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Protagonistas do governo, os militares têm assistido sem contestação a uma guinada do presidente Jair Bolsonaro. Com 6.157 cargos em todos os escalões da administração federal, a ala militar optou por se manter em silêncio diante da decisão do chefe do Executivo de se aliar ao velho Centrão, de se juntar a quem sempre criticou e também de suas frequentes "cotoveladas" nos generais da Esplanada dos Ministérios.

Com Bolsonaro desde a campanha, os militares eram vistos por parte do eleitorado como uma garantia de que o presidente, um político oriundo do baixo clero e com forte viés ideológico, seria tutelado. Eleito, Bolsonaro virou o jogo, ofereceu privilégios e hoje recebe dessa ala consentimento até mesmo quando dá um "cala a boca" público num general da ativa.

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Poucas horas depois de ter sido desautorizado publicamente com um "Quem manda sou eu, não vou abrir mão da minha autoridade" - e obrigado a cancelar o acordo para a compra de 46 milhões de doses da vacina contra covid-19 -, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, recebeu a visita de Bolsonaro - que saiu de lá, na quinta-feira, com o que foi buscar. "É simples assim: um manda e outro obedece", disse o general, com um leve sorriso no rosto. O vídeo, gravado no hotel onde Pazuello se recupera do tratamento de coronavírus, revela, ainda, que ele seguiu mais uma instrução do chefe: não usava máscara. Bolsonaro também estava sem a proteção no rosto.

Nesse e em outros episódios que os atingiram, os militares preferiram não reagir. Os generais da reserva Hamilton Mourão, vice-presidente; Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, além dos demais oficiais influentes, deixaram de lado os discursos contundentes que marcaram a geração militar pós-ditadura.

Escândalo. Nas últimas semanas, eles também adotaram o silêncio quando Bolsonaro escolheu o desembargador Kassio Marques, ligado ao Centrão, para o Supremo Tribunal Federal, e após o escândalo protagonizado pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR), então vice-líder do governo, flagrado pela Polícia Federal com dinheiro na cueca. Ficaram calados, ainda, quando Bolsonaro atacou o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.

As postagens de Villas Bôas no Twitter, em um passado não muito distante, sempre eram aguardadas a cada escândalo político e movimento de opositores. Em abril de 2018, por exemplo, às vésperas do julgamento pelo Supremo do habeas corpus em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Villas Bôas repudiou a "impunidade". Procurado pelo Estadão, o general não quis se pronunciar. A amigos, ele tem dito que, neste momento, a "maior contribuição é o silêncio".

A omissão sobre os últimos movimentos do governo virou motivo de meme nas redes sociais. "Não se esqueça de parabenizar as conquistas de nossos militares que se sacrificaram pela Nação: conseguiram se safar da reforma da Previdência; ganharam aumento durante a pandemia; vão se safar da reforma administrativa e vão ganhar mais dinheiro do que o Ministério da Educação", diz um deles.

O general da reserva Luiz Cesário da Silveira Filho, ex-comandante Militar do Leste, no Rio de Janeiro, e crítico da ex-presidente Dilma Rousseff por causa da criação da Comissão da Verdade, considerou "um engano" achar que as Forças Armadas poderão ser prejudicadas pela existência de militares no governo. "O povo sabe separar isso daí", disse ele. "Não tinha outra saída (a não ser se aliar ao Centrão) para garantir governabilidade e aprovar medidas."

Professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o pesquisador Carlos Melo rejeita a tese quase hegemônica na caserna de que a aliança com o Centrão era inevitável para garantir a governabilidade. "Alguns militares podem achar isso porque foram convencidos ou se deixaram convencer. Só que Bolsonaro se cercou do Centrão também por suas conveniências, que envolvem questões pessoais, de Justiça, os filhos, a família", observou.

Melo avalia que Bolsonaro não precisava do Centrão para garantir a aprovação de projetos na Câmara e no Senado porque, mesmo sem base parlamentar, ele contou com "boa vontade extraordinária" do Congresso, aprovando, inclusive, a reforma da Previdência. "A aproximação com o bloco foi questão de proteção. Bolsonaro se aliou ao Centrão não para ter governabilidade, mas para ter blindagem por conta dos seus problemas políticos e até familiares", argumentou o pesquisador do Insper.

‘Coalizão’. Antecessor de Heleno no GSI, o general da reserva Sérgio Etchegoyen defende o modelo de "governo de coalizão" do Planalto. Ex-ministro do governo Michel Temer, Etchegoyen disse à reportagem do Estado que "imaginar que seja possível governar um país complexo sem fazer composição nem alianças é um sonho impossível". Em sua avaliação, "a composição, quando é sadia, tem um grande benefício".

O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann advertiu, por sua vez, que os militares e as Forças Armadas têm muito a perder ao se identificar com um governo, e não com a "totalidade" da Nação. "Esse é um risco que deve ser evitado a todo custo", destacou Jungmann. Um ex-integrante do Alto Comando das Forças Armadas, que preferiu não dar declarações públicas sobre o tema, admitiu existir na sociedade "uma percepção muito grande" de que as Forças Armadas estão extremamente associadas ao presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente americano, Donald Trump, expressou nesta quinta-feira (8) críticas incomuns contra dois de seus aliados mais firmes, o secretário de Estado Mike Pompeo e o procurador-geral Bill Barr, a menos de um mês das eleições em que busca um segundo mandato.

Em uma entrevista telefônica com a Fox Business, Trump, que foi obrigado a abandonar a campanha devido ao diagnóstico de covid-19, exigiu aos dois membros do gabinete que tomassem medidas sobre assuntos relativos ao governo do ex-presidente democrata Barack Obama.

Trump disse que Pompeo deveria encontrar um jeito de tornar públicos os e-mails de Hillary Clinton, a candidata presidencial democrata nas eleições de 2016, um caso de longa data para os ativistas republicanos que a acusam de ter usado um servidor privado de e-mail enquanto era secretária de Estado no governo Obama.

Os e-mails "estão no Departamento de Estado, mas Mike Pompeo não foi capaz de pegá-los, o que é na verdade muito triste", disse Trump.

"Não estou contente com ele por conta disso", explicou. "Ele lidera o Departamento de Estado... então, que os pegue".

Pompeo tem sido até agora um dos poucos funcionários que nunca contrariou Trump, que criticou implacavelmente os antecessores de Pompeo e Barr depois de demiti-los de seus cargos.

Trump, que está atrás nas pesquisas em relação ao seu oponente democrata Joe Biden, pediu a Barr que processe os membros do governo Obama por investigarem a relação de sua campanha com a Rússia.

"Bill Barr vai terminar como o melhor procurador-geral na história do país ou então em uma situação muito triste", disse Trump.

"Ele tem todas as informações que precisa", disse o presidente sobre as acusações.

Uma investigação do ex-diretor da Agência Federal de Investigações (FBI) Robert Mueller descobriu que a Rússia tentava impulsionar a campanha de Trump.

Mueller trouxe evidências significativas de que os aliados de Trump coordenaram, cooperaram, incentivaram e apoiaram a interferência da Rússia. Mas o investigador disse que não tinha elementos suficientes para acusar de conspiração nenhum membro da campanha.

O primeiro assessor de Segurança Nacional de Trump, Michael Flynn, admitiu ter mentido ao FBI sobre negociações com o embaixador russo.

Barr não encontrou motivos para acusar os funcionários do governo Obama pela investigação da Rússia, mas tem sido um defensor fervoroso de Trump.

A indicação de Jair Bolsonaro de que pode se envolver nas eleições municipais marca uma mudança de comportamento em relação a declarações recentes do presidente. Em transmissão nas redes sociais, na quinta-feira (24), ele disse que pode declarar voto e indiciou que já tem candidatos em três cidades - em São Paulo, Santos e Manaus -, apesar de não ter citado os nomes. Quem não foi mencionado reclamou, mas o presidente já avisou que usará as próximas lives para falar de seus apadrinhados em outras cidades.

"Eu assumi o compromisso de não entrar em eleições municipais, se bem que a gente pode mudar de ideia também. Se chegar um ponto tal e eu achar que posso influenciar nas eleições nas três cidades, eu vou me manifestar porque acho que esse candidato nosso tem tudo para fazer um bom mandato para o bem de São Paulo, Santos ou de Manaus", disse Bolsonaro na quinta, em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

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Na capital amazonense, o recado do presidente é direcionado ao coronel da reserva do Exército Alexandre Menezes Junior, pré-candidato a prefeito pelo Patriotas. Afilhado de casamento de Bolsonaro, de quem é amigo desde os tempos da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), ele espera o apoio do presidente para bater o ex-governador Amazonino Mendes (Podemos), que dirigiu o Estado da Amazonas por quatro vezes e lidera a corrida eleitoral na capital.

Coronel Menezes, por indicação do padrinho presidente, dirigiu a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) entre fevereiro de 2019 até junho deste ano, quando saiu para disputar as eleições.

O militar contou ao Estadão que Bolsonaro tem prestado uma espécie de consultoria a ele. "O presidente tem amplo conhecimento das eleições em Manaus. Ele passa orientações para ajudar na minha campanha, uma vez que nunca havia me candidatado a um cargo eletivo", disse.

Em Santos, a campanha do ex-desembargador Ivan Sartori (PSD) comemorou a sinalização de Bolsonaro. Os dois se encontraram em Brasília na terça-feira passada. O encontro foi registrado e divulgado nas redes sociais com uma foto.

Sartori ficou conhecido por anular, em 2016, os julgamentos que haviam condenado 74 policiais pela morte de 111 presidiários no massacre do Carandiru. Foi nessa época que Bolsonaro, então deputado federal, se aproximou do ex-magistrado. Apesar dos contatos por telefone, o primeiro encontro pessoal só ocorreu nesta semana. "Foi um começo. Ele fez foto e mencionou na live, o que já faz uma diferença. Mas não sei até onde ele vai (no apoio). Ele decide", disse Sartori.

Em São Paulo, Bolsonaro já havia acenado com o apoio a Celso Russomanno (Republicanos) logo após a oficialização de sua candidatura, quando os dois se reuniram em Brasília.

O deputado aparece em primeiro lugar na pesquisa Ibope encomendada pela Associação Comercial de São Paulo, à frente do atual prefeito, Bruno Covas (PSDB). Na capital, o engajamento de Bolsonaro é visto como uma guerra pessoal dele contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aliado de Covas.

‘Esquecidos’

Na live de quinta, Bolsonaro deixou de citar aliados como o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, do Republicanos, o mesmo partido de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro. Neste caso, a demora em se posicionar é estratégica. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro tornou o prefeito inelegível na quinta-feira passada. Crivella já anunciou que vai recorrer.

Outro que deixou de ser mencionado foi o deputado estadual de Minas Gerais Bruno Engler (PRTB), de 23 anos, pré-candidato a prefeito em Belo Horizonte. Fundador do Direita Minas, ele foi apoiado por Bolsonaro e seus filhos na eleição passada.

Para tranquilizar o aliado, Bolsonaro gravou um áudio, ao qual o Estadão teve acesso, dizendo que vai citá-lo na próxima transmissão. "A questão de BH. Eu não falei para não falar muitos municípios, tem mais também, mas BH sabe que eu tenho um carinho todo especial pelo Bruno, né? Então a gente anuncia na próxima quinta-feira, tá ok? Um abraço aí." 

Após fracassar sua ofensiva para deter as ações do Supremo Tribunal Federal (STF), o bolsonarismo propõe agora uma détente entre as instituições e procura isolar os grupos radicais que pregam "intervenção militar", com o fechamento do Congresso e da Corte. Nos círculos mais próximos do presidente, o movimento é justificado em razão da avaliação de que extremistas, como Sara Geromini, estariam "contaminando" os movimentos pró-governo.

A decisão de se descolar desses grupos veio após ações do STF que levaram extremistas à prisão e à quebra de sigilos de apoiadores e parlamentares bolsonaristas, além da prisão de Fabrício Queiroz, apontado pelo Ministério Público como operador financeiro de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no esquema das rachadinhas. Os grupos intervencionistas sempre foram tolerados e até dividiram carros de som com expoentes do bolsonarismo. Organizadores de atos pró-governo e aliados do presidente pregam agora que eles sejam isolados e rotulados como indesejados, como se fossem black blocs da direita.

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"Desde as Diretas-Já sempre tem um maluco com uma placa que diz bobagem. Esse pessoal com bandeiras inadequadas não representa o pensamento do grupo que apoia Bolsonaro", disse ao Estadão Luís Felipe Belmonte, terceiro na hierarquia do Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar. Belmonte foi um dos alvos da ação da PF no caso das fake news. "Essa história de fechar Congresso e STF é uma conversa estúpida e sem nenhum fundamento. Não tem apoio no grupo do Bolsonaro."

Um dos fundadores do Avança Brasil, Newton Caccaos disse que os grupos radicais "atrapalham" com atitudes impensadas, como os fogos contra o STF. "Não sei qual é a da Sara Geromini, que já foi de esquerda, mas virou de lado. Não podemos ser confundidos com os mais radicais e intervencionistas."

A operação de retirada do bolsonarismo das pautas extremistas ocorre dois meses após o presidente ter ido a ato que defendia o golpe em frente ao quartel do Exército, em Brasília. A mudança pode ser vista nas redes sociais. Na quinta-feira, o youtuber Alberto Silva, do canal O Giro de Notícia, publicou vídeo no qual aparece vociferando contra "eles", sem especificar o alvo. "Eles fazem esse tipo de notícia como se nós fôssemos bandidos", disse, citando escândalos do noticiário nos últimos anos. "Aqui o dinheiro é lícito."

Dias antes, o canal de Silva apagou 148 vídeos, segundo levantamento de Guilherme Felitti, da empresa de análise de dados Novelo. Os títulos e descrições das obras removidas dão uma ideia de quem seriam "eles": a sigla STF aparece 251 vezes, sempre como alvo. Outros canais também moderaram o discurso. "Sou contra fechar o Supremo", disse em vídeo Adilson Dini, do Ravox Brasil, um dos investigados pela Justiça.

Os bolsonaristas apagaram 3,1 mil vídeos desde que o STF agiu contra o esquema que buscava emparedar a Corte, segundo os dados de Felitti. "É claro que o STF está agindo com base em uma demanda, porque a democracia vem sendo atacada. O problema é que a gente está concentrando o poder no Supremo. Qual a garantia de que isso não vai ensejar abusos?", indagou o cientista social Caio Machado, da Universidade de Oxford, que pesquisa desinformação e discursos de ódio no YouTube.

Colisão

Para o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, Bolsonaro se elegeu como representante da antipolítica e com as redes sociais. "Mas não se governa com a antipolítica ou com as redes." Ao se recusar a criar uma coalizão, Bolsonaro escolheu o que Jungmann chama de "presidencialismo de colisão", uma fórmula que está esgotada.

"Desarticulada pelo STF, a base digital dele perde capacidade de operar. Também ficou evidente que as Forças Armadas nunca estiveram à disposição de Bolsonaro (para aventuras)." Símbolo disso seria a passagem à reserva do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, após pressão do Alto Comando do Exército.

Com a pandemia, as ações do STF e a falta de apoio à ideia de um golpe, o presidente se veria, na análise do cientista político José Álvaro Moisés, em uma encruzilhada. "Ele não cria uma resposta coordenada e eficaz contra a crise da covid-19. Isso afeta todas as classes sociais."

É por isso que Bolsonaro lançou a détente, afastando-se de manifestações e demitindo Abraham Weintraub da Educação. Na Guerra Fria, a détente foi a política entre as superpotências - EUA e URSS - que visava a diminuir as tensões e o risco de uma guerra catastrófica. A détente bolsonarista serve para estancar a crise com o STF e o Congresso. Em encontro com Dias Toffoli, presidente da Corte, Bolsonaro disse: "O nosso entendimento pode sinalizar que teremos dias melhores para o nosso país".

Para Manoel Fernandes, sócio da consultoria Bites, Bolsonaro precisa manter a base mobilizada com confrontos. "Em breve vai arrumar outro inimigo." O alvo, então, pode ser um governador ou o resgate da pauta de costumes. Na guerra fria entre os Poderes, o STF e o Congresso têm suas armas - o primeiro, inquéritos criminais e o segundo, o impeachment. Bolsonaro sabe. E, por isso, adota o estilo Jair paz e amor. "O que ninguém sabe é até quando", disse Moisés.

Redes sociais

Jair Bolsonaro mantém a força nas principais redes sociais. Levantamento da consultoria Bites mostra, por exemplo, que em uma delas, o Facebook, ele obteve neste ano mais compartilhamentos do que o presidente americano, Donald Trump. Bolsonaro tem 10,5 milhões de seguidores, fez 990 publicações e conseguiu 20 milhões de compartilhamentos. Trump, com 28 milhões de seguidores, publicou 2.680 posts e teve 17 milhões de compartilhamentos.

Desde a posse, Bolsonaro somou 14 milhões de seguidores nas suas redes - hoje tem 37,4 milhões. Fez 8,7 mil posts e obteve 1 bilhão de interações. Ao mesmo tempo, segundo Manoel Fernandes, sócio da Bites, criou um sistema de comunicação em torno dele - só os cinco principais sites de propaganda em forma de notícia do bolsonarismo contaram 24 milhões de visitas em maio, enquanto seus influenciadores mantêm de 400 mil a 2 milhões de seguidores no YouTube.

Mas nem tudo são rosas para o bolsonarismo. A radicalização dele criou um movimento - ainda difuso - de oposição. De 15 de março a 25 de junho, Bolsonaro teve 38,7 milhões de menções no Twitter associadas a hashtags positivas e 17,2 milhões negativas. "Um dado importante é a quantidade de perfis únicos que produziram as hashtags, incluindo as repetições. São 7,1 milhões de bolsonaristas e 8,2 milhões de perfis de oposição. Tem mais gente de oposição falando do que bolsonarista. Os bolsonaristas falam mais vezes", disse Fernandes. Para ele, os números mostram que só uma oposição unida e com um líder claro pode derrotar Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) podem ter lucrado mais de R$ 150 mil com a divulgação de atos antidemocráticos, que pedem o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

A suspeita é que parlamentares, empresários e donos de sites bolsonaristas atuariam em conjunto em um "negócio lucrativo" de divulgação de manifestações contra as instituições democráticas. As informações foram obtidas pela CNN Brasil e pela coluna de Lauro Jardim e confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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De acordo com o vice-procurador-geral, Humberto Jacques, dois canais pró-governo no Youtube, Folha Política e Foco do Brasil, podem ter embolsado até R$ 157 mil com transmissões dos discursos de Bolsonaro em protestos recentes.

A arrecadação viria de parcerias, assinaturas, eventuais compras de produtos oferecidos pelos canais e até de anúncios pagos por empresas e órgãos públicos.

"Com o objetivo de lucrar, estes canais, que alcançam um universo de milhões de pessoas, potencializam ao máximo a retórica da distinção amigo-inimigo, dando impulso, assim, a insurgências que acabam efetivamente se materializando na vida real, e alimentando novamente toda a cadeia de mensagens e obtenção de recursos financeiros", diz Jacques em uma das peças do inquérito.

O vice-procurador cita dados de relatórios de uma empresa especializada em análises estatísticas de páginas do YouTube, segundo os quais, a Folha Política, por exemplo, pode ter faturado entre US$ 6 mil e US$ 11 mil com a live do presidente do dia 3 de maio em frente ao Palácio do Planalto.

Já o vídeo da participação de Bolsonaro no ato de 19 de abril, dia do Exército, pode ter rendido ao Foco do Brasil, segundo a PGR, entre US$ 7,55 mil e US$ 18 mil.

A manifestação em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, que pedia intervenção militar e o fechamento do Congresso e do STF, foi o ponto de partida para a abertura do inquérito que apura a organização e o financiamento de manifestações contra a democracia.

Jacques destaca ainda que "há uma escalada em que mensagens apelativas produzem propagação e dinheiro; e a busca por dinheiro gera a necessidade de renovação de bandeiras com grande apelo e propagação".

Na semana passada, mandados de busca e apreensão contra apoiadores do governo foram cumpridos no âmbito na investigação. Além disso, o sigilo bancário de dez deputados e um senador, todos bolsonaristas, foi quebrado.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, também determinou que YouTube, Facebook e Instagram prestem informações se as páginas mantidas pelos alvos da operação recebem algum tipo de pagamento por cada postagem.

Nas bancadas dos partidos que formam o Centrão, nova base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Congresso, um em cada quatro deputados é investigado ou responde por crimes ou ações por improbidade administrativa com dano ao erário e enriquecimento ilícito. Dos cerca de 200 deputados que formam o bloco informal na Câmara, ao menos 60 possuem implicações na Justiça com acusações e suspeitas que envolvem desde lavagem de dinheiro e corrupção a crimes ambientais.

Com o agravamento da crise política, o Planalto passou a fazer uma investida explícita para atrair apoio das siglas do Centrão em troca de cargos. As negociações se chocam com o discurso contra a "velha política" e o "toma lá, dá cá" no Congresso, adotado por Bolsonaro desde a campanha eleitoral. Esse movimento se intensificou após Sérgio Moro deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública acusando o presidente de tentar interferir indevidamente na Polícia Federal.

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Na última semana, ações criminais avançaram sobre dois dos principais líderes do Centrão. O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), foi condenado a dez anos e dois meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Já o líder do Progressistas (antigo PP), Arthur Lira (AL), foi denunciado por corrupção passiva pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma investigação da Operação Lava Jato.

Lira e Paulinho da Força lideram as agremiações que fazem parte do Centrão mais atingidas por investigações ou denúncias. Entre os sete partidos do bloco, o Solidariedade tem a bancada com o maior número de deputados comprometidos na Justiça. Seis dos 14 parlamentares, mais de 40%, são alvo de processos judiciais que questionam sua conduta no setor público. A maior parte dos casos é referente a improbidade administrativa, com suspeita de danos aos cofres públicos.

O Progressistas vem em seguida, com 38% de seus representantes na Câmara implicados em processos que apontam ou investigam desde lavagem de dinheiro até fraude em licitação. Outras siglas que integram o Centrão são PTB (33% da bancada investigada) - que tem o ex-deputado Roberto Jefferson como presidente nacional -, PSD (25%), Republicanos (25%), DEM (27%) e PL (23%).

No total, os casos de improbidade administrativa e dano ao erário correspondem a mais da metade dos processos levantados. Fraude em licitação e falsidade ideológica também estão entre os crimes mais comuns pelos quais os parlamentares respondem.

O levantamento do Estadão não leva em conta processos já extintos, ações de danos morais ou execuções fiscais. A inclusão desses casos aumentaria o número de processados no Centrão de 60 para 77 deputados.

Fora do levantamento, há situações em que inquéritos foram arquivados por falta de provas. É o caso do deputado Fábio Faria (PSD-RN), indicado por Bolsonaro na quarta-feira passada para chefiar o recém-criado Ministério das Comunicações.

Em 2017, Faria foi citado em depoimentos de cinco delatores da construtora Odebrecht, após um acordo de leniência celebrado com o Ministério Público Federal. Eles afirmaram ter pago R$ 100 mil à sua campanha para deputado federal, que não teriam sido contabilizados. A doação, segundo os delatores, teria sido paga em troca de apoio à Odebrecht Ambiental nas áreas de saneamento básico e infraestrutura no Rio Grande do Norte.

O então governador do Estado e pai do deputado, Robinson Faria (PSD), também foi investigado no mesmo inquérito - ele foi arquivado após pedido da então PGR Raquel Dodge, que alegou não ter encontrado elementos suficientes para o oferecimento de denúncia, "apesar dos fortes indícios da prática do delito". À época, o deputado disse que prestaria "todos os esclarecimentos à Justiça e ao Ministério Público para provar minha inocência". A reportagem não conseguiu contato com Faria.

Recurso

Ao Estadão, o Solidariedade respondeu que os deputados não iriam se manifestar. A defesa do deputado Paulinho da Força disse, após sua condenação no STF, que respeita a decisão, mas discorda da sentença, e afirmou que irá recorrer.

Contatado, o Progressistas não respondeu. Após a denúncia contra o deputado Arthur Lira ser apresentada, sua defesa disse que a argumentação da PGR "não se sustenta", que a versão da acusação já foi desmentida por envolvidos, e que a delação que baseia a denúncia já teve "inverdades" reconhecidas pelo Supremo. O deputado não havia se manifestado até a conclusão desta edição.

"Me inclua fora dessa", diz ACM Neto sobre o bloco

No momento que o Centrão recebe cargos no governo federal, o prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto rechaçou em entrevista ao Estadão o bloco parlamentar que hoje dá sustentação ao Palácio do Planalto. Apesar do seu partido ocupar o maior número de ministérios e avançar no 2.°escalão da máquina federal, Neto disse que o Democratas não faz parte do Centrão. "Os quadros do partido que estão no governo foram escolhidos por Bolsonaro", afirmou.

O DEM é do Centrão?

Me inclua fora dessa. Nós não integramos o Centrão. O Democratas deixou claro ao presidente da República desde o processo de transição em 2018 que não participaria da indicação de cargos e não aceitaria discutir espaços no governo.

Os quadros do partido que estão no governo foram escolhidos pelo próprio presidente Bolsonaro, que quando quis também tirou, a exemplo do ministro (da Saúde, Luiz Henrique) Mandetta. O presidente o demitiu e não teve que dar nenhuma satisfação ao partido, como não deu quando na hora que escolheu. Não vamos participar dessa política de negociação de espaços.

Qual o papel que o sr. acha que o Centrão cumpre hoje?

Eu não gosto de generalizações. Existem situações diferentes entre os partidos chamados de Centrão. Mas é evidente que alguns desses partidos foram governistas com Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Temer e agora com Bolsonaro. Eles serão governo com qualquer um que chegar à presidência da República. Esse é um traço que distingue o Democratas. Nós fizemos oposição ao PT durante todo o período que o partido esteve no governo. Temos uma linha ideológica e de princípios muito clara. Existe um jogo de interesses muito claro de lado a lado que torna conveniente a relação, mas ela não é baseada em crenças comuns e em princípios. Portanto não tem a solidez necessária para a articulação de um governo com o Congresso Nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A crise sanitária está mudando profundamente a relação entre as grandes potências. Depois da pandemia, a liderança dos EUA no mundo poderia estar em risco.

O editorial de 30 de abril do prestigiado jornal francês Le Monde foi dedicado ao cenário mundial que irá ser desenhado depois de debelada a pandemia do novo coronavírus.

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O jornal prevê, entre outros, o fim da liderança mundial dos Estados Unidos e alerta para o fato de a Europa necessitar de começar a sua própria reconstrução.

Segundo o Le Monde, a crise pandêmica está mudando profundamente a relação entre as grandes potências, não estando os EUA mais exercendo o papel que haviam atribuído a si mesmos no século XX, o de liderança mundial.

A pandemia do coronavírus pôs fim à ordem internacional construída após a Segunda Guerra Mundial sob a égide dos Estados Unidos, assinala o jornal, que reconhece à ascensão da China um papel fundamental na desestabilização deste sistema.

"O fim da Guerra Fria, o desaparecimento da URSS e a ascensão da China desequilibraram gradualmente um mundo baseado na dualidade americano-soviética", afirma o autor do editorial.

Desta forma, o mundo tornou-se desequilibrado, com a "ordem bipolar" dando lugar a "uma desordem multipolar", escreve o Le Monde, que aponta a relutância norte-americana em reconhecer as novas regras do jogo.

Atitude europeia

O Le Monde conclui o editorial sublinhando que o novo coronavírus testou severamente a unidade da Europa, que se mostrou desarmada perante a pandemia e incapaz de organizar políticas de solidariedade com os países mais afetados da União Europeia.

"Mas se ela [a União Europeia] quiser influenciar e não sofrer as consequências de uma ordem mundial mais justa e segura no pós-crise, deve começar organizando a sua própria reconstrução econômica", conclui o editorial.

Da Sputnik Brasil

Centrais sindicais que participaram do movimento Lula Livre e líderes de partidos historicamente alinhados ao PT têm demonstrado descontentamento com a atuação política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde que ele deixou a cadeia, em novembro de 2019.

Segundo eles, Lula tem feito uma política muito "estreita". O movimento é interpretado por petistas como uma tentativa de isolar Lula e o PT e levar a centro-esquerda para projetos mais amplos como os de Ciro Gomes (PDT) ou do apresentador de TV Luciano Huck (sem partido).

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Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT) não foram convidadas para reunião nacional da campanha Lula Livre marcada para este sábado, dia 18, em São Paulo. Em 2018 estas centrais (e outras quatro) aceitaram transferir o centro da comemoração do Dia do Trabalho de São Paulo para Curitiba em solidariedade a Lula. Alguns de seus dirigentes se engajaram pessoalmente na campanha pela libertação do petista.

Agora, reclamam que o ex-presidente, desde que saiu da cadeia, só recebe dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT). "Depois da saída da prisão Lula só se encontrou com CUT. Não recebeu nenhuma outra central. A política dele está estreita. Lula só chegou à Presidência quando se aplicou com empresários", disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

A Força é ligada ao Solidariedade. A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) tem na presidência Antonio Neto, do PDT, e a UGT é presidida por Ricardo Patah, do PSD. Até mesmo centrais que devem participar da reunião Lula Livre, como a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que tem dirigentes ligados ao PCdoB e ao PSB, questionam a postura de Lula.

"Queremos ir lá para mostrar nossa opinião. O mundo não gira em torno do Lula. O PT e a esquerda foram derrotados e construir a possibilidade de um retorno terá que fazer um movimento mais amplo", disse o presidente da CTB, Adilson Araújo, do PCdoB.

Patah, da UGT, confirmou que não foi convidado para o evento mas minimizou o fato de ainda não ter sido recebido por Lula. "Nós sabíamos que ele teria um período de quarentena para resolver problemas pessoais. No momento certo ele vai conversar com as centrais", disse ele.

Na quinta-feira, 16, o deputado Orlando Silva, líder do PCdoB na Câmara, publicou um texto no qual ataca Lula por ter dito em uma entrevista que dificilmente alguém se elege presidente por um partido comunista e exaltado o tamanho do PT em comparação com outros partidos de esquerda.

"Lula considerar difícil a eleição de um comunista para presidente não surpreende, afinal, ele considerava impossível uma vitória para o governo do Maranhão. Flávio Dino foi eleito e reeleito governador sem seu apoio. Mas qual a utilidade de reforçar a retórica anticomunista?", questiona o deputado que foi ministro dos Esportes no governo Lula.

Dino vai participar da reunião ao lado de José Genoino e Franklin Martins. O governador do Maranhão está no centro da disputa desde que se reuniu com Huck, no Rio de Janeiro, abrindo margem para especulações sobre uma chapa Dino/Huck.

"O PT mantém e manterá a relação com o PC do B e demais partidos de esquerda. Flávio Dino é um tremendo quadro. Estamos e estaremos juntos", disse o presidente estadual do PT de São Paulo, Luiz Marinho.

Na entrevista à TVT veiculada quarta-feira, 15, Lula fez largos elogios a Dino e admitiu a possibilidade de apoiar o governador do Maranhão, com as ressalvas de que o PT tem mais estrutura e da rejeição à palavra "comunista". Orlando Silva classificou os elogios como um "abraço de urso". "Anote aí, o elogio de Lula a Flávio Dino é como um 'abraço de urso', daí ser adequado Flávio saber o ponto exato de proximidade - ou será esmagado", escreveu o deputado.

Em conversas reservadas, petistas lembram da proximidade entre Orlando Silva e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e enxergam uma tentativa de levar aliados históricos do PT para o projeto de Huck. Nos últimos meses o apresentador tem dado mais ênfase às questões sociais e até elogiado programas dos governos petistas em suas manifestações, o que é visto como uma inflexão na direção da centro-esquerda.

Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, as centrais não foram convidadas porque a reunião do Lula Livre é restrita às entidades que participaram organicamente do movimento. "É uma reunião mais organizativa. O objetivo é discutir o fato de que Lula está solto mas não teve reconhecida sua inocência nem teve de volta seus direitos políticos", disse ele.

Okamotto rechaçou a possibilidade de antigos aliados estarem preocupados com a possibilidade de Lula reaver seus direitos e ser candidato novamente em 2022. "Dou de barato que ninguém da esquerda tem um pensamento tão raso", afirmou.

Orlando Silva não foi o primeiro a questionar Lula publicamente depois que o ex-presidente foi solto. No início do ano o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, criticou nas redes sociais o fato de o petista ter dito em entrevistas que os EUA e a CIA estariam por trás das manifestações de junho de 2013.

No texto publicado nesta quinta, Orlando Silva usa trecho da música "Demorô" do cantor Criolo para demonstrar seu descontentamento. "Onde falta respeito a amizade vai pro lixo… muda essa roupa, corta esse cabelo".

A advogada e tesoureira do Aliança pelo Brasil, Karina Kufa, afirmou que, apesar de não concordar com o uso do fundo eleitoral, a nova legenda não vai rejeitar parlamentares que já tenham utilizado os recursos em campanhas passadas.

"Não podemos rejeitar a entrada de parlamentares sérios que acabaram recebendo o fundo eleitoral em 2018, até mesmo porque foi o primeiro ano de existência desse fundo e não é criminoso, só não concordamos com o modelo. Hoje alinhados com o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, nenhum deles usará o fundo eleitoral, já que é uma diretriz partidária. O objetivo do Aliança será acabar com a permissão legal de usar recursos públicos em campanha", disse Karina, em nota.

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A advogada, que também representa o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), argumentou ainda que, no caso do filho "03" do presidente, os R$ 7,9 mil que constam na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral como recursos do fundo eleitoral dizem respeito ao rateio da propaganda de rádio e TV pago pelo PRTB, partido coligado ao PSL na eleição de 2018. "O que se verifica é apenas a indicação da fonte de pagamento pelo partido doador (PRTB) da despesa rateada. Portanto, o deputado reforça a sua posição de não recebimento de recursos do fundo eleitoral em sua campanha", afirmou ela.

'Doação'

O mesmo argumento foi utilizado pelo deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara. O parlamentar não reconhece o material de campanha pago com recursos públicos por outros candidatos, mas em seu favor, como uso do fundo eleitoral. "Não utilizei o fundo (eleitoral) do PSL. Recebi doação de campanha do Ronaldo Caiado (então candidato a governador em Goiás) e do Wilder Moraes (então candidato a senador) em santinhos e materiais impressos em valor estimado de aproximadamente R$ 1 mil, que, na origem, veio dos seus respectivos partidos e contas eleitorais", afirmou o deputado.

Daniel Silveira (PSL-RJ) também justificou os R$ 13,3 mil informados na sua prestação de contas como originários do fundo eleitoral como gastos de outros candidatos. "O material já veio confeccionado, sem consulta, no CNPJ que temos e distribuído. O Aliança nasce para ser contra o fundão, que é previsto em lei e muitos utilizam tudo", afirmou Silveira.

Procurados, os demais parlamentares citados não se manifestaram até a publicação desta matéria.

Parlamentares de partidos do bloco conhecido como Centrão, como PP, DEM e PL, e aliados próximos ao presidente Jair Bolsonaro tiveram a maior quantia de emendas liberadas até agora, destaca matéria do jornal O Estado de S. Paulo. No topo da lista está o deputado Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP), vice-líder do governo na Câmara e um dos aliados mais fiéis ao Palácio do Planalto. Dos R$ 15 milhões indicados por ele no Orçamento deste ano, R$ 12 milhões já foram pagos. Outro fiel escudeiro do presidente, o deputado Eder Mauro (PSD-PA), conseguiu liberar R$ 11,6 milhões.

Até a semana passada, o governo já havia empenhado R$ 8,6 bilhões dos R$ 9,2 bilhões previstos para o ano inteiro. Primeira etapa para a liberação do recurso, o empenho é fase em que o governo se compromete a reservar a despesa na dotação orçamentária. Menos da metade foi efetivamente pago (R$ 4,2 bilhões).

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As emendas são indicações que deputados e senadores fazem no Orçamento para destinar recursos a suas bases eleitorais. Os parlamentares podem apontar investimentos em serviços e obras, como a construção ou manutenção de unidades de saúde, reformas de escola ou construção de pontes, por exemplo. Com isso, podem lucrar politicamente, enaltecendo ter sido responsável por levar dinheiro àquela localidade.

Os pagamentos das emendas individuais são obrigatórios, mas a prioridade dada para liberar antes recursos indicados por algum congressista depende de negociação política. Por isso, é comum serem utilizadas como moeda de troca pelo Planalto em votações importantes.

Questionado sobre o motivo de ter mais emendas liberadas em relação aos colegas da Câmara, Feliciano disse ter um perfil diferente da maioria, mas negou favorecimento do Planalto. "A maioria dos deputados tem acordo com prefeito e essas coisas. Eu não tenho", afirmou. "Não sei nem qual é o critério que o governo usou para isso, até porque eu não me preocupo com isso. Eu nunca fui na Casa Civil falar: eu preciso que libere emenda", completou.

Mesmo deputados que não exercem mais o cargo, mas ainda estão envolvidos no dia a dia da política, tiveram prioridade na fila de pagamentos das emendas. Foi o caso do ex-assessor do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), Leonardo Quintão (MDB-MG). Ele ficou apenas dois meses no Palácio do Planalto, mas conseguiu o desbloqueio de quase tudo que sobrou na "sua conta" com o governo. Foram empenhados R$ 14,9 milhões e pagos R$ 12,1 milhões. Quintão teve direito de indicar emendas porque ainda era deputado no ano passado, quando o Orçamento deste ano foi discutido no Congresso.

No "top 10" dos que conseguiram liberar mais em emendas há um "intruso". O ex-deputado Andres Sanchez (PT-SP) já teve R$ 13,9 milhões empenhados. Uma análise do destino dos recursos, porém, mostra que o governo empenhou apenas as indicações que o petista fez para engordar o Fundo Nacional da Saúde, usado para despesas em hospitais e outras unidades de saúde.

O governo costuma usar as emendas parlamentares para alcançar o valor mínimo que a lei determina para recursos do Orçamento destinados a áreas de saúde e educação. Outras ações indicadas por Sanchez, para programas na área de esporte na cidade de Parapuã, no interior de São Paulo, estão "zeradas".

O Estado mostrou no sábado que, sob ameaça de ver travada a agenda econômica no Congresso, o governo cedeu à pressão de parlamentares e acelerou a liberação de emendas em novembro. Até a última semana do mês, foram empenhados R$ 2,2 bilhões. É a segunda maior reserva de recursos feita em um único mês desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu.

O Planalto alega que o valor maior em novembro se deve ao descontingenciamento de verbas, anunciado pelo Ministério da Economia no dia 18. O desembolso ocorreu após o Centrão dar um ultimato ao Planalto: ou quita a "dívida" contraída na negociação pela aprovação das mudanças das regras da aposentadoria ou o governo não aprova mais nada neste ano no Congresso.

Partidos

Na análise por partido, PSD, MDB, DEM, PTB, PL e PP lideram a lista das legendas que mais conseguiram, proporcionalmente, liberar os recursos dos seus deputados. O PSD do ex-ministro Gilberto Kassab conseguiu a execução de 75% (R$ 446,66 mi) dos R$ 594 milhões empenhados. Como revelou o Estado no sábado, levantamento do governo mostra que o PSD também é o partido que mais conseguiu emplacar indicações políticas na administração federal, com 154 cargos.

Procurado para comentar a ordem da liberação das emendas, o Palácio do Planalto não se manifestou até a conclusão desta edição.

Risco de expulsão

Um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Marco Feliciano (SP) corre o risco de ser expulso do Podemos. O partido deve concluir até o fim do mês um processo contra o parlamentar. Um dos casos em análise pelo conselho de ética da legenda é o gasto de R$ 157 mil com um tratamento odontológico reembolsado pela Câmara, revelado pelo Estado em agosto. Na época, o parlamentar argumentou que precisava corrigir um problema de articulação na mandíbula e reconstruir o sorriso com coroas e implantes na boca.

Durante a campanha, Feliciano declarou apoio a Bolsonaro, apesar de o partido ter um candidato próprio: o senador Alvaro Dias. A possível saída forçada de Feliciano ocorre dentro da estratégia do Podemos de se afastar do "bolsonarismo" e se firmar como a sigla da Lava Jato. O partido tem atraído parlamentares da centro-direita descontentes com o governo e, só no Senado, passou de cinco para dez parlamentares nos últimos meses - a segunda maior bancada. Como mostrou o Estado, o crescimento tem incomodado aliados do presidente.

Feliciano se filiou ao Podemos em 2018 com a expectativa de que, sendo pastor da Assembleia de Deus, pudesse ser um puxador de votos.

O deputado afirmou que não está acompanhando o processo disciplinar. "Não estou nem a par disso. Para mim, o que acontecer está bom", disse, negando que vá deixar o Podemos por decisão própria. "Que o eleitor julgue o caso. Um partido expulsa um deputado por apoiar um presidente da República. Aí, não tem mais o que fazer", afirmou, acrescentando que fechou um acordo com o Podemos desde a campanha eleitoral para ser independente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta terça-feira, 12, a aliados que vai deixar o PSL e que vai trabalhar para criar um novo partido, chamado Aliança pelo Brasil. A informação foi dada por deputados que participaram de reunião no Palácio do Planalto com o presidente.

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) disse esperar que Bolsonaro presida o novo partido. Segundo ela, a primeira convenção da sigla será realizada em 21 de novembro. Ainda de acordo com ela, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sairá de imediato do partido.

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O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) afirmou que a ideia dos deputados é permanecer no PSL até que a criação da nova legenda seja formalizada.

Os advogados de Bolsonaro estimam que vão conseguir entregar, até março do ano que vem, as cerca de 500 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para criação de nova sigla. A ideia é viabilizar o partido a tempo de lançar candidatos às eleições municipais de 2020, o que exige aprovação na corte eleitoral até abril.

O TSE ainda não confirmou, "mas vai" permitir, de acordo com o deputado Daniel Silveira, que a coleta das assinaturas necessárias seja feita por meio de um aplicativo para dispositivos móveis.

A disputa interna do PSL veio à tona em 8 de outubro. Naquele dia, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro criticou o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife (PE).

"O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre os dois grupos antagônicos que se formaram entre os correligionários.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta segunda-feira, 11, que tratará sobre a sua saída do PSL em reunião no Palácio do Planalto na tarde de terça-feira, 12, com parlamentares da legenda. Ainda segundo o presidente, não está definido que "Aliança pelo Brasil" será o nome do partido que ele pretende tirar do papel.

"Não está certo nada ainda. Para depois vocês não falarem que recuei. Tenho de tomar conhecimento do que está acontecendo amanhã, para poder informar", afirmou Bolsonaro em frente ao Palácio do Alvorada.

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O presidente enviou mensagem nesta segunda, 11, a parlamentares aliados no grupo de Whatsapp "Time Bolsonaro", informando apenas horário e local de uma reunião: 16h, no Palácio do Planalto. Apesar de não ter especificado o assunto, deputados convidados acreditam que Bolsonaro anunciará a sua saída do PSL.

A saída seria desfecho depois de uma crise que tomou os holofotes da política nacional no último mês. Bolsonaro poderia levar com ele quase a metade da bancada do PSL na Câmara, composta por 53 deputados, caso não houvesse entraves jurídicos que podem implicar na perda dos mandatos.

A crise interna do PSL pode chegar a um desfecho nesta terça-feira, 12. O presidente Jair Bolsonaro enviou nesta segunda-feira (11) uma mensagem a parlamentares aliados no grupo de Whatsapp "Time Bolsonaro". Informou apenas horário e local. Às 16h, no Palácio do Planalto. Ele não especificou o assunto, mas deputados convidados para essa reunião preveem um anúncio da saída de Bolsonaro do PSL, depois de uma crise que tomou os holofotes da política nacional no último mês.

"Creio que sim (que Bolsonaro deve deixar o PSL). E eu saio de fato também, em apoio ao Presidente. Breve saio de direito", afirmou o deputado Bibo Nunes (PSL-RS). Bolsonaro poderia levar com ele quase que a metade da bancada do PSL na Câmara, composta por 53 deputados, caso não houvesse entraves jurídicos que podem implicar na perda dos mandatos.

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A disputa interna da legenda veio à tona no dia 8 de outubro. Na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez críticas ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife. "O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre dois grupos que se formaram entre os correligionários.

De um lado, os 'bolsonaristas', aliados a Bolsonaro que articularam para colocar o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como líder da bancada na Câmara. Do outro, os 'bivaristas', ligados a Luciano Bivar, que perderam o controle da bancada, com a destituição do deputado Delegado Waldir (PSL-GO), mas ficaram com o controle do partido e abriram processos no Conselho de Ética contra ao menos 19 colegas do grupo oposto.

Nessa cizânia, está em jogo o controle do partido, que se tornou uma superpotência após eleger 52 deputados no ano passado e angariar a maior fatia dos recursos públicos destinados às siglas. Apenas neste ano, o PSL deve receber R$ 110 milhões de fundo partidário.

Para reunião de amanhã, Bolsonaro chegou a convidar alguns bivaristas, mas segundo fontes, deixou de fora Bivar, a ex-líder do Congresso, deputada Joice Hasselman (SP), deputado Julian Lemos (PB), Heitor Freire (CE) e Delegado Waldir (GO). Deputado por São Paulo, Coronel Tadeu também não foi convidado. "Não posso acompanha-lo (na saída do PSL). A legislação não permite. Se for para dar fim a essa confusão, apoio integralmente a decisão do presidente", disse.

Segundo deputados do PSL ouvidos pela reportagem, Bolsonaro deve se manter, por enquanto, independente, até encontrar um novo partido. A intenção é migrar para uma legenda que "não tenha dono", disse um parlamentar.

As forças turcas e os grupos sírios que as apoiam conquistaram, neste domingo (13) pela manhã, a cidade fronteiriça de Tal Abyad, no norte da Síria, onde Ancara lançou uma ofensiva contra uma milícia curda - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Tal Abyad é a maior cidade conquistada até o momento pelas forças curdas desde o início da ofensiva na última quarta-feira (9), afirmou o OSDH, acrescentando que o próximo objetivo das forças turcas é Ras al-Ain.

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Também neste domingo o Ministério turco da Defesa anunciou o controle de uma importante estrada no nordeste da Síria, que faz a conexão com os territórios nas mãos de uma milícia curda.

"Ao fim da operações de êxito, (as forças de Ancara) assumiram o controle da estrada M-4, penetrando entre 30 e 35 quilômetros" em território sírio, declarou o Ministério, em um comunicado publicado no Twitter, sem dar detalhes.

O objetivo da Turquia é controlar os setores do norte da Síria e estabelecer uma "zona de segurança" de 32 quilômetros de extensão para separar sua fronteira dos territórios curdos.

Os combates continuam, em seu quinto dia de ofensiva. Já deixaram mais de 150 mortos, incluindo cerca de 50 civis, e provocaram a fuga de mais de 130 mil pessoas.

Aliados do clã dos Bolsonaro estão articulando a possibilidade de criar um novo partido para abrigar a família de políticos que inclui o presidente Jair Bolsonaro e os filhos: o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro (PSC); os três primeiros são filiados ao PSL, partido com o qual Bolsonaro protagoniza uma nova crise. 

Nessa terça-feira, o chefe do Executivo Federal chegou a recomendar para um dos seus apoiadores que esquecesse o PSL e disse que o presidente nacional da sigla, o deputado federal Luciano Bivar, está “queimado para caramba”. 

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De acordo com informações do jornal O Globo, a nova legenda seria batizada de “Conservadores” e o estatuto estaria sendo elaborado por aliados de Eduardo Bolsonaro. O problema, para viabilizar o novo partido, é a falta de tempo hábil para legalizar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as próximas eleições. Isso deveria ter acontecido até o último dia 4, um ano antes do pleito.

Segundo a minuta do esboço do estatuto, a sigla terá como princípios a “moralidade cristã, a vida a partir da concepção, a liberdade e a propriedade privada”. O texto ainda aborda o direito à legítima defesa individual, combate à sexualização precoce de crianças e à apologia da ideologia de gênero e defesa do legado da “moralidade cristã e da civilização ocidental”.

A outra possibilidade é que eles mudem de legenda. O Patriota e a UDN, que ainda está sendo criada, já se colocaram à disposição para receber o grupo. O Patriota deve se reunir nesta quarta para alinhar um posicionamento público sobre o possível ingresso do presidente, que antes da filiação ao PSL, chegou a conversar com a legenda. 

Já a direção da reedição da antiga União Democrática Nacional já declarou estar de portas abertas para abrigar o presidente e seu clã.  

A abertura da Copa América em São Paulo teve a presença do presidente Jair Bolsonaro, mas, ao seu lado, estava o vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia, e não o titular do posto. É que João Doria Jr. teve outro compromisso, no Rio de Janeiro no mesmo horário. O tucano foi o homenageado de um jantar para 400 pessoas oferecido pelo empresário Paulo Marinho e sua mulher, Adriana, na casa de ambos no Rio de Janeiro.

Marinho é o primeiro suplente de Flávio Bolsonaro (PSL) no Senado. O jantar em homenagem a Doria marca seu ingresso no PSDB e a missão, conferida pelo governador, de revitalizar o partido no Rio com novas filiações e mais capilaridade entre formadores de opinião. Doria recebeu o título de Cidadão do Rio de Janeiro, conferido pela Câmara Municipal, mas entregue excepcionalmente fora do Legislativo.

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A casa que recebeu advogados, jornalistas, cineastas, músicos, integrantes do mercado financeiro, empresários e políticos para ouvir Doria é a mesma que Marinho emprestou, na campanha do ano passado, para as gravações dos programas de TV de Bolsonaro.

Entre os convidados, ex e atuais aliados do presidente, como o ex-ministro Gustavo Bebianno e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), confraternizavam e conversavam amistosamente.

Filho do anfitrião imita presidente

Não faltou nem espaço para a "participação" do próprio Bolsonaro nos discursos da noite. O filho do anfitrião, André Marinho, conhecido por sua acurada imitação presidencial, "encarnou" o personagem famoso e não deixou de fora nem uma sutil crítica política: "Soube que sua reunião de secretariado tem relógio para atraso, tem apito, tem multa. Eu só falo pro 02 dar um tuíte e tá resolvido isso daí. Já foram dois. Você está entre o Santa e o Cruz", disse o jovem, como se fosse Bolsonaro, numa referência aos desentendimentos com Carlos Bolsonaro que ceifaram dois ministros (Bebianno e general Santos Cruz).

Joice abriu sua fala fazendo menção ao fato de ser uma espécie de estranha no ninho de novos e velhos tucanos. "Estou aqui com essa patota do PSDB, mas sou PSL", disse. Ela lembrou que foi na casa de Marinho que nasceu a aliança "Bolsodoria" no segundo turno da eleição presidencial. "O que une esses dois (Doria e Bolsonaro) é uma amizade profunda, leal e honesta", afirmou ela.

De qualquer maneira, qualquer sinal de "Bolsodoria" parecia ter ficado no passado ontem, no discurso do homenageado - e na própria decisão de trocar o "teste do estádio" ao lado do presidente para estar na base eleitoral dele.

O governador fez um longo histórico de sua vida e das condições que o levaram a trocar a iniciativa privada pela política, vencendo duas eleições em dois anos. Deu tons épicos à narrativa de alguém que começou a trabalhar aos 13 para ajudar a mãe a pagar a conta de luz, dizendo a um público novo que o PSDB, sob o comando de seu aliado Bruno Araújo, também presente, não estará mais no muro.

A fala, longa, proferida no bonito jardim do casal Marinho, foi marcada por dois vigorosos assobios de Doria para pedir silêncio para o público eclético, que mesclava quem prestasse atenção à sua fala, os que se refrescavam com champanhe Taittinger Brut geladíssima, ceviche e carpaccio de vieira, e até um incauto que caiu no lago de carpas da mansão. O jantar só foi servido depois dos discursos.

Centro liberal e escalada política de Doria

A sucessão de 2022 esteve presente nos apelos de Paulo e André Marinho para que Doria dê continuidade à sua escalada política e, subliminarmente, na maneira como o próprio governador fez questão de acentuar as diferenças entre ele e Bolsonaro em seu discurso. Numa das mais incisivas falas com esse objetivo, fez referência duas vezes ao fato de seu pai ter sido cassado pelo "golpe militar de 1964", fazendo questão de dar uma ênfase na palavra "golpe".

Também disse que o PSDB será um partido de centro liberal, marcando uma distância ideológica em relação à direita bolsonarista, e acentuou a necessidade de se ter uma abordagem, que chamou de "não paternalista", para reduzir a pobreza e a desigualdade no Brasil.

Um dos momentos em que foi mais aplaudido foi na enfática defesa que fez do ministro Sérgio Moro, que enfrentou uma semana de questionamentos por conta do vazamento de conversas entre ele e integrantes da Lava Jato. "Moro não fez nada de errado, ele ajudou o Brasil", disse o homenageado da noite, anunciando que telefonou ao ex-juiz para anunciar que lhe dará a Ordem do Ipiranga, uma das mais prestigiosas comendas do Estado de São Paulo.

O controle da articulação pela reeleição de Bruno Covas (PSDB) à Prefeitura de São Paulo levou o governador João Doria (PSDB) a pedir o afastamento de João Cury Neto da Secretaria da Educação do município. Desafeto de Doria e expulso do PSDB em 2018, Cury havia ganhado de Covas a secretaria depois de exercer o mesmo cargo no governo do Estado durante a gestão de Márcio França (PSB).

Cury deve deixar a secretaria e ocupar um cargo mais discreto no Executivo e despachar próximo ao prefeito. Em 30 de abril, o secretário havia sido condenado por improbidade administrativa em 2.ª instância, por decisão do Tribunal de Justiça, em razão de supostas irregularidades na compra de material didático para Botucatu, quando Cury era prefeito da cidade - ele alega inocência.

A condenação não havia sido suficiente até agora para que Cury fosse afastado. O secretário está atuando como coordenador informal do núcleo que tratava do futuro de Covas, contatando empresários em busca de apoio e começando o trabalho de marketing. Participou da escolha do marqueteiro Felipe Soutelo, encomendando os primeiros trabalhos sobre a imagem do prefeito.

Uma primeira pesquisa também foi encomendada pelo grupo, que apontou um fraco desempenho do prefeito em um cenário em que seriam candidatos Celso Russomanno (PRB), Janaína Paschoal (PSL), Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB).

O trabalho independente e as relações de Cury com o ex-governador Geraldo Alckmin fizeram com que Doria pedisse a Covas a sua substituição. A relação de Cury com Alckmin começou quando o ex-secretário foi escolhido para chefiar a Fundação para o Desenvolvimento da Educação.

Responsável por todas as licitações de compras de material escolar e merenda e pelas reformas de prédios, Cury entrou em atrito com o então secretário José Renato Nalini, que pediu por escrito a sua demissão ao governador. Nalini estava descontente com nomeações feitas por Cury para o FDE. Alckmin o manteve. Quando o governador decidiu disputar a eleição presidencial e deixou o governo para Márcio França, Cury acabou nomeado para o lugar de Nalini.

João Cury abriu mão de uma candidatura a deputado federal pelo PSDB para ser secretário de França em plena campanha à reeleição. A decisão irritou Doria, que articulou a expulsão dele do PSDB. Após a eleição, Cury se reaproximou de Covas, antigo aliado.

"Cury foi expulso por optar por uma candidatura de outro partido em detrimento do PSDB. Ação considerada transgressão ética irrefutável na disciplina partidária", disse o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi.

A gestão de Cury na Educação do Estado foi também motivo de dor de cabeça para Doria. Quando ele assumiu o governo, descobriu que a secretaria só havia licitado a compra de material escolar para a capital, deixando de lado os demais municípios do Estado, o que incomodou o governador.

Quando descobriu que Cury passou a articular a candidatura à reeleição de Covas, Doria procurou o prefeito para exigir que Cury fosse afastado, ou que pelo menos não ficasse mais à frente de nenhum cargo importante na Prefeitura. O grupo do secretário de Governo, Mauro Ricardo, ainda tentou nomear para o cargo o atual secretário adjunto, Daniel de Bonis, mas a manobra foi descartada pelo prefeito com temor de que fosse compreendida por Doria como uma forma de "manter" Cury na secretaria. O nome escolhido para substituí-lo é Bruno Caetano, ligado ao senador José Serra (PSDB).

De Bonis, porém, deve ser mantido como secretário adjunto. Cury foi importante na adoção do modelo descentralizado de entrega de frutas, legumes, vegetais e ovos para as creches conveniadas da Prefeitura, um gasto de R$ 100 milhões por mês.

O jornal O Estado de São Paulo procurou Cury, Alckmin e a Prefeitura sobre o caso. Os dois primeiros não se manifestaram. A secretaria do município confirmou a saída de Cury. Procurada, a gestão Doria informou que "não lhe cabe fazer juízo de valor sobre o passado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

<p>Nesta segunda-feira (20), o cientista político Adriano Oliveira fala em seu podcast sobre a situação limite do governo de Jair Bolsonaro(PSL), situação esta que se encontra cada vez mais grave. Adriano afirma que até o momento não é possível observar uma base parlamentar para o governo, além de que o presidente da república não gosta de fazer política. Para um regime democrático é necessário fazer política. Analistas econômicos já prevêem possibilidade da volta da inflação, trazendo resultados preocupantes.</p><p>No podcast também é discutido as atitudes tomadas por Jair Bolsonaro, após se deparar com manifestações extensas não favoráveis a ele nesta última quarta-feira (15). O cientista político compara o presidente brasileiro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pois ambos não respeitam o Congresso Nacional e as Instituições. Com isso, Adriano destaca que a única solução é o presidente Jair Bolsonaro mudar o seu estilo de governar.</p><p>O programa Descomplicando a política é exibido na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 19h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.</p><p>Confira mais uma análise a seguir:</p><p>
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Os aliados do ex-presidente Rafael Correa perderam a eleição municipal nas três maiores cidades do Equador na votação de domingo (24).

Em Quito, o deputado de direita Jorge Yunda obteve 21,4% dos votos; em Guayaquil, Cynthia Viteri, do conservador Partido Social-Cristão, teve 52,8%; e Pedro Palacios venceu com 29% em Cuenca. (Com agências Internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na tentativa de conter uma "rebelião" de aliados, o governo federal suspendeu nomeações e dispensas de cargos comissionados e funções de confiança para exercício em qualquer repartição federal nos Estados, por tempo indeterminado. Em comunicado enviado aos ministérios, o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, diz que estão "vedadas" todas as nomeações regionais "até segunda ordem".

A medida para barrar as indicações do segundo escalão foi motivada por queixas que chegaram ao Palácio do Planalto, dando conta de que vários Estados, como Bahia, Pernambuco, Minas, Ceará e Pará, ou trocaram superintendentes do Incra ou fizeram ameaças de exoneração, sem qualquer motivo concreto.

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Alguns dos demitidos eram ligados a deputados de partidos como o DEM, que tem três ministros no governo, entre os quais o próprio Onyx. O DEM também está no comando da Câmara, com Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, com Davi Alcolumbre (AP).

Embora o principal problema tenha sido identificado no Incra, subordinado ao Ministério da Agricultura, houve descontentamento com substituições sem critérios em várias áreas, do Norte ao Sul do País, passando até mesmo por cima da análise técnica do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

A determinação para que o preenchimento dos cargos regionais e até de assentos em conselhos de estatais fosse suspenso partiu do próprio presidente Jair Bolsonaro, que, desde o fim de janeiro, está internado no hospital Albert Einstein, onde foi submetido a uma cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal.

A avaliação no Planalto é a de que comprar uma briga com partidos aliados ou dispostos a apoiar o governo, neste momento, põe em risco a votação de propostas prioritárias, como a da reforma da Previdência, um tema considerado árido, com muitas resistências no Congresso.

Na prática, aproximadamente 70% dos cargos federais nos Estados ainda não foram trocados e há vagas em universidades, diretorias regionais e superintendências do Incra, Ibama, Funasa, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), entre outras.

Dados de dezembro do Painel Estatístico de Pessoal, ferramenta produzida pelo Ministério da Economia, revelam que existem, espalhados pelo País, 18.386 cargos de Direção de Assessoramento Superior (DAS), sigla usada para os comissionados, além de outras 55.837 funções e gratificações, que são ocupadas apenas por servidores. No total, são 74.223 vagas em órgãos federais nos Estados, excluindo o Distrito Federal. A lista inclui institutos, fundações, universidades e até agências reguladoras.

Programa

A Casa Civil e a Secretaria de Governo finalizam agora um programa de computador contendo uma espécie de "quem é quem" sobre todos os deputados e senadores. A ideia é mostrar quem são os padrinhos políticos de cada um dos nomeados, além das atribuições de cada cargo.

"Estamos fazendo uma radiografia do governo e do Legislativo", afirmou o ex-deputado Carlos Manato, secretário especial da Casa Civil para a Câmara. "A normatização técnica para as indicações nos Estados ainda não está pronta, mas posso garantir que não haverá mais porteira fechada nos ministérios. Quando o presidente retomar suas atividades, as nomeações sairão normalmente."

No jargão político, porteira fechada significa o direito de um mesmo partido preencher todos os cargos de um ministério, repartição ou até mesmo autarquia. Depois de Bolsonaro ter formado os 22 ministérios consultando frentes parlamentares, os partidos estão ávidos para ocupar espaços na máquina pública e não são poucos os que reclamam da "falta de articulação" do Planalto no Congresso.

"É preciso que o governo converse com todos, e não apenas com frentes parlamentares ou individualmente, no varejo, com os deputados. Se não houver diálogo, será difícil aprovar os seus projetos, principalmente a reforma da Previdência", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade. A legenda também teve demitidos no Incra e acusou uma "caça às bruxas" nas repartições.

"Os ministros têm autonomia para fazer nomeações e montar o segundo escalão como bem entenderem, sem dar ouvidos para as bancadas nos Estados. Mas será que o presidente Bolsonaro acha que só eles conhecem técnicos no País?", provocou o líder do PRB na Câmara, Jhonatan de Jesus (RR).

Para o deputado Arthur Lira (AL), líder do PP, a falta de "alinhamento" do Planalto mostra que o governo está perdido. "Não existe clima no Congresso para aprovar nada. Nem a bancada do PSL, partido do presidente, está unida", comentou Lira.

Na próxima semana, a Casa Civil terá um "gabinete" na Câmara para despachar com os deputados. "Queremos todo mundo bem tratado", insistiu Manato, auxiliar de Onyx. O núcleo político negocia com a equipe econômica um plano de pagamento das emendas parlamentares individuais, em dez parcelas de no mínimo R$ 750 milhões, o que totalizaria R$ 7,5 bilhões, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo. O discurso oficial, porém, continua sendo o de fim do toma lá dá cá.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se reuniu neste domingo, 20, com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e com seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O presidente embarca na noite deste domingo para Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial. O evento começa na terça-feira, 22, e vai até o dia 25. Cerca de 70 países e representantes de diversos setores da economia estarão reunidos no evento - são 3.500 participantes. O evento será o palco da estreia internacional do presidente Jair Bolsonaro.

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Temas como a abertura ao comércio internacional, o combate à corrupção e a disposição de fazer as reformas estruturantes devem estar na pauta do discurso do presidente brasileiro.

Além de Bolsonaro, participam os ministros Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça) e o chanceler Ernesto Araújo. Eduardo Bolsonaro também acompanhará a comitiva, bem como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Vice-presidente

O vice-presidente, Hamilton Mourão, não vai para Davos. Ele deve comandar o País interinamente no período. Neste domingo, ele deu uma declaração à agência de notícias Reuters dizendo que o caso de Flávio Bolsonaro não tem impacto no governo. "É preciso dizer que o caso Flávio Bolsonaro não tem nada a ver com o governo", disse Mourão, afirmando ser necessário esperar a conclusão das investigações.

Assim como fez na última semana, o vice pedalou com sua esposa na capital federal. O Estado flagrou parte do trajeto realizado pelo vice.

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