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Nesta quinta-feira (18), ocorre a estreia da exposição “Ainda Não Foi DHexa Vez” a partir das 18h, na Biblioteca Monteiro Lobato, em Guarulhos. A mostra traz as charges do artista Fausto Bergocce sobre a Copa do Mundo 2022, no Qatar e ficará em cartaz até 25 de agosto. 

Com cerca de 60 obras, o nome da exibição é uma referência à expectativa que os brasileiros tinham de que o país vencesse o mundial pela sexta vez, tornando-se (finalmente) hexacampeão da Copa do Mundo. Na abertura, Bergocce e o jornalista Diego Alves estarão no auditório farão um bate-papo sobre o torneio do ano passado e os campeonatos anteriores. 

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Fausto Bergocce é apaixonado por futebol e acompanhou desde o primeiro jogo até a final entre Argentina e França. Durante o período, registrou as partidas com charges sobre os lances dos jogos e referências culturais da torcida internacional. A série é comentada por camelos árabes, que sempre aparecem em alguma cena, com tiras de humor em relação aos jogos de futebol.

 

Serviço - Exposição “Ainda Não Foi DHexa Vez”

Data: 18 de maio a 25 de agosto

Horário: 9h às 17h

Local: Biblioteca Monteiro Lobato 

Endereço: Rua João Gonçalves, número 439 - Centro de Guarulhos - SP

Grátis

A Polícia Militar foi à Justiça interpelar o jornal Folha de São Paulo e os cartunistas Laerte, João Montanaro, Alberto Benett e Claudio Mor pela publicação de cinco charges críticas à violência policial. Dos cinco desenhos, dois criticam diretamente uma ação violenta que deixou nove mortos pisoteados em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na cidade de São Paulo, em dezembro de 2019. 

A Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da Polícia Militar, Defenda PM, que considerou os cartuns ofensivos a ela e seus aproximadamente 2 mil associados, pede explicações dos artistas e do Grupo Folha. Fundada em 2016, a Defenda PM é vista entre os pares como parte da ala mais conservadora da corporação, e frequentemente associada ao bolsonarismo. Seu presidente, coronel Elias Miler da Silva, é assessor parlamentar do senador Major Olímpio (PSL-SP). 

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Entre as perguntas colocadas no pedido de explicações encaminhado à Justiça pela Defenda PM, há dúvidas sobre os desenhos se referirem a eventos específicos, questionamentos acerca da intenção de desqualificar profissionalmente os integrantes da polícia e se os autores das obras se arrependem de tê-las publicado. 

"Considerei a interpelação impertinente, autoritária e despida de lógica. A intenção de quem faz isso é intimidar a imprensa. Nunca tive de lidar com algo deste tipo”, disse o advogado Luís Francisco de Carvalho Filho, que representa a Folha de São Paulo. 

Posicionamento dos artistas

Em entrevista à propria Folha de São Paulo, os artistas se pronunciaram. Para o chargista João Montanaro, de 24 anos, os questionamentos da Defenda PM parecem fruto de uma falta de interpretação visual e são “sintoma de toda essa atmosfera que estamos vivendo”.

“Nunca tive de lidar com algo deste tipo. Achei que poderia ser algo sério. Mas depois me pareceu algo extremamente esdrúxulo”, avalia o artista, cuja charge gerou grande repercussão nas redes sociais à época de sua publicação. 

Para Alberto Bennet, de 46 anos, “explicar charge é uma coisa deprimente” pois “Se estamos contando uma história por meio de um desenho, explicá-lo é matar a ideia e sua interpretação”. 

Ele compara a interpelação à sua charge, que mostra uma senhora observando o corpo de uma pessoa morta junto a uma poça de sangue, coberto por um jornal dizendo “Que horror essa charge!” e dois policiais parados ao fundo, indicando que a pessoa era uma potencial vítima de violência policial. “É como se o desenho fosse mais chocante que o fato que ele retrata”. 

O chargista Claudio Mor, de 40 anos, explicou que “o chargista reage a uma ação. A gente não inventa notícias, mas se baseia nelas e expressa críticas”. Diante disso, sua conclusão foi que o questionamento da Defenda PM representa “uma tentativa de censura”. 

A cartunista Laerte declarou que “Os exemplos de excessos policiais no Brasil são muito numerosos, evidentes e têm se intensificado. A linguagem do humor tem o dever de ir em cima disso”. Ela foi a autora de uma das charges sobre o caso que levou à morte de nove pessoas em Paraisópolis. 

Laerte lembra que “A polícia brasileira é conhecida mundialmente pela truculência e pela letalidade. Portanto nenhuma dessas charges têm como motivação birras ou implicâncias. São linguagens humorísticas, mas necessariamente agressivas, amplamente calçadas em fatos, fotos e exemplos”. 

Para a artista, o pedido de explicações “está sintonizado com o momento de crescimento de uma situação autoritária no Brasil”. 

Ela também citou a exclusão de indicadores de violência policial praticada no Brasil em 2019 do relatório anual do governo federal sobre direitos humanos. “Se instalou um clima de desinformação e censura que é muito sério”, disse a artista. 

O jornal Folha de São Paulo questionou a Defenda PM sobre o motivo de ter feito a interpelação seis meses após a publicação das charges, apontando também o caráter de intimidação da ação. A associação, no entanto, se negou a responder afirmando em nota apenas que “não se envolve, institucionalmente, em questões partidárias ou de caráter eleitoral”. 

A mesma nota também afirma que “não apoia, emite juízo de opinião ou crítica aos poderes constituídos, aos representantes eleitos”, mas o site da associação estampa a mensagem “Governador João Doria. Despreparado para SP. Despreparado para o Brasil”. 

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Cinco anos após o massacre na redação da revista satírica francesa Charlie Hebdo e apesar da onda de apoio à liberdade de expressão que se seguiu, as charges continuam sendo um gênero ameaçado, em meio aos jornais cada vez mais temerosos e a redes sociais prontas para a indignação.

"Por toda parte, um vento ruim sopra sobre as sátiras e as charges na imprensa em geral, e 2019 terá sido um ano negro neste campo", criticam a diretora de redação do "Courrier International", Claire Carrard, e o presidente da associação Cartooning for Peace, Kak, no suplemento "2019 en cartoons" ("2019 em charges", em tradução livre), disponível nas bancas.

O golpe de 2019 veio do prestigioso jornal "The New York Times", que decidiu, em junho, deixar de publicar charges nas páginas de sua edição internacional, após uma polêmica ligada a um desenho considerado antissemita.

Embora não tenha sido o autor, um cartunista histórico do jornal, o suíço Patrick Chappatte, abordou o assunto.

"Vivemos em um mundo onde a horda moralizadora se reúne nas mídias sociais e se abate como uma tempestade nas redações. Isso obriga os editores a tomarem contramedidas imediatas, paralisa qualquer reflexão, bloqueia qualquer discussão", critica ele em um longo artigo de opinião.

No "Charlie", a edição "Caricature, mode d'emploi" ("Charges, modo de usar", em tradução livre), publicada no final de 2019, questiona se "o desenho satírico é uma forma de liberdade de expressão em via de extinção".

A revista satírica pagou um preço alto pela publicação de charges, ao sofrer um ataque que deixou 12 mortos, entre vários integrantes da redação, como Cabu, ou Wolinski.

"Temos a impressão de que a charge é cada vez menos tolerada, que é uma forma de expressão que, mesmo nos jornais, é incômoda. Um pouco atípica demais, um pouco livre demais...", explica à AFP o diretor de redação Riss.

Ele constata que, "mesmo nos grandes jornais, as charges se tornam extremamente consensuais, não se assume muito risco editorial, as charges se tornam um pouco insípidas".

O veículo se tornou alvo dos islamistas depois de publicar várias charges de Maomé, em 2012, 2011 e 2006, quando reproduziu os desenhos do jornal dinamarquês "Jyllands-Posten". Vários jornais europeus fizeram o mesmo.

Se fosse hoje, republicariam este mesmo material? "Poderíamos fazer isso, mas qual seria o sentido?", questionou Riss.

"Hoje, a noção de blasfêmia ultrapassou o âmbito de uma mera charge. Hoje, muitas coisas são vistas como blasfêmia, ou agressão. Muitas pequenas blasfêmias apareceram", avalia este profissional que precisa defender, com frequência, o espírito satírico da revista.

Riss aponta o papel amplificador das redes sociais.

"A pressão das redes intimida os veículos tradicionais. O dique cedeu. É o pânico. O que a gente esquece é que o Twitter não é nosso leitor. É um amplificador de raiva, um vetor de fenômenos em massa e incontroláveis", analisa Patrick Chappate, no "Courrier International".

"A sobrevivência econômica continua sendo um problema, e as hordas digitais que manipulam o politicamente correto para fazer sua intolerância e mente fechada triunfarem também representam um perigo contra o qual é preciso lutar", afirma seu colega Pedro Molina, hoje exilado na Nicarágua.

Um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) quer proibir o vilipêndio de dogmas e crenças de qualquer religião, sob forma de sátira, ridicularização e menosprezo. A matéria, de autoria do deputado William Brigido (PRB), prevê a proibição durante manifestações públicas, sociais, culturais e de gênero.

A proposta apresenta como condutas ofensivas ao credo do outro a veiculação de imagens ou charges que visem “denegrir” as doutrinas; publicações nas redes sociais que associem a religião a algum conteúdo de cunho erótico ridicularizando ou menosprezando a fé alheia; e a utilização de qualquer objeto religioso para outro fim.

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O texto determina punições para quem ferir a regra. Entre elas, estão o pagamento de multa no valor de dez salários mínimos - que será usado para um projeto de assistência social da denominação religiosa atacada - e a impossibilidade de realizar eventos que dependam da autorização do poder público por cinco anos.  

O projeto também veda a liberação de verbas públicas para a realização de qualquer evento, público ou privado, cujas organizações já tenham manifestado a intolerância religiosa.

Na ótica do deputado William Brigido, ideologias e atitudes ofensivas às crenças e práticas religiosas ferem a dignidade da pessoa humana. “O agressor costuma usar palavras ofensivas ao se referir ao grupo religioso atacado e aos elementos, divindades e hábitos da religião. Há casos em que o agressor desmoraliza símbolos religiosos, destruindo imagens, roupas e objetos ritualísticos. Em situações extremas, a intolerância religiosa pode se tornar uma perseguição”, argumenta ao justificar a proposta.

O deputado ainda ressalta que “a crítica não é o mesmo que intolerância” e pondera respeitar a liberdade de expressão, mas desde que não se pregue o ódio. “Discordar da religião alheia é um direito, mas respeitar a fé alheia, mesmo não concordando, é um dever, uma obrigação de todos”, destaca.

Entre os assuntos mais recorrentes nas provas de Ciências Humanas e Linguagens, a interpretação e análise de charges, imagens e quadrinhos exige do candidato um repertório histórico e social. Para ajudar os feras, o Foco Humanas, pré-vestibular com sede na capital pernambucana, promove no próximo dia 31 de outubro o aulão "Imagem e Ação".

Durante o evento, os professores abordarão temáticas relacionadas aos séculos XIX e XX da História. O período também foi escolhido para relacionar com assuntos das áreas de filosofia e sociologia. A iniciativa será realizada, das 14h às 18h, no 8º andar do Empresarial Casa Grande, no Bairro do Derby, região central do Recife.

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Participam do aulão os professores Luís Henrique e Michel Chaves e o convidado Everaldo Chaves, do Conexão Vestibulares. De acordo com a organização, a aula será dinâmica, interdisciplinar e tem como objetivo aguçar o senso interpretativo dos alunos para as questões de análise de imagens da prova de Humanas, uma das habilidades presentes na matriz cognitiva do Exame.

Para participar, os interessados devem realizar as inscrições online através do Sympla ou presencialmente na sede do Foco Humanas, localizada no Clube Internacional do Recife (Rua Benfica, bairro da Madalena), por trás do Café São Braz. O preço do ingresso é de R$ 5. Os que optarem pela compra online terá o acréscimo de R$ 2 no valor final da compra.

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O setor industrial pode ser tema presente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ,que será realizado nos dias 4 e 11 de novembro. Os vestibulandos que vão prestar o Exame devem ter em mente as diferentes fases e evoluções que englobam a indústria no Brasil e no mundo.

Professores alertam que as questões envolvendo o assunto podem vir acompanhadas de charges, gráficos e textos relacionados à escala de produção e desenvolvimento do setor, destacando ainda que os enunciados dos quesitos podem abordar dados e estatísticas ligados à economia, como a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) de determinados países.

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De acordo com o professor de geografia Charlinton Soares, é importante ressaltar que a indústria sempre passa por uma evolução técnica. O educador destaca ainda as características de cada revolução industrial. “Sobre indústria o fera deve ter em mente que todas as evoluções são evoluções técnicas, com grande auxílio da tecnologia no decorrer dos anos, que proporcionaram o uso do maquinário utilizado nas fábricas bem como o auxílio e utilização de novas matérias primas para produção”, afirmou.

“A primeira revolução industrial, a princípio, transformou a manufatura da indústria a vapor, em magnofatura, com ênfase na produção em larga escala; já a segunda revolução teve grande foco na produção e no consumo de petróleo e seus derivados, bem como teve um papel fundamental da energia elétrica; A terceira fase da revolução industrial teve a novidade do uso da microeletrônica robótica, produzindo com base na química fina, como perfumes e remédios”, pontua o docente.

Segundo o professor, a indústria atual é chamada de “indústria 4.0”, aquela que se renova a cada dia com produtos inovadores e moderniza ainda mais os meios de produção. “As questões costumam abordar a globalização. Hoje a chamada ‘indústria 4.0’ está fragmentada e com isso, vários países passam pelos processos de produção, o avanço global industrial permite que um carro seja montado com peças chinesas, motor alemão e pneus italianos".

O educador ainda destaca: "Os feras devem estar atentos para a estrutura das questões, que podem trazer charges e gráficos a serem interpretados. Porém, o mais comum é que os enunciados dos quesitos tragam textos abordando dados econômicos, como por exemplo a participação da indústria no PIB de alguns países”, destacou.

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Na prova de linguagens do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são abordados conteúdos relacionados à língua, interpretação textual e literatura. A preparação para enfrentar as 45 questões aborda também a compreensão de assuntos importantes como charges e tirinhas. Analisando as últimas edições da prova, a presença de questões com esse gêmero textual são certas.

Para conquistar um bom desempenho, os candidatos devem compreender as especificidades desses gêneros textuais. Em entrevista ao LeiaJá, a professora de linguagens e redação Tereza Albuquerque destaca que o processo de construção dos gêneros charge e tirinha apresenta discussões de temas e situações recorrentes na sociedade. Em vídeo, a docente discute pontos relevantes de cada um dos gêneros; confira:

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 De acordo com a docente, é importante exercitar questões que relacionem os gêneros. Nas últimas edições do Enem, foram apresentadas diversas charges e tirinhas para os candidatos. “Todo o candidato deve desenvolver as habilidades de compreensão desses gêneros. Eles, por sua vez, são questão certa em diversos vestibulares pelo país, especialmente no Enem”, conclui. Reunimos, em galeria, alguns exemplos de charges e tirinhas abordadas no Exame; veja:

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A professora de língua portuguesa do Colégio GGE, Katiline Oliveira, ressalta a importância de identificar a estrutura desses gêneros. “Nas tirinhas existe uma sequência de quadros que complementam a situação. Já no cartum e charge, apenas um quadro é apresentado. Nessa situação, o candidato deve observar as diferenças e, também, pontuar a imagem como um todo - observando os elementos verbais e não verbais”, orienta. Nessas imagens são apresentadas críticas a diversas esferas sociais, que podem passar por assuntos como política e até mesmo esportes.

Outro ponto importante na identificação desse gênero é a referência ao tempo. No cartum, a imagem pode remeter a qualquer época. Já na charge, é discutido um período específico. A docente ainda destaca que para obter um bom resultado no Exame o candidato deve construir um repertório social que abranja questões ligadas à informação prévia e repertório sólido na hora da prova. “Por se tratarem de gêneros muito presentes no Enem, o fera deve se preparar. Esse processo é aprimorado com o conhecimento de realidade que pode diferenciá-lo na hora de identificar a crítica presente na imagem. Ter atenção durante a interpretação é fundamental”, ressalta Katiline.

Mas como responder corretamente a questão? De acordo com a professora, normalmente, os Exames esperam do aluno a compreensão geral da imagem. Para isso, é importante observar a crítica contida, que tem como intuito provocar a reflexão do candidato em relação ao conteúdo discutido. “Outro ponto muito cobrado é o propósito sociocomunicativo do gênero, que visa reconhecer qual é o sentido e a mensagem que o gênero quer perpetuar. O fera deve ficar atento”, argumenta. 

Entendendo os pontos diferentes e as funções da charge, a educadora Tereza Albuquerque separou duas questões relacionadas aos gêneros textuais. Para ela, é importante, desde já, que fera leia jornais e espaços nos quais esses gêneros são veiculados. Confira o vídeo com a resulçao das questões:

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O uso de charges é uma realidade no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Praticamente em todas as edições da prova, imagens contextualizadas introduzem questões e instigam os feras a responderem assuntos das mais diferentes disciplinas. Para quem está se preparando, é importante ficar atento a todos os elementos que compõem os discursos dos quesitos.

Para ajudar os estudantes, o Vai Cair no Enem mostra, nesta quinta-feira (28), como as charges ajudam na composição de questões. O professor de história Edson Rocha, do Colégio Boa Viagem, traz a resolução de uma questão sobre o Governo JK. Confira a aula:

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As charges de Maomé publicadas em um jornal dinamarquês há 10 anos seguem alimentando o debate sobre os limites da liberdade de expressão.

Estes 12 desenhos, publicados no jornal Jyllands-Posten no dia 30 de setembro de 2005, mostravam o profeta portando uma bomba no lugar de um turbante, ou um nômade armado com uma faca junto a duas mulheres com um véu preto.

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Os atentados frustrados contra o Jyllands-Posten, assim como o lançado contra o semanário francês Charlie Hebdo em Paris em janeiro, mudaram a visão do Islã e da imigração em muitas redações europeias.

"Em muitos meios de comunicação, isso gerou o temor sobre a percepção dos muçulmanos em relação a certos tabus", estima Anders Jerichow, editorialista internacional do jornal Politiken. "E penso que é triste tanto para o mundo muçulmano quanto para o resto do mundo".

Após o ataque com um fuzil que deixou 12 mortos em Paris, publicações de Rússia, China ou Malásia, assim como de outros países com uma concepção mais restrita da liberdade de expressão, criticaram a revista Charlie Hebdo por ter ofendido o Islã.

Jornalistas ocidentais, especialmente no Reino Unido ou nos Estados Unidos, também se sentem incomodados com a concepção da liberdade de expressão praticada pelo semanário satírico francês.

Polarização

Desde o caso do Jyllands-Posten, "as atitudes em relação à liberdade de expressão se polarizaram", estima Angela Phillips, professora de jornalismo na Goldsmiths College de Londres.

Segundo Phillips, a violência gerada por simples desenhos "fez muitos jornalistas refletirem sobre como representam as minorias", enquanto em outros casos "tornou muitos jornalistas menos sensíveis a estas questões".

A representação dos profetas está estritamente proibida no Islã sunita, e ridicularizar o profeta Maomé é tradicionalmente passível de pena de morte.

No Oriente Médio, muitos universitários sunitas são partidários de uma tolerância zero, enquanto outros defendem respostas mais pragmáticas.

A faculdade Al-Azhar do Cairo, grande centro de estudos sunitas, condenou, por exemplo, em janeiro os desenhos da Charlie Hebdo, mas convocou os muçulmanos a ignorá-los, embora seu apelo não tenha esfriado a tensão no mundo muçulmano.

"E esta polêmica não se limita à região. As caricaturas também geram revolta e indignação em muitos muçulmanos nos Estados Unidos e na Europa", ressalta Scott Stewart, analista da companhia americana especializada em serviços de inteligência Stratfort. "Por sorte, muitos não transformam esta ira em violência".

A ameaça provém sobretudo, segundo ele, dos grupos islamitas radicais, que instrumentalizam as charges para "encorajar os jihadistas de base a lançar ataques violentos no Ocidente".

Muito perigoso

Assim, em fevereiro, um dinamarquês de origem palestina, Omar al-Hussein, atacou um centro cultural em Copenhague durante um debate sobre a liberdade de expressão, no qual participava o artista sueco Larsk Vilks, que em 2007 representou Maomé como um cachorro. Em poucas horas, matou duas pessoas.

Para o Jyllands-Posten, a decisão de publicar estas charges teve repercussões espetaculares, embora a redação a considerasse uma rotina.

O correio é inspecionado cuidadosamente antes de ser aberto, as janelas estão projetadas para resistir a bombas e os alarmes de incêndio, que antes faziam os trabalhadores saírem às ruas, agora podem conduzi-los a salas fortificadas.

O jornal foi a única publicação dinamarquesa que não divulgou em janeiro a caricatura da Charlie Hebdo.

Quando são completados dez anos desde o caso das charges, os meios de comunicação dinamarqueses deveriam falar disso, mas sem mostrá-las. "Seria considerado muito perigoso", confirma à AFP o autor de um destes desenhos, Kurt Westergaard.

Flemming Rose, o então chefe da seção cultural que havia pedido para os chargistas representarem Maomé, classificou recentemente de ingênua sua decisão.

Para Rose, é aceitável que os editores decidam não publicar os desenhos desde que eles sejam honestos sobre os motivos para isso.

"Você não deve apontar o dedo porque as pessoas estão com medo. Mas você tem o direito de apontar o dedo se as pessoas não são honestas sobre seus medos e tentam encontrar outras justificativas", havia declarado ao jornal Politiken.

Mais de quatro franceses em cada dez (42%) estimam que a publicação de caricaturas do profeta Maomé deve ser evitada, e a metade é favorável a uma limitação da liberdade de expressão na internet, segundo uma pesquisa publicada neste domingo (18).

Neste pesquisa do instituto IFOP publicada pela revista Journal du Dimanche, diante da informação de que "alguns muçulmanos se sentem feridos ou agredidos pela publicação de caricaturas do profeta Maomé", 57% responderam que "não se deve levar em conta estas reações e continuar publicando este tipo de charges", contra 42%, que pensam que "é preciso levar em conta estas reações e evitar publicar este tipo de charges". Além disso, 1% manifestaram não ter opinião a respeito.

Cinquenta por cento das pessoas interrogadas declararam ser favoráveis a uma limitação da liberdade de expressão na internet e nas redes sociais contra 49%, que não estão de acordo com isso, e outros 1% sem opinião.

Além disso, 81% dos interrogados são favoráveis a retirar "a nacionalidade francesa das pessoas com dupla nacionalidade condenadas por atos de terrorismo em solo francês" e 68% defendem "a proibição de retornar à França para os cidadãos franceses suspeitos de ter ido lutar em países ou regiões controlados por grupos terroristas".

Segundo a pesquisa, 68% das pessoas são favoráveis à "proibição de sair do território para os cidadãos franceses suspeitos de querer viajar a estes países ou regiões controlados por grupos terroristas".

Já 57% não estão de acordo com "outras intervenções militares francesas na Síria, Iêmen ou Líbia, e 63% não querem "uma intensificação das operações militares francesas no Iraque".

Esta pesquisa foi realizada por telefone nos dias 16 e 17 de janeiro sobre uma amostra de 1.003 pessoas, representativa da população francesa adulta.

A revista satírica francesa de esquerda Charlie Hebdo, alvo nesta quarta-feira (7) de um atentado devastador com armas automáticas, reivindicava seu lado provocante e era alvo constante de ameaças desde que publicou em 2006 uma série de charges de Maomé que indignaram o mundo islâmico.

Após a publicação das controversas caricaturas do profeta, inicialmente divulgadas pela revista dinamarquesa Jyllands-Posten, a redação da Charlie Hebdo vivia em estado de alerta.

"Havia ameaças permanentes desde a publicação das caricaturas de Maomé", declarou o advogado da revista, Richard Malka, após o ataque desta quarta-feira por desconhecidos que abriram fogo com armas automáticas e que custou a vida de várias das figuras mais famosas da redação, incluindo Cabu, Charb, Wolinski e Tignous.

"Vivíamos há oito anos sob ameaças, estávamos protegidos, mas não há nada que possa ser feito contra bárbaros que invadem com kalachnikovs", acrescentou o advogado. "É uma revista que apenas defendeu a liberdade de expressão, ou simplesmente a liberdade", disse.

A última edição da revista, lançada nesta quarta-feira, inclui na capa uma caricatura do escritor Michel Houllebecq, autor do polêmico livro "Submissão" publicado neste mesmo dia e que imagina uma França islamizada.

"Em 2015 perco meus dentes, em 2023 faço o Ramadã", afirma a caricatura do escritor na capa da Charlie Hebdo, cujos números se esgotaram nas bancas logo depois do atentado que deixou a França em estado de comoção. Outro desenho mostra o cartunista dizendo: "Em 2036, o Estado Islâmico entrará na Europa".

Após a divulgação em 2011 de uma edição que fazia piada com a sharia, ou lei islâmica, um atentado com coquetéis molotov incendiou parte da sede da revista no distrito 11 do leste de Paris.

Ameaça permanente

Apesar disso, a Charlie Hebdo permaneceu fiel a sua linha de conduta e dizia não ser inimiga do Islã. "Há provocação, como fazemos todas as semanas, mas não mais contra o Islã que com outros temas", afirmou em 2012, após o atentado incendiário, seu diretor de publicação Charb, que morreu no ataque desta quarta-feira.

Após o primeiro atentado de 2011, Charb e outros membros da redação viviam sob proteção policial e sua sede era alvo de custódia pela polícia francesa.

"Prevíamos o pior, e o ministério do Interior havia avaliado as ameaças a tal nível que vivíamos sob proteção permanente, mas não foi suficiente", disse o advogado Richard Malka.

O equivalente na França à revista argentina "Humor" ou à espanhola "El Jueves", a Charlie Hebdo foi fundada em 1970, quando substituiu "Hara Kiri", semanário que reivindicava seu tom "estúpido e malvado", fundado por Cavanna - falecido no ano passado - e Georges Bernier.

A linha inicial era anticlerical e denunciava a ordem burguesa, mas buscava, principalmente, fazer seus leitores rirem com um humor corrosivo implacável.

Em 1970, misturando o drama de uma discoteca no qual 146 pessoas morreram com o falecimento de Charles De Gaulle, a revista intitulou "Baile trágico em Colombey (a localidade onde o general morreu): um morto". O governo proibiu imediatamente a difusão da Hara Kiri.

A redação optou, então, por uma nova fórmula editorial que combinava quadrinhos com posições parecidas com as da Hara Kiri, mas sob um novo título, Charlie Hebdo, em referência a Charlie Brown, o Charlie dos Peanuts, as famosas tirinhas americanas de Charles Schulz.

A partir de então, cultivou uma linha editorial irreverente com uma ótica de esquerda radical forjada durante a presidência de Valéry Giscard d'Estaing (centro-direita, 1974-81).

Em sua longa história choveram julgamentos por difamação. Os processos da Igreja, de empresários, ministros ou famosos que eram alvo permanente de suas sátiras acabaram derrubando uma revista que em 1981, ano da eleição do socialista François Mitterrand, havia perdido muitos leitores.

Passaram-se 11 anos antes que Charlie Hebdo voltasse a ser publicada, em 1992. Desde então, a revista abriu suas colunas aos melhores cartunistas irreverentes da França, de Wolinski a Cabu, ambos mortos no atentado.

O número de 2006 que havia reproduzido as caricaturas da imprensa dinamarquesa alcançou um recorde de vendas de 400.000 exemplares. Até o dia do atentado, a revista, que passava por dificuldades financeiras, publicava semanalmente cerca de 30.000 exemplares.

Um artista sueco que recebeu ameaças de morte depois de ter representado o profeta Maomé como um cachorro anunciou nesta quarta-feira (20) que tem a intenção de expor novamente usando como tema o fundador do Islã.

"É importante continuar porque se cedermos às ameaças e retrocedermos, abandonaremos o princípio da democracia", declarou à AFP Lars Vilks, de 66 anos.

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Vilks atraiu a atenção dos meios de comunicação de todo o mundo depois da publicação em 2007 de uma caricatura de Maomé no jornal regional Nerikes Allehanda, junto em um editorial sobre a liberdade de expressão.

O artista pretende expor em julho, em Malmo, a terceira cidade da Suécia, onde 40% da população, segundo a municipalidade, é integrada por imigrantes de primeira ou segunda geração de pessoas procedentes do Iraque, Bósnia, Líbano, Irã e Turquia.

O pintor indicou que vai retomar a mesma charge do profeta, com um corpo de cachorro, para caracterizá-lo em quadros de célebres de pintores como Monet, Rubens o Anders Zorn.

Oito pessoa, incluindo Colleen LaRose, uma islamita que se chama de "Jihad Jane", foram presas em 2009 por ter planejado matar o artista.

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