruaruense Gabriel Sá também está aproveitando a quarentena para se dedicar aos videoclipes. Durante este período, a impossibilidade de juntar as pessoas e se deslocar por grandes distâncias, fez o cantor se debruçar em trabalhos possíveis de serem desenvolvidos com o  mínimo de participações externas possível. 

Para a produção do clipe de Ser Negro, Gabriel apostou no formato lyric video, em parceria com Jackson Freire, mas também não abriu mão de uma produção que desse ao tema a visibilidade que merece. “A questão (era) mostrar o negro em várias formas, o negro em totalidade de suas belezas, que todo negro tem sua beleza. Por vezes todo mundo acha que ser preto é todo mundo igual, mas existem diferenças assim como qualquer ser humano, existe negro gordo, baixo, alto, de todas as formas como qualquer ser”.

Tentando atender aos protocolos de segurança relativos ao coronavírus, Gabriel contou com apenas uma pessoa para captar as imagens e oito no elenco do vídeo. “Foi bem corrido. Uma pessoa chegava, gravava 30 minutos, a gente higienizava tudo e assim foram com as oito”. O clipe de Ser Negro foi lançado no dia 29 de maio, em comemoração ao aniversário de 34 anos do artista e suas duas décadas de carreira. Mas os fãs  também foram levados em conta na hora de decidir a data de lançamento do trabalho: “Para não deixar o público ocioso por conta de tanto atraso do disco Pássaro Mensageiro - que já era pra tá saindo no começo do segundo semestre -, (foi) pra não deixar o público esperando”. 

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Da quarentena para a vida

Mayara e Gabriel são artistas de estilos bem diferentes, mas ambos têm a mesma opinião quanto a importância dos videoclipes, sobretudo em um período tão atípico quanto esse de quarentena. “Sem previsão de show, a maneira que o artista tem de permanecer ativo é produzindo não somente canções, mas as imagens. Isso vem sendo algo tão forte, que muitas vezes a gente prefere fazer uma chamada de vídeo do que uma chamada de telefone e isso não é diferente com relação ao que a gente consome musicalmente”,  diz a cantora. 

Apostando nisso, Mayara já tem engatilhados outros dois clipes, um com previsão de lançamento ainda para 2020 e o outro para o próximo ano. Além disso, seu canal no YouTube conta com várias outras produções, todas feitas em casa e segundo ela, para “maratonar”. 

Divulgação

Gabriel também acredita que a força dos videoclipes ganhará impulso no pós-quarentena. “A gente sabe que o quanto a música com a imagem hoje em dia ela tem mais acesso.  Acho que agora é que vai fortalecer esse tipo de presença no nosso trabalho porque as pessoas já vinham com esse hábito, você soltar só a música ela tem um alcance e quando você solta com uma imagem a gente alcança outro nível”. O artista já  tem uma série de produções pensadas para os próximos meses. Em julho e agosto chegarão outros dois lyric videos e a previsão do músico é que o disco Pássaro Mensageiro seja lançado no final de 2020. 

 

O FK Rostov se viu diante de uma situação nova nesta sexta-feira (19), na volta do Campeonato Russo. Seis atletas testaram positivo para a covid-19. Isso obrigou que todo o elenco profissional fosse posto em quarentena para evitar uma maior proliferação dentro do clube e nos atletas da equipe adversária. 

O Rostov chegou a solicitar às autoridades o adiamento da partida, o que foi negado inclusive pelo time rival. A solução encontrada foi a utilização dos atletas sub-17. O Rostov acabou então goleado por 10 x 1 pelo Sochi

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Após o jogo, o clube parabenizou toda a equipe de jovens atletas, em especial o goleiro Denis Popov que fez 15 defesas difíceis e quebrou recorde da liga em um só jogo. O arqueiro ainda defendeu um pênalti e agradeceu o apoio dos fãs.

Para quem toca maracatu de baque virado, a chegada do segundo semestre é o fim das férias pós-Carnaval. É quando batuqueiros e demais integrantes das nações, em Pernambuco, começam a tirar a poeira dos instrumentos e figurinos para começarem a preparação de mais uma festa. Alguns, iniciam os trabalhos até antes disso. Em 2020, porém, o movimento será diferente. Com a pandemia do novo coronavírus ainda em curso no Estado, e no Brasil, não se sabe como será o Carnaval de 2021 e os brincantes precisam de estratégias para não deixar o brinquedo morrer. 

É aí que entram as redes sociais, que abriram espaço para que a tradição possa ter sua manutenção garantida durante esse período de distanciamento social e incertezas. Se em meados do século 20 Chico Science fincou uma parabólica na lama e assim levou o peso do maracatu para o resto do país e parte do mundo, a nova geração, neste século 21, afinou os modens e diminuiu ainda mais os limites geográficos para cultura pernambucana. Apesar de secular, o baque virado provou ser adaptável aos novos tempos e é através das lives, pelas ondas da internet, que batuqueiros, nações e mestres estão conseguindo manter seus tambores ressoando. 

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É de sua casa na comunidade da Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife, que o batuqueiro Vinícius Alves de Souza, o Vini, comanda a página Maracatus PE (@maracatuspe), com quase 1.300 seguidores. Integrante da Nação Sol Brilhante, e neto de uma das maiores referências dentro do baque virado - Dona Ivanise, fundadora da Nação Encanto da Alegria, falecida em 2007 -,  Vini criou o perfil para ajudar a promover as nações, sobretudo as menores. “É uma página para falar sobre maracatu, porque não tinha nenhuma, não tinha nenhum tipo de divulgação”, disse em entrevista ao LeiaJá.

Com a chegada da pandemia Vini resolveu movimentar o perfil promovendo lives com outros batuqueiros e mestres de diversas nações: “Eles não tinham onde se manifestar, contar sua história, falar sobre sua nação, e a página serviu pra isso. Fui o primeiro a fazer as lives e hoje quase todo dia tem uma live sobre maracatu em várias páginas, fico feliz por plantar essa semente”. Segundo Vinícius, a audiência das transmissões do Maracatus PE vem de países como Bélgica, França e Alemanha, além dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e outros. Tudo é feito de maneira simples, sem grandes aparatos, e às vezes, “a internet falha”, mas o resultado tem sido positivo e a resposta tanto do público quanto dos maracatuzeiros tem sido a melhor possível. “Já tenho umas lives agendadas que os próprios mestres me pediram”, comemora. 

Vini em live com o mestre Felipe, da Nação Encanto da Alegria. Imagem: Reprodução/Instagram

Próximo à casa de Vini, na comunidade do Alto José do Pinho, outro batuqueiro também resolveu abrir um canal de comunicação para as nações de maracatu. Thiago Rodrigo da Silva, mais conhecido como Thiago Nagô, tem conversado com batuqueiros e mestres de diferentes nações, no seu perfil pessoal (@thiagonago), em uma série que ele batizou de A vida e a história dos batuqueiros tradicionais dos maracatus nação. 

A motivação de Nagô é mostrar ao público a parte ‘de dentro’ das nações e seus integrantes, compartilhando uma vivência que muitas vezes fica escondida atrás do som dos batuques e do brilho dos figurinos. “O pessoal de fora quando vem visitar as nações de maracatu só vê o lado cultural do brinquedo, mas além disso existe uma vida pessoal do batuqueiro, do mestre, muitos com  trabalhos sociais e outros que passam por dificuldades financeiras durante o ano, fora do maracatu. Então eu queria que a gente pudesse compartilhar essas histórias de fora da nação, como é o dia a dia, como é lidar com preconceito, com racismo dentro das comunidades”. 

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Integrante da Nação Estrela Brilhante do Recife, Nagô já promoveu bate-papos com batuqueiros e mestres de diferentes gerações e nações - de Afonsinho, do Leão Coroado, herdeiro direto de um dos mais respeitados mestres de maracatu, Afonso Aguiar, falecido em 2018, ao mestre Teté, um dos mais antigos mestres em atividade em Pernambuco, liderança da tradicional nação Almirante do Forte.

Nas conversas, além de histórias pessoais e sobre as nações, Thiago e seus entrevistados compartilham fundamentos e ensinamentos do maracatu. O público tem aproveitado a oportunidade para entender um pouco mais sobre a manifestação pernambucana. “Tem muitos grupos espalhados pelo Brasil e fora do Brasil, isso talvez seja uma forma de eles se conectarem com a gente, com as nações de maracatu. É uma forma de comunicação com essa galera que não tem oportunidade de estar pagando passagem o ano todo para para vir para o Carnaval do Recife e acompanhar de perto as nações”. 

Thiago Nagô em live com o contra-mestre Toinho e mestre Teté, da Nação Almirante do Forte. Imagem: Reprodução/Instagram

A estratégia parece ter caído como uma luva para os brincantes e apaixonados pelo maracatu, mas existem limitações. Jamesson Florentino (@florentinojamesson), presidente e articulador da Nação Baque Forte (@maracatubaqueforte), de Tejipió, Zona Oeste do Recife, enumera algumas. “Você tem que ter tempo, local, equipamento, e daí a gente já percebe uma certa desigualdade para alguns grupos, alguns maracatus poderem realizar”. 

O articulador também tem feito lives em suas redes sociais, entrevistando integrantes de nações e compartilhando conteúdo relacionado à manifestação. A prioridade, segundo ele, é dar espaço para aqueles que têm mais dificuldade no acesso à comunicação. “A gente começou dialogando exatamente com esses maracatus que estavam meio à margem, mais distantes, e foi bem legal a resposta, a participação das pessoas. Mas você vê que são poucos grupos que fazem, acho que uns cinco no máximo e no universo de quantos tem, né? Existe um mercado em torno disso, e tem muitas pessoas que consomem. Eu esperava que houvesse uma coisa mais coletiva pra realizar essas interações por iniciativa de alguma organização que promovesse, mas não houve, conversando com outros grupos a gente resolveu tomar nossa própria iniciativa”. 

Mas, apesar de ver bons resultados vindos dessa interação em tempos de isolamento social, através das redes, Jamesson acredita que no pós-quarentena o ‘maracatu virtual’ não se firmará como uma tendência. “Os maracatus que tem uma certa estrutura, disponibilidade de pessoas que entendem desse tipo de procedimento talvez consigam continuar com esse formato, mas acho que isso não vai ficar não, porque o principal da cultura popular é o contato. A cultura é o povo na rua, o ensaio, o desfile, a comunidade batendo perna e vendo o que tá acontecendo”. 

Jamesson Florentino em live com mestre Marcelo Thompson, da Nação de Oxalá. Imagem: Reprodução/Instagram

EAD do batuque

Além de bate-papos e entrevistas, os batuqueiros estão promovendo também aulas de percussão à distância. Thiago Nagô é um deles. O percussionista levou sua experiência de oficineiro, com aulas e workshops presenciais realizados  em grupos de todo o Brasil, para a internet. Em turmas online, ele tem ensinado, além do maracatu de baque virado, ritmos tradicionais do Candomblé Nagô e da Jurema Sagrada, com as aulas de ilu. “É bem diferente com relação à aula presencial mas tá sendo uma experiência boa. Tô conseguindo administrar bem essas aulas, passar um pouco do meu conhecimento e poder também tá sobrevivendo da música que é o mais importante”.

Jamesson, do Baque Forte, também tem ministrado oficinas online. Ele ensina ritmos como afoxé e o coco, além de técnicas para instrumentos como congas, pandeiro e bombo, em aulas gratuitas. “Antes de fazer, eu conversei com várias pessoas da área pra me orientar sobre essa questão do mercado. Mas, a gente que é da cultura há um certo tempo nunca teve muito esse tato com a coisa do dinheiro, do cobrar por um conhecimento, então ficou difícil pra mim entender essa coisa de criar um espaço virtual, pra pessoas pagarem e aprenderem aquilo, já que é uma coisa que é do povo. Aí comecei a soltar alguns materiais ao vivo e alguns que eu tô organizando ainda”. 

Segundo o oficineiro, a experiência tem servido também para que ele próprio possa desenvolver um certo conhecimento com captação e edição de vídeo, e apesar de algumas dificuldades, o compartilhamento de saberes e experiências através das redes sociais tem sido positivo. “O pessoal gosta, acompanha. Eu tenho um pouco de limitação por causa de equipamento, espaço, mas à medida que você vai fazendo, vai melhorando, Talvez com o tempo eu vire um digital influencer”, brinca. 

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Onde e como se conectar

Apesar de dificuldades e limitações técnicas, a vontade dos maracatuzeiros de levar sua mensagem e tradições além parece ser maior. São vários os canais nos quais é possível acompanhar lives sobre o brinquedo pernambucano, conferir aulas dos ritmos tradicionais e ficar por dentro do que acontece no meio do maracatu. Além dos entrevistados desta matéria, vários outros batuqueiros e nações - sem falar nos vários grupos percussivos, apadrinhados por maracatus de Pernambuco, espalhados por todo o país -, têm aproveitado o isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus para se conectar pelas ondas da internet, seja pelo Instagram ou YouTube. Confira alguns.

Nação Estrela Brilhante do Recife (@estrelabrilhantedorecife); Nação Cambinda Estrela (@maracatunacaocambindaestrela); Nação Porto Rico (@ncaoportoricooficial); Nação Leão Coroado (@maracatuleaocoroado); Nação Gato Preto (@maracatugatopreto); Pitoco de Aiyrá (@pitocoaxetu). 

 

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Uninassau apurou como o recifense tem lidado com a pandemia do novo coronavírus. Feita entre os dias 11 e 14 de junho deste ano, com entrevistas a homens e mulheres acima dos 18 anos, o estudo levantou que elas compõem o público que mais respeita as determinações de isolamento social. Entre as ouvidas, 24% garantiu não sair de casa, durante esse período, de maneira alguma.

Entre os entrevistados, 64% respondeu que só saem de casa quando é realmente necessário. Já entre os 17% que responderam sempre sair, 24% eram homens e 12%, mulheres. entre os 19% que disseram não sair de jeito nenhum de casa durante a quarentena, 24% eram do sexo feminino contra 11% do sexo masculino. 

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Em relação à faixa etária, os maiores de 60 anos apareceram como os mais assíduos do isolamento, com 51% garantindo não sair de casa. A faixa dos 35 aos 44 teve um índice de 74% entre os que saem apenas para o necessário. Já entre os jovens de 18 a 24 anos, apenas 23% admitiu sair sempre de casa, não cumprindo de fato o isolamento social. 

O número de entrevistas foi estabelecido com base em uma amostragem aleatória simples com um nível estimado de 95% de confiança e margem de erro estimada de quatro pontos percentuais.

 

Longe da TV desde o fim do programa Estrelas, Angélica está aproveitando a quarentena para ajustar detalhes do seu próximo projeto. Enquanto a atração não estreia na Globo, a loira também está focada na família. Compartilhando alguns momentos com os filhos e o marido, o apresentador Luciano Huck, ela adotou uma nova função dentro de casa.

Sem poder sair de casa, Angélica foi promovida ao cargo de cabeleireira de Joaquim, Benício e Eva. No Instagram, Angélica mostrou o resultado de sua desenvoltura com a tesoura. O vídeo que mostra ela cortando o cabelo de Benício ganhou repercussão entre os famosos.

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Nomes como Grazi Massafera, Tom Cavalcante, Sandy e Nívea Stelmann aprovaram a mais nova modalidade caseira da apresentadora. "No meu salão faço unha e sobrancelha também. Tenho horários!", brincou Sandy.

Confira:

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A capital da China, Pequim, ampliou nesta segunda-feira (15) a área de quarentena para incluir outros 10 bairros, ao mesmo tempo que as autoridades de saúde tentam identificar as pessoas que visitaram recentemente um popular mercado de alimentos, considerado o novo foco de contágios.

A China registrou nesta segunda-feira 49 novos contágios do novo coronavírus, incluindo 36 casos em Pequim, uma situação que alimenta os temores de uma segunda onda de infecções.

O foco interno original na China, onde a doença foi identificada pela primeira vez no ano passado, foi em grande medida controlado, mas na semana passada foi detectado um ressurgimento de casos na capital. Além dos novos casos de Pequim, a Comissão Nacional de Saúde anunciou três casos confirmados na província de Hebei.

Pequim começou a fazer exames rigorosos no mercado de alimentos de Xinfadi, assim como nas pessoas que vivem próxima ao local e em qualquer cidadão que visitou a área nas últimas semanas. As autoridades anunciaram que planejam organizar testes com 46.000 residentes. Mais de 10.000 pessoas já foram submetidas a exames.

Onze bairros residenciais próximos ao mercado já estavam isolados e várias cidades advertiram os moradores a não viajar a Pequim. As autoridades também intensificam os esforços para rastrear quem visitou o mercado, com o envio de mensagens aos cidadãos para questionar seus deslocamentos recentes.

Nesta segunda-feira, o funcionário municipal Li Junjie informou em uma entrevista coletiva que novos casos foram detectados relacionados com outro mercado, o de Yuwuandong, no distrito de Haidian. Todas as escolas foram fechadas e os moradores de 10 bairros próximos receberam instruções para permanecer em confinamento.

No total, 177 pessoas estão contaminadas atualmente com o novo coronavírus na China, duas delas em estado grave.

De repente, o celular toca. Numa mensagem de WhatsApp, um amigo pede ajuda. Precisa fazer um depósito urgente e está com problema no aplicativo do banco. Pergunta se pode fazer para ele e no dia seguinte devolve o dinheiro. A história faz parte de um dos golpes mais populares dos últimos meses, sobretudo durante a quarentena. Com mais pessoas em casa por causa do isolamento social e aumento de operações no comércio eletrônico, as tentativas de fraudes virtuais estão em alta.

No período entre 20 de março e 18 de maio, a busca de informações pessoais e bancárias de brasileiros na chamada dark web cresceu 108%, segundo pesquisa feita pela Refinaria de Dados, empresa especializada na coleta e análise de informações digitais. O número de buscas diárias alcançou 19,2 milhões ante 9 milhões no período pré-covid.

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O sócio da companhia, Gregório Gomes, responsável pelo trabalho, explica que normalmente quem rouba os dados pessoais das pessoas não é quem aplica o golpe. Eles conseguem um banco de dados e vendem para criminosos na dark web. "São sempre dois atores diferentes, o que dificulta a ação da polícia", afirma o executivo.

Outro dado que corrobora o aumento das tentativas de golpes virtuais é o crescimento dos chamados phishings, nome dado a prática que usa e-mail ou SMS para roubar informações do usuário. Segundo informações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o número de phishings aumentou 70% no pós-covid. Neste caso, os criminosos enviam mensagens com informações que chamam a atenção do usuário, que clica em um link e, a partir daí, permite a captura dos dados pessoais.

Mensagens fraudulentas

Durante o isolamento social, as mensagens feitas pelos criminosos para atrair a atenção dos brasileiros quase sempre mencionavam as palavras covid, auxílio e Caixa - expressões que mais cresceram no período. Cerca de 39% das mensagens tinham a palavra covid; 36%, auxílio; e 33%, Caixa (ver gráfico). "Das tentativas de phishing no Brasil, 73% dos disparos foram feitos por SMS", diz Gomes.

Segundo ele, boa parte dos dados conseguidos nessas ações é vendida em sites da dark web. O que explica a reativação de mais de 250 marketplaces ilegais nesse submundo da internet. O executivo explica que vários sites haviam sido fechados anteriormente por ações da polícia, mas agora voltaram a atuar.

O diretor da comissão de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, afirma que 70% das fraudes têm origem na engenharia social. "Os criminosos sabem que é difícil transpor os mecanismos de segurança. Então eles se valem de formas para conseguir que as pessoas passem os dados para eles." Com mais pessoas em casa e online, eles criam páginas falsas e capturam as informações.

Um golpe comum, diz ele, é alguém ligar perguntando se a pessoa fez uma compra num determinado valor. Diante da negativa do usuário, ele afirma que é do banco e pede para confirmar os dados. Ele informa alguns e pede outros. "São golpes que parecem simples, mas muita gente cai." Portanto, afirma o executivo, desconfie de promoções mirabolantes, promessas muito fora da realidade e não clique em links suspeitos. Além disso, os bancos não pedem para digitar ou informar senhas.

Comum

Segundo o delegado Carlos Ruiz, da 4ª Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos (DIG/DEIC), as fraudes mais comuns têm sido os leilões virtuais de automóveis, em que criam sites falsos, vendem o carro e desaparecem; a clonagem de WhatsApp; e o roubo de perfil de redes sociais, usados também para ameaçar e extorquir seguidores.

Para Daniel Marchetti, da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), a rápida mudança no comportamento de gastos do brasileiro durante a pandemia fez com que os fraudadores se aproveitassem do momento.

Segundo ele, diante desse novo cenário, as instituições mudaram suas estratégias internas para evitar os golpes e intensificaram as ações de comunicação com os clientes.

Em nota, a Caixa afirma que não envia e-mails ou mensagens pedindo informações e nem realiza ligações para os cidadãos. Também diz que não manda SMS com link.

"Pela primeira vez tive o meu cartão clonado"

Viviane Carmezim estava trabalhando em casa quando recebeu uma mensagem de WhatsApp de um número novo, mas com a foto do filho e da neta. Na mensagem, a pessoa falava que havia trocado o número e era para ela gravar esse novo.

Acreditando ser o filho, Viviane questionou por que havia mudado o número e a pessoa explicou que havia conseguido um plano melhor. Conversa vai, conversa vem, a pessoa disse pra ela que por causa da troca do número estava com problemas para acessar o aplicativo do banco e pediu para ela depositar um valor de R$ 40 mil.

Viviane disse que só conseguiria fazer a metade do montante. Mas, achando estranha a história, tentou ligar para o filho, que dizia não poder falar. Ela imaginou que ele estava em alguma reunião de trabalho e acabou fazendo a transação. Antes de dar o ok, enviou o montante e a conta para o fraudador, que confirmou os números. Então, Viviane concluiu a transação.

Ao enviar o recibo para o filho, por equívoco, mandou para o celular do filho (não o do fraudador). Imediatamente, o filho ligou para a mãe para entender o que era aquele comprovante e disse que era um golpe. Viviane ficou desesperada, afinal tinha transferido para um criminoso R$ 21 mil. "Dez minutos depois de fazer a transferência, liguei para o banco e graças a deus consegui reverter a transação. Mas foi muita sorte eu mandar o recibo para o celular correto do meu filho."

No caso da designer Pamela Bortolanza, a fraude ocorreu no cartão de crédito. Três dias após usar o cartão num site de doação, recebeu uma mensagem de um gasto de R$ 1,5 mil. No dia seguinte, outras despesas, como táxi e supermercado. "Foi a primeira vez na vida que tive um cartão clonado. Sempre tive muito cuidado."

Na mesma semana que foi vítima do golpe, ela conta que seu ex-marido teve a conta do WhatsApp clonado. O fraudador disparou mensagens para várias pessoas pedindo dinheiro, mas não teve sucesso, diz ela.

Apesar da quarentena, Luisa Mell não deixou de lado suas atividades em prol da causa animal. A ativista continua fazendo resgates de cães e gatos abandonados e agora quer promover uma nova forma de adotantes em potencial chegarem até esses bichinhos: através de lives. 

Após ter se recuperado de Covid-19, Luisa tem mantido suas atividades, mas com cuidado redobrado. Ela continua fazendo resgates de animais, fazendo uso de máscara e luvas descartáveis. Além disso, ela tem distribuído quentinhas com comida vegana para moradores de comunidades carentes.

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Neste domingo (14), a ativista vai promover uma live diferente, uma feira de adoção virtual que contará com a participação de famosos como Anitta, Padre Fabio de Melo, Isis Valverde e Carlinhos Maia. "A gente está recriando maneiras de chegar nas pessoas que querem adotar", disse em entrevista à revista Quem. A live será transmitida pelo seu perfil no Instagram, às 15h.

No início da quarentena, uma das preocupações de quem estava em isolamento social por causa do novo coronavírus era de que a nova rotina e a ansiedade resultassem em ganho de peso. Mas um levantamento feito por um grupo de pesquisadores das áreas de endocrinologia, psicologia e patologia apontou que seis em cada dez brasileiros conseguiram manter o peso, mesmo com o aumento, de um modo geral, do consumo de pães e massas no período.

Manter hábitos alimentares saudáveis e praticar atividade física estão entre os segredos de quem está vivendo o período sem engordar nem emagrecer.

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O levantamento foi feito por meio de um questionário online, que foi respondido por 1.470 pessoas e levou em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC), tempo de isolamento e alimentação durante a quarentena. Ele também apontou que hábitos como prática de atividades físicas e consumo de álcool tiveram impacto na variação de peso da população.

Quase metade dos entrevistados (48,1%) afirmou sentir mais vontade de comer, mesmo quando não está com fome, mas 44% afirmaram que não mudaram os hábitos alimentares. Segundo a pesquisa, 23% dos entrevistados ganharam peso e 17% relataram que emagreceram. A variação de peso é considerada quando é superior a um quilo.

"Tem piada o tempo todo nas redes sociais sobre aumento de peso durante a pandemia. Preparamos esse formulário e 60% das pessoas não tiveram variação de peso", explica a endocrinologista Rosita Fontes, que é membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e uma das integrantes da equipe que fez o estudo.

De acordo com o levantamento, o ganho médio de peso foi de 2,8 kg, mas as pessoas engordaram entre 1,1 kg e 12 kg, este último número foi registrado entre participantes que estavam isolados há mais de 45 dias. Na outra ponta, a perda média de peso ficou em 2,6 kg. Os entrevistados informaram que perderam entre 1,1 kg e 8 kg - neste caso, entre isolados há mais de 30 dias.

Coronavírus

A preocupação dos pesquisadores em relação às variações de peso, principalmente no caso de engordar, diz respeito à relação entre obesidade e o novo coronavírus. Por causar um processo inflamatório, a obesidade dificulta a resposta imunológica do paciente ao vírus. "Alguns casos de jovens com casos graves de covid-19 têm sido em obesos", diz Rosita. No Brasil, quase 20% da população é considerada obesa e mais da metade dos brasileiros está acima do peso.

A assistente de pessoal Daiane Meline Souza Gonçalves, de 34 anos, se encaixa no grupo dos que tiveram menos de 15 dias de isolamento e que só sai para atividades essenciais, como o trabalho e supermercado. Na pesquisa, esse perfil corresponde a 9% e 62,1% dos entrevistados, respectivamente.

Apesar da tensão do período, ela mantém a alimentação equilibrada. "Eu como tudo regrado. Normalmente, mantenho a alimentação saudável. No final de semana, me dou ao luxo de pedir pizza, hambúrguer, mas minha alimentação não mudou muito." A organização ajuda no processo. "Faço a comida da minha filha de 1 ano e 7 meses para congelar e já separo uma parte para mim."

O presidente Jair Bolsonaro vetou trechos de um projeto aprovado no Congresso Nacional que, dentre outras medidas, concedia aos síndicos o poder de proibir festas e restringir o acesso a áreas comuns no condomínio que administra. Os vetos foram antecipados nas redes sociais de Bolsonaro e publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (12).

"Qualquer decisão de restrição nos condomínios devem ser tomadas seguindo o desejo dos moradores nas assembleias internas", escreveu o presidente em uma rede social.

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O PL 1179/2020, aprovado pelo Senado em 3 de abril, estipula flexibilizações no direito privado durante a pandemia do novo coronavírus, no período de 20 de março a 30 de outubro deste ano.

No trecho do projeto vetado por Bolsonaro, o texto defendia que os síndicos teriam poder para restringirem "reuniões e assembleias presenciais" conforme as "determinações sanitárias das autoridades locais".

Outro artigo vetado pelo presidente proibia ações de despejo para a desocupação de imóveis urbanos até 31 de dezembro. Ao mesmo tempo, Bolsonaro aprovou o artigo que suspende a aquisição de propriedades imobiliárias ou mobiliárias por usucapião.

Também foram descartados pelo presidente artigos que tratavam da revisão contratual de imóveis durante a pandemia e outros que restringiam reuniões ou assembleias presenciais. No artigo 12, entretanto, ficou reconhecida a legalidade de votações, em caráter emergencial, por meios virtuais.

Após uma rígida quarentena de 80 dias, o governo argentino liberou ruas e parques de Buenos Aires na segunda-feira à noite para atividades ao ar livre. As cenas de multidões aglomeradas e sem máscaras fizeram o presidente Alberto Fernández escrever alarmado para o prefeito da cidade, Horacio Larreta Rodríguez: "Está mal, não pode continuar", disse Fernández.

Argentina pode voltar à quarentena mais dura. O temor do governo argentino é com a disparada no número de casos de coronavírus. O país registrou ontem mais um recorde diário de infecções, com 1.226 nas últimas 24 horas, o que elevou o total desde o começo da pandemia para 25.987.

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Segundo o relatório do Ministério da Saúde argentino, 735 pessoas morreram até agora de covid-19, 18 delas nos últimos dois dias. O foco da pandemia continua sendo a Área Metropolitana de Buenos Aires (Amba), com um total de 12.487 casos.

O aumento no número de casos ocorre em meio à reabertura de províncias. Diante da velocidade de contágio, o presidente já avalia acionar o retorno à fase 1 da quarentena, ou seja, com um bloqueio mais rigoroso.

Escolas permanecem fechadas e estão proibidos eventos esportivos ou culturais. Voos comerciais só serão retomados em 1º de setembro. Mas houve permissão para a retomada das atividades físicas, à noite, e a liberação de algumas ruas e parques. Esse processo foi o que irritou Fernández.

"Se digo que podem passear por uma praça, saem para correr e lotam a praça. A dúvida é se a solução é abrir mais praças. Se faço isso, estou convidando mais gente a correr", disse em uma entrevista à Radio Mitre.

Diferentemente do Brasil, na Argentina os Estados são chamados de "províncias" e possuem ministros específicos. O ministro da Saúde da Província de Buenos Aires, Daniel Gollán, alertou ontem sobre os riscos da reabertura obrigatória.

"Se a quarentena for suspensa, em 15 ou 20 dias começaremos a ver as imagens de Nova York, Manaus, Itália ou Espanha, com cadáveres empilhados em câmaras frigoríficas ou em residências de idosos", afirmou Gollán. "Você precisa retroceder de fase. Estamos na parte ascendente da curva." (Com agências internacionais)

A história de vida de Elba Ramalho é inteiramente permeada pelo São João. Paraibana, a Elba menina curtia, ainda na infância, os tradicionais ritmos juninos em seu estado natal ao lado dos irmãos, com quem esperava ansiosamente pelo mês de junho. Após tornar-se cantora, ela logo voltou seu talento para um dos ciclos mais amados do Nordeste,  sendo assim, dos seus 41 anos de trajetória, 35 deles passam pelas maiores festas de São João nordestinas como o de Campina Grande e Pernambuco. 

Em 2020, ano em que a pandemia do coronavírus ceifou o São João do calendário de festas do brasileiro, Elba se prepara para vivenciar as tradições em um formato diferente. Com shows e eventos proibidos de serem realizados, a internet será o palco para que ela possa fazer, mais uma vez, o que tem feito há décadas: animar os ‘matutos’ e ‘matutas’ nos arraiais. A cantora faz sua primeira live junina neste sábado (13), Dia de Santo Antônio, com uma apresentação transmitida diretamente de sua casa, em São Conrado (RJ). A live contará com os grandes sucessos da época, começando por clássicos de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e será transmitida no canal do YouTube da artista, às 17h. 

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Elba Ramalho falou, com exclusividade, ao LeiaJá, sobre como está passando por essa experiência, o impacto de ficar sem o São João como o conhecemos e adiantou sua previsão para o Carnaval de 2021. Confira. 

LJ - O Nordeste inteiro está muito pesaroso pela falta do São João esse ano. Você que além de curtir também faz a festa, como está se sentindo em relação a esse momento inédito?

Realmente estamos passando por um momento delicado e vamos sentir muita falta dos festejos juninos, mas o contexto é muito triste não só pelo São João,  existem famílias devastadas pela perda de entes queridos. Rezo muito pela recuperação dos enfermos e para que tenhamos uma solução para toda esta situação em breve.  O meu sentimento é de tristeza por todos os motivos, mas minha fé é  inabalável.  Vamos superar esta dificuldade,  vamos crescer como seres humanos e vamos valorizar tudo o que a vida nos oferece.  O próximo São João será inesquecível!  Vamos valorizar as cores, os aromas , a música  e curtir um bom forró, bem agarradinho.

LJ -  Essas alternativas online, as festas à distância, o que você acha delas? Acha que vai ser possível compensar a falta da festa presencial?

O toque, o contato, o carinho, o calor humano não vai existir. Somos inventivos e vamos usar a tecnologia a nosso favor.  Eu tenho algumas “lives” agendadas e vai ser um grande desafio transmitir a emoção do São João.  Se por um lado não teremos a praça cheia, teremos a possibilidade de falar com um público muito maior. Meu canto vai chegar muito mais longe.

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LJ - Além de ser uma das maiores atrações juninas você também é uma grande atração no Carnaval. Pode parecer um pouco cedo para falar nisso mas, você já pensa em relação ao Carnaval de 2021, como poderá ser?

Não quero pensar de forma negativa. Quero crer que tenhamos uma vacina em breve, que o Carnaval de 2021 vai ser histórico com a multidão tomando as ruas todos os dias.  Pernambuco sabe fazer carnaval como ninguém.

Fábio Assunção foi o convidado da semana do programa Saia Justa, exibido no GNT. Na noite da última quarta-feira (10), através de uma chamada de vídeo, o ator falou sobre como está lidando com a quarentena, imposta em virtude da pandemia do coronavírus.

"Eu acho que em cada um essa quarentena está batendo de um jeito diferente. Leio notícias muito diversas de pessoas que estão extremamente deprimidas e de pessoas que estão revertendo isso a seu favor. Eu, por exemplo, todas essas chamadas telefonicas que faço hoje são por vídeo, então eu estou vendo muito mais as pessoas do que via antes, isso é um ponto positivio. Esse tempo que eu estou tendo de me organizar, ver o que de fato me faz falta, perceber um milhão de coisas que poderia estar comprando, usando ou fazendo, eu não preciso. Por exemplo, não dá mais para ir num estúdio dar entrevista. A gente faz entrevista assim, agora, é mais prático", disse ele.

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O ato, que recentemente emagreceu 27 quilos para interpretar um personagem na série Fim - que teve as gravações interrompidas por causa da pandemia, afirmou que se sente uma melhor pessoa após a transformação. Além dos resultados físicos, Fábio explicou que a mudança refletiu em outras áreas de sua vida, inclusive a paternidade. O novo estilo de vida aliado ao isolamento social fez com que o pai de João, de 17 anos, e Ella Felipa, de 9 anos, encontrasse uma melhor forma de se relacionar com as crianças.

"O fato de você ser pai, se você não tiver pronto para isso, você aproveita menos. Esse momento está sendo mais importante para mim porque eu sendo uma melhor pessoa, eu estou sendo um melhor pai agora, isso está me transformando agora. Eu comecei essa transformação física por uma demanda profissional. Não sou um cara que gosta de academia, não é da minha natureza, mas agora está se tornando uma prática porque estou vendo resultados refletindo em outras áreas da minha vida, tanto no meu pensamento, quanto me espiritualizando mais", contou.

"Estou vendo benefícios reais na minha vida, no meu bem-estar, na minha auto-estima. Eu estando bem consigo saborear mais meus filhos. Mesmo eles estando em São Paulo com as mães, todos os dias a gente faz ligação de vídeo ou por outra maneira. Antes eu não via tanto eles, ficava dois, três dias sem falar", acrescentou.

O governador catarinense Carlos Moisés (PSL) poderá ter de responder no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por descumprimento de portaria assinada por ele mesmo e que restringe a realização de eventos em hotéis e pousadas no Estado.

No sábado (6), Moisés foi flagrado em uma festa junina, em um hotel-fazenda na cidade de Gaspar, no Vale do Itajaí. Ele aparece, em imagens que foram divulgadas na internet, conversando com pessoas durante uma apresentação musical e sem usar máscara. A realização de festas e shows com aglomeração de pessoas no Estado está proibida desde o dia 17 de março. O Ministério Público de Santa Catarina instaurou inquérito policial para apurar descumprimento dos decretos estaduais que estabelecem medidas para enfrentamento à pandemia de Covid-19.

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De acordo com a promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza, a investigação busca apurar se houve, por parte dos responsáveis pelo hotel, a prática do crime previsto no artigo 268 do Código Penal, tipificado como "infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa".

Já a representação contra o governador, segundo o MPSC, foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República, que é a instância que julga governadores com foro.

As imagens que circularam pela internet chamaram a atenção, pois o próprio governador tem alertado para as regras de isolamento, que foi um dos primeiros a adotar normas mais rígidas de distanciamento, só permitindo atividades essenciais.

Apesar de ter anunciado a flexibilização em diversas áreas nos últimos meses, inclusive permitindo que as prefeituras decidissem sobre o retorno do transporte público, o governo liberou, em 13 de abril, o retorno das atividades em hotéis, mas com diversas regras.

Além da proibição de shows e eventos, de acordo com a portaria 244/2020, assinada pelo próprio Moisés, em hotéis, pousadas e afins as "áreas sociais e de convivência deverão permanecer fechadas". Pelas regras, os estabelecimentos só podem oferecer alimentação no quarto.

A assessoria de imprensa do governo confirmou que Moisés esteve no hotel, mas disse que o governador Moisés estava jantando e "um hóspede que fazia apresentação musical no ambiente mencionou a presença do chefe do Executivo estadual, que passou a ser procurado por outras pessoas em sua mesa e, por cortesia, interrompeu por um momento a refeição e conversou brevemente com algumas delas." O governador não quis conceder entrevista.

O Estadão procurou os proprietários do local e aguarda manifestação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (10), o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, reforçou a necessidade de cautela da população na volta aos serviços, após lockdown. Com o calendário de reabertura de serviços na capital pernambucana iniciado, por conta da diminuição de casos da Covid-19 na cidade, muita gente pode acabar arranjando motivos para ir às ruas sem necessidade. 

"As pequenas reaberturas que estão sendo feitas em nossa cidade não podem representar uma mudança de atitude das pessoas de ficar em casa. Só deve sair de casa quem está indo trabalhar, quem está indo para esses segmentos que foram abertos ou quem está saindo para fazer compras para abastecer a sua família", afirma Geraldo Júlio. De acordo com o prefeito ainda há necessidade do isolamento para que, com o tempo, outros segmentos possam ser reabertos aos poucos.

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"É muito importante que todos permaneçam em casa e que a gente consiga manter os índices de isolamento mudando somente por aqueles segmentos que foram abertos.  Não pode todo mundo mudar de comportamento e ir para a rua. Porque se isso acontecer a gente vai ter, certamente, um aumento de casos" disse. 

Indicadores positivos

Durante a coletiva o secretário de saúde do Recife, André Longo, também pediu cautela da população e forneceu dados que mostram a diminuição de chamados relacionados ao novo coronavírus, no sistema único de saúde (SUS). "Na primeira quinzena de maio a média de atendimento nas unidades básicas era de 500 atendimentos diários, na última semana essa média caiu para 300", afirma o titular da pasta. De acordo com Longo, o pico de atendimentos foi atingido em 11 de maio, com 706 chamados do aplicativo Atende em casa, em um único dia.

Ao falar sobre a solicitação das ambulâncias, para atender casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), o secretário foi otimista. "Esse número caiu de cerca de 60 ativações no início de maio para 30. Queda de 50% nos chamados de ambulâncias do Samu por síndrome respiratória aguda grave, no Recife". Segundo André Longo houve redução do número de casos e de óbitos o que assegura que, ao invés de continuar seu crescimento, a curva estaria conseguindo ser achatada.

A próxima etapa no combate à doença, anunciada pelo secretário, é a ampliação das testagens "Já são mais de 15 mil testes feitos por semana". "O estudo de amostragem de domicílio vai completar esse mosaico de informações necessárias" afirma. Sobre a reabertura dos templos religiosos, com requerimento aprovado pela Câmara Municipal, Longo é taxativo. "Todas as ações de reabertura são discutidas no ambiente técnico. Cada atividade é analisada para uma abertura gradual, no tempo certo e com os protocolos adequados, para que se possa buscar aí a segurança dos fiéis e da população em geral".

Infectologistas ouvidos pelo Estadão dizem que o relaxamento da quarentena em São Paulo deve ser feito de forma gradual, acompanhando os números de infecção e óbitos para definir se o processo deve ser aprofundado ou suspenso. Para especialistas, é essencial monitorar esta contabilidade nas próximas duas semanas. Entre os dias 2 e 8, a cidade teve 177 mortes.

Segundo dados da Prefeitura, ainda em atualização, de 8 de maio a 8 de junho houve 2.210 óbitos por covid-19, segundo a data em que ocorreu a morte. O pico no período foi em 8 de maio, quando houve 114 óbitos. Desde o início da pandemia, foram registrados 4.588 óbitos suspeitos, 485 deles este mês. A confirmação de diagnósticos, porém, tem atrasado por dificuldades de testagem.

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"Pelos dados que tenho visto no Estado, a situação está estável nos últimos dez dias, sem diminuição de óbitos e casos. Na minha opinião, a gente deveria aguardar um pouco o declínio dos números", diz o professor de Saúde Pública da USP Eliseu Waldman. O Estado assiste ao avanço da pandemia no interior e teve recorde de óbitos (334) confirmados nesta terça-feira.

Celso Granato, diretor clínico do Fleury, diz que a reabertura tem de ser de forma estudada, com foco em dados levantados por região. "É preciso monitorização, não é coisa de curto prazo. Uma liberação com conforto provavelmente só deve ocorrer em muitos meses."

A Prefeitura enfrenta dificuldades para manter protocolos sanitários, como fazer com que ônibus circulem só com passageiros sentados. A gestão Covas tem dito que a cidade ampliou a estrutura de saúde e pode alugar leitos privados, se preciso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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