Parlamentares da CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres da Câmara Federal realizaram nesta segunda-feira (13), no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), uma audiência para debater o tema. Entre as discussões, a pauta principal foi o índice de vulnerabilidade do jovem negro no Brasil.
Durante o evento, a comissão apresentou os resultados do trabalho realizados até agora, abriu espaço para ouvir novas opiniões e colheu sugestões para o relatório final, que será apresentado e votado nessa terça-feira (14), na Câmara dos Deputados, em Brasília.
##RECOMENDA##Segundo o presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) há o interesse de se formar um pacto não apenas federativo, mas republicano para trabalhar no sentido de reduzir o índice de homicídios da juventude negra brasileira. O parlamentar revelou que jovens negros e de baixa renda representam 80% das vítimas registradas no Brasil, a uma taxa média nacional de 70 negros assassinados a cada grupo de 100 mil habitantes.
[@#galeria#@]
Para reduzir o índice e tentar reverter o quadro atual, o petista adiantou que a comissão encaminhará a criação de um Plano Nacional de Enfretamento dos Homicídios. “O grande problema da segurança no Brasil é a falta de dados, por isso, é importante se criar um sistema nacional de informações, de forma padronizada”, defendeu Lopes.
Outro ponto elaborado pelos parlamentares é um documento que aponta cinco proposições a serem cumpridas nos próximos 10 anos: a apresentação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), obrigando a União, estados e municípios a investirem um determinado percentual em políticas públicas que apontem para a reparação do racismo e a promoção da igualdade social, a partir da criação de um Fundo Nacional de Combate ao Racismo.
De acordo com o autor do requerimento que propôs a realização da audiência no Recife, o deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) o Brasil tem dois extremos e um deles é o Nordeste, região cujos estados e municípios ocupam o topo da lista da violência contra os jovens pobres e negros. “E para mudar esse cenário, temos que ter a capacidade de nos unificar nessa luta que é defender a nossa juventude e enfrentar essa violência”, enfatizou o tucano.
Outros parlamentares também participaram do encontro como o deputado federal Pastor Eurico (PSB-PE) e delegado Edson Moreira (PTN-MG), e os deputados estaduais Tereza Leitão (PT), Bispo Ossésio Silva (PRB) e Edilson Silva (Psol).