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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, ordenou nesta segunda-feira (9) um "cerco completo" à Faixa de Gaza, que inclui o corte de luz, água e a entrada de comida - o território já convive com um bloqueio parcial há 16 anos. Isolados no enclave palestino, o Hamas ameaçou executar um refém sempre que um ataque atingir seus habitantes sem aviso prévio.

No ataque de sábado (7) os terroristas fizeram cerca de 150 reféns, incluindo mulheres e crianças. Alguns sequestrados são estrangeiros, como americanos, britânicos, franceses, russos e chineses. O México confirmou ontem que dois mexicanos foram capturados e levados para Gaza. A presença deles torna mais complexa qualquer operação militar. Ontem, o Hamas disse que quatro israelenses morreram nos bombardeios de Israel.

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O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, afirmou ontem que não permitiria "nenhuma eletricidade, comida, água ou combustível" em Gaza, em uma tentativa de apertar o cerco ao enclave palestino de 2 milhões de habitantes. O Egito, no entanto, que controla a fronteira sul do território e normalmente atua em coordenação com Israel, não disse o que pretende fazer.

A inesperada escalada da violência deixou em choque muitos israelenses, que nos últimos dias convivem com duas novas realidades: jovens convocados para o serviço militar e listas de mortos e desaparecidos divulgadas pela imprensa.

O número de mortos nos ataques do Hamas passou de 900 ontem - 2,4 mil israelenses ficaram feridos. O Departamento de Estado dos EUA disse que 11 mortos eram americanos. Londres informou que 10 britânicos morreram ou estão desaparecidos. Do Brasil, há 3 desaparecidos.

Reservistas

Ontem, Daniel Hagari, porta-voz do Exército de Israel, disse que soldados israelenses recuperaram o controle de todas as comunidades fronteiriças, mas reconheceu que "ainda pode haver terroristas na área". De acordo com ele, centenas de militantes foram mortos em Israel. A emissora de TV Channel 13 afirmou que 1,5 mil corpos de palestinos foram encontrados em solo israelense.

Enquanto isso, os bombardeios a Gaza continuaram ontem. A ONU e autoridades palestinas disseram que as bombas atingiram um hospital, um mercado, mesquitas e casas. Pelo menos 687 palestinos morreram e 3,7 mil ficaram feridos em três dias.

Israel disse ter completado ontem a mobilização de 300 mil reservistas para preparar a próxima fase da guerra, que poderia envolver, segundo analistas, uma invasão terrestre de Gaza. No entanto, parece improvável que uma operação comece antes da expulsão de todos os terroristas do território israelense. A intensidade da ofensiva também é cercada de dúvidas, já que o Hamas mantém muitos reféns no enclave.

As escolas continuaram fechadas ontem em grande parte de Israel e muitas companhias aéreas reduziram pousos e decolagens no Aeroporto Internacional Ben Gurion, de Tel-Aviv. Entre as empresas que cancelaram voos estão as americanas United, Delta e American Airlines, além de Lufthansa, Air France, Iberia e Air Canada. Muitos turistas estão presos sem poder voltar para casa.

Reféns

Em uma região habituada aos conflitos, o que chama a atenção desta vez é um novo elemento no cabo de guerra entre israelenses e palestinos: a presença de reféns. Abu Ubaida, porta-voz das brigadas Izzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, ameaçou ontem executar os prisioneiros. "Agimos de acordo com nossos valores religiosos, para proteger as vidas dos cativos, mas os crimes do inimigo sionista contra nosso povo e a destruição contínua não nos deixaram escolha", disse.

De acordo com a agência France Presse, o governo do Catar já teria iniciado contatos para negociar uma troca de prisioneiros entre Israel e Hamas. As discussões teriam avançado ontem, segundo uma fonte militar, que não forneceu mais detalhes. Os mediadores catarianos, em contato com representantes palestinos em Doha, estariam negociando primeiro a libertação de mulheres e crianças capturadas em Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, conclamou a comunidade internacional a encontrar uma solução pacífica para encerrar o conflito entre israelenses e palestinos.

No último sábado (7), o grupo islâmico Hamas bombardeou Israel, provocando a morte de, ao menos, 1.200 pessoas e o sequestro de outras 100. Três brasileiros estão desaparecidos. Pacheco prestou condolências aos familiares das vítimas e declarou que nada justifica o uso da violência.

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O senador Hamilton Mourão (Republicanos -RS) destacou o papel do Brasil em busca da paz com total respeito à não-intervenção e à soberania dos países. Já o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) avalia que Israel vai retomar o controle da situação.

Em homenagem às vítimas, o Senado projetou na cúpula a bandeira de Israel na noite desse domingo (8).

*Da Agência Senado

O Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nas redes que o país está em estado de guerra contra o Hamas, grupo fundamentalista islâmico palestino, após um ataque de milhares de foguetes em diversas regiões do território israelense, na manhã deste sábado (7). 

"O inimigo pagará um preço que nunca conheceu", declarou Netanyahu. O primeiro-ministro ainda confirmou que oficiais da deverão ser convocados para se juntar ao conflito armado. 

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Este já é considerado um dos maiores ataques que Israel sofreu desde 1973, na Guerra do Ramadan. O alto comissionário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou por meio de comunicado que está chocado com os eventos ocorridos nas últimas horas, e que “civis não devem ser alvos de ataques”. 

Um ataque de drones dos Estados Unidos matou um líder do grupo Estado Islâmico na Síria horas depois que os mesmos drones MQ-9 Reaper foram perseguidos por jatos militares russos na parte ocidental do país, de acordo com o Departamento de Defesa.

Três Reapers voavam em busca do militante na sexta-feira, 07, disse uma autoridade de Defesa dos EUA, quando foram perseguidos por cerca de duas horas por aeronaves russas. Pouco depois, os drones atingiram e mataram Usamah Al-Muhajir, que andava de motocicleta na região de Alepo, no Noroeste da Síria, disse o oficial, que não estava autorizado a discutir publicamente o assunto e falou em condição de anonimato.

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O oficial disse que Al-Muhajir estava no Noroeste da Síria no momento do ataque, mas que normalmente operava no Leste.

Não ficou claro ainda como os militares dos EUA confirmaram que a pessoa morta era Al-Muhajir. Nenhum outro detalhe foi fornecido.

Em um comunicado no domingo, 09, o Comando Central dos EUA disse que não há indícios de que civis tenham sido mortos no ataque. Os militares estavam avaliando relatos de que um civil pode ter sido ferido.

Sexta-feira foi o terceiro dia consecutivo em que as autoridades americanas reclamaram que caças russos na região realizaram voos de maneira insegura e "assediaram" drones americanos.

O tenente-general Alex Grynkewich, chefe do Comando Central das Forças Aéreas dos EUA, disse em comunicado que, na sexta-feira, os aviões russos "fizeram 18 passagens não profissionais que fizeram com que os MQ-9s reagissem para evitar situações inseguras".

O primeiro atrito ocorreu na manhã de quarta-feira, quando aeronaves militares russas "se envolveram em comportamento inseguro e não profissional" enquanto três drones americanos MQ-9 conduziam uma missão contra o Estado Islâmico, disseram os militares dos EUA. Na quinta-feira, os militares dos EUA disseram que os caças russos voaram de maneira "incrivelmente insegura e não profissional" contra aeronaves francesas e americanas sobre a Síria.

O coronel Michael Andrews, porta-voz do Comando Central das Forças Aéreas, disse que o incidente de quinta-feira durou quase uma hora e incluiu sobrevoos de um SU-34 e um SU-35, e que eles lançaram sinalizadores diretamente no MQ-9.

Autoridades dos EUA disseram que os drones estavam desarmados nos voos anteriores, mas carregavam armas na sexta-feira, enquanto caçavam Al-Muhajir.

"Deixamos claro que continuamos comprometidos com a derrota do Isis (EI) em toda a região", disse o general Erik Kurilla, comandante do Comando Central dos EUA, no comunicado.

O contra-almirante Oleg Gurinov, chefe do Centro de Reconciliação da Rússia para a Síria, disse na semana passada que os militares russos e sírios iniciaram um treinamento conjunto de seis dias que termina na segunda-feira.

Gurinov acrescentou em comentários veiculados pela mídia estatal síria que Moscou está preocupada com os voos de drones da coalizão liderada pelos Estados Unidos sobre o Norte da Síria, chamando-os de "violações sistemáticas de protocolos" destinados a evitar confrontos entre as duas forças militares.

Fonte: Associated Press

Em fim o pesadelo acabou. Jogadores e integrantes brasileiros que faziam parte da comissão técnica do Al Merreikh, time da cidade de Ondurmã, desembarcaram nesta sexta-feira, em São Paulo, e colocaram fim à tensão que cercou o país por causa dos conflitos generalizados no Sudão. Nesta operação de volta, o grupo contou com a ajuda da CBF, que estabeleceu contato com os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores para solucionar o impasse.

"Passamos por dias complicados em áreas de graves distúrbios, com escassez de alimentos e de energia elétrica. Foi importante o apoio da CBF. Conseguimos cruzar a fronteira e chegar ao Egito. A partir de então, as coisas ficaram mais amenas", afirmou Esdras Lopes, assistente técnico e analista de desempenho do Al-Merreikh, equipe que disputa a primeira divisão do futebol do Sudão.

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Além do apoio da entidade que comanda o futebol no Brasil, Lopes agradeceu também o empenho do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Saferj) e ainda o trabalho de articulação de vários parlamentares e do Itamaraty neste processo de saída do Sudão.

Além de Esdras, mais quatro companheiros de comissão técnica do Al-Merrikh desembarcaram no Brasil. No voo de volta, os atacantes Rafael e Paulo Sérgio, o meia Matheuzinho e o lateral-direito Alex Silva completaram a lista de brasileiros que conseguiram deixar o país em conflito. Na chegada, eles foram recebidos por parentes e amigos que aguardavam tensos o desfecho deste retorno.

Na última segunda-feira, um grupo com dez brasileiros já tinham saído de Cartum, capital do Sudão, e cruzaram a fronteira na direção do Egito, de acordo com informações do Itamaraty.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou ainda que tem mantido contato com outros países que também tem cidadãos em atividade no Sudão para participar de ações coordenadas de retirada. A França, o Reino Unido e os Estados Unidos já conseguiram retirar seus funcionários e dependentes da embaixada desde o último domingo.

Um grupo de usuários de drogas colocou fogo em sacos de lixo na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, no início da noite de domingo (2). A Polícia Militar (PM) disse que, durante patrulhamento de rotina na região da Nova Luz, uma equipe do 7º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) foi hostilizada por um grupo de dependentes químicos.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o grupo arremessou objetos contra os policiais e ateou fogo em sacos de lixo ao longo da via.

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"Os policiais intervieram e dispersaram o grupo. Não houve registro de feridos ou detenções", afirmou a SSP. Além da polícia, o Corpo de Bombeiros foi acionado e o fogo foi contido rapidamente.

A ocorrência foi registrada por volta das 18h30 para atendimento na Rua General Osório com a Alameda Barão de Limeira e também entre a Rua Conselheiro Nébias e Rua dos Gusmões, no centro da capital.

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A Rússia afirmou nesta segunda-feira (27) que o plano proposto na semana passada pela China para soluciona o conflito na Ucrânia "merece atenção", mas que as condições necessárias para uma solução "pacífica" não estão reunidas no momento.

"Consideramos o plano de nossos amigos chineses com grande atenção (...) É um processo longo. No momento, não vemos as premissas para que o assunto possa seguir uma via pacífica", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"A operação militar especial (na Ucrânia) continua", acrescentou.

Na sexta-feira, quando a ofensiva russa completou um ano, a China publicou um documento de 12 pontos que pede a Moscou e Kiev o início de negociações de paz.

Enquanto a China busca o espaço de mediação no conflito, sua posição de aliada da Rússia a desqualifica aos olhos das potências ocidentais, que apoiam a Ucrânia.

Rússia e Ucrânia não demonstraram até o momento nenhuma vontade séria de iniciar negociações e reagiram com prudência à proposta chinesa.

Ao mesmo tempo, o Kremlin chamou nesta segunda-feira de "absurdo" o novo pacote de sanções imposto pela União Europeia (UE) à Rússia na sexta-feira, que afeta 121 indivíduos e instituições.

"Tudo isto é absurdo. Vemos que impõem sanções a qualquer um (...) apenas para elaborar novas listas", afirmou Peskov, antes de acrescentar que as medidas não devem afetar as pessoas citadas.

O dia 21 de janeiro marca o combate à intolerância religiosa no Brasil. A data é uma forma de reforçar o diálogo inter-religioso e a troca intercultural como eixos fundamentais para solucionar os maiores desafios do mundo atual.

A data foi instituída em 2007 e homenageia a Iyalorixá Mãe Gilda. A ativista e líder candomblecista foi vítima de um infarto fulminante depois que o terreiro Abassá de Ogum, na Bahia, foi invadido duas vezes por membros de uma igreja cristã na virada dos anos 2000.

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A religião católica chegou ao Brasil com a coroa portuguesa como a oficial do império e acabou marginalizando as práticas negras e originárias. Nessa realidade, índios e escravos precisaram recorrer ao sincretismo para que suas culturas sobrevivessem em meio à imposição da cultura dominante. 

"Foi-se gerando dentro do cristianismo uma certa dificuldade de respeitar e permitir que outras culturas vivessem a sua própria experiência religiosa. A ideia da conversão significa tirar o outro da sua religião, inserindo o cristianismo como sendo a única religião verdadeira", analisou o doutor e coordenador do curso de Teologia da Universidade Católica de Pernambuco, Sérgio Vasconcelos.

De acordo com o especialista, os maiores conflitos religiosos do mundo são provenientes do fundamentalismo. Apesar das diferenças naturais, o cristianismo, o judaísmo e o islamismo nasceram das raízes do patriarca Abraão. As três alimentam seus fieis com a ideia de missão e estão presentes na maioria desses conflitos. O cristianismo fala em anunciar a "verdade" ao mundo. O judaísmo defende a ideia do povo escolhido. Enquanto o islamismo cita a guerra santa.

Vasconcelos explica que apesar dos aspectos que podem culpabilizar essas religiões, a realidade dos ataques parte de dois pontos. O primeiro é a interpretação distorcida dos valores de cada religião e de suas escrituras. O segundo é a insegurança causada pelas revoluções que aceleraram o processo de globalização. 

O pesquisador define a religião como uma construção de estrutura de sentido para a existência humana. Antes, cada cultura construía seu sentido com a ilusão de que ele era único e universal. Entretanto, o mundo moderno fez com que a imensa pluralidade de ofertas de sentido tivesse contato.

"Uns vivem essa pluralidade com certa facilidade, mas outras pessoas, de outras culturas, dependendo dos seus contextos, vivem isso com muita insegurança. Quanto mais psicologicamente inseguro é uma pessoa ou um grupo, mais uma tendência fundamentalista ela tem. Por trás de todo fundamentalista há uma pessoal tipicamente insegura", observou o teólogo.

Nesse contexto, a religião acabou se distanciando da própria finalidade e expôs a necessidade de um diálogo comum na busca por respostas ao sofrimento humano. Mesmo com as estruturas diferentes, há temas que convergem na atual agenda mundial, como a luta por justiça social, a preservação da natureza e a paz. 

Esses assuntos são a válvula para mitigar os prejuízos da intolerância religiosa. Ao mesmo tempo, uma relação mais próxima vai promover um intercâmbio entre as riquezas éticas e simbólicas de cada crença.

"A maturidade psíquica convive com a pluralidade, o que não significa que eu aceito, mas eu sou capaz de respeitar que o caminho dele é outro", complementou Vasconcelos, que parafraseou o teólogo pós-moderno Hans Küng: "sem paz entre as religiões não haverá paz no mundo”.

A desmontagem de acampamento de bolsonaristas em Brasília e a prisão dos extremistas gerou um novo conflito de versões entre o governo e a Polícia Militar do Distrito Federal de um lado e o Exército do outro. No centro agora da polêmica estaria a resistência em acabar de uma vez com o local na noite do domingo, dia 8 - horas depois da invasão da sede dos três Poderes - e prender os radicais que teriam se refugiado na frente do Quartel-General da Força Terrestre, no Setor Militar Urbano (SMU).

Na sexta-feira passada, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse em depoimento que o Comando do Exército não havia permitido que o acampamento fosse desmontado no dia 29 de dezembro, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Agora foi a vez do ex-comandante da PM do DF Fábio Augusto Vieira afirmar, em depoimento à Polícia Federal, que a Força se negou a permitir que a tropa de choque da PM entrasse no acampamento para deter os vândalos na noite do dia 8.

O coronel afirmou que, em meio ao início das ações golpistas, o Exército "já estava mobilizado para não permitir" a entrada da PM no SMU, onde estava localizado o acampamento de bolsonaristas.

De fato, naquela noite, o Exército posicionou sua Tropa de Choque e três blindados, cercando a praça na frente do QG. O jornal O Estado de S. Paulo esteve no local e verificou que a ordem então era que ninguém podia entrar no acampamento, só sair.

Naquele momento se desenvolvia uma reunião da qual participavam os ministros Flávio Dino (Justiça), Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio (Defesa) com os comandantes do Exército, Julio Cesar Arruda e do Planalto, Gustavo Henrique Dutra Menezes.

Na versão dos militares, eles estavam havia um mês desocupando paulatinamente o acampamento por meio de um estrangulamento. Imagens feitas com drones pela inteligência militar confirmariam a ação. Antes do fim do dia 7, o total de acampados havia caído para cerca de 200.

O número aumentou novamente coma chegada de caravanas de extremistas a Brasília. Na reunião com os ministros, os generais afirmaram que fariam a desocupação do terreno na manhã de segunda-feira.

De acordo com a versão dos militares, a ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, só foi expedida depois do término da reunião.

A ordem, portanto, de quem ninguém entraria na área do acampamento à noite tinha por objetivo impedir os riscos de uma operação noturna em um ambiente com mulheres, crianças e idosos e não impedir o cumprimento da ordem judicial do STF.

'Ato pacífico'

Em outro momento, na audiência de custódia após ser preso, o ex-comandante da PM afirmou que "tudo apontava no domingo para um ato pacífico", quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro levaram a cabo o que chamaram de "tomada de poder". Segundo o militar, as operações da corporação no dia dos atos golpistas foram realizadas de acordo com informações da área de inteligência, "inclusive de outros órgãos".

A alegação do ex-comandante da PM do DF conflita com o alerta emitido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Em ofício enviado a Ibaneis Rocha na véspera das investidas extremistas, ele apontou riscos de violência nos atos previstos para o dia seguinte. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Dino enviou ofício às autoridades de segurança pública do DF.

No documento, o ministro afirma que a PF havia identificado "intensa movimentação" de caravanas rumo a Brasília e, ainda de acordo com o texto, os manifestantes tinham a intenção de "promover ações hostis e danos contra os prédios" da capital federal.

Vieira foi preso na terça-feira passada, por ordem de Moraes, com base em "fortes indícios" de "omissão". A audiência de custódia foi realizada na quarta. No mesmo despacho em que determinou a prisão de Vieira, o ministro do STF decretou também a prisão preventiva - sem prazo determinado -, efetuada no sábado, do então secretário da Segurança Pública, Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro até o dia 31 de dezembro.

Negativas

Vieira e Torres negam que tenham se omitido no enfrentamento da ação dos vândalos, que furaram, sem dificuldades barreiras policiais e não encontram pelotões suficientes para contê-los. Diante desse cenário, Ibaneis foi afastado do cargo de governador por 90 dias. A decisão de Moraes foi chancelada pelos integrantes do Supremo.

Na audiência de custódia, acompanhado de advogados, Vieira negou "conivência" com a ofensiva dos apoiadores de Bolsonaro. "Não houve da nossa parte facilitação para que os atos ocorressem", disse o ex-comandante da PM-DF.

Já Ibaneis negou ao depor à PF ter tido "qualquer tipo de conivência" com os atos radicais em Brasília e afirmou que foi a favor da remoção dos acampamentos bolsonaristas em frente ao QG, mas que o comando do Exército foi contrário à medida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pivô do confronto entre bolsonaristas e policiais federais em Brasília, na noite dessa segunda-feira (12), o cacique Tserere se autodenomina pastor e é filiado a um partido de direita, o qual tentou se eleger em 2020. Após a prisão baseada na garantia da ordem pública, o indígena pediu que seus seguidores cessem o conflito.  

José Acácio Serere Xavante, o cacique Tserere, 42, se apresenta como líder da Terra Indígena Parabubura e pastor missionário evangélico. Ele também é filiado ao Patriota e chegou a concorrer à Prefeitura de Campinápolis, no Mato Grosso, mas foi derrotado com apenas 9,7% dos votos.   

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Atos contra o resultado das eleições

Após o resultado das eleições deste ano, ele incita manifestações golpistas em Brasília e teria participado de atos no Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado. Em um vídeo feito na ocupação em frente ao Palácio da Alvorada, Tserere afirmou que Lula não vai tomar posse, que as eleições foram fraudadas e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).  

Sua prisão foi determinada na noite de ontem, pelo STF, que atendeu ao pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) baseado na garantia da ordem pública. "A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, afirmou a PGR. 

Depois que a ordem judicial foi cumprida, manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal, atearam fogo em ônibus, destruíram veículos, o que transformou as ruas de Brasília em um cenário de guerra.

LeiaJá também: PF isola hotel de Lula e bolsonaristas queimam veículos

Em um depoimento em vídeo concedido ao Metrópoles após a prisão, o cacique Tserere diz que está bem e ordena o fim do confronto. "Eu quero pedir que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial [..] não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros e ataque à sede da Polícia Federal",  conclui e enfatiza que se trata de uma ordem.

A Questão Palestina é um termo utilizado para explicar a luta dos povos palestinos após a perda de seus territórios. A disputa envolve interesses territoriais, políticos, religiosos e históricos. Em 1948, foi criado o Estado de Israel. No entanto, a região de Jerusalém, é disputada por árabes e israelenses em um conflito que deixou milhares de mortos e milhões de refugiados. O cinema é um excelente ponto de partida para entender as tensões geradas pelos conflitos entre os palestinos e os israelenses. Confira a seguir, cinco filmes para compreender mais sobre o assunto:  

Belém: Zona de Conflito (2013) - O primeiro longa do diretor israelense Yuval Adler é ambientado na histórica cidade de Belém. Ele assina o roteiro com o jornalista Ali Wakad, experiente na cobertura dos conflitos no Oriente Médio. A trama acompanha os passos de um adolescente palestino, recrutado por um agente secreto israelense para atuar como informante. Ações terroristas estão presentes na narrativa que busca equilibrar diferentes pontos de vista. Disponível no YouTube e Google Play. 

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Cinco Câmeras Quebradas (2011) - Indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2013, exibe um material registrado pelo agricultor palestino Emad Burnat (codiretor do filme com o israelense Guy Davidi) desde 2005, quando ele comprou uma câmera de vídeo para acompanhar o crescimento do filho na Cisjordânia. Suas gravações, no entanto, captaram os violentos confrontos da população local com militares israelenses, destacados para proteger um assentamento de colonos judeus. Disponível no YouTube.  

Munique (2005) - O filme, dirigido por Steven Spielberg, traz Eric Bana no papel de um agente da Mossad (serviço secreto israelense) que lidera uma equipe de assassinos buscando membros do grupo terrorista Setembro Negro. Em 1972, integrantes da célula terrorista haviam massacrado atletas israelenses que participavam das Olimpíadas em Munique. O filme é baseado em fatos. Disponível na Amazon Prime Video, HBO Max e Apple TV.  

Paradise Now (2005) - A produção palestina assinada por Hany Abu-Assad teve aclamada trajetória internacional. Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme estrangeiro e concorreu ao Oscar da categoria. A causa palestina é abordada por um viés contundente: a lógica que move um homem-bomba. Dois amigos de infância alistam-se a um esquadrão suicida. Na iminência de um ataque terrorista em Tel-Aviv, eclodem entre eles conflitos familiares, morais e religiosos. Disponível na Amazon Prime Video. 

Valsa com Bashir (2008) - O filme foi o primeiro longa-metragem de animação a ser nomeado para um Oscar de Melhor Filme estrangeiro. Ele traz de maneira espetacular a triste história da Guerra do Líbano de 1982. A história é contada pelo olhar de um veterano de guerra, que por muito tempo tentou reprimir as memórias que tinha do conflito. Disponível no YouTube, Apple TV e Google Play.  

O frio é intenso e o fogo de artilharia violento, mas "Viking", um soldado ucraniano da frente nordeste, está determinado a se vingar dos russos.

"Para mim, o mais difícil é a morte dos meus amigos. Já estava motivado antes (...) mas a raiva, a agressividade e o ódio reforçaram" esse sentimento, diz "Viking", nome de guerra deste solado de 26 anos, membro de uma unidade de tanques.

Apesar das perdas sofridas pelo exército ucraniano nos nove meses de guerra desde o início da invasão russa, "Viking" e outros membros de seu pelotão confiam que podem vencer.

"Vamos empurrar os russos para as fronteiras e além", diz, brincando.

Sua unidade participou do ataque que, em setembro, quebrou as linhas de defesa russas na frente nordeste e forçou as forças de Moscou a recuar para o leste, além do rio Oskil.

Essa contraofensiva perdeu força e os russos reforçaram suas defesas, mas os ucranianos garantem que estão progredindo, apesar do frio do inverno que testa as rotas de abastecimento e as condições das estradas.

"Repelimos os russos, nos consolidamos e avançamos aos poucos", explica "Patriot", um soldado de 23 anos, integrante de um pelotão que acampa em um prado cercado de pinheiros.

- "Muitos bombardeios" -

"Há muitos bombardeios. No mês passado, ouvi cerca de 100 a 200 ataques", disse à AFP durante uma visita a sua posição, organizada pelo exército ucraniano.

Perto dali, um mecânico militar de 44 anos, que deseja permanecer anônimo, trabalha no motor de um tanque russo capturado em setembro e que agora será usado contra seus antigos proprietários.

"O estado do equipamento russo é muito ruim. Tudo estava sujo e coberto de diesel", diz.

Após nove meses no terreno, o material da unidade, datado da época soviética, reflete a dinâmica desta guerra: um dos tanques é do exército ucraniano, outro foi tomado dos russos e um terceiro foi doado pela Polônia.

Nesta área do país, os ucranianos esperam tomar uma importante rodovia que passa pelas cidades de Severodonetsk e Lysychansk, mais a leste, ocupadas pelos russos.

Essas duas cidades foram capturadas durante a campanha na região industrial do Donbass, na qual ambos os lados perderam um grande número de soldados.

- "Adrenalina" -

Desde então, as forças russas passaram por uma série de contratempos, perdendo grande parte da região de Kharkiv e se retirando de Kherson, uma cidade ao sul que ocupavam desde o início da guerra.

"Nesta parte da linha de frente, nós assumimos a responsabilidade de manter nossa posição e, às vezes, lançar contraofensivas", diz Roman, membro do principal batalhão de tanques que opera na região.

"A situação está totalmente sob controle e estamos preparados para enfrentar novos desafios, mesmo inesperados", afirma.

De acordo com especialistas militares, os combates podem se acelerar em breve.

"As temperaturas devem cair na Ucrânia na próxima semana, e isso deve congelar o terreno e acelerar o ritmo dos combates à medida que a mobilidade aumenta em ambos os lados", aposta o Institute for the Study of War, em um estudo recente.

Para os combatentes, a queda da temperatura não é tão importante quanto o fogo da artilharia russa.

"Quando você sabe que a qualquer momento eles podem te alcançar, a adrenalina te esquenta. Você não sente frio", explica "Patriot".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a instauração da lei marcial nos quatro territórios ucranianos que Moscou afirma ter anexado, enquanto as autoridades de ocupação começaram a retirar civis da cidade estratégica de Kherson (sul) diante da contra-ofensiva ucraniana.

"Assinei um decreto para introduzir a lei marcial" nas quatro localizações do sul e leste da Ucrânia, anexadas em setembro, afirmou Putin na reunião do Conselho Nacional de Segurança, se referindo a Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.

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A lei marcial russa permite reforçar o poderio militar, adotar toques de recolher, limitar deslocamentos, impor a censura militar nas telecomunicações, proibir concentrações públicas e deter estrangeiros, entre outras medidas.

O anúncio foi feito depois que as autoridades pró-russas iniciaram a evacuação de Kherson, a primeira cidade conquistada pelas tropas de Moscou após o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Kherson é alvo de uma contra-ofensiva de Kiev, que já recuperou vários territórios do leste e sul do país.

- Prêmio ao "corajoso" povo ucraniano -

Enquanto isso, os bombardeios russos continuaram, nesta quarta-feira (19), no norte da Ucrânia, incluindo Kiev, no leste e no centro. Desta vez, atingiram também o oeste, uma região geralmente mais livre de combates.

"O inimigo realizou quatro ataques com mísseis, onze ataques aéreos e mais de 100 ataques com múltiplos lança-foguetes", resumiu o estado-maior das forças ucranianas.

A entidade falou de um "ataque maciço com mísseis de cruzeiro e drones iranianos contra infraestrutura civil nas regiões de Kiev, Cherniguiv (norte), Vinnytsia (oeste), Ivano-Frankivsk (oeste), Donetsk (leste), Dnipropetrovsk (centro), Zaporizhia (sul) e Mikolaiv (sul)", assim como em Cherkassy (centro).

Na semana passada, a Rússia lançou uma campanha de ataques com drones e mísseis contra a infraestrutura elétrica da Ucrânia, com a proximidade da chegada do inverno.

A Presidência ucraniana anunciou nesta quarta-feita que, devido a estes ataques, irá restringir o uso de eletricidade a partir desta quinta.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou, por sua vez, que Putin está em uma "posição incrivelmente difícil" na Ucrânia.

"Parece que a única ferramenta disponível é maltratar os cidadãos da Ucrânia (...) para tentar intimidá-los, para que cedam. Eles não vão fazer isso", disse à imprensa em Washington.

Suas palavras chegaram horas depois do Parlamento Europeu ter atribuído o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento ao "corajoso povo" da Ucrânia, que "resiste" e "luta" por suas "convicções".

- "À margem esquerda" -

"A partir de hoje, todas as estruturas de poder que estão na cidade (...) serão deslocadas para a margem esquerda do rio Dnieper", que estabelece o limite com Kherson, afirmou Vladimir Saldo, chefe da administração russa de ocupação, ao canal Rossiya-24.

A cidade fica na margem direita do rio, em uma área que está sendo cercada por tropas ucranianas em uma contra-ofensiva que começou em agosto.

As autoridades pró-Rússia, que só permitem evacuações para a Rússia ou para territórios controlados por Moscou, indicaram que esperam transferir até 60.000 civis em seis dias.

A Ucrânia acusou a Rússia de tentar aterrorizar a população de Kherson organizando a evacuação com base em "mensagens falsas" sobre ataques à cidade.

Serguei Khlan, um deputado ucraniano dessa região, comparou essa retirada de civis a uma "deportação".

Cerca de cinco milhões de habitantes das áreas anexadas por Moscou estão na Rússia, disse o secretário do Conselho de Segurança Nacional russo, Nikolai Patrushev.

- Linha fortificada -

Neste contexto, o grupo russo de mercenários Wagner iniciou a construção de uma linha de defesa fortificada na região de Lugansk, anexada por Moscou no final de setembro.

Baterias de defesa aérea ucranianas derrubaram "vários mísseis russos" sobre Kiev, disse Vitali Klitschko, prefeito da capital.

A capital ucraniana tem sido alvo de vários ataques de drones 'camicazes' desde segunda-feira, que deixaram cinco mortos.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou de usar drones fabricados no Irã para realizar os ataques, algo que o governo russo diz ignorar e a diplomacia de Teerã garante que "não tem fundamento".

A União Europeia (UE) afirmou que coletou "provas suficientes" de que os drones usados pela Rússia foram fornecidos pelo Irã e que trabalha em um plano de sanções.

O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta quarta-feira em Nova York para discutir os ataques de drones.

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência de duas regiões no sul da Ucrânia, Zaporizhzhia e Kherson, segundo decretos presidenciais publicados na noite desta quinta-feira (29), antes de concluir a anexação destes territórios ocupados.

"Ordeno reconhecer a soberania do Estado e a independência" das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, informou Putin nestes decretos.

Está prevista para a sexta-feira a anexação formal à Rússia destes dois territórios, assim como os de Donetsk e Lugansk, no leste, sob controle parcial de separatistas pró-russos desde 2014.

Moscou havia admitido a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk no fim de fevereiro, pouco antes de iniciar sua intervenção militar na Ucrânia.

Em setembro, as regiões de Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Lugansk organizaram "referendos" de anexação denunciados como ilegítimos pela Ucrânia e seus aliados ocidentais.

As autoridades pró-russas nestas regiões ocupadas asseguraram que a grande maioria dos eleitores apoiou a anexação, resultados não reconhecidos por Kiev, nem pelas potências ocidentais.

Na tarde desta sexta-feira, o Kremlin organiza uma cerimônia para formalizar sua incorporação à Rússia.

O candidato à reeleição à Presidência da República pelo PL, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira (16) que torce pela paz e que o Brasil “tudo fará” para alcançar esse objetivo na Ucrânia. O país europeu vive um conflito armado desde que foi invadido pela Rússia, em fevereiro deste ano. 

“Por que nós chegamos até aqui? Vocês, em grande parte, pelo país de origem, um país pacífico, um país também produtor rural, que na bandeira de lá impera as mesmas cores da bandeira daqui. Somos irmãos, queremos o bem um do outro, torcemos pela paz. E o Brasil tudo fará, como vem fazendo, para que essa paz seja alcançada”, disse. 

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Bolsonaro esteve em Prudentópolis, no interior do Paraná, onde participou de um comício com candidatos locais. O município tem a maior comunidade de imigrantes e descendentes de ucranianos no Brasil. 

Antes do evento, o candidato fez um passeio de moto pela cidade e cumprimentou apoiadores. À tarde e à noite, Bolsonaro cumpre agenda de campanha em Londrina (PR).

A Ucrânia afirmou neste domingo (11) ter expulsado tropas russas de vários pontos estratégicos no leste do país, depois que Moscou anunciou uma retirada da região de Kharkiv para reforçar a frente de Donetsk, mais ao sul.

Em outro grande foco do conflito no momento, a agência de energia nuclear da Ucrânia disse que o último reator ativo na usina de Zaporizhzhia, controlada pela Rússia, foi desconectado da rede elétrica por razões de segurança.

No início do mês, o exército ucraniano anunciou pela primeira vez uma contraofensiva no sul do país, antes de fazer um avanço relâmpago esta semana no nordeste, na região de Kharkiv.

"Desde o início de setembro, mais de 3.000 km2 voltaram ao controle ucraniano", disse o general Valeri Zaluzhny, comandante-chefe do Exército ucraniano, em comunicado.

"Nos arredores de Kharkiv, começamos a avançar não apenas para o sul e leste, mas também para o norte", acrescentou.

O governador da região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, disse que milhares de pessoas fugiram da região de Kharkiv a caminho da Rússia.

"Não foi a noite ou a manhã mais fácil. Nas últimas 24 horas, milhares de pessoas cruzaram a fronteira", disse Viacheslav Gladkov no Telegram.

Estas localidades são importantes em termos logísticos, das quais a Rússia depende para abastecer suas tropas nas linhas de frente no leste da Ucrânia.

Segundo analistas, sua retomada pelas tropas ucranianas afetou as ambições de Moscou na área de Kharkiv.

De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede em Washington, as forças ucranianas penetraram em alguns pontos a uma profundidade "de 70 km" e em cinco dias tomaram "mais território do que foi conquistado pelos russos em todas as suas operações desde abril".

"Armas, armas, armas, é isso que está em nossa agenda desde a primavera. Agradeço aos aliados que responderam ao nosso apelo", disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.

- Central de Zaporizhzhia inativa -

Apesar dos anúncios de avanço da Ucrânia, as forças russas continuaram seus bombardeios na frente oriental, com as autoridades relatando 10 mortos e 19 feridos na região de Donetsk.

Na usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul, os bombardeios das últimas semanas, pelos quais Kiev e Moscou se acusam mutuamente, provocaram temores de um desastre nuclear na maior usina da Europa.

Neste domingo, a operadora ucraniana de energia atômica, Energoatom, anunciou que o reator número 6 foi desconectado da rede elétrica ao amanhecer, e "estão em andamento os preparativos para seu resfriamento".

Durante três dias, esse reator foi o único que produziu a eletricidade necessária para resfriar o combustível nuclear e garantir a segurança da instalação.

Os Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira (1º), que enviarão um novo pacote de armamento, no valor de US$ 550 milhões, para as tropas ucranianas que lutam contra a Rússia.

O novo lote "incluirá mais munições para os sistemas avançados de foguetes de alta mobilidade, conhecidos como Himars, e munições" para a artilharia, informou aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

Segundo ele, isso eleva o total da ajuda militar americana à Ucrânia este ano a mais de US$ 8 bilhões.

A nova ajuda também incluirá 75 mil obuses de 155 milímetros, indicou o Pentágono em um comunicado.

Os Himars de grande mobilidade disparam mísseis guiados por GPS com um alcance de 80 quilômetros, o que permite que a Ucrânia ataque alvos russos que antes eram inalcançáveis.

A artilharia é decisiva na guerra na Ucrânia, onde a existência de projéteis de todo tipo é essencial, tanto para o exército ucraniano quanto para o russo.

Os Estados Unidos enviarão à Ucrânia quatro sistemas de mísseis avançados Himars, além de 1.000 armas antitanque Javelin e quatro helicópteros Mi-17, em um novo pacote de armamento de 700 milhões de dólares, informou nesta quarta-feira (1º) o Pentágono.

O subsecretário de Defesa dos EUA, Colin Kahl, disse que as forças ucranianas precisam de cerca de três semanas para o treinamento com o sistema Himars, uma unidade móvel de lançamento de mísseis guiados que podem dar à Ucrânia mais precisão na batalha de artilharia na região de Donbass.

O Himars tem capacidade para carregar seis mísseis por vez e um alcance médio de 70 km, o dobro dos obuses M777 recentemente entregues à Ucrânia.

Esses sistemas podem ser muito úteis ao exército ucraniano para selecionar e atacar alvos russos de alto valor, explicou Kahl.

Com a nova ajuda militar, as forças ucranianas também receberão cinco radares anti-artilharia, dois radares de vigilância aérea, 50 unidades de comando de lançamento para os Javelins, 6.000 armas anti-blindagem, 15.000 cartuchos de artilharia e 15 veículos táticos.

A assistência americana à Ucrânia com armamento e segurança desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro chega agora a 4,6 bilhões de dólares.

“Nosso apoio e da comunidade internacional à Ucrânia permanece inabalável”, garantiu Kahl.

O subsecretário acrescentou que os sistemas Himars, que Kiev vinha pedindo há semanas, já estavam posicionados na Europa para treinamento e entrega.

Kahl também confirmou que o presidente Volodymyr Zelensky havia dado garantias a Washington de que os Himars não seriam usados para atacar o território russo, em resposta às preocupações dos EUA de que isso poderia incitar Moscou a expandir a guerra para fora da Ucrânia.

“O presidente Biden foi claro, não temos intenção de entrar em conflito direto com a Rússia”, declarou Kahl.

A ação protocolada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira, 17, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por abuso de autoridade, movimentou grupos bolsonaristas no Twitter, mas o engajamento foi menos expressivo que em outras decisões tomadas pelo próprio ministro. Nesta quarta-feira, o ministro Dias Toffoli rejeitou a notícia-crime de Bolsonaro.

Levantamento da consultoria Bites mostra que 104 mil tuítes mencionando o ministro, um dos alvos preferidos do bolsonarismo, foram publicados desde o movimento de Bolsonaro. Juntos, eles geraram 540 milhões de impressões. Das dez menções com mais compartilhamentos, somente uma publicação do advogado Augusto de Arruda Botelho - a décima da lista - faz críticas ao presidente.

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O pico de interações sobre Moraes também se repete com publicações de apoio a Bolsonaro entre os 50 tuítes mais compartilhados. Destes, apenas dois são neutros ou críticos ao presidente.

As demais publicações elegem Moraes como alvo e celebram a notícia-crime de Bolsonaro. Na denúncia, o presidente pede uma investigação do ministro pela demora na conclusão do inquérito das fake news, da qual é relator.

O chefe do Executivo diz que a investigação é injustificada e não respeita o contraditório, por não ter sido aberta após solicitação do Ministério Publico Federal (MPF). O plenário do Supremo, porém, já decidiu que a abertura do inquérito foi regular.

Entre as mensagens com maior índice de compartilhamento, apoiadores do presidente como Alexandre Garcia comemoram os efeitos que a pressão sobre Moraes podem trazer. "Se Bolsonaro e Moraes forem partes de um processo, Moraes não poderá ser juiz em qualquer outro caso em que Bolsonaro for parte. Um vai ser candidato; vai o outro presidir a eleição?"

Botelho, um dos poucos críticos que ganharam projeção na rede, alegou que a ação de Bolsonaro "não vai reduzir a inflação, não vai diminuir o preço da gasolina e não vai alimentar a população que passa fome". "A ação vai ser arquivada e os problemas estruturais do nosso País continuarão aí", escreveu.

A análise da bites mostra, porém, que apesar de favorável a Bolsonaro, as interações na rede ainda estão em um patamar mais baixo que em outras decisões recentes do próprio Alexandre de Moraes, que geraram mais engajamento contra ele por bolsonaristas no Twitter.

Veja quais momentos do vaivém entre Bolsonaro e Moraes geraram movimentação maior contra o ministro na plataforma:

18 de março - Alexandre de Moraes manda bloquear Telegram no Brasil

29 e 30 de março - Alexandre de Moraes determina que Daniel Silveira volte a usar tornozeleira eletrônica

20 de abril - Supremo condena Daniel Silveira a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia

21 de abril - Bolsonaro enfrenta STF e concede perdão a Daniel Silveira

26 de abril - Congresso e Moraes marcam posição sobre cassação e elegibilidade de Daniel Silveira

3 e 4 de maio - Alexandre manda Daniel Silveira pagar R$ 405 mil por violar tornozeleira e participar de atos no 1º de Maio

6 de maio - Alexandre de Moraes suspende redução de IPI para produtos fabricados também na Zona Franca de Manaus

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode afetar a produção do café no Brasil e torná-lo em um artigo de luxo no país. Isso porque os países em guerra exportam fertilizantes a base de petróleo e o conflito entre os países da Europa dificulta a importação brasileira dos produtos necessários para a produtividade do café.

O alerta foi feito pelo produtor Carlos Alberto Coutinho Filho em entrevista ao CB.Agro. "Se a situação continuar, teremos uma redução da oferta dos produtos. Os países que estão em guerra exportam fertilizantes a base de petróleo, e isso acarreta na dificuldade de importação brasileira desses mesmos produtos. O resultado disso é o aumento de preços, a diminuição da produtividade e, consequentemente, da produção", declarou.

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Esse risco deve ser melhor observado a partir de outubro, mês limite dado pelos especialistas para a duração do estoque do insumo disponível no Brasil. A crise dos fertilizantes também deve atingir outros produtos agrícolas. 

"O ciclo do café é anual no Brasil: começa em maio e termina em agosto. É um período que consome fertilizante. Mas o período que mais se utiliza é logo depois da colheita, que estará no limite do estoque. Vamos depender do futuro e das questões da guerra", observa Carlos Alberto.

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