Agradecer e suplicar por meio de orações e movidos pelo sentimento inexplicável da fé. Dessa forma, os fiéis de Nossa Senhora Conceição, padroeira do Recife, Aracaju e do Amazonas, aproveitam o mês de dezembro para prestar homenagens à Santa.
Vestindo as cores azul e branco, em referência à vestimenta da intercessora, levando flores, terços e fitas, os devotos carregam o sentimento de gratidão durante todos os dias que antecedem Festa do Morro, celebrada no próximo sábado (8). Nas rezas direcionadas à Nossa Senhora da Conceição, eles rogam por familiares, emprego e saúde.
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Aos pés da Santa, com lágrimas nos olhos e rezando o terço, a ex-servidora municipal Juraci Maria da Conceição, 65, carrega a devoção como herança deixada pela mãe. “Todos os anos eu faço questão de agradecer à Nossa Senhora da Conceição. Todas as graças que eu pedi a ela, como a saúde dos meus filhos, marido e a minha, eu consegui alcançar. Agora, peço a ela e a Santa Rita, que também sou devota, para me livrar do cigarro. É algo que eu não consigo deixar. Mas, hoje, eu tenho muito mais a agradecer do que a pedir”, conta.
O sentimento de gratidão pela vida do filho, que nascera prematuro, também reforça a fé de Ana Paula Antunes, 47, em Nossa Senhora da Conceição. “Eu acredito que ela [Nossa Senhora da Conceição] ampara e protege a todos. Eu tive um filho prematuro e isso acentuou muito mais a minha fé. Foi uma situação bem difícil na época e ele está consagrado”, explica emocionada. Do nascimento ao tempo atual, já se passaram 28 anos. “Foi uma graça. Ele ficar vivo foi uma graça. O meu filho nasceu muito debilitado, com muitos problemas de saúde. Todos os dias eu chego para o meu filho e digo que Nossa Senhora o abençoou, eu sei que ele me espera para dizer isso”, relata.
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Carla Machado dá continuidade a adoração à Santa iniciada pela avó. Ao lado do marido, ela subiu a escada que dá acesso ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição, localizado no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, de joelhos. Mesmo com dores, cansaço e tomada pelo choro, Carla cumpriu todo trajeto com a finalidade de pedir proteção à família.
“Optei por subir a escada de joelhos porque estamos passando por momentos difíceis na família. Pessoas queridas, pessoas que nos ajudaram estão adoecendo. Então, eu venho pedir uma cura, libertação e amparo para que, até o ano que vem, a gente possa, mesmo com as dificuldades e maldades que o mundo vem trazendo para a gente, conseguir algo, uma proteção, misericórdia, porque a gente é tão falho, tão imperfeito”, ressalta.
Com certa dificuldade para caminhar e ao lado dos filhos, Valdomiro Ramos Santos, 81, não deixa de prestar a homenagem anual à Nossa Senhora da Conceição. O protocolo é realizado há mais de 50 anos. A devoção à Santa iniciou em forma de promessa.
“Com cinco anos de idade, em 1971, o meu filho estava muito doente, paralítico e desenganado pelos médicos. Na época, minha esposa e eu fomos à Igreja e fizemos uma promessa de que enquanto ele tivesse vida, a gente iria para o Morro da Conceição. Hoje, meu filho está com 53 anos e tem medo de falhar com a Santa. Eu sou muito católico, mas não aguento mais subir o Morro, só estou aqui porque vim de carro com ele”, detalha. O relato veio acompanhado pelo choro, mas também, com a certeza de que Nossa Senhora da Conceição escuta e intercede por aqueles que acreditam, reconhecem e nutrem o sentimento da gratidão e empatia.
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*Publicado originalmente em uninnasau.edu.br