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Contrariando recomendações de especialistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu uma decisão polêmica ao sancionar, no dia 4 de agosto, a lei que autoriza o uso da ozonioterapia como tratamento de saúde complementar. O LeiaJá ouviu o biomédico Thiago França para saber quais os riscos apresentados por esse método para os pacientes. 

A aplicação da substância que consiste na mistura de oxigênio e ozônio por via endovenosa, retal, intramuscular, intravaginal e vesical, é permitida no Brasil apenas em duas áreas: odontologia e estética. No entanto, em alguns países é defendida como um método de cura para doenças raras e de alto risco, alimentando a esperança daqueles pacientes que estão incrédulos dos tratamentos da medicina convencional. 

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"A busca por tratamentos alternativos e naturais tem ganhado espaço nos últimos anos, impulsionada pela desconfiança em relação à medicina convencional e pela promessa de soluções rápidas e eficazes. Entre essas alternativas, a ozonioterapia tem despertado interesse, mas resultados aparentemente imediatos nem sempre são duradouros e seguros", afirma o biomédico, ao relatar que os defensores do tratamento alegam que a ozonioterapia pode ser eficaz no tratamento de doenças como câncer, infecções e doenças autoimunes. 

Conforme a sanção do presidente, a técnica da aplicação será autorizada como um procedimento de caráter complementar, e a lei determina algumas condições para realizá-la. O tratamento só poderá ser conduzido por profissionais de saúde de nível superior, devidamente inscritos nos conselhos de fiscalização profissional. 

Falta de evidências científicas 

O Dr. Thiago França alerta que "a ozonioterapia carece de evidências científicas robustas que sustentem suas alegações de eficácia". Além disso, pontua que estudos clínicos, reconhecidos pelas entidades médicas, e revisões sistemáticas não conseguiram demonstrar de maneira consistente os benefícios prometidos por essa terapia.  

"A ausência de evidências sólidas coloca em risco a segurança e a saúde dos pacientes que buscam essa alternativa", diz. 

Embora esteja incluída no rol de práticas integrativas do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2018, a técnica tinha a utilização restrita a tratamentos específicos. Contudo, é observado nos últimos anos, clínicas de estética adotando a aplicação com a promessa de retardar o processo de envelhecimento de alguns pacientes. 

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a ozonioterapia “trata-se de procedimento ainda em caráter experimental”, que não possui reconhecimento científico para o tratamento de doenças. A Associação Médica Brasileira (AMB) também é contrária à liberação do procedimento e havia pedido o veto do Projeto de Lei (PL). 

Durante a pandemia do Covid-19, a prefeitura do município de Itajaí, no estado de Santa Catarina, foi uma das que recomendaram o uso da ozonioterapia no tratamento do coronavírus e foi alvo de várias críticas. Na época, unidades hospitalares da cidade usaram a técnica por via retal para tratar pacientes com a doença, mesmo contrariando recomendação do Ministério Público. 

O uso do tratamento em pacientes com Covid-19 pela prefeitura de município catarinense foi alvo do Ministério Público do Estado (MP-SC). Em 2020, no início da crise sanitária, o órgão acompanhou o caso e emitiu uma recomendação para que a prática não fosse adotada. 

Riscos 

Segundo o especialista, "a aplicação inadequada de ozônio no corpo pode ter consequências graves para a saúde". Ele afirma que os perigos incluem "irritações no local da aplicação, queimaduras, danos pulmonares, reações alérgicas, infecções e até mesmo agravamento de condições pré-existentes".  

"O uso não regulamentado de equipamentos para a ozonioterapia pode aumentar a exposição a substâncias tóxicas", pontua. 

O biomédico relembra que "várias pessoas que adotaram o método informam que tiveram problemas com os efeitos colaterais". Entre eles alterações no sistema nervoso, problemas cardíacos e irritações nas mucosas. "Já foram divulgados vários casos de lesões na pele e nos olhos, surgimento de problemas respiratórios e uma quantidade assustadora de reações alérgicas”. 

Vale destacar que o risco aumenta em pessoas que apresentam quadros de hipertensão, diabetes descompensada, anemia, hipertireoidismo. Gestantes e pacientes com histórico de convulsões e hemorragias também precisam ficar em alerta. 

Comparações  

"A ozonioterapia está para Lula como cloroquina esteve para Bolsonaro", afirma o Dr. Thiago França ao comparar a nova polêmica em torno do líder petista com as declarações feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendendo a adesão da cloroquina nas estratégias de tratamentos à pandemia do Covid-19. 

"A aprovação de métodos sem comprovação científica representa um desafio significativo para a ciência e a saúde pública. É inevitável não comparar a aprovação da ozonioterapia por Lula com a promoção da hidroxicloroquina durante a administração de Jair Bolsonaro", pontua. 

"Em ambos os casos, a aprovação e promoção de métodos sem base científica podem levar a consequências negativas, como o uso inadequado de recursos de saúde, atrasos na adoção de tratamentos eficazes e a potencial exposição das pessoas a riscos desnecessários. A ciência depende de evidências sólidas e rigorosas para informar práticas médicas e políticas de saúde, e a decisão de aprovar métodos sem comprovação científica pode minar a integridade do processo científico e prejudicar a confiança do público na pesquisa e na medicina baseada em evidências", completa. 

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento preparatório (PP), nesta segunda-feira (17), para apurar a compatibilidade da Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.324/2022, de 11 de outubro de 2022, com o direito social fundamental à saúde, nos termos da Constituição Federal. O documento autoriza uso do canabidiol apenas para o tratamento de epilepsias da criança e do adolescente refratárias às terapias convencionais na Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no Complexo de Esclerose Tuberosa.

De acordo com o procurador da República Ailton Benedito de Souza, responsável pelo procedimento, a efetivação do direito fundamental à saúde é fator indutor da cidadania e da dignidade humana. Ele destaca que resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também dispõem sobre o canabidiol (Resoluções RDC nº 327/2019 e RDC nº 335/2020), em especial sobre fabricação, importação, comercialização e prescrição de produtos de Cannabis para fins medicinais. Além disso, destaca que tais normativos podem ocasionar repercussões administrativas, financeiras e técnicas no Sistema Único de Saúde (SUS).

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Providências

Como primeiras providências, o MPF requisitou à Anvisa documentos que consubstanciem as evidências científicas que sustentam a RDC nº 327, de 9 de dezembro de 2019, e a RDC nº 335, de 24 de janeiro de 2020.

Igualmente, requisitou ao CFM documentos que traduzem as evidências científicas que sustentam a Resolução CFM nº 2.324/2022, de 14 de outubro de 2022.

Por fim, requisitou ao Ministério da Saúde informações sobre as repercussões administrativas, financeiras e técnicas no SUS das resoluções da Anvisa e do CFM.

O prazo para as respostas é de 15 dias.

Íntegra da Portaria nº 202/2022 que instaura o Procedimento Preparatório.

Da assessoria do MPF

Na tarde desta quinta-feira (28), o Conselho Federal de Medicina (Cremepe) flagrou um homem, formado em medicina na Bolívia, exercendo ilegalmente a profissão na unidade mista Josefa Cavalcante Petribú, na cidade de Lagoa da Itaenga, Zona da Mata Norte de Pernambuco. 

O Cremepe afirma que o homem assumia eventuais plantões da unidade de saúde, utilizando o nome e a CRM de um médico para realizar os atendimentos. A denúncia chegou ao conselho que identificou o dia em que o homem estaria de plantão e, juntamente com a Polícia Civil, deu o flagrante.

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Foi descoberto que o falsário se apropriou não só do nome de um médico real, mas usava seu registro profissional para atuar na unidade, inclusive com um carimbo falso. O suspeito atuava na unidade desde fevereiro deste ano.

O acusado deve responder a inquérito por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica, por uso do número do CRM de outra pessoa.

Nesta sexta-feira (1º), a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com ação civil pública contra o Conselho Federal de Medicina (CFM), pela entidade autorizar o uso de cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, mesmo sem a eficácia comprovada. A DPU quer que a CFM pague pelo menos R$ 60 milhões por danos morais coletivos. 

Segundo a CNN, a Defensoria Pública da União aponta que o Conselho Federal de Medicina adota postura "acientífica" por manter válido até hoje o parecer de maio de 2020, no qual propõe que os profissionais considerem o uso dos medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento de pacientes com sintomas leves, com sintomas importantes e críticos recebendo cuidados intensivos em nome da autonomia médica.

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“Não há justificativa em recomendar ou ao menos ‘autorizar’ o uso destes medicamentos, mesmo que para fins experimentais, e muito menos possibilitar que fique à mercê da autonomia do médico a decisão de sua prescrição, como se isso não configurasse, no atual estágio de conhecimento científico, erro médico crasso, em total detrimento das evidências científicas coletadas”, diz o documento, que é assinado por defensores regionais de direitos humanos de dez estados do país.

A DPU salienta que a CFM acaba dando "amparo científico e garantias de impunidade administrativa, para a atrocidades que têm sido relatadas e investigadas na CPI da Pandemia do Senado Federal, que acusa a Prevent Senior de utilização massiva de 'kit covid' para seus pacientes, adulteração de dados nos prontuários e certidões de óbitos de pacientes e prescrição de tratamentos paliativos em detrimentos da internação na UTI", salienta o órgão.

Além dos danos morais coletivos, a DPU quer que o Conselho Federal de Medicina suspenda o parecer relativo à cloroquina e à hidroxicloroquina e pague aos familiares que perderam parentes tratados com esses medicamentos, pelo menos, R$ 50 mil.

Após o Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitar a retirada imediata do aplicativo TrateCov do ar, o Ministério da Saúde retirou e informou que a plataforma havia sido ativada "indevidamente" após o sistema ter sido "invadido".

O App tinha sido lançado no dia 19 de janeiro deste ano, com a promessa de agilizar o atendimento de pacientes com sintomas da Covid-19 e para garantir um tratamento precoce.

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No entanto, o CFM publicou nesta quinta-feira (21), que havia alertado ao Ministério da Saúde sobre inconsistências identificadas no TrateCov. O Conselho Federal de Medicina aponta que uma análise foi feita por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos.

A análise constatou que o app não preserva adequadamente o sigilo das informações; permite seu preenchimento por profissionais não médicos; assegura a validação científica a drogas que não contam com esse reconhecimento internacional; induz à automedicação e à interferência na autonomia dos médicos e não deixa claro, em nenhum momento, a finalidade do uso dos dados preenchidos pelos médicos assistentes.

O Ministério da Saúde garante que lançou a plataforma como um projeto-piloto e não estava funcionando oficialmente.

O presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter, neste domingo (3) para endossar um vídeo do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, com duras críticas aos governadores do Nordeste. O grupo pede “a adoção de medidas por este Ministério [da Saúde] para a integração dos médicos formados no exterior, mesmo sob supervisão, adotando-se processo de validação dos diplomas, por meio de programa de complementação curricular e de avaliação na modalidade ensino-serviço, a ser realizado pelas universidades públicas, inclusive as estaduais”.

Na prática os governadores querem autorização para que cerca de 15 mil médicos brasileiros formados no exterior, mesmo sem diplomas revalidados no país, atuem no combate à covid-19. Eles atuariam sob supervisão de outros profissionais em brigadas de prevenção e combate à Covid-19, principalmente no interior, onde faltam equipes para atender a população.

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Na mensagem Mauro Ribeiro defende que esses profissionais façam o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida) e diz que a prova de suficiência é a única exigência do Conselho Federal de Medicina para que esses médicos mostrem o mínimo de conhecimento para atender a população brasileira.

“Fica aqui o nosso repúdio a essa atitude covarde dos governadores do Nordeste. Se aproveitando de um momento trágico para a nossa sociedade, através de argumentos mentirosos para simplesmente criarem um casuísmo no sentido de legitimarem esses supostos médicos, que nós nem sabemos se são médicos, de atender a população brasileira sem fazer o Revalida”, criticou o presidente do CFM.

No mesmo vídeo o médico ressalta que há excelentes faculdades de medicina no Paraguai, na Bolívia e na Argentina, mas que a medida poderia beneficiar brasileiros que saem do país para fazer faculdade nas cidades paraguaias de Pedro Juan Caballero, na fronteira de Ponta Porã (MS) e Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu (PR). “São faculdades de péssima qualidade, onde não existe menor condição de ensino e aprendizagem na complexidade que exige a medicina”, diz o Mauro Ribeiro.

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Nesta quinta-feira (9), o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou novas regras para os tratamentos hormonais para pessoas trans e cirurgias de transição de gênero no Diário Oficial da União (DOU). Com a definição, pessoas a partir dos 16 anos poderão iniciar as terapias hormonais - o que era permitido apenas para jovens de 18 anos. A norma também reduziu de 21 para 18 anos a liberação dos procedimentos cirúrgicos para a transição de gênero - o que antes era proibido.

A publicação do CFM reforça a "necessidade de atualizar a Resolução CFM nº 1.955/2010 em relação ao estágio das ações de promoção do cuidado às pessoas com a incongruência de gênero ou transgênero, em especial da oferta de uma linha de cuidado integral e multiprofissional de acolhimento, acompanhamento, assistência hormonal ou cirúrgica e atenção psicossocial".

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Segundo o G1, o Sistema Único de Saúde (SUS) irá avaliar se as mudanças serão incorporadas em suas operações e que as novas regras serão analisadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS - não há prazo definido para que isso ocorra.

Fiscalização realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 506 hospitais públicos, no ano passado, encontrou inconformidades nas unidades desde a falta de materiais e medicamentos básicos até centros cirúrgicos que não tinham área para higienização.

Os dados, divulgados nessa quinta-feira (9), em São Paulo, fazem parte do primeiro levantamento feito pelo conselho após a entrada em vigor do novo Manual de Vistoria e Fiscalização da entidade, em 2016, que estabelece critérios para a fiscalização em centros cirúrgicos, unidades de terapias intensivas, salas de recuperação pós-anestésica e unidades de internação, avaliando as condições estruturais, físicas e de equipamentos.

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Na pesquisa, foram analisados 102 centros cirúrgicos, dos quais 3% não contavam com área para higienização das mãos, o que foi classificado como falta grave, “já que essa falha é fonte certa de infecção hospitalar”, de acordo com o CFM.

Nas 102 salas cirúrgicas, 33% não tinham foco cirúrgico com bateria; 22% não tinham negatoscópio para a leitura de imagens; 16% também não contavam com carro para anestesia ou monitor de pressão não invasivo; e 12% não dispunham de equipamentos básicos como fio guia e pinça condutora.

Já 44% não possuíam fonte fixa de óxido nitroso, usado em procedimentos anestésicos, e em 21% também faltava a fonte de oxigênio. Em 43% dos centros cirúrgicos, não havia capnógrafo, aparelho que monitora o dióxido de carbono exalado pelo paciente durante cirurgias, e em 28% faltavam dispositivos para a realização de traqueotomia.

Nas salas de recuperação pós-anestésica, o CFM avaliou que a situação também é de grande precariedade: 28% dos centros cirúrgicos não tinham salas de recuperação pós-anestésica, sendo que em 18% faltavam oxímetros e em 19% não havia carrinhos de emergência. Faltavam ainda medicamentos básicos, como brometo de ipratrópio (15%), escopolamina (15%), diclofenaco de sódio (13%) e haloperidol (12%).

Para o coordenador do Departamento de Fiscalização do CFM (Defis), Emmanuel Fortes, os primeiros resultados das fiscalizações realizadas a partir do Manual de Vistoria e Fiscalização em hospitais, mostram que o CFM, ao ampliar seu arsenal fiscalizatório, pode fazer “um diagnóstico preciso das inconformidades para exigir soluções dos administradores e gestores”.

Ressaltou que, ao fortalecer a fiscalização dos ambientes médicos, o CFM cumpre sua previsão legal e “atende às expectativas dos médicos e da população”.

UTI

A fiscalização também avaliou as condições de permanência dos pacientes em quartos e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Em 63% das 131 unidades de internação visitadas, foram encontradas camas sem lençóis, superlotação em mais da metade dos quartos (53%), falta de grades nas camas em 21% e de cama regulável em 17%.

Os quartos também não dispunham de biombos ou cortinas para separar um leito de outro (26%), nem de poltrona para acompanhante (15%).

Dos 506 hospitais fiscalizados, 68 tinham UTI, sendo que 32 dessas unidades (47%) não apresentavam monitor de pressão intracraniana (PIC). Em 41% faltava monitor de débitos cardíacos, em 37% inexistia oftalmoscópio e em 31% não havia capnógrafo.

Segundo o conselho, as UTIs fiscalizadas também não estavam preparadas para transportar os pacientes em caso de piora do quadro clínico. Em 35% faltava ventilador mecânico para transporte com bateria, 29% não dispunham de monitor cardíaco para transporte e 21% não dispunham de maca com suporte de cilindro de oxigênio.

Até equipamentos considerados baratos, como relógios e calendários posicionados de forma a permitir a visualização, estavam ausentes em 21% das UTIs.

“Muitas das UTIs fiscalizadas não ofereciam os serviços diagnósticos que se dispunham a oferecer”, concluiu o CFM. Em 34 das unidades que ofereciam o apoio diagnóstico, 44% não dispunham de radiologia intervencionista, 35% não ofereciam ressonância magnética e 29% não tinham exame comprobatório de fluxo sanguíneo encefálico.

Ministério da Saúde diz que repassa recursos

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde disse, em nota, que repassa mensalmente recursos para custeio de serviços de média e alta complexidade aos fundos estaduais e municipais, cabendo aos gestores locais a melhor gestão e distribuição desses recursos aos estabelecimentos de saúde vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o ministério, os gestores locais também recebem verbas federais de investimento, de programas e por meio de emendas parlamentares, para aquisição de equipamentos, realização de obras de construção e reforma dos serviços de saúde. Esclarece, ainda, que é de competência do gestor local fiscalizar e fazer a manutenção dos serviços locais.

“Por fim, cabe informar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece padrões para o funcionamento dos serviços de saúde por meio das RDC [Resolução da Diretoria Colegiada] e que estas servem de parâmetros para normatização dos procedimentos referente à vigilância sanitária”, finaliza o Ministério da Saúde.

A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace Esperança) realizará um workshop para prescritores em Brasília, no dia 27 de março. O evento acontecerá às 14 horas, no Hotel Comfort, em Brasília. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site. Essa atividade é itinerante e passará por várias regiões como São Paulo, Rio de Janeiro e Campina Grande.

Nos dois dias seguintes, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vai realizar o I Fórum da Comissão para Controle de Drogas Lícitas e Ilícitas - Maconha medicinal e recreacional; a ONG participará como ouvinte.

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No workshop será feita uma panorâmica da entidade, mostrando os setores, as pessoas que compõem, como é feito o cultivo, armazenagem, a produção, as sub espécies e linhagens que são trabalhadas na associação para produzir a base do extrato, laboratório, logísticas e canais de suporte.

Durante o evento, as pessoas poderão ainda descobrir quais as patologias atendidas pela entidade e alguns dados estatísticos. “Vamos destacar os pontos que precisam ser descritos na receita, laudo e alguns casos de pacientes associados”, acrescentou Alan Costa, Gestor de Relacionamento Médico da Abrace Esperança.

Também haverá participação especial de uma médica psiquiatra de São Paulo, prescritora de cannabis medicinal desde 2016, Ana Hounie. Ela falará sobre a farmacologia das substâncias presentes na planta e como atuam no corpo humano, segundo entendimento da comunidade científica e apresentará casos empíricos de seus pacientes.

Já para o Fórum do Conselho Federal de Medicina, as inscrições estão esgotadas, mas as apresentações poderão ser assistidas ao vivo durante o Fórum, no canal do CFM no YouTube. O Fórum será realizado no Auditório do CFM, nos dias 28 e 29 de março.

*Com informações da assessoria

Cerca de 90% dos brasileiros consideram o sistema de saúde – público ou privado – péssimo, ruim ou regular. A avaliação foi apresentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e os dados são da pesquisa, realizada pelo Instituto Datafolha, entre os dias 9 a 16 de maio, com abrangência nacional e participação de 2.087 entrevistados (59% residentes no interior do país).

A valorização ao Sistema Único de Saúde (SUS) aparece com ênfase no estudo. Os números indicam que, para 88% dos entrevistados, o sistema deve ser modelo de assistência de acesso universal, integral e gratuito, conforme previsto em suas diretrizes legais.

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Segundo a pesquisa, 83% das pessoas ouvidas acreditam que os recursos públicos não são administrados da maneira adequada; 73% que o atendimento não é igual para todos; e 62% que o sistema não possui gestores eficientes. Entre os 14 serviços disponíveis em postos e hospitais analisados pelo estudo, 11 foram criticados pelos entrevistados.

Os dados apontam que os itens com maior dificuldade de acesso na rede pública são: consultas com médicos especialistas (74%); cirurgias (68%); internação em leitos de UTI (64%); exames de imagem (63%); atendimento com psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas (59%); e procedimentos como diálises, quimioterapia e radioterapia (58%). Além disso, o tempo de espera é o fator com a pior avaliação do SUS, visto como o maior problema para 82% dos entrevistados que buscam consulta, 80% dos que precisam de um exame de imagem e para 79% dos que aguardam cirurgia.

Para as pessoas ouvidas na pesquisa, os políticos que vencerem o pleito deste ano deverão adotar medidas que combatam a corrupção na área da saúde (26%); reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias (18%); aprimorar a fiscalização dos serviços (13%); construir mais postos e hospitais (11%); e garantir melhores condições de trabalho e de remuneração para médicos e outros profissionais da área (9%).

O presidente do CFM, Carlos Vital, afirma que os resultados do estudo demonstram uma posição de insatisfação por parte da sociedade brasileira e não devem ser ignorados pelos candidatos às eleições de outubro. “Esses números falam por si só. Precisamos ter mais sensibilidade política, financiamento mais adequado e gestão mais eficiente”, conclui.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou o edital de um concurso público para candidatos de nível médio, técnico e superior com 198 vagas e salários de até R$ 9427. Do quadro geral, três vagas são imediatas e as demais são para formação de cadastro reserva.

Entre os cargos disponíveis, há oportunidades para serviços operacionais, assistente administrativo, assistente de tecnologia da informação, técnico em contabilidade, advogado, analista de tecnologia de informação, biblioteconomista e jornalista. Todos os candidatos farão provas objetivas que estão marcadas para o dia 25 de março.

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Os participantes que desejarem concorrer às vagas de nível superior também deverão passar por análise de títulos e prova discursiva. As inscrições serão abertas no próximo sábado (30) e devem ser feitas até o dia 16 de fevereiro através do site da banca organizadora do concurso. A taxa de inscrição será de R$ 38 para os cargos de nível médio e de R$ 52 para os de nível superior.

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A saúde é o principal problema do país na opinião de 37% dos brasileiros. Os médicos, entretanto, são os profissionais com o maior grau de confiança e credibilidade da população (26%). É o que apontam pesquisas do Instituto Datafolha encomendadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e divulgadas hoje (23).

Os estudos ouviram 2.042 e 2.089 pessoas, respectivamente, de todas as regiões do país, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior do Brasil. A margem de erro, de acordo com o Instituto Datafolha, é de 2 pontos percentuais.

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O primeiro levantamento mostra que as mulheres e os entrevistados com menor grau de escolaridade são os quem mais indicam a saúde como principal problema do Brasil.  Já a corrupção, considerada segundo maior problema, aparece mais nas respostas dos homens e dos mais escolarizados.

Números

A pesquisa revela ainda que a maioria dos brasileiros utilizou os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dois anos – um total de 82% dos entrevistados. A maior proporção de usuários foi registrada entre mulheres.

Os serviços de saúde em geral – públicos e privados – foram considerados ruins ou péssimos por 65% das pessoas ouvidas. A qualidade dos serviços foi avaliada como regular por 28% e como ótimo ou bom por 6%. A reprovação foi maior no Sudeste (68%) e no Centro-Oeste (66%) e menor, na Região Sul (58%).

Questionados sobre o que o governo deve fazer para melhorar a saúde no país, 65% dos entrevistados responderam que deve diminuir a corrupção. Logo depois apareceram as opções de aumentar o número de profissionais de saúde (58%) e de aumentar o número de leitos para internação (50%).

Já o segundo estudo revela que os médicos constituem a profissão mais confiável na opinião da população brasileira, à frente de professores (24%) e bombeiros (15%). “Apesar de tudo, temos uma pesquisa que mostra que, mesmo com as dificuldades, os médicos ainda têm o respaldo da população brasileira”, afirmou o presidente do CFM, Carlos Vital.

O Conselho Federal de Medicina publicou hoje (17) resolução com critérios para internação e alta de pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Na prática, segundo o presidente do Conselho, Carlos Vital, as regras vêm respaldar escolhas que os médicos intensivistas de todo o país, das redes pública e privada, precisam fazer na internação de pacientes frente a escassez de leitos de UTI.

A norma estabelece critérios a serem adotados principalmente quando a necessidade de internação ultrapassa o número de leitos disponíveis, porém, Vital ressalta também que, mesmo tendo disponibilidade, os leitos de alto custo não devem ser usados de forma indevida. “O paciente não deve continuar no leito quando já tem condições de ter alta, o leito tem que ser usado de forma racional”, disse.

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A medida adota cinco níveis de prioridade, sendo o nível 1 o paciente menos grave, que tem alta probabilidade de recuperação, e o nível 5 o paciente em fase terminal, que já pode ter indicação de cuidados paliativos, voltados a doentes cujo quadro não tem mais reversão e se preconiza o alívio das dores. “Criamos uma escadinha de cinco degraus. Cada um traduz uma indicação mais precisa, até chegar no último degrau, tipo cinco, que de maneira geral não tem [mais] indicação formal de UTI”, explicou o Coordenador da Câmara Técnica de Medicina Intensiva do CFM, Herman Von Tiesenhausen, um dos autores da resolução, que destaca que a medida é baseada em recomendações adotadas internacionalmente.

Com a norma, o conselho pretende, além de respaldar os médicos nas escolhas de quem vai ou não para a UTI, também estimular a criação de unidades semi-intensivas e leitos de cuidados paliativos, unidades mais baratas e que poderiam resolver muitos casos. Segundo Vital, muitos pacientes que estão na UTI poderiam estar em leitos de menor complexidade e, portanto, mais baratos, porém, na falta destes o recomendado é mesmo a unidade de maior complexidade.

A resolução também traz critérios de alta do tratamento intensivo. “O primeiro critério é se cessou a necessidade que motivou a admissão no CTI [Centro de Tratamento e Terapia Intensiva - área especial do hospital onde ficam pacientes em estado grave, com necessidade de terem todos os seus sinais vitais monitorados continuamente], o paciente estabilizou e a segunda os pacientes que estão sem condição de reversão do quadro. A resolução disciplina, nesse caso, que os hospitais têm que ter semi-intensivas para complementar o tratamento ou unidades de cuidados paliativos”, explicou Von Tiensenhausen.

O conselheiro também ressaltou que nenhum paciente vai receber alta sem o conhecimento da família e que a resolução estabelece que a retaguarda específica deve ser criada pelos diretores clínicos dos hospitais.

De acordo com o CFM, ao todo, o país tem 40.960 leitos de UTI, sendo que 20.173 são voltados para a rede pública, que atende cerca de 150 milhões de pessoas. Os demais 20.787, da rede privada, são voltados para 50 milhões de pessoas.

Pesquisa encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) revela que 93% da população brasileira considera péssimo, ruim ou regular a qualidade dos serviços públicos e privados do País. A avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS) é pouco mais positiva: 87% classificam como péssimos, ruins ou regulares os serviços.

O trabalho mostra ainda que 67% consideraram difícil ou muito difícil o acesso a cirurgias e 56% a procedimentos específicos e consultas com médicos no SUS.

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Em nota, o Ministério da Saúde avalia que a pesquisa retrata desafios do sistema, mas retrata avanços do sistema. Como exemplo, a pasta afirma que 84% tiveram acesso aos serviços avaliados. Na nota, a pasta diz lamentar o que considera " interpretação tendenciosa e parcial dos dados e o esforço do CFM na tentativa de desconstrução do SUS".

O Conselho Federal de Medicina (CFM) ingressou com uma ação civil pública contra a União solicitando a suspensão do Programa Mais Médicos. A ação solicita que os conselhos regionais de Medicina (CRM) não sejam obrigados a fazer o registro dos médicos estrangeiros que aderirem ao programa sem que haja a comprovação documental de revalidação dos diplomas emitidos por universidades do exterior e o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Essa restrição deve ser válida até que a questão seja analisada pelo Judiciário.

A ação foi proposta na noite de sexta-feira, segundo informou a Agência Brasil, e deve ser acompanhada por novas ações a serem apresentadas pelo CFM na Justiça no decorrer dos próximos dias. "A ação não é contra a presença de médicos estrangeiros em território brasileiro, mas pelo cumprimento da exigência legal para que o médico demonstre efetivamente sua capacidade técnica para o exercício da profissão, nos termos do arcabouço legislativo já existente", informou o Conselho.

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Na visão do CFM, o Programa Mais Médicos criará duas categorias de médicos no Brasil, uma formada por especialistas aptos a exercer medicina em qualquer parte do País e outra composta por inscritos no programa, cujo exercício profissional estaria limitado a determinadas regiões.

Na sexta-feira passada, o CFM, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Associação Nacional de Médicos Residentes anunciaram oficialmente a saída de ao menos 11 comissões do Ministério da Saúde, entre elas a Comissão Nacional de Residência Médica e o Conselho Nacional de Saúde.

As medidas são uma reação da categoria ao programa Mais Médicos, criado em 9 de julho por meio de medida provisória, o qual prevê a contratação de médicos estrangeiros para trabalhar em áreas consideradas prioritárias, como o interior do Brasil.

Acupuntura é um procedimento terapêutico, originado na China, que se caracteriza pela inserção de agulhas na superfície corporal.  Tantos nas pesquisas clínicas como na prática, tem se observado a eficácia da técnica no tratamento de doenças e disfunções orgânicas, neurológicas, psiquiátricas, ortopédicas, respiratórias, reumatológicas e digestivas, entre outras.

Diante disso, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou uma extensa lista de doenças tratáveis pela Acupuntura. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina reconhece a prática como especialidade médica desde 1995. O tratamento é feito através de inserções de agulhas, que estimulam as terminações nervosas existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente nos músculos. São liberadas diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, desencadeando uma série de efeitos importantes, tais como analgésico, anti-inflamatório e relaxante muscular, além de ação moduladora sobre as emoções, os sistemas endócrino e imunológico e sobre várias outras funções orgânicas.

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Bem praticada, a Acupuntura é segura. No entanto, quando realizada por profissionais sem a devida qualificação, tem se revelado extremamente danosa. Os relatos de complicações são muitos e variados: desmaios, lesões em nervos periféricos, pneumotórax (perfuração do pulmão), hemotórax (sangramento no tórax), infecção no pavilhão auricular, meningite, encefalite, mastoidite e até óbito.

Por lei, as únicas profissões de saúde do país que detêm o direito de diagnosticar doenças, realizar procedimentos invasivos e prescrever medicamentos, são os médicos, cirurgiões dentistas e médicos veterinários. O Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura defende que a prática seja realizada por estes profissionais, nos seus respectivos campos de atuação.

Com informações da Assessoria

O senador de Pernambuco, Humberto Costa (PT) disse nesta quarta-feira (20) que apesar do aumento do número de médicos no Brasil, a má distribuição desses profissionais pelo país ainda é um desafio. O parlamentar comentou o assunto baseando-se nas informações apresentadas no segundo volume do estudo "Demografia Médica no Brasil.”

A pesquisa divulgada nesta segunda (18) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que o número de médicos para cada grupo de mil habitantes na região Sudeste é mais que o dobro do Norte.

Enquanto em Vitória (ES) o número de médicos por mil habitantes é de 11,61, no Macapá (AP), o índice é de 1,38 médicos abaixo da média nacional. “Existe no Brasil uma carência de médicos, principalmente em áreas mais afastadas das grandes capitais”, ressaltou o petista.

De acordo com o senador, a situação é ainda pior quando observada exclusivamente a taxa de médicos por habitantes no Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é a metade da taxa média apresentada no país.

O trabalho mostra que nos serviços públicos a razão é de 1,11 médico para cada mil habitantes. “O quadro de falta de profissionais é ainda mais alarmante no SUS e é, portanto, a população mais carente, que usa exclusivamente o SUS, a que mais sofre “, disse o senador.

Humberto Costa também afirmou ser favorável ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 399/2011, que trata da revalidação de diplomas emitidos por instituições estrangeiras de ensino superior. “Porém defendo que a revalidação de diplomas não ocorra de forma automática. É preciso também garantir que os médicos estrangeiros venham trabalhar em regiões com maior déficit”, defendeu.

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