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O presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticaram nesse domingo (15), a participação do presidente Jair Bolsonaro nos atos pró-governo e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Maia chamou de "atentado à saúde pública", enquanto Alcolumbre classificou o comportamento como "inconsequente" e um "confronto" à democracia.

"Por aqui, o presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio governo. A economia mundial desacelera rapidamente. A economia brasileira sofrerá as consequências diretas", disse Maia.

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O deputado citou ainda a crise econômica global. "O mundo está passando por uma crise sem precedentes. O Banco Central americano e o da Nova Zelândia acabam de baixar os juros. Na Alemanha e na Espanha, os governos decretam o fechamento das fronteiras", afirmou o presidente da Câmara. "Há um esforço global para conter o vírus e a crise. O presidente da República deveria estar no palácio coordenando um gabinete de crise para dar respostas e soluções para o País. Mas, pelo visto, ele está mais preocupado em assistir às manifestações que atentam contra as instituições e a saúde da população", declarou. Para Maia, a situação é preocupante. "Somos maduros o suficiente para agir com o bom senso que o momento pede."

Alcolumbre também mencionou o esforço mundial para conter o coronavírus. "Com a pandemia do coronavírus fechando as fronteiras dos países e assustando o mundo, é inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas", afirmou o senador, em nota. "A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, inclusive do presidente da República, responsabilidade", escreveu.

No fim do dia, Bolsonaro comentou o assunto em uma entrevista à CNN Brasil e rebateu Maia e Alcolumbre. "Gostaria que Maia e Alcolumbre saíssem às ruas como eu. Saiam às ruas e vejam como vão ser recebidos", disse o presidente. Apesar da declaração, Bolsonaro afirmou que está disposto a se reunir com os dois parlamentares para alinhar uma "pauta de interesse da população". "Estão fazendo críticas. Estou tranquilo. Espero que não queiram fazer algo belicoso", disse o presidente.

'Não ajuda'

Parlamentares de partidos de direita e de centro também criticaram a atitude de Bolsonaro. "Deixem a fotografia e a história falarem por si", afirmou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS). Para o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), a conduta do presidente "não ajuda neste momento" de "tantos desafios".

O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), classificou o comportamento do presidente ontem como o de um "bufão". "Uma palhaçada com uma coisa tão grave como essa", disse o parlamentar.

Na avaliação do líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ), a participação de Bolsonaro na manifestação representa uma "ameaça à vida das pessoas". A líder do PSL na Casa, deputada Joice Hasselmann (SP), disse que a atitude do presidente é "incompreensível". "Não dá pra entender o comportamento irracional do presidente", declarou ela.

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de ir ao encontro dos manifestantes no ato pró-governo neste domingo (15) contrariou sua equipe médica e foi reprovada até mesmo por aliados próximos. Em caráter reservado, eles criticaram a atitude de Bolsonaro, que cumprimentou apoiadores com as mãos e fez selfies com o rosto colado, atitudes contrárias às orientações dadas pelo Ministério da Saúde.

Fontes da área de saúde admitiram ainda que esperavam que, apesar do comportamento impulsivo do presidente, dessa vez ele seguisse o protocolo diante do avanço da pandemia no Brasil, que já registra 200 casos. "Você acha que alguém tem coragem de peitar o presidente?", disse uma fonte, sob condição de anonimato.

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Neste domingo, subiu para onze o número de infectados no grupo que acompanhou Bolsonaro na viagem a Flórida, nos Estados Unidos, na semana passada. Além dos onze brasileiros, o prefeito de Miami, Francis Suarez, que recepcionou a comitiva brasileira, também está com a covid-19.

Na sexta-feira (13) médicos da Presidência orientaram que Bolsonaro, apesar de testar negativo para o coronavírus, ficasse em quarentena pelo menos até a terça-feira (17). Nesta data, se completa sete dias da volta de Bolsonaro dos Estados Unidos ao Brasil, portanto o último contato sabido com pessoas infectadas.

Outros integrantes que viajaram no avião presidencial ou estiveram com Bolsonaro nos Estados Unidos confirmaram que também foram orientados a ficar em autoisolamento, mesmo com resultado negativo para o coronavírus. Assim como o presidente, eles foram informados que terão de refazer o exame.

Ao divulgar neste domingo que quatro integrantes da equipe de apoio do voo presidencial testaram positivo para o coronavírus, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) confirmou a orientação de quarentena mesmo para quem não está infectado.

"Os demais componentes (da comitiva), cujos testes apresentaram resultados negativos, continuarão no autoisolamento, cumprindo o protocolo determinado pelas autoridades sanitárias", diz a nota do GSI.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de tribunais superiores ouvidos reservadamente pelo Estado/Broadcast avaliam que houve "manipulação política" nos protestos a favor do presidente Jair Bolsonaro ocorridos neste domingo em cidades espalhadas pelo Brasil. Embora evitem o confronto público com o Palácio do Planalto, magistrados reprovaram o gesto do presidente Jair Bolsonaro de romper o isolamento e falar com apoiadores durante a manifestação em Brasília, contrariando recomendações do Ministério da Saúde. Bolsonaro teve teste negativo para o novo coronavírus, mas terá de refazer os exames. Nesse caso, a orientação de sua equipe médica é que ele fique em isolamento até quarta-feira (18), quando se completa uma semana do último contato com o secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, que está com a infecção.

Na avaliação de um ministro do STF, o principal problema foi o presidente da República apoiar um protesto em que os seus simpatizantes gritavam palavras de ordem contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do STF, Dias Toffoli, e pediam até o fechamento do Congresso Nacional. Para esse magistrado, Bolsonaro busca criar um "eixo de conflito", lançando uma cortina de fumaça para tirar o foco dos problemas que atingem o governo. Essa estratégia já teria sido usada na semana passada, quando Bolsonaro lançou suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação ao afirmar que houve "fraude" no pleito de 2018.

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Antes da nova manifestação, Toffoli já vinha adotando um discurso de pacificação e de harmonia entre os Poderes. Depois de cumprir agenda oficial no Marrocos, Toffoli ainda não se manifestou publicamente sobre os atos deste domingo, mas no mês passado, divulgou nota em que afirmava que o Brasil "não pode conviver com um clima de disputa permanente" e que é preciso "paz para construir o futuro". Toffoli afirmou na ocasião que não existe "democracia sem um Parlamento atuante, um Judiciário independente e um Executivo já legitimado pelo voto".

Um ministro de tribunal superior ouvido reservadamente pela reportagem considerou as manifestações um "desrespeito à democracia", não apenas pelas faixas e mensagens contra o Estado de Direito, mas à saúde pública, num momento no qual o mundo vive a gravidade de uma pandemia.

Embora defenda o direito de populares irem às ruas para expor suas ideias, um outro magistrado demonstrou desconforto com o apoio de populares à edição de um novo AI-5. O AI- 5 foi o Ato Institucional mais duro instituído pela repressão militar nos anos de chumbo, em 13 de dezembro de 1968, ao revogar direitos fundamentais e delegar ao presidente da República o direito de cassar mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e Estados. Também suspendeu quaisquer garantias constitucionais, como o direito a habeas corpus, e instalou a censura nos meios de comunicação. A partir da medida, a repressão do regime militar recrudesceu.

Para um quarto ministro, os protestos ficaram esvaziados diante da pandemia do coronavírus, o que teria enfraquecido a mobilização popular, e disse acreditar que é preciso lidar "com serenidade".

Parlamentares de partidos de direita e de centro criticaram a atitude do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (15). Ele participou da manifestação pró-governo em Brasília e interagiu com manifestantes.

O líder do Solidariedade na Câmara, Zé Silva (MG), disse que "muito mais importante do que a gente fala é o que faz". A presidente da Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), também foi sucinta nas palavras. Ela disse apenas que deixa "a fotografia e história falarem por si".

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A líder do PSL na Câmara, ex-partido de Bolsonaro, Joice Hasselmann (SP), disse que a atitude de Bolsonaro é incompreensível. "Não dá pra entender o comportamento irracional do presidente", disse. "Ou é maluquice ou irresponsabilidade. Nem Freud explica", afirmou.

O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), classificou o comportamento do presidente como o de um "bufão". "Uma palhaçada com uma coisa tão grave como essa", disse. Alencar, que é médico e ex-secretário de Saúde na Bahia, disse que irá encaminhar um pedido aos presidentes do Senado e da Câmara amanhã pedindo que os R$ 30 bilhões de emendas, os quais a gestão ainda é disputada entre Congresso e Executivo, sejam destinados à saúde para combater o avanço do coronavírus.

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), também fez críticas. "Não ajuda neste momento que nós estamos vivendo tantos desafios", disse. O emedebista, no entanto, afirmou que a manifestação não altera a relação entre Executivo e Legislativo. "Ele (o presidente) tem um estilo. A essa altura, o Congresso já sabe o que esperar. Acho que não muda nada, não."

Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter recomendado, por causa da pandemia de coronavírus, o adiamento dos atos a favor do governo, que estavam previstos para este domingo, 15, no Brasil, manifestantes foram às ruas. Cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Belém, Maceió e Juiz de Fora já registram mobilizações, ainda que esvaziadas em algumas delas.

O próprio presidente deixou o Palácio da Alvorada e, em comboio, passou ao lado de ato em Brasília e depois cumprimentou apoiadores no Planalto. Ele foi orientado a ficar em isolamento até refazer testes para o coronavírus, como informou o Estado na sexta, 13. Bolsonaro não desceu do carro e só foi visto na volta, acenando para apoiadores que o aguardavam na residência oficial.

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Bolsonaro compartilhou vídeos e fotos sobre as manifestações no Twitter. Em uma delas, sem autoria, era possível ler faixas 'Fora Maia', em referência ao presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), 'Fora STF' e 'SOS Forças Armadas'. Bolsonaro identificava a imagem como sendo de Maceió, Alagoas. A foto foi apagada da conta de Bolsonaro.

O primeiro vídeo compartilhado por Bolsonaro mostra motoqueiros vestidos de verde e amarelo em Belém, no Pará, e foi publicado originalmente na conta do deputado federal Éder Mauro (PSD-PA), com a hashtag #BolsonaroDay. Num segundo vídeo, em que a cidade e a autoria das imagens não são identificadas, pessoas aparecem em jet skis empunhando bandeiras do Brasil. Outro vídeo mostra manifestantes no ato esvaziado em Brasília, onde a organização dos atos optou por promover uma carreta para evitar o contato próximo de pessoas.

No Rio de Janeiro, os manifestantes que ignoraram os pedidos para evitar aglomerações se reúnem num espaço de cerca de um quarteirão na praia de Copacabana. A maioria dos presentes são idosos, faixa etária mais suscetível às consequências do novo coronavírus.

Em cima do carro de som, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) minimizou os possíveis efeitos da proliferação do coronavírus em aglomerações. "O verdadeiro coronavírus que mata é a corrupção nesse país", disse ele, que quer o apoio de Bolsonaro para disputar a Prefeitura do Rio.

Esse discurso, inclusive, foi endossado por mais de um participante. Em um dos carros, um homem usava essa retórica para convencer os manifestantes a assinarem fichas de filiação ao Aliança Pelo Brasil, partido que a família Bolsonaro pretende criar.

Os poucos que usam máscaras aproveitaram a ocasião para personalizá-las. A versão mais vista é uma com os dizeres "Canalhas Vírus: Congresso Nacional". Os cartazes dos manifestantes têm como alvo o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Um homem carrega um banner em que pede a destituição da Corte, a "limpeza total" do Parlamento e a instauração de um novo AI-5. Ele usa um boné dos Estados Unidos.

Já uma senhora próxima a ele levanta um cartaz de cartolina em que pede para o Exército assumir o País. Há no ato, inclusive, a réplica de um veículo militar no qual os manifestantes sobem para tirar fotos.

Contra o Congresso, um dos cartazes mais comuns no Rio tem o rosto do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, com "F*" escrito.

Outro alvo nesta manhã no Rio é o governador Wilson Witzel, ex-aliado e hoje inimigo político de Bolsonaro. Do alto do carro de som, um representante do Movimento Brasil Conservador chamou Witzel de traidor e promoveu um "pisaço" numa bandeira com o rosto dele ao som da música tema do filme Tropa de Elite.

Por volta das 10h40, um morador de um prédio em frente ao ato pendurou na janela uma bandeira do PT. Os manifestantes viraram para o edifício, vaiaram e entoaram músicas contra o ex-presidente Lula e gritos de "Vai pra Cuba". A presença mais inusitada nesta manhã é a de um cavalo branco levado por um manifestante.

'Desculpa, Jair, mas eu vou'

Em pronunciamento oficial na quinta-feira, 12, em meio às suspeitas de que havia contraído o coronavírus, Bolsonaro sugeriu que as manifestações fossem adiadas. Apesar do pedido, apoiadores do presidente iniciaram nas redes sociais um movimento "Desculpa, Jair, mas eu vou", convocando a população para as manifestações pró-governo em meio ao risco de disseminação do coronavírus entre os participantes.

Segundo o último levantamento disponibilizado pelo Ministério da Saúde neste sábado, 14, o Brasil tem, neste momento, 121 casos confirmados de pessoas com coronavírus, e outros 1.496 casos suspeitos. São Paulo lidera o ranking com 65 casos confirmados.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional dos Pós Graduando (ANPG), anunciaram, nessa sexta-feira (13), o adiamento dos atos de rua marcados para próxima quarta-feira (18). A não participação na 'Greve Geral', em decorrência do coronavírus (COVID-19), tem o objetivo de evitar grandes aglomerações, conforme orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde. 

Em nota, unificada, as entidades estudantis expressão que “diante do avanço da contaminação do COVID-19 no Brasil, as entidades estudantis acreditamos que esse é um momento de responsabilidade com a saúde do povo brasileiro e por isso em conjunto com outros movimentos, decidimos pelo adiamento dos atos de rua do dia 18”. Além do posicionamento, as entidades divulgam os métodos de prevenção orientados pelos órgãos competentes engajados na contenção do vírus.

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O posicionamento ainda ressalta o uso das redes sociais para fazer reivindicações e protestos com relação à democracia, educação e o desmonte dos serviços públicos. Segundo informações do vice presidente da UBES em Pernambuco, Kelvin Rodrigues, "as entidades estudantis aguardam novas informações sobre o alastramento do coronavírus para definir nova data para o grande ato unificado".

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A uma semana das manifestações contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), subiu o tom das críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Ao participar de um debate em São Paulo, ontem, Maia disse que o entorno do governo tem uma estrutura para "viralizar o ódio" por meio de fake news e que Bolsonaro afasta investidores ao gerar incertezas sobre seus compromissos com a democracia e o meio ambiente.

"Não temos os recursos e a estrutura que o entorno do governo tem para viralizar tantas fake news como tem sido feito nas últimas semanas", afirmou o deputado do DEM, durante palestra sobre a agenda parlamentar em 2020 no Instituto Fernando Henrique Cardoso, no centro de São Paulo. Maia tem sido um dos principais alvos de mensagens contra o Congresso que circulam em redes sociais de apoiadores do governo. Ele buscou outras autoridades e empresários para tentar uma resposta conjunta ao que classifica como escalada autoritária (mais informações nesta página).

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Maia abriu seu discurso de ontem dizendo que vivemos uma "contestação das democracias liberais" e que a tecnologia virou um campo de ataque às pessoas. "Nada disso custa pouco. Um robô custa US$ 12 por mês." Em dezembro, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), antiga apoiadora de Bolsonaro, afirmou à CPMI das Fake News, que um dos mais ativos grupos de propagadores de notícias falsas e ataques pessoais é o chamado "gabinete do ódio", integrado por assessores especiais da Presidência. Parlamentares que acompanham os trabalhos da CPMI estimam que uma estrutura deste tipo custaria R$ 1,5 milhão por mês.

Economia

Dois dias após o anúncio do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, que frustrou economistas, o presidente da Câmara afirmou que a omissão do governo pode levar ao "estancamento de reformas". "O governo prometeu muito, mas não entregou. Tinha uma previsão de crescimento de 2,5% e cresceu 1.1%." O parlamentar criticou, ainda, a demora no envio das propostas do Executivo para as reformas tributária e administrativa. Segundo ele, a reforma da Previdência "foi abandonada pela equipe do governo". "Foi o Parlamento quem colocou a pauta e tocou a pauta", disse. Para Maia, "o Parlamento precisa não só reformar o Estado, mas também reformar os setores" como forma de atrair capital estrangeiro.

Enquanto comentava a economia, Maia lembrou um encontro recente com empresários europeus. Afirmou que investidores de outros países lhe disseram que deixaram de colocar dinheiro no Brasil por causa do presidente Bolsonaro. "O governo gera uma insegurança grande para sociedade e para os investidores. As pessoas estão deixando de investir pela questão do meio ambiente e pela questão democrática."

Sentado ao lado Maia na palestra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também criticou o governo. "Quando o presidente não exerce o poder, outras forças exercem. Quando a liderança não exerce o papel de agregação, as coisas não andam", afirmou o tucano, para quem falta rumo à gestão Bolsonaro. Ao final de seu comentário, FHC teceu elogios ao presidente da Câmara. "Graças a Deus temos lideranças no Congresso. A principal delas está aqui ao meu lado."

Apesar disso, Maia afirmou que o Congresso não quer ter "um milímetro do que é responsabilidade do Executivo". "Cria-se conflitos onde não existe em um País com 11 milhões de desempregados. Não podemos discutir uma coisa criada para viralizar o ódio, que é essa questão de parlamentarismo branco", disse.

Desequilíbrio

O termo parlamentarismo branco foi usado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, flagrado em uma transmissão nas redes sociais em 18 de fevereiro dizendo que o governo "não pode aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo", ao se referir ao Congresso. A divulgação das declarações do ministro passou a ser utilizada por grupos bolsonaristas para convocar para o ato contra os parlamentares. Em sua fala ontem, Maia disse que Heleno tornou-se o "ministro do desequilíbrio". "Transformam temas falsos em verdades nas redes sociais para gerar um inimigo contra o governo."

A União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) está convocando estudantes em diversas cidades do país a protestar contra os erros nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As mudanças nas notas de corte do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), classificadas como um erro pela entidade de representação estudantil, também são alvo dos protestos. 

Os atos estão marcados para às 11h e, até o momento, foram confirmados no Recife (Praça do Derby), São Paulo (MASP), Rio de Janeiro (Cinelândia), Belo Horizonte (Praça 7), Sorocaba (Praça da Catedral), Campinas (Largo do Rosário), Salvador (Campo Grande), Belém (Praça da República) e Teresina (em frente ao INSS). 

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Protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e contra a destruição da Amazônia por incêndios florestais motivaram a realização de protestos nas duas maiores capitais do País, Rio e São Paulo, na noite desta sexta-feira, 23.

Em São Paulo, centenas de pessoas se reúnem em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista. Com gritos de ordem contra Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, eles ocuparam a Avenida no sentido Consolação por volta das 18h30. O grupo foi cercado por policiais militares.

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Eles pedem a saída do ministro Salles do cargo, e do próprio presidente. "Fora Salles" e "Bolsonaro sai, a Amazônia fica" são alguns dos coros que dão o tom da manifestação, que reúne desde estudantes secundárias a empresários e representantes de ONGs.

O tema ambiental levou o empresário José Corona, de 57 anos, ao seu primeiro protesto contra o governo.

Dono de fazendas, ele se diz revoltado e triste com a condução da política ambiental. "Não se ganha dinheiro com a destruição da floresta. Isso vai mudar a nossa vida no futuro, já está mudando", diz Corona. Ele se diz a favor da proteção à biodiversidade e apoia ONGs que trabalham com o tema. "É possível conjugar a conservação com a agricultura."

Já no Rio, às 18h40, um grupo de manifestantes ocupava cerca de um terço da Cinelândia, no centro, em ato para denunciar a destruição da Amazônia e do meio ambiente brasileiro. Líderes de grupos de defesa do meio ambiente discursam, e entre cada fala os ativistas fazem coros contra o presidente Bolsonaro e o ministro Ricardo Salles. Também foi realizado um minuto de silêncio em protesto contra a política ambiental do governo federal.

Às 18h45 o grupo se organizava para sair da Cinelândia em caminhada rumo à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do Fundo Amazônia.

"As queimadas sempre existiram, os governos anteriores também falharam na preservação ambiental, mas a atual gestão é especialmente maléfica. Desde janeiro estamos denunciando o desmonte da estrutura de fiscalização e combate a incêndios, o desinteresse do ministro Ricardo Salles por qualquer questão ecológica", afirmou Ricardo Graça Aranha, líder do coletivo Amazônia na Rua, que organiza o ato na Cinelândia.

"(O presidente Jair) Bolsonaro nunca teve nem terá qualquer interesse em preservação ambiental, então qualquer medida que ele anunciar agora será só uma reação momentânea às pressões no Brasil e no exterior. Não acredito em nada do que ele vier a anunciar, porque não é uma filosofia de governo, é uma tentativa de amenizar as pressões", concluiu.

Para o ex-deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), que acompanha o ato, Bolsonaro está "acusando o golpe" ao decidir usar cadeia de rádio e TV para falar sobre os incêndios florestais. "Ele nunca teve nenhum interesse pelo tema, sempre criticou a preservação ambiental, e queria extinguir o ministério do Meio Ambiente. Não fez isso, mas colocou lá alguém que pensa como ele", afirmou.

"A questão ambiental é o que está em destaque neste momento e até agora é o tema que mais repercutiu contra Bolsonaro, mas a oposição precisa se manter atenta, fiscalizar e denunciar os eventuais erros em todos os campos governamentais", disse.

Um grupo de manifestantes ocupa cerca de um terço da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, às 18h40 desta sexta-feira, 23, em ato para denunciar a destruição da Amazônia e do meio ambiente brasileiro. Líderes de grupos de defesa do meio ambiente discursam, e entre cada fala os ativistas fazem coros contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Também foi realizado um minuto de silêncio em protesto contra a política ambiental do governo federal. Às 18h45 o grupo se organizava para sair da Cinelândia em caminhada rumo à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do Fundo Amazônia.

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Dezenas de manifestações pelo Brasil e em mais dez países estão agendadas para ocorrer a partir desta sexta-feira (23) em defesa da Amazônia e em protesto contra as políticas de meio ambiente. Os protestos ganharam força nessa quinta-feira (22), com diversas repercussões internacionais, envolvendo celebridades como Gisele Bündchen, Leonardo DiCaprio, Kim Kardashian e Madonna.

Nesta sexta-feira, manifestações estão previstas para ocorrer em Brasília, Rio, São Paulo, Salvador e Curitiba. No sábado (24), entre as capitais, há atos marcados em Manaus, Belém, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Goiânia, São Luís, Vitória, Campo Grande, Cuiabá, Palmas, Aracaju, Natal e Maceió.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Manifestantes saíram nesse domingo (30) às ruas em pelo menos 70 cidades dos 26 Estados, além do Distrito Federal, em defesa do ministro da Justiça, Sergio Moro, da Operação Lava Jato e da aprovação da reforma da Previdência - uma das principais bandeiras do governo. Os atos também foram marcados por novos ataques ao Congresso e a ministros do Supremo Tribunal Federal. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro citou a "civilidade" e "legitimidade" dos movimentos, enquanto o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, discursou em um carro de som ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em Brasília.

Quatro bonecos foram inflados em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Dois deles simbolizando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Lula (ambos com roupa de presidiário), um de Moro vestido de super-homem e o último unindo Lula, o ex-ministro do PT José Dirceu e o ministro Gilmar Mendes, do STF. Na avenida Paulista, lugar escolhido pelos manifestantes em São Paulo, bonecos e faixas também traziam críticas ao Supremo e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A PM não divulgou estimativa de público em São Paulo e Rio de Janeiro, que concentraram as mobilizações mais numerosas.

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Os protestos foram convocados depois que o site The Intercept Brasil passou a divulgar supostas trocas de mensagens entre Moro e procuradores da Lava Jato em Curitiba. Essas mensagens sugerem a intervenção do então juiz federal na condução da operação, inclusive com a indicação de possíveis testemunhas.

A iniciativa dos atos coube a grupos como o MBL e o Vem Pra Rua. Atuantes durante o processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, eles não participaram das manifestações pró-Bolsonaro de maio passado - marcadas, como ontem, por ataques ao Supremo e ao Congresso. O Nas Ruas, criado pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), também teve participação ativa na organização de ontem.

Tumulto. Integrantes do MBL chegaram a ser hostilizados por outros ativistas, após seremchamados de "traidores". Em São Paulo, cerca de 20 pessoas ligadas ao DireitaSP foram até o caminhão do MBL estacionado em frente ao Masp para gritar contra o grupo. Houve um princípio de tumulto e a PM teve de agir para evitar uma briga generalizada. No Rio, também houve ataques entre integrantes de grupos diferentes. "A gente não puxa o saco do Bolsonaro e somos críticos ao governo", disse Renato Battista, coordenador nacional do MBL.

Na avenida Paulista, que teve quatro quadras ocupadas por manifestantes vestindo principalmente verde e amarelo, o carro de som do Nas Ruas foi o ponto de encontro mais "governista" do ato. Entre os oradores, além de Zambelli, estavam o empresário Luciano Hang, dono da Havan, o senador Major Olimpio (PSL) e o cantor Latino. "Nós apoiamos o ministro Sérgio Moro, o pacote anticrime e o governo Bolsonaro", afirmou Tomé Abduch, porta-voz do Nas Ruas.

'Eu vejo'

Após a publicação das supostas mensagens pelo The Intercept Brasil, Moro se apresentou em audiência no Senado. Com isso, ele buscou esvaziar articulação de partidos de esquerda que falavam em criar uma CPI. O ministro nega qualquer interferência nas investigações quando era juiz e coloca em dúvida o teor das mensagens.

Ontem, ele usou o Twitter para se referir às manifestações. "Eu vejo, eu ouço, eu agradeço. Sempre agi com correção como juiz e agora como ministro", escreveu ele, em uma das mensagens. Em outra, agradeceu o apoio de Bolsonaro. "Sou grato ao PR (presidente da República) e a todos que apoiam e confiam em nosso trabalho. Hackers, criminosos ou editores maliciosos não alterarão essas verdades fundamentais. Avançaremos com o Congresso, com as instituições e com o seu apoio."

No Rio, o ato chegou a ocupar cerca de seis quadras da Avenida Atlântica, em Copacabana. Teve Hino Nacional e palavras de ordem como "O STF é uma vergonha", "Rodrigo Maia se acha 1.º ministro", "Fora PT e a velha política". Em Porto Alegre, o ato foi realizado no centro, apesar da chuva e do frio de 16 graus. Foram registradas ainda manifestações em capitais como Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Goiânia (GO) e Curitiba (PR), e cidades do interior paulista, como Campinas e Sorocaba. Em Boston (EUA), o ato reuniu cerca de 20 pessoas. A frase "In Moro We Trust" (Em Moro nós confiamos) apareceu em cartazes. / PEDRO VENCESLAU, DENISE LUNA, RENATO ONOFRE, EDUARDO RODRIGUES, GABRIELA BILÓ, JOSÉ MARIA TOMAZELA e LEONARDO AUGUSTO, RITA SOARES, PEDRO MOREIRA, LUCIANO NAGEL, JULIO CESAR LIMA E MARÍLIA NOLETO, ESPECIAIS PARA O ESTADO

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos principais organizadores das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2015, o Movimento Brasil Livre (MBL) foi hostilizado por ativistas neste domingo (30), por não incluir o apoio ao presidente Jair Bolsonaro entre suas bandeiras.

Durante a manifestação em defesa de Sergio Moro, da Lava Jato e da reforma da Previdência realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, cerca de 20 integrantes do grupo 'DireitaSP' foram até o caminhão do MBL em frente ao MASP para puxar palavras de ordem contra o grupo.

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Houve um princípio de tumulto e a Polícia Militar teve que agir para evitar uma briga generalizada. Horas depois, o MBL publicou em suas redes sociais um "agradecimento" para a PM por ter agido na ocasião.

O MBL e o Vem Pra Rua, os dois maiores grupos anti-Dilma em 2015, optaram por excluir a defesa do presidente Jair Bolsonaro de suas agendas. "Seguranças do MBL atacaram nossos integrantes. Eles foram lá cobrar o comportamento de não dizerem que apoiam o Bolsonaro. O MBL é oportunista", disse Edson Salomão, presidente do DireitaSP.

"Nós temos fotos e vídeos que já identificaram os agressores. Os vídeos mostram que eles foram lá e começaram a agressão", responde Renato Battista, coordenador nacional do MBL.

Segundo ele, o escritor Olavo de Carvalho teria dito na quarta-feira (26) que os manifestantes deveriam agredir o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), do MBL, nas manifestações. "A gente não puxa o saco do Bolsonaro", finalizou o dirigente do MBL.

Rio

Integrantes do MBL não foram bem recebidos por um grupo minoritário que também se manifestava em ato pró-Moro no final da manhã deste domingo, em Copacabana, no Rio. Um deles foi agredido por um manifestante que estampava as palavras "Direita Rio de Janeiro" em sua camiseta. O grupo segurava a faixa "MBL Vocês não nos representam… MuKIMrana".

O MBL passou a ser alvo de grupos pró-Bolsonaro especialmente após não apoiar o ato com lemas contra o STF e o "Centrão pelo País" do dia 26 de maio.

De acordo com o coordenador do movimento no Rio, Renato Borges, um boletim de ocorrência deve ser feito ainda nesta tarde. "O MBL colocou o seu caminhão de som na Avenida Atlântida para manifestar em defesa da Lava Jato. Uma minoria organizada veio nos hostilizar, proferiu ofensas, partiu para a agressão física e a Polícia Militar logo veio e retirou o agressor", relata o jovem.

"Eu vejo, eu ouço. Lava Jato, projeto anticrime, previdência, reforma, mudança, futuro", afirmou no Twitter o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, em reação aos atos em seu apoio em diversas cidades do País, neste domingo, 30.

Os protestos foram idealizados após reportagens do site The Intercept Brasil divulgarem supostas trocas de mensagens entre o ex-juiz e os procuradores da força-tarefa.

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Tiwtter

Apoiadores e críticos do ministro Sergio Moro estão mobilizados no Twitter neste domingo, 30. Entre os dez assuntos mais comentados na rede social, estão as hashtags "Brasil nas ruas", em apoio às manifestações, e "ParadadoOrgulhoGado, com críticas aos atos.

Com o segundo turno marcado para o próximo domingo (28), o calendário eleitoral prevê alguns limites para os candidatos. A realização de comícios e atos políticos, por exemplo, é permitida até esta quinta-feira (25). Já na sexta (26) encerra a propaganda eleitoral gratuita no rádio, televisão e a paga em jornais impressos.

 O calendário observa também que até sábado (27), a legislação permite propaganda “mediante alto-falantes ou amplificadores de som”, distribuição de material gráfico e a promoção de caminhada, carreata, passeata e carro de som. Os candidatos, porém, não podem discursar nos eventos. 

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O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) pretende fazer o último comício em Pernambuco, onde tem um ato marcado para as 16h no Recife, e até a sexta (26) deve visitar cidades de estados nordestinos como Rio Grande do Norte e Bahia.

Jair Bolsonaro (PSL) não está mais participando de atos públicos desde 6 de setembro, quando foi vítima de uma facada em Juiz de Fora. Ele vem recebendo correligionários e aliados em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As mobilizações pelo país estão sendo realizadas pelos seus apoiadores. No Recife, por exemplo, membros do Movimento Brasil Livre - como o deputado federal eleito Kim Kataguiri - estarão no Recife para caminhada pró-Bolsonaro.

O dia hoje (11) dos candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) promete ser intenso. Apesar da recomendação médica de evitar um ritmo mais acelerado de atividades, Bolsonaro convocou um ato político no Rio. Haddad estará em Brasília para reuniões na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o PSDB.

Por meio de interlocutores, Bolsonaro convocou os eleitos pelo PSL e partidos coligados para um grande ato público, às 14h, no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca. A expectativa, segundo apoiadores, é reunir 380 pessoas. Será transmitido um discurso do candidato destacando a importância do engajamento no segundo turno.

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Nas redes sociais, Bolsonaro criticou os atos de violência cometidos por quem se diz simpatizante e apoiador de sua candidatura.

“Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A esse tipo de gente, peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar.”

Brasília

Haddad tem reunião na CNBB. No encontro, ele pretende reiterar suas preocupações com a execução de um programa de governo baseado no respeito e na preservação dos direitos humanos e sociais. Também deve destacar a prioridade nas ações direcionadas aos menos favorecidos.

Apesar de não estar na agenda oficial do candidato, há a expectativa de Haddad se reunir com o presidente nacional do PSDB, Carlos Siqueira. Nessa quarta-feira (10) a legenda reiterou apoio à candidatura do petista.

Nas redes sociais, Haddad voltou a pedir que Bolsonaro participe dos debates e colocou-se à disposição para se reunir com o adversário em qualquer local. “Faço o que ele [Bolsonaro] quiser para ele falar o que pensa e debater o país. Com assistência médica, enfermaria, em qualquer ambiente.”

O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência, negou que tenha incentivado ataques à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sugeriu que os tiros que atingiram dois ônibus da comitiva, anteontem, no interior do Paraná, teriam partido dos próprios petistas.

"É tudo mentira. Está na cara que alguém deles deu os tiros. A perícia deverá ficar pronta entre hoje (ontem) e amanhã (hoje) e vai apontar a verdade", disse o deputado no fim do dia, em Ponta Grossa (PR).

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Não foi a única menção do presidenciável do PSL ao episódio. Pela manhã, logo depois de desembarcar no aeroporto de Curitiba, Bolsonaro já havia ironizado os ataques. "Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora está por aí colhendo ovos por onde passa", disse, discursando em cima de um carro de som.

Bolsonaro também ironizou a possibilidade de prisão de Lula, condenado em segunda instância na Lava Jato. "Não quero ele na cadeia. Quero ele em cana. Ele não gosta tanto de cana, vai levar cana." O pré-candidato foi carregado nos braços pelos manifestantes da área de desembarque até o carro de som que o aguardava na porta do aeroporto. Durante este trajeto, ele recebeu um boneco do ex-presidente, contra o qual ele simulou agressões.

Bolsonaro passou por Curitiba no mesmo dia em que Lula encerrou, também na cidade, sua caravana por Estados do Sul. Os dois pré-candidatos ao Palácio do Planalto, no entanto, não se encontraram.

No início da noite, cerca de 200 manifestantes contrários à presença de Lula em Curitiba realizaram um protesto pelas ruas da cidade. O grupo caminhou até encontrar uma barreira policial ao lado da Praça Santos Andrade, onde o ex-presidente faria o seu discurso.

A maior parte do grupo, formado por pessoas ligadas a grupos como Movimento Brasil Livre (MBL), Endireita Paraná e Amigos da Lava Jato, se dispersou antes mesmo do início do discurso de Lula. Cerca de 50 pessoas permaneceram no local gritando palavras de ordem como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Uma bandeira do PT foi queimada.

Diversas mobilizações devem ocorrer nesta quarta-feira (15) pelas estradas que cortam Pernambuco. Os atos fazem parte do Dia Nacional de Paralisação Contra a Reforma da Previdência, realizado em todo o Brasil.

No Estado, manifestantes bloquearam a BR-101, nas proximidades do viaduto de Jardim São Paulo; um trecho da rodovia foi fechado em Prazeres, perto da fábrica da Vitarella. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 8h as duas vias foram liberadas.

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A partir das 9h, um ato será realizado no Recife, com concentração na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, área central. Diversas categorias vão paralisar as atividades nesta quarta-feira, como bancários, metroviários e professores.

Por conta da paralisação, as Linhas Centro e Sul do metrô funcionarão apenas nos horários de pico, das 5h às 9h e das 16h às 20h. Já a Linha Diesel (VLT) não terá operação. O serviço será normalizado na quinta-feira (16).

Milhares de pessoas participaram nessa quarta-feira (9) de atos contra o machismo, por igualdade de gênero e por causas como a descriminalização do aborto em 16 Estados e em Brasília, marcando o Dia Internacional da Mulher. A ação foi inspirada em marchas pelo mundo e teve apoio nas redes sociais nas grandes metrópoles – em São Paulo e Rio de Janeiro, havia número maior de participantes.

Divulgada praticamente via web, a manifestação no Centro do Rio, por exemplo, foi promovida por 60 entidades de classe (como a CUT) e estudantis, além de partidos políticos, e fez parte da Greve Internacional das Mulheres (8M), iniciativa adotada em mais de 50 países por direitos femininos (mais informações ao lado). A Greve previa que as mulheres adotassem uma posição ativista pelo menos por uma hora (entre 12h30 e 13h30 no Brasil) e, se não pudessem parar de trabalhar, pelo menos se abstivessem de atividades domésticas.

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Em São Paulo, dois atos encerrados no centro reuniram 30 mil pessoas, segundo os organizadores. No Rio, organizadores e policiais presentes estimaram entre 8 mil e 15 mil pessoas. Ali, um grupo se reuniu ao redor da Igreja da Candelária, na Avenida Presidente Vargas, e seguiu pela Rio Branco até a Praça 15.

Houve encenações teatrais e apresentação de uma bateria composta por mulheres. Ao final, cada trecho de um manifesto foi lido por uma mulher. O texto cobrou igualdade de direitos e fim do preconceito. "Hoje é um dia importante, mas nossa luta é todo dia. Precisamos provar que não somos só peito e bunda. Pensamos, trabalhamos e temos direitos", afirmou Mara Silveira, de 23 anos, estudante de Medicina na Universidade do Estado do Rio (Uerj).

A maioria dos participantes era de mulheres, que fizeram discursos e gritaram em coro palavras de ordem em favor da descriminalização do aborto, por outros direitos e contra o machismo. "Nem recatada nem do lar/ A mulherada tá na rua pra lutar" foi um dos coros.

Em São Paulo, os coletivos feministas interditaram trechos da Avenida Paulista e vias na Sé. A publicitária Vânia Feigol, de 31 anos, disse que a razão de as mulheres estarem na rua é a necessidade de respeito. "Viemos aqui para unir forças. É preciso tanto conseguir respeito para andar na rua sem medo de assédio quanto para ter salários iguais e as mesmas oportunidades", afirmou.

Já a radialista Rayssa Micalosky, de 27 anos, afirmou que, embora um dos temas apontados como foco para a marcha no Brasil seja a reforma da Previdência, uma questão que também afeta as mulheres, "há todo um contexto que nos fez ir à rua".

A educadora Luciana Nobre, de 32 anos, destacou a falta de participação dos homens. "No meio da passeata, havia aquele monte de gente, mas eram mulheres. E os bares estavam cheios de homens. Achei que tinha acontecido algo na passeata, porque todos olhavam para a TV. Era um jogo, do Barcelona. É uma alienação!"

Pelo País

As marchas ocorreram em várias cidades durante o dia. Foi a forma principal de protesto adotada em Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima e Tocantins.

Brasília e Pernambuco tiveram atos planejados em espaços públicos, com direito a algumas performances. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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--> Ato prega que ainda há muita luta pelos direitos da mulher

A calmaria nas ruas que marcou os primeiros dias de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff deverá ser quebrada nesta segunda-feira, 29, por grupos pró e contra impeachment: estão marcados ao longo do dia protestos das duas frentes. A expectativa, no entanto, é de que as manifestações sejam bem mais acanhadas do que as que ocorreram em etapas anteriores do processo.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal estima que a Esplanada dos Ministérios reúna, no máximo, 60 mil pessoas a partir desta segunda, menos do que foi registrado em 17 de abril, quando a Câmara autorizou a abertura do processo do impeachment. Naquele dia, havia cerca de 90 mil pessoas.

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Cansaço, falta de patrocínio e um desfecho de votação praticamente concretizado são as justificativas dadas por grupos contra e pró-impeachment para a baixa participação popular durante os primeiros dias de julgamento, no Senado Federal.

Diante da pouca movimentação, grupos que apoiam a petista ajustaram ao longo da semana os planos sobre como seriam as manifestações nesta segunda. De início, a previsão era de realizar um ato de apoio antes de Dilma sair do Palácio do Alvorada para o Senado, quando será ouvida por parlamentares. A estratégia agora será fazer um ato simbólico apenas em frente do Congresso. Flores serão arremessadas em direção ao Senado. "Não é todo dia que uma mulher tem coragem de ir ao Senado enfrentar um público composto majoritariamente de homens brancos, ricos e comprometidos", disse Carmem Foro, integrante da CUT e representante do grupo contra o impeachment.

Os protestos devem aumentar a partir das 16 horas, quando manifestantes saem em caminhada pela Esplanada dos Ministérios. Carmem reconhece serem poucas as chances de o Senado decidir pelo retorno de Dilma à presidência. A ideia agora não é tentar uma mudança de rumo, mas apenas marcar presença.

Do lado pró-impeachment, a previsão também é de que protestos sejam mais reduzidos do que em etapas anteriores. Na semana passada, foram duas tentativas de manifestação, com poucas adesões. "Não há mais patrocínio", disse a Beatriz Kicis, representante do grupo pró-impeachment. Ela prevê que a maior manifestação ocorrerá no fim da votação. "Com a vitória do impeachment, que para nós é certa, a expectativa é de que pessoas venham comemorar nas ruas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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