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O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU), que atendeu a menina de 11 anos vítima de estupro em Santa Catarina e que teve o aborto legal negada na Justiça, realize o procedimento na criança caso ela, junto com a sua representante legal, procure a unidade e demonstre interesse em interromper a gestação.

O HU, ligado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), negou a realização do aborto, que é permitido no Brasil quando a gravidez é resultado de estupro. Contudo, ao chegar no hospital, a vítima estava com 22 semanas de gestação, e as normas da unidade determinam a realização do procedimento antes da 20ª semana de gravidez. Por esse motivo, foi solicitada uma autorização judicial para realizar a interrupção da gestação, o que não ocorreu.

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A recomendação do MPF, assinada nesta quarta, 22 pela promotora Daniele Cardoso Escobar, estende a orientação ao HU, considerado referência no Estado no serviço de interrupção legal da gestação, para que o hospital acolha outros casos de vítimas de estupros e que o atendimento deve ser realizado "independentemente da idade gestacional e peso fetal, sendo desnecessária qualquer autorização judicial ou comunicação policial", escreveu a promotora.

Daniele Cardoso Escobar ainda determinou que o HU se manifeste sobre a orientação do MPF até a quinta-feira, 23, ao meio-dia. "Excepcionalmente, em razão da urgência que o caso requer, fixo prazo até amanhã, dia 23 de junho, às 12h, para que sejam remetidas a esta Procuradoria da República informações sobre o acatamento desta Recomendação".

A reportagem procurou o hospital, que não se manifestou até o fechamento da matéria.

"Se a Justiça Federal vai interceder nesse processo, é bom esclarecer que, uma vez autorizada a intervenção, essa autorização não vai valer só para esse caso em si. Mas vai valer também para outros casos de aborto legal que aparecerem para terem a gestação interrompida", declarou a advogada da família, Daniela Félix, ao Estadão.

"Isso soma e dá eco a uma exigência histórica que os movimentos de cuidado e luta pelo aborto", acrescentou.

Na terça-feira, a criança, que estava há mais de um mês em um lar de acolhimento por conta de uma medida protetiva, e mantida longe de casa por decisão da juíza Joana Ribeiro Zimmer, da 1ª Vara Cível de Tijucas, a 50 quilômetros de Florianópolis, foi desacolhida por ordem da desembargadora Cláudia Lambert de Faria.

No final da tarde desta terça-feira, a advogada Daniela Félix impetrou um habeas no Tribunal de Justiça de Santa Catarina para que seja determinado o abortamento legal da criança. Ao Estadão, na tarde desta quarta-feira, ela afirmou que o pedido ainda está aguardando uma decisão por parte do juiz.

O recente caso da criança de 11 anos proibida por uma juíza de fazer um aborto legal, após um abuso, não é exceção. Embora as meninas de até 14 anos sejam a maioria entre o total de vítimas de estupro registradas oficialmente no País, poucas têm acesso à interrupção legal da gravidez. Especialistas atribuem a situação a uma série de burocracias.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública mais recente, com dados de 2020, mostra que os menores de idade de até 13 anos são 60,6% (cerca de 36,6 mil) da vítimas de estupros. Do total, 28,9% têm de 10 a 13 anos, 20,5% de 5 a 9 anos e 11,3% de 0 a 4 anos. Na maioria dos casos, 86,9%, a vítima é do gênero feminino. Mas a coordenadora institucional do Fórum de Segurança, Juliana Martins destaca que os números são ainda maiores na realidade, pois há alta subnotificação de crimes sexuais. "É muito permeado por vergonha, questões sociais, ainda há um tabu em torno desse tema."

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Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, foram realizados 24 abortos por razões médicas em meninas de até 14 anos de janeiro a abril. Em 2021, foram 132. Como comparação, o número total do ano (incluindo mulheres a partir de 15 anos e adultas) é de 2.042. Em 2020, foram 88 procedimentos na faixa etária de até 14 anos.

Embora a Lei 12.015 considere como "estupro de vulnerável" qualquer conjunção carnal com menores de 14 anos, a maioria das meninas não tem acesso ao aborto legal. O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos aponta que 17.579 meninas dessa faixa tiveram filhos em 2020, por exemplo. No ano anterior, foram 19.333 recém-nascidos nesse perfil.

A pesquisadora Emanuelle Góes aponta que há uma série de barreiras que explicam a dificuldade de acesso, desde a restrição de espaços que realizam o procedimento a algumas capitais e cidades de maior porte (o que exige deslocamento e custos) até o acolhimento insuficiente dessas vítimas pelas autoridades.

Ligada ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia, ela ainda destaca que as meninas costumam demorar mais do que as mulheres para identificar e reportar esse tipo de gestação, diante dos estigmas, da falta de informação e do autor do crime majoritariamente ser uma pessoa conhecida ou parte da família. "A gente tem essa grande discrepância entre as que conseguem acessar o serviço de aborto legal e as que acabam vivendo a gravidez na infância e adolescência. Isso mostra como várias políticas públicas não estão sendo efetivas para interromper os ciclos de violência."

Lei e saúde

De acordo com o Código Penal, o acesso ao aborto legal é previsto "se não há outro meio de salvar a vida da gestante" e no "caso de gravidez resultante de estupro". Desde 2012, há uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental do Supremo Tribunal Federal que permite o procedimento em casos de fetos com anencefalia.

A gestação também é um risco à saúde das meninas, segundo especialistas. De acordo com os dados mais recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do SUS, por exemplo, 1.549 meninas de até 14 anos morreram em 2020 por causas relacionadas à gravidez. "Os abortos realizados no primeiro trimestre são 14 vezes mais seguros que um parto", argumenta a pesquisadora Marina Jacobs, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFSC, no qual pesquisou o tema.

Na pesquisa, identificou que hospitais costumam estabelecer uma idade gestacional máxima, com base em uma nota técnica emitida em 2012 pelo Ministério da Saúde, que indica que "não há indicação para interrupção da gravidez após 22 semanas de idade gestacional". A advogada Marina Ganzarolli argumenta, contudo, que a nota técnica não tem valor legal.

A juíza Joana Ribeiro Zimmer, que impediu o aborto em Tijucas (SC) e usou a limitação por semanas, foi promovida e transferida de cidade - o processo é anterior ao caso. A criança chegou ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com 22 semanas de gestação. A equipe médica rejeitou o aborto.

Houve judicialização do caso e a juíza mandou a menina para um abrigo, impedindo que fosse submetida ao procedimento. O caso foi revelado pelos sites Portal Catarinas e The Intercept Brasil. As reportagens mostraram trechos da audiência com a criança, em que a magistrada fala para a menina manter o bebê.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A menina de 11 anos, grávida após ser vítima de um estupro, em Santa Catarina, vai poder voltar para casa graças a uma autorização concedida pela desembargadora Cláudia Lambert de Faria, nesta terça-feira (21). A criança estava afastada da família desde o mês passado por decisão judicial que determinou a institucionalização da vítima em um abrigo de acolhimento em Tijucas, município localizado a 50 quilômetros de Florianópolis. A medida protetiva foi um pedido do Ministério Público do Estado para distanciá-la do possível agressor, que convivia com a menina na mesma residência.

"Assim, visando o bem estar da infante (da menina), durante esse momento sofrido de uma gravidez indesejada e inoportuna, e considerando o seu manifesto desejo de estar próxima à mãe, com a qual mantém forte vínculo afetivo, não há razão que justifique, no caso, a manutenção do acolhimento institucional", escreveu a desembargadora Cláudia Lambert em decisão obtida pelo Estadão.

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No texto, Lambert considera que manter a menina longe de casa, em um estado gestacional, poderia levá-la a ter problemas de saúde mental, física e fisiológica com potenciais para serem fatais, tanto para a criança quanto para o bebê em gestação. "Dessa forma, com a companhia e os cuidados da mãe, no aconchego do lar, a agravante (a menina) terá melhores condições psicológicas para enfrentar este momento tão delicado de sua vida", escreveu a desembargadora.

A decisão da desembargadora foi tomada mediante um agravo de instrumento feito pela defesa da mãe, que pedia o fim da tutela e do acolhimento da criança por parte do Estado e do acolhimento, e exigia o retorno da menina para a casa. A decisão foi autorizada e comunicada ao juízo da Vara de Infância da Comarca de Tijucas, que no final da tarde cumpriu a decisão do Tribunal de Justiça e desacolheu a criança.

De acordo com a advogada que representa a família da menina, Daniela Félix, a decisão de Cláudia Lambert de Faria foi correta, sobretudo quando a desembargadora cita que o caso deveria ser analisado na Vara Criminal e não na Vara da Infância, como estava sendo feito. "Não compete à Vara da Infância tergiversar sobre a temática da legalidade do aborto", disse a advogada, indo ao encontro do que foi proferido por Lambert na decisão: "Lembrando que a questão relativa à interrupção ou não da gravidez não é matéria afeita a esse juízo, porque constitui temática que compete ao juízo criminal".

De acordo com Daniela Félix, no final da tarde desta terça-feira, a defesa impetrou um habeas corpus no Tribunal de Justiça para que seja determinado o abortamento legal da criança.

O caso

Tramitando em segredo de Justiça, o caso ganhou repercussão nacional na última segunda-feira, 20, após divulgação da gravação de uma audiência realizada no dia 9 de maio, em que mostra a juíza Joana Ribeiro Zimmer, da 1.ª Vara Cível de Tijucas, e a promotora Mirela Dutra Alberton sugerindo à vítima, então com 10 anos, que ela sustentasse a gravidez por mais algumas semanas para a realização de um parto antecipado, de modo a salvaguardar o bebê.

A magistrada tem impedido a criança de realizar o aborto, que é permitido pela legislação brasileira em casos de estupro. Joana Ribeiro alega que, passadas 22 semanas de gestação - a criança está com 29 semanas -, a interrupção da gravidez seria considerada um homicídio contra o feto. A juíza não se encontra mais à frente do caso porque foi promovida e não atua mais na Comarca de Tijucas. A promoção foi concedida antes da divulgação do caso. Procurada, a juíza não quis dar nenhuma declaração sobre o episódio.

"Quanto tempo que você aceitaria ficar com o bebê na tua barriga para a gente acabar de formar ele, dar os medicamentos para o pulmãozinho dele ficar maduro para a gente poder fazer a retirada para outra pessoa cuidar?", perguntou a juíza à menina, que responde: "Eu não sei". A magistrada, porém, insiste: "Se a tua saúde suportasse (a gestação), tu suportaria ficar mais um pouquinho com o bebê? Mais duas ou três semanas?". A garota então consente. "Sim".

O vídeo que mostra Joana Ribeiro Zimmer defendendo a ideia de a vítima do estupro não interromper a gravidez - desejo manifestado no vídeo pela criança e pela sua mãe, responsável legal pela filha -, foi divulgada em uma reportagem publicada pelo portal Catarinas, em conjunto com o site The Intercept Brasil.

Já em um diálogo direto com a mãe, a juíza afirma que existem cerca de 30 mil casais que "querem o bebê". "Essa tristeza para a senhora e para a sua filha é a felicidade de um casal", disse a magistrada. "É uma felicidade porque eles não estão passando pelo o que eu estou passando", respondeu a mãe da criança.

Na decisão desta terça-feira que permite à criança voltar para casa, a desembargadora Cláudia Lambert levou em consideração o diálogo da magistrada com a mãe. "Na audiência", diz a desembargadora, "foi possível observar a grande preocupação e sofrimento da genitora (mãe), ao ver a filha abrigada nesse momento tão difícil de sua vida". Na conversa, a mãe da menina diz a Joana Ribeiro Zimmer que um último pedido que gostaria de fazer à magistrada era o de permitir o retorno da filha à casa da família.

O apelo da mãe, entretanto, foi negado por Joana Ribeiro Zimmer. No último dia 1.º, a juíza emitiu um despacho determinando a permanência da menina em um lar de acolhimento, e justificou a decisão sob o argumento de que, em casa, a menina poderia ser submetida ao procedimento de aborto. "Se no início da medida protetiva o motivo do acolhimento institucional era a presença de suspeitos homens na casa, o fato é que, doravante, o risco é que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê", escreveu a magistrada.

A garota foi vítima de estupro quando estava com 10 anos de idade. A mãe da menina descobriu o caso apenas na 22.ª semana de gestação e a levou a um Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU), de Florianópolis, por orientação do Conselho Tutelar. Na unidade, a menina passou por exames, mas não teve o procedimento de aborto realizado porque as normas do hospital só permitem a interrupção da gestação até a 20.ª semana.

Dias depois, de acordo com a reportagem do The Intercept e do portal Catarinas, o Ministério Público de Santa Catarina entrou com ação cautelar pedindo pelo acolhimento institucional da criança. Em audiências realizadas no Fórum de Tijucas, em 17 e 23 de maio, os médicos do Hospital Universitário alegaram que a criança estava, até o momento, apresentando sinais de uma gravidez sem riscos.

Tanto o Tribunal de Justiça, como o Ministério Público, ambos de Santa Catarina, afirmaram que a Corregedoria-Geral de cada órgão vai investigar os fatos do episódio.

A juíza Joana Ribeiro Zimmer, que impediu uma menina de 11 anos de fazer um aborto após ter sido estuprada, deixou o caso. A interrupção da gravidez em casos de violência sexual está prevista em lei.

A magistrada foi promovida e transferida de cidade. A promoção foi confirmada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) no último dia 15 - antes, portanto, da repercussão do caso. Desde a última sexta-feira, 17, ela não faz mais parte da comarca de Tijucas, onde corre o processo.

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A criança chegou ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com 22 semanas de gestação. A equipe médica se recusou a fazer o aborto.

Com a judicialização do caso, a juíza mandou a menina para um abrigo, impedindo que ela fosse submetida ao procedimento, como deseja a família. A justificativa foi a de que a medida serviria para proteger a criança, porque há indícios de que os abusos ocorriam em casa, mas em sua decisão Joana disse que havia "risco" que a "mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê".

O caso foi revelado pelos sites Portal Catarinas e The Intercept Brasil. As reportagens também mostraram trechos da audiência com a criança. A magistrada tenta induzir a menina a manter o bebê.

"Quanto tempo que você aceitaria ficar com o bebê na tua barriga para a gente acabar de formar ele, dar os medicamentos para o pulmãozinho dele ficar maduro para a gente poder fazer a retirada para outra pessoa cuidar?", perguntou a juíza. A menina responde: "Eu não sei". A juíza, porém, insiste: "Se a tua saúde suportasse [a gestação], tu suportaria ficar mais um pouquinho com o bebê? Mais duas ou três semanas?".

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta da magistrada. A Corregedoria do Tribunal de Santa Catarina também analisa se houve desvio.

A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC) disse que vai acompanhar o processo e seus desdobramentos, "com o intuito de que a vítima receba amparo integral".

"Estamos buscando junto aos órgãos e instituições com atuação no caso todas as informações necessárias para, de forma incondicional, resguardarmos e garantirmos proteção integral à vida da menina gestante, com embasamento em laudos médicos e nas garantias legais previstas para a vítima em tais situações", diz a nota.

A Justiça de Santa Catarina negou que uma criança, de 11 anos, vítima de estupro e grávida de 29 semanas, realizasse um aborto autorizado. Em despacho expedido em 1º de junho, a magistrada Joana Ribeiro Zimmer, da 1ª Vara Cível de Tijucas, a 50 quilômetros de Florianópolis, decidiu pela permanência da criança em um abrigo com o objetivo de mantê-la afastada do possível autor da agressão sexual e também para impedir que a mãe da menina, responsável legal pela filha, levasse a cabo a decisão de interromper a gravidez.

"Se no início da medida protetiva o motivo do acolhimento institucional era a presença de suspeitos homens na casa, o fato é que, doravante, o risco é que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê", escreveu Joana Ribeiro Zimmer.

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Por envolver menores de idade, o caso segue em segredo de Justiça, mas o jornal O Estado de S. Paulo conseguiu acesso à decisão. As identidades da vítima e da mãe foram preservadas.

No despacho, Joana Ribeiro Zimmer defendeu a continuidade da gestação por parte da criança. Ela citou que o aborto deve ser realizado até 22 semanas de gravidez ou o feto atingir 500 gramas.

A juíza se manifestou ainda favorável a manter a gravidez independentemente de a gestação provocar riscos à menina. "E ainda que feita a retirada do bebê no caso de risco concreto para a gestante, por qual motivo seria descartada a vida do bebê, que tem mais de 22 semanas e não é mais um conjunto de células, um bebê humano completo?", questionou.

O caso ganhou repercussão nacional nesta segunda-feira, 20, com a divulgação da gravação de uma audiência de 9 de maio, em que mostra a defesa da magistrada à ideia de a vítima do estupro não interromper a gravidez - desejo manifestado no vídeo pela criança e pela sua mãe, responsável legal pela filha.

Na gravação, obtida pelo site The Intercept Brasil e divulgada em reportagem produzida em conjunto com o portal Catarinas, Joana sugeriu à garota a continuidade da gravidez por mais algumas semanas para que o parto fosse feito e o bebê fosse entregue para outra família.

"Quanto tempo que você aceitaria ficar com o bebê na tua barriga para a gente acabar de formar ele, dar os medicamentos para o pulmãozinho dele ficar maduro para a gente poder fazer a retirada para outra pessoa cuidar?", perguntou a juíza.

A menina responde: "Eu não sei."

A juíza, porém, insiste: "Se a tua saúde suportasse [a gestação], tu suportaria ficar mais um pouquinho com o bebê? Mais duas ou três semanas?"

A garota então consente. "Sim", responde.

Já em um diálogo direto com a mãe, a juíza afirma que existem cerca de 30 mil casais que "querem o bebê". "Essa tristeza para a senhora e para a sua filha é a felicidade de um casal", disse a magistrada. "É uma felicidade porque eles não estão passando pelo o que eu estou passando", respondeu a mãe da criança.

Já na decisão, a magistrada se apoiou nas definições de aborto estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Lembro que vigora no Brasil o Marco Legal da Primeira Infância, que deixa clara a proteção do bebê desde a gestação, daí o fortalecimento legal da interpretação da autorização do Código Penal pela literalidade da palavra 'aborto' lá contida, como conceito que, segundo a entidade, é considerado apenas até 22 semanas ou 500g do bebê".

Contudo, a OMS não menciona os limites de duração da gestação nas suas novas diretrizes sobre o aborto divulgadas em março. A organização, no entanto, enfatiza que "a gravidez pode ser interrompida com segurança, independentemente da idade gestacional", e afirma ainda que negar um aborto por causa do tempo da gestação "pode resultar na continuação indesejada da gravidez", algo que seria "incompatível com requisito no direito internacional dos direitos humanos".

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contato com a magistrada. Por meio de nota, o Tribunal de Justiça catarinense afirmou que o processo tramita em segredo de justiça.

A corte, contudo, afirmou que sua corregedoria vai investigar. "A Corregedoria-Geral da Justiça, órgão deste Tribunal, já instaurou pedido de providências na esfera administrativa para a devida apuração dos fatos."

"Estamos lutando para essa interrupção da gestação. Primeiro, porque a criança é assistida por lei. Ela está no enquadramento do aborto legal, por ser vítima de violência e por correr riscos de morte", afirmou advogada Daniela Félix, que representa a família da vítima. "A gente tem, no Brasil, três casos de aborto que independe do tempo de gestação. Nesse caso, estamos amparados por dois (risco à saúde da gestante e estupro) - o terceiro caso seria o de anencefalia", explicou a advogada.

Conforme o artigo 128 do Código Penal, não se pode punir o aborto quando: não há outro meio de salvar a vida da gestante, se a gravidez resulta de estupro, ou se o aborto é precedido de consentimento da gestante ou de seu representante legal.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) ampliou as condições de interrupção da gravidez ao definir pela não criminalização da decisão de a grávida abortar fetos anencéfalos.

"O procedimento de interrupção da gestação é completamente legal", afirma Daniela. Se a mãe, que é a representante legal, está se manifestando pela interrupção da gestação, "o Estado tem de cumprir e dar autorização para essa interrupção da melhor forma possível para a criança de 11 anos".

"Pela idade, a criança não tem capacidade postulatória ou poder de decidir em qualquer ação judicial. Dá pra ver como os atos indicam erros, condutas que podem ser questionadas. Não tem como uma criança saber se vai continuar com a gestação por duas semanas. Quem decide isso é a mãe", declarou Daniela Félix.

'Não há riscos'

A conversa com Joana Ribeiro Zimmer aconteceu após a vítima e a mãe recorrerem ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU), de Florianópolis, no começo de maio, para buscar a interrupção da gravidez.

Na época, em 5 de maio, a gestação estava com 22 semanas e três dias, o que impediu os médicos de realizarem o procedimento, uma vez que a norma no hospital é que o aborto seja feito com até 20 semanas de gestação. Mesmo assim, o HU realizou exames na criança e pediu autorização judicial para interromper a gravidez.

Dias depois, de acordo com a reportagem do The Intercept e do portal Catarinas, o Ministério Público de Santa Catarina entrou com ação cautelar pedindo pelo acolhimento institucional da criança, e que deveria retornar à família somente depois de não estar mais em situação de perigo dentro de casa.

Nos dias 17 e 23 de maio, os médicos do Hospital Universitário foram ouvidos pelo Ministério Público sobre o caso em audiências realizadas no Fórum de Tijucas.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso também à descrição dos depoimentos dos profissionais, que alegaram que a criança estava, até o momento, apresentando sinais de uma gravidez sem riscos.

"Das audiências em referência, a partir dos relatos médicos, o que se pode extrair, de maneira enfática, é que, a par do risco geral decorrente de uma gravidez em tenra idade, a gestação está se desenvolvendo de forma normal, dentro de um limiar de absoluta segurança", escreveu em 25 de maio a promotora Mirela Dutra Alberton, da 2ª Promotoria de Comarcas de Tijucas, no pedido judicial de interrupção da gestante, anexado nos autos do processos, documento que a reportagem também teve acesso.

Ela ressaltou, porém, que o único consenso apresentado pelos médicos é que a criança, então no final do mês passado, com 23 semanas de gestação, não se encontrava "em situação de risco imediato". Mas a promotora fez uma ressalva: "Com o avançar da gravidez, a tendência natural é que o risco geral se acentue e possa evoluir para riscos específicos, conforme exposto pelos profissionais".

De acordo com os médicos, os riscos à vida da vítima estão relacionados com a duração da gestação, e também com os procedimentos de parto e pós-parto a que uma criança de 11 anos será submetida. O descolamento de placenta e sangramento provocados pelo trabalho de parto prematuro e atonia uterina (falta de contrações do útero) após o nascimento do bebê foram alguns dos problemas citados pelos médicos.

A reportagem não conseguiu localizar a juíza Joana Ribeiro Zimmer e a promotora Mirela Dutra Alberton até a conclusão desta reportagem.

O HU não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento do texto.

O PDT, sigla do presidenciável Ciro Gomes, declarou apoio ao pré-candidato do PT ao governo de Santa Catarina, o ex-deputado federal Décio Lima. O presidente estadual do PDT e ex-ministro do governo de Dilma Rousseff, Manoel Dias oficializou a aliança. Os pedetistas reivindicam a vaga ao Senado na chapa.

Lima registrou o encontro nas redes sociais. "O ex-ministro Manoel Dias, presidente estadual do PDT confirmou a indicação da nossa pré-candidatura ao governo de Santa Catarina e comunicou que o PDT reivindica estar na composição da majoritária, na vaga ao Senado", escreveu.

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A aliança estadual simboliza a união dos partidos que se divergem no plano nacional. Ciro Gomes intensificou os ataques ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas, nos bastidores, o PDT tem sido alvo de investidas de petistas que esperam atrair a sigla para o arco de alianças de Lula. Aliados do PT consideram o movimento importante para vencer as eleições no primeiro turno.

Divisão

Apesar de ter atraído o PDT em Santa Catarina, a esquerda continua dividida. O PSB, legenda que abriga o pré-candidato à vice-presidência na chapa de Lula, Geraldo Alckmin, lançou a pré-candidatura de Dário Berger.

As diretorias nacionais do PT e PSB adiaram a reunião que aconteceria no último dia 15 para resolver impasses, como o de Santa Catarina, que impedem a aliança entre as legendas em alguns Estados do Brasil. A nova data ainda não foi confirmada.

Com a superlotação da rede hospitalar de Santa Catarina, o governo estadual decretou nesta sexta-feira (3) situação de emergência pelo prazo de 90 dias. A sobrecarga deve-se, principalmente, pela escalada de doenças infecciosas e respiratórias, além de casos de dengue. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado.

Em 2021, houve sete óbitos por dengue em Santa Catarina. Já em 2022, foram confirmadas 54 mortes em decorrência da doença. A disparada representa um aumento de 200%. Em abril deste ano, 26 municípios catarinenses haviam declarado epidemia, três emitiram alerta de emergência.

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Conforme o texto, durante o intervalo de três meses, o governo vai se preparar para a compra de equipamentos, contratação de pessoal e abertura de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Temendo um colapso em cidades do interior, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) estabeleceu duas portarias. A determinação sugere que os horários de atendimento das unidades da Atenção Básica sejam ampliados.

No auge da crise sanitária no estado, 23 pessoas aguardavam vagas em UTIs nesta sexta-feira, 3, de acordo com informações da gestão estadual. Segundo o governo, nos próximos dias estão previstos: 10 leitos de UTI adulto, 6 de UTI neonatal e mais 8 de cuidados intermediários pediátricos.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou 25 casos da cepa recombinante XQ, no Rio Grande do Sul, confirmando nesta quinta-feira (2) que o estado é o primeiro onde há transmissão local desse vírus da Covid-19. O coronavírus XQ é uma mistura do genoma de duas linhagens da variante Ômicron, BA.1 e BA.2. 

A cepa XQ já havia sido detectada em casos isolados em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Os casos no Rio Grande do Sul foram identificados em diferentes cidades, entre os meses de março e maio. Casos da recombinante XQ já foram detectados também mundialmente, em especial no Reino Unido. 

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A pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Paola Resende explica que, até o momento, não há indicação de que o vírus esteja associado a maior gravidade de casos da covid-19, isso porque a população apresenta boas taxas de vacinação e muitos já foram expostos a infecções prévias. No entanto, ela disse que é necessário monitorar a evolução dos casos. 

A cepa XQ é uma recombinante de linhagens da Ômicron, variante detectada no Brasil a partir de novembro de 2021. A Ômicron responde, atualmente, por quase 100% dos casos no país, com predomínio das linhagens BA.1 e BA.2 e suas sublinhagens.  No Rio Grande do Sul, em março, foram detectados dois casos do coronavírus XQ, que representaram 0,3% dos 324 genomas sequenciados; em abril, foram oito casos, correspondendo a 8% dos 98 sequenciamentos; e em maio, 15, o que representou 7% dos 109 casos analisados. 

Identificação de cepas

A ação intensificada de vigilância genômica no Rio Grande do Sul começou em fevereiro, quando o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS) detectou um caso de outra cepa recombinante, a XS, que apresenta uma combinação dos genomas das variantes de preocupação Delta e Ômicron. O objetivo era investigar a possível disseminação da recombinante XS, mas o monitoramento acabou identificando a transmissão da XQ. 

De fevereiro a maio, 824 genomas do coronavírus referentes a casos registrados no Rio Grande do Sul foram sequenciados. As análises detectaram 25 casos associados à cepa recombinante XQ e apenas um ligado à cepa recombinante XS. 

Segundo a Fiocruz, além das cepas XQ e XS, casos pontuais das cepas recombinantes XF, XE e XG já foram registrados no Brasil. Considerando os achados da cepa XQ no Rio Grande do Sul, os pesquisadores devem, de acordo com a instituição, manter a vigilância reforçada no estado e investigar, de forma aprofundada, as características do vírus. Ainda não é possível dizer se a XQ foi introduzida de outro país ou foi originada a partir de uma recombinação local. 

Outros países

Os casos de recombinação genética do coronavírus têm sido identificados em diversos países. Isso tem ocorrido, segundo a Fiocruz, com mais frequência, desde janeiro deste ano, com a circulação simultânea de duas variantes do Sars-CoV-2, Delta e Ômicron. Na ocasião, foi considerada a possibilidade de surgimento de uma linhagem recombinante, que foi popularmente chamada de Deltacron. Porém, o monitoramento genético global mostrou a existência de múltiplas combinações genéticas entre variantes e linhagens do patógeno, que passaram a ser nomeadas com a letra X. 

De acordo com a pesquisadora Paola Resende, o coronavírus tem trazido surpresas a cada momento. Ela explica que a recombinação pode ocorrer quando uma pessoa é infectada simultaneamente por duas linhagens. Nessa situação, durante o processo replicativo do vírus pode acontecer a montagem de um genoma com pedaços do código genético de diferentes linhagens. Essa recombinação pode resultar em cepas com potencial de disseminação maior, menor ou igual às linhagens originais. 

No Brasil, a circulação de diferentes linhagens da variante Ômicron é motivo de alerta. Também em maio, os pesquisadores do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC identificaram, no Rio de Janeiro, três cepas classificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como linhagens sob monitoramento da variante de preocupação BA.4, BA.5 e BA.1.12.1. 

Segundo a OMS, essas linhagens exigem atenção e monitoramento prioritários, com foco em investigar se podem representar uma ameaça adicional à saúde pública global em comparação com outros vírus circulantes.

Três alunos do oitavo ano da Escola Municipal Cívico Militar Presidente Castello Branco, de Joinville, em Santa Catarina, foram advertidos por estarem com bandeiras LGBT dentro da instituição de ensino. O caso, que aconteceu em fevereiro, revoltou pais de alunos e culminou em um protesto ocorrido na última quinta-feira (3), de frente para a instituição de ensino.

Uma aluna da instituição teria tomado a iniciativa de levar pequenas bandeiras com as cores da diversidade para distribuir entre um grupo de oito alunos. Um monitor da escola, então, confiscou o material.

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De acordo com o jornal O Globo, a escola justificou a advertência tendo como base o Regimento Único das Escolas da Rede Municipal de Ensino de Joinville, aprovado pelo Conselho Municipal de Educação do município.

As bandeiras dos alunos, com idades entre 13 e 14 anos, foram consideradas "material de campanha", que só poderia ser distribuído com autorização prévia da escola. Por meio de nota, a prefeitura de Joinville declarou que preza pelos valores democráticos e está aberta ao diálogo.

Leia o posicionamento na íntegra:

“Em nota, a Prefeitura de Joinville disse que "na quinta-feira (24/2), a direção da Escola Municipal Cívico Militar Presidente Castello Branco foi informada pela equipe pedagógica de que três alunas estavam distribuindo materiais de campanha entre os alunos. Após tomar conhecimento dos fatos, a direção chamou as alunas e os responsáveis para conversar e as estudantes foram advertidas. Uma das alunas, por escolha pessoal, solicitou transferência para outra escola. A Secretaria de Educação de Joinville ressalta que preza pela democracia e ressalta que preza pela democracia e está aberta para o diálogo com todos os grupos da sociedade civil organizada".

Os sete dias que o presidente Bolsonaro (PL) tirou férias em São Francisco do Sul, Santa Catarina, custaram aos cofres públicos R$ 900 mil. O mandatário ficou do dia 27 de dezembro até a madrugada do dia três de janeiro na cidade. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

Durante esse tempo, Bolsonaro passeou de jet ski na praia, visitou e conversou com apoiadores e andou de carro no parque de diversões do Beto Carrero. 

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O custo do período de descanso do presidente foi divulgado pela Secretaria-Geral, atendendo o pedido do jornal O Globo por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). O ministério não detalhou os gastos e afirmou que "o valor está sujeito à alteração". 

Cartão corporativo

No dia três de fevereiro deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) aceitou o pedido do senador Fabiano Contarato (PT) para iniciar as investigações dos gastos no cartão corporativo feitos pelo presidente Bolsonaro.

Em três anos de gestão, Bolsonaro gastou R$ 30 milhões. O montante é 19% maior do que os quatro anos do mandato que se dividiu nas gestões de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Só em 2021, o atual presidente usou R$ 11,8 milhões com o cartão corporativo, um valor recorde em comparação aos pagamentos anuais dos últimos oito anos.

Uma mulher de 27 anos foi flagrada dirigindo em marcha ré por quase dois quilômetros no último domingo (20) em Chapecó, Santa Catarina. A condutora foi filmada por um outro motorista que cortava a rodovia SC-480. Nessa segunda-feira (21), a mulher foi identificada, localizada e presa pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) do estado. Com ela, os policiais encontraram uma pequena quantidade de cocaína. 

De acordo com os policiais, a motorista apresentava sinais de que tinha usado droga ao ser encontrada. O carro em que ela estava, um corsa na cor vermelha (imagem do topo), tinha mais de R$ 14 mil em débitos. Ela e o carro foram abordados na SC-283, na mesma região. A identidade dela não foi divulgada. 

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A imagem da condutora, gravada por um outro motorista que também trafegava na rodovia, circulou pelas redes sociais durante os últimos dias. O homem chegou a reduzir a velocidade para se distanciar do veículo. 

Em nota, a PMRv, afirmou que a "condutora do veículo, ao circular daquela forma sem sentido, não só colocou sua vida em risco como também a dos demais usuários da rodovia". Ninguém se feriu. 

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A taxa de ocupação de leitos de UTI Pediátrico para tratamento de Covid-19 cresceu 433% na primeira quinzena de fevereiro. Os dados foram levantados pela Secretaria Estadual da Saúde de Santa Catarina. No dia 1º de fevereiro, apenas três leitos de UTI pediátrico estavam com crianças em tratamento para Covid-19, o que representava uma taxa de ocupação de 16%. Já no dia 15 de fevereiro, esse número passou para 16 leitos, o que equivale a uma taxa de 73%.

A SES/SC identificou ainda um aumento de 1094% nas internações por Covid-19 de menores de 15 anos de idade, passando de 16 registros no período de 28 de novembro de 2021 até 1º de janeiro de 2022 para 191 registros no período de 02 de janeiro a 05 de fevereiro de 2022. O dado inclui casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 hospitalizados em leitos de enfermaria e de terapia intensiva.

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Nas crianças de 0 a 4 anos, o número de internações passou de 13 nas seis últimas semanas de 2021 para 139 nas seis primeiras semanas de 2022. Já para as crianças de 5 a 11 anos, o número de internações passou de 2 nas seis últimas semanas de 2021 para 42 nas seis primeiras semanas de 2022. E finalmente para jovens de 12 a 15 anos, apenas 1 internação foi observada nas seis últimas semanas de 2021, enquanto 10 internações já foram notificadas nas seis primeiras semanas de 2022.

Vacinação

O aumento nas internações de crianças para tratamento de Covid-19 reforça a necessidade de ampliar a vacinação na faixa etária de 5 a 11 anos, segundo o secretário da Saúde André Motta Ribeiro. “Proteger as crianças é uma das nossas prioridades nesse momento. Por isso estamos trabalhando para incentivar pais e responsáveis a levarem seus filhos para os postos de vacinação para receberem a primeira dose da vacina contra Covid-19. Essa ação é fundamental para que o maior número possível de crianças seja protegida, garantindo, assim, que não tenhamos mais esse aumento na ocupação de leitos pediátricos e nossas crianças possam frequentar as escolas com segurança”, destacou o secretário.

Atualmente, em Santa Catarina, 129.005 crianças de 5 a 11 anos já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, o que equivale a 20% da cobertura vacinal para essa faixa. Para o Superintendente de Vigilância em Saúde Eduardo Macário, esse aumento na taxa de internações pediátricas vem se tornando mais evidente nos últimos meses, considerando que estamos sob intensa transmissão comunitária da variante Ômicron, que vem alcançando índices alarmantes em todas as regiões do Estado. E as crianças acabam sendo mais afetadas por terem sido o último grupo contemplado com a vacinação, estando mais exposto por ainda apresentarem baixa cobertura vacinal.

Infectologista pediátrico do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Rodrigo Marzola, também observa um aumento exponencial no número de crianças nas UTIs pediátricas. “No início de fevereiro, havia três crianças internadas em leitos de UTI Covid. Hoje, já são 15 pacientes”, apontou. O dado corrobora com os relatos de casos de complicações da doença em crianças, especialmente a SIM-P (síndrome inflamatória multissistêmica em pediatria) após 2 a 6 semanas do pico da doença. Isto seria evitado com a vacinação maciça da população pediátrica contra o SARSCov2.

Os dados acerca da vacinação em SC podem ser visualizados no site http://www.coronavirus.sc.gov.br

Fonte: SES/SC

A deputada bolsonarista de Santa Catarina, Ana Caroline Campagnolo (PSL), está sendo processada por Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan e os familiares de Augusto Boal (1931-2009) e Mário Lago (1911-2002). Ela estaria usando, sem autorização, as músicas destes artistas em um curso antifeminista.

O Facebook e o Google também estão sendo processados. O advogado João Tancredo revelou ao O Globo que "a mentira é a base de todas as ações, assumindo que o bolsonarismo chama a guerra cultural. Dessa forma, mentiram para conseguir um autor de uso das obras num conteúdo antifeminista e o vezam o interesse comercial. Nada disso foi autorizado. O judiciário precisa dar uma resposta dura", disse.

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A ação conjunta pede que o Judiciário determine a retirada imediata dos materiais publicados com as músicas dos artistas e que cada um receba R$ 50 mil de indenização.

Por meio de sua conta no Instagram, a deputada aproveitou a repercussão do caso para tentar vender o seu curso. "Os artistas de esquerda estão tentando nos processar pela nossa aula espetáculo, então pode ser que você não consiga mais acessar e assistir essa aula nos próximos dias. Então corre, clica no link e assista a nossa aula espetáculo", falou.

A lista de atividades do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante os dias de férias em Santa Catarina só cresce. Nesta quinta-feira (30), Bolsonaro fez uma visita ao Beto Carrero World. O presidente, acompanhado da filha Laura, de 11 anos, e da primeira-dama Michelle Bolsonaro, assistiu ao show de Hot Wheels no local.

Logo após a apresentação, Bolsonaro apareceu vestido com macacão usado pelos pilotos e dirigiu um dos carros da apresentação. Enquanto o presidente se diverte em Santa Catarina, a Bahia enfrenta uma tragédia ocasionada por fortes chuvas que já levou 24 pessoas à óbito.

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A passagem de Bolsonaro por Santa Catarina também foi marcada por aglomerações em praia e pizzaria. Lá, ele também fez seu tradicional jogo de aposta na Mega da Virada, andou de motocicleta e aproveitou para cortar o cabelo. O presidente está hospedade no Forte Marechal Luz e só deve retornar para Brasília após o Ano Novo.

Sem ter sancionado até o momento o projeto que prorroga por mais dois anos a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, o presidente da República, Jair Bolsonaro, viaja nesta segunda-feira para São Francisco do Sul (SC), onde deve passar o réveillon. A previsão é de retorno a Brasília somente em 3 de janeiro.

O chefe do Executivo já deixou o Palácio da Alvorada rumo à Base Aérea de Brasília. Antes, conversou com apoiadores em frente à residência oficial por cerca de 10 minutos.

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Apesar da nova viagem de Bolsonaro, a expectativa é que a secretaria-geral da Presidência confirme a sanção do projeto por meio de nota ainda nesta semana.

O prazo para sanção é 7 de janeiro, mas a atual rodada de desoneração da folha de pagamento expira no próximo dia 31.

O presidente prometeu sancionar o PL da desoneração na última quinta-feira, em transmissão ao vivo nas redes sociais, e reiterou o compromisso durante almoço com jornalistas no Palácio da Alvorada na véspera de Natal.

Bolsonaro viaja para São Francisco do Sul apenas quatro dias após voltar do Guarujá (SP), praia em que tirou seis dias de férias, para passar o Natal em Brasília. No litoral paulista, o presidente passeou de moto e jet ski, conversou com apoiadores e foi gravado dançando funk em um barco com ao menos mais quatro pessoas. A música era uma paródia em sua homenagem e comparava mulheres de esquerda a cadelas.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, também viaja nesta segunda-feira. O general passará o ano-novo na Base Naval de Aratu, que pertence à Marinha, em Salvador (BA), e igualmente só deve voltar a Brasília em 3 de janeiro.

Um homem de 35 anos devolveu equipamentos furtados do Instituto Federal de Educação (IFSC) em Chapecó-SC após se arrepender do crime, segundo a Polícia Militar (PM). Ele voltou à unidade de ensino cinco dias após o furto.

O suspeito devolveu a mochila com dois notebooks e um tablet com cabos na última terça-feira (14). A PM foi acionada pelos funcionários do IFSC e o caso foi encaminhado à Polícia Federal.

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O homem foi ouvido na delegacia e liberado. Segundo a polícia, um smartphone furtado não foi recuperado. Uma investigação foi aberta.

Um médico condenado por estupro de vulnerável foi preso na terça-feira (30), no bairro Lagoa da Conceição, em Florianópolis. A prisão foi resultado de uma ação conjunta entre a Polícia Civil de Santa Catarina e a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

O estupro teria acontecido há mais de seis anos, na cidade de Armação dos Búzios, no Rio de Janeiro. 

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Segundo informações da Polícia Civil do Rio, o médico psiquiatra foi condenado ao cumprimento de oito anos e meio de reclusão por ter estuprado uma paciente, à época com 24 anos, após dopá-la com medicamentos de uso controlado em uma consulta residencial. 

O criminoso fugiu após os crimes e estaria vivendo há cerca de seis anos e meio no bairro Lagoa da Conceição, em Florianópolis, onde ainda exercia a medicina. 

Após o cumprimento do mandado, o acusado foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça.

Após ter as tranças cortadas na escola, em Pedras Grandes, a 162 km de Florianópolis, uma aluna catarinense se recusa a ir à escola e a família decidiu antecipar uma mudança de cidade.

A mãe, Cristina Zelma Mônica Magalhães, afirma que a filha ainda sofre com os traumas do episódio. "Ela não é mais aquela menina brincalhona, risonha, ela tem altos e baixos, tem horas em que ela lembra e fica encolhida, quietinha. Já vi ela várias vezes chorando", conta.

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A mãe da adolescente procurou a delegacia para relatar que a filha teve as tranças do cabelo cortadas por uma colega. A polícia encara o caso, denunciado no último dia 16 de novembro, como ato infracional análogo ao crime de injúria racial. O episódio ocorreu no dia 3 de novembro.

Antes de procurar as autoridades policiais, a mãe relatou o caso nas redes sociais, em um apelo a quem pudesse ajudá-la a lidar com a situação. Ela afirma, em vídeo postado no Instagram, que a adolescente perguntou à colega porque ela havia cortado suas tranças, que respondeu que quis cortar porque "era um cabelo de negro, cabelo ruim".

Ela conta, ainda, que houve um segundo episódio no ônibus escolar e a filha teria chegado em casa chorando dizendo que não queria mais ir à escola. Depois do episódio, a adolescente pediu à mãe que tirasse suas tranças.

"A situação é constrangedora, porque a gente acha que acontece com a gente mas não vai acontecer com os filhos. A gente fica sem chão, sem saber o que fazer e a quem recorrer", afirma a mãe.

A decisão de mudar de cidade foi antecipada para que a filha recomece os estudos em outra escola. "Sei que não vai curar totalmente, mas que preencha um pouquinho daquilo que foi ferido nela", espera a mãe. Conta, ainda, que a adolescente tem vergonha do episódio por achar que é culpada pela situação. "Eu não durmo há semanas, minha filha é a mesma coisa", diz Cristina.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação de Santa Catarina e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.

A reportagem entrou em contato com o delegado Willian Meotti, da Polícia Civil de Santa Catarina, e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.

Um homem, que não teve a identidade revelada, procurou os policiais militares do 26º Batalhão, em Santa Catarina, para se entregar e pedir para voltar para a prisão por estar passando fome. O fato aconteceu na manhã da terça-feira (23).

Segundo a assessoria da PM de Santa Catarina, a guarnição estava no destacamento da polícia, quando foi surpreendida pelo homem, que relatou estar foragido do presídio de Francisco Beltrão, no Paraná, desde o início da pandemia.

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Ele relatou que havia cortado a tornozeleira eletrônica para conseguir fugir, mas em Santa Catarina, para onde seguiu, não estava conseguindo trabalho e, por isso, estava passando fome.

Os oficiais entraram em contato com a Central de Emergência de Santa Catarina, que intermediou a troca de dados com a Central de Operações Policiais do Paraná, que confirmou a veracidade dos fatos relatados pelo foragido. 

A guarnição deu voz de prisão e conduziu o homem para o presídio de Joaçaba, no Oeste de Santa Catarina, onde as devidas providências foram tomadas. 

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