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O juiz da 1ª Vara Criminal de Gurupi, no interior do Estado do Tocantins, Baldur Rocha Giovannini, determinou que a Corregedoria do Tribunal e a direção do Fórum investiguem o oficial de Justiça Cácio Antônio de Oliveira por ter ido ao cemitério intimar a vítima de um crime de latrocínio (roubo seguido de morte) falecida em abril de 2022.

A sentença condenatória dizia: "intime-se pessoalmente a vítima, e caso seja falecida, intime-se o CADE (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão)". Oliveira foi até o cemitério em que Francisco de Assis Sousa está enterrado, na cidade de Dueré, a 55 quilômetros de Gurupi. O oficial chamou a vítima pelo apelido que tinha em vida, "Soviético", e registrou a ocorrência em uma certidão.

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A intimação da vítima é um procedimento habitual em processos criminais que resultaram em decisão condenatória. Isso porque, dependendo do que for decidido na sentença, a vítima pode ter direito de executar nas varas cíveis uma multa, a ser paga pelo condenado. Nesse caso, ela foi de 100 salários mínimos, o que equivale a R$ 132 mil. Se a vítima estiver morta, quem detiver os direitos sucessórios (filhos, pais, cônjuge) pode cobrar essa multa na Justiça.

O juiz do processo ficou incomodado com a repercussão que a certidão teve e determinou que o oficial de Justiça seja investigado. Na decisão, que é do dia 11 de outubro, Giovannini diz que "não tem nenhuma decisão para o oficial de justiça intimar ninguém morto em cemitério e que isto não é de praxe no Judiciário" e que a divulgação do ato "trouxe claro desconforto para este juízo".

O magistrado também afirma que, constatado o óbito da vítima, o oficial deveria "no máximo, ter ido ao cartório e ter pegado segunda via da certidão de óbito e no mínimo intimar o CADE (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), conforme determinado".

O crime aconteceu no dia 29 de abril de 2022 e foi revelado pelo Jornal do Tocantins. Jhonatha Rodrigues Moura e Neylson da Silva Rocha foram acusados de roubar e assassinar Francisco de Assis Souza. De acordo com a denúncia que o Ministério Público apresentou, eles entraram na residência da vítima, que era chamada de "Soviético", e roubaram um celular, uma Honda Biz e R$ 900.

Os réus teriam colocado Souza dentro de um carro e levado ele até as margens do Rio Tocantins, na altura da cidade de Brejinho de Nazaré, que fica a 110 quilômetros de Dueré. Lá, eles teriam esfaqueado Soviético no abdômen e jogado o seu corpo no rio. O cadáver foi encontrado no dia 1º de maio por pescadores.

Câmeras de segurança registraram todo o crime. Em setembro, já preso, Moura confessou. Ele recebeu uma pena de 21 anos de prisão. Rocha permanece foragido da Justiça.

Mais quatro Estados atenderam a recomendação do Ministério da Agricultura e declararam emergência zoossanitária em virtude dos casos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) detectados no País. A medida foi adotada por Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins e tem validade de 180 dias. Na última sexta-feira (21) Santa Catarina já havia declarado a entrada na fase de emergência.

As medidas adotadas pelos governos estaduais seguem orientação do Ministério da Agricultura, que recomendou na última quinta-feira que Estados declarem emergência zoossanitária para poderem acessar recursos da União para conter o avanço da gripe aviária. O governo federal já havia declarado emergência zoossanitária em todo o território nacional em 22 de maio, o que possibilitou a liberação de R$ 200 milhões em recursos direcionados para ações de controle e combate à influenza.

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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), informou que a ação foi tomada após agenda com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e demais governadores na última semana. "Junto com os demais governadores e secretários, nos reunimos com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para debater ações conjuntas diante do avanço do vírus. Por isso, decidimos decretar estado de emergência zoossanitária no Espírito Santo por 180 dias", escreveu em sua conta oficial do Twitter. O Estado possui 29 casos confirmados da doença, sendo 28 em aves silvestres e um em produção de subsistência, chamado de criação doméstica.

A Bahia publicou decreto semelhante no último sábado (22) e justificou que a medida segue "acordo nacional" entre o ministério e os Estados. "Essa ação articulada entre os Estados e o governo federal é um jeito de mostrar nossa responsabilidade com a produção de aves e respeito aos grandes produtores. Mas, também, à produção em pequena escala, que vai desde o produtor de quintal a uma granja de menor porte. Ou seja, ao sistema da produção de alimentos e à economia nacional", afirmou o governador do Estado, Jerônimo Rodrigues, em nota. De acordo com o governo, a Bahia faz parte de uma das principais rotas migratórias de aves silvestres que atravessam o continente, a Rota Nordeste Atlântica. Até o momento, o Estado acumula quatro casos registrados em aves silvestres.

O governo de Mato Grosso do Sul afirmou, em nota, que, mesmo sem focos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), o Estado irá reforçar as ações preventivas e de monitoramento para evitar a entrada do vírus a partir da emergência zoosanitária. Em junho, o Estado havia decretado "estado de alerta" para a doença, após a confirmação do vírus nos países vizinhos. "Estamos desde fevereiro com barreiras sanitárias em Corumbá. Inclusive, junto com a Avimasul (Associação de Avicultores), colocamos o arco sanitário para desinfecção de caminhões. Agora estamos com barreiras na fronteira com o Paraguai. Portanto, aqui no Estado já estamos estabelecendo medidas sanitárias desde fevereiro", disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, na nota.

O Estado solicitou ao governo federal o aporte de R$ 2,7 milhões para reforçar as barreiras sanitárias e as unidades móveis de fiscalização e para gestão do Sistema de Monitoramento, Avisos e Ações que é de responsabilidade do (Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul).

Tocantins, que também segue livre da doença no plantel, afirmou que o Estado de emergência visa garantir a "efetividade de medidas de prevenção e enfrentamento" e reforça o alerta para a eventual entrada do vírus no Estado. Segundo nota da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) do Estado, a declaração possibilitará acesso aos recursos financeiros federais, logística e demais materiais necessários para execução das ações preventivas. "A medida assegura mais agilidade e atenção a uma doença que pode causar grandes prejuízos econômicos caso afete aves comerciais", disse o presidente da Adapec, Paulo Lima, na nota. A agência lembra que a rota "Brasil Central" de aves migratórias, que compreende os rios Araguaia e Tocantins, utilizados para produção das aves, passa pelo território do Estado.

 Na cidade de Wanderlândia, no norte do Tocantins, um homem que trabalhava como carpinteiro foi assassinado a facadas durante uma festa, na madrugada deste domingo (9). O suspeito de ter cometido o crime é namorado da sobrinha da vítima. 

Segundo informações da Polícia Militar do estado (PM-TO), uma testemunha relatou que o carpinteiro, identificado como Ezequiel da Silva Soares, teria ido falar com a sobrinha e se desentendeu com o criminoso. 

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Após a discussão, o suspeito desferiu golpes de faca no peito de Ezequiel, que em decorrência dos ferimentos, não resistiu e morreu ainda no local.

Os agentes ainda apontam que o suspeito após realizar o crime, fugiu do espaço onde estava sendo realizada a festa, em um carro modelo Fiat Siena. 

 Equipes da perícia estiveram no local para captar provas que ajudem nas investigações. O corpo foi levado pelo Instituto de Medicina Legal (IML). 

A PM informou que foi feito patrulhamento na região e até esta segunda-feira (10) o suspeito não foi encontrado. As buscas seguem para prender o homem apontado como autor do homicídio.

O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aposentou compulsoriamente o desembargador do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) Ronaldo Eurípedes de Souza, acusado de vender decisões judiciais. A pena administrativa - a mais severa imposta à toga prevista na Lei Orgânica da Magistratura (Loman) - implica o recebimento, pelo magistrado, de vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

Mesmo afastado das funções há cerca de três anos, Souza continuou recebendo seu contracheque. Em maio, por exemplo, de acordo com o Portal da Transparência do TJ do Tocantins, ele recebeu subsídios de R$ 39.711,96 - ou R$ 26.600,72 líquidos.

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Denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o desembargador está fora de atividade desde 2020 por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

DESVIRTUAMENTO

Anteontem, o CNJ julgou o processo administrativo disciplinar contra o desembargador, o qual tramitou sob relatoria do conselheiro Sidney Madruga. Segundo o conselheiro, o magistrado "beneficiava um grupo de advogados".

Madruga afirmou que o desembargador "fazia parte de um esquema criminoso de obtenção de vantagens financeiras por meio de intermediação de sentenças, demonstrando desvirtuamento da atividade judicante, em prol de interesses privados ilícitos".

"Demonstrou-se incontroversa a violação aos princípios éticos da independência, da imparcialidade, da transparência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro, imprescindíveis ao exercício da atividade jurisdicional", destacou o relator no julgamento.

Ronaldo Eurípedes de Souza foi denunciado perante o STJ pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2021. A acusação afirma que o desembargador atuou de forma favorável em processos do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA), em troca de R$ 1,3 milhão em propinas. O valor, ainda de acordo com a denúncia, teria sido lavado por meio de contratos simulados.

Na ocasião, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo também solicitou a manutenção do afastamento do desembargador do cargo. Conforme Lindôra, o magistrado "comerciava sua função pública, proferindo decisões mediante o pagamento de vantagens indevidas, fazendo-o em parceria com certos advogados". À época da denúncia, a defesa de Souza classificou as acusações como inconsistentes.

A reportagem procurou o desembargador e representantes do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA), mas não houve resposta até as 21h de ontem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Criminosos apontados como autores de um mega-ataque à cidade de Confresa, no Mato Grosso, estão há 27 dias sendo caçados pela polícia em uma mobilização que envolve agentes de cinco Estados. Na fuga, esses suspeitos têm se alimentado dos milhos das lavouras enquanto se escondem na região da cidade de Pium, no centro-oeste do Tocantins, a 181 quilômetros da capital Palmas.

Foram as espigas de milho carcomido abandonadas à beira da TO-080 que chamaram a atenção das equipes "Força Comando" e "Equipe Força 90", da Força Tática da Polícia Militar de Mato Grosso, na altura da entrada da Fazenda Terra Bom. O grupo desembarcou das viaturas, acionou o Bope do Mato Grosso e seguiu as pegadas até encontrar os suspeitos com quem trocaram tiros no dia 2 de maio.

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Segundo os militares, assim que entraram na mata após o tiroteio encontraram um dos alvos, um paraense de 32 anos, ainda com sinais vitais e respiração ofegante. O suspeito foi levado para o hospital da cidade de Marianópolis, onde teve o óbito confirmado.

Era o 13º dos 15 suspeitos mortos na Operação Canguçu, que reúne 320 policiais militares e civis de Mato Grosso, Tocantins, Pará, Goiás e Minas Gerais.

Na sexta-feira, 5, os militares tocantinenses encontraram mais espigas de milho, sapatos velhos e sal com ureia, abandonados na região de Pium, próximo ao povoado Café da Roça.

"Aqui tem muita plantação de milho, então serve para ter subsistência, além dos recursos da mata e alguma casa dispersa", avalia o coronel da PM do Tocantins Francinaldo Machado Bó, que coordena a tropa tocantinense na operação.

Até este domingo, 15 suspeitos morreram durante confrontos na região, dois foram presos no cerco policial no Tocantins. Outras duas prisões ocorreram em Redenção (PA) e outra em Araguaína, norte do Tocantins, de um suspeito de ser um dos articuladores da logística do assalto frustrado a uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks, em Confresa (MT), no dia 9 de abril.

O coronel disse não ser possível divulgar quantos suspeitos ainda podem estar na região e acredita que há menos deslocamentos dos remanescentes. "A esta altura, eles procuram se movimentar pouco para gastar pouca energia. Esperamos em breve encerrar a operação."

O coronel orienta que a população deve seguir com a rotina mais discreta, evitar sair de casa e não enfrentar os suspeitos. "Em caso de algum contato com os ladrões, que se reservem e atendam ao que pedirem. Se possível usem o 190 para avisar a Polícia Militar ou qualquer policial que esteja patrulhando a cidade".

Comunicação entre PM e indígenas ajuda na localização de bando

Os bandidos chegaram em Confresa (MT) em carros blindados. Era dia 9 de abril. Vinham de uma fazenda no Pará, como mostrou o Estadão na semana passada. Haviam planejado o crime durante mais de um ano e investido cerca de R$ 2 milhões. O alvo era uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks. Logo que entraram na cidade, atacaram o quartel da Polícia Militar. A 737 quilômetros dali, os homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Mato Grosso, receberam online as primeiras informações sobre o assalto. Ia começar a grande caçada.

Entre Confresa e a cidade de Santa Terezinha, em Mato Grosso, vivem oito etnias indígenas, entre elas os Tapirapés, os Carajás e os Canelas. A área conta com uma dezena de aldeias, quase todas na rota de fuga planejada pelos bandidos. O que eles não sabiam era da existência de uma rede de informações com ligações com a PM de Mato Grosso, mantida no aplicativo WhatsApp, por meio do qual os indígenas avisam os policiais sobre problemas e ocorrências na região.

Essa rede foi um dos fatores decisivos da Operação Canguçu, a grande caçada que envolve 320 policiais de cinco Estados. Acredita-se que outros dez estejam perdidos nas matas de Tocantins, principalmente na região de Marianópolis (TO).

O "Zap dos Indígenas" foi só um dos imprevistos no caminho da quadrilha da qual participava Danilo Ricardo Ferreira, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), com ligações com o traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, morto em 2017 em uma briga interna da facção. Danilo foi o primeiro dos bandidos mortos pelos policiais, no dia 10 de abril - a caçada já teve 11 enfrentamentos. (Colaborou Marcelo Godoy)

Uma senhora de 63 recebeu a notícia da própria filha de que estava curada do câncer, e não se contentou com a alegria no corredor do Hospital Geral de Palmas (HGP). Ela saiu correndo e pulando, e o momento foi registrado pela filha, Fernanda Alves, que publicou nas redes sociais na última segunda-feira (3).

Maria Aparecida Alves dos Santos, moradora de Gurupi, interior do Tocantins, descobriu um tumor no ovário e, após a cirurgia de retirada, foi identificado um câncer no estágio II. No entanto, os médicos não encontraram mais o câncer depois de uma biópsia. O intervalo entre o diagnóstico do tumor e a cura do câncer foi de menos de um ano. Em dezembro de 2022, Maria Aparecida passou por cirurgia para retirar o tumor.

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Na última consulta, após biópsia, os médicos não encontraram nenhuma outra anomalia no corpo, e a cura foi confirmada, sem precisar de quimioterapia. “Eu saí do escritório, me despedi de todo mundo, subi a rampa e comecei a correr. Me veio uma alegria, uma alegria, que eu não sei te explicar. Estou feliz com o meu Deus. Primeiramente, é Deus na minha vida. E segundo, as pessoas que oraram por mim, que intercederam, que lutaram comigo. Deixo uma mensagem às mulheres que não desanimem, não, que toda vez entrarem em um consultório e forem fazer a cirurgia, que vão em frente, vão à luta. Deus continua sendo o mesmo Deus”, declarou Maria Aparecida.

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O entregador Briner de Cesar Bitencourt, de 22 anos, morreu neste mês após contrair uma doença em uma unidade penitenciária do Tocantins em que cumpria prisão preventiva sob acusação de tráfico de drogas. A morte foi registrada na segunda-feira, 10, mesma data em que presídio recebeu o alvará de soltura do jovem após a sentença de absolvição no caso.

Bitencourt estava preso desde 12 de outubro do ano passado, quando a Polícia Militar encontrou uma plantação com 88 pés de maconha e 10,8 quilos da droga em um imóvel que ele dividia com duas outras pessoas, que também foram presas na oportunidade. A defesa sustentava que o jovem não tinha ligação com a posse da droga, que pertenceria aos outros inquilinos. Um ano depois, a Justiça reconheceu o argumento e mandou soltá-lo.

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Ao longo do mês de outubro, o entregador vinha se queixando de sintomas como náusea e dores abdominais. Ele foi atendido no dia 3 de outubro e, no dia 6, foi levado a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).

Dias depois, um novo boletim médico mostrou um atendimento noturno com pressão baixa do paciente. Briner foi recolhido pelo Samu à meia-noite do dia 9 e levado para a Unidade de Pronto Atendimento Sul, "consciente, orientado, verbalizando", anotou o técnico responsável pelo encaminhamento.

Na UPA o médico atestou que o paciente contou estar com sintomas havia 14 dias com "piora progressiva" até aquele dia, quando entrou na unidade com dor abdominal intensa, hipotensão, vômitos, fezes escuras, fraqueza extrema e respiração difícil (taquidispnéia).

Com baixa saturação, ele foi entubado, mas dez minutos depois teve parada cardiorrespiratória. A equipe que o atendia aplicou adrenalina de 3 em 3 minutos, por nove ciclos de dosagem, mas a circulação sanguínea não retornou espontaneamente e ele morreu às 4h15, segundo atesta o boletim médico da UPA.

Naquele mesmo dia 10, às 14h46 a Justiça assinava o alvará de soltura de Briner. Às 15h17, o chefe da Unidade Penal Regional de Palmas, Thiago Oliveira Sabino de Lima, comunicou a morte em ofício ao juiz Allan Martins Ferreira.

Advogada de Briner, Lívia Machado Vianna esclareceu que o cliente sublocou um quarto na casa com os dois rapazes, com entrada independente do outro cômodo, que era o do fundo, onde havia uma parede falsa e uma espécie de estufa onde a maconha era cultivada. Ela afirma que o cliente não tinha nenhuma participação no tráfico, comprovada pelos testemunhos e pela análise do celular de Briner.

A advogada afirmou ter apresentado provas do emprego fixo e certidão sem antecedentes criminais em pedido feito para revogar a prisão preventiva, que foi mantida. "Tudo foi apresentado mas o Judiciário não concedeu a revogação da preventiva, e o manteve preso, sob a justificativa é que era muita droga apreendida".

A audiência de instrução do processo do motoboy ocorreu em maio deste ano, mesmo mês em que a Justiça negou liberdade a Briner com o fundamento da garantia da ordem pública e da ordem econômica e por conveniência da instrução criminal.

Na quarta-feira, 12, dois dias após a morte, a defesa pediu e a Justiça fixou um prazo de 24 horas para o governo do Tocantins fornecer imagens da enfermaria, da cela dele e do pátio do banho de sol, e corredores que interligam estes ambientes na cadeia entre os dias 6 e 10 de outubro. A família quer entender o que ocorreu dentro da prisão e qual tipo de atendimento o estado deu ao filho.

Presidente do Conselho Penitenciário do Tocantins, a advogada Sibele Letícia Rodrigues de Oliveira Biazotto questionou a necessidade de o Judiciário ter mantido o motoboy preso por quase um ano, sem nenhuma sentença. "A preventiva tem sido utilizada como uma punição antecipada, sem sequer saber se a pessoa será condenada, sem sequer saber se é mesmo que seja se a pena resultaria em um regime no sistema fechado", avalia.

Para a presidente, o problema que resultou na morte não é apenas o da demora do alvará. "Não é a demora do tempo de julgamento e de sentença e não foi só a manutenção dessa preventiva. Foram fatores que ocorrem com todos os brasileiros todos os dias que é essa forma de se investigar começando por aí que é essa forma de se encarcerar, de se manter encarcerado e de não se resolver o problema", avaliou.

‘Trâmite normal’, diz Justiça sobre o caso

Em nota, a 4ª Vara Criminal da Comarca de Palmas, onde tramitou o caso do motoboy, defende que os "fortes indícios de participação na prática delitiva" foram o motivo que justificou a prisão preventiva. "Entretanto, a prova colhida em contraditório não foi suficiente para sua condenação", reconhece, no texto.

"O processo obedeceu ao trâmite normal, sem qualquer evento capaz de macular ou atrasar o andamento do feito, uma vez que havia pluralidade de réus patrocinados por advogados diferentes, o que denota a duplicação dos prazos para manifestarem-se nos autos", defende o Tribunal de Justiça.

O TJ afirma não ter havido "ofensa ao princípio da razoabilidade que ocasionasse qualquer ilegalidade na manutenção da prisão cautelar do acusado" e reforça que a responsabilidade da custódia das pessoas presas é do Executivo Estadual.

A Secretaria Estadual da Cidadania e Justiça (Seciu), responsável pelo sistema prisional, afirma que prestou "toda a assistência necessária ao custodiado" e o laudo com a causa ainda não foi consolidado e informado à unidade penal.

O órgão destaca que Briner foi acompanhado pela equipe de saúde em diversas consultas e também encaminhado para atendimento especializado em unidades de saúde da capital, porém sem diagnóstico fechado a tempo.

A secretaria também afirma que não comunicou nenhuma vez à família sobre o estado de saúde do detento "devido ao sigilo médico/paciente" e por "não haver diagnóstico fechado pelas equipes médicas em tempo até a data do óbito."

Também afirma ter cumprido os "protocolos executados em caso de óbitos de custodiados" com assistência no funeral, pagamento dos custos e o suporte para velório.

O ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), por seis meses, no âmbito de investigação sobre uma suposta organização criminosa que teria obstruído apurações que miram um esquema de pagamento de propinas relacionadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins (Plansaúde). Também foi decretado o afastamento do Secretário de Segurança do Estado, Cristiano Barbosa Sampaio. As medidas serão submetidas ao colegiado para referendo ainda nesta quarta-feira (20).

O ministro ainda autorizou as diligências cumpridas em duas operações "complementares" deflagradas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal nesta quarta. As ofensivas foram batizadas Éris e Hygea e tem entre seus alvos Carlesse e Sampaio.

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Ao todo, são cumpridos 57 mandados de busca e apreensão e outras 50 medidas cautelares em sete cidades - Palmas, Gurupi, Porto Nacional (TO); Minaçu e Goiânia (GO); Brasília (DF) e São Paulo (SP). A ofensiva conta com a participação de cerca de 280 policiais federais.

Os inquéritos tramitam sob sigilo na Corte Especial do STJ. De acordo com a corte, as apurações indicaram "a presença de fortes indícios do pagamento de vantagens indevidas ligadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins e a estrutura montada para a lavagem de ativos, bem como a integralização dos recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados".

"As investigações, iniciadas há quase dois anos, reuniram um vasto conjunto de elementos que demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados", registrou o STJ em nota.

A corte indica que as diligências realizadas nesta quarta-feira "buscam interromper a continuidade das ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de testemunhas e a retomada das Instituições Públicas".

Um idoso foi resgatado após cair dentro de um poço de cinco metros de profundidade na noite da segunda-feira (28) em Araguaína-TO. Segundo o Corpo de Bombeiros, a vítima foi identificada apenas como Antônio e tem aproximadamente 70 anos.

O trabalho de resgate durou cerca de uma hora e foi realizado com uma escada prolongável. O poço estava seco. 

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Antônio estava desorientado e com escoriações no antebraço direito. Ele foi encaminhado a um hospital.

O juiz João Paulo Abe, da 4ª Vara Federal Criminal do Tocantins, condenou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado, Gedeon Batista Pitaluga Júnior, e o advogado Geraldo Bonfim de Freitas Neto por usarem documentos falsos para terem acesso ao espólio de uma mulher milionária que morreu sem deixar herdeiros. O magistrado impôs à dupla pena de três anos de reclusão, em regime inicial aberto, pelo crime de estelionato.

Na sentença datada de quinta-feira, 25, João Paulo Abe julgou parcialmente procedente a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, absolvendo o presidente da OAB-TO e o advogado acusado do crime de associação criminosa. A acusação atingia ainda dois outros réus, mas o juiz entendeu que a pretensão punitiva estaria prescrita com relação aos fatos imputados aos denunciados.

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De acordo com a Procuradoria, os advogados tentaram usar documentos fraudulentos em que se apresentavam como procuradores de Paulo Monteiro de Lima, que seria filho de Eglantina Monteiro de Lima. No entanto, os atendentes do Banco do Brasil desconfiaram da documentação e alertaram a Polícia Federal.

Ao longo das investigações, os agentes descobriram que Paulo de Lima era uma pessoa fictícia e que Eglantina de Lima não havia deixado herdeiros.

De acordo com os investigadores, o objetivo dos dois condenados era levantar os saldos das contas de Eglantina de Lima em três bancos, que totalizavam, à época em que a denúncia foi apresentada R$ 1.619.499,30. Devido ao ‘flagra’ da investigação, os advogados só teriam conseguido movimentar menos de um terço do pretendido, R$ 495.488,18, diz o MPF.

"Não há dúvidas de que foi obtida vantagem indevida, consistente no levantamento de valores do espólio de Eglantina Monteiro de Lima, mediante apresentação de documentos falsos em nome de Paulo Monteiro de Lima, herdeiro criado para tanto, induzindo-se a erro o Poder Judiciário e o Ministério Público, o que caracteriza, satisfatoriamente, a materialidade do delito de estelionato", ponderou o juiz João Paulo Abe na decisão.

De acordo om o documento, em todos os depoimentos prestados à Justiça, os advogados condenados confirmaram que representaram Paulo Monteiro de Lima no inventário , mas negaram ter conhecimento de que os documentos que foram apresentados em juízo seriam inautênticos, atribuindo um outro advogado a responsabilidade por lhes ter fornecido toda a documentação.

O juiz, no entanto, apontou uma série de ‘estranhezas’ nos documentos que, segundo ele, não poderiam ter passado despercebidas.

Segundo João Paulo Abe, a certidão de óbito de Eglantina de Lima salientou ‘de maneira clara, expressa e inequívoca’ que a falecida não havia deixado filhos. Além disso, a certidão de nascimento do suposto herdeiro, Paulo de Lima, apresentava a data de nascimento de 1956, sendo que o suposto pai teria o registrado somente em 1975, 19 anos após a primeira data. Um terceiro elemento destacado na sentença foi o de que o suposto pai teria falecido em 1971, ‘o que tornaria impossível a possibilidade de ter pessoalmente realizado o registro de seu eventual filho no ano de 1975, ou seja, quatro anos após a sua morte’.

COM A PALAVRA, GEDEON PITALUGA JR.

A decisão criminaliza o exercício da Advocacia e contraria todo entendimento dos tribunais brasileiros pela não-responsabilização criminal do advogado acerca dos documentos apresentados pelas partes.

Sobre o caso, o próprio Ministério Público Federal em segundo grau reconhece a sua prescrição e o Conselho Federal da OAB determinou o seu arquivamento em análise institucional.

Assim, fica nítida a motivação política, em véspera de período eleitoral da Ordem, contra a atuação firme e intransigente em defesa da advocacia tocantinense promovida nos últimos anos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta sexta, 23, nove pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro em esquema de venda de sentenças, incluindo o desembargador Ronaldo Eurípedes de Souza, do Tribunal de Justiça do Tocantins. O magistrado é acusado de atuar de forma favorável em processos do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA) em troca de R$ 1,3 milhão em propinas, que teriam sido lavadas por meio de contratos simulados.

A subprocuradora-geral Lindôra Araújo, responsável pela denúncia, também apresentou cota solicitando a manutenção do afastamento do desembargador Ronaldo de Souza. Segundo ela, o magistrado ‘comerciava sua função pública, proferindo decisões mediante o pagamento de vantagens indevidas, fazendo-o em parceria com certos advogados’.

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A PGR narra que entre abril de 2014 e fevereiro de 2015, o desembargador Ronaldo Eurípedes e o seu braço-direito, o servidor Luso Aurélio Souza Soares, receberam propinas de R$ 233 mil em troca de decisões favoráveis ao Loteamento Costa Esmeralda, empreendimento de interesse do corretor de imóveis Neilton Machado de Araújo e de Geraldo Henrique Moromizato, apontado como ‘sócio oculto’. Ambos foram denunciados no mesmo esquema.

A propina teria sido ocultada por meio de movimentações financeiras e contratos fictícios em parceria com o advogado Alex Hennemann, que se tornou delator e revelou o esquema de corrupção à Procuradoria. A lavagem incluiu a aquisição de uma fazenda em Mara Rosa (GO) e até um veículo Citroen, de acordo com a denúncia.

A peça narra ainda a atuação do desembargador Ronaldo Eurípedes em prol da EMSA, responsável por consórcio que venceu contrato do Estado do Tocantins para construção de pontes e estradas. A execução do projeto foi alvo de ações civis públicas, que segundo a PGR, estimam prejuízo de R$ 110 milhões aos cofres públicos. O magistrado atuou de forma a beneficiar as empresas em recursos nestes processos.

De acordo com a PGR, entre abril de 2013 e maio de 2017, Ronaldo Eurípedes e o advogado e hoje delator Alex Hennamnn receberam R$ 1,13 milhão em propinas para atuar em favor da EMSA. Em duas decisões de maio de 2013, o magistrado determinou a suspensão das indisponibilidade de bens decretadas por juízes de Goiatins e Itacajá nas ações civis contra a empresa, e mandou todos os processos correrem no juízo de Palmas, atendendo interesses da EMSA.

"A quebra do sigilo bancário comprova que a EMSA efetuou os pagamentos das parcelas mensais e dos honorários de sucesso, que tinham como destinatário o Desembargador RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA em troca das decisões que lograram reunir as ações civis públicas perante a 3ª Vara da Fazenda e Registros Públicos da Comarca de Palmas", apontou a PGR.

O caso da EMSA alcança ainda o então procurador de Justiça Clenan Renaut de Melo Pereira que recebeu propinas de R$ 348 mil junto de seus dois filhos para praticar atos de ofício em benefício da empresa e contra as investigações do Ministério Público sobre o contrato para construção de pontes e empresas.

"A estratégia da empresa buscava atacar a ponta judicial, cooptando o desembargador RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA, e também a frente ministerial, corrompendo o Procurador-Geral de Justiça CLENAN RENAUT DE MELO PEREIRA, que atuou para embaraçar os trabalhos da Força-Tarefa, recebendo importante contrapartida financeira para isso", acusa a PGR.

A denúncia foi encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deverá avaliar se coloca o desembargador e os demais acusados no banco dos réus. A reportagem busca contato com os denunciados pela PGR.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO TOCANTINS

A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Tocantins e aguarda resposta. O espaço está aberto a manifestações

COM A PALAVRA, OS CRIMINALISTAS DANIEL GERBER E EDUARDO GUIMARÃES, QUE REPRESENTAM O DESEMBARGADOR RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA

Os advogados criminalistas Daniel Gerber e Eduardo Guimarães, que representam o desembargador Ronaldo Eurípedes de Souza, afirmam que este era um movimento aguardado por parte do Ministério Público. "Sem dúvida alguma, teremos todo o devido processo para demonstrarmos a inconsistência das acusações", afirmam.

COM A PALAVRA, OS DEMAIS DENUNCIADOS

A reportagem busca contato com os demais denunciados. O espaço está aberto a manifestações.

O Ministério Público Federal arquivou o inquérito policial contra o sociólogo e professor Tiago Costa Rodrigues, responsável por dois outdoors em Palmas (TO) que comparavam o presidente Jair Bolsonaro a um 'pequi roído'. A investigação havia sido aberta pelo então ministro da Justiça, André Mendonça, para apurar crime contra a honra do presidente.

A Procuradoria apontou que as manifestações feitas por Rodrigues eram críticas políticas e que um inquérito para investigar o caso configuraria censura. As mensagens criticavam a gestão de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia e traziam frases como 'Cabra à toa, não vale um pequi roído. Palmas quer impeachment já!' e 'Vaza, Bolsonaro! O Tocantins quer paz!'.

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"Seguir com o processamento e julgamento de Tiago Rodrigues em razão dos fatos narrados não seria atécnico em razão da ausência do elemento subjetivo, e configuraria verdadeira censura aos direitos e garantias relacionados à liberdade de expressão, pensamento e manifestação do investigado em um contexto de uma democracia", escreveu a procuradora Melina Castro Flores.

"Nas declarações do investigado predominam a crítica à ação política governamental e não o intuito de ofender a honra alheira. Apontar falhas e criticar a conduta do homem público (ainda que com termos pejorativos e irônicos, como 'pequi roído') constitui dever social do cidadão e se inserem no âmbito dos questionamentos que Autoridades Governamentais estão sujeitas a sofrer", continuou.

A investigação inicialmente foi aberta em agosto do ano passado a partir de uma notícia-crime apresentada por simpatizante de Bolsonaro à Polícia Federal. O inquérito foi arquivado pela Corregedoria Regional da PF e pelo MPF, mas retomado por ordem do ministro da Justiça, André Mendonça, que imputou ao professor e ao dono da empresa de outdoors crimes contra a honra do presidente. O caso foi revelado pelo Jornal do Tocantins.

O Ministério da Justiça não comentou o caso. Mendonça deixou a pasta nesta semana para retornar à Advocacia-Geral da União e é um dos nomes cotados para uma eventual vaga no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria do decano, ministro Marco Aurélio Mello, em julho. No ano passado, André Mendonça determinou a abertura de inquéritos semelhantes contra jornalistas e advogados que fizeram críticas ao governo federal.

Levantamento do Estadão apontou que o número de procedimentos abertos pela Polícia Federal para apurar supostos delitos contra a segurança nacional aumentou 285% nos dois primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro, na comparação com o mesmo período das gestões Dilma Rousseff e Michel Temer. Houve um total de 20 inquéritos entre os anos de 2015 e 2016. Já entre 2019 e 2020, foram 77 investigações.

O sociólogo e professor Tiago Costa Rodrigues é alvo de investigação da Polícia Federal por ter organizado a instalação de dois outdoors críticos ao governo de Jair Bolsonaro em Palmas, no Tocantins. Rodrigues criou uma vaquinha online e arrecadou R$ 2,3 mil usados na divulgação das peças em agosto do ano passado. Um deles continha a frase "Cabra à toa, não vale um pequi roído. Palmas quer impeachment já" e o outro, "Aí mente! Vaza Bolsonaro, o Tocantins quer paz".

O dono da empresa contratada para o serviço, Roberval Ferreira de Jesus, também passou a ser investigado. "Tempos sombrios que vivemos. Estamos vivendo um estado policialesco que utiliza do seu aparato para coagir livres manifestações populares como a nossa", disse Rodrigues, que é dirigente do PCdoB local, ao Estadão.

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O caso foi revelado pelo Jornal do Tocantins. A investigação começou em meados do ano passado, após um simpatizante de Bolsonaro acionar a PF e pedir a investigação dos dois com base na Lei de Segurança Nacional. Comum no Tocantins, a expressão "pequi roído" se refere a algo sem valor.

A Corregedoria Regional da PF e o Ministério Público Federal no Estado arquivaram o caso e comunicaram a decisão ao ministro da Justiça, André Mendonça, no fim de outubro. Em dezembro, porém, Mendonça requisitou a abertura do inquérito ao diretor-geral da PF, imputando ao professor e ao dono da empresa de outdoor crime contra a honra do presidente. Os dois prestaram depoimento por videoconferência à delegada da PF Aline Carvalho Miranda em janeiro.

Rodrigues afirmou que está sendo "perseguido por ser professor, membro do Partido Comunista do Brasil e por divergir sobre a forma como esse governo tem tratado a saúde". "Esse tipo de ação autoritária é típica de governos fascistas." Advogado do professor, Edy Cesar dos Passos disse que o Brasil é signatário da Carta das Nações Unidas e de diversos tratados internacionais sobre direitos humanos que estão sendo desrespeitados. "Esse governo mostra a total falta de interesse em manter compromissos em defesa da liberdade de expressão com outros países", afirmou Passos.

Em nota, a defesa de Roberval de Jesus alegou que ele não pretendia ofender o presidente, e se limitou a prestar o serviço contratado, usando os arquivos originais entregues pelo cliente. "Cumpre ressaltar que o contrato de locação possui previsão expressa de que o locatário se responsabiliza pelo teor da publicidade nos outdoors." Os advogados Pedro Vitor Rabello e João Feliz Barbosa, que assinam o texto, informaram que a empresa já instalou outdoors para clientes pró-Bolsonaro, o que "demonstra a ausência de prática de qualquer infração penal".

Procurado, o ministro da Justiça não se manifestou até a conclusão desta edição.

'Censura'

Em Pernambuco, a professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco Erika Suruagy Assis de Figueiredo, vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco, também é alvo de investigação por causa de um outdoor instalado no Recife, no ano passado, crítico ao presidente. Erika prestou depoimento no dia 10. O outdoor definia Bolsonaro como "inimigo da educação e do povo" e usava uma montagem com o presidente caracterizado como morte, sugerindo sua responsabilidade pelos óbitos causados na pandemia. Em nota, a Associação dos Docentes classificou o episódio como tentativa de "censura".

Recentemente, o ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, e o pró-reitor, Eraldo Pinheiro, assinaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pela Corregedoria-Geral da União se comprometendo a não criticar o governo Bolsonaro dentro de ambiente de repartição pública. Os dois atacaram a condução do combate à pandemia em live realizada na universidade. Hallal afirmou ao Estadão que não deixará de opinar. "Se foi uma tentativa de censura, saiu pela culatra", disse Hallal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nessa terça-feira (9), policiais civis de São Bernardo do Campo, em São Paulo, prenderam em flagrante um professor por estelionato, uso de documento falso e associação criminosa, no bairro da Liberdade, no centro da Capital. O autor procurava validar cursos educacionais para estudantes (mestrado/doutorado).

Os agentes investigavam uma fraude envolvendo a validação de diplomas por parte do reitor de uma Universidade em São Bernardo do Campo, onde um falsário levava documentos com o nome, logo e assinatura do diretor em alguns cartórios para reconhecimento de firma.

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Foi apurado ter mais de cem documentos reconhecidos em firma em cartório que o reitor não reconheceria como sendo apostas por ele.

O detido disse que para cada diploma/curso de mestrado ou doutorado, eram solicitados aproximadamente R$ 12 mil, ficando com metade do valor recebido por seus serviços.

O autor afirmou que trabalhava para uma pessoa em Palmas/TO, onde figura a empresa denominada “reconhecimentos diplomas", com a qual atraía vítimas e interessados em todo o Brasil e até no exterior.

Com informações da PC-SP

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) testou positivo para covid-19. A informação foi confirmada pela própria senadora nesta terça-feira (17) pelo Twitter. A parlamentar afirmou que passa bem, mas sente dores nas costas e mal-estar. Segundo Kátia, a confirmação do diagnóstico veio após o quarto teste em uma semana. 

"Depois do 4° teste, hoje, dia 17, deu positivo para covid. Estou passando bem, apenas com dores nas costas e um pouco de mal-estar. Exame de pulmão está ótimo, mostrando a covid em estágio muito inicial. Insisti nos testes, pois três da minha equipe deram positivo", relatou a senadora.

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Prevenção

Como medida de prevenção ao contágio pelo coronavírus, o Senado passou a adotar o sistema de teletrabalho desde março. As votações e debates passaram a ser realizados virtualmente.

Em junho, a Casa também passou a aplicar controle para entrada de funcionários, visitantes e colaboradores nas suas dependências, com a checagem de informações por meio de questionário de acesso, aferição de temperatura e realização do exame para covid-19, a cada duas semanas, para quem estiver trabalhando presencialmente em ambientes com concentração de pessoas. 

*Da Agência Senado

 

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta quinta-feira (5), por unanimidade, o envio das Forças Armadas para os estados do Ceará, Tocantins e Piauí. As tropas deverão atuar no apoio à realização das eleições municipais, cujo primeiro turno está marcado para 15 de novembro.

O envio de tropas federais foi requisitado pelos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais dos estados, após consulta e anuência de cada governo estadual. Ainda não foi informado quantos municípios devem receber as tropas.

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De acordo com o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, o envio das Forças Armadas foi justificado por quatro razões: histórico de conflitos em pleitos anteriores; a existência de conflitos entre facções criminosas nas localidades; o reduzido efetivo de policiais nas localidades; e reiteradas tentativas de captação ilícita de sufrágio dos eleitores indígenas.

No fim do mês passado, o TSE já havia autorizado o envio de tropas federais a 345 localidades de sete estados. A decisão também abrange o segundo turno, marcado para 29 de novembro, onde houver. Uma vez comunicado sobre as aprovações do tribunal, cabe ao Ministério da Defesa operacionalizar o envio de soldados.

Um bebê com apenas um mês de vida e um idoso de 95 anos que moram no Tocantins se tornaram símbolos de batalha pela saúde e sobrevivência em meio à pandemia de Covid-19, doença grave que há meses assusta pessoas ao redor de todo o mundo.

Atualmente o Brasil tem, segundo dados do Ministério da Saúde, 411.821 casos confirmados, 25.598 mortes atestadas, 4.108 em análise e 166.647 doentes recuperados da doença. Na última quarta-feira (27), a pequena Débora Cristina usou uma fantasia de Mulher Maravilha para deixar o Hospital Dona Regina, em Palmas, e voltar para casa. No mesmo dia, seu Tomas Pereira, que estava internado em um hospital da cidade de Gurupi, finalmente foi liberado.

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Bebê Maravilha

Alessandra Pereira Salviano, mãe de Débora, conta que foi desesperador saber que sua filha tão pequena estava infectada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). “Me pegou de surpresa, eu tava em casa quando eu recebi a ligação falando que ela tinha sido infectada, bem no dia da alta dela. Fiquei muito abalada, eu estava com 10 dias que tinha feito uma cesariana. Rolava no chão desesperada, chorando, pedindo para Deus pra nada acontecer com ela", relatou a mãe.

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Durante 15 dias só podia ver sua filha por vídeos e fotos feitos pela equipe do hospital. Após esse período, Alessandra passou a poder ficar internada com a bebê na “Unidade Canguru” do hospital. “Quando vi a minha vontade era de abraçar, cheirar, eu só queria ir embora com ela. Sou muito grata a Deus pelo cuidado que ela teve das enfermeiras", contou ela. Nesta quinta-feira, Alessandra e Débora devem retornar para a cidade de Novo Acordo, onde mora a família e finalmente acontecerá o reencontro com o pai da pequenina.

Alívio e gratidão

Seu Tomas, de 95 anos, passou 15 dias internado para tratamento da Covid-19 no Hospital Regional, em Gurupi, antes de ser liberado na quarta-feira (27). Ele, que é do grupo de risco devido à idade avançada, mora na cidade de Cariri do Tocantins, onde sua esposa Maria Teodoro de Nazaré, de 80 anos, cumpre isolamento domiciliar com sintomas leves da doença.

"Só agradecer a Deus todas as mensagens de carinho, orações. O sentimento é gratidão, coração aliviado e grato. Não poderia deixar de agradecer em nome da minha família, todos os profissionais da saúde de Cariri, e do HRG que prontamente se dedicaram aos cuidados do meu avó, que neste período de 15 dias, não pôde receber visitas, nem contato. Nossa família está feliz e grata", disse, Walisson Oliveira Sampaio, neto de seu Tomas e dona Maria.

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O governo do Tocantins confiscou 70% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) em oito hospitais particulares localizados na capital e nas duas maiores cidades do Estado, Araguaína, ao norte, e em Gurupi, ao sul de Palmas. As três cidades são consideradas estratégicas pela gestão estadual no enfrentamento do novo coronavírus e concentram os 46 leitos de UTIs da rede pública exclusivos para pacientes adultos infectados com a Covid-19.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Luis Edgar Tollini, a decisão foi tomada após empresas particulares da capital transportarem em táxi aéreo 17 pacientes do Pará para internação em UTIs da capital tocantinense. O secretário disse temer que esse movimento cause um colapso do Tocantins e afirma que 93% dos tocantinenses usam o SUS.

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O governo estadual não confirmou a quantidade de leitos atingidos pela requisição administrativa. O confisco desagradou ao Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Tocantins. Em nota, o sindicato repudiou o ato e o classificou como "ditatorial".

A portaria que requisitou os leitos prevê o prazo de dez dias para a abertura de processo administrativo que vai apurar o valor da indenização a ser paga aos hospitais. O Estado tem 1.646 infectados e 38 mortes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal está nas ruas do Tocantins, nesta quarta-feira (6), para combater uma organização criminosa suspeita de manter um "sofisticado esquema para a prática constante e reiterada de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos e lavagem de capitais", além de atos de intimidação "contra profissionais da imprensa".

Aproximadamente 50 policiais cumprem dez mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária em Palmas. Todos os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal no Tocantins.

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As informações estão disponíveis no site da assessoria de comunicação da PF.

As investigações apontaram "esquemas criminosos ligados a pessoas influentes no meio político do Tocantins" que teriam "aparelhado o Estado" com cargos comissionados estratégicos "para desviar recursos públicos".

Além da obtenção de novas provas, a PF espera interromper as ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, além de resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de possíveis testemunhas e o livre trabalho da imprensa.

A Operação foi batizada "Replicantes", tendo em vista que a organização criminosa movimentou dezenas de milhões de reais por meio de uma empresa gráfica.

Uma força-tarefa da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União deflagrou nesta quarta-feira, 2, a Operação Imhotep, para desarticular organização criminosa responsável por fraudes em licitações e desvios de recursos destinados à prestação de serviços de transporte escolar em prefeituras municipais de Tocantins e do Maranhão.

As investigações indicam que somente entre os anos de 2017 e 2018, a principal empresa envolvida - uma cooperativa de fachada, cujo capital social é de R$ 6,5 mil - foi favorecida por empenhos em 19 municípios, que totalizaram mais de R$ 16,6 milhões, provenientes de contratos superfaturados e prestados de forma integral por terceiros. O dano aos cofres públicos apurado, neste primeiro momento, é de cerca de R$ 2,8 milhões, informou a Controladoria.

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Impacto social

"Além do prejuízo ao erário, os desvios praticados pela organização criminosa causaram impacto na vida dos estudantes, já que os serviços de transporte escolar são prestados por terceiros subcontratados pela cooperativa e, muitas vezes, em veículos totalmente inadequados ao transporte de pessoas", destaca a Controladoria.

A CGU divulgou imagens de alunos de Sítio Novo do Maranhão desprotegidos na carroceria de um caminhão de carga, estacionado em frente à sede da prefeitura. O registro foi feito em novembro de 2018, durante fiscalização dos auditores da Controladoria.

A Operação Imhotep abrange o cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão - um no Maranhão (Imperatriz) e os demais em diversos municípios do Tocantins, (Palmas, Sampaio, Praia Norte, Augustinópolis, Pugmil, Sítio Novo do Tocantins e Palmeiras do Tocantins).

Também estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão preventiva; bloqueio de bens dos investigados; e a suspensão dos contratos prestados pelas empresas com as prefeituras. A força-tarefa mobiliza 94 policiais federais e 12 auditores da CGU.

Defesas

Até a publicação desta matéria, a reportagem não havia obtido o posicionamento das prefeituras citadas. O espaço está abeto para as manifestações de defesa.

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