Tópicos | Dia da Mulher

A federação de rugby da Nova Zelândia, conhecida como All Blacks, assumiu que errou na homenagem ao Dia Internacional da Mulher, na terça-feira (8), por tirar o foco do time feminino na postagem no Twitter. A entidade também foi criticada por usar a imagem de um jogador que já foi condenado por agredir a companheira.

Na foto, os atletas do elenco masculino aparecem ao lado das esposas, filhas e mães. A postagem acompanhou a legenda: "Sempre grata a todas as mulheres em nossas vidas que nos permitiram praticar o esporte que amamos. Companheiras, mães, filhas, médicas, fisioterapeutas, árbitras, administradores e fãs".

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O atleta Savu Reece, que aparece na homenagem, já foi preso e se declarou culpado após arrastar a namorada pelo cabelo em outubro de 2018. Na época, relatou que perdeu o controle por estar bêbado. Reece foi liberado com o pagamento da multa de 750 dólares neozelandeses, cerca de R$ 2.600, à parceira.

 

 

Hoje (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher e em comemoração à data  o Museu Oscar Niemeyer (MON) oferece ao público, ao longo deste mês várias atividades desenvolvidas por mulheres que têm obras na instituição.  A programação teve início na segunda-feira (7), com uma série de publicações nas redes sociais do MON.

Nesta terça haverá uma videoconferência gratuita com a artista e mestre em História pela UFPR (2007), Lilian Gassen, às 19hs. Com o título “Campo Artístico, uma Arena de Disputas”, a conversa irá abordar a inclusão de artistas mulheres no sistema de arte no Estado do Paraná. Também será sobre o espaço de resistência e contradições estabelecidas pela constante transformação.

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No dia 16, às 14h30, será realizada uma oficina presencial gratuita com a artista e mestre em Poéticas pela UFBA (2011), Juliane Fuganti. Uma breve conversa sobre sua construção poética na instalação “Jardim dentro de um Jardim 2021”. Na exposição ‘Afinidades’, a artista abordará suas escolhas e processo de criação. Em seguida, irá conduzir um trabalho prático com argila inspirado em sua obra.

Já n dia 23, às 14h30, a artista que trabalha em Paris, Daniela Busarello, fará presencialmente a oficina “Vida”. A atividade partirá da leitura de um trecho do livro de Ailton Krenak e de uma conversa sobre sua obra e seus processos na exposição “Afinidades”. Em seguida, os participantes irão pensar em uma grande pintura comunitária, construindo uma história em comum.

O Museu Oscar Niemeyer (MON) é uma herança estatal vinculada à Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná. A instituição recebe referências da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design. No total, o conjunto conta com mais de nove mil peças em um espaço para exposições. Os principais patrocinadores da instituição são: Copel, Sanepar, Vivo, Grupo Focus, entre outros. 

Por Camily Maciel

 

 

 

Neste Dia Internacional da Mulher, a Academia da Cerveja, iniciativa da Ambev, disponibiliza 500 bolsas de estudo para a segunda edição do seu curso exclusivo de formação cervejeira para mulheres.

O curso, ministrado por um time feminino de especialistas, sommeliers e cervejeiras, tem duração 8 horas divididas em quatro módulos: história da cerveja; ingredientes; processo cervejeiro; e estilos e harmonização. O objetivo é aumentar a participação feminina no mercado de cervejas.

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Serão duas turmas para o curso, sendo a primeira entre os dias 28 e 31 e março e a segunda do dia 4 a 7 de abril. As aulas são online, com duração de quatro dias, e garantem certificado.

As interessadas na formação, batizada de “A Cervejeira Sou Eu”, podem se inscrever de forma gratuita através do site da Academia da Cerveja, plataforma de ensino da empresa. É necessário ser maior de 18 anos para participar.

Com informações da assessoria

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O Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), foi escolhido pela categoria da enfermagem pernambucana para reivindicar pautas que já perduram décadas: melhores salários e condições de trabalho. Aproximadamente 1.500 pessoas caminharam pelo Centro do Recife, rumo à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no fim da manhã.

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O foco se deu ao Projeto de Lei 2564/2020, de autoria do senador Fabiano Contarato (REDE-ES) e que institui piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras. A categoria exige que autoridades pernambucanas apoiem o projeto, com urgência, na esfera federal. O texto do PL, aprovado no Senado, aguarda encaminhamento do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), para votação.

“Sabemos que foi nesta data que mulheres trabalhadoras foram vítimas da sociedade, porque não queriam reconhecer os direitos que elas reivindicavam. Elas terminaram pagando com a vida. De certa forma, vemos isso acontecer com a enfermagem”, explica ao LeiaJá Cleice Xavier de Moraes (vídeo abaixo), de 46 anos, técnica de enfermagem e diretora do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe).

Em Pernambuco, onde técnicos de enfermagem do primeiro nível recebem subsalário (proposta base de R$ 774 e sem reajuste há mais de uma década), outras caminhadas deram apoio à causa. Houve concentrações em Caruaru, Palmares, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Parnamirim, Salgueiro, Cabrobó, Pesqueira, Garanhuns e Petrolina.

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Após a chegada do grupo à Alepe, representantes das entidades foram recebidos pelo presidente da Casa, o deputado Eriberto Medeiros (PP), para entregar um documento que solicita ao Legislativo a inclusão dos cerca de 10 mil profissionais, que são contratados, no Projeto de Lei Estadual 1.341/2020, que também prevê o reajuste salarial de servidores.

“É sub-humano vivermos em cima de um salário base de R$ 774, se uma cesta básica hoje é no valor de R$ 1.100. A gente não vive, estamos sobrevivendo e tentando nos virar de várias formas, para tentar garantir no mínimo o pão de cada dia. Somos uma categoria sofrida, apesar de estarmos presentes em todos os momentos da vida do ser humano, seja ele de qualquer âmbito da sociedade”, afirmou Eliade Avelino Pinto, de 42 anos, técnica de enfermagem e militante, atuante do Hospital Getúlio Vargas.

Caso aprovado na íntegra, o PL 2564/2020 traria a remuneração de R$ 4.750 para jornada de 30 horas semanais para enfermeiros, de R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e de R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras.

De acordo com o presidente do Satenpe, Francis Herbert, Pernambuco possui cerca de 120 mil trabalhadores, entre Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros, distribuídos nos setores público, privado e filantrópico. Desse número, mais de 84 mil são da enfermagem de nível médio e 80% do contingente é formado por mulheres.

"A enfermagem vai às ruas novamente para dizer à sociedade e aos representantes da Câmara Federal que basta esperar. A enfermagem jamais faltou com o povo brasileiro e conta com os parlamentares para que não faltem com a enfermagem. São mais de 20 anos de luta por dignidade, respeito e salário decente. A sociedade reconhece que é justo e necessário a aprovação do piso nacional da categoria", completou.

A iniciativa foi promovida pelo Fórum da Enfermagem Pernambucana, composto pelo Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Sindicato dos Enfermeiros no Estado de Pernambuco (Seepe), Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) e Associação Brasileira de Enfermagem - seção Pernambuco (Aben-PE).

Iza decidiu celebrar o ‘Dia da Mulher’ prestando uma homenagem às mulheres de sua família. Com uma série de fotos em que várias delas aparecem vestidas de branco e unidas, a cantora se declarou e disse que foi delas que saiu tudo o que ela prendeu nesta vida. 

Reunida com as suas familiares, Iza fez uma bonita declaração de amor demonstrando todo seu orgulho por cada uma daquelas mulheres. A cantora também revelou que aprendeu tudo o que sabe com elas e aproveitou para celebrar outras mulheres neste dia de luta. “Reuni todas as mulheres da minha família pra registramos o quanto essa rede de apoio que me trouxe até aqui é poderosa. São mães, avós, filhas, educadoras, jornalistas, artistas. Elas são tudo e me ensinaram que eu podia ser o que eu quisesse. Feliz dia pra aquelas que devem ser celebradas todos os dias”. 

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Nos comentários, o público se mostrou comovido e elogiou bastante a cantora. “Que família mais linda!!!”; “Esse é o brasil que eu quero”; “Lindas demais”: “Que maravilhosidade!”: “Que lindoooo, gerações de mulheres rainhas, deusas e amorosas. Puro poder divino “; “Que lindo isso”; “Aiii que ensaio mais lindo e poderoso”. 

O futebol ainda é um esporte predominantemente masculino, principalmente na posição de comando dos clubes. Recentemente, porém, as mulheres vêm conquistando espaços, tanto dentro de campo como fora dele. Mas você sabe quais são as mulheres mais poderosas do mundo do futebol?

Neste dia 8 de março, Dia da Internacional da Mulher, a reportagem do LeiaJá vai contar um pouco da história de cinco das mulheres que estão na posição de comando no futebol. Começando por duas que, inclusive, duelaram recentemente na final do mundial de clubes entre Palmeiras e Chelsea.

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Marina Granovskaia - A russa-canadense Marina Granovskaia é o braço forte do magnata russo e dono do clube Roman Abrahmovich. Eles trabalham juntos desde 1997 e, no Chelsea desde 2010. Ela ganhou notoriedade depois de um episódio com o ex-zagueiro John Terry em 2014 que não queria renovar, mas depois acabou cedendo influenciado por ela, que adota o estilo linha dura. 

Hoje Marina é considerada a mulher mais poderosa do futebol mundial diante do poderio financeiro e esportivo do clube que comanda, nada mais nada menos que o atual campeão da Europa e do mundo. Sem contar que durante seu comando o time ja venceu a Premiere League.

Leila Pereira - Se Marina é a mais poderosa do mundo, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, com certeza é a mais poderosa da América Latina. Ainda que tenha assumido o clube apenas em 2022, ela já detinha forte influência do clube por ser presidente da patrocinadora do clube, a Crefisa. O clube é o atual bi-campeão da América e, apesar de não ter conquistado o mundial, na volta ao Brasil já deu a ela o primeiro título como dirigente, a Recopa Sul-americana, sendo a primeira mulher da história do continente sul americano a vencer uma competição internacional como presidente.

Leila está inserida no Palmeiras, como patrocinadora, desde 2015. De lá para cá, o time ganhou duas Copas do Brasil (2015, 2020), dois Campeonatos Brasileiros (2016, 2018) e duas Libertadores da América seguidas (2020, 2021). Com tantas conquistas, ela conquistou espaço na política do clube e venceu tranquilamente as eleições disputadas no fim de 2021.

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Mia Hamm - A América do Norte e América Central também tem outra representante que, diferente das anteriores, traz para a posição de comando a experiência do gramado. Mia Hamm é uma das maiores atacantes da história, bicampeã do mundo. Ela é uma das acionistas do Los Angeles FC que estreou em 2018 na Major League Soccer, a MLS. Em 2019 a equipe venceu a conferência que disputou na MLS, mas não conseguiu chegar até ao título. 

Alona Barkat - Lá no Oriente Médio, Alona Barkat é a grande chefona da equipe israelense do Hapoel Beersheba. Ela, que admitiu em entrevista não saber nada de futebol quando comprou o clube em 2007, foi a primeira mulher israelense a assumir essa posição.

E da luta para não cair de divisão no ano que ela comprou o clube o Beersheba alcançou o acesso em 2009 e a conquista do título em 2016. O longo trabalho valeu mais dois títulos, 2017 e 2018 fazendo assim o tricampeonato.

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Amaia Gorostiza - De volta a Europa, quem também assume a posição de poder é a empresária Amaia Gorostiza que nasceu em Eibar e desde 2016 preside o clube que atualmente está na segunda divisão nacional. Ela foi a primeira mulher da história a comandar a equipe. A chegada dela à cúpula do clube aconteceu por convite, mas em 2017 ela foi eleita para ser presidente por cinco anos.

Apesar de não ter um currículo de conquistas e de protagonismo, ela ainda sonha em recolocar a equipe na elite do futebol espanhol depois de ter ficado por anos seguidos na La Liga.

A semana começa e os clientes da doceira lida Ribeiro recebem, por meio de lista de transmissão, mensagem motivacional. Foi essa a estratégia adotada quando ela começou a usar a internet nos negócios: “Todos os domingos mandava uma mensagem para começarem a semana bem, mensagens com positividade. E daí vinham sempre três ou quatro encomendas”, conta. 

A proprietária de A Mineira Doceria Gourmet considera a internet importante aliada nas vendas. Agora, as mensagens motivacionais deixaram a lista de transmissão e são postadas no status. Pelas redes sociais, ela recebe atualmente pelo menos 90% dos pedidos. 

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A internet também é o instrumento de trabalho da empreendedora digital Tayane Andrade, que chega a trabalhar até 14 horas por dia quando precisa executar um projeto. “É um mundo muito rico em questão de conteúdo. Um mundo que dá para trabalhar e se sustentar”, defende.

Tanto Elida quanto Tayane não são regras entre as mulheres brasileiras. Apesar de estarem mais conectadas à internet que os homens, as mulheres ainda usam menos a rede para trabalhar ou para estudar. 

A pesquisa Mulheres e Tecnologia - Dados sobre o acesso feminino a Tecnologias da Informação e Comunicação, da plataforma Melhor Plano, mostra que 85% das mulheres de 10 anos ou mais são usuárias de internet. Esse percentual entre os homens é menor, 77%. 

Apesar disso, elas usam menos a internet para trabalhar. Em 2020, em meio à pandemia de Covid-19, 32,47%, praticamente uma em cada três mulheres, usou a internet para realizar atividades relacionadas ao trabalho. Entre os homens, 44,16% fizeram esse uso. 

estudo foi feito a partir dos dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação.

Rotina na rede 

As redes sociais entraram na rotina de Elida por causa de um cliente. Em Brasília, ela fazia doces e levava para vender nos bares da cidade. Foi quando um cliente a ajudou a criar perfis nas redes sociais. Ela passou então a postar onde estaria fazendo as vendas. Logo, passou a receber encomendas online e a ampliar os negócios, contratando funcionárias para a empresa. Quando veio a pandemia, já estava estabelecida de forma online e isso, segundo ela, foi fundamental.  

“A minha mãe dependia de as pessoas comprarem, comerem e gostarem. Hoje, tem essa ferramenta gratuita que é Instagram”, diz Elida, que aprendeu a fazer bolos e doces com a mãe e a avó, que tinham o mesmo ofício.

Se não é possível conquistar os clientes pelo estômago, ela conquista pelos olhos: só posta aquilo “que dá vontade de comer com os olhos”, diz. “Os nossos doces são cem por cento artesanais e feitos diariamente. A gente tira várias fotos. O cuidado que temos é se olhamos a foto e temos vontade de comer. É a primeira coisa. Tem vontade de comer? Se sim, divulgo e, se não, nem divulgo”. 

Muito trabalho 

Para Tayane também foi fundamental o trabalho online, sobretudo na pandemia. “Essa pandemia não teve coisa boa, mas se tenho alguma coisa a agradecer desse tempo que fiquei em casa é justamente saber que mundo digital existe. É um privilégio”, diz. 

Tayane dava aulas de empreendedorismo para mulheres. Com a necessidade de distanciamento social, as aulas passaram a ser online na pandemia. Foi aí que ela percebeu toda a dificuldade enfrentada por outras mulheres, que iam desde a falta de dinheiro para comprar pacotes de conexão, falta de equipamentos a até falta de tempo e de prioridade para se dedicar aos estudos. Como às vezes a família tinha um único celular, "a preferência era de quem trabalhava na rua ou era do marido, nunca dela”, diz. 

Quando conseguiam passar muito tempo em frente às telas, se dedicando aos estudos, parecia que estavam fazendo algo errado. “Elas se sentiam um pouco desconfortáveis de passar tanto tempo dedicadas ao negócio porque era estranho e parecia que não estavam fazendo nada. No início, eu mesma me incomodava com isso também e, se não cuidar, até hoje a gente se incomoda porque parece que não está fazendo nada. Mas é tão trabalhosa quanto qualquer outra atividade, às vezes até mais”. 

Hoje, Tayane deixou de dar aulas e se dedica ao próprio negócio, em que oferece mentorias e trabalha com marketing digital. 

Fora do mercado digital

Segundo a pesquisa, a baixa proporção de mulheres que trabalham na rede pode estar relacionada à alta concentração da população feminina em trabalhos convencionais, que exigem pouco contato com os espaços online. “Talvez uma parte da população feminina ainda esteja concentrada em atividades que não exigem trabalho online, e sim mais presencial, físico, como domésticas ou mesmo cuidando da própria casa”, diz uma das sócias do Melhor Plano, Mariah Julia Alves. 

“Grande parte das mulheres tem acesso à internet e isso é bem positivo”, complementa ela. “Mas, esses acessos têm sido usados em funções cotidianas - usam mensagens, chamadas de voz, para assistir vídeos, acessar redes sociais, coisas muito pessoais e que não são relacionadas à educação, ao desenvolvimento profissional”. 

A desigualdade está também na formação. O estudo mostra que apenas 19,81% das mulheres entrevistadas revelaram ter feito cursos a distância em 2020. Entre os homens, o percentual foi 22,68%.

“Isso traduz muitas das desigualdades, em todos os aspectos, que nos atingem”, analisa a professora da Universidade de Brasília (UnB) Catarina de Almeida Santos. 

“A gente enfrentou grande dificuldade para meninas e mulheres fazerem seus cursos de forma remota, durante a pandemia]. Quando estão em casa, ninguém entende que estão estudando. Muitas vezes, precisam olhar o filho ou são chamadas para fazer outra atividade. A própria infraestrutura domiciliar não possibilita que as mulheres tenham esse tempo e esse espaço”, diz Catarina. 

Outras desigualdades

Os dados do Cetic.br mostram que há uma série de desigualdades no acesso à internet no Brasil, entre elas o tipo de equipamento pelo qual se acessa a rede. Homens têm mais acesso a múltiplos dispositivos, enquanto mulheres acessam mais a internet pelo celular, equipamento que tende a limitar algumas funções da rede. 

A pesquisa Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios Brasileiros (TIC Domicílios) revela que mulheres negras acessaram a internet exclusivamente pelo telefone celular (67%) em maiores proporções que homens brancos (42%). Por outro lado, elas realizaram transações financeiras (37%), serviços públicos (31%) e cursos (18%) pela internet em proporções bastante inferiores às de homens brancos (51%, 49% e 30%, respectivamente).

“Essa questão de acesso e uso das tecnologias de informação e comunicação foi inserida em contexto social cultural, ou seja, se se está em uma sociedade machista, em que mulheres têm menos oportunidades no offline, isso também vai se traduzir no mundo online”, diz o coordenador da pesquisa TIC Domicílios, Fabio Storino.

Segundo a analista do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), órgão Cetic.br, Javiera Macaya, essa desigualdade de acesso e de oportunidades na internet começa desde cedo. “É preciso ter acessibilidade de gênero, ter acessibilidade considerando questões raciais. Sempre pensar em política pública, em dados, não parar em uma primeira camada de análise, mas incluir outras variáveis que são  importantes, ainda mais no contexto brasileiro”, diz.  

Os pesquisadores enfatizam que é preciso garantir o acesso à internet, mas, além disso, a qualidade desse uso para todos, o que inclui equipamentos de qualidade, alta velocidade de conexão. 

“Precisamos preparar nossa sociedade para esse mundo cada vez mais digital, pensar em políticas com as quais possamos trabalhar as habilidades digitais necessárias para conseguir a atividade online”, afirma Storino. “Não adianta o governo e as empresas estarem digitais se há uma população que ainda não é digital, que ainda é analógica, que precisa desenvolver certas habilidades. A gente precisa trabalhar tudo isso junto”, acrescenta.

Hoje (7), a atriz brasileira Nívea Maria completa 75 anos. Após trabalhar em várias emissoras, foi contratada e se destacou na Globo em 1972 por interpretar a personagem Helena de ‘O Primeiro Amor’, de Walther Negrão. Atualmente, pode ser vista na reexibição de O Clone, de Glória Perez, na TV Globo. 

Com uma ampla carreira artística na televisão, com cerca de 60 trabalhos, entre novelas e minisséries, Nívea Maria é referência para artistas de todas as gerações. Em entrevista ao Gshow, Nívea afirmou encontrar no trabalho e na família o seu bem-estar mental e emocional. Após dois anos de isolamento social por causa da pandemia, a atriz viajou para Orlando, nos Estados Unidos, para celebrar a data ao lado dos filhos e netos.

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“Nívea foi fundadora do Museu da Televisão Vida Alves. Uma das primeiras mulheres a escrever para a televisão e dirigir, assim como Janete Clair. Essas mulheres abriram espaço para muitas outras, justamente porque a mulher pode fazer câmera, dirigir, atuar e isso aos poucos, foi o maior desafio nessas décadas", explica o diretor do Museu de Televisão, Elmo Francfort.

“A mulher na televisão brasileira foi ganhando espaço bem aos poucos, mas é bom a gente perceber que, felizmente, por conta de muitas que acabaram alçando voos maiores e não ficando com medo de ter seu lugar ao sol. Felizmente, a televisão teve as suas pioneiras e fez com que as mulheres aos poucos passassem não só os papéis de atrizes, como também de produtoras, escritoras”, afirma Francfort.

“A televisão, hoje em dia fala da mulher de uma outra forma. O programa que antes era chamado ‘Programa Feminino’ enquanto gênero, hoje é programa de variedades porque não é um programa só para mulher e a mulher não é só aquela que passa, cozinha, não. Ela pensa, fala, faz, têm as suas vontades e as suas vontades devem ser respeitadas. Afinal, a televisão não tem só um papel de entreter, ela tem que formar e educar”,  complementa Elmo Francfort.

Por Camily Maciel

 

 

Nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, consultas e exames serão oferecidos gratuitamente no bairro do Alto da Conquista, em Olinda. A distribuição de fichas começa às 9h.

Ao todo, 30 atendimentos clínicos, 40 encaminhamentos para mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos, 20 encaminhamentos para citologia, aferição de pressão e glicose, 40 testes da Covid-19, HIV, Sífilis e hepatite, e vacinação contra Covid-19 para meninas a partir dos 12 anos serão ofertados, além de avaliação e orientação nutricional.

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A ação itinerante da Secretaria de Saúde de Olinda vai até às 12h, na Comunidade Acolhedora Feminina Dorcas, no Loteamento Mirante da Conquista, nº 10, próximo à barraca da Mônica.  

O Sistema prisional do Estado está realizando ao longo deste mês de março, dedicado à mulher, diversas homenagens. As unidades prisionais femininas capricharam na programação, todas respeitando os protocolos de prevenção da Covid-19. A Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste, levou orientações sobre uso de medicações com a participação de profissionais de Medicina e Psicologia e houve distribuição de chocolates.

Na Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, teve homenagem para servidoras e reeducandas. A programação incluiu café da manhã e entrega de brindes para a equipe e ações de saúde e psicossocial destinadas às pessoas privadas de liberdade (PPLs). Essas também desfrutaram de técnicas de relaxamento, apresentação musical e, por intermédio da representante do Departamento Penitenciário (Depen), Edna Ventura, receberam canecas da campanha da mulher e brindes.

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A Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima homenageou as servidoras com um café da manhã e apresentação de um vídeo sobre a rotina de trabalho  da unidade. Já as reeducandas ganharam sessão de cinema.

As unidades prisionais masculinas homenagearam suas profissionais e familiares das PPLs. O Presídio de Igarassu ofereceu lembranças às servidoras e palestras sobre a saúde da mulher às parentes dos detentos. O Presídio Frei Damião de Bozzano, no Complexo do Curado, ofertou rosas às servidoras. Já no Agreste, na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, as servidoras participaram da oficina de automassagem e receberam brindes. As demais unidades prisionais e cadeias públicas também estão programando eventos em alusão ao Dia da Mulher (12 de março).

*Da assessoria da Seres

 

Durante o mês de março, a Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) promove mais de 50 horas de eventos on-line e gratuitos voltados para as mulheres e para as advogadas. A programação completa está no site.

Atualização, reflexão, motivação e ação. Em torno desses eixos foram programados os eventos do Mês da Mulher na AASP: cursos para proporcionar a atualização técnica; webinars e debates que fomentam a reflexão sobre gênero e equidade; palestras com foco em motivação e empoderamento; e workshops para aprimorar habilidades. “Os cursos, palestras e eventos temáticos foram pensados para promover conhecimento e reflexão sobre as questões que afetam as mulheres na vida profissional e no cotidiano”, explica Viviane Girardi, presidente da AASP.

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Alguns destaques da programação:

No dia seguinte (9), às horas, a programação se inicia com um debate sobre como os movimentos contribuem para o empoderamento feminino e a luta pela igualdade de gênero. Representantes da União das Mulheres advogadas, da FemiJuris e do Jurídico de Saias comandam o bate-papo. E, às 17 horas, bate-papo sobre “Maternidade e Empreendedorismo.” As palestrantes serão: Jaqueline Lamente (B2mamy), Alliny Burich Comissão de Mediação do IBDFAM) e Flávia H. Clito Fornaciari Dórea, diretora da Associação dos Advogados (mediadora).

Na quinta-feira, dia 11/3, às 17 horas,  debate “Direito Tributário e desigualdade de gênero.” Participam: Tathiane Piscitelli, Raquel Preto e Mário Luiz Oliveira da Costa (mediador). E, às 19h15 horas, evento digital sobre as principais alterações da Lei de Falências e Recuperações Judiciais; conciliação e mediação no Direito Concursal. Serão expositoras: Fátima Cristina Bonassa, vice-presidente da Associação dos Advogados; Silvia Rodrigues Pachikoski, diretora da Associação dos Advogados e Renata Mota Maciel.

No dia 12,  às 10 h – Bate-papo sobre “Mulheres no Cinema” com Vera Egito, Cineasta; Professora Fernanda Barreto e Professora Luciana Brasileiro. Ás 17 h, a ministra Maria Cristina Peduzzi, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), fala sobre isonomia salarial.  

De 15 a 19 de março, a semana abre com bate-papo a respeito da presença feminina na área de tecnologia, com especialistas em blockchain, proteção de dados e startups; segue com uma palestra sobre técnicas de psicologia positiva para empoderamento e outra abordando os desafios e os caminhos para a liderança feminina, com Ruth Manus; e se encerra com um curso de processos coletivos.

No dia 23, Daniela Klaiman fala sobre tendências: “O futuro do trabalho é feminino.” O workshop de criatividade para inovação profissional (dia 25) e as palestras sobre gestão emocional e empreendedorismo num mundo em transformação (dias 29 e 31).

Programação completa aqui

*Da assessoria 

Andressa Urach, ex-frequentadora da Igreja Universal do Reino de Deus, decidiu comemorar o Dia Internacional da Mulher de forma encorajadora. Nas redes sociais, nesta segunda-feira (8), a modelo compartilhou fotos de um ensaio sensual para não deixar a data passar em branco.

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"Hoje é Dia da Mulher, e fiz essas fotos para comemorar o nosso dia. Tenho orgulho do meu corpo e do meu bumbum. Aliás, todas nós, brasileiras, devemos ter orgulho do nosso bumbum, ele é empoderador e está dominando o mundo!", escreveu a beldade. Celebrando a potencialidade da mulher, Andressa ainda fez um convite para quem deseja se candidatar ao Miss Bumbum.

Ela disse: "Podemos ser o que quisermos, e participar de um concurso de bumbum é a maior prova de liberdade que poderíamos ter. Estou muito feliz em poder voltar para o concurso Miss Bumbum Brasil depois de nove anos, agora eu posso dizer que me sinto mais mulher novamente. Quero parabenizar a todas as mulheres, todas nós somos lindas e empoderadas!".

Embora tenha feito uma publicação comemorativa, a loira recebeu uma chuva de críticas. Muitas seguidoras não aprovaram o teor do conteúdo divulgado. "Não me representa mais", detonou uma internauta. Desde que anunciou sua saída da Igreja Universal, Andressa Urach vem enfrentando na internet a fúria dos evangélicos. No final do mês passado, ela decidiu entrar na Justiça contra à instituição do bispo Edir Macedo.

Andressa pede a devolução de R$ 2 milhões à Universal. Os advogados afirmam que a cliente já fez doações de veículos, joias e até uma transferência bancária no valor de R$ 1 milhão: "Andressa Urach, enquanto fiel, acreditou cegamente na palavra da igreja e doou à igreja mais de R$ 2.000.000,00 (Dois milhões) de diferentes formas e em momentos diferentes, sendo que na medida que seus recursos foram se esgotando, o aconselhamento e auxílio dado pela igreja também". A Universal até agora não se manifestou.

Dezenas de milhares de pessoas desafiaram em todo o mundo as restrições impostas devido ao coronavírus para celebrar, às vezes em condições perigosas, o Dia Internacional da Mulher e denunciar a violência contra as mulheres.

Tanto em democracias pacíficas quanto em países mergulhados em grandes conflitos, as mulheres foram às ruas, ainda que em número muito menor do que no ano anterior, quando a pandemia ainda não havia atingido sua expressão máxima.

"É uma vergonha que ainda estejamos protestando em 2021 para pedir a igualdade de direitos", disse à AFP Lucie, uma estudante de 22 anos que participava de uma manifestação em Paris. Dezenas de milhares marcharam na França.

Na Turquia, várias centenas de mulheres muçulmanas uigures protestaram perto do consulado da China em Istambul, pedindo o fim dos campos de encarceramento em massa na região de Xinjiang.

"O estupro é um crime contra a humanidade", dizia um cartaz, referindo-se a uma reportagem da BBC que denunciou estupros sistemáticos e a esterilização forçada de mulheres nesses campos, o que Pequim nega.

Três das mulheres mais influentes do planeta alertaram o Parlamento Europeu sobre o efeito da pandemia do coronavírus sobre seus direitos.

As consequências econômicas e políticas exacerbaram os desafios enfrentados pelas mulheres, segundo a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

"A covid-19 ameaça a saúde, a segurança econômica e a segurança física das mulheres em todos os lugares", afirmou Harris em um vídeo gravado em Washington.

- #MeToo na Grécia -

Na Grécia, onde a mídia está repleta de reportagens relacionadas ao assédio sexual, centenas de mulheres se reuniram na Praça Sintagma, no centro de Atenas.

"Isso é mais importante hoje em dia em comparação com os anos anteriores, precisamente porque estamos passando pelo movimento #MeToo na Grécia", disse a atriz Marilena Kavazi à AFP.

Na Espanha, onde o movimento feminista ganhou grande força nos últimos anos, milhares de pessoas percorreram as ruas das principais cidades e dezenas em Madri, onde o protesto foi proibido por causa do coronavírus.

"Se eu acordar amanhã e não houver desigualdade, não irei. Enquanto houver, continuarei indo", declarou com sarcasmo Mireia Mata, uma mulher de 54 anos de Barcelona.

Em Varsóvia, homens e mulheres protestaram contra a proibição quase total do aborto após um recente endurecimento das normas na Polônia.

As floriculturas na Hungria puderam abrir nesta segunda, apesar do fechamento do comércio não essencial devido à pandemia, já que os húngaros costumam comprar flores para mulheres nessa data.

Mais de 2 mil pessoas pediram na Ucrânia uma maior proteção às mulheres e a ratificação da Convenção de Istambul pelo país.

- Linha de frente em Mianmar -

Centenas de mulheres protestaram na capital da Argélia, Argel, para exigir a revogação do código da família, adotado em 1984 e inspirado em parte pela lei islâmica (Sharia). De acordo com as feministas, ele as torna "menores para o resto da vida".

Na Índia, muitas mulheres foram para os arredores da capital para unir forças com os agricultores que protestam há meses contra as controversas reformas do governo.

Muitas não usavam máscaras e ignoravam o distanciamento físico, apesar da Índia ter uma das taxas mais altas de infecção e morte por covid-19 da Ásia.

Na vizinha Mianmar, onde os militares tomaram o poder no mês passado, as mulheres estiveram na linha de frente das manifestações pró-democracia em Yangon.

As forças de segurança mataram mais de 50 pessoas e prenderam quase 1.800 em uma repressão cada vez mais brutal aos protestos.

"Geralmente, a liderança parece ser só coisa de homem", disse Cora, uma manifestante de 33 anos. "Nesta revolta, as mulheres foram às ruas e lideraram os protestos."

- Aumento das desigualdades -

Também ocorreram passeatas em um Paquistão profundamente conservador. E centenas de pessoas, a maioria integrantes do grupo de mulheres Gabriela, protestaram nas Filipinas contra o assassinato de ativistas no domingo.

"A covid-19 aumentou as desigualdades e isso também afetou a forma como as mulheres estão se organizando", afirmou à AFP a legisladora Sarah Elago, que alertou que agora as mulheres "estão sendo atacadas por falarem".

A Unicef publicou relatório em que adverte que, em alguns países, os efeitos do coronavírus podem provocar 10 milhões de casamentos infantis nesta década.

E o Comitê de Segurança de Jornalistas Afegãos indicou que mais de 300 mulheres jornalistas se demitiram ou perderam seus empregos nos últimos seis meses, conforme se intensifica a onda de assassinatos, alguns de repórteres do sexo feminino, contra a imprensa no país.

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Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a data é marcada, principalmente, pela luta por igualdade. Mas será que as brasileiras têm o que comemorar? No Senado, a expectativa é de que seja criada uma representação para a bancada feminina no colégio de líderes.

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*Da Agência Senado

 

Apesar de ter apresentado 18 denúncias, Úrsula Bahillo se tornou uma das 62 vítimas de feminicídio nos dois primeiros meses deste ano na Argentina, país onde nasceu o lema "Nem uma menos" e que nesta segunda-feira (8) renova sua reivindicação no Dia da Mulher.

"Quando a Úrsula foi morta todas desabamos, chorando. Isso nos fez pensar: Úrsula é você, sou eu, é a vizinha, somos todas. Se ela fez 18 denúncias e acabou morta, o que me isenta de acabar igual?", disse Rocío Veneroso, de 38 anos, à AFP.

Rocío compartilha seu desconforto com suas companheiras de um grupo de terapia, todas vítimas de violência doméstica. O caso chocou a sociedade argentina.

Úrsula, de 18 anos, morava em Rojas, cidade 240 km a noroeste da capital argentina. Em 8 de fevereiro, ela foi encontrada em um pasto, apunhalada 15 vezes por faca de cozinha.

Seu ex-companheiro, o policial Matías Martínez, de 25 anos, foi preso e acusado de feminicídio agravado.

Ela já havia previsto seu destino. "Se me matarem, você sabe quem foi", escreveu a uma amiga em novembro.

A ex-companheira de Martínez, Belén, também denunciou o ex-policial por ameaçá-la com sua arma de serviço.

"Ela me dizia que tinha medo. E eu disse a ela que estava com medo por ela", conta Belén, a quem Úrsula havia procurado pouco antes.

Três dias antes de morrer, Úrsula tuitou: "Nunca pensei que estava denunciando violência de gênero. Quero ser a última".

Mas mesmo depois de sua morte, ocorreram mais 19 feminicídios, segundo levantamento diário feito pelo Observatório Lucía Pérez, cujo nome evoca outra vítima de violência de gênero, em crime ocorrido em 2016.

- "Todas as violências" -

Para Rocío Veneroso, a terapia de grupo a fortaleceu porque percebeu que o padrão do homem violento se repete.

Advogada de formação, mãe de um adolescente de 17 anos e uma menina de 5 anos, ela entrou com uma ação contra o ex-marido em 2019, um contador com quem foi casada há oito anos e cujos primeiros dois filhos, de outro casamento, ela ajudou a criar.

"Sofri todas as violências, demorei muito para perceber. Tem aquele pacto de silêncio, de vergonha, no início você continua encobrindo. Com a minha denúncia consegui acabar ao menos com a violência psicológica, física, ambiental. Não consegui parar a violência econômica. Ele parou de pagar tudo e eu não tinha renda porque trabalhava para ele", conta.

Sua situação foi classificada como de "alto risco" pelo Gabinete de Violência Doméstica (OVD) do Supremo Tribunal de Justiça.

Eles deram a ela um botão anti-pânico, mas a bateria se esgota rapidamente e na única vez que ela a usou, um policial chegou 35 minutos depois.

Ela pediu que colocassem uma tornozeleira eletrônica nele para controlá-lo e impedi-lo de se aproximar.

"Eles me responderam que seria estigmatizante para ele", lamenta.

Em 2020, 295 feminicídios foram cometidos na Argentina. Em média cinco por semana e um a cada 29 horas, segundo o Observatório do Femicídio da Ouvidoria Nacional. Vítimas colaterais somam-se a isso: 212 crianças que ficaram sem as mães.

Ser mulher é enfrentar um desafio diferente todos os dias. É superar barreiras, muitas vezes, invisíveis. Apesar de serem a maioria da população brasileira (51,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), elas ainda enfrentam cenários desiguais, seja na divisão das tarefas domésticas ou nos ganhos no mercado de trabalho. Muitas vezes, elas assumem tripla jornada. Saem para trabalhar, cuidam da casa, dos filhos. Em vários lares, elas são arrimo e sustentam sozinhas suas famílias. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), em 2018, 45% dos domicílios brasileiros eram comandados por mulheres.

Mas, apesar de liderarem casas e assumirem as contas, as mulheres ainda têm de lidar com a discriminação. Estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que 90% da população mundial ainda tem algum tipo de preconceito na questão da igualdade de gênero em áreas como política, economia, educação e violência doméstica.

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Segundo o estudo, que analisou dados de 75 países, cerca de metade da população considera que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres, e mais de 40% acham que os homens são melhores diretores de empresas. Além disso, 28% dos consultados consideram justificado que um homem bata na sua esposa. Apesar da longa jornada enfrentada por elas ao longo da história, os números mostram que ainda há muito a caminhar.

Marco histórico

Considerado marco histórico na luta das mulheres por mais oportunidades e reconhecimento, o 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher, pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975.

Muitos historiadores relacionam a data a um incêndio ocorrido, em 1911, em Nova York, no qual 125 mulheres morreram em uma fábrica têxtil. A partir daí, protestos sobre as más condições enfrentadas pelas mulheres trabalhadoras começaram a ganhar espaço.

Mais de um século depois, as mulheres seguem na luta por igualdade de direitos

Para a juíza Martha Halfeld, primeira mulher a ocupar a presidência do Tribunal de Apelações da Organização das Nações Unidas, não há mais espaço para a ideia de “concessão masculina”. Tudo o que as mulheres conseguiram, ao longo da história, foi com base em muito trabalho, dedicação e suor. Na visão da juíza, o 8 de março deve ir muito além de flores ou presentes.

"Oferecer a rosa, pode ser visto como: eu te concedo uma assistência. Eu, homem, te concedo aquilo. Hoje, não existe mais espaço para eu concedo. Não, nós conquistamos. E nós conquistamos com muito trabalho um espaço de perfeita igualdade em termos intelectuais, pelo menos. Temos tanta capacidade intelectual quanto qualquer homem”, afirma Halfeld que permanece na presidência da Corte até janeiro de 2022 e segue na ONU até 2023.

Livro como arma

Para conquistar um espaço na academia e na literatura, a mineira Conceição Evaristo sabe o quanto teve de lutar. Sua primeira arma foi o livro, que a acompanhou desde a infância pobre vivida em Belo Horizonte. "Eu não tinha muita coisa em termos materiais. Brinquedo era uma coisa rara, passear era uma coisa muito rara, viajar muito menos. Então, o livro vem preenchendo um vazio. A escola onde estudei os meus primeiros anos primários tinha uma biblioteca muito boa. Desde menina, eu sempre gostei de leitura.”, conta.

Segunda de nove irmãos, a escritora foi criada pela mãe e por uma tia. Conceição, que trabalhou como empregada doméstica e lavadeira, foi a primeira da família a conseguir um diploma universitário.

Depois da graduação, veio o mestrado, o doutorado e as aulas em universidades públicas. Em paralelo aos estudos, ela se dedicava a outra paixão: a escrita. Seus  contos e poemas foram publicados na Série Caderno Negros, na década de 1990, e seu primeiro livro, o romance Ponciá Vicêncio, foi publicado em 2003.

Em 2019, foi a homenageada do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura brasileira. "Foi preciso um prêmio me legitimar. Enquanto eu não ganhei o Jabuti, as pessoas não acreditaram que estavam diante de uma escritora negra”, afirma.

Reconhecida como uma das escritoras brasileiras mais importantes da atualidade, Conceição conta que as barreiras que teve de enfrentar por toda sua vida foram o combustível para suas obras. "A minha escrita é profundamente contaminada pela minha condição de mulher negra. Quando eu me ponho a criar uma ficção, eu não me desvencilho daquilo que eu sou. As minhas experiências pessoais, as minhas subjetividades, o lugar social que eu pertenço, isso vai vazar na minha escrita de alguma forma.”

Para ela, o 8 de março é uma data para ser celebrada, mas também um momento de reflexão e de vigília constante. "Todas as mulheres precisam ficar alertas àquilo que é do nosso direito, àquilo que nós temos de reivindicar sempre porque nada, nada nos é oferecido, tudo é uma conquista”, conclui.

Palco de gigantescas manifestações nos anos anteriores, Madri proibiu qualquer manifestação pela celebração na segunda-feira (8) do Dia da Mulher, devido à alta incidência do coronavírus, anunciou nesta quinta-feira (4) o delegado do governo na região, José Manuel Franco.

"Tomei a decisão de proibir, por motivos de saúde pública, todas as manifestações e concentrações convocadas, porque estamos em um momento em que Madri continua entre os territórios da Espanha com maior incidência de contágios" de covid-19, disse Franco em coletiva de imprensa.

Franco afirmou que entre domingo e segunda-feira foram solicitadas autorizações para mais de cem atos, que iriam reunir "mais de 60.000 pessoas se movendo pelas diferentes ruas de Madri".

Sendo assim, a delegação do governo anula uma decisão anterior, segundo a qual iria permitir manifestações de menos de 500 pessoas respeitando a distância de segurança.

Os organizadores das manifestações criticaram o anúncio.

"Há anos o 8-M enche as ruas de Madri e demontra sua força em cada manifestação (...). Querem nos calar, mas nosso grito já é global", escreveu no Twitter o setor de Madri da Comissão 8-M.

"Estaremos presentes no 8-M. Porque a crise provocada pela pandemia impactou" especialmente as mulheres, acrescentou, sem explicar como vão celebrar o dia.

A ministra da Igualdade, Irene Montero, do partido Podemos, parceiro minoritário da coalizão de governo com os socialistas, afirmou em um evento sindical que "há pessoas que querem nos negar o direito à rua que tanto nos custou conseguir", mas disse que como membro do Executivo cumprirá "escrupulosamente" as recomendações sanitárias.

Outras ministras espanholas, do partido socialista, pediram nos dias anteriores para que a população não fosse se manifestar para evitar contágios.

A capital da Espanha, país com um forte movimento feminista, foi palco nos anos anteriores de grandes manifestações pelo 8-M, como em 2018, quando ocorreu uma inédita greve e centenas de milhares de pessoas foram às ruas.

Em 2020, vários membros do Executivo se uniram à manifestação de mais de 100.000 pessoas. Dias depois, três ministras deram positivo para a covid-19.

Em maio, um relatório policial criticou a autorização dessa manifestação quando já havia registro de contágios, o que alimentou o debate político.

A Espanha é um dos países europeus mais afetados pelo coronavírus, com mais de 70.000 mortes e 3,1 milhões de casos confirmados.

Mauro Machado, o pai de Anitta, deu o que falar no último domingo, dia 8, ao celebrar o Dia Internacional das Mulheres. Em seu Instagram, ela postou um texto e foi acusado de transfobia. Segundo informações do Extra, no post estava escrito o seguinte:

"Diante de todas as mudanças na Terra, sejam elas profissionais, sociológicas ou de gênero; há um simples detalhe que jamais mudará o conceito de ser e nascer mulher. Mulher. Somente ela nasceu com a força e o poder de gerar outra vida".

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Os comentários logo vieram:

"Ser mulher, nascida com útero ou não, não faz a menor diferença. Sua filha entende a transexualidade como realmente merece. Não estou atacando, respeito sua idade e acho que nunca é tarde para se informar".

Já outra pessoa foi mais direta:

"Precisa ser transfóbico? Transfobia é crime".

Pouco depois, ele apagou essa postagem e publicou outra mais simples, que apenas trazia um Feliz Dia Internacional da Mulher. Na legenda, disse:

"Sem mais comentários, beijos".

Ele ainda desativou os comentários para essa publicação.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, diversas cidades do país tiveram as tradicionais marchas pedindo igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Na capital federal, a marcha começou no Parque da Cidade, às 9h, e seguiu pelo eixo Monumental (uma das principais vias do centro de Brasília) até a Torre de TV. A chuva, que foi frequente na capital nos últimos dias, deu uma trégua neste domingo (8) para as mais de 5 mil pessoas, de acordo com entidades organizadoras do evento. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal não divulgou estimativa de público.

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A marcha foi organizada por um grupo de entidades da sociedade civil e partidos políticos. A manifestação fez críticas à violência contra a mulher, ao machismo e ao racismo. Também houve espaço para a abordagem invasiva e, muitas vezes, agressiva dos homens às mulheres, tanto na rua como dentro de casa, através de cartazes e camisas com a frase “não é não”.

São Paulo

Nem mesmo a forte chuva na capital paulista, no meio da tarde, espantou a concentração de mulheres, no ato chamado 8M, pelo Dia Internacional da Mulher. As paulistanas foram às ruas contra o feminicídio e contra a aprovação das reformas da previdência estadual e federal.

Elas se concentraram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e entoaram músicas de protesto como “Nenhuma mulher a menos, não à impunidade”. A previsão é de que elas caminhem pela Avenida Paulista, descendo a Rua Augusta até chegar à Praça Roosevelt, no centro da capital.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, o ato pelos direitos das mulheres, está programado para esta segunda-feira (9), na Candelária, região central da capital fluminense. A concentração será às 17h. O ato é pela vida de todas as mulheres, por democracia, contra a retirada de direitos, Uma das organizações à frente da marcha é o Movimento Mulheres em Luta do Rio de Janeiro.

*Com informação dos repórteres Marcelo Brandão, Elaine Patrícia Cruz e Alana Gandra

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O Dia Internacional da Mulher foi especial para as alvirrubras. Neste domingo (8), nos Aflitos, elas foram o centro das atenções durante o jogo contra o Retrô, pelo Campeonato Pernambucano. Teve sócia entrando com os jogadores, outras batendo pênalti e as apresentações da nova mascote e do time feminino alvirrubro. No fim, o Timbu empatou por 2x2 com a Fênix. Salatiel e Erick Daltro fizeram os gols.

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No intervalo do confronto uma novidade especial animou a torcida alvirrubra. O Timbu, mascote do Náutico que caiu nas graças dos torcedores, ganhou uma parceira. A ação fez parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher. A nova mascote entrou esbanjando simpatia e foi recebida com uma rosa pelo parceiro de jogos.

Quando a bola rolou, foi o Náutico quem começou tomando as ações do jogo nos Aflitos. O Timbu ocupava o campo de defesa do adversário e pressionava a saída de bola. Contudo, aos 15 minutos, num chute de longe, Fabiano abriu o placar para o Retrô: 1x0.

Aos 29 minutos, Jean Carlos cobrou escanteio fechado e obrigou o goleiro a fazer uma boa defesa. A recompensa pelo melhor futebol apresentado veio aos 41, com Salatiel. Jean chutou de fora da área e, no rebote, o camisa 92 mandou para o fundo do gol: 1x1.

A etapa complementar começou com o Náutico em cima outra vez. E, logo no primeiro minuto, veio a virada. Erick Daltro recebeu na ponta esquerda, limpou do defensor e mandou para o gol: 2x1. Salatiel quase fez o terceiro, aos 12, após cruzamento de Lombardi, mas a bola foi para fora. O Retrô empatou o confronto com Marlon, de cabeça.

O Timbu seguia pressionando. Rafal Ribeiro quase fez o terceiro após cobrança de escanteio, mas o goleiro defendeu. Depois foi a vez de Jhonnatan receber dentro da área e finalizar pra defesa de Jean. Aos 43, Lombardi teve a última oportunidade de jogo, mas o arqueiro defendeu outra vez.

Da assessoria

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